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RESUMO
ABSTRACT
This study aims to examine the possibilities of forming an Innovation System in the small
cities that form a Public Consortium in Alto Paraopeba, considering the various regional
players and the prospect they argue for the implementation of strategies for sustainable
development. The prospect of regional innovation want a consistent advance in formats
that go beyond those basics propositions hitherto thought and stimulate new business and
entrepreneurial vocations, in synergy with the structure already established and with the
interventions listed in future planning. The main results show the impact of actions by the
Public Consortium, special area of governance, capable of providing, in addition to
cooperation, the generation of innovative processes that meet the highest of various social
and economic demands. It was also considered the possibility of creating a belt of suppliers
that allows the insertion of small and medium companies in the local market, heavily
dominated by large mining and steel companies. In addition, forms were seen likely to
increase tourism and ecologically sustainable activities in Alto Paraopeba.
Britto (2002) em sua análise acerca das formas de cooperação entre empresas descreveu a
respeito da crescente investigação em torno dos fatores que contribuem para o melhor
desempenho das organizações. De acordo com o autor, nota-se que existem vertentes de
variadas escolas de pensamento, que consideram a análise das relações entre empresas e
entre estas e as demais instituições, um enfoque mais relevante do que apenas a
investigação sobre a empresa individual.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Schumpeter, (1982) a inovação contempla cinco fatores, a saber: (I) introdução de
um novo produto ou de uma nova qualidade de um bem; (II) criação de um novo método
de produção; (III) abertura de um novo mercado; (IV) conquista de uma nova fonte de
matérias-primas ou de bens semimanufaturados, e (V) estabelecimento de uma nova
organização de qualquer natureza.
Em relação à atividade inovativa, Freeman & Perez (1988 apud FURTADO, 2006, p.183-
184), introduziram em uma teoria integrada, associada à tese das ondas longas, que foi
desenvolvida primeiramente por Kondratiev em 1926 e depois, aprofundada por
Schumpeter em 1939. Os autores definem diversas modalidades de inovação, quais sejam:
Inovações radicais, que são eventos descontínuos. Estas inovações são de natureza
diferente das anteriores.
Lundvall (2001) destaca que deveria haver uma atenção maior para a constituição do novo
paradigma técnico-econômico, conforme abaixo:
Contexto Institucional.
Cabe enfatizar ainda que as mudanças provocadas pelas inovações também alteram o que
pode ser uma vantagem competitiva e seu peso relativo. Desta forma, inovações adicionais
são induzidas e o processo como um todo também está sujeito às decisões tomadas
anteriormente. Possas (2006) ainda argumenta:
A partir deste enfoque, surge então o conceito de Sistema Regional de Inovação, originado
a partir dos estudos acerca dos Sistemas Nacionais de Inovação e sobre os aspectos
relacionados ao desenvolvimento regional. Considera-se que os sistemas de inovação não
podem ser entendidos como fórmulas programadas, uma vez que estes assumem diferenças
consideráveis, em virtude de suas especificidades regionais e locais (MARCANTONIO,
ANTUNES JUNIOR e PELLEGRIN, 2006).
Ainda analisando a importância desse aspecto “específico” para a abordagem dos Sistemas
de Inovação, Lastres, Cassiolato e Arroio (2005, p. 36) fazem a seguinte consideração:
Segundo Sbicca e Pelaez (2006), um Sistema de Inovação pode ser definido como sendo
um conjunto de instituições públicas e privadas que atuam coordenadamente, contribuindo
para o desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias. Argumenta-se que o SI “é um
instrumental de intervenção através do qual os governantes de um país podem criar e
implementar políticas de Estado a fim de influenciar o processo inovativo de setores, de
regiões ou mesmo de nações” (SBICCA e PELAEZ, 2006, p. 417).
Antes, porém, de conceituar acerca dos Sistemas Regionais de Inovação (SRIs), convém
destacar os conceitos relacionados aos Sistemas Nacionais de Inovação (SNIs), de onde
surgiram os principais trabalhos relacionados ao tema.
O autor ainda define os arranjos institucionais que conformam um SNI, de acordo com a
descrição abaixo:
Conforme destaca Araújo (2000), os anos 1980 foi marcado por uma mudança de
paradigma, no qual a matéria-prima “petróleo” é substituída pelo fator “conhecimento”.
Neste sentido, a revolução científica passa a comandar o cenário mundial e novos setores
surgem na dinâmica econômica global. A autora detalha a trajetória seguida pelo Brasil
neste contexto:
No Brasil, não acompanhamos essa locomotiva e passamos a década nos
debatendo na crise da dívida, transferindo poupança para o exterior, paralisando
o investimento, aprofundando a crise financeira do setor público e convivendo,
na segunda metade da década, com a ameaça constante da hiperinflação. Na
segunda parte da década, os choques estabilizantes se sucedem, cada vez mais
próximos um do outro. O curto prazo domina o cenário nacional. O governo, as
famílias, a maioria das empresas entram na lógica do curto prazo. O modelo
industrializante das décadas anteriores claudica, a ausência de investimento
degrada a infra-estrutura econômica, deteriora os serviços sociais, dificulta que
as empresas acompanhem os avanços que seguem se efetivando em outros países
(ARAUJO, 2000, p. 22).
Já no início dos anos 1990 toda essa situação foi agravada com o congelamento
discricionário de todos os ativos financeiros no Primeiro Plano Collor, demandando altas
taxas de juros. Com o processo de liberalização econômica, a incerteza em relação ao
futuro passou a ser ainda maior, refletindo a crescente pressão competitiva que foi
adicionada ao setor industrial e que exacerbou as estratégias defensivas do setor privado.
Somente a partir de 1992 que este cenário passou a se alterar, tendo a adoção de medidas,
como a redefinição do Estado na economia e suas conseqüentes políticas de privatização e
diminuição da regulamentação do governo, como motores para a mudança econômica
(SBICCA e PELAEZ, 2006).
Araújo (2000) postula que a década de 1990 se inicia com a mesma ótica do curto prazo
dos anos anteriores. Inversamente à postura adotada pelos países avançados, o Brasil
prosseguiu destruindo, mais do que construindo o seu aparato de produção de Ciência &
Tecnologia, essencialmente público. Esta realidade proporcionou maior atraso à nação.
De acordo com Marcantônio, Antunes Júnior e Pellegrin (2006), designa-se como Sistema
Regional de Inovação (SRI) aquele conjunto de atores que tratam a inovação e a
competitividade pela ótica regional.
Theis, Matted e Meneghel (2006), num estudo acerca da contribuição da universidade para
o desenvolvimento de um sistema regional de inovação na cidade de Blumenau (SC),
afirmam que a abordagem acerca dos sistemas de inovação se refere a um sistema social
caracterizado pelo aprendizado e interação entre um determinado número de atores.
Marcantonio, Antunes Júnior e Pellegrin (2006) em seu estudo acerca dos modelos de
inserção de Ciência, Tecnologia e Inovação no desenvolvimento regional analisam as
constantes transformações que o ambiente mercadológico nacional tem sofrido nas últimas
duas décadas. Neste contexto de transformações intensas, os autores enfatizam a idéia de
Casarotto (1998) de que, para a promoção do desenvolvimento, três fenômenos precisam
ser destacados: (I) globalização/mundialização da economia; (II) regionalização social, e
(III) descentralização política.
Vale citar que os dois primeiros fatores são conflitantes entre si, uma vez que a
globalização promove o acirramento da competição em âmbito mundial, enquanto a
regionalização implica em estimular a articulação entre diversos atores, visando tornar as
empresas mais competitivas regionalmente. Já o processo de descentralização política
busca estimular e desenvolver, a partir do estabelecimento de objetivos comuns, a
formação de redes para cooperação entre atores de diferentes realidades locais e regionais.
Nesse sentindo é que Lastres, Cassiolato e Arroio (2005) argumentam que a capacidade de
inovação é bastante influenciada pelos aspectos inerentes ao capital socialiii. Isto porque o
sentimento de pertencimento de um grupo, que estimula a constante interação e cooperação
dentro de uma cultura local, são fatores que contribuem para a ocorrência da inovação.
Diante das inúmeras transformações impostas pelo novo contexto econômico mundial, o
aprendizado institucional, juntamente com o capital social, tornam-se aspectos de extrema
relevância para os países em desenvolvimento e a inovação exerce um papel de estímulo à
sustentabilidade, conforme salientado por Johnson e Lundvall (2005, p. 88-89):
De acordo com Lundvall (2001), os formuladores de políticas estão cada vez mais
próximos da teoria econômica, tendo em vista que, ao longo da década de 1990, houve a
transição do foco da política científica com objetivos sociais amplos, para o foco da
política de inovações e o seu impacto no desempenho da economia. “Por isso é útil cotejar
as implicações políticas de diferentes abordagens teóricas com a inovação e o aprendizado”
(LUNDVALL, 2001. p. 201).
Em relação à crescente importância do papel do conhecimento e da transferência deste, na
captação do conhecimento global para a criação do desenvolvimento regional, faz-se
necessário que os governos se articulem em torno de estratégias nacionais específicas que
visem incluir políticas voltadas à absorção e transmissão do conhecimento (JOHNSON &
LUNDVALL, 2005).
Petit (2005) ainda considerou que importantes mudanças estruturais realizadas durante
muitos anos e específicas de cada país são objeto das novas políticas. Essas mudanças são:
(I) difusão das TICs (tecnologias de informação e comunicação); (II) investimentos em
educação efetuados pelos países, especialmente após a 2ª Guerra Mundial, e (III) crescente
envolvimento internacional entre países, impulsionado pela liberalização do comércio e
pela expansão do fluxo entre fronteiras de intangíveis. Alguns exemplos de políticas
podem ser citados para cada uma dessas vertentes descritas acima:
(I) difusão das TICs é de extrema importância assegurar que pequenas empresas e
consumidores menos favorecidos possam tirar proveito das novas tecnologias. Uma
opção é ligar a difusão das TICs com a educação da força de trabalho.
Além disso, uma alternativa que se coloca é implantar políticas de inovação que tenham
por objetivo sanar problemas causados pela aceleração da transformação. Os dois
principais problemas apontados por Lundvall (2001) são a polarização social e regional e
os riscos ambientais causados pela rápida transformação. Embora o aspecto de polarização
social e regional não seja um fenômeno novo na história do capitalismo, ele se dá
atualmente, devido às diferenças enraizadas ao longo do tempo no campo da educação e
capacitação. Por isso é que os sistemas educacionais deveriam ser adaptados à realidade de
cada contexto e deveriam ser formuladas políticas com vistas a estimular o acesso às
Tecnologias de Informação e Comunicação de regiões marginalizadas. No tocante aos
riscos ambientais causados pela rápida transformação, precisam existir maiores esforços
transdisciplinares e multitecnológicos, que exijam maior conhecimento dos grupos e
interações existentes.
Conforme salientado por Lastres, Cassiolato e Arroio (2005) a agenda para políticas
públicas e privadas de longo prazo tornou-se mais extensa e complexa. Em complemento,
as condições nacionais e locais podem levar a inúmeros caminhos, que demandam uma
multiplicidade de alternativas, e estas podem assumir diferentes formas e contextos. Tudo
isso implica não haver apenas uma solução e receita de políticas. Além do mais, a
consolidação do novo regime de acumulação financeira, resulta de mudanças político-
institucionais que conduziram os processos de re-regulamentação, privatização e
liberalização em todo o globo. Os autores ainda enfatizam a importância da dimensão
nacional dentro da abordagem dos sistemas de inovação, que pressupõe que a efetividade
das políticas locais é reforçada por sua articulação com as estratégias nacionais e até
supranacionais. Este argumento é contrário à suposição exagerada do aumento do papel
das instâncias locais e do chamado terceiro setor, em detrimento da importância dada ao
governo nacional.
Lastres, Cassiolato e Arroio (2005), em sua análise acerca da importância dos contextos
social, político e institucional, reforçam:
Ainda conforme levantado por Johnson e Lundvall (2005), muitos estudos relacionados aos
sistemas de inovação mostram a existência de diferenças marcantes entre eles, no tocante a
padrões de especialização e estrutura institucional, revelando que esses contrastes se
originam de profundas raízes históricas. Diante deste argumento, os autores constroem
uma visão acerca do que seria necessário elaborar para obter uma boa estratégia de
desenvolvimento, baseada na abordagem de sistemas de inovação:
5. ESTUDO DE CASO
No entanto, a história da entidade teve seu início em 2003, quando representantes dos
poderes públicos locais começaram a articular um projeto inovador para as cidades
localizadas na referida Região. O principal interesse dos prefeitos e políticos que
participavam das discussões era buscar uma solução para a integração regional dos
municípios que tinham muito em comum, mas se distanciavam em termos de
administração pública e que por diversas vezes demonstravam indisposição de ordem
político-partidária entre si (REVISTA CODAP, 2006).
Pode-se afirmar que os resultados da parceria entre os municípios por meio do Consórcio
Público, apareceram rapidamente, a partir dos avanços observados nas reuniões, além do
Governo Estadual ter sido receptivo à idéia e da intenção do Governo Federal em
transformar os consórcios tradicionais em públicos. As dificuldades, entretanto, não
deixaram de existir, pois algumas lideranças acreditavam que o consórcio era fruto de um
partido exclusivamente. Esta percepção foi sendo aos poucos modificada, quando as
lideranças passaram a perceber que a parceria não era de natureza partidária e sim para
promover o desenvolvimento regional integrado, na linha de políticas públicas, angariando
recursos, promovendo um ordenamento territorial e auxiliando em programas e projetos
para a melhoria da formação profissional dos trabalhadores, entre outros aspectos
(REVISTA CODAP, 2006).
Por meio dos resultados encontrados foi possível observar, entre inúmeras questões
relevantes, a importância que o papel do Consórcio Público exerce na Região do Alto
Paraopeba, na visão dos entrevistados. Alguns salientaram que a simples existência do
Consórcio Público e suas recorrentes ações, já configuram em uma inovação.
Importância de uma maior integração entre as três esferas de poder: Local, Estadual e
Federal, uma vez que existe incompatibilidade política entre as três instâncias.
A resistência à mudança e o modelo mental por parte da população local, bem como o
estilo de liderança política praticada na região podem ser entraves significativos à
constituição de um Sistema Regional de Inovação.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
i
Modelo baseado na utilização de energia elétrica, motores de combustão interna, aço e química pesada e,
ainda, com departamentos de P&D nas firmas (SBICCA & PELAEZ, 2006)
ii
Grifo dado pela autora deste trabalho.
iii
Capital Social pode ser entendido como um conjunto de hábitos e normas sociais que interferem na
confiança, interação e aprendizado de um sistema social (JOHNSON e LUNDVALL, 2005).
iv
De acordo com os autores Johnson e Lundvall (2005, p. 84) o Consenso de Washington adotava uma visão
de desenvolvimento orientado pelo mercado, que emergiu na década de 1980 e desdobrou-se em políticas
recomendadas por organismos internacionais como a OECD, o Fundo Monetário Internacional e o Banco
Mundial.
v
A Agenda 21 é um documento mundial, criado em 1992 na Conferência Eco-92, que contou com a
participação de cerca de 180 países. É uma carta de intenções que visa, por meio da participação dos vários
setores da sociedade, conciliar métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.