ANCORA SCHOOL MINISTRY

IGREJA VINHO NOVO

MISSÃO ÂNCORA

Líderes

START
CURSO DE CAPACITAÇÃO
Miqueias Maciel
Eloí Miller

Coordenação
Miguel Roney

Comentários
Eloí Miller
Douglas Araújo

Organização e Publicação
Tito Mota
Amanda Maciel
MÓDULO I
Revisão
Espiritualidade e Comissão Pr. Rubens Maciel

NUCLEO DE ENSINO
Rua Lucas Pinto, 68 - Carlito Pamplona – CEP 60312-280 Fortaleza
 MISSÃO ÂNCORA RESUMINDO O MÓDULO
Somos uma galera que se juntou para trazer um renovo sobre a
juventude de Fortaleza, um avivamento que se utiliza de ferramentas
modernas e criativas para impactar essa geração. Não somos uma
igreja, somos um movimento paraeclesiástico, que serve as igrejas
como uma ferramenta de influência e transformação.

START
LIDERANÇA tem sido um assunto bastante ensinado em nossos
dias. Empresas estão formados líderes e gestores para o futuro,
organizações não religiosas estão promovendo campanhas de
desenvolvimento de influenciadores para o amanhã. No cenário
político, nosso país está em meio à uma crise resultante de modelos
de liderança falidos. Pessoas influentes que não ousam inovar estão
caindo em descrédito pelo simples fato de não mergulharem em
métodos inovadores de alcance de pessoas. Mas e a igreja? Como
anda o processo de formação de líderes para o amanhã?
Foi pensando nisso que idealizados o START. Um curso de
capacitação no qual você aprenderá todas as ferramentas capazes de
fazer com que você alcance pessoas e, assim, cumpra o IDE. Usando
uma metodologia bem diferenciada preparamos um material adaptado
as realidades locais e necessidades especiais de nossa sociedade
voltado para a formação de líderes. Este curso está composto de três
módulos e começaremos por este que você tem em mãos. Nele serão
ministradas lições sobre como INICIAR uma jornada de liderança
exercendo seu chamado e influenciando pessoas tendo como ponto de
partida o exercício de uma espiritualidade genuinamente bíblica e um
rico aprendizado sobre a grande comissão. Acompanhe mais, a seguir,
no resumo do módulo.
 Em Movimento – O Ide
“Então jesus disse: Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho
a todas as pessoas, quem crê e for batizado será salvo, mas quem
não crer será condenado. Aos que creem será dado o poder de fazer
estes milagres: expulsar demônios em poder do meu nome e falar
novas línguas; se pegarem em cobras ou beberem algum veneno,
não sofrerão nenhum mal; e, quando puserem suas mãos sobre os
doentes, eles ficarão curados.”
Marcos 16:15-18
Temos, com certeza, um dos mandamentos bíblicos declarados
pelo próprio Jesus Cristo que sem sombra de dúvidas é o mais difícil
de ser concretizado. Ao ser dito que o Evangelho deve ser pregado a
todos, sem distinção, temos uma enorme lacuna que deve ser
preenchida, e que lacuna seria essa? Essa lacuna com toda certeza é
a pergunta:
Como?
Bom, isso é natural, afinal de contas, estamos falando em ir por
todo o mundo para pregar o evangelho. Há algumas questões que
devem ser levadas em consideração quando se pretende mudar uma
cultura.
A primeira questão é como você irá apresentar alguns
aspectos para sua cultura, aspectos esses que são de suma
importância e extremamente relevantes no anúncio do Evangelho, são
eles: O Pecado, O autor do Pecado, Jesus Cristo, Importância de
Jesus Cristo, Deus e Veracidade da Palavra.
Primeira pergunta: Como você falaria de Pecado com sua
comunidade e espaço cultural? Qual a melhor abordagem pra
isso?
Segunda pergunta: Como as pessoas da sua comunidade
reagiriam ao saber que elas podem ser pecadoras em potencial?
Como você articularia se elas alegassem as boas obras?
Terceira pergunta: Como você anunciaria Jesus Cristo à sua
comunidade? Quem eles acham que Cristo é, e como você
mudaria essa concepção?
Quarta pergunta: Porque as pessoas precisam de Deus, e
mais importante, porque deveriam ouvir você?
Todas essas perguntas parecem difíceis demais pra você?
Então calma, você está no lugar certo.
Respondendo a primeira pergunta
Como falar de pecado pra uma comunidade ou cultura da qual
você faz parte? Primeiramente você deve perceber o contexto a qual
você pertence, cada cultura tem suas particularidades, vivemos em um
país de ascendência católica apostólica romana, fomos colonizados por
portugueses, e essas raízes históricas permanecem e permeiam nossa
sociedade até hoje de alguma maneira.
Como os dias de hoje não são mais os dias de ontem, algumas
coisas mudaram com o passar dos anos e com isso quero dizer, a pós-
modernidade, alguns conceitos tornaram-se ultrapassados e algumas
ideias e filosofias soam de maneira indigesta para alguns, boa parte de
nossa sociedade adquiriu costumes que hoje se dizem modernos e isso
acabou gerando mudanças até mesmo nas igrejas brasileiras de
alguma forma, o que levou ao chamado neopentecostalismo e
surgimento de heresias.
Hoje em dia temos que nos preocupar com defesa da fé, análise
política, cosmovisão cristã e até pra isso temos que analisar todo dentro
da ética. Apresentar o pecado começa a se tornar uma tarefa um tanto
difícil.
Para que possamos fazer isso, temos que definir o que é o
Pecado.
O significado de Pecado está ligado etimologicamente à palavra
grega hamartia, mas longe de somente significar errar o alvo, apesar
de assumir essa posição de erro, não é esse o único significado.
Pecado significa segundo nosso dicionário, desobediência a qualquer
preceito ou norma, falta, erro. Ou seja, se o que diz numa norma é
cumprida exatamente ao contrário, isso é um Pecado, por isso que há
sempre uma falácia etimológica relacionada à sua derivação primária
da palavra grega hamartia, por mais que não esteja errado dizer que
signifique errar o alvo, simplesmente por haver ambas as palavras
dentro do conceito de hamartia, Pecado ainda é uma palavra que
abrange bastante coisa.
Se chegamos a um conceito, agora o que nos falta é
contextualizar esse significado com a nossa sociedade, como bem
sabemos, qualquer desvio de um preceito feito de forma consciente,
qualquer desobediência, seja ela de origem religiosa ou não, é um
Pecado propriamente dito. O que a bíblia fala sobre isso?
Ao que tudo indica, a vida humana não começou com um fim, ao
ler o livro de Gênesis, percebemos que a Boa Obra das mãos de Deus
tinha uma finalidade de O engrandecer por longas eras. Mas por um
homem entrou o Pecado no mundo, por influência do mal, e com isso,
suas consequências. Qual a consequência do Pecado?
Morte, a dura e cruel consequência final do pecado foi a entrada
da morte no que antes deveria experimentar só vida. Há um conceito
criado a partir do Gênesis que nos leva a acreditar que existia a
possibilidade de a árvore do conhecimento do bem e do mal ser
exatamente o oposto da árvore da vida, que também estava presente
ao lado da árvore do bem e do mal (ou seja, árvore da morte) E onde
está escrito isso?
“O Senhor fez com que ali crescessem árvores lindas de todos
os tipos, que davam frutas boas de comer, no meio do jardim ficava a
Árvore da Vida, também a que dá Conhecimento do Bem e do Mal”
Gênesis 2:9 NTLH
Ainda não responde sua pergunta? Então vamos analisar. Deus
permitiu que todas as frutas do jardim fossem usufruídas e consumidas
livremente (Gn.2:16). Também falou que por causa do Conhecimento
do Bem e do Mal, a Árvore da Vida deveria sair do Éden e ficar longe
do alcance do homem.
“Então o Senhor Deus disse o seguinte: Agora o homem se
tornou como um de nós, pois conhece o bem e o mal. Ele não deve
comer da fruta da Árvore da Vida e viver para sempre. Por isso o
Senhor Deus expulsou o homem do Jardim do Éden e fez com que ele
cultivasse a terra da qual havia sido formado. Deus expulsou o homem
e no lado leste do jardim pôs os querubins e uma espada de fogo que
dava voltas em todas as direções. Deus fez isso para que ninguém
chegasse perto da Árvore da Vida.”
Gênesis 3:22-24
Os frutos da Árvore da Vida davam vida eterna a quem os
experimentava, porém, não há uma descrição exata na bíblia sobre
como isso funcionava, mas há uma passagem que mostra que seus
frutos seriam oferecidos no Paraíso (Ap.2:7).
Então como fazer para falar de Pecado para nossa sociedade?
Até aqui já entendemos que Pecado é todo e qualquer desvio dentro
dos parâmetros da ética que degrinam ou prejudiquem de maneira
direta a correta aplicação de uma regra, preceito ou lei que o
anteceda, a partir daí, temos que parar e analisar nosso contexto
cultural. Primeiramente, lembre-se, sua imagem dentro da sociedade
em que se quer aplicar uma metanóia faz TODA a diferença. Se você
está muito à margem disso, então começamos com o pé esquerdo.
Lembre-se que o Evangelho significa mudança de vida, apesar
da Palavra dizer, “vinde como estás” (intrinsecamente em Mt.11:28,
pois não está escrito com essas palavras “vinde como estás”, mas se
percebe isso no texto), a Mensagem da Cruz trás ao homem uma
mudança interior e isso faz com que sua metamorfose aconteça de
dentro para fora, logo, você tem que mostrar essa mudança e fazer
com que as pessoas percebam que você realmente está dentro das
conformidades e parâmetros éticos subjacentes à uma vida
transformada.
 Feito isso, vamos à prática. Muitas vezes erramos em apresentar
o Pecado às pessoas porque esquecemos que somos iguais ou até
piores que elas, sendo assim, você tem que aplicar o princípio em você
e depois trazer para o outro, esse processo é o Processo da
Admissão.
Entenda, admitir seus erros não é fácil, ainda mais depois de eu
ter lhe dado essa dica, porque agora você pode se sentir tentado a
aplicar uma parábola ao invés de sua história de vida simplesmente
porque você não sabe se definir como pecador. Sei que isso acontece
nas melhores famílias, então preste a atenção, o que levou você a
crer em Cristo? O que você viu para que se achasse pecador?
Você era orgulhoso? Mentia? Desobedecia seus pais? Cometia
pequenas corrupções? O que Mostrou o Pecado a você?
Somente quando você se encontra e se define, você pode estar
apto a alcançar alguém, mesmo que isso não aconteça à mil pessoas
para quem você fale de Jesus ou do pecado, há pelo menos uma
pessoa de toda essa multidão que escutou O Chamado de Cristo
através de você.
Em suma, se descubra e faça isso acontecer quando falar para
as pessoas do Pecado, pois você usará uma ferramenta que mostrará
a impureza dele na vida das pessoas, a Palavra de Deus. Afinal de
contas, Deus só criou Leis para os homens para mostrar a eles quem
eles são. Falar do Pecado é se despir, mostre como isso aconteceu
com você e você conseguirá falar com qualquer pessoa sobre seus
pecados.
Respondendo à segunda pergunta
Esteja ciente de uma coisa, nunca, jamais, em hipóteses alguma
deixará de existir um tipo específico de pessoa na sua empreitada
evangelística. E esse tipo, acreditem, é o pior de todos os tipos, os
Legalistas. Você pode estar se perguntando quem são esses
malucos? Mas com certeza já deve ter visto muitos desse tipo.
Uma coisa que não falta em campanhas evangelísticas são
pessoas distintas com também tão distintas filosofias, sejam elas de
que cunho sejam, o fato é que o campo da seara é enorme e poucos
são os ceifeiros que sabem lidar com o solo com destreza. Um dos tipos
de pessoas que mais aparecem são os Legalistas, são aqueles que se
acham autossuficientes e completamente dentro dos parâmetros éticos
da sociedade.
Atente bem para uma coisa, temos respaldo bíblico para
aniquilar os legalismos. Não somos salvos por obras e isso para que
ninguém se vanglorie por causa de suas justiças, a fé é um dom e isso
por meio da graça que só nos é dado através do amor de Deus
decorrente da Sua misericórdia (Ef.2:8,9). Nossas justiças são vistas
como trapos de imundície (Is.64:6), quiçá nossas injustiças. Uma coisa
é certa, não há justiça humana que o faça merecer o céu sem Deus e
você tem que deixar bem claro para seus ouvintes que precisamos
DEle para entrar lá. Porém não se preocupe se não lhe ouvirem no
início, se não atentarem para suas palavras, se há uma coisa que os
homens fazem bem, é tentar fugir de Deus. Isso não será diferente com
você.
Outra coisa que deve ser levada em consideração é o que você
sabe de bíblia e outros aspectos sociológicos subjacentes, as pessoas
costumam ser empáticas com pessoas que sofrem dos seus mesmos
problemas, por isso falei sobre primeiro falar do que o Pecado fez na
sua vida e quem a transformou em algo melhor. Seja sinestésico, isso
quer dizer, seja mais envolvido com as pessoas, a bíblia nos manda
não sentar na roda dos escarnecedores, mas diz claramente para
chorar com os que choram (Rm.12:15).
Atentando par essas pequenas coisas vocês podem ser bem-
sucedidos no campo missionário, mas lembre que sua comunidade
precisa de você primeiro, antes que qualquer outra precise, se você
quer ser um missionário na Coréia do Norte meu camarada, esqueça,
se você não foi um missionário na sua comunidade, você não será em
lugar algum. Não se engane, sua cultura precisa de você, ela tem
necessidades especiais que só você como membro dessa cultura
conhece. Quer outra dica? Ore, ore muito, o poder da oração é sem
sombra de dúvidas algo tremendo, John Bunyan que o diga. E seja
como John Knox, que era tão apaixonado por sua pátria que chegou a
dizer: “Pai, dá-me a Escócia, senão morro!”. Tem noção do que é isso?
Se você não consegue ser assim pela sua pátria meu irmão, temos um
impasse.
Respondendo a terceira pergunta
Outra coisa que vai precisar e muito é saber como anunciar
Cristo às pessoas. Aqui no Brasil as pessoas têm uma preconcepção
de Deus e de Jesus e do Espírito Santo dados pelo catolicismo romano.
Cristo toma várias facetas nesse processo, pois há diferentes tipos de
Cristo no cânon católico que tem cultos singulares.
Jesus uma vez chegou para seus discípulos para perguntar
quem as pessoas da região da Cesaréia de Felipe diziam que ele era.
E pasmem, acho que o Espiritismo começou ali (risos), longe de ser
isso, mas falando algo como dizem os próprios espíritas, eles diziam
que Jesus Cristo era a reencarnação dos grandes profetas, eles diziam
que eram o próprio Elias, outros diziam que era o próprio João Batista,
outros ainda diziam que era Jeremias. Então Jesus chegou para Pedro
e perguntou: “Quem você pensa que eu sou Simão Pedro?”. Parece
não haver sentido, não é? Mas não, Cristo sabia que se seus discípulos
deviam anunciar o Evangelho, eles deviam saber exatamente quem ele
é e foi por isso que Cristo fez essa pergunta para Pedro, para mostrar
para ele quem ele pensava que Cristo era, e Pedro foi muito certo em
dizer: “Tu és o Messias, Filho do Deus vivo.”
Tomando o exemplo de Pedro, quem você diz que Jesus
Cristo é? No primeiro momento, você pode estar meio confuso de
como você dirá isso, mas lembre-se que Jesus Cristo é o salvador e
consumador da nossa fé, é por causa do seu sangue que estamos
salvos da maior consequência do pecado, a morte.
Para que você possa entender como anunciar Cristo às pessoas,
você precisa lembrar de quem Cristo é para elas. Observando pelo
contexto católico, sabemos que para maioria das pessoas, orar para
Cristo, ou tentar uma comunicação direta com ele parece inviável, por
isso utilizam os santos, que servem como mediadores para entrar em
contato com ele. Partindo dessa informação, lembre as pessoas que
Cristo não é como o presidente, inacessível, Jesus Cristo está presente
em cada um de nós porque ele utilizou seu sangue para nos conectar
como o próprio Deus. Pergunte-se, é melhor o sangue dos outros do
que o seu sendo derramando? Está certo que isso é muita apelação
humanista, mas isso é válido. As pessoas devem pensar em como suas
vidas foram a causa da morte de Cristo.
Para mostrar Jesus Cristo às pessoas, prove que você acredita
que ele é o Messias, Filho do Deus Vivo. Depois que provar isso a você
mesmo, será capaz de fazer isso a qualquer pessoa.
Respondendo a quarta pergunta
Lembrando do que foi dito sobre os legalistas e como boa parte
das pessoas acha que são justas demais ou que Deus é amoroso
demais para lançar alguém no inferno. Temos que lembrar do último,
porém não menos importante, aliás, o mais importante detalhe que
deve ser esclarecido, Deus.
A percepção que as pessoas têm de Deus é quase que
totalmente contrária à bíblia. Acham que Deus é um ser bonzinho
demais para castigar alguém ou que Ele DEVE recompensar alguém
por suas “boas obras”. Já falamos sobre o porquê nossas obras não
têm valor algum (Is.64:6) para Deus. No ato do evangelismo sempre se
deve lembrar a importância de Deus no processo de conversão e
também de anúncio porque quem transforma toda abundância de
pecado em graça é Ele.
As pessoas sempre vão achar que você só está tentando ser
moralista, ou que está tentando ser melhor que elas, e é por isso que
você deve sempre lembrar de ter amor pelos perdidos e sempre
lembrar de chorar com os que choram (Rm.12:15). Mostrar que Deus
perdoou os seus pecados através de Cristo é a melhor escolha que
você tem a fazer. Lembrando desses 4 aspectos-chave, o Ide irá ser
feito corretamente.
Sacrifício e Renúncia
Uma coisa que sempre deve estar presente na vida de quem
almeja o episcopado ou mesmo o evangelismo é a vida de sacrifício e
renúncia. Cada um de nós precisa mostrar uma vida cheia de amor e
de entrega, pois as pessoas que nos veem hoje acreditam que estamos
fadados a viver regrados a uma vida sem benefícios, mas sabemos que
foi para liberdade que Cristo nos libertou (Gl.5:1). As pessoas pensam
que viver uma vida de renúncia é algo que prive todo e qualquer prazer.
Olhando pela ótica do homem não salvo, é realmente difícil analisar a
vida de renúncia da carne como algo bom.
Parando para analisar a vida dos homens que estão no mundo,
o que parece mais escravidão? Viver se enchendo de bebida alcóolica
ou conseguir dizer não a próxima lata de cerveja ou qualquer outra
bebida desse tipo? É viver procurando um novo par para lhe fazer
companhia na cama ou achar um que valha uma vida inteira? É viver
fugindo da sua dor procurando saciar a sua carne ou finalmente se ver
livre dessa dor que leva a consumir tanto lixo para te fazer pensar que
ela não existe mais?
É só isso? O que o mundo tem que seja melhor que viver de
maneira plena, se a vida com Deus parece tanto uma prisão então
porque ninguém se solta das suas amarras? Se é tão bom viver nos
padrões do mundo, porque então nós temos uma vida mais longânime?
Na pior das hipóteses, viver uma vida de renúncia é mais saudável. O
nosso corpo foi feito para ser morada e templo do Espírito Santo
(1Co.6:19), feito para o adorar, feito para resplandecer sua Glória e
Majestade, como então seria feito isso transformando seu corpo em um
aterro sanitário?
Quando falamos de sacrifício, falamos de matar a carne
finalmente, é quebrar essas amarras que nos prendem a buscar saciar
nossa carne em troca de um momento que tire de nós a solidão, a dor,
coisas que são na verdade, nossa maior arma de aprendizado, se tá
ruim com Deus irmão, imagina sem, não é verdade? Então o que
precisamos renunciar? Será que são o que os nossos olhos veem?
Cuidado, Jesus disse que melhor chegar caolho ou cego no céu do que
com os dois olhos no inferno, então pensa bem.
Jejum, oração, perseverança, são todos frutos do sacrifício, esse
trabalho árduo nos ajuda a lembrar do que nós somos. Sabe o que
tiraria qualquer dor do coração e te ajudaria a passar pelos momentos
difíceis? Deus, é isso que ajudaria, enquanto você pode acabar
lembrando do que te fazia esquecer seus problemas, como as bebidas,
as drogas, a prostituição, por que você não lembra de Deus nessas
horas? Se isso não está acontecendo meu amigo, isso precisa mudar.
Todos os momentos da nossa vida, depois da nossa conversão
passam a ser momentos de renúncia de alguma forma, pois
renunciamos uma vida de pecados para buscar alegria no amor. Isso
não é de maneira nenhuma algo fácil, mas com certeza, é melhor do
que ser escravo do lixo. Pensa bem.
Sabe aquele filho ruim que você era? Trate de mudar isso,
honrar pai e mãe é um dos primordiais atos dos mandamentos.
Primeiro porque conserva os dentes, caso você tenha pais duros,
segundo porque te garante uma vida mais longânime (Êx.20:12). Não
mate, não roube, não engane, não minta, não cometa adultério, não
cobice nada de ninguém, todos esses são mandamentos declarados
por Deus a Moisés, sabemos que Cristo morreu por nós e cumpriu tudo
isso em nosso lugar, mas foi para que se errássemos em algum ponto,
pudéssemos pedir perdão e declarar nossos pecados ao Senhor e
fôssemos perdoados.
Dado o fato do próprio Jesus ter dito que nenhum traço e sequer
da lei mudaria, temos que ter em mente que a lei revela quem nós
somos, porque somo capazes de fazer tudo que ela diz exatamente ao
contrário. Somos capazes de enganar nossos irmãos, somos capazes
de roubar, somos capazes de mentir, de adulterar (e olhe que esse é
ainda mais escamoso, só de olhar para outra pessoa e sentir uma
pontada de desejo já é adultério [Mt.5:27,28]). É justamente por isso
que precisamos renunciar tudo o que somos para melhorar tanto nosso
relacionamento com nosso Deus, como também com nossa sociedade.
Adoração verdadeira
Chegamos á um lugar especial no nosso estudo, adoração.
Antes que você pense que adoração é cantar músicas de batidas
melosas com cantores que amam chorar para fazer você se
compadecer deles pensando, oh coitadinhos, estão chorando,
espera, eu tenho que chorar também, buáááá! Olha, tenha bom
senso, longe de dizer que não sejam sinceros, mas é melhor um
coração sem palavras, do que palavras sem coração (foi mal aí John
Bunyan).
A Adoração é algo que realmente comove a Deus, mas não
dessa maneira, Deus não quer nossas lágrimas provenientes de uma
canção chorosa, e sim de uma oração sincera. Sabe a mulher
samaritana? Ela perguntou pra Jesus onde seria melhor adorar a Deus,
sabe o que ele disse? Isso:
“Mulher, creia no que eu digo: chegará o tempo em que ninguém
vai adorar a Deus, nem nesse monte, nem em Jerusalém. Vocês
samaritanos não sabem o que adoram, mas nós sabemos o que
adoramos porque a salvação vem dos judeus. Mas virá o tempo, e na
verdade já chegou, em que os verdadeiros adoradores, vão adorar o
Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o
adorem. Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo
em espírito e em verdade.”
João
4:21-24
O que torna a adoração aceitável para Deus, é justamente saber
porquê O adorar, adorá-lO em espírito e em verdade implica que
devemos adorar a Ele com todo entendimento e sinceridade, pois
sabemos quem Ele é e o que fez por nós. Acreditar, fé é o ingrediente
principal para adoração em espírito e em verdade, pois é crendo com
fervor que o poder de Deus se manifesta em nós. Podemos entender
isso na demonstração de fé dos discípulos ao tentar tirar um demônio
de um garoto epilético (especulativo), onde tentaram a todo modo tirá-
lo em nome de Jesus e ele não saiu, depois que Jesus o mandou sair,
ele saiu, os discípulos sem entender perguntaram porque havia
acontecido isso, Jesus disse apenas que haviam demônios que só
sairiam com jejum e oração. Tá, mas o que isso tem a ver com
adoração? Você pergunta, e eu digo, TUDO.
Lembra do que já falamos? Temos que viver de renúncia e a
demonstração de fé que manifestamos está nos nossos sacrifícios,
jejum e oração. Se não temos intimidade com Deus através desses
sacrifícios, então não O estamos adorando em espírito e em verdade.
Entendeu agora?
Se pararmos para pensar, deixamos de lado muitas
manifestações de amor adoração tentando prestar a atenção em
nossas dores e dificuldades, e não paramos para pensar que nossas
dores e dificuldades não estariam presentes se tivéssemos intimidade
com Deus. Boa parte de nós chora na doença, na dificuldade, querendo
que Ele nos ajude, mas é só aí que lembramos DEle, e na bonança?
Por que não?
Adoração verdadeira consiste em horar seus sacrifícios e
renunciar seu ego continuamente todos os dias, tendo seus sacrifícios
honrados para só assim ter intimidade com Ele, O adorando tanto em
espírito, nos sacrifícios, como em verdade, na nossa renúncia.
Sei que você deve estar pensando em como isso tudo será
difícil, mas Jesus já havia deixado claro que a coisa ia ser bem tensa e
dramática, mas que nós ficássemos tranquilos porque se ele foi capaz
de aguentar tudo isso sendo homem, nós também seríamos capazes
de aguentar tudo isso, apenas adorando a Deus em espírito e em
verdade (Jo.16:33[grifo meu]).
A relação do Sobrenatural
com a Sociedade
Para uma análise antropológica do caso devemos entender que
desde que o homem se relaciona com o mundo, ele tenta olhar para
toda criação e natureza com uma ótica empírica e sobrenatural. Paulo
foi muito incisivo com relação a isso quando chegou em Atenas, por
exemplo, onde viu altares para toda sorte de deuses e guias espirituais
e onde também viu altares que diziam: “Ao deus desconhecido”
(At.17:16-34). Longe de Deus ser o objeto daquele altar, Paulo foi na
verdade, o evangelista mais criativo da bíblia, ele entendia que os
homens, mesmo não admitindo, queriam que algo sobrenatural fosse
maior do que eles.
Em toda explanação bíblica se percebe que os homens
tentavam se comunicar de alguma forma com outras entidades, no livro
de Gênesis percebe-se passagens em que Deus advertia o povo a não
se relacionar com povos que cultuavam outros deuses, até mesmo um
dos mandamentos é não adorar outros deuses (Êx.20:3). Homens
buscam isso intensamente, de várias maneiras, eles tornam algo seu
próprio Deus, seja a ciência, sejam outras manifestações religiosas,
qualquer coisa toma uma forma sobrenatural na sociedade.
Foi por causa disso que Paulo também disse que os homens
eram completamente indesculpáveis perante a Deus por causa da
manifestação física de todas as coisas, por causa da sua complexidade
e pureza o homem jamais poderia negar a existência de Deus, e eram
ainda mais indesculpáveis por se utilizar dessa verdade para buscar
outros deuses (Rm.1:18-23).
Atentando para isso devemos concluir que o trabalho
evangelístico inicial começa nisso, provar que todas as coisas provêm
de Deus e Sua Glória e justiça. Deus jamais dividiria Sua Glória com
ninguém, nem com outros homens, nem com imagens de madeira ou
qualquer outro material que pudesse ser dobrado pelas mãos do
homem.
Entenda, todos querem entender coisas que de início são
incompreensíveis e transcendentais. O Evangelho diz quem nós
somos, de onde viemos, para onde vamos e explica várias das
transcendencialidades e intranscendencialidades do universo. Vida
após a morte, ética e comportamento e tudo mais que venha carregado
por essa bagagem teleológica.
A relação do sobrenatural com a sociedade é intrínseca e
intimamente ligada com a relação que o homem tem com ele mesmo e
o cosmos, ele busca entender o porquê de certas coisas que ele não
entende e tenta atribuir isso a algo maior do que ele ou que seja mais
complexa do que ele. Nossa missão, o Ide, consiste em explorar essa
particularidade humana e fazer com que ele se relacione com Deus
utilizando essa sua vontade de entender essas complexidades através
daquilo que o Evangelho responde sobre isso tudo.
Devemos nos lembrar daquilo que o Evangelho é, aquilo que
mostra como Deus nos aceita, como a fé funciona do começo ao fim, e
como alguém que antes era filho da desobediência (Cl.3:6), passou a
ser aceito por Deus (Rm.1:17). Ninguém gosta da verdade, porque a
verdade mostra onde você tem errado. A verdade não tem um som
agradável, não tem um gosto bom, na verdade é indigesto, é amargo.
A escuridão das ideias, o cantinho escuro dos nossos corações
esconde nossas maiores podridões e a verdade é a luz que as revela.
Os homens precisam de Deus, mas não irão admitir, eles se
relacionam como sobrenatural de várias formas, mas atribuem ao
sobrenatural somente aquilo que está relacionado com o ocultismo e o
espiritual, mas tudo aquilo que está acima da compreensão do homem
natural, é sobrenatural. Isso é inerente, nativo a nós e está sempre
presente em nosso meio e comunicação com o que vemos, sentimos e
pensamos.
 Em suma, um bom evangelista, apologista, pastor, teólogo,
presbítero, obreiro, capelão, bispo, ou o que quer que você queira ser
ou almejar. Deve estar ciente de que todo nosso meio social está
impregnado de relacionamento sobrenatural que foi criado de alguma
forma, comece por essa brecha e você saberá lidar com essa relação
e explorar melhor a sua própria relação com o evangelho.
Graça e Paz a
todos!