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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
DOCENTE: GIOVANNI PENNER

ATIVIDADE III

BRUNA BARROS
HELENA PINHEIRO
SOFIA PINHEIRO

BELÉM
2018
Identifique três conflitos de uso de recursos hídricos do seu município e os agentes
envolvidos nele. Aponte soluções que poderiam ser implementadas para diminuir o
problema e os respectivos agentes institucionais que necessitam participar desta
solução. Busque englobar as instituições a nível federal, estadual e local se possível.

A região amazônica ostenta grande disponibilidade de recursos hídricos, no


entanto, muitas cidades apresentam sérios problemas referentes ao abastecimento de
água, inclusive a cidade de Belém-PA, que, mesmo sendo uma das principais metrópoles
da Amazônia e possuir grandes rios e inúmeros igarapés no seu entorno, não está excluída
desta realidade. Muitas áreas de Belém não possuem rede de abastecimento de água e/ou
apresentam situação precária.

Observa-se no igarapé Tucunduba um total descaso com preservação ambiental.


A população se instalou na região, provocando impactos ambientais como: erosão,
aumento do escoamento superficial, poluição e contaminação da água. No processo,
houve aterramento com desvio do curso do rio, lançamento de diversos tipos de
sedimentos no curso d’água que provocaram o assoreamento e o aumento do risco de
cheias. A devastação de florestas para a construção de moradias, a partir da década de 60
e o mau uso do solo são um dos muitos problemas que contribuíram para intensificar o
assoreamento, pois suas margens ficaram desprotegidas e resultaram em um aumento da
turbidez do igarapé (MATOS, TARGA, BATISTA, et al, 2009).

Na década de 70 houve grandes transformações no contexto político, econômico


e social em Belém, e foi a época em que a várzea do igarapé se tornou urbanizada,
provocando uma intensa ocupação das planícies, devido à população que migrava para a
capital ou que se deslocava dos setores valorizados da cidade. O igarapé Tucunduba é o
principal contribuinte da bacia que recebe o mesmo nome, com 3.600 metros de extensão,
sendo este curso d'água e seus afluentes os responsáveis pelos alagamentos dos terrenos
localizados nos bairros que compõem a referida bacia.

Todas essas modificações ambientais passadas ainda refletem consequências anos


depois como: assoreamento de trechos do rio, contaminação hídrica, conflitos de uso com
atividades de pesca mesmo com a água contaminada, trechos com navegabilidade
comprometida pelo acúmulo de resíduos e pelo assoreamento, etc.

O igarapé Tucunduba tem sua nascente na Travessa Angustura, 3579 entre as


Avenidas Almirante Barroso e 1º de Dezembro (Bairro do Marco) e seu exutório na
margem direita do Rio Guamá (Bairro do Guamá), em área da Universidade Federal do
Pará, e ao longo de seu percurso recebe dejetos resultantes de atividades antrópicas que
tornam o igarapé bastante poluído a ponto de impedir o seu efetivo aproveitamento para
uso doméstico (SILVA, 2003 in MATOS, TARGA, BATISTA, et al, 2009).

Figura 1- Mapa de delimitação da Bacia Hidrográfica do Tucunduba e localização do Igarapé Tucunduba.

Tucunduba é uma das muitas áreas que compõe a periferia de Belém e que
apresenta um posicionamento logístico significativo por estar muito próxima ao centro da
cidade, das principais vias de circulação da cidade, além de fazer um elo com o interior
do estado, devido seu exutório ser no rio Guamá, onde está instalada a UFPA. Por toda a
extensão do igarapé Tucunduba, desde sua nascente, num dos pontos altos da cidade até
seu exutório, no encontro de suas águas com o rio Guamá é notável o adensamento
populacional de famílias de baixa renda, morando em palafitas, com estivas construídas
pelos próprios moradores, como se fossem ruas o que vem a contribuir para o
assoreamento do curso de água. Há insegurança, risco à saúde e conflitos na região, que
vem se agravando ao longo do tempo. Hoje, essa área é considerada de grande risco,
principalmente, devido ao difícil acesso às ruas dos bairros que compõe o igarapé e por
possuir vários becos de fuga.
É possível se observar no igarapé Tucunduba a completa favelização, como
mostra a Figura 2, transporte de madeira por meio de embarcações pequenas, insegurança,
desmatamento, comércio de carvão, cana de açúcar e açaí nas marginais, de onde seus
resíduos são lançados no corpo hídrico. No igarapé já não se encontra mais mata ciliar,
pois foram construídas casas, donde é possível se observar que os resíduos de todos os
tipos são lançados, diretamente, no igarapé.

Figura 2 - Moradias feitas em cima das margens do rio, as chamadas palafitas.

Figura 3- Lançamento de resíduos (caroços de açaí, restos de madeira, restos de comidas, etc) no
igarapé.
A vegetação densa ou de capoeira alta em 1972, que representa uma área de
3.489.910 m² passa a ser de 658.244 m² em 2006, isto porque parte das terras fazem parte
do bairro universitário, onde a Universidade Federal do Pará é a proprietária e preserva
essa vegetação. A ausência de vegetação arbórea só não é maior, devido a algumas ações
que a UFPA promove, como por exemplo, solicitar, a cada ano, que os ingressantes à
universidade plantem uma muda. Isso vem acontecendo desde a década de 90.
Percorrendo-se a várzea do igarapé Tucunduba até suas margens, é possível se observar
o acúmulo de resíduos sólidos de diversos tipos (Figuras 4 e 5).

Figura 4 – Convívio dos moradores e dos acúmulos de resíduos ao longo do igarapé.


Figura 5- Acúmulo de resíduos em trecho do igarapé.

Observa-se que os conflitos advêm, principalmente, da falta de educação


ambiental da população. Assim, idealiza-se que a solução para esses conflitos seria a
intervenção por parte do governo municipal (Prefeitura, Secretaria de Meio Ambiente)
promovendo palestras e campanhas de conscientização ambiental para a população,
implementação de sistema de outorga visando o monitoramento dessas águas, sistema de
cobrança de uso da água (água bruta e água usada para diluição, transporte e assimilação
de esgotos urbanos e industriais), enquadramento do corpo d’água, zoneamentos, além da
efetiva aplicação das leis ambientais, tanto de âmbito municipal quanto estadual.
É importante também proporcionar à população uma infraestrutura de saneamento
completa (água, esgotamento, drenagem e coleta de resíduos), de modo que não haja
“desculpas” para comportamentos inadequados, como lançamento dos esgotos
domésticos sem tratamento no corpo d’água, lançamento de resíduos de qualquer espécie,
utilização de resíduo coo material de aterro para terrenos à margem do rio.
REFERÊNCIAS

MATOS, F. O.; MOURA, Q. L. de; NASCIMENTO, B. D. C. de; et al. A problemática


do abastecimento de água em uma capital da região amazônica. Universidade Estadual
do Pará. Belém, 2012.
MATOS, F. C. de; TARGA, M. dos S.; BATISTA, G. T.; et al. Impactos ambientais da
ocupação urbana do igarapé Tucunduba. Anais II Seminário de Recursos Hídricos da
Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul: Recuperação de Áreas Degradadas, Serviços
Ambientais e Sustentabilidade. Taubaté, Brasil. 09-11 dezembro 2009. IPABHi, p. 777-
784.
SILVA, Andressa Macêdo e. Gestão de conflitos pelo uso da água em bacias
hidrográficas urbanas. 2003. 151 f. Dissertação (Mestrado)- Universidade Federal do
Pará, Centro Tecnológico, Belém, 2003. Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Civil.

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