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HISTÓRIA E CULTURA Constatação: primado religioso.

Em maior número,
seguido por livros acadêmicos. (97). Amplamente
Texto: CHARTIER, Roger. “Estratégias editoriais e dominante.
leituras populares (1530-1660)” In: Leituras e Leitores Amiens: dois horizontes de leitura → religião e
na França do Antigo Regime. São Paulo: Editora UNESP, profissão. Mercado essencial: livros religiosos. Livros
2004 [1987]. para orientar vida religiosa e educar os filhos.

1ª constatação: Escrito impresso → entre séculos XVI e CONSTATAÇÃO: “A clientela ‘popular’ nos registros não
XVIII já desempenha um papel de primeira importância aparece, portanto, como desejosa de livros específicos,
na circulação dos modelos culturais – se muitos não que seriam impressos para ela”. (99).
podem ler, cultura da maioria é profundamente
penetrada pelo livro (mediações). (91). →Leitores populares constituem apenas uma minoria
do público dos livros, mas livros que possuem não são
Objetivo: analisar difusão e efeito dos livros e leituras. suas leituras próprias. “não existe público popular
Questão da presença do livro e outros impressos mais específico para os livros dos séculos XVI e XVII”. (99)
humildes nas camadas sociais que não pertencem às
elites da fortuna, do poder e da cultura. (92) Perguntas:
1 – Mas, será que a relação popular com o livro pode
Os leitores “populares” limitar-se à posse dele?
2 – Relação com cultura impressa se dá apenas através
Definir “classes populares” → não pertencem a da posse do livro?
nenhuma das três casacas: clérigos, nobres, oficiais,
advogados, homens de letras. CONSTATAÇÃO: “Nos séculos XVI e XVII, certamente
mais que antes, a relação com o escrito não implica
Quem: Camponeses, operários, mestres de ofício, necessariamente uma leitura individual, a leitura não
mercadores. implica necessariamente a posse e a convivência com o
impresso não implica necessariamente o livro”. (100).
Meta: descobrir se estes homens têm familiaridade
com o impresso. Partindo desses pressupostos, Chartier analisará a
atividade editorial.
1º Material utilizado: 4.442 inventários (Amiens) post
mortem (1503-1576). Na cidade, manuseios coletivos do impresso
Leitura em voz alta: oficina e loja, assembleias
Constatações: religiosas (cantos e salmos em voz alta) e confrarias
1 – Somente 887 tinham livros (20%). (93). Mercadores jocosas (gestos festivos).
e artesãos não fazem má figura (37% e 14%). Ou seja,
livro não foi privilégio exclusivo. No campo, as vigílias sem livro
2 – Livros permanecem raros, possuído em números Nas áreas rurais: acesso ao livro em modalidade
pequenos, quando não único. comunitária ou senhorial. Pouca difusão. Jogos, danças
3 – Distribuídos de formas diferentes entre artesãos e e trabalhos feitos em comum, mas não a leitura.
ofícios (Três grupos desfavorecidos – trabalhadores da Tradição oral (contar histórias).
terra, profissionais da alimentação e pedreiros).
4 – Outros artesãos – livros religiosos, mas também O impresso na cidade: imagens e textos
manuais de ofício. Outra relação com o impresso → nas oficinas, igrejas,
confrarias, profundamente integrado à vida comum, o
Compara com Paris (1601-1670): 400 inventários – 187 impresso marca a vida citadina. (107).
com livros. (95) Número ainda menor de artesãos.
Constatação: mercadores e artesãos são compradores Imagens soltas
raros de livros. Imagens com texto, legendas, distribuídas pela cidade
e afixadas nas igrejas, casas, lojas, etc. Estampas
O que compram: “Livros possuídos e comprados” conservadas na Bibliothèque Nationale. (109). Imagem
na prancha solta – dois usos (afixadas, soltas, ou em
livros).

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Imagens políticas são de ampla circulação, brandidas
nas procissões. Imagens satíricas, moralizantes, etc. Clientela urbana: Biblioteca Azul atingiu mercado
O escrito jamais desaparece completamente: ex. urbano. Figura do vendedor ambulante. (123)
imagens de devoção, etc.
Material heterogêneo, cujo conteúdo engloba formas e
Os cartazes expectativas culturais diversas, mas constituído por
Pasquins avulsos, impressos apenas de um lado, folha peças impressas de pequeno formato e pequeno
grande, para ser afixado em paredes. Divulgação. volume, simples brochuras a preços baixos.
“Alimentam a cultura da maioria”, lidos por aqueles
que sabem ler (113). Leituras compartilhadas
Biblioteca Azul não é lida apenas pela “arraia-miúda”.
Conclusão: “Nos séculos XVI e XVII, sob formas Leitura compartilhada por toda uma sociedade, como
diversas, que quase sempre autorizam uma dupla atestam as coleções privadas.
leitura, a do texto e a da imagem, a imprensa difundiu
amplamente um material tipográfico abundante, Almanaque e seus vários usos e leituras (126). Quem
destinado a ser afixado, colado nas paredes das casas e lê: semiletrados, pequenos nobres, negociantes,
das igrejas, dos quartos e das oficinas. É fora de dúvida, burgueses das cidades, etc.
portanto, que, desse modo, ela transformou
profundamente uma cultura até então privada do Estratégias editoriais e cesuras culturais
contato com o escrito”. (113). A circulação de impressos apoia-se fortemente nos
vínculos comunitários tecidos pelos “povinhos” das
Os pasquins cidades. (127). Mas isso não cria uma literatura
Não há muitos livros nos inventários, mas há muitos específica, mas faz que os humildes manuseiem textos
livretos baratos circulando. Mesmos editores de livros que são também a leitura dos dignitários.
são os de pasquins (“baixo custo”). Não há editores
especiais para essa produção mais “popular”. Pasquim Ler conclusão páginas 128 e 129.
é uma atividade entre outras.

Temas: execuções capitais, aparições celestes, feitiços e


possessões, milagres, inundações, tremores de terra.
“Alimenta imaginação citadina”. Pasquins políticos,
satíricos, etc.

Almanaques e pasquins: constituem certamente o


primeiro conjunto de textos impressos sob a forma de
livretos destinados aos leitores mais numerosos e mais
populares, o que não significa que seus compradores
era apenas artesãos e negociantes, ou que suas leituras
fossem unânimes. (116)

Nas origens da Biblioteca Azul


Fórmula de Nicolas Oudot (passou para gerações
futuras).

Fórmula editorial que difundia textos de natureza


muito diferentes: romances medievais, literatura
hagiográfica, certos títulos de literatura erudita em
“edição de bolso”. (118)

Nicolas II Oudot: livros de instrução e de


aprendizagem, livros técnicos, receitas médicas,
coletâneas de astrologia. E depois burlesco.

Meados do século XVII: SEU AUGE.


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