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Switchwords

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LIZ DEAN

Switchwords
Como usar o poder das palavras
para conseguir tudo o que quer

Tradução de
Rita Figueiredo

Pergaminho

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1

Trabalhar com Switchwords


Abrir os caminhos para o sucesso

O subconsciente abriga aquele aspeto do nosso Eu superior


(ou superconsciente) que pode ser encarado como o princípio
orientador que quer o que é melhor para nós nesta vida, atraindo
as lições sábias que precisamos de aprender e inspirando-nos para
agir com amor e não com medo. Quando usamos as Switchwords,
estamos a ligar o nosso subconsciente e o nosso Eu superior para
nos trazerem aquilo de que precisamos genuinamente (e não
aquilo que o ego, expressado através da mente consciente, supõe
que devíamos ter).
A mente subconsciente contém pensamentos, impressões e
crenças de que a mente consciente não sabe. Estas atitudes ocul-
tas têm um efeito poderoso nas nossas vidas, tanto positivo como
negativo, independentemente de sermos bem-sucedidos ou de
fracassarmos, falharmos ou procrastinarmos, corrermos riscos ou
enfrentarmos problemas. A nossa mente subconsciente pode ser
a nossa maior aliada na realização. Responde à energia dos pen-
samentos e sentimentos dentro de nós para atrair influências
externas com a mesma vibração: coisas semelhantes atraem-se.
Esta é a base da manifestação – a crença de que mudamos a nossa
realidade mudando os nossos pensamentos.
Assim, embora digamos a nós mesmos o que gostaríamos de
alcançar, também supomos que a nossa mente subconsciente ouve
essa ordem, compreende-a, acredita nas nossas missões e está
completamente comprometida. As nossas crenças, ações e pala-
vras são coerentes com o objetivo que pretendemos alcançar –

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pelo menos é o que supomos. Pensamos que estamos unidos, uma
união perfeita entre o Eu consciente e subconsciente, preparados
para fazer acontecer o que quer que desejemos.
A experiência, contudo, mostra-nos que esse nem sempre é o
caso, e ficamos frequentemente confusos com o nosso fracasso
em executar uma tarefa ou em fazer uma mudança substancial
nas nossas vidas. Quando a mente subconsciente parece ignorar
ou mesmo sabotar o nosso desejo consciente através da ação ou
da inação, é praticamente impossível criar e manter a nova reali-
dade que desejamos, independentemente de ser ganhar mais
dinheiro ou criar um novo negócio, gerir o tempo, lidar com a
ansiedade e o medo ou quebrar hábitos negativos.
Se precisamos de mais dinheiro, podemos afirmar cons-
cientemente: «Sou rico, vivo com abundância», e repetir isto
diariamente, frequentemente recitando a afirmação enquanto
nos olhamos ao espelho e imaginamos como nos sentiríamos
se fôssemos ricos e bem-sucedidos. Mas e se a nossa crença
profunda estiver em conflito com esta afirmação? E se, em
algum nível, não acreditarmos que merecemos – ou queremos
– dinheiro?

O dinheiro de Liam
Eis um exemplo. Liam perdeu o pai quando tinha 26 anos;
eram muito próximos. A mãe de Liam tinha falecido quando ele
tinha apenas cinco anos e ele estava agora devastado com a morte
do pai. O lucro da venda da casa do pai foi dividido entre ele e o
irmão, Patrick. Liam não era rico – ganhava um ordenado modesto
– e aceitou de bom grado o dinheiro da venda da casa.
Mas depois aconteceu o seguinte: Liam gastou imediata-
mente 35 mil libras em obras na casa. Ele e a mulher, Sarah,
estavam a tentar vender a sua casa há 18 meses num mercado
em baixa e Liam acreditava que as obras ajudariam a vender a
casa. Era muito mais do que precisavam de gastar, mas ele insis-
tiu. Porquê gastar tanto dinheiro numa casa que iam deixar,
perguntou Sarah?

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Uma amiga com quem Liam trabalhava precisou de uma opera-
ção ao coração. Ela teria de esperar oito meses pela cirurgia, até que
Liam lhe ofereceu 9 mil libras para poder fazer a operação passadas
algumas semanas.
Outra amiga tinha uma instituição que apoiava vítimas de cancro
da mama. Ele doou 5 mil libras.
Gastou 10 mil libras num carro melhor, mas vendeu-o ao fim de
três meses. Não gostava da condução.
E então, o dinheiro da herança tinha desaparecido todo. Quando
finalmente venderam a casa, o preço tinha aumentado pouco mais
do que o valor das obras.
Refletindo sobre esse período da sua vida, Liam perguntou-se:
«Como é que podia gastar todo aquele dinheiro comigo? Era o
dinheiro do meu pai… Não me parecia certo.»
Sarah concordou: «Aquele dinheiro parecia-lhe contaminado,
portanto ele não obteve prazer nenhum com ele. Talvez tenha tido
a sensação de que era certo sofrer emocional e financeiramente… e
não beneficiar. Portanto, deu o dinheiro.»

A dor de Liam por causa da perda do pai foi expressada atra-


vés do dinheiro: livrou-se dele o mais depressa que conseguiu,
certificando-se de que não comprava nada com que tivesse de
viver a longo prazo. Um programa financeiro subconsciente
estava a dominá-lo, em vez da mente consciente, que sabia, logi-
camente, que o dinheiro devia ser gasto em primeiro lugar a
ajudá-lo e à sua família (com as doações a virem em segundo
lugar). Foi assim que, conscientemente, ele escolheu gastar a
herança. Mas as suas verdadeiras crenças acerca do significado
da herança foram reveladas através das ações de Liam. Ele tomou
decisões acerca de como o gastar que vinham de fora da sua
consciência imediata.
Então, como é que as ações de Liam passaram à frente da sua
decisão consciente de não gastar o dinheiro como acabou por o
gastar? Uma explicação é que…

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O subconsciente tem um sentido de oportunidade
impecável

Um aspeto do que impulsiona o comportamento subconsciente


é o timing; há uma corrida entre o desejo subconsciente e a reação
consciente. Suponhamos que quer perder o hábito de fazer com-
pras no eBay: as compras e a procura de coisas para comprar
começaram a consumi-lo demasiado; gasta demasiado tempo e
dinheiro, mas ainda assim vai sempre parar ao site depois de um
e-mail que o transfere para o Facebook, que de alguma forma o
lembra de que podia dar só uma espreitadela ao eBay. Não faz
mal nenhum. A sua mente consciente sente que está prestes a
quebrar a sua própria regra, mas o leitor está dominado pelo
entusiasmo da zona de perigo, guiado por aquele velho desejo
subconsciente. Clica e compra (afinal de contas, já está a aconte-
cer, portanto já é tarde demais). A razão por que a mão alcança
o rato antes de a mente consciente ter tempo de intervir eficaz-
mente pode ser explicada pela neurocientista Heather A. Berlin:
«Descobertas recentes de imagiologia, psicofísicas e neuropsico-
lógicas sugerem que os processos inconscientes têm lugar centenas
de milissegundos antes da perceção consciente.» Poderá ser esta
a razão neurológica por que o nosso subconsciente vence, o
motivo por que está sempre um passo à nossa frente? É uma
notícia fantástica se tivermos autodomínio e autoconsciência; o
subconsciente conhecedor e inteligente age antes de nos tornar-
mos demasiado analíticos e faz o que tem a fazer. Mas se estiver-
mos sujeitos a hábitos negativos, que estão profundamente
enraizados no subconsciente, o subconsciente volta a ganhar, e
sabota o nosso objetivo.
O padrão de comportamento subconsciente de Liam também
é esclarecido pela investigação conduzida por vários neurocientis-
tas cognitivos. Os estudos sugerem que a mente consciente só tem
o controlo durante 5 por cento do tempo, ao passo que os pro-
gramas da mente subconsciente influenciam 95 por cento ou mais
das nossas experiências. É uma estatística espantosa; na verdade,

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somos dominados pelos nossos programas subconscientes durante
a maior parte do tempo. E está muito bem se a nossa programa-
ção for positiva, mas se não for – e raramente temos uma progra-
mação dominantemente positiva –, os resultados podem ser o
fracasso e a frustração. Tal como Freud acreditava que somos
guiados pelos nossos padrões subconscientes, o biólogo Bruce
Lipton, no seu livro A Biologia da Crença, comenta:

[…] Não temos a noção de que as nossas mentes subconscientes


estão a tomar as nossas decisões quotidianas. As nossas vidas são
essencialmente uma impressão dos nossos programas subconscien-
tes, comportamentos que foram fundamentalmente adquiridos de
outros (os nossos pais, a nossa família e comunidade) antes dos seis
anos de idade. Como os psicólogos reconhecem, a maioria destes
programas de desenvolvimento são limitativos e castradores.

Uma vez que as Switchwords falam diretamente com o sub-


consciente e trabalhamos com elas com a noção do poder que o
subconsciente tem para dirigir as nossas ações (e para vencer a
nossa mente consciente), podemos transformar o subconsciente
em nosso amigo e não num inimigo que temos de derrotar. A lin-
guagem das Switchwords comunica com a parte de nós que tem
mais influência sobre as nossas ações, decisões e atitudes.

O que o subconsciente aprende durante a noite

Segundo estudos recentes da Universidade Northwestern, em


Chicago, o sono pode ser a chave para reprogramar atitudes incons-
cientes. «Embora a tendência das pessoas para atitudes racistas
ou sexistas tenha diminuído em anos recentes, as tendências
sociais podem ainda assim influenciar o comportamento das
pessoas de uma forma implícita ou inconsciente, independente-
mente das suas intenções ou esforços para evitar tendências»,
dizem Gordon B. Feld e Jan Born no seu relatório «Unlearning

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implicit social biases during sleep». Num estudo, a equipa ana-
lisou as tendências inconscientes relacionadas com sexo e raça.
Apresentaram dois preconceitos: um, de que a ciência tem mais
probabilidades de ser associada a um homem do que a uma
mulher; e o segundo, de que um rosto negro tem mais probabi-
lidades de ser associado a palavras negativas do que um rosto
branco.
Um grupo de 40 homens e mulheres brancos foi exposto a
fotografias de mulheres e a palavras relacionadas com a ciência,
como «matemática», «geometria» ou «física». A investigadora Jes-
sica Creery explica: «Pedimos-lhes que estabelecessem uma asso-
ciação forte entre mulheres e palavras relacionadas com a ciência.
Portanto, sempre que viam uma mulher apresentada com uma
palavra relacionada com ciência, tinham de carregar num botão,
e sempre que carregavam correta e rapidamente nesse botão,
ouviam um som característico.» (Se não carregassem no botão,
não ouviam som nenhum.) Depois, os sujeitos repetiam o estudo,
desta vez com um rosto negro e palavras positivas, ouvindo um
som característico diferente quando carregavam depressa no
botão. Quando os sujeitos estavam a dormir profundamente, um
dos sons (para mulheres/ciência ou rosto negro/bom) passava bai-
xinho, de modo a não perturbar o sono. Quando acordavam,
eram-lhes apresentados ambos os sons e o teste era repetido, e os
resultados mostraram que o preconceito associado ao som que
tinham ouvido enquanto dormiam era menor. Isto levou os inves-
tigadores a deduzirem, nas palavras de Jessica Creery, que «as
associações que aprendemos quando estamos acordados são for-
talecidas enquanto dormimos».
Embora os investigadores digam que é difícil perceber quanto
tempo podem durar os efeitos do treino do sono – devido ao
reforço dos estereótipos por parte dos media, por exemplo –, este
estudo mostra que é possível reprogramar preconceitos sociais
implícitos escondidos na mente subconsciente, e que o sono – um
estado inconsciente – é a chave desta aprendizagem. Os autores
do relatório explicam como isto acontece:

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Durante o sono, as informações recentemente armazenadas no
cérebro podem ser integradas com outras informações e transfor-
madas em representações estáveis através de um processo conhecido
como consolidação ao nível dos sistemas. Pensa-se que os mecanis-
mos desta transformação envolvem a reativação repetida de infor-
mações, especialmente durante o sono, o que conduz à subsequente
melhoria num desempenho da memória pós-sono.

Da mesma forma que o som foi usado para incorporar uma


memória e fortalecer uma associação ao nível inconsciente durante
o sono nesta experiência, acredito que as Switchwords, enquanto
vibrações sonoras que falam com o inconsciente, têm um impacto
semelhante, fortalecendo associações novas e positivas, e redu-
zindo uma tendência para crenças indesejadas. Feld e Born suge-
rem também que «inovadoras manipulações do sono podem ser
adaptadas para ajudar as pessoas a modificarem vários maus hábi-
tos, como fumar, má alimentação, tendência para o pensamento
negativo e egoísmo».
Para dar força às Switchwords ouvindo-as durante o sono, con-
sulte «Incorporar as Switchwords durante o sono», no Capítulo 2.

Reconhecer o autoconflito e lidar com atitudes


de «bloqueio»

Os bloqueios são lógicos. Têm um propósito. Não são neces-


sariamente maus, limitativos ou enfraquecedores. Frequente-
mente, estão lá para nos proteger de uma sensação associada a
uma memória que não queremos revisitar. Quando os bloqueios
deixam de ser apenas bloqueios do passado e passam a ser blo-
queios do futuro, contudo, está na altura de identificar o motivo
por que existem e de libertar os padrões de pensamento que
criam. De um modo geral, os nossos bloqueios estão escondidos
da nossa consciência, na nossa base de dados subconsciente. Uma
vez que o subconsciente dirige uma parte tão grande dos nossos

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comportamentos quotidianos, constatamos frequentemente que
quando queremos fazer mudanças positivas nas nossas vidas nos
deparamos com conflitos interiores. Esta luta é um sinal de que
queremos mudar.

Está em conflito?
Uma vez que a mente subconsciente é poderosa, precisa de
forte motivação para mudar e eliminar velhas crenças. Precisamos
de lhe dar esta motivação numa língua diferente, usando palavras
que nem sempre fazem sentido para a mente consciente. Como
mostra a experiência de Colette que descrevo abaixo (e que pode
ser familiar a muitos dos leitores que querem deixar hábitos
pouco saudáveis), sem o acordo da mente subconsciente com os
nossos planos, os nossos esforços serão pouco produtivos e vamos
ver-nos presos num ciclo de conflito que leva à frustração e até
ao desespero. Significa também que os seus esforços não durarão
muito – é muito desconfortável estar em conflito connosco pró-
prios durante algum tempo, por isso desistimos da dieta, do novo
negócio ou daquele novo emprego, o que nos traz um alívio
temporário desses sentimentos, mas que, em última análise, não
nos aproxima do nosso objetivo.

A história de Colette: Pesar o passado


Colette tinha 10 quilos em excesso e admitia ter sabotado a dieta
ao fim de cerca de duas semanas – justamente quando estava a
começar a parecer e a sentir-se melhor. Ela disse: «Às vezes detesto-
-me muito por o fazer – comer chocolate e desistir de mim –, mas
faço-o na mesma.» Colette era magra na adolescência e no início da
idade adulta. Tinha uma bela figura («eu tinha uma cintura estreita
e peito grande») e, consequentemente, recebia muitas manifestações
de interesse dos homens. Namorou com muitos rapazes e admite
que aos 18 anos já tinha «má reputação. Não tinha feito metade das
coisas sexuais de que era acusada, mas de alguma forma o meu
corpo por si só parecia dizer tudo». Quando conheceu o seu parceiro
de longa data, John, começou a ganhar peso. Depois da primeira

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tentativa de perder peso com um plano alimentar sensato e a longo
prazo, organizou uma noite com as amigas num bar. «O John estava
fora nessa noite e eu estava ansiosa por sair: tinha perdido bastante
peso, tinha comprado roupa nova e entrei no bar com a minha
melhor aparência desde há anos. Subitamente, estavam todos de
olhos postos em mim. E eu estava a adorar… pela primeira vez em
muito tempo, estava a ser alvo da atenção masculina.» Mas ao longo
dos três meses que se seguiram, Colette comeu muito mais e recu-
perou o peso perdido.
«Entendi que a gordura me protegia de uma parte de mim em
que não confiava», explica ela. «Quero estar com o John, mas ser
magra outra vez fez-me lembrar de quando era adolescente…
quando não era boa a recusar avanços.» O aumento de peso de
Colette era lógico. Servia um propósito na vida dela, afastando os
sentimentos de vergonha e culpa, mas aos poucos estava a acabar
com a sua confiança, necessária para controlar o seu peso e a sua
vida.

Ela entoou as Switchwords PERDÃO e RESTAURAR. Colette


está a esforçar-se para gostar mais de si e confiar que vai sentir-se
segura com qualquer peso que escolha ter.

Reconhecer o autoconflito
O leitor sabe que está num conflito consciente/subconsciente
quando diz coisas negativas para si próprio. Há frustração, irrita-
ção e autocrítica, e projeção de tudo isto noutras pessoas que o
fazem sentir-se mal por causa do sucesso que têm. E depois fica
ainda mais irritado consigo próprio por ser negativo em relação
a pessoas que sabe que devia aplaudir, e assim o ciclo continua.
A forma mais simples de olhar para isto é avaliar honestamente se
as suas ações refletem os seus objetivos. Age, compromete-se com
um objetivo e faz o que diz que vai fazer na maioria dos casos?
Um indicador-chave do autoconflito é a procrastinação. Quando
procrastinamos (tornando-nos indecisos ou relutantes em agir) é
provável que estejamos a evitar não apenas a tarefa, mas também

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os sentimentos que temos de encontrar se a fizermos. Se começar-
mos aquele livro, cortarmos a relva, recusarmos aquele trabalho,
isso vai conduzir ao fracasso, ao arrependimento ou mesmo a uma
simples falta de satisfação com que não queremos lidar? A pro-
crastinação protege-nos de sentimentos que não queremos ter, mas
também nos mantém presos. Quanto mais procrastinamos, mais
a experiência da procrastinação (já para não falar das antigas expe-
riências que podem estar a causá-la) se torna estabelecida como
um caminho neural no nosso cérebro. Isto acontece porque as
experiências que vivemos fazem as células do nosso cérebro – os
nossos neurónios – ligarem-se umas às outras e crescerem, ou,
como diz a Lei de Hebb: «Os neurónios que disparam juntos,
ligam-se.» A procrastinação torna-se um hábito, e quanto mais o
fazemos – como acontece com qualquer hábito –, mais familiar se
torna. À medida que esse caminho neural se transforma de estrada
secundária em autoestrada, repleta de pensamentos de evitação, a
procrastinação torna-se uma reação reflexa sempre que nos depa-
ramos com uma decisão a tomar. Inibe a nossa confiança e enche-
-nos de sentimentos de falta de confiança em nós mesmos – não
podemos contar connosco próprios quando mais precisamos.

Experimente isto: Saia do autoconflito e alinhe-se com o seu


objetivo
Aqui estão dois pares de Switchwords para ajudarem a bloquear o
autoconflito: LIBERTAÇÃO-RESISTÊNCIA e UNIDOS-MUDANÇA. Pri-
meiro diga: LIBERTAÇÃO-RESISTÊNCIA. Como se sente? O que está a
acontecer no seu corpo? Suspirou e teve uma sensação de libertação?
Agora declare UNIDOS-MUDANÇA. UNIDOS, a Switchword-mestra,
une a sua mente consciente e subconsciente como uma só.
MUDANÇA afasta aquilo que não quer ou de que não precisa
(incluindo ansiedade, dor e pensamentos negativos – ver a pala-
vra MUDANÇA «Melhor saúde», no Capítulo 3). Experimente
também o teste muscular para descobrir que par ressoa mais
fortemente consigo (ver no Capítulo 2).

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Ver o conflito nos outros – Julie e Lorna
Reconhecemos mais facilmente o conflito nos outros do que em
nós mesmos. Julie estava a planear o seu casamento. Era muito
amiga de Lorna desde a infância e várias vezes tinham falado em
tom de brincadeira do dia em que uma delas se casaria e de como
organizariam a despedida de solteira uma da outra. Lorna era solteira
e Julie, com 32 anos, ia ter o seu casamento.
Lorna ligava a Julie com menos frequência do que o habitual, mas
parecia dizer a coisa certa quando falavam, ainda que de passagem
– o quanto se sentia feliz pela amiga e como o casamento ia ser
maravilhoso. No entanto, sempre que Julie pedia ajuda a Lorna, ou
mesmo quando lhe pedia uma opinião sobre o local onde fazer a
festa, Lorna mudava de assunto. O resultado foi que Lorna não fez
nada para planear a festa e alguns dias antes deu uma desculpa
esfarrapada para não ir. Lorna dizia uma coisa, mas fazia o contrário.
Julie sentiu-se confusa.
Em parte, Lorna estava zangada com Julie por ela se ir casar e
abandoná-la, coisa que as suas técnicas para evitar a situação
demonstravam. A outra parte dela que expressava por palavras era
a parte da aceitação, a parte que queria dar apoio. Lorna estava em
conflito consigo própria, incapaz de conciliar todos os seus senti-
mentos em relação ao casamento da melhor amiga – e notava-se.
Os outros amigos de Julie viam claramente o dilema de Lorna, mas
Lorna não o via. Pensava que tinha enterrado os seus sentimentos
de inveja, mas eles estavam à vista de todos nas suas ações – ou na
sua falta de ação.

Se eu tivesse conhecido Lorna nesta altura, tê-la-ia aconse-


lhado a usar a Switchword-mestra UNIDOS (embora ela estivesse
num tal estado de negação de que o problema era dela que talvez
nem estivesse aberta a abordar um problema que não percebia
como seu). Mas quando conseguimos identificar o conflito em
nós mesmos ou nos outros, mesmo que não consigamos identifi-
car os sentimentos reprimidos que estão por trás, podemos reci-
tar ou pensar a palavra UNIDOS. Recite-a para si ou projete-a

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para a pessoa que precisa dela (escreva o nome da pessoa num
Círculo Energético com a palavra UNIDOS – ver «Círculos Ener-
géticos com Switchwords», no Capítulo 5).
Ao declarar a palavra UNIDOS, descobrirá que se torna mais
consciente dos problemas ocultos que estão a bloquear a sua
felicidade ou realização, e poderá libertá-los.

Como as Switchwords de Kate lhe responderam


Kate não começou a sua prática com as Switchwords apenas com
a Switchword-mestra UNIDOS; estava interessada em atrair mais
riqueza, portanto começou a dizer a frase para atrair dinheiro:
UNIDOS-ENCONTRAR-DIVINO-CONTAR. Ela diz: «Repeti a frase para
mim mesma muitas vezes – de manhã, quando acordava com o velho
medo de ser pobre, e depois enquanto caminhava até à estação de
comboios… e sempre que me lembrava de o fazer durante o dia.
Tinha uma sensação positiva em relação às Switchwords porque
tinha tentado usar a palavra ALCANÇAR no passado e tinha sido
bem-sucedida, encontrando um livro de que precisava para o meu
trabalho como professora.
»Ao fim de duas semanas – e ainda a entoar a frase, a jogar na
lotaria e a verificar os números do sorteio – não havia nada. Eu sabia
que tinha de participar em concursos e de criar formas de o dinheiro
vir até mim, por isso jogava na lotaria, mas sentia que não estava a
chegar a lado nenhum. Ainda me agradava a possibilidade contida
no som das palavras UNIDOS-ENCONTRAR-DIVINO-CONTAR.
»Foi então que tive uma revelação. Percebi que enquanto entoava
a frase, tentava visualizar-me a raspar o terceiro quadrado de uma
raspadinha para ganhar 100 mil libras. Imaginava-me a raspar um
ou dois quadrados, mas nunca o terceiro quadrado vital. Nessa altura
percebi que acreditava que não podia ganhar ou ter muito dinheiro.
Claro que me agradava a ideia de ganhar, mas não acreditava real-
mente que podia acontecer comigo.»
Ela teve esta revelação enquanto entoava as palavras, porque as
Switchwords falam com o subconsciente – o subconsciente de Kate
tinha começado a falar com ela. E a sua programação inconsciente

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e negativa em relação ao dinheiro veio à superfície e para a sua
consciência – para aqueles 5 por cento conscientes do nosso cérebro
que têm a capacidade de canalizar os 95 por cento que estão habi-
tualmente ocultos. É neste momento que tiramos um sentido da
imagem brilhante que vemos numa taça de água ou na superfície
de um lago, quando olhamos para o espelho do nosso Eu e rece-
bemos uma revelação. Nos contos de fadas, é o momento da reve-
lação, do culminar de todas as ações até então: quando a Princesa
entra no quarto do Barba Azul e encontra os cadáveres das suas
mulheres, ou quando a Bela Adormecida acorda ao fim de cem anos
em coma – uma metáfora do despertar para o amor na forma de
um Príncipe.

Como um lapso freudiano, quando uma palavra revela uma


crença ou emoção escondida, Kate teve um «lapso de imagem»:
não consegue ver-se – e com isso refiro-me a visualizar-se – a expe-
rienciar uma vida com dinheiro. Isto explica muitas das suas ações
anteriores (e muitas faltas de ação) em relação ao dinheiro. Em
parte, mostrou-se ambivalente. Não era uma pessoa materialista e
tinha desenvolvido uma atitude negativa em relação ao dinheiro
(embora ainda o quisesse desesperadamente). Nunca parecia ter
dinheiro suficiente com o seu salário de professora, mas tranqui-
lizava-se com o facto de que ao menos tinha a sua integridade. Não
tinha sido corrompida pelo dinheiro e ele não ia dominar a sua
vida. Mas quanto mais tempo passava a viver sozinha na cidade
com o seu rendimento modesto, mais difícil se tornava manter esta
atitude. Então, Kate cedeu e decidiu que precisava de dinheiro (de
muito dinheiro). No entanto, oculto sob as suas afirmações e decla-
rações do que precisava, estava o pensamento de que «Muitas pes-
soas ricas são corruptas e eu não sou assim, portanto não posso ser
rica». Esta atitude protegia-a de um potencial fracasso em alcançar
o seu objetivo. «Suponho que a minha crença central de que a
riqueza é má e de que as pessoas que a têm são más, corruptas ou
de alguma forma indignas era apenas a minha projeção do meu
próprio sentimento de falta de valor.»

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Ao agir, recitando as suas Switchwords, Kate encontrou uma
ferramenta para descobrir esta programação subconsciente nega-
tiva. Agora sabia o que podia estar a bloquear a sua riqueza:
simplesmente não acreditava, num nível profundo, que era sufi-
cientemente boa para a ter.
Expressar um bloqueio pode assinalar o início da recuperação.
Como um vírus informático que infeta a nossa base de dados subcons-
ciente de memórias e crenças, é possível eliminar um bloqueio. Pode
demorar tempo, mas simplesmente reconhecer que o bloqueio existe,
trazer o problema à luz, tirá-lo do canto onde se esconde de vergo-
nha, pode ser um grande passo em frente. Kate começou a ver o
seu bloqueio como o que era: uma crença indesejada, uma inter-
pretação do passado que só servia para a impedir de ter o dinheiro
de que precisava. Afinal de contas, porque haveria de se bloquear?

Lidar com a vergonha

A vergonha é uma barreira poderosa para a verdade. Se uma


experiência for acompanhada de vergonha, é algo que frequen-
temente queremos manter enterrado. O medo de sermos enver-
gonhados pelos outros pode ser um grande motivador para nos
separarmos da parte ferida que precisa de atenção imediata e de
cura, afastando-a o máximo possível dos nossos pensamentos na
esperança de que desapareça ou seja esquecida. Podemos querer
adormecer os sentimentos de vergonha, como o psiquiatra James
Gilligan explica a Jon Ronson no livro de Ronson So You’ve Been
Publicly Shamed: «A nossa linguagem diz-nos isto. Uma das pala-
vras que usamos para uma grande vergonha em inglês é mortifi-
cation, que significa mortificação.»
Apesar dos nossos esforços, estas memórias e experiências
negativas reprimidas permanecem e em algum nível dirigem os
nossos comportamentos e atitudes em relação a nós mesmos;
podemos sofrer de uma autoestima ou autoconfiança mais baixas
do que a nossa aparência sugere.

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Experimente isto: Acalmar a vergonha
VÉNIA-AMOR-RESTAURAR. VÉNIA tira dimensão ao sentimento,
AMOR gera amor-próprio e RESTAURAR traz confiança.

Antes de voltar a experimentar usar as Switchwords para atrair


dinheiro, Kate começou a escolher Switchwords que a fizessem
sentir-se mais capaz, a abordar o problema de não se sentir mere-
cedora de ter dinheiro e do que ele podia trazer-lhe. Escolheu as
palavras ENLEVAR para transformar um contratempo numa
vantagem, CIMA para ganhar confiança e BLUFF para afastar o
medo, fazendo experiências com as combinações UNIDOS-
-CIMA-ENLEVAR e UNIDOS-BLUFF.
A maioria dos nossos bloqueios tem uma componente de
medo, portanto o trabalho com Switchwords que resolvam isso
pode ajudar à manifestação. O uso de Switchwords também pode
produzir mudança, o que pode causar medo. Perder peso, por
exemplo, significa mudar, e muitos de nós, no nosso íntimo, teme-
mos a mudança. Quem é que eu seria sem os meus defeitos e os
meus problemas? Como seria eu se fosse uma versão mais magra
e mais confiante de mim mesmo? Como é que as outras pessoas
lidariam com a minha mudança? Com tudo isto a acontecer
abaixo da superfície, não admira que sintamos medo e resistência.

Experimente isto: Para eliminar o medo


BLUFF ajuda a reduzir e a dispersar o nervosismo, a ansiedade e o
medo; MUDANÇA ajuda-nos a libertarmo-nos de pensamentos
negativos. Use a Switchword-mestra UNIDOS combinada com
BLUFF e MUDANÇA, como UNIDOS-BLUFF ou UNIDOS-MUDANÇA
– isto vai transportá-lo para um estado de «união» quando o medo
o faz sentir-se separado de si mesmo. Adicione SER para a paz de
espírito: UNIDOS-BLUFF-SER, UNIDOS-MUDANÇA-SER. Quando
começar a sentir o medo a desvanecer-se, experimente entoar a
palavra BRILHO para melhorar o seu ânimo. Talvez também queira

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experimentar usar as Switchwords de remédios florais para o Medo
(ver «Switchwords de Remédios Florais para a cura», no Capítulo 5):
CHOUPO, ABRUNHEIRO-DOS-JARDINS, MÍMULO, CASTANHEIRO-
-VERMELHO e ROSA-RUPESTRE. Experimente recitá-las sozinhas ou
combinadas com UNIDOS ou com UNIDOS-DIVINO.

Lembrança rápida
Conheça o poder que o seu subconsciente tem sobre as suas
ações quotidianas. Aceite que precisa de comunicar com esta
parte de si de uma forma diferente da consciente. Pense no seu
subconsciente como um amigo que reage a pedidos genuínos e
que não quer ser ignorado, atropelado ou reprimido; ouça o seu
subconsciente quando ele fala consigo, dizendo-lhe por que
motivo pode estar a bloquear a sua manifestação.

Três perguntas a fazer a si próprio antes de começar

1. Qual é o meu verdadeiro objetivo?


Considere cuidadosamente os seus objetivos antes de começar
a usar as Switchwords. Precisa realmente de dinheiro ou será que
precisa mesmo é de amor e apoio? Precisa realmente de uma
relação neste momento, ou será a autoconfiança mais importante?
Tenha atenção ao que deseja, para que as Switchwords que esco-
lhe expressem o seu verdadeiro objetivo. Isto não é o sonho con-
cretizado que o seu ego deseja – é o objetivo que o impelirá para
a frente e no caminho certo. Quando os seus objetivos são autên-
ticos e quando usa as Switchwords certas, o subconsciente res-
ponde fortemente e o leitor consegue o que deseja. Desta forma,
o uso de Switchwords aborda alguns dos bloqueios à manifestação
tradicional (ver «Porque é que as Switchwords funcionam ao
passo que as afirmações podem falhar», na Introdução).

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Pode pensar que precisa de dinheiro e entoar as palavras para
isso (ENCONTRAR-DIVINO ou CONTAR, por exemplo). Mas
durante a recitação descobre que as suas imagens mentais são mais
acerca do que o dinheiro pode trazer-lhe: liberdade, escolhas,
viagens, reconhecimento, segurança a longo prazo, capacidade
financeira para sustentar outros ou paz de espírito.
Pode acreditar que devia ter uma relação, e por isso entoa as
palavras DIVINO-AMOR-ENCANTO-SER. Entoa-as no duche
durante alguns dias e descobre que não está a visualizar um par-
ceiro romântico, mas antes um animal de estimação que sempre
quis ter e nunca pôde, para criar e dar carinho.
Desta forma, as Switchwords podem ajudar a libertar infor-
mações vitais que retemos acerca de nós mesmos no nosso sub-
consciente. E este pode ser o início de uma viagem, ou de um
ciclo de feedback, em que mudamos as Switchwords que usamos
à medida que vamos recebendo feedback do nosso subconsciente
acerca do que ele precisa. Podemos comparar isto aos medidores
de velocidade nas estradas – estão por baixo dos letreiros que
indicam «A sua velocidade é…» enquanto avançamos na direção
deles (e, de um modo geral, a nossa velocidade é superior aos 50
km/h recomendados, por exemplo). O letreiro dá-nos um feed-
back instantâneo e nós ajustamos a nossa velocidade em confor-
midade. Com as Switchwords acontece o mesmo: quando dizemos
as nossas palavras, podemos descobrir que o nosso subconsciente
nos dá feedback. Pode surgir na forma de uma ideia, de uma
revelação, de uma ação que sentimos o impulso de tomar, de um
acontecimento, uma oferta, e de outra Switchword.

Experimente isto: O ciclo de feedback


Comece por entoar a palavra UNIDOS, a Switchword-mestra,
durante três dias. Tome nota do que sente durante este tempo e
do que recebe. Tente sentir que aspeto da sua vida está a mudar –
o trabalho, as relações, o dinheiro, a saúde, o lar? Concentre aí
a sua atenção e encontre uma Switchword (ver indicações no

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início do Capítulo 3 e o Dicionário de Switchwords no Apêndice II)
para apoiar essa ideia. Se a palavra UNIDOS lhe trouxer impres-
sões e imagens mentais relacionadas com a saúde – por exem-
plo, se tiver consciência de que os seus níveis energéticos estão
em baixo –, experimente entoar a palavra MOVIMENTO durante
o dia ou os dois dias seguintes. Mais uma vez, tome nota do que
sente e daquilo para que se sente atraído. Se descobrir que
depois de entoar a palavra UNIDOS está a receber bom feedback
no trabalho, experimente uma Switchword focada no trabalho,
como ADICIONAR para aumentar o seu sucesso. Mantenha o
ciclo, escolhendo uma nova Switchword sempre que sentir uma
mudança.

Dica: Comece com UNIDOS


Se tiver dúvidas quanto à Switchword de que necessita neste
momento, comece com UNIDOS e veja o que surge, ou com
VOLTA (ver «Trabalho, criatividade e projetos», no Capítulo 3) para
o ajudar a escolher das listas fornecidas neste livro.

2. Posso receber o que peço?


Consegue aceitar um elogio sem dizer «O quê, este trapo velho?
Tenho-o há anos…»? Consegue aceitar um ramo de flores com um
agradecimento genuíno em vez de dizer «Não devias ter-te dado
ao trabalho…»? Há muitos anos, quando viajei para o Nepal,
mesmo antes do fim da viagem, eu queria deixar algumas pequenas
ofertas aos funcionários do hotel. Frequentemente, os viajantes
deixavam roupas e sapatos que não queriam, ou ofertas monetárias
– uma vez que o dinheiro e as roupas eram difíceis de conseguir,
disseram-nos que isso seria apreciado. No entanto, quando emba-
lei as minhas ofertas ao mesmo tempo que fazia as malas para
regressar a casa, um amigo que vivia na cidade onde estávamos
hospedados disse-me que devíamos deixar as ofertas dobradas em

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cima da cama. Não era costume colocar as ofertas pessoalmente
nas mãos dos funcionários nem deixá-las na receção do hotel. Isto
devia-se ao orgulho. Dar pessoalmente seria visto como humi-
lhante para a pessoa que recebia. Embora compreendesse isto, por
egoísmo, eu queria entregar as minhas ofertas. Queria que fossem
recebidas porque me agradava a ideia de poder deixar algo com
valor num lugar que tanto gostara de visitar.
Isto fez-me pensar em como recebemos coisas no Ocidente.
Talvez também haja humilhação implícita na aceitação grata e
incondicional; porque não queremos ser vistos como necessita-
dos, ou pobres, não podemos dizer obrigado sem depreciar a
oferta. No entanto, se não conseguirmos aceitar pequenas ofertas
com graça, estamos potencialmente a bloquear a nossa capacidade
de receber as coisas maiores que desejamos.
Estas pequenas ofertas também são aquelas pequenas coisas
que devíamos apreciar mais nas nossas vidas antes de manifestar-
mos esses grandes desejos. Mostrar gratidão pelo que temos ativa
a Lei da Atração (ver «Como funcionam as Switchwords», na
Introdução) – quanto mais reconhecermos as dádivas de todos os
dias e mais as apreciarmos, mais dádivas o universo nos enviará.
Coisas semelhantes atraem-se. Quanto mais rejeitamos a nossa
experiência do mundo parecendo rejeitar as dádivas e ofertas dos
outros, mais a nossa capacidade de manifestar é cancelada.
Queixas e juízos também são uma forma de rejeição. Isto pode
acontecer a um nível subtil. Podemos não nos ver como chora-
mingões ou críticos, mas pense: quantas vezes neste dia se queixou
(do tempo, do caminho para o trabalho, do tédio, do ruído…)?
Julgou de forma reflexa o comportamento de terceiros? Aquela
pessoa a conduzir devagar à sua frente deve ser um **** (inserir
– ou melhor, não inserir – aqui o insulto da sua escolha). As suas
palavras têm poder, e palavras negativas criam um filtro através
do qual o mundo parece mais negro. A minha amiga Kathy chama
às palavras negativas «não-palavras», ou anti-Switchwords. Estas
são as palavras e frases que cancelam o nosso potencial para a
manifestação; por exemplo, «devia», «não vou», ou «não é»…

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(Ver ou vocalizar «Não», outras palavras negativas e palavras de
«medo», como «pobreza» e «doença», causa a libertação no corpo
das hormonas e neurotransmissores causadores de stresse.) E, quando
a Lei da Atração entra em ação em resposta às suas palavras, a
negatividade causa mais negatividade. Quanto mais projetamos
para fora de nós, mais recebemos.

Experimente isto: Prática da gratidão


Todas as noites, tome nota do que correu bem nesse dia. Anote
pelo menos cinco coisas por que se sente grato – seja o facto de
o caminho para o trabalho ter sido fácil ou de estar a gostar de ler
um romance, ter uma casa confortável ou ter passado o dia de
boa saúde. Mesmo quando sente que o seu dia foi horrível, pro-
cure bem e tente encontrar esses cinco pontos altos. Experimente
fazer isto durante pelo menos uma semana, escrevendo todas as
noites a sua lista de gratidão. Vai descobrir que se torna mais
capaz de aceitar as pequenas alegrias da vida e que atrai de forma
mais poderosa as coisas maiores que deseja. Quando tiver termi-
nado a sua lista, entoe a Switchword OBRIGADO.

3. Posso acreditar e confiar?


Conforme já mencionei na Introdução, não precisa de confiar
cegamente nas Switchwords para elas funcionarem; só precisa de
ser positivo e manter o espírito aberto. Algumas pessoas têm
problemas com a ideia de um universo vivo e ligado por energias,
uma mente universal ou Deus, que é importante para a manifes-
tação com as Switchwords, no entanto, muitas pessoas conseguem
aceitar, em algum nível, que existe um poder maior a operar nas
nossas vidas. Escolha o termo ou expressão que considerar com-
preensível e aceitável (talvez «princípio organizador» ou «ritmo
da natureza»). Se não tiver facilidade em gerar crença ou con-
fiança num poder superior, cultive a confiança e a crença em si
mesmo para conseguir aquilo de que precisa.

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Na outra ponta do espectro estão aqueles que estão tão em sin-
tonia com o conceito da manifestação e da Lei da Atração que se
tornam demasiado apegados ao resultado, constantemente à pro-
cura de sinais de que os seus esforços de manifestação estão a resul-
tar. Quando nos fixamos demasiado nos resultados, normalmente
ficamos presos no nosso ego, em vez de nos deixarmos ser guiados
na direção de soluções e ideias pela nossa intuição. Em qualquer
que seja o ponto da escala da crença em que se encontra, o impor-
tante é invocar toda a crença possível quando diz as suas Switch-
words. Confie que o seu desejo se vai manifestar, e deixe-se ir.
Acredite completamente na palavra e no seu objetivo. Preste
atenção às sensações do seu corpo quando o faz – sinta realmente
a energia do seu desejo. Como afirma o pioneiro das Switch-
words, James T. Mangan, em The Secret of Perfect Living:

Repita as necessidades uma e outra vez; submissão ao seu Eu


superior; queira, queira realmente, o seu objetivo e declare-o com
tanta clareza que seja impossível duvidar. Acredite; selecione o inter-
ruptor adequado e ligue-o como faria com um interruptor elétrico,
sem desperdiçar tempo ou pensamento com o seu significado.

Parte do processo de confiança é libertar-se do seu desejo e


deixar o resultado manifestar-se.
Um amigo meu, Peter, notou que quando usou a Switchword
ALCANÇAR para encontrar uma peça para a sua bicicleta, recitou
a palavra 28 vezes e depois esperou. E adivinhe o que aconteceu?
Nada, porque ele supôs que ela ia simplesmente aparecer – que
cairia de um armário aos seus pés, ou que alguém a encontraria
e lha daria, e que teria uma grande revelação. «Em vez disso,
decidi recitá-la mais uma vez e depois esquecer o assunto durante
algum tempo. Pus água a ferver e depois dei comigo a caminhar
para o monte de tralhas que tinha num armário onde já tinha
vasculhado, e a procurar no meio de alguns objetos que havia no
fundo do armário. E ela estava lá. Suponho que da segunda vez
estava mais relaxado e ela apareceu.»

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O segredo do sucesso de Peter está na sua afirmação «Dei
comigo a…». Ele não se convenceu a fazer nada; deixou-se ir com
a corrente, permitindo-se guiar pelo seu Eu subconsciente.
Lembre-se: Confie que as Switchwords têm um efeito direto
no subconsciente todo-poderoso e que vão trazer-lhe o que deseja
para a sua vida.

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