Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Na verdade, Chomsky elaborou um verdadeiro tratado que deve ser analisado por todos
(jornalistas ou não) os interessados no tema tão em voga nos dias de hoje em função da
importância adquirida pelos meios de comunicação na batalha diária de “fazer cabeças”.
Mas não necessariamente, até porque em outros países existem figuras como Bonner,
que são colocados na função para fazerem exatamente o que fazem, ajudando a
aprofundar o esquema do pensamento único e da infantilização do telespectador.
De qualquer forma, o que diz Chomsky remete a artigo escrito há tempos pelo professor
Laurindo Leal Filho depois de ter participado de uma visita, juntamente com outros
professores universitários, a uma reunião de pauta do Jornal Nacional comandada por
Bonner.
Laurindo informava então que na ocasião Bonner dissera que em pesquisa realizada pela
TV Globo foi identificado o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional.
Constatou-se, segundo Bonner, que “ele tem muita dificuldade para entender notícias
complexas e pouca familiaridade com siglas como o BNDES, por exemplo. Na redação,
o personagem foi apelidado de Homer Simpson, um simpático mas obtuso personagem
dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão do mundo”.
E prossegue o artigo observando que Homer Simpson “é pai de família, adora ficar no
sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja, é preguiçoso e tem o raciocínio lento”.
Para perplexidade dos professores que visitavam a redação de jornalismo da TV Globo,
Bonner passou então a se referir da seguinte forma ao vetar esta ou aquela reportagem:
“essa o Homer não vai entender” e assim sucessivamente.
De lá para cá, o Jornal Nacional praticamente não mudou de estratégia e nem de editor-
chefe. Continua manipulando a informação, como aconteceu recentemente em matéria
sobre o desmatamento na Amazônia, elaborada exatamente para indispor a opinião
pública contra os assentados.