Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Outro fator que inibe o ingresso da criança nos serviços de Educação Infantil é a
visão estereotipada da creche como um lugar de abandono e falta de cuidado,
destinada somente às “crianças carentes”, cujos pais não têm condições
financeiras de mantê-la em casa aos cuidados de uma babá ou de um familiar.
É preciso compreender que a creche é um lugar de aprendizagem, cuidado,
brincadeiras e socialização com outras crianças, e embora não seja uma
obrigação dos pais matricular a criança de 0 a 3 anos na creche, esta deve ser
uma escolha da família e não uma decisão motivada pela falta de vagas ou por
falta de qualidade do serviço. Por outro lado, a lei prevê que é obrigação do
município garantir a vaga em creche sempre que houver a manifestação do
interesse em matricular a criança e o não atendimento deste direito constitui
violação do direito à educação.
A maioria das crenças que atribuem à creche a visão estereotipada de local para
“guardar” as crianças enquanto suas mães trabalham derivam do
desconhecimento da organização espaço-tempo e das funções cuidar-educar que
as creches assumem.
Com esta nova identidade, qual seja de cuidar e educar, a creche já não é mais
concebida como um lugar de guarda para o filho de mães trabalhadoras ou como
substituta delas. As crianças que a frequentam são sujeitos em desenvolvimento
que, independentemente de sua origem socioeconômica, compartilham
experiências em instituições coletivas, em ambientes que precisam ser
organizados, com a supervisão e cuidado de profissionais habilitados a
proporcionar-lhes experiências diversas que favoreçam o seu desenvolvimento
(Rosemberg, 1995).