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Análise e Projeto de Algoritmos

Prof. Eduardo Barrére

eduardo.barrere@ice.ufjf.br
www.barrere.ufjf.br
www.ufjf.br/pgcc
www.dcc.ufjf.br
Solução de recorrências

 Para analisar o consumo de tempo de um algoritmo recursivo é


necessário resolver uma recorrência. Por exemplo,

F(n) = F(n−1) + 3n + 2

 podemos supor, por exemplo, que n = 2,3,4,5,… e F(1) = 1;

 Uma recorrência é satisfeita por muitas funções diferentes, uma para


cada valor inicial; mas todas essas funções são, em geral, do mesmo
"tipo".
 Resolver uma recorrência é encontrar uma "fórmula fechada" que dê
o valor da função diretamente em termos do seu argumento.
(Tipicamente, a fórmula fechada é uma combinação de polinômios,
quocientes de polinômios, logaritmos, exponenciais, etc.)

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Solução de recorrências

 Considere a recorrência: F(n) = F(n−1) + 3n + 2


 Há uma infinidade de funções F que satisfazem a recorrência.
n 1 2 3 4 5 6…
F(n) 1 9 20 34 51 71 …

ou

n 1 2 3 4 5 6…
F(n) 10 18 29 43 60 80 …

 De modo mais geral, é evidente que para cada número i existe uma
(e uma só) função F definida sobre {1,2,3,4,…} que tem valor inicial
F(1) = i e satisfaz a recorrência.

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Solução de recorrências
 Gostaríamos de obter uma fórmula fechada para a recorrência.
 Nosso primeiro "método" consiste em adivinhar e depois verificar por indução.
Para o valor inicial F(1) = 1, a solução da recorrência (F(n) = F(n−1) + 3n + 2) é:

F(n) = 3n²/2 + 7n/2 − 4 .

 Por indução em n:
 Para n = 1 é fácil verificar que a fórmula está correta.
 Agora tome n > 1 e suponha que a fórmula vale com n−1 no lugar
de n. Então:
F(n) = F(n−1) + 3n + 2
= 3(n−1)²/2 + 7(n−1)/2 − 4 + 3n + 2
= (3n² − 6n + 3 + 7n − 7 − 8 + 6n + 4)/2
= (3n² + 7n − 8)/2
= 3n²/2 + 7n/2 − 4

Pista: F(n) poderia ser da forma an²+bn+c e usamos a tabela de valores de F(n)
para calcular a, b e c.)
 Prove que se adotarmos o valor inicial F(1) = i, teremos a fórmula fechada
3n²/2 + 7n/2 + i − 5.
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Solução de recorrências
 Considere a recorrência:

F(n) = F(n/2) + 3

 Não faz sentido tomar n no conjunto {2,3,4,5,…} pois n/2 não


pertence a esse conjunto quando n é ímpar. Também não
faz sentido tomar n no conjunto {2,4,6,8,…} pois (n/2)/2 não
pertence a esse conjunto quando n/2 é ímpar.
 A recorrência faz sentido, entretanto, se n pertence ao
conjunto {21, 22, 23, 24, … } das potências inteiras
de 2. Nesse caso, podemos reescrever a recorrência assim:

F(2k) = F(2k−1) + 3

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Solução de recorrências
F(2k) = F(2k−1) + 3

 para k = 1,2,3,4,… Há muitas funções F definidas sobre as potências


inteiras de 2 que satisfazem essa recorrência. Para cada número i, há
uma (e uma só) função F que satisfaz a recorrência e tem valor inicial
F(20) = i. Se i = 5, por exemplo, teremos:
n 1 2 4 8 16 …
F(n) 5 8 11 14 17 …

 Para obter uma fórmula fechada, podemos "desenrolar" a recorrência:

F(2k) = F(2k−1) + 3
= F(2k−2) + 3×2
= F(2k−3) + 3×3
= F(2k−k) + 3xk
= F(20) + 3xk
= 5 + 3k
Como k = lg n, temos: F(n) = 5 + 3 lg n
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Solução de recorrências

 Suponha que F é uma função definida no conjunto {20, 21, 22, 23, …}
sobre a qual sabemos apenas que:

F(1) = 1 e

F(n) = 2 F(n/2) + 7n + 2, para n = 21, 22, 23, 24, etc.

 Vamos tentar obter uma fórmula fechada para F.


 É útil começar calculando os valores de F(n) para valores pequenos
de n:

n 1 2 4 8 16 …
F(n) 1 18 66 190 494 …

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Solução de recorrências
F(1) = 1 e
F(n) = 2 F(n/2) + 7n + 2, para n = 21, 22, 23, 24, etc.
n 1 2 4 8 16 …
F(n) 1 18 66 190 494 …

 Para encontrar uma fórmula fechada, escrevendo 2k no lugar de n:


F(n) = F(2k)
= 2F(2k−1) + 7×2k + 2 (2 F(n/2) + 7n + 2)
= 2 (2F(2k−2) + 7×2k−1 + 2) + 7×2k + 2
= 4F(2k−2) + 14×2k + 6
= 4 (2F(2k−3) + 7×2k−2 + 2) + 14×2k + 6
= 8F(2k−3) + 21×2k + 14
= 23F(2k−3) + 7×3×2k + 2×23 − 2
= 2kF(2k−k) + 7k2k + 2×2k − 2 (trocando o 3 por k)
= 2kF(1) + 7k2k + 2×2k − 2
= 2k + 7k2k + 2×2k − 2
= 7k2k + 3×2k − 2 .
Como k = lg n, a fórmula fechada pode ser reescrita assim:
F(n) = 7n lg n + 3n − 2

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Solução de recorrências
 Seja T uma função definida no conjunto {1, 2, 3, 4, 5, …} sobre a qual sei
apenas que:

T(1) = 1 e
T(n) = 2 T(piso(n/2)) + 7n + 2 para n = 2, 3, 4, 5, …

 Eis os valores da função para valores pequenos de n:

n 1 2 3 4 5…
T(n) 1 18 25 66 73 …

 Uma fórmula fechada exata para T é provavelmente muito


complicada. Por isso, ficaremos satisfeitos com uma boa cota superior.
 O exemplo anterior sugere que T(n) fica abaixo de um múltiplo de n lg n.
Para verificar essa suspeita, vamos mostrar que, para todo natural n ≥ 2,

T(n) ≤ 10 n lg n

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Solução de recorrências
T(n) = 2 T(piso(n/2)) + 7n + 2 T(n) ≤ 10 n lg n
 Prova, por indução em n:
 Se n = 2, a desigualdade está satisfeita pois o lado esquerdo vale 18 e o lado
direito vale 20.
 Se n = 3, a desigualdade está satisfeita pois o lado esquerdo vale 25 e o lado
direito vale mais que 30.
 Agora tome n > 3 e suponha, como hipótese de indução, que a desigualdade
vale se trocarmos n por piso(n/2) (note que piso(n/2) ≥ 2). Então:
T(n) = 2T(piso(n/2) + 7n + 2
≤ 2(10 piso(n/2) lg(piso(n/2)) + 7n + 2
≤ 20(n/2) lg(n/2) + 7n + 2
= 10n (lg n − lg 2) + 7n + 2
= 10n lg n − 10n + 7n + 2
= 10n lg n − 3n + 2
≤ 10n lg n .
 Podemos resumir a cota dizendo que T(n) está em Ο(n lg n).

Ordem O de uma recorrência


 Considerações análogas valem para cotas inferiores (ordem Ω) de soluções de
recorrências.

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Teorema Mestre
 Muitas das recorrências que ocorrem na análise de algoritmos de
divisão e conquista têm a forma:
F(n) = a F(n/2) + cnk (*)
 O seguinte "teorema mestre" dá a solução (em termos
assintóticos) de todas essas recorrências.
 Teorema: Sejam a um número natural não nulo, k um número
natural, e c um número real positivo. Seja F uma função que leva
números naturais em números reais positivos e satisfaz a
recorrência (*) para n = 21, 22, 23, … Suponha que F é
assintoticamente não decrescente, ou seja, que existe n1 tal que
F(n) ≤ F(n+1) para todo n ≥ n1. Nessas condições,

 se lg a > k então F está em Θ(nlg a) ,


 se lg a = k então F está em Θ(nk lg n) ,
 se lg a < k então F está em Θ(nk) .
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Teorema Mestre
 Exemplo: Seja c um número real positivo e F uma
função que leva números naturais em números reais
positivos. Suponha que:

F(n) = 1F(piso(n/2)) + 2 F(teto(n/2)) + cn para todo n ≥ 2.


(algoritmo de Karatsuba e Ofman: multiplicar dois
números naturais )

 Nessas condições, F é não decrescente e portanto o


teorema garante que F está em Θ(nlg 3).

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Teorema Mestre
Generalização
 O "teorema mestre" pode ser generalizado em:
F(n) = a F(n/b) + cnk . (**)

 Teorema generalizado: Sejam a ≥ 1, b ≥ 2, k ≥ 0 e n0 ≥ 1 números


naturais e seja c > 0 um número real. Seja F é uma função que leva
números naturais em números reais positivos e satisfaz a
recorrência (**) para n = n0b1, n0b2, n0b3, … Suponha ainda que F é
assintoticamente não decrescente. Nessas condições,

 se lg a / lg b > k então F está em Θ(nlg a / lg b) ,


 se lg a / lg b = k então F está em Θ(nk lg n) ,
 se lg a / lg b < k então F está em Θ(nk) .

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Exemplo de recursividade
 No caso da recursividade, depende da quantidade de
iterações que se pode chegar
 Ex.: se eu quiser saber os N primeiros termos de um
fatorial, a complexidade é N

Function Fatorial (N: Integer): Integer;


Begin
If n=0 then Fatorial := 1
Else
Fatorial := N + Fatorial (N-1)
End;

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Exemplo de recursividade

Fatorial
O(n) = 1, se n = 0
= O(n-1) + 1, se n > 1

mas quanto é O(n-1) ?

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Exemplo de recursividade

= (O(n-1)) + 1
= (O(n-2) + 1) + 1
= O(n-2) + 2
= (O(n-3) + 1) + 2
= O(n-3) + 3
.....
 forma geral, O(n) = O(n-k) + k, 1  k  n
 Como k é o número do fatorial, fazendo n = k,
reduzimos a O(n) = n

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Casos: Cota superior ou limite superior (upper
bound)
 Seja dado um problema, por exemplo, multiplicação de duas matrizes
quadradas n x n.
 Conhecemos um algoritmo para resolver este problema (pelo método
trivial) de complexidade O(n3).
 Sabemos assim que a complexidade deste problema não deve superar
O(n3), uma vez que existe um algoritmo que o resolve com esta
complexidade.
 Uma cota superior ou limite superior (upper bound) deste problema é
O(n3).

O(n3)

 A cota superior de um problema pode mudar se alguém descobrir um


outro algoritmo melhor.

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Cota superior (upper bound)

 O Algoritmo de Strassen reduziu a complexidade para O(nlog 7). Assim


a cota superior do problema de multiplicação de matrizes passou a
ser O(nlog 7).

O(nlog 7) O(n3)

 Coppersmith e Winograd melhoraram ainda para O(n2.376).

O(n2.376) O(nlog 7) O(n3)

 Note que a cota superior de um problema depende do algoritmo.


Pode diminuir quando aparece um algoritmo melhor.

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Cota superior: Analogia com record
 A cota superior para resolver um problema é análoga ao record mundial
de uma modalidade de atletismo. Ele é estabelecido pelo melhor atleta
(algoritmo) do momento. Assim como o record mundial, a cota superior
pode ser melhorada por um algoritmo (atleta) mais veloz.

“Cota superior” da corrida de 100 metros rasos:

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Caso: Seqüência de Fibonacci

 Para projetar um algoritmo eficiente, é fundamental


preocupar-se com a sua complexidade. Como exemplo:
considere a seqüência de Fibonacci.
0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, ...

 A seqüência pode ser definida recursivamente:


0 if n = 0
Fn = 1 if n = 1
Fn-1 + Fn-2 if n > 1

 Dado o valor de n, queremos obter o n-ésimo elemento


da seqüência.
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Fibonacci: Algoritmo 1: função fibo1(n)
Seja a função fibo1(n) que calcula o n-ésimo elemento da seqüência de Fibonacci.
 Input: Valor de n
 Output: O n-ésimo elemento da seqüência de Fibonacci

Function fibo1(n)
1: if n = 0 then
2: return 0
3: else
4: if n = 1 then
5: return 1
6: else
7: return fibo1(n - 1) + fibo1(n - 2)
8: end if
9: end if

 Experimente rodar este algoritmo para n = 100


 A complexidade é O(2n).
 (Mesmo se uma operação levasse um picosegundo, 2100 operações levariam
tempo “pra caramba” !!!!)

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Fibonacci: Algoritmo 2: função fibo2(n)
Function fibo2(n)
1: if n = 0 then
2: return 0
3: else
4: if n = 1 then
5: return 1
6: else
A complexidade agora passou
7: penultimo = 0
de O(2n) para O(n).
8: ultimo = 1
9: for i = 2 until n do
10: atual = penultimo + ultimo
Desafio: fazer em O(log n)
11: penultimo = ultimo
12: ultimo = atual
13: end for
14: return atual
15: end if
16: end if
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Cota inferior (lower bound)

 As vezes é possível demonstrar que, para um dado


problema, qualquer que seja o algoritmo a ser usado, o
problema requer pelo menos um certo número de
operações.

 Essa complexidade é chamada cota inferior (lower bound)


do problema.

 Note que a cota inferior depende do problema mas não do


particular algoritmo.

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Cota inferior para multiplicação de matrizes

 Para o problema de multiplicação de matrizes


quadradas n x n, apenas para ler os elementos das
duas matrizes de entrada ou para produzir os
elementos da matriz produto leva tempo O(n2). Assim
uma cota inferior trivial é (n2).

 Na analogia anterior, uma cota inferior de uma


modalidade de atletismo não dependeria mais do atleta.
Seria algum tempo mínimo que a modalidade exige,
qualquer que seja o atleta. Uma cota inferior trivial para
os 100 metros rasos seria o tempo que a velocidade da
luz leva para percorrer 100 metros no vácuo.
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Meta: aproximando as duas cotas

 Se um algoritmo tem uma complexidade que é igual à cota


inferior do problema, então ele é assintoticamente ótimo.
 O algoritmo de Coppersmith e Winograd é de O(n2.376) mas a
cota inferior (conhecida até hoje) é de Ω(n2).
 Portanto não podemos dizer que ele é ótimo.
 Pode ser que esta cota superior possa ainda ser melhorada.
Pode também ser que a cota inferior de Ω(n2) possa ser
melhorada (isto é “aumentada”). Para muitos problemas
interessantes, pesquisadores dedicam seu tempo tentando
encurtar o intervalo (“gap”) até encostar as duas cotas.

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