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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

CATIA PEREIRA DA ROSA VIZENTIN, RU 1824835


GLAUCIA MARIA PASQUALI SLONGO, RU 1928293

PORTFÓLIO
UTA GESTÃO ESCOLAR
MÓDULO A – FASE I

PASSO FUNDO
2018

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A LEI DA INCLUSÃO NO CONTEXTO EDUCATIVO

A Lei 13.146, de 06 de julho de 2015, denominada Lei Brasileira de


Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência),
assegura direitos para as pessoas portadoras de necessidades especiais, em
diversos aspectos da vida social. No que diz respeito à educação, assegurou a
oferta de sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de
ensino “de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus
talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas
características, interesses e necessidades de aprendizagem” (BRASIL, 2015,
art. 27, p. 6).
Com isso, estabeleceu a adoção de um projeto pedagógico que
institucionalize o atendimento educacional especializado, com fornecimento de
profissionais de apoio. Constituem-se em espaços físicos nas escolas públicas,
que possuem mobiliário e matérias didáticos e pedagógicos, recursos de
acessibilidade e equipamentos específicos para atendimento dos alunos
específicos Educação Especial.
De acordo com a Lei da Inclusão, para que o direito a uma educação de
qualidade seja assegurado, se mostra necessário um esforço de atuação
conjunta, entre estado, família, comunidade escolar e sociedade, em prol da
inserção desses indivíduos portadores de necessidades especiais no contexto
social e educativo.
Diante disso, realizou-se a visita a Escola Municipal de Ensino
Fundamental Ricardo Durigon, localizada no município de Ibiaçá, para conversar
com os responsáveis e observar como vem sendo vivenciada a lei. Para tanto,
conversamos com professores atuantes nas salas de aula regulares, com a
professora da sala de Atendimento Educacional Especializado, juntamente com
a Equipe de Apoio da escola, composta pela Psicopedagoga e Psicóloga.
De acordo com os relatos existem dois casos de alunos inclusos na
escola, sendo uma jovem com Síndrome de Down e outra com Deficiência
Auditiva. Ambas estudam na mesma turma. São alunas da escola desde os anos
iniciais e no momento atual são alunas do 7º ano.

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De acordo com os profissionais, procurou-se formar uma turma com um
número menor de alunos, tentando manter dentro do possível os mesmos alunos
na turma desde o início da escolarização, para que se criassem vínculos de
amizade e segurança para as meninas. Essa medida foi adotada também para
auxiliar na comunicação entre os colegas, que acabaram aprendendo muitos
sinais de libras facilitando a comunicação com a aluna que possui deficiência
auditiva. Além disso, a turma possui uma monitora que dá suporte para os
professores e auxilia as duas alunas em suas necessidades.
A aluna que possui deficiência auditiva ingressou nos anos iniciais, a
professora alfabetizadora chegou a cursar libras para poder ajudá-la em seu
trabalho, atuando com essa aluna por três anos (1º, 2º e 3º anos). Na transição
do ensino fundamental I, para o ensino fundamental II, a escola procurou fazer
formações com os professores voltadas a essa temática para auxiliá-los no seu
trabalho com as alunas.
Nos foi relatado que a família da menina com Síndrome de Down, tem
grande resistência em levá-la para o atendimento, sendo que esta frequenta
muito pouco. Neste ano, essa aluna passou por problemas de saúde, o que
dificultou ainda mais a frequência no atendimento.
Também foi exposto que outras atividades são oferecidas pela escola
para essa aluna, em turno inverso, como aulas de música, reforço, dança, karatê,
com o intuito de ajudar a estimular e desenvolver positivamente na
aprendizagem de novas habilidades e competências. Entretanto, a aluna inicia
as atividades, mas não persiste em virtude do pouco interesse da família, o que
desmotiva até a própria escola.
Já a aluna com deficiência auditiva demonstra interesse e motivação para
participar das atividades. Porém, nesse caso, alguns problemas ocorrem no que
diz respeito à colaboração da família, que muitas vezes cobra seus direitos, mas
não colabora em seu papel.
Desde o início de sua escolarização a escola incentivou a aluna e a mãe
no aprendizado de libras, sendo que chegaram a iniciar os estudos, juntamente
com a professora alfabetizadora, porém desistiram do curso. A aluna foi
encaminhada para a APAS (Associação de pais e amigos surdos) para que

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aprendesse libras, sendo disponibilizado o transporte pelo poder público. A única
tarefa da família seria levar e acompanhar a aluna, mas a menina frequentou
algumas vezes e logo a família desistiu de prosseguir com o atendimento.
A mãe exige um tradutor de libras em sala de aula, e a lei dá esse suporte,
porém, se a aluna não souber libras, será inútil a presença de um tradutor.
Porém, conseguir esse profissional é difícil principalmente pela escola estar
localizada em um município pequeno. Além disso, a escola e o poder público
teriam dificuldades para dispor de recursos que viabilizassem a contratação e
manutenção desse profissional.
A professora do AEE nos conta que a aluna é muito inteligente e que ela
tenta realizar um trabalho de apoio, ensinando de acordo com o que ela
consegue aprender. Também procura dialogar com os professores para discutir
e pensar formas do trabalho em sala de aula que possam facilitar sua
aprendizagem.
Quanto aos professores, estes nos relataram que tentam fazer um
trabalho diferenciado, que respeite as especificidades de cada um. Sentem-se
perdidos e frustrados ao ver que muitas vezes acabam não conseguindo avançar
com as duas estudantes e chegam a pensar que até o restante da turma fica
prejudicada. Todavia, julgam importante a lei da inclusão, mas se sentem
despreparados para obter sucesso em seu trabalho, necessitando maior suporte
e alternativas para realizar um trabalho mais eficaz.
Sendo assim, a partir dos relatos e do estudo da lei, observou-se a
importância de respeitar os sujeitos portadores de necessidades especiais
dentro de todos os pressupostos que a lei oferta, assegurando tudo aquilo que
diz respeito ao incentivo, a organização, a adoção de práticas pedagógicas e
educativas permitindo a igualdade de condições para que, dentro de seus limites,
consigam aprender.
Entretanto, percebe-se que na prática falta investimento em políticas
públicas que deem suporte para a escola, formação, materiais e espaços
adequados para a prática dos professores e profissionais de apoio. Há
necessidade de apoio também as famílias e a colaboração destas para inclusão
dos alunos.

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Pensando nas dificuldades para aplicar a lei, é possível constatar que
essa sugere muitos deveres e direitos para assegurar a qualidade, acesso e
permanência desses alunos na escola. Porém, não é dever apenas da escola,
pois nesses casos o Estado, a família, a sociedade e comunidade, deveriam
caminhar juntos, para que em um esforço conjunto, a lei não ficasse apenas no
papel.
Além disso, evidencia-se a necessidade de haver um maior suporte aos
professores e profissionais que trabalham com turmas e alunos inclusos,
condições de trabalho mais adequadas, maior preparo didático/pedagógico e
reflexão sobre as formas de organizar o trabalho educativo com esses alunos.
Muitas vezes, tais limitações provem dos cursos de graduação que não
preparam os professores para enfrentar esses desafios. Assim, somente quando
se vive esta realidade é que se tenta buscar alternativas, nem sempre
pertinentes, nem sempre condizentes e que realmente sejam as melhores
estratégias para a qualidade de ensino de todos.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de


Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Diário oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 2015.

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