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HANNA PHILIPE DE BARROS HAYAR

SEMINÁRIO – OPTATIVA CRIMES ECONOMICOS

1) Em caso de valores obtidos por meio de crime, porem devidamente declarados perante a
receita federal, há crime de lavagem de dinheiro ?

No Brasil, a expressão utilizada para definir o processo em virtude do qual os bens de origem
ilícita são integrados ao sistema econômico legal com aparência de haverem sido obtidos de
forma lícita é Lavagem de Dinheiro. A palavra lavar vem do latim lavare, e significa expurgar,
purificar, reabilitar, daí a ideia de tornar lícito o dinheiro advindo de atividades ilegais e reinseri-
lo no mercado como se lícito fosse.

A lavagem caracteriza-se, portanto, por todos os atos que tenham como objetivo encobrir a
origem ilícita dos bens, ou seja, um “método destinado a escamotear os valores adquiridos pelo
empreendimento de determinadas atividades criminosas, com o escopo de viabilizar a real
utilização destes proventos.

No conceito de Baltazar Junior, a lavagem de dinheiro é caracterizada pela

desvinculação ou afastamento do dinheiro da sua origem ilícita para que possa ser aproveitado.
O que fundamentou a criação desse tipo penal é que o sujeito que comete esse tipo de crime,
que se traduz num proveito econômico, tem que disfarçar a origem desse dinheiro, ou seja,
desvincular o dinheiro da sua origem criminosa e conferir-lhe uma aparência lícita a fim de poder
aproveitar os ganhos ilícitos, considerado que o móvel de tais crimes é justamente a acumulação
material.

Assim, estando presente os elementos do tipo do crime de lavagem de dinheiro é possível que
se configure o crime de lavagem de dinheiro mesmo que os valores tenham sido declarados pela
receita federal, tendo em vista que o criminoso pode obter as quantias de forma ilícita, depois
“lavar” este dinheiro e por final declará-lo como se lícito fosse.

2) Se tratando da fase de “colocação” na lavagem de dinheiro descreva quais seriam as


melhores medidas de segurança que o agente ou operador financeiro pode tomar para
resguardar suas atividades.

A fase de colocação ou ocultação é a fase inicial da lavagem, momento em que os criminosos


pretendem fazer desaparecer as grandes somas que suas atividades ilegais geraram, separando
os ativos da ilegalidade. Durante a colocação os delinquentes estão mais vulneráveis, eis que as
autoridades estão focadas nesse movimento financeiro inicial, quando muito dinheiro é
convertido, facilitando a descoberta.65

Nesta primeira instância quatro são os principais canais de vazão aos capitais: instituições
financeiras tradicionais, instituições financeiras não tradicionais, inserção nos movimentos
financeiros diários e outras atividades que transferirão o dinheiro, além das fronteiras nacionais.

As instituições financeiras tradicionais (bancos, empresas de crédito) representam o caminho


natural e mais conhecido para transferência de dinheiro, e por esse motivo são os mais
fiscalizados. Uma vez que as próprias instituições temem ser um instrumento de lavadores, elas
passam a adotar as medidas cabíveis a fim de prevenir administrativamente a ocorrência destes
casos, eis que correm o risco de, caso deflagrada alguma investigação dos órgãos de controle,
perderem credibilidade no mercado ou sofrerem alguma sanção.

As instituições financeira devem adotar uma verdadeira estrutura de compliance, adotando uma
política de contenção de riscos fundada em três principais grupos de risco: o país, o cliente e a
operação. No que tange ao risco do país, percebe-se que deve ser averiguado de acordo com
listas e avaliações de órgãos confiáveis, tais como a Organização das Nações Unidas e o
FATF/GAFI, avaliando se a nação está cumprindo as determinações da comunidade internacional
ou se trata de uma financiadora do terrorismo ou colaboradora dos lavadores de dinheiro.
Quanto aos riscos relacionados ao cliente, refere características de clientes geralmente
envolvidos em atividades ilegais, tais como clientes que trabalham com muitos depósitos em
dinheiro, muitas vezes em pequenas quantidades (técnica de fracionamento. Quanto ao terceiro
grande risco, o dos serviços prestados, a maior preocupação está centrada nos chamados
correspondentes bancários.

Neste sentido, há duas questõ es essenciais – imprescindi ́veis – para que sejam tomadas as
providências para a detecção e o combate a condutas de lavagem de dinheiro. São elas:
“suspeita” e “comunicação”. Os agentes financeiros devem olhar atentamente as operações e
exercitar as suas suspeitas sobre as operações realizadas. Devem desenvolver habilidades para
detectar formas e condutas que fujam à s regras, ao comum, ao trivial e comunicá-las à s
autoridades competentes

Assim, os bancos têm que participar ativamente no controle das operações financeiras, vigiando
rigidamente valores e investimentos suspeitos e assumindo de uma vez por todas a
responsabilidade de, após devida análise, não se abster de comunicá-los às Autoridades
Competentes. Nenhum sistema de controle de lavagem de dinheiro pode ser eficiente sem a
cooperação intensa dos bancos.

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