Está en la página 1de 5

FEELT/UFU - Circuitos Elétricos I – Capítulo II 36

POTÊNCIAS EM CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA


A figura mostra uma fonte de tensão CA alimentando uma carga de caráter indutivo.

Circuito monofásico alimentando uma carga indutiva

Suponha que a tensão e a corrente sejam senoidais e expressas por:


v = Vmax senωt = 2 V senωt (1)
i = I max sen(ωt − φ) = 2 I sen(ωt − φ) (2)

sendo que Vmax e Imax, V e I, representam, respectivamente, os valores máximos e


eficazes (ou rms) da tensão e corrente, e φ representa o ângulo de atraso da corrente em
relação a tensão ou ângulo do fator de potência da carga.

A potência (p) transmitida à carga é obtida do produto das expressões de v e i, isto é:


p = vi (Unidade: watts ou W) (3)

Substituindo (1) e (2) em (3):


p = Vmax I max senωt sen (ωt − φ) = 2V I senωt sen (ωt − φ)

p=
Vmax I max
[cos φ − cos(2ωt − φ)] = V I [cos φ − cos(2ωt − φ)]
2

Trabalhando apenas com os valores eficazes, obtém-se 2 termos no segundo membro:


p = V I cos φ − VI cos( 2ωt − φ) (4)

Assim, observa-se que a potência (p) resultante pulsa ou oscila em torno da potência
média V I cos φ do primeiro termo (que é invariável com o tempo) na freqüência angular
dupla (2ω) do segundo termo, conforme mostra a curva tracejada da figura (a) abaixo.

Nota-se também, pela mesma figura, que esta potência (p) fica negativa em certos
intervalos de tempo, indicando, nestes casos, que a energia flui no sentido oposto ao da
corrente do circuito da figura acima.

Desenvolvendo o termo em coseno da equação (4), a equação de (p) é reescrita,


identificando-se dois componentes (I e II) no segundo membro, conforme a equação (5).
p = V I cos φ (1 − cos 2ωt ) − V I senφ sen 2ωt (5)
< − − Componente I − − > < − Componente II− >

O componente I de p pulsa ou oscila com freqüência 2ω em torno do mesmo valor médio


V I cos φ , porém nunca fica negativo. O componente II de p também pulsa com freqüência
2ω, porém tem valor médio sempre nulo, ficando ora positivo, ora negativo, e valor

36
FEELT/UFU - Circuitos Elétricos I – Capítulo II 37
máximo V Isenφ . Na figura (b) abaixo são mostrados os gráficos da potência ativa p e dos
componentes I e II de p.

Curvas de tensão, corrente e potências do circuito monofásico da figura acima

Definindo, então, a potência ativa ou real (P) como o valor médio da componente I de p
(ver figura 1.4), e a potência reativa (Q) como o valor máximo da componente II de p (ver
figura 1.4), obtém-se:
P = V I cos φ (6)
Q = V I senφ (7)

Substituindo (6) e (7) em (5), obtém-se:


p = P (1 − cos 2ωt ) − Q sen 2ωt (8)

Também o produto dos valores eficazes (ou rms) da tensão e corrente é denominado de
potência aparente (S), isto é:
S = VI (9)

A potência aparente S (ou N) pode ser obtida através do triângulo de potências mostrado
na figura abaixo. Adotando como convenção que a potência reativa Q é positiva para uma
carga indutiva e negativa para uma carga capacitiva, pode-se definir uma potência
complexa dada por:
S& = V
& &I* = P + jQ (10)

& e &I os fasores da tensão e corrente ( &I* = complexo conjugado de &I ).


sendo V

37
FEELT/UFU - Circuitos Elétricos I – Capítulo II 38

Triângulo de potências para definição da potência complexa

Do triângulo de potências tem-se:


P = V I cos φ = S cos φ
e
Q = V I sen φ = S sen φ .

Daí, pode-se definir o fator de potência da carga pela expressão:


P
cos φ = (11)
S

Notas:
(a) A potência ativa P é aquela que pode realizar trabalho útil (por ex.: em motores) ou
ser dissipada (por ex.: em resistores), e que depende muito do fator de potência (fp
= cos φ );
(b) A potência reativa Q é aquela incapaz de realizar um trabalho útil, sendo
responsável pela formação de campos magnéticos (no caso de existência de
indutores) e campos elétricos (no caso de existência de capacitores);
(c) A potência aparente S é aquela empregada para dimensionar vários componentes
de um sistema elétrico, tais como os geradores e os transformadores;
(d) Apesar das potências P, Q e S serem originadas da potência instantânea p (unidade
= watts ou W), suas unidades são, respectivamente: W, VAr e VA e seus múltiplos.

Exemplo: Suponha que uma linha monofásica de 13,8 kV alimente uma carga de
impedância constante Z& = 80 + j60 Ω . Determinar as potências, ativa, reativa e
aparente, pelas fórmulas obtidas.

Solucão: Z& = 80 + j60 = 100∠ + 36,87 o Ω


& o
&I = V = 13.800∠0 = 138∠ − 36,87 o A
Z& 100∠ + 36,87 o
Logo, cos φ = cos 36,87 o = 0,80 e senφ = 0,60
P = V I cos φ = 13,8 × 10 3 × 138 × 0,80 = 1,523 MW
Q = V I senφ = 13,8 × 10 3 × 138 × 0,60 = 1,143 MVAr
S = V I = 13,8 × 10 3 × 138 = 1,904 MVA (ou S = P 2 + Q 2 )
Nota: Refaça este exemplo tendo em vista que as potências P, Q e S são
relacionadas diretamente com os parâmetros R, X e Z, respectivamente.

CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA

38
FEELT/UFU - Circuitos Elétricos I – Capítulo II 39
Nas aplicações residenciais e industriais comuns, as cargas se apresentam indutivas e a
corrente é atrasada em relação à tensão aplicada. A potência média P, fornecida à carga,
é uma medida do trabalho útil por unidade de tempo que a carga pode executar. Essa
potência, usualmente, é transmitida por intermédio de linhas de distribuição e
transformadores.

A potência aparente (geralmente em KVA) de um transformador fornece simplesmente


uma indicação da corrente máxima permitida, para a tensão nominal aplicada a carga.
Teoricamente, se uma carga indutiva ou capacitiva pura fosse a ele ligada, o
transformador poderia ser plenamente carregado e a potência média fornecida seria nula.

Com relação ao triângulo das potências, a hipotenusa N (ou S) dá uma indicação da


carga no sistema de distribuição, ao passo que o cateto P mede a potência útil fornecida.
É, portanto, desejável que N se aproxime o mais possível de P, isto é, que o ângulo se
aproxime de zero, ou seja, que o fator de potência cos se aproxime da unidade.

No caso comum de uma carga indutiva é quase sempre possível aumentar o fator de
potência colocando capacitores em paralelo com a carga. Observe-se que, como a tensão
nos terminais da carga permanece a mesma, a potência útil, P, não varia. Como o fator de
potência é aumentado, a corrente e a potência aparente diminuem e obtém-se uma
utilização mais eficiente do sistema de distribuição. Quando isto não ocorre, torna-se
necessário efetuar uma correção do fator de potência do circuito.

EXEMPLO:

Dado o triângulo das potências de um circuito, corrigir o fator de potência para 0,9
indutivo, acrescentando capacitores em paralelo. Achar N’, após a correção, e os vários
capacitores necessários (banco de capacitores).

Partimos do triângulo das potências dado abaixo.

Como cos ’ = 0,9 , vem ’ = 26° .


P 1200
N’= = = 1333 VA
cos φ' cos 26°

Então, Q’ = N’ sen ’ = 1333 sen26° = 585 VAr indutivo.

A potência reativa dos capacitores será:


Q - Q’ = 1600 – 585 = 1015 VAr capacitivo.

39
FEELT/UFU - Circuitos Elétricos I – Capítulo II 40

Como P permanece invariável, não muda também o trabalho, após a correção do fator de
potência. O valor de N, entretanto, foi reduzido de 2000 para 1333 VA.

40

También podría gustarte