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Contratos - Conceito, princípios e funções e subprincípios da boa-fé objetiva

Caderno: Resumo - Civil III


Criada em: 07/04/2018 18:34 Atualizada em: 07/04/2018 21:56
Autor: Thomáz Dantas Melo

Conceito de contrato
Espécie de negócio jurídico que regulamenta os interesses de duas ou mais partes, modificando, criando ou
extinguindo relações patrimoniais entre elas.
Elemento essencial: manifestação da vontade
Limitada pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva (Stolze).
A constitucionalização do direito civil de acordo com o princípio da função social da propriedade
conduz a uma revisão do direito dos contratos "segundo um panorama de respeito à dignidade da
pessoa humana" (Stolze).
"Instrumento de conciliação de interesses contrapostos" (Stolze).
"[...] pacificador dos egoísmos em luta" (Beviláqua).
Negócio jurídico: "[...] a manifestação de vontade, emitida em obediência aos seus pressupostos de existência,
validade e eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico, pretendidos pelo
agente" (Stolze).

Princípios contratuais específicos


Princípio da autonomia da vontade: Princípio essencial do contrato. Mesmo limitado pela sua função social e pela
boa-fé objetiva, o contrato não deixa de ser um fenômeno voluntarista decorrente da autonomia privada e da livre-
iniciativa.
Princípio da força obrigatória do contrato (pacta sunt servanda): Estabelece que o contrato terá força de lei entre
as partes contratantes, desde que observe os requisitos e limitações previstos pelo ordenamento jurídico.
Exceção:
Teoria da imprevisão ou teoria da onerosidade excessiva: Evento superveniente e imprevisível torna a
prestação demasiadamente onerosa. Neste caso, poderá ocorrer a revisão ou a resolução do contrato.
Percebe-se, portanto, que o princípio "[...] só deverá incidir plenamente quando, por razão de
justiça, as condições econômicas da execução do contrato forem similares às do tempo de sua
celebração" (Stolze).
Princípio da relatividade subjetiva dos efeitos do contrato: Os contratos só geram efeitos entre as partes,
possuindo, portanto, oponibilidade relativa (ao invés de erga omnes).
Exceções:
Estipulação em favor de terceiro: O devedor realizará prestação em benefício de um terceiro, alheio à
relação contratual.
Contrato com pessoa a declarar: Na mesma linha, constitui uma promessa de prestação em favor de
terceiro.

Princípios limitadores (ou flexibilizadores) da liberdade contratual:


Princípio da função social do contrato: Decorre da acolhida, por parte da CF, do princípio da função social da
propriedade. Tratando o contrato de um instrumento criador, modificador ou extintivo de relações patrimoniais, há
também de ter uma função social.
Manifesta-se em dois níveis: intrínseco e extrínseco.
Intrínseco: Trata-se do contrato visto como relação entre as partes, à qual se impõe a observação de
certos deveres relacionados à lealdade negocial e à boa-fé objetiva, como informação, confidencialidade,
assistência, lealdade, etc.
Extrínseco: Está relacionado ao contrato visto sob a ótica do impacto social por ele provocado.
Segundo Stolze, visto sob esta ótica, o contrato não é apenas "um instrumento de circulação de riquezas,
mas, também, de desenvolvimento social".
Princípio da equivalência material: Prevê o equilíbrio de direitos e deveres no contrato, antes, durante e depois de
sua execução, garantindo a proteção da dignidade da pessoa humana. Possui dois aspectos: subjetivo e objetivo.
Subjetivo: Envolve a identificação do poder contratual das partes e a presunção de vulnerabilidade (para o
trabalhador, o inquilino, o consumidor e o aderente de contrato de adesão.
Objetivo: Considera o desequilíbrio de direitos e deveres.
Princípio da boa-fé: Diretriz de cunho ético com eficácia jurídica. Divide-se em boa-fé objetiva e boa-fé subjetiva.
Boa-fé subjetiva: Situação psicológica de quem realiza certo ato sem ter ciência do vício.
Boa-fé objetiva: Esta sim constitui princípio jurídico (sob a forma de conceito jurídico indeterminado).
Manifesta-se como regra de comportamento, que deve ser balizado de acordo com o que se esperaria do
homem médio, respeitando deveres jurídicos anexos (como os já supracitados deveres de informação,
confidencialidade, assistência e lealdade).

Funções da boa-fé objetiva


Função interpretativa e de colmatação: Permite que se extraia da norma sua interpretação mais adequada de acordo
com critérios morais e sociais.
Função criadora de deveres jurídicos anexos: Do princípio da boa-fé objetiva decorrem deveres anexos, cujo
cumprimento é necessário para que o princípio seja respeitado. Um rol não taxativo inclui os seguintes deveres:
Deveres de lealdade e confiança recíprocas: Exige-se a fidelidade aos compromissos assumidos.
Dever de assistência: Os contratantes devem colaborar para o adimplemento da prestação principal do contrato.
Dever de informação: É também um imperativo de lealdade, que exige dos contratantes a comunicação de
todas as características e circunstâncias do negócio e de seu objeto.
Dever de confidencialidade: Também se relaciona ao dever de lealdade. Frise-se que não há necessidade de
estipulação em contrato para que exista este dever.
Função delimitadora do exercício de direitos subjetivos: A boa-fé objetiva constitui uma barreira ao exercício abusivo
dos direitos subjetivos relativos à relação contratual. "Fora ou contra a boa-fé não existe nenhum direito subjetivo"
(Stolze). A boa-fé objetiva, frise-se, incide também nas fases pré e pós-contratual (ao que se deu o nome de pós-eficácia
das obrigações). Havendo má-fé em qualquer uma das fases, haverá responsabilização do infrator. A boa-fé objetiva,
portanto, paira sobre a relação jurídica que se forma entre os contratantes, assegurando a concretização do escopo
(tanto social quanto privado) do contrato. 

Subprincípios da boa-fé objetiva:


Vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium): Prevê a coerência na conduta dos
contratantes, sendo vedadas mudanças bruscas de conduta, inconsistentes com o que se consolidou no decorrer do
tempo.
Supressio: Trata-se da supressão de um direito pela falta prolongada de seu exercício, tornando sua exigência
inaceitável segundo o princípio da boa-fé. Pode ser visto como uma espécie da vedação do comportamento
contraditório.
Surrectio: Configura-se no surgimento de um direito exigível devido ao comportamento de uma das partes.
Tu quoque: Veda comportamentos que surpreendem uma das partes, colocando-a em situação de desvantagem.
Exceptio doli: Sanciona condutas em que se exerce um direito com o intuito de prejudicar outra parte.
Inalegabilidade das nulidades formais: Aplicação da regra de que ninguém pode se beneficiar da própria torpeza.
Desequilíbrio no exercício jurídico: Reconhecimento da função delimitadora do exercício de direitos subjetivos.
Cláusula de Stoppel: Aplicação da boa-fé objetiva nas relações internacionais.

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