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ISSN 1678-0701

Número 45, Ano XII. Números anteriores


Setembro- ...
Novembro/2013.

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07/09/2013
PANORAMA DA COLETA SELETIVA EM JI-PARANÁ:
PERSPECTIVAS SOBRE A IMPORTÂNCIA NAS ESCOLAS
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PANORAMA DA COLETA SELETIVA EM JI-PARANÁ: PERSPECTIVAS SOBRE A


IMPORTÂNCIA NAS ESCOLAS

Vinicius Alexandre Sikora Souza. Engenheiro Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia –
UNIR, mestrando em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. E-
mail: vass1000@hotmail.com
Rhayanna Kalline Nascimento. Graduanda em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de
Rondônia – UNIR. E-mail: rhayannakalline@hotmail.com
Harrison C. S. Cesar de Souza Coltre. Graduando em Engenharia Ambiental pela Universidade
Federal de Rondônia - UNIR. E-mail: harrison_sc@hotmail.com
Kismara Butzke. Graduanda em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia –
UNIR. E-mail: kismarabutzke@hotmail.com
Angélica Salame. Engenheira Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail:
angel_salame@hotmail.com
Felipe Augusto Galvão Nascimento. Graduando em Engenharia Ambiental pela Universidade
Federal de Rondônia – UNIR. E-mail: felipe_agn@hotmail.com
Aline Santos. Engenheira Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail:
aline_straub7@hotmail.com
Gabriella Nazário Viana. Graduanda em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de
Rondônia – UNIR. E-mail: gabriellanazarioviana@hotmail.com
Ronei Silva Furtado. Graduando em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia
– UNIR. E-mail: wayneronei@hotmail.com
Rafael Almeida Felisberto. Engenheiro Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR.
E-mail: rafael.hilana@hotmail.com
Alex Mota Santos. Graduado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Goiás, Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Goiás,
doutorando em Ciências e Tecnologias do Ambiente, Especialidade em Planejamento Ambiental
pela Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade do Algarve e doutorando em Geografia
pela Universidade Federal do Paraná. Professor Assistente do Departamento de Engenharia
Ambiental, Universidade Federal de Rondônia, Campus Ji-Paraná. E-mail: alex.unir@yahoo.com.br
RESUMO
O artigo revela o panorama sobre a coleta seletiva nas escolas da cidade de Ji-Paraná. Assim,
buscou-se verificar a percepção dos alunos e professores sobre a importância da coleta seletiva no
ambiente escolar. Para que os objetivos fossem alcançados selecionou-se aleatoriamente 10
escolas estaduais, 2 municipais e 3 escolas privadas. A partir dos resultados encontrados
identificou-se que a coleta seletiva está presente na maioria das escolas, porém ainda é
insuficiente a conscientização dos alunos sobre o tema. Em síntese observou-se que 95% dos
estudantes entrevistados revelaram que o lixo pode ser reaproveitado. Sobre o aprendizado acerca
do tema, 34,45% dos alunos informaram que receberam informações na sala de aula, 24,26% pela
televisão e 11,98% pela família.

Palavras-chave: Resíduos sólidos, Ambiente escolar, Percepção ambiental

INTRODUÇÃO
No Brasil a educação pública e privada de ensino está compreendida entre o 1° ano da
educação básica e a 3ª série do ensino médio. Tal instrução tem por objetivo propiciar as crianças
e aos adolescentes pleno acesso aos recursos de conhecimento e cultura relevantes para a
conquista de sua cidadania. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s estão
inclusos neste processo os domínios do saber e as preocupações contemporâneas com o meio
ambiente, com a saúde, com a sexualidade e com questões éticas relativas à igualdade de
direitos, à dignidade do ser humano e à solidariedade (BRASIL, 1997).
De acordo com Sforni (2004), a finalidade do ensino é que o pensamento conceitual seja
utilizado como uma operação dentro de uma ação mais complexa ou de uma tarefa particular,
proporcionando aos alunos auxílio para enfrentar o mundo atuando de forma mais participativa,
reflexiva e autônoma. Neste contexto se insere o dever de todo cidadão em proteger e cuidar do
ambiente, através de ações participativas, que são importantes para a sustentabilidade ambiental.
Faz parte dessa abordagem a coleta seletiva, uma importante atividade que objetiva reduzir,
reciclar e reaproveitar os resíduos sólidos produzidos pela população.
A escola, por ser difusora de conhecimentos e formadora de opiniões, deve estar
preparada para abordar e apresentar meios simples e práticos para enfrentar a problemática do
lixo através do desenvolvimento de atividades que propiciem reflexão, participação e, acima de
tudo, comprometimento pessoal e mudança de atitudes para com a proteção da natureza
(ALENCAR, 2005). Assim, fazem parte desses procedimentos as formas para a manutenção da
limpeza da escola, destacando a aplicação da coleta seletiva no ambiente escolar.
Neste contexto, a cidade de Ji-Paraná possui 30 escolas no âmbito estadual, 15 municipais e
16 particulares, compondo deste modo a atual estrutura e funcionamento do sistema educativo
nacional. Partindo dessa realidade, torna-se relevante conhecer como estão sendo tratadas,
ministradas e assimiladas pelos alunos deste município as questões contemporâneas que fazem parte
dos PCN’s, tal como as questões ambientais, dando ênfase para a coleta seletiva.
Tendo em vista a necessidade do conhecimento da coleta seletiva, principalmente por parte
dos estudantes, o intuito desse trabalho é verificar a percepção dos alunos sobre a importância da
coleta seletiva no ambiente escolar do município de Ji-Paraná, Rondônia. Tal tarefa busca
averiguar se as metas de ensino estabelecidas pelo governo federal estão sendo alcançadas, bem
como, se os alunos estão recebendo tais instruções indispensáveis nas suas formações.

METODOLOGIA
A pesquisa abrangeu escolas municipais, estaduais e privadas, foi realizada na zona urbana do
município de Ji-paraná, que se localiza na região centro-leste do estado de Rondônia, região norte do
país. A cidade possui aproximadamente 116.610 habitantes, considerada segunda maior população do
estado de Rondônia (IBGE, 2011).
Segundo pesquisa junto a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e a Representação
de Ensino/Secretaria do Estado da Educação (REN/SEDUC) foi possível identificar 76 escolas,
sendo 30 estaduais, 15 municipais e 16 particulares. A partir da identificação selecionou-se 30%
de cada categoria de forma aleatória (FIGURA 1).
Figura 1. Mapa da distribuição espacial das escolas selecionadas.
Observou que não há dados oficiais sobre o quantitativo de alunos na rede privada de
ensino. Assim, o critério para escolha das escolas desta categoria ocorreu por meio de julgamento.
Neste sentido, foram escolhidas as escolas que possuíam todas as séries pesquisadas e com o
maior número de alunos. A partir dos critérios acima referidos definiu-se: 10 escolas estaduais, 2
municipais, 3 privadas.
As séries abordadas foram as de 3° ao 5° ano (ensino fundamental I), 6° ao 9° ano (ensino
fundamental II), 1° à 3° série (ensino médio), totalizando uma amostra de 2.273 alunos. As séries
iniciais (1º e 2º ano do ensino fundamental I) não foram abordadas já que as crianças estão em
fase de alfabetização e poderiam não compreender os questionários.

Instrumento de coleta de dados


Foram elaborados quatro diferentes instrumentos de coleta de dados, na forma de
questionários. O primeiro destinado a pesquisa com crianças do 3° e 4° do ensino fundamental I foi
elaborado utilizando-se de figuras para ilustrar as respostas (FIGURA 2)

Figura 2. Exemplo do questionário ilustrado – Questão 1.

O segundo questionário foi estruturado para os alunos que cursam do 5° ano do ensino
fundamental I ao 3° série do ensino médio. Este segundo instrumento apresentou as mesmas
perguntas, porém sem imagens, além disso, duas das perguntas foram subjetivas. As questões
subjetivas tratavam sobre o que é coleta seletiva e qual a sua importância.
O terceiro questionário foi elaborado especificamente para os docentes presentes nas
classes em que a pesquisa foi realizada. O questionário para o professor abordou questões como,
qual a sua formação acadêmica, qual o seu grau de informação sobre coleta seletiva e sobre os
programas ambientais desenvolvidos na escola que atua.
O quarto questionário foi destinado aos coordenadores das escolas, com os mesmos temas
abordados no questionário dos docentes, porém com maior detalhamento. Incluiu neste
questionário a pergunta: Os professores trabalham educação ambiental nas salas de aula? Para
que desta forma, possa haver comparação entre as respostas dos professores e coordenadores.
Caso na escola não houvesse um coordenador eram repassados aos responsáveis com mais
informações sobre a instituição, geralmente o supervisor ou diretor.
Após a aplicação dos questionários, os dados foram transcritos em formato digital e
utilizados para a criação de um banco de dados. Posteriormente ocorreu a análise dos dados,
inferindo sobre a percepção sobre coleta seletiva nas escolas no município de Ji-paraná. Na
Tabela 1 estão descritos as escolas e a quantidade de alunos amostrados em cada categoria de
ensino.

Tabela 1. Escolas selecionadas para a pesquisa, com as modalidades de ensino abordadas e


respectivas quantidades de alunos amostrados.

Fundamental I Fundamental II Médio


ESCOLAS TOTAL
3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 1ª 2ª 3ª
E. E. E. F. M. Aluízio Ferreira 28 23 28 23 21 18 24 165
E. E. E. F. Beatriz F. da Silva 25 31 32 24 22 34 20 188
E. E. E. F. M. Edilce dos S.
18 25 23 19 17 32 29 17 12 17 209
Freitas
E. E. E. F. M. Gonçalves Dias 35 27 21 29 29 19 36 196
E. E. E. F. M. Janete Clair 40 * 30 38 30 32 31 38 22 27 288
E. E. E. M. Jovem G. Vilela 36 28 31 95
E. E. E. F. M. Juscelino
25 22 26 24 27 25 26 29 21 18 243
Kubitschek
E. E. E. F. Osvaldo Piana** 21 25 20 66
E. E. E. F. São Pedro 30 26 27 83
E. E. E. F. Tancredo de A.
24 30 33 19 22 17 21 166
Neves
E. M. E. F. Adão V. Lamota 28 29 30 87
E. M. E. I. E. F. Jandinei Cella 24 30 30 81
C. E. Adventista de Ji-Paraná 29 22 21 16 28 26 17 159
C. E. Adventista de Rondônia 23 12 10 45
CEDUSP 19 22 20 14 24 30 13 21 22 14 199
TOTAL 277 252 278 230 214 240 209 219 168 184 2273

*não havia turma na escola.


**segundo os responsáveis pela coordenação da escola, desde 2010 são oferecidas vagas na
modalidade fundamental I e fundamental II, porém este dado não estava de acordo com as
informações dos órgãos competentes.

Os valores percentuais dos resultados foram obtidos apenas em relação aos alunos que
responderam todas as perguntas. As questões que foram marcadas com mais de uma resposta
foram excluídas da análise.
Além dos critérios supracitados foram desconsideradas as respostas dos alunos que
afirmaram desconhecer o conceito coleta seletiva. Excluíram-se, por este critério, as seguintes
questões: O que é coleta seletiva; qual a importância da coleta seletiva; meio pelo qual o aluno
aprendeu sobre ela; e se a escola possuía ou não este tipo de coleta.
Os critérios adotados favoreceram a análise das respostas em separado, dos alunos, dos
professores e coordenadores. Assim foi possível estabelecer a análise comparativa do
entendimento da coleta seletiva por categoria pesquisada. Também foi verificado a relação entre a
presença (ou ausência) da coleta seletiva e algumas respostas com intuito de entender um pouco
a realidade do ambiente escolar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados foram organizados em três grupos: alunos, professores e escola. No
questionário dos alunos, na pergunta 1 (o que você ou seu responsável faz com o lixo da sua
casa?) o resultado revelou que dos 2273 alunos, 90,67% deixam o lixo para ser coletado pela
prefeitura, 151 alunos (6,64%) responderam que queimam o lixo.
Ainda de acordo com a primeira questão, menos de 2% dos alunos responderam que
enterram o lixo ou o jogam em terreno baldio, além dos 34 alunos (1,5%) que não responderam. O
expressivo número de alunos que deixam o lixo para ser coletado nos mostra que a maioria mora
em uma localidade onde a coleta de lixo do município é executada. Já em relação às outras
respostas há duas possíveis interpretações: a primeira é que o baixo número de alunos que
enterram, queimam ou jogam em um terreno baldio não tem o serviço de coleta de lixo no bairro.
Porém, também se pode dizer que os mesmos não devem ter conhecimento necessário para não
dispor os seus resíduos de forma irregular.
A Figura 3 nos mostra que cerca de 95% dos alunos têm consciência de que os resíduos de
suas casas podem ter alguma utilidade.

Figura 3. Conscientização sobre a reutilização, reaproveitamento ou reciclagem do lixo.

Com bases nesses dados conclui-se que toda a difusão de informação que atualmente há
sobre esse assunto vem apresentando resultados, observados através do nível de conscientização
dos alunos. Mas isso não significa que seja suficiente, pois ainda há alunos que não possuem tal
conhecimento.
Na terceira questão (“Seu (sua) professor (a) já conversou com você sobre coleta
seletiva?”). O resultado apontou que dentre os 2.273 alunos, apenas 27,26% responderam sim,
que algum professor já conversou com eles sobre coleta seletiva. Esse dado revela que a escola
não está cumprindo seu papel de discutir a importância da coleta seletiva, já 1.609 alunos, 70,79%,
responderam que nenhum professor conversou com eles acerca do tema. Como conteúdo
transversal é possível constatar que os professores tem dado pouca importância ao assunto.
Na questão quatro (“Você sabe o que é coleta seletiva do lixo?”), dentre os 2.273 alunos, o
expressivo número de 73,82% responderam que sim, que sabem o que é a coleta seletiva. Esse
dado revela que apesar dos professores não estarem trabalhando esse assunto de forma
adequada, como revelado na questão acima, os alunos estão recebendo conhecimento em outras
fontes. A minoria correspondente, 24,81% dos alunos respondeu que não sabem o que é coleta
seletiva, esse fato pode estar relacionado a diversos fatores, dentre o que mais se destaca seria a
falta de interesse acerca deste assunto.
As questões de 5 a 8 apresentaram cerca de 1.678 respostas, pois foram consideradas
somente as respostas positivas (sim) para a questão quatro. Ressalta-se que as respostas
subjetivas (aplicadas aos alunos do 5º ano do ensino fundamental em diante) foram classificadas
de acordo com seis categorias pré-estabelecidas: coleta comum, coleta para reciclar, reciclagem,
educação ambiental, separação de latinha, não soube definir.
Analisando a Figura 4, notou-se que a maioria dos alunos (35,88%) disse que a coleta
seletiva é o ato de executar a coletar para a reciclagem, mostrando que entendem a coleta seletiva
como uma forma de separação do lixo que posteriormente será levado à reciclagem. 28,13% dos
alunos relataram que a coleta seletiva é a própria reciclagem, ou seja, não dão destaque ao fato do
lixo ser disposto de forma segregada, mas apenas à reciclagem em si; 12,16% destacaram a
coleta seletiva como a coleta comum executada pela prefeitura, 3,87% descreveu a coleta seletiva
como educação ambiental, ou seja, uma ação de conscientização para a destinação correta dos
resíduos. Dois grupos não apresentaram respostas, 11,86% dos alunos não souberam definir o
que era a coleta seletiva e 7,03% simplesmente não responderam a questão. Além da minoria de
1,07% que respondeu que a coleta seletiva é o ato de separar “latinha” para a venda, ato comum
atualmente.

Figura 4. Significado de coleta seletiva para os alunos.

Esta análise concorda com o estudo de Bringhenti (2004), pois tal autor ressalta a existência
de carência de informações sobre coleta seletiva, o que tem levado técnicos e pesquisadores do
setor a apontar a necessidade de se buscar padronização na apresentação de experiências, que
são fundamentais para comparações e análises, que possa subsidiar à implantação de novos
programas, o planejamento e à execução de políticas e ações mais adequadas para o setor.
Em relação à questão seis (FIGURA 5), é perceptível que a maioria dos alunos apresenta
um pequeno entendimento em relação à importância do ato de executar a coleta seletiva. Das
crianças que responderam, 22,65% descreveu a importância da coleta seletiva como uma forma
de diminuir o desperdício, 16,39% dos alunos relatou que a importância da coleta seletiva
encontra-se na ajuda ao ambiente, 11,80% disse que é importante, pois ajuda a manter a cidade
limpa, 7,33% acredita que a coleta seletiva é importante pois ajuda a evitar doenças. Duas
categorias não apresentaram respostas, 8,22% respondeu em branco ou de forma irregular e o
número considerável de 18,71% não soube definir qual era a importância.
Figura 5. Importância da coleta seletiva.

Esses dados revelam que este grupo apresenta noções referentes à coleta seletiva, mas
que muitas vezes estes são explicitados em seu inconsciente com intuito de limpeza e não de um
conjunto de procedimentos objetivando a reciclagem (VILLAR et al., 2008). Assim, verifica-se a
importância que os alunos de Ji-Paraná sejam inseridos em projetos que conceituem a proposta da
coleta seletiva do lixo como uma ação educativa que visa investir numa mudança de mentalidade,
tornando-se um elo para trabalhar a transformação da consciência ambiental (FELIX, 2007).
Observa-se na Figura 6 que a maioria dos alunos, 34,45% aprenderam sobre coleta seletiva
por meio da sala de aula, mostrando que a escola tem um papel importante na educação
ambiental. A televisão também se mostrou importante fonte de conhecimento sobre a coleta
seletiva para os alunos, representando 24,26% do total. Além da família, que também se destaca
como um instrumento de aprendizado sobre coleta seletiva (11,98%). 3,10% dos alunos disseram
aprender sobre a coleta seletiva através de amigos, 4,83% disseram aprender com revistas e/ou
jornais e apenas 1,07% dos alunos disseram aprender através da internet. As respostas em branco
ou que foram preenchidas de forma irregular contabilizaram 341 alunos (20,32%). Situação
semelhante descreveu Santos e Macedo (2008), ao relacionar os multimeios pelos quais os
estudantes obtinham informações e conhecimentos sobre temáticas ligada ao meio ambiente,
onde conseguiram evidenciar que a escola, a internet e os jornais são os mais freqüentes
veiculadores de questões ambientais.
Portanto, verifica-se que a escola possui um papel fundamental quanto à formação de
cidadãos participativos e conscientes as questões ambientais. Sendo a TV outra contribuinte para
esta formação. Como afirma Fernandes et al. (2007), as mídias de comunicação coletiva como a
TV devem atuar de forma complementar e interligada na conscientização ambiental.
Figura 6. Obtenção de conhecimento através dos meios de comunicação.

Na questão 8 (Sua escola possui coleta seletiva?), dentre os 1.678 alunos, 463 alunos
(27,59%) responderam que há coleta seletiva, enquanto que 1.150 alunos (68,53%) responderam
que não. Com base nessa resposta não se pode dizer com precisão sobre a real situação das
escolas em relação à aplicação da coleta seletiva, porém é perceptível que a maioria dos alunos
não apresenta opinião favorável sobre essa aplicação já que desconhecem as práticas referentes
à coleta seletiva no estabelecimento que estuda.

Professores
Ao fazer a análise sobre o significado da coleta seletiva para os professores, observou-se
que a maioria (84%), disse ser uma coleta para reciclar e apenas 5% não soube definir. Os
resultados são demonstrados na Figura 7.

Figura 7. Significado da coleta seletiva para os professores

Em relação aos projetos e programas sobre a coleta seletiva, 32% dos professores
disseram não ter conhecimento do assunto, e 35% responderam que há alguma atividade ou
projeto relacionado à coleta seletiva no ambiente escolar. Sendo que de 9 professores
entrevistados, responsáveis pela coordenação de projetos na escola, apenas 3 responderam que
há algum programa ou projeto de coleta seletiva sendo aplicado.
Dentre as atividades desenvolvidas nas escolas que estão relacionadas à aplicação da
educação ambiental, encontramos o projeto Comissão do Meio Ambiente e Qualidade de Vida
(COM-VIDA), que visa à melhor gestão dos recursos naturais e a diminuição dos impactos
ambientais gerados pelas suas atividades através de uma nova forma de organização na escola e
baseia-se na participação de estudantes, professores, funcionários, diretores e a comunidade
(NASCIMENTO et al., 2008). Além disso, há também produção de texto, palestras, comemoração
da semana do meio ambiente, projetos de artesanato, reutilização do vidro (Projeto ‘O Vidro em
Nossas Vidas’), reutilização do óleo vegetal (RECICAJI), pontos de coleta de garrafas pet entre
outros. Portanto, dos 62 professores entrevistados, 11 responderam que não há nenhum projeto
relacionado à educação ambiental na escola e 22 não souberam responder.
Esse dado revela certa falta de informação e interação entre os professores. Tal percepção
ocorreu para as escolas particulares e públicas, esta última ocorre com maior freqüência. Acredita-
se que a falta de movimentação em prol de atividades interdisciplinares seja devido ao fator tempo,
já que muitos professores acabam sendo sobrecarregados com as aulas, e não se interessando
com atividades extracurriculares ou com projetos de outros professores.
No que diz respeito à influência dos professores em relação aos alunos é visível a
semelhança das respostas sobre a definição da coleta seletiva. Atendendo os mesmos critérios
utilizados para classificar as respostas dos alunos, os dados mostraram que tanto para estes como
para os professores a opção que mais representa o significado de coleta seletiva é a categoria
coletar para reciclar. Isso porque como já visto anteriormente foi quantificado como sendo 36% das
respostas (alunos) e 84% (professores) para essa categoria. Essa situação revela a influência da
relação professor-aluno no processo de aprendizagem. Neste sentido, Vasconcelos et al. (2005)
afirma ser função do professor a de apresentar ao aluno seus conhecimentos acumulados e
socialmente tidos como relevantes, fazendo com que esses conhecimentos sirvam como
instrumento para seu agir no mundo, para o pensar sobre si e sobre as coisas da sua vida. Diante
disso, confirma-se que a educação constitui-se de relações interativas destacando-se entre estas,
a relação professor-aluno e sua influência para o processo de ensino e aprendizagem
(VASCONCELOS et al., 2005).

Escolas
Para verificar a influência da aplicação da coleta seletiva e o conhecimento dos alunos em
relação a definição da coleta seletiva comparou-se as respostas positivas da pergunta quatro com
a quantidade de alunos que acertaram sobre a situação da escola.
Através dessa comparação notou-se uma diferença significativa entre as respostas das
escolas que possuem coleta seletiva das que não possuem. A média de acerto das escolas foi de
quase 90%. Assim, 90% dos alunos que responderam sim na pergunta 4 acertaram a pergunta 8.
Diferente dos alunos das escolas que não possuíam coleta seletiva que teve uma média de acerto
de 50%, destacando as escolas Adão Valdir Lamota (10%) e Juscelino Kubitscheck (22%).
Divergindo destas, as escolas E. E. E. M. Jovem Gonçalves Vilela e C. E. Adventista de Ji-Paraná
apresentaram cerca de 90% de acertos. Sabe-se que a execução da coleta seletiva tem como
objetivo sensibilizar os alunos sobre a problemática do lixo, pois segundo Calderoni (1996 apud
Felix, 2007), a reciclagem, na sua essência, é uma maneira de educar e fortalecer nas pessoas o
vínculo afetivo com o meio ambiente, despertando o sentimento do poder de cada um para
modificar meio com que interagem.
Nesse contexto, ainda foi possível analisar a realidade apresentada pelos alunos de acordo
com as séries. A Figura 8 demonstra uma análise feita com a escola Edilce dos Santos Freitas.
Nela é possível observar que, em média, 90% dos alunos que afirmaram saber o que é coleta
seletiva confirmaram a existência desta na escola. Somente a turma do 6º ano apresentou
comportamento diferente do observado, onde aproximadamente 50% dos que afirmaram saber a
pergunta oito. Esta situação é apoiada por Dias (1994; apud PELICIONI, 1998) que defende a
educação ambiental como um processo que deve atingir todas as fases do ensino; desenvolvendo
o senso crítico e as habilidades humanas necessárias para resolver problemas, como é o caso da
escola Edilce, que apresenta alto índice de conhecimento pelos alunos (baseados nessas
informações).
Figura 8. Relação entre o total de respostas e os acertos por série da escola Edilce dos Santos
Freitas – possui lixeiras para coleta seletiva.

Um fato interessante que diverge da situação apresentada pela escola Edilce é a da escola
CEDUSP, escola privada. Na Figura 9, o CEDUSP revela uma situação diferente da apresentada
pelo Edilce. A média de acertos por turma do CEDUSP foi calculado em torno de 70% (menor que
a da escola Edilce). E, diferente dos alunos do ensino médio da escola pública, esses alunos
totalizaram uma porcentagem menor do que a média por sala. Essa realidade confirma que
somente as lixeiras específicas não são suficientes para conscientizar os alunos, principalmente os
do ensino médio. Porém, não há como dizer se há ou não a presença de projetos educacionais
que priorizem a coleta seletiva e influencie esses dados. Ressalta-se que para muitos alunos as
lixeiras da coleta seletiva não contribuíram para a fixação ou até obtenção de conhecimento sobre
esse tema. Por isso, Tozoni-Reis (2004) defende que a educação ambiental deve ser organizada
como educação formal ou não-formal, como um processo contínuo e permanente no qual o aluno
precisa ser orientado constantemente para então assim desenvolver seu próprio conhecimento.

Figura 9. Relação entre o total de respostas e os acertos por série da escola CEDUSP – possui
lixeiras para coleta seletiva.

Diferentemente das duas escolas analisadas anteriormente, a escola JK (FIGURA 10)


apresentou uma média de 26% de alunos que acertaram sobre a existência da coleta seletiva na
escola. Visualmente é perceptível que a ausência de lixeiras específicas para esse processo de
coleta seletiva é altamente importante. Porém, a escola JK mostra que a ausência desta implica
em uma grande defasagem no desenvolvimento do conhecimento. Ou seja, as lixeiras não
contribuem com o ato de conscientizar, mas ajudam na fixação do conhecimento adquirido pelos
alunos.

Figura 10. Relação entre o total de respostas e os acertos por série da escola Juscelino
Kubitschek – não possui lixeiras para coleta seletiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa obteve excelente representatividade devido ao grande número de crianças
ouvidas. Através dessa análise percebeu-se que a coleta seletiva no ambiente escolar está
presente na maioria das escolas, mas o conhecimento sobre o assunto ainda não é suficiente,
revelando as falhas na forma de conscientização. Os alunos ainda não conseguem lidar com
questões que confrontem seus conhecimentos teórico-práticos, que normalmente são adquiridos
em projetos educacionais organizados pelas escolas. Ressaltando que em relação a esses
projetos, foi constatado que a minoria das escolas possui um projeto relacionado ao tema em
questão, sendo que nem todos os professores têm conhecimento sobre o mesmo, revelando certa
desorganização da classe.
Assim sendo, observa-se que o investimento em projetos para conscientização de alunos e
professores deve propiciar novas experiências, desenvolvendo dessa maneira distintos sensos
críticos em relação ao ambiente e o cuidado de todos pelo mesmo.
Além do mais, notou-se que todo o processo de sensibilização, conscientização e obtenção
de conhecimento envolvido causou uma ação positiva, ampliando de alguma forma a percepção
ambiental não só dos alunos como dos professores.

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