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SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Acidentes de Trabalho no
Brasil
By André Chaves
Em Saúde e Segurança do Trabalho

De acordo com o último levantamento realizado pelo Ministério da


Previdência Social, cerca de sete brasileiros perdem a vida todos os
dias em acidentes de trabalho no Brasil, totalizando uma média de
2.500 óbitos a cada ano no país. Esses números alarmantes colocam
o Brasil na quarta posição mundial em relação a quantidade de
mortes, perdendo apenas para a China, os Estados Unidos e a Rússia,
segundo dados divulgados recentemente pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
O número total de acidentes registrados a cada ano também é
considerado extremamente alto e, por mais que novas medidas
estejam sendo adotadas para a prevenção desses acidentes, basta
apenas observar as estatísticas dos últimos anos para perceber que
nenhum resultado significativo de fato aconteceu.

Em 2007, foram registrados 659.523 acidentes, enquanto no ano de


2008, o número total aumentou consideravelmente e chegou a atingir
o patamar de 755.980. Nos dois anos seguintes, é possível observar
uma queda acentuada, pois em 2009 foram reportados 733.365
acidentes e em 2010, 709.474. Todavia, em 2011 o número total de
acidentes voltou a aumentar, alcançando 720.629 e em 2012, o
registro indica uma queda bem pequena, sendo 713.984 o número de
acidentes. Os últimos dados, de 2013, indicam um aumento pequeno
deste número, sendo registrados 717.911 acidentes de trabalho
(dados do Dataprev).
A análise desses dados estatísticos é importante pois demonstra que
o número de acidentes de trabalho continua bastante elevado, e que
o Brasil ainda carece de uma política de prevenção mais abrangente e
eficaz, que seja capaz de mobilizar tanto funcionários como também
empregadores de todos os estados do país para essa causa.

O Brasil precisa de uma política de prevenção de acidentes de


trabalho mais abrangente e eficaz

DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES DE


TRABALHO NO BRASIL

Seguindo as estatísticas referentes ao ano de 2011, é possível notar


que a distribuição geográfica dos acidentes de trabalho no país é
consideravelmente desigual. Apenas na região Sudeste, ocorreram
cerca de 69% dos acidentes daquele ano, que correspondem a
387.142. A segunda região com mais acidentes é o Sul do país, que
registrou 153.329 casos de acidente de trabalho, seguida pelo
Nordeste, com 91.725 e pelo Centro-Oeste, com 47.884. Por fim, a
região Norte do país é a que apresenta o menor número de
ocorrências, com 31.084 acidentes.
Fazendo uma análise isolada de cada estado da federação, foram
apenas alguns estados das regiões Norte e Nordeste que tiveram um
aumento acentuado no número total de acidentes, sendo estes
Rondônia, Piauí, Paraíba, Maranhão, Alagoas e Pernambuco.

Já os estados que apresentaram as maiores quedas foram a Bahia, no


qual o número de acidentes caiu de 26.483 para 23.934 entre os
anos de 2009 e 2010 e São Paulo, cuja redução foi de 249.289 para
242.271, o que ainda o deixa na primeira posição entre os estados
que apresentaram o maior volume de acidentes do país. As demais
localidades mantiveram números bastante semelhantes nesse mesmo
período.

Em relação a distribuição dos acidentes por setor da economia, os


dados divulgados no ano de 2012 indicam que o setor de Serviços,
responsável por mais de 70% dos trabalhadores formais do país, é o
que apresenta o maior número de acidentes, 348.489, sendo que boa
parte desses casos ocorreram no segmento de Comércio e Reparação
de Veículos Automotores – que registrou 96.278 acidentes de
trabalho. A construção civil é outro segmento com um número
bastante elevado de ocorrências, registrando 64.161 acidentes de
trabalho no ano de 2012.

O segundo setor com mais acidentes é a Indústria, que apesar de


empregar apenas 25% dos trabalhadores formais do país, relatou
310.988 acidentes de trabalho em 2012, sendo portanto o setor que
possui a maior incidência de acidentes a cada 100 mil trabalhadores.
A indústria é o setor com maior incidência de acidentes a cada
100 mil trabalhadores

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QUAL É A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS
DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO CONTROLE
DOS ACIDENTES?

Os programas em âmbito nacional que promovem a segurança do


trabalho são uma forma de conscientizar os trabalhadores brasileiros
sobre o assunto, além de regulamentarem determinadas regras e
normas que devem ser seguidas pelos empregadores para que o
ambiente de trabalho seja sempre o mais seguro possível.

Um bom exemplo disso é o Programa de Prevenção dos Riscos


Ambientais (PPRA), que consta na Norma Regulamentadora de
número 9, emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 1994.
Esse programa consiste na busca constante de métodos e ações que
possam combater possíveis agentes químicos, físicos e biológicos
presentes no ambiente de trabalho que, devido a sua concentração
ou tempo de exposição, possam ser prejudiciais a saúde ou a
integridade física dos trabalhadores.
O PPRA é obrigatório para qualquer instituição ou empresa que tenha
funcionários contratados, não importando qual seja a quantidade de
empregados ou o grau de risco da empresa, pois até mesmo lojas
e condomínios precisam seguir estas normas, de acordo com as suas
características próprias e os riscos presentes nos ambientes de
trabalho de cada negócio.
Portanto, programas como esse que possuem atuação em nível
nacional são uma forma de tentar fazer com que o número de
acidentes de trabalho comece a diminuir progressivamente através de
um controle maior e mais rígido sobre os locais de trabalho.

Os programas de SST são a principal arma na redução do


número de acidentes de trabalho

QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DA REDUÇÃO DO


NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO?

Além de representar um custo estimado de R$ 16 bilhões anuais para


a Previdência Social, o alto índice de acidentes de trabalho também
resultam em gastos de cerca de R$ 12 bilhões a cada ano para as
empresas privadas do país.

Esse valor é calculado principalmente pela perda da produtividade


das empresas, que deixam de ter um funcionário ativo em casos de
acidente de trabalho ou doenças ocupacionais, e também pela
instabilidade emocional muitas vezes causada por esses incidentes
nos outros trabalhadores.

Com a redução do número de acidentes, as empresas teriam ganhos


substanciais em produtividade e também gastariam menos com o
Fator Acidentário de Prevenção (FAP), cujo valor é influenciado pelo
histórico de acidentes de uma empresa em seus dois últimos anos.
Portanto, de acordo com essa metodologia, as empresas que
apresentam um número menor de acidentes ou até mesmo nenhum
acidente, possuem uma bonificação elevada e pagam uma tarifa
bastante reduzida em comparação com as empresas que possuem
um número elevado de acidentes em seu histórico.
A redução do número de acidentes de trabalho gera ganhos
substanciais para as empresas

QUAIS SÃO AS RESPONSABILIDADES DO


EMPREGADOR?

Segundo o artigo 19 da Lei nº 8.213/91, que diz respeito aos


acidentes de trabalho, a principal responsabilidade das empresas é
oferecer um ambiente seguro e que não apresente riscos a saúde
física e mental de seus funcionários.

Mas além do ambiente em si, a Norma Regulamentadora número 18


(NR 18), por exemplo, que trata sobre as empresas de construção
civil, também determina que é igualmente importante que os
empregadores ofereçam um treinamento admissional apropriado aos
seus empregados, que seja capaz de cumprir as seguinte
recomendações:
 Relatar sobre as condições de trabalho, incluindo informações
sobre os possíveis riscos inerentes àquela determinada função e
quais são os métodos para prevenir e evitar esses riscos.

 Informar como e quando os Equipamentos de Proteção


Individual (EPI) devem ser utilizados e ressaltar sobre a importância
dos mesmos, estipulando inclusive penalidades como advertências e
suspensões para os empregados que não fizerem o uso devido
desse equipamento.

 Caso necessário, informar sobre os Equipamentos de Proteção


Coletiva (EPC) que existirem no local e ensinar a melhor forma de
utilizá-los.

 Explicar quais são as normas de higiene ocupacional, medicina


e segurança do trabalho necessárias para o cumprimento de
determinada atividade.

 Ressaltar que, caso ocorram situações de risco e com potencial


de evoluir a um acidente de trabalho, é essencial comunicar
imediatamente um superior hierárquico e reportar o ocorrido.

Segundo as leis trabalhistas brasileiras, não existe um prazo


estabelecido sobre quanto tempo deve durar esse treinamento de
funcionários, sendo responsabilidade de cada empresa escolher
um profissional experiente em segurança do trabalho, que seja capaz
de ministrar o treinamento de modo completo e eficiente.

Caso ocorra um acidente de trabalho e seja comprovado que o


empregado não obteve o treinamento adequado, esse fator é
considerado decisivo para determinar a culpa da empresa.

A empresa é responsável pela segurança dos trabalhadores


durante o trabalho
IMPLICAÇÕES DIVERSAS PARA AS EMPRESAS
QUE TÊM ACIDENTES DE TRABALHO
FREQUENTEMENTE

Quando um empregado sofre um acidente de trabalho,


primeiramente a empresa precisa arcar com os custos normais
daquele trabalhador, referentes ao pagamento de salário e possíveis
benefícios, durante os primeiros quinze dias do afastamento.

Mas além disso, segundo o artigo 22 da Lei n. 8212/91 da


Constituição Federal, as empresas necessitam custear integralmente
um seguro contra acidentes de trabalho, chamado SAT (Seguro de
Acidentes de Trabalho), que consistem em taxas de 1% a 3% que
ainda podem ser dobradas dependendo do histórico de acidentes de
trabalho – dentre outros fatores – naquela empresa.

Porém, não basta custear o SAT, que é repassado para o INSS


(Instituto Nacional de Seguro Social), sendo essa a instituição
responsável por oferecer auxílios financeiros aos trabalhadores
acidentados.
As empresas não estão isentas de responderem legalmente por
acidentes que ocorram, e de terem que pagar indenizações por danos
morais, estéticos e materiais, incluindo despesas médicas e
hospitalares, por exemplo.

Portanto, quanto maior é a incidência de acidentes de trabalho em


uma empresa, maior serão também os gastos com processos
trabalhistas, indenizações e pensões determinadas judicialmente caso
seja comprovada a culpa da empresa no ocorrido.

Desse modo, a redução do número de acidentes de trabalho é uma


vantagem não apenas para os empregados, mas também para os
empregadores que terão seus custos com processos e outras
responsabilidades drasticamente reduzidos, além de ganharem com
um aumento contínuo em produtividade.

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