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Belo Horizonte, 10 de abril de 2018

Caro presidente,

Antes de mais nada gostaria de pedir licença para tratá-lo de amigo. E amigo como de-
veriam ser todos os amigos, amigo do peito, aquele que sempre esteve presente, que
nunca nos traiu e que sempre nos dedicou uma amizade incondicional.

Aquele que não apenas na bonança, mas também e antes de tudo, empresta seu voto
de apoio e confiança quando nos encontramos no fundo do poço. Aquele que sempre
traz luz quando em muitos momentos há trevas, aquele que traz força e esperança nos
momentos de desânimo e desilusão.

Você foi, é e será este amigo exemplar do povo brasileiro, principalmente dos mais hu-
mildes, mas não exclusivamente deles.

E sendo amigo do povo, o povo é seu amigo. Também um amigo verdadeiro, que nutre
esta amizade com carinho, respeito e sinceridade.

E onde há amizade não pode haver hipocrisia. O povo, como seus verdadeiros amigos,
sabe entender o tamanho dos desafios que você tem enfrentado ao longo desta fabu-
losa jornada. Sabe entender que no exercício do poder não pelo poder, mas pelo sonho
de dar dignidade cada vez maior a todos os brasileiros, muitas vezes se é obrigado a
conviver e a dar voz e espaço a grupos e pessoas com as quais há sérias divergências.

O povo, que não é hipócrita, sabe que este é o preço que se paga pela democracia. Sabe
que na luta democrática, contrariando todos os prognósticos, você se meteu como uma
cunha entre forças poderosas, conservadoras e preconceituosas. E esta cunha, com
muita luta, com muita porrada, criou um espaço que foi transformado em um espaço
daqueles que nunca tiveram voz.

Meu amigo, não sou, utilizando uma linguagem pejorativa daqueles que não toleram
as diferenças e com os quais não concordo, preto, pobre, ou petista, mas sou povo, e
como milhões de outros brasileiros, estou a sofrer com a brutalidade a que te subme-
tem.

Sofro pelo presidente, mas antes de tudo, sofro e me revolto pelo que fazem ao cidadão
Luís Inácio, ao pai, ao avô, ao irmão, ao tio, ao amigo Luís Inácio Lula da Silva, cujo
crime foi sonhar que era possível governar este país para todos, mas com um olhar
diferenciado para os mais necessitados.
Há 45 anos escrevia Pablo Milanez:

“E quem garante que a história é uma carroça abandonada numa beira de estrada ou
numa estação inglória

A história é um carro alegre cheio de um povo contente, que atropela indiferente,


todo aquele que a negue

É um trem riscando trilhos, abrindo novos espaços, acenando muitos braços,


balançando nossos filhos

Quem vai impedir que a chama saia iluminando o cenário, saia incendiando o plená-
rio, saia inventando outra trama?

Quem vai evitar que os ventos batam portas mal fechadas, revirem terras mal soca-
das, e espalhem nossos lamentos?

E enfim, quem pagará pelo pesar do tempo que se gastou, das vidas que se perderam
e das que ainda podem se perder?

Já foi lançada uma estrela para quem souber enxergar, para quem quiser alcançar e
andar abraçado nela!”

Força amigo!

Você é a estrela daqueles que souberam enxergar. É a nossa voz e a nossa força e nós
seremos cada vez mais a vossa voz e a vossa força em todos os cantos deste país!

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