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Um
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...o Som não estava mais lá.
Um brilho tênue, quase imperceptível surgiu enquanto os espasmos
diminuíam, e, conforme as convulsões abrandavam, ia se tornando
mais e mais forte, mais brilhante, até que se tornou Luz; e iluminou o
Ser que ali estava: o Primeiro-Entre-Eles...
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“Está a sorte lançada! Entre o Fogo Fulgurante de Ammon-Thar e o
Fogo Negro de Ur-Naghôr, há pouca coisa que os separe... Que seja
então esta chama o Fogo que Forja e que Destrói – um Fogo Sem
Nome, mas que una ambos em equilíbrio, servindo para ambos os
propósitos, pois há de existir um Equilíbrio, um meio entre opostos,
entre o Fim e o Início entre as bênçãos e as chagas da Existência...”
E retirou-se, enquanto e uma multitude de pares de olhos sem corpos,
ofuscado pelas Três Luzes, fugiram para as Trevas reconfortantes.
E o Primeiro contou a Eles seu plano, de moldar os Fogos – as Três
Luzes, e com ele Criar – e convocou o Segundo e o Terceiro, pois
não há Existência sem seu inverso, nem criação que não encontre seu
Fim; e os Três tomaram dos Fogos, e moldaram-nos, esfriando-os ou
aquecendo-os conforme suas necessidades, e enfim não havia um só
local na Existência que não houvesse ao menos um Resquício de
Luz... E outros pares de olhos fizeram-se Corpos e nominaram-se de
acordo com suas inclinações; e Eles viram o que havia sido criado, e
sua Criação era bela, e era boa, e Eles se rejubilaram... Menos um.
* * *
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Dois
Nunca se soube, exatamente, quantos Eles eram, ou O Que eram, ou
Por que eram: Eles Eram, mesmo quando ainda Não-Eram.
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E Eles puseram-se ao trabalho, engendrando formas, matérias, cores
e elementos, aos quais davam vida, sempre insatisfeitos com o pleno
resultado – mas o Terceiro crescia em ódio e despeito, e a tudo
tocava, conspurcando – e assim foi que uma gama de monstros e
criaturas das quais as lendas apenas sussurram, tornaram à vida, os
Hen’Answyhr, os Terrores Antigos dos mitos e lendas,
monstruosidades consumidas pela mácula do Terceiro – até que, o
Segundo tomou para si algumas das criações, e, tomando dos Três
Fogos, e com as bênçãos do Primeiro e as chagas do Terceiro,
moldou-os em formas esguias, belas e delicadas, mas fortes e
resistentes, e os Três sopraram neles a Vida, e levou-os à presença
d’Eles, dizendo o Primeiro:
“Eis aqui um Belo Povo, ao qual cedi todo amor pela Criação, um Povo
que será Sábio e Justo – se assim o quiseres, e viverá eternamente, se
for de vossa vontade.”
“Haverá sim de morrer, pois justo é que toda Criação chegue a termo;
mas o Tempo não lhes consumirá. Apenas poderão eles mesmos, ou
nós lhes tirarmos a vida, pois dependerá deles então, sua própria
sobrevivência...”
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de todos os Povos que hoje habitam Lahr – perfeitos em sua
completude, mas ainda vazios de experiência.
Aos Primordiais, Filhos e Filhas d’Eles, foi dado Lahr, para que
reinassem sobre toda a Criação – pois que Lahr localizava-se em seu
centro, e em seu próprio interior localizava-se uma cadeia
montanhosa circular, em forma de anel, cujo cume era impossível de
ser visto, pois que se arrojavam através dos céus qual colossais
torres, de um cinza metálico, como se feito em prata e pedra – e os
Primordiais a chamaram Eryth Khellehar, as Montanhas de Prata,
que escondia em seu interior um bosque sagrado – a conexão entre
Lahr e Eles;.
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oTerceiro sussurrou-lhes o Desejo e viram em muitos corações brotar
a Inveja e a Ganância...
E houve Guerra.
A Guerra dos Mil Nomes – assim foi chamada, pois que a Língua
Ancestral dos Primordiais dividiu-se em muitas – trouxe o fim a uma
Era de mitos e glória; os Filhos e Filhas dos Três jogaram-se uns
contra os outros, em frenético desejo de sangue, e seus filhos, e os
filhos de seus filhos os acompanharam: a Guerra trazia o fim de seu
tempo, e os Primordiais conheceram a Queda.
...e decidiram.
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Eles criaram uma terra, abaixo das Trevas, em que se lhes refletiam
os espíritos maléficos – e outros, ainda dotados de pureza e virtudes,
já não mais cabiam entre seus pares, e uma outra terra, acima da
Luz, foi-lhes dada, para que vivessem em jubilo...
A Guerra dos Mil Nomes chegou então a um termo; e, com ela, uma
Era de mitos e glória, que ficou para sempre conhecida como a Era
Antiga (Elder Age) – e sobre Lahr um tempo novo raiou sobre um novo
mundo, pois os Três houveram de recriar o que havia sido destruído,
mundo e a Vida – não mais com a fagulha imortal dos descendentes
d’Eles, mas mortais como os filhos dos filhos dos Primordiais
haveriam de ser, e estes lembravam todo o sofrimento que passaram,
e retiraram-se, aflitivos ante o sombrio porvir que se lhes desenhava
o futuro...
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Três
Foram poucos os Primordiais que sobreviveram ao fim da Guerra dos
Mil Nomes.
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como vingança; Molloch, Portador da Queda, O Corruptor, cujo prazer
é ver a Existência cair como ele próprio; Mammon, Senhor das
Riquezas, o Sedutor, aquele cujas palavras não devem ser ouvidas,
cujo brilho é a causa máxima da desgraça; Baal’zebub, O-Que-
Devora, horrendo e odiento, que consome corpos e plantações,
senhor das pestes e das calamidades; e Lyllith, a Senhora Negra,
cujos prazeres abrem as portas da danação.
Mas existem também aqueles que foram exaltados por serem pilares
das Virtudes, Seres de Pureza e Bondade, chamados de Anjos
Iluminados ou Exaltados, cujos corações gloriosos levaram Eles a
criarem uma região de jubilo e glória, acima da luz, em cujo seio
governam os Três-Acima-Da-Luz: é em Aedhen que governam os
maiores entre os que ascenderam – Elohim, Senhor da Glória,
Portador das Virtudes, aquele que é o ideal a ser alcançado; Cherub,
o Protetor, aquele que preserva o esplendor da Existência, que
governa a eterna guerra com os Anjos Negros ou Caídos; e Seraph, o
Obreiro Divino, que guarda e repara a Criação, protegendo-a contra os
males, sempre atento ao que o Bem pode criar. Aedhen é uma terra
esplendorosa, de iluminação e misericórdia, onde a Criação colhe as
bênçãos jubilosas dos corações sagrados à Virtude; é a Casa
Radiante, chamada de as Terras Iluminadas, a morada do Primeiro o
Reino dos Anjos Iluminados ou Exaltados.
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completude, onde Luz e Trevas convivem lado a lado, com tênues
fronteiras como borrões; ali, o Segundo julga, planeja e comanda
suas ações na busca do equilíbrio entre o Primeiro e o Terceiro,
auxiliado por Ennoch, o Anjo do Equilíbrio, Mensageiro dos Três,
cujas hordas praticam tanto o Mal quanto o Bem, promovendo o Caos
ou a Ordem conforme necessário ao Equilíbrio.
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Os Grigori tentam agir o mais disfarcadamente possível, pois a mera
presença de um Anjo em meio à população comum de Lahr poderia
trazer pânico e grandes catástrofes a uma comunidade, por melhor
que fossem as intenções envolvidas – e os Três os proíbem de se
revelarem, assim esperando evitar uma nova seqüência de fatos que
levou os Primordiais à Queda – mas ainda assim, existem relatos,
visões e revelações feitas aos clérigos e outros usuários de magia
sobre o papel e presença dos Grigori em Lahr, quase sempre mantida
em segredo – bem como a presença dos Primordiais, e das criaturas
monstruosas da Era Antiga (Elder Age), conhecidas coletivamente
como Hen’Answyhr – os Terrores Antigos.
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Quatro
Ao fim da Era Antiga (Elder Age), depois da Guerra dos Mil Nomes,
um novo período seguiu-se: “os filhos dos filhos dos filhos” daqueles
chamados de Primordiais correram por sobre Lahr, reclamando este
ou aquele terreno, vivendo de acordo com os recursos da natureza
inóspita, sob a inclemência dos elementos, adaptando-se como
podiam – e estabeleceram vínculos com a terra e entre si, formando
comunidades interligadas por laços de sangue e necessidade – e
surgiram então os primeiros e mais antigos Clãs; e estes traçavam
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seus laços e linhagens até este ou aquele Primordial, e se
denominaram Grei’Ghaed – “Família de Sangue”na Língua Ancestral.
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contato, gerando um comercio que necessitava de regras, e preços e
pesos comuns foram criados, diferindo aqui e ali, pois, assim como as
Línguas, também a cultura era influenciada pelo ambiente, recursos e
necessidades – e o Tempo dos Reis teve inicio...
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Cinco
Os relatos mais antigos que se tem dos Tempos dos Reis, que se
seguiu aos Dias Selvagens, encontra-se em um tomo obscuro,
conhecido como “O Conhecimento de Chronozeus” (Lore), uma
coleção de textos antigos, supostamente compilados por bardos, a
partir dos relatos de Chronozeus, lendário sábio-dragão que teria
vivido há muito, cuja existência é posta em dúvida mesmo pelos
dragões; as lendas em torno de Chronozeus, contam que o dragão-
sábio teria tido contato com entidades muito acima da compreensão
dos Mortais (muitos dos sábios de hoje interpretam esta passagem
como sendo um contato direto entre um Mortal e Eles), após uma
série de aventuras em busca do conhecimento supremo – chamado o
“Caminho de Chronozeus”(Path) – em que teve como recompensa
exatamente o que queria; mas este conhecimento pleno da realidade
teria sido muito além do que ele poderia suportar, e, cego e semi-
enlouquecido, teria passado estes breves relatos a bardos, que
escreveram conforme conseguiram compreender.
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os Prothei e os Terrores Antigos (Hen’Answyhr )– e os posteriores
tempos de barbárie até a formação do primeiro reino mortal –
Arkadya (“Aar’Chadeas” significa“Casa Suprema”, na antiga língua
arkadi, também traduzido como “clã, tribo suprema ou superior –
mais poderosa”) – onde termina o relato de Chronozeus.
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Vallarys, mas todos os povos; mas há aqueles que não perecem
pelas mãos dos Caídos, ou dos terrores Antigos (Hen’Answyhr) sob o
comando de Yshtar – ao contrário, as hordas se esquivam destes, e
os primeiros indícios dos Primordiais são notados – são estes
Primordiais que elegem onze, entre os mais sábios e poderosos
mortais, guiando-os contra Yshtar e sua horda negra, até que, no
mesmo sítio amaldiçoado de Tel-Na’ar – agora chamado apenas
Na’ar- Urn, o “Covil das Luas” (onde hoje fica Naarûn, a Cidade
Negra) – os Onze Escolhidos impõem às hordas dos Caídos sua pior
derrota, forçando-os a retornar à Thannathur, levando consigo a
alma agonizante de Yshtar, a Rainha-Bruxa, enquanto seu corpo
queimava no alto da pequena torre de pedra branca erguida pelos
onze escolhidos.
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Seis
Os chamados Tempos dos Reis perdurou por muito, desde o fim dos
Dias Selvagens e a fundação de Arkadya, mas os próximos relatos
conhecidos são bem mais recentes e mais confiáveis, em muito por
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serem testemunhos de suas épocas feitas por personagens famosos,
reais, e duas são as grandes fontes de conhecimento: os relatos-
canções do bardo élfico Elnnariën, conselheiro do reino élfico de
Gallad’ar e expoente-maior da cultura de sua época – suas canções,
cantadas por bardos de toda Lahr, perduram até os dias de hoje,
embora sem a graça e a beleza do maior dos bardos; e os “Tomos de
Sonn’Lu”, em que uma sociedade de pesquisadores do pequenino
mosteiro de “Hang’er” (“Torre do Saber”, na língua antiga de
Arkadya, então utilizada apenas entre sábios e eruditos, hoje quase
desaparecida) sob o comando de Sonn’Lu, um estranho mago
dedicado ao conhecimento – rezam as lendas, que Sonn’Lu
desapareceu ao trilhar o “Caminho de Chronozeus”, nunca mais
sendo visto.
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Todos os Anjos” – chamada comumente de “Santa Igreja” – dedicada
ao culto dos Anjos como um todo, tal qual um imenso panteão: seus
templos são gloriosos e específicos, dedicados a este ou aquele Anjo
em particular, ou mesmo a um grupo de anjos afins, e seus clérigos
formalizam o Hyerologyum – o Livro da Razão Sagrada, contendo os
princípios de todos os Anjos. Seus seguidores são chamados
coletivamente de Sacramentados .
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então que os reis e nobres tornaram-se uns contra os outros, e reino
após reino adentrou em uma guerra sinistra.
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invasão e das magias destrutivas utilizadas, que Lahr contorceu-se
sobre si mesmo, alterando sua geografia aqui e ali, e pensou-se
mesmo que chegara o fim dos tempos.
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Mas Belthammar chamou a si os maiores de seu tempo, e deu-lhes o
caminho da ordem e ditou-lhes a leis, sumindo por entre os Povos –
mas o conhecimento dado foi registrado naquilo que ficou conhecido
como o “Código de Belthammar”. E os maiores daquele tempo
levaram a paz ao mundo: com o conhecimento contido no mosteiro de
“Hang’er”, reverteram as magias esquecidas, abriram portais às
Moradas Acima-da-Luz e ao Mar Astral, e às forças de Lahr somaram-
se as legiões de Exaltados e outros Anjos, e uma vez mais as hordas
lideradas pela Rainha-Bruxa conheceram a derrota, e os Povos
triunfaram sobre si mesmos, e, embora arrasado, quase por inteiro
destruído, Lahr se reergueria, pois havia agora um roteiro a ser
seguido, e as novas religiões davam aos Povos o alento para
recomeçar.
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Sete
Após o término dos Tempos dos Reis, os registros modernos são
bastante confiáveis, uma vez que foram feitas após os tempos em
que Lahr reergueu-se.
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em tamanho, mas imensos em cultura; e reinos ainda menores, como
a Cidade Negra de Naarûn, o Grão-Ducado de Nygris, Q’ör e suas
minas cobertas de riquezas, e a liga mercantil da Costa de Prata
(Silver Coast) – bem como o ancestral reino anão de Karamthar,
divididos em Thanados (liderados por Thanes) correspondentes às
terras de cada Clã; e os reinos élficos, verdadeiras jóias de Lahr,
sendo Gallad’ar o maior, e também os Reinos Gêmeos, Vallarys e
Vallafal; e Dargonnys, por fim, um reino de muitos Povos, embora
governado pelos Filhos-dos-Dragões (Dragonborn).
Para além dos 17 Reinos – que estão espalhados por todo mundo –
Lahr é composta por Cidades-Estados, governadas por Barões (ou
Baronesas), cada Barão a autoridade máxima em sua Cidade-Estado,
e um adendo ao título nobre denota o poder e a riqueza de cada
Cidade-Estado: seus governantes são classificados como Barões
(vilas, aldeias, etc), Altos-Barões (High Barons – Towns) e Arquibarões
(Archbarons – Cities) – e, nas Cidades-Estados, como na grande
maioria de Lahr, salvo raras exceções, mulheres e homens coexistem
em pé de igualdade, ou seja: uma Baronesa é igual a um Barão
(embora alguns não pensem assim).
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Com o fim dos Tempos dos Reis, Lahr entrou na chamada Terceira Era
(tempo atual), e desde o fim das “Guerras Pecaminosas”, alguns
poucos mortais conseguiram apropriarem-se – ou descobrirem – do
segredo do rito utilizado por Belthammar e os Primordiais para
ascender, e modificaram-no, possibilitando a um mortal ascender
igualmente a níveis divinos; este ritual modificado foi chamado de
“Ritual da Ascensão”, e pode elevar um mortal à divindade – se feito
corretamente – conhecida como “Elevado” (Raised One) ou – em
caso de erro ou falha do ritual – em uma monstruosidade undead
entre uma wraith e um banshee, conhecido como um “Amaldiçoado”
(Accursed), uma criatura completamente devotada à destruição,
tomada pela loucura e pela fúria insana contra toda a criação.
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velho amigo do Rei Larkan, tutor militar de Lothar e Comandante da
Guarda Real, uma espécie de heróis locais em Aravar, que vivem em
meio a rixas e contendas com o exército/milícia de Arlund – que faz às
vezes de polícia em Aravar – comandado pelo Half-orc Darius
"Fellblade".
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dedicado aos Cinco-Sob-As-Trevas esconde-se em algum lugar no
subterrâneo de Aravar; ainda, um templo de Belthammar existe,
dando apoio aos “Herdeiros da Luz”, mas há também o templo dos
Três, em cujo meio os Casaynn são guiados no “Caminho da
Visão”pelos Druidas.
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renomados em toda Arlund e tem a confiança do Rei, Lord Edmond,
cunhado e amigo do Rei comanda os melhores homens do reino, e
são considerados heróis locais em Aravar. Tal rixa é tão famosa, que
em Aravar existe o ditado que diz “tão juntos como ouro e prata” (ou
variações) significando que duas pessoas ou coisas não combinam, ou
dará problema – uma alusão aos símbolos das duas organizações: o
falcão negro sobre prata do exercito e o falcão dourado sobre branco
da Guarda Real.
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em prol de Alma Brightheart – que era irmã do melhor amigo de
Larkan, Lord Edmond Brightheart, Comandante da Guarda Real –
mas quem seria louco de apontar este fato em frente de alguém cujo
apelido é a “Serpente de Aravar”?
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