Está en la página 1de 34

1.

INTRODUÇÃO

Calor ou transferência de calor é a energia térmica em trânsito de um


sistema para a sua vizinhança em decorrência de uma diferença de temperatura.
Essa transferência se dá por diferentes mecanismos, sendo eles condução,
convecção e radiação. 1-2

1.1 Condução

A condução ocorre quando há um gradiente de temperatura em um fluido


ou sólido em repouso macroscópico. Esse mecanismo é promovido do ponto de
vista microscópico pela liberdade de movimento das partículas (movimento
randômico), por exemplo, nos metais com o transporte de elétrons livres e nos
cristais com o movimento dos retículos cristalinos. 1-2
O processo de transferência de calor por condução é quantificado por uma
equação de taxa 𝑞𝑘 conhecida como Lei de Fourier. Considerando uma parede
plana unidimensional em 𝑥, com espessura 𝐿 e com distribuição de temperatura
𝑇(𝑥), dada pela Figura 1,

Figura 1 - Mecanismo de condução em parede plana unidimensional em x

Fonte: Incropera, 2005, p.3.2

tal taxa, em W, e seu fluxo são dados, respectivamente, pelas equações:

𝑑𝑇
𝑞𝑘 = −𝑘 𝐴 (1)
𝑑𝑥

1
𝑑𝑇
𝑞𝑘 " = −𝑘 ∙ (2)
𝑑𝑥

A condutividade térmica 𝑘 [W/(m.K)] é uma propriedade de transporte e


característica do material. Em geral a condutividade térmica dos sólidos é maior
que a dos líquidos, e ambas maiores que a dos gases. 1,2

Devido à linearidade do gradiente de temperatura no caso da Figura 1, o


mesmo pode ser reescrito como:

𝑑𝑇 𝑇2 − 𝑇1
= (3)
𝑑𝑥 𝐿

Substituindo a equação (3) na (1) e rearranjando a mesma, obtém-se:

𝑇1 − 𝑇2
𝑞𝑘 = 𝑘 ∙ 𝐴 ∙ (4)
𝐿

A taxa de calor é sempre normal à superfície isoterma. Analisando o caso


no qual a transferência de calor não seja unidimensional, é possível generalizar
a equação (2), reescrevendo-a na forma vetorial:1

⃗⃗
𝑞𝑘 = 𝑞𝑥 ∙ 𝑖⃗ + 𝑞𝑦 ∙ 𝑗⃗ + 𝑞𝑧 ∙ 𝑘 (5)

⃗⃗ ,
sendo 𝑞𝑥 , 𝑞𝑦 e 𝑞𝑧 as taxas de transferência de calor nas direções 𝑖⃗, ⃗j e 𝑘
respectivamente.

1.2 Convecção

A convecção é a transferência de calor, devido a um movimento


macroscópico que carrega partes de uma substância de uma região quente para
fria. Tal mecanismo ocorre entre uma superfície e um fluido em movimento, os
quais apresentam diferença de temperatura.1-2
A convecção ainda pode ser classificada em: natural (livre), causada pela
diferença de densidade e pela força de empuxo ou forçada, em que o
escoamento necessita de um mecanismo externo para ocorrer.1
2
O processo de convecção é ilustrado na Figura 2, na qual podem ser
evidenciadas tanto a camada limite de velocidade quanto a camada limite
térmica. A última é definida como a região do fluido na qual a temperatura varia
de 𝑇𝑠 , associada à superfície na altura y = 0, à 𝑇∞ , associada à região de
escoamento afastada da superfície.2

Figura 2 - Mecanismo de convecção com as camadas limites de temperatura e


velocidade

Fonte: Incropera, 2005, p. 5.2

As equações de taxa e fluxo (lei de resfriamento de Newton) desse


mecanismo de transferência de calor, são dadas por:

𝑞𝑐 = ℎ ∙ 𝐴 ∙ (𝑇𝑠 − 𝑇∞ ) (6)

𝑞𝑐 ′′ = ℎ ∙ (𝑇𝑠 − 𝑇∞ ) (7)

sendo 𝐴 a área da superfície na qual ocorre o fenômeno de convecção.


O coeficiente de transferência de convecção ℎ, dado em W/(m2.K), é um
parâmetro que depende da natureza do escoamento do fluido e de suas
propriedades termodinâmicas. 1,2

3
1.3 Radiação

Radiação é a energia transferida através da matéria que está a uma


temperatura diferente de zero. Esta emissão ocorre em sólidos, líquidos e gases,
sendo atribuída à mudança na configuração eletrônica das moléculas ou dos
átomos que constituem a mesma. 2
A energia da radiação é transportada por ondas eletromagnéticas, não
necessitando de um meio material (inclusive, sendo mais eficiente no vácuo). 2

O poder emissivo máximo 𝐸𝑏 é conferido a corpos negros (radiador ideal)


e é determinado pela lei de Stefan-Boltzmann:

𝐸𝑏 = 𝜎 ∙ 𝑇𝑠 4 (8)

sendo 𝜎 a constante Stefan-Boltzmann, equivalente a 5,67. 10−8 𝑊/(𝑚2 𝐾 4 ) e 𝑇𝑠 ,


a temperatura absoluta da superfície, dada em Kelvin.
No entanto, o poder emissivo de uma superfície real é menor que o do
corpo negro em uma mesma temperatura e depende da emissividade 𝜀, uma
propriedade dependente do material e acabamento da superfície que mede a
eficiência de sua radiação em relação a um corpo negro. O seu intervalo é 0 ≤
𝜀 ≤ 1. 2
O mecanismo de radiação é ilustrado na Figura 3; através dela nota-se a
taxa líquida de transferência de calor por radiação e de convecção saindo da
superfície S para vizinhança.

Figura 3 - Mecanismo de radiação

Fonte: Incropera, 2005, p. 6.2

4
Tal taxa de radiação pode ser expressa nas equações (8) e (9):

𝑞𝑟𝑎𝑑 = ℎ𝑟 ∙ 𝐴 ∙ (𝑇𝑠 − 𝑇𝑣𝑖𝑧 ) (9)

𝑞𝑟𝑎𝑑 = 𝜀 ∙ 𝜎 ∙ 𝐴 ∙ (𝑇𝑠4 − 𝑇𝑣𝑖𝑧 4 ) (10)

onde ℎ𝑟 é definido como o coeficiente de transferência de calor por radiação,


dependente da temperatura.

1.4 Sistemas de isolamento

Isolamentos térmicos são compostos de materiais de baixa condutividade


térmica. Tais materiais são combinados com o objetivo de se atingir um 𝑘 ainda
menor. 1
Existem diferentes tipos de isolamentos, entre eles:

 Com fibras, pós ou flocos: materiais finamente dispersos no ar;


 Celular: sistemas de espumas plásticas ou vítreas, os espaços pequenos
ou ocos são formados pela ligação ou fundição do material;
 Refletivo: restringe o movimento do ar. 1

1.5 Propriedades termofísicas

As propriedades termofísicas referem-se às características físico-


químicas dos materiais. Elas subdividem-se em duas categorias: 2

a) Propriedades de transporte: propriedades relacionadas com os


transportes de calor e de momento; 2

b) Propriedades termodinâmicas: referem-se ao estado de equilíbrio


de um sistema. 2

5
Dentro das propriedades termodinâmicas, destacam-se a massa
específica 𝜌 e o calor específico 𝑐𝑝 . O produto 𝑐𝑝 ∙ 𝜌 é comumente chamado de
capacidade térmica volumétrica e refere-se à capacidade de um determinado
material acumular energia térmica.2
Define-se, ainda, a razão entre a condutividade térmica e a capacidade
térmica volumétrica como difusividade térmica 𝛼: 2

𝑘
𝛼= (11)
𝑐𝑝 ∙ 𝜌

A difusividade térmica indica a relação entre a capacidade de transmitir e


acumular calor que uma determinada substância apresenta. 1

1.6 Equação da difusividade térmica

Uma das principais finalidades do estudo da condução é a determinação


do campo de temperaturas, ou seja, a variação da temperatura com a posição
em determinado meio. 2
Uma vez obtida a relação da temperatura com a posição no meio, é
possível utilizar a Lei de Fourier para determinar o fluxo de calor em qualquer
ponto. Além disso, é possível estudar a integridade estrutural de um sólido, a
partir da determinação de tensões e deflexões térmicas, aplicando o
conhecimento do campo de temperatura no material. Outro uso importante do
campo de temperatura é na otimização da espessura do isolamento térmico. 2
A equação da difusividade térmica, em sua forma geral, em coordenadas
cartesianas pode ser escrita como:

𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕𝑇
(𝑘 ∙ ) + (𝑘 ∙ ) + (𝑘 ∙ ) + 𝑞̇ = 𝜌 ∙ 𝑐𝑝 ∙ (12)
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑡

A dedução desta equação encontra-se na seção “A” Apêndice.


Em indústrias e processos industriais é muito comum o estudo da
transferência de calor através de dutos, cujo formato geométrico é semelhante
ao de um cilindro. Por isso, é de suma importância a determinação do campo de

6
temperatura em cilindros; sendo assim, reescreve-se a equação (12) em
coordenadas cilíndricas:

1 𝜕 𝜕𝑇 1 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕𝑇
∙ (𝑘 ∙ 𝑟 ∙ ) + 2 ∙ (𝑘 ∙ ) + (𝑘 ∙ ) + 𝑞̇ = 𝜌 ∙ 𝑐𝑝 ∙ (13)
𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜙 𝜕𝜙 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑡

1.7 Circuitos térmicos

Em analogia a circuitos elétricos, é possível estabelecer um circuito


térmico, no qual há uma resistência à passagem de calor.1 À essa resistência,
atribui-se o nome de resistência térmica em um meio, definida como:

∆𝑇
R= (14)
𝑞

Em sistemas compostos por diversas camadas de materiais diferentes,


associados em série ou paralelo, é possível estabelecer uma resistência total
𝑅𝑡 do sistema: 1

𝑅𝑡 = ∑ 𝑅𝑖 (15)
𝑖=1

sendo 𝑛 o número de resistências do sistema.


De maneira geral, a equação (14) pode ser reescrita da seguinte forma:

𝑅 ∙ 𝑞 = 𝑇2 − 𝑇1 (16)

sendo T1 a temperatura no material ou interface 1 (à menor temperatura) e T 2 a


temperatura no material ou interface 2 (à maior temperatura).
Assim sendo, é possível obter uma expressão para a temperatura em um
dos materiais ou superfícies, por exemplo:

𝑇2 − 𝑅 ∙ 𝑞 = 𝑇1 (17)

7
1.7.1 Paredes compostas

Seja o sistema de paredes compostas em série da Figura 4, em regime


permanente, sem geração de calor, unidimensional na direção do eixo x e
condutividade térmica constante:

Figura 4 – Circuito térmico equivalente para uma parede composta em série

Fonte: Incropera, 2005, p. 65.2

A temperatura 𝑇∞,1 do fluido escoando à esquerda das paredes é maior


do que a temperatura 𝑇∞,2 do fluido à direita. Portanto, a taxa de transferência
de calor se dá na orientação positiva do eixo x. Combinando as equações (14) e
(15):

∆𝑇
𝑞= (18)
𝑅𝑡

Para o sistema apresentado na Figura 4, sabe-se que:

𝑅𝑡 = 𝑅𝑐1 + 𝑅𝑘1 + 𝑅𝑘2 + 𝑅𝑘3 + 𝑅𝑐2 (19)

onde 𝑅𝑐𝑖 é a resistência térmica convectiva para paredes, definida por: 1

8
1
𝑅𝑐𝑖 = (20)
ℎ𝑖 ∙ 𝐴𝑖

e 𝑅𝑘𝑖 é a resistência térmica condutiva para paredes, definida como: 1

𝐿𝑖
𝑅𝑘𝑖 = (21)
𝑘𝑖 ∙ 𝐴𝑖

Assim, a equação (18) pode ser reescrita, no caso de paredes compostas


em série da figura, como:

𝑇∞,1 − 𝑇∞,2
𝑞= (22)
1 𝐿1 𝐿2 𝐿3 1
+ + + +
ℎ1 ∙ 𝐴1 𝑘1 ∙ 𝐴1 𝑘2 ∙ 𝐴2 𝑘3 ∙ 𝐴3 ℎ2 ∙ 𝐴2

As equações (20) e (21) estão demonstradas na seção “B” Apêndice.

1.7.2 Cilindros compostos

Para cilindros ocos compostos, é possível aplicar a mesma abordagem


empregada no caso das paredes, sob as mesmas condições. Seja o sistema da
Figura 5:

Figura 5 – Cilindro oco com condições convectivas nas superfícies

Fonte: Incropera, 2005, p. 74.2

9
O fluido escoando dentro do cilindro apresenta temperatura maior do que
aquela do fluido externo. Nesse caso, a resistência térmica total é dada por:

𝑅𝑡 = 𝑅𝑐1 + 𝑅𝑘1 + 𝑅𝑐2 (23)

onde 𝑅𝑐𝑖 é a resistência térmica convectiva para cilindros, definida por: 1

1 1
𝑅𝑐𝑖 = = (24)
ℎ𝑖 ∙ 𝐴𝑖 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑟𝑖 ∙ ℎ𝑖 ∙ 𝐿

e 𝑅𝑘𝑖 é a resistência térmica condutiva para cilindros, dada por: 1

1 𝑟𝑖
𝑅𝑘𝑖 = ∙ ln (25)
2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑘𝑖 ∙ 𝐿 𝑟𝑖−1

Assim, a equação (14) pode ser reescrita, no caso de cilindros ocos


compostos da Figura 5, da seguinte maneira:

𝑇∞,1 − 𝑇∞,2
𝑞= (26)
1 1 𝑟 1
+ ∙ ln 𝑟2 +
2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑟1 ∙ ℎ1 ∙ 𝐿 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑘1 ∙ 𝐿 1 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑟2 ∙ ℎ2 ∙ 𝐿

As equações (24) e (25) estão demonstradas na seção “B” do Apêndice.

10
2. OBJETIVOS

2.1 Parte 1

Identificar os mecanismos e quantificar as taxas de transferência de calor.

2.2 Parte 2

Avaliar o processo de transferência de calor por condução em estruturas


de paredes e cilindros compostos em série, as temperaturas nas interfaces e
comparar com resultados teóricos.

11
3. METODOLOGIA

3.1 Materiais - Parte 1

 Estufa;
 Cilindro de cobre;
 Esfera de cobre;
 Placa de cobre;
 Cilindro de alumínio;
 Esfera de alumínio;
 Placa de alumínio;
 Termopar;
 Anemômetro;
 MDF;
 Lã de vidro;
 Madeira de eucalipto (saligna);
 Aquecedores;
 Termômetros;
 Resistência elétrica;
 Béquer;
 Régua

3.2 Métodos – Parte 1

No primeiro experimento, mediu-se a velocidade do vento dentro da


estufa, com o anemômetro, em diferentes regiões da estufa. As temperaturas
dos objetos metálicos, que já haviam sido previamente colocados dentro da
estufa, foram anotadas com o auxílio do termopar. As dimensões dos objetos
foram fornecidas pelo técnico do laboratório.
O segundo experimento se baseou na aferição das temperaturas da
superfície e das dimensões de diferentes materiais colocados em camadas
sobrepostas. O sistema consistia em uma placa de madeira de eucalipto sobre
uma camada isolante de lã de vidro, posta sobre um aquecedor.

12
O terceiro experimento foi semelhante ao segundo; ao invés de utilizar
uma camada de isolante e madeira de eucalipto, usou-se uma placa de MDF
sobreposta ao aquecedor. Após medir a temperatura da mesma, adicionou-se
uma segunda camada de MDF, e, após alguns instantes, mediu-se a sua
temperatura.
O quarto experimento consistiu na observação do fenômeno de
convecção natural. Adicionou-se uma resistência elétrica dentro de um béquer
com água, e, em seguida, injetou-se um corante próximo à resistência.
Observou-se o perfil de escoamento ascendente do corante.

3.3 Materiais – Parte 2

 Aquecedores;
 Lã de rocha;
 Lã de vidro;
 Madeira de eucalipto;
 MDF;
 Placa de isopor;
 Termômetros;
 Régua;
 Termopar;
 Cilindro de cobre

3.4 Métodos – Parte 2

No primeiro experimento, paredes compostas, o sistema era composto por


quatro camadas de diferentes materiais postas sobre um aquecedor, arranjadas
na seguinte ordem: isopor, lã de rocha, madeira de eucalipto e lã de vidro. As
camadas estavam revestidas com papel alumínio. Mediu-se as temperaturas e
as dimensões de cada camada.
No segundo experimento, a ordem dos materiais foi a seguinte: lã de
rocha, MDF, lã de vidro. Dessa vez, o sistema não apresentava nenhum

13
revestimento. Novamente, mediu-se as dimensões e as temperaturas de cada
camada.
Nos dois últimos experimentos, cilindros compostos, mediu-se a
temperatura das diferentes camadas de materiais que envolviam o cilindro de
cobre, na seguinte ordem: lã de vidro e lã de rocha. O sistema estava revestido
com papel alumínio. Os valores dos raios de cada camada foram fornecidos pelo
técnico do laboratório.

14
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a realização dos cálculos, consultou-se a literatura3-7 a fim de se


obter os valores dos coeficientes de condução térmica 𝑘 dos diferentes materiais
utilizados. Os dados obtidos encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1 – Tabela com valores de condutividade térmica retirados da literatura

Lã vidro Madeira Lã rocha Isopor MDF


k (W/m.°C) 0,0380 0,2800 0,0375 0,0290 0,300

Fonte: Os autores, 2018.

4.1 Parte 1

4.1.1 Experimento 1 (convecção forçada)

As dimensões dos objetos metálicos utilizados no primeiro experimento,


convecção forçada, foram fornecidos previamente. A partir desses dados, foi
possível calcular a área de cada objeto. Os valores encontram-se na Tabela 2.

Tabela 2 – Dimensões dos objetos metálicos no experimento de convecção forçada

Cobre Alumínio
Dimensões (m)
Cilindro Esfera Placa Cilindro Esfera Placa
Diâmetro 0,0507 0,0494 - 0,0511 0,0510 -
Comprimento 0,1520 - 0,1522 0,1520 - 0,1521
Largura - - 0,0764 - - 0,0762
Espessura - - 0,0128 - - 0,0131
Área (𝟏𝟎−𝟒 m²) 3,069 25,555 116,280 3,120 27,240 115,900

Fonte: Os autores, 2018.

Os valores experimentais de temperatura de cada objeto e do fluido


encontram-se na Tabela 3.

15
Tabela 3 – Valores experimentais de temperatura no experimento de convecção
forçada

Cobre Alumínio
Ar
Cilindro Esfera Placa Cilindro Esfera Placa
Temperatura
61 63 62 63 63 64 60
(°C)

Fonte: Os autores, 2018.

Também foram feitas medidas da velocidade do fluido escoando entre os


objetos metálicos dentro da estufa. Os valores obtidos estão expressos na
Tabela 4.

Tabela 4 – Valores experimentais de velocidade do ar no experimento de convecção


forçada

Medida Velocidade do ar (m/s)


1 1,94
2 0,89
3 0,80
Media 1,21

Fonte: Os autores, 2018.

A partir do valor de velocidade média do ar, consultou-se a literatura8 e


obteve-se um valor aproximado de coeficiente de convecção igual a 50 W/m².K.
Assim, utilizando a equação (6), calculou-se a taxa de transferência de calor por
convecção em cada objeto metálico; os resultados encontram-se expressos na
Tabela 5.

16
Tabela 5 – Valores calculados de taxa de calor para o experimento 1

Cobre Alumínio
Cilindro Esfera Placa Cilindro Esfera Placa
q (W) 0,0153 0,3833 1,1628 0,0468 0,4086 2,3180

Fonte: Os autores, 2018.

A partir dos resultados obtidos, verifica-se que a transferência de calor nos


materiais de alumínio foi mais efetiva do que nos seus homólogos de cobre. Uma
vez que todos os objetos estavam sob a presença do mesmo fluido, e,
considerando a velocidade do mesmo constante, os únicos fatores responsáveis
pela diferença na taxa de calor foram as temperaturas da superfície de cada
objeto e suas respectivas áreas. Quanto maior a temperatura da superfície e a
área, maior a taxa de calor transferido por convecção.
A aplicação da equação (6), utilizando os dados experimentais
apresentados, encontra-se na seção “C” do Apêndice.

4.1.2 Experimento 2 (condução em paredes retangulares)

Os dados experimentais referentes ao segundo experimento, valores de


temperatura e dimensões, encontram-se na Tabela 6.

Tabela 6 – Valores experimentais de temperatura e dimensões para o experimento 2

Aquecedor Lã de vidro Madeira


Comprimento (m) - 0,200 0,200
Largura (m) - 0,195 0,195
Espessura (m) - 0,051 0,034
T (°C) 161,9 79,9 35,5
Fonte: Os autores, 2018.

A partir das equações (18) e (21), foi possível calcular a taxa de calor
trocada entre o aquecedor e a placa de madeira:

17
𝑞 = 3,368 𝑊

É importante ressaltar que, para o cálculo da taxa, não foram consideradas


as taxas de calor por convecção nem radiação, uma vez que o interesse maior
era o estudo do mecanismo de condução em paredes retangulares.

4.1.3 Experimento 3 (condução em paredes circulares)

Os dados experimentais referentes ao terceiro experimento, valores de


temperatura e dimensões, encontram-se na Tabela 7.

Tabela 7 – Valores experimentais de temperatura e dimensões para o experimento 3

Aquecedor Placa de MDF 1 Placa de MDF 2


Diâmetro (m) - 0,205 0,205
Espessura (m) - 0,01502 0,01502
T (°C) 176,0 79,2 35,3

Fonte: Os autores, 2018.

Seguindo a mesma metodologia de cálculo do experimento 2, utilizou-se


as equações (18) e (21) e obteve-se a seguinte taxa de transferência de calor
entre o aquecedor e a segunda placa de madeira:

𝑞 = 46,369 𝑊

Novamente, o valor acima calculado não leva em consideração os efeitos


convectivos.
Relacionando os resultados obtidos nos experimentos 2 e 3, verifica-se
que, para diferentes configurações, a troca de calor entre o aquecedor e a
superfície da segunda placa apresentou valores muito diferentes. Tal
consequência pode ser explicada pela presença de um sistema de isolamento
térmico no segundo experimento (a configuração isolante-madeira possibilitou

18
uma condutividade térmica ainda menor para o sistema como um todo), fazendo
com que o calor trocado entre a madeira e a placa fosse substancialmente menor
quando comparado com o sistema do experimento 3 (sem isolamento térmico).
A aplicação das equações (18) e (21), utilizando os dados experimentais
apresentados, encontra-se na seção “C” do Apêndice.

4.1.4 Experimento 4 (convecção natural)

Observou-se o movimento ascendente do fluido em questão (corante), em


função da diferença de densidade causada pelo aumento da temperatura. A
Figura 6 mostra, à esquerda, o fluido antes da adição do corante e, à direita, o
movimento ascendente do mesmo, evidenciado pela adição do corante.

Figura 6 – Fotos do experimento de convecção natural

Fonte: Os autores, 2018.

Para o cálculo do calor transferido por convecção, seria necessário o


conhecimento do coeficiente de convecção do fluido, que é função da
temperatura e de propriedades físico-químicas do mesmo.

4.2 Parte 2

4.2.1 Experimento 5 (paredes compostas revestidas com papel alumínio)

19
Os dados experimentais de temperatura e as dimensões dos materiais
encontram-se na Tabela 8.

Tabela 8 – Valores experimentais de temperatura e dimensões para o experimento 5

Aquecedor Lã vidro Madeira Lã rocha Isopor


T (°C) 227,0 115,5 65,2 53,6 37,9
Comprimento (m) - 0,197 0,197 0,197 0,197
Largura (m) - 0,200 0,200 0,200 0,200
Espessura (m) - 0,050 0,035 0,035 0,050
Área (m²) - 0,0394 0,0394 0,0394 0,0394

Fonte: Os autores, 2018.

Para futuras comparações com o experimento 6, optou-se pelo cálculo do


fluxo de calor, ao invés da taxa. Utilizando as equações (18) e (21), obteve-se o
seguinte valor de fluxo de calor entre o aquecedor e o isopor:

𝑞" = 46,142 𝑊/𝑚²

Para os cálculos das temperaturas em cada ponto do sistema utilizou-se


a equação (17) com o valor de q total obtido para este experimento. Os
resultados de temperatura calculadas 𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐 , tidos como valores teóricos, assim
como os medidos experimentalmente 𝑇𝑒𝑥𝑝 e os erros percentuais, encontram-se
na Tabela 9.

Tabela 9 – Temperaturas calculadas e experimentais considerando o calor total no


experimento 5

Tcalc (°C) Texp (°C) Erro (%)

20
Lã de vidro 166,3 115,5 30,55
Madeira 109,7 65,2 40,58
Lã de rocha 22,1 53,6 142,15
Isopor -26,0 37,9 246,02

Fonte: Os autores, 2018.

Verifica-se que há uma diferença considerável entre os valores


experimentais e calculados, sendo os calculados maiores em todos os materiais.
Ainda, constata-se que, quanto mais afastada da fonte aquecedora encontra-se
a camada analisada, maiores são os erros. Tal resultado é explicado pelas
perdas de calor acumulativas nas laterais do sistema: embora o mesmo
estivesse revestido com uma camada de papel alumínio, o isolamento não foi de
todo efetivo, uma vez que algumas partes da superfície se encontravam
descobertas. Dessa forma, ao utilizar o valor de calor total calculado, não foi
considerada a perda por convecção nas laterais, de modo que os valores
calculados tanto de fluxo quanto de temperatura encontram-se superestimados.
Fisicamente, é possível constatar que a taxa de calor não foi constante em todas
as camadas do sistema; portanto, para se obter resultados satisfatórios, é
necessário considerar o calor que efetivamente foi transmitido entre uma
camada e outra.
Sendo assim, calcularam-se novamente os valores de fluxo de calor que
eram transmitidos entre cada camada, a partir dos valores experimentais de
temperatura e das equações (18) e (21). Os resultados estão expressos na
Tabela 10.

Tabela 10 – Valores de fluxo de calor efetivo para o experimento 5

Lã vidro Madeira Lã rocha Isopor


q” (W/m²) 84,74 402,40 12,43 9,11

21
Fonte: Os autores, 2018.

Utilizando os valores de fluxo em cada camada, obtêm-se temperaturas


superficiais equivalentes às medidas experimentalmente. Percebe-se ainda que
o fluxo de calor é inversamente proporcional à resistência térmica da camada,
não sendo constante ao longo do sistema; por exemplo, o fluxo através do isopor
é muito menor do que o transmitido na madeira.

4.2.2 Experimento 6 (paredes compostas sem isolamento)

Os dados experimentais de temperatura e as dimensões dos materiais


encontram-se na Tabela 11.

Tabela 11 – Valores experimentais de temperatura e dimensões para o experimento 6

Aquecedor Lã vidro MDF 1 Lã rocha MDF 2


T (°C) 216,0 74,5 63,1 39,5 32,1
Diâmetro (m) - 0,205 0,205 0,205 0,205
Espessura (m) - 0,043 0,015 0,045 0,015
Área (m²) - 0,033 0,033 0,033 0,033

Fonte: Os autores, 2018.

Uma vez que o sistema não estava isolado, considerou-se os efeitos da


convecção, com temperatura ambiente igual a 29,4 °C. Tomando como
referência o valor do coeficiente de convecção fornecido em um exercício9,
adotou-se, nesse caso, o valor de 10 W/m².K.
Utilizando as equações (18), (20) e (21), calculou-se o seguinte fluxo de
calor entre o aquecedor e a segunda placa de MDF e obteve-se o seguinte
resultado:

𝑞" = 73,705 𝑊/𝑚²

22
De modo geral, comparando os valores de fluxo dos experimentos 5 e 6,
observa-se que, no experimento 6, o fluxo foi maior. Tal resultado se dá por
efeitos convectivos adicionais, que não foram considerados no experimento 5,
uma vez que o mesmo estava, em tese, isolado termicamente.
Para os cálculos das temperaturas em cada ponto do sistema utilizou-se
a equação (17) com o valor de q total obtido para este experimento. Os
resultados de temperatura calculadas 𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐 , tidos como valores teóricos, assim
como os medidos experimentalmente 𝑇𝑒𝑥𝑝 e os erros percentuais, encontram-se
na Tabela 12.

Tabela 12 – Temperaturas calculadas e experimentais considerando o calor total no


experimento 6

Tcalc (°C) Texp (°C) Erro (%)

Lã de vidro 132,6 74,5 43,82


MDF 1 70,8 63,1 10,89
Lã de rocha -25,3 39,5 255,84
MDF 2 35,8 32,1 10,37

Fonte: Os autores, 2018.

Novamente, observa-se uma grande discrepância entre os valores de


temperatura teóricos e experimentais. No caso do experimento 6 os erros se
devem ao fato de que as paredes não estavam revestidas com papel alumínio e,
portanto, houve uma maior perda de calor pelas laterais. A maior perda de calor
no experimento 6 não se refletiu em maiores erros percentuais, quando
comparado ao experimento 5, uma vez que os materiais e suas dimensões eram
diferentes em cada sistema.
Analogamente ao experimento 5, calculou-se o calor entre cada camada;
os resultados obtidos encontram-se na Tabela 13.
Tabela 13 – Valores de fluxo de calor efetivo para o experimento 6

23
Lã vidro MDF 1 Lã rocha MDF 2
q” (W/m²) 84,74 402,40 12,43 9,11

Fonte: Os autores, 2018.

Utilizando os valores de fluxo em cada camada, obtêm-se temperaturas


superficiais equivalentes às medidas experimentalmente. Percebe-se ainda que
o fluxo de calor é inversamente proporcional à resistência térmica da camada,
não sendo constante ao longo do sistema; por exemplo, o fluxo através do isopor
é muito menor do que o transmitido na madeira.

4.2.3 Experimento 7

As dimensões dos cilindros utilizados no experimento foram fornecidas


previamente, e esses valores encontram-se na Tabela 14.

Tabela 14 - Dimensões dos cilindros no experimento 7

Raios (m)
Cilindros
Cobre Lã de vidro Lã de rocha
1 0,02685 0,09658 0,14107
2 0,02685 0,09805 0,13380

Fonte: Os autores, 2018.

Os valores experimentais de temperatura nas fronteiras de cada material,


para cada cilindro, encontram-se na Tabela 15.

Tabela 15 – Valores experimentais de temperatura para o experimento

24
Temperatura (°C)
Cilindros
Aquecedor Lã de vidro Lã de rocha
1 226,0 73,3 42,7
2 219,0 73,7 49,9

Fonte: Os autores, 2018.

A partir das equações (18) e (25), foi possível calcular a taxa de calor por
metro de cilindro trocada entre o aquecedor e a lã de rocha dos cilindros 1 e 2,
respectivamente:

𝑞1 = 26,300 𝑊/𝑚

𝑞2 = 25,074 𝑊/𝑚

Por se tratarem de cilindros basicamente com as mesmas dimensões e


constituídos pelos mesmos materiais, com raios muito próximos, os valores
calculados de calor por metro de cilindro foram muito semelhantes.
Para os cálculos das temperaturas em cada ponto do sistema utilizou-se
a equação (17) com o valor de q total obtido para este experimento. Os
resultados de temperatura calculadas 𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐 , tidos como valores teóricos, assim
como os medidos experimentalmente 𝑇𝑒𝑥𝑝 e os erros percentuais, encontram-se
na Tabela 16.

Tabela 16 - Temperaturas calculadas e experimentais considerando o calor


total no experimento 7

25
Cilindro 1 Cilindro 2

Texp Texp
Tcalc (°C) Erro (%) Tcalc (°C) Erro (%)
(°C) (°C)
Lã vidro 85,0 73,3 13,75 83,0 73,7 11,18
Lã rocha 31,0 42,7 37,70 40,6 49,9 22,85

Fonte: Os autores, 2018.

Em contraste aos resultados obtidos nos experimentos 5 e 6, verifica-se


que os erros, relacionando as temperatura calculadas às experimentais, são
inferiores no caso dos cilindros. Isso se deve ao fato dos cilindros estarem
totalmente isolados com uma camada de papel alumínio, permitindo uma perda
de calor com ambiente muito menor. É importante ressaltar, entretanto, que
mesmo isolado, as perdas ainda são significativas.

5 PROJETO PROPOSTO

26
O isolamento térmico para tubulação é uma técnica utilizada em
temperaturas muito baixas ou muito altas que serve para impermeabilizar a
barreira de vapor, impedindo que a umidade se estabeleça. 10
A escolha dos isolamentos térmicos para as tubulações industriais deve
levar em conta os formatos e as propriedades termofísicas dos materiais que
isolam as temperaturas de maneira eficaz. No entanto o investimento deve
ser lucrativo e o projeto deve ser focado na durabilidade e qualidade de tais
isolamentos. 10
Foi solicitado um projeto pra otimizar a eficiência e diminuir a perda de
calor através da tubulação e a da parede de um forno. A tubulação da mesma
era de aço-carbono, o qual apresenta baixo custo, excelentes qualidades
mecânicas, suporta temperaturas desde - 45 °C e qualquer pressão, sendo o
material mais empregado nas indústrias. 10

5.1 Informações fornecidas pelo cliente

Temperatura interna: 400 °C


Temperatura externa: 25 °C
Material da tubulação: aço-carbono
Diâmetro externo do tubo: 4” = 0,1016 m
Espessura da parede do tubo: 1,5 mm

5.2 Proposta

Os materiais propostos para o isolamento da parede e da tubulação foram


a manta de silicato de alumina, lã de rocha e lã de vidro. De um modo geral,
todos os isolantes considerados apresentam as seguintes aplicações:

 Tratamentos termo acústicos, devido aos baixos coeficientes de


condutividade térmica e elevados índices de absorção acústica;

 Fornalhas, equipamentos de aquecimento, tubulações ou isolamento de


forros de paredes.

27
5.2.1 Opções

a) Manta de silicato de alumina

Características:

 Baixa condutividade térmica;


 Boa elasticidade de fibra;
 Temperatura máxima: 1260 °C;
 Dimensionalmente estáveis (mesmo em altas temperaturas).

b) Lã de rocha (MIT - 96):

Características:

 Baixos coeficientes de condutividade térmica;


 Elevados índices de absorção acústica;
 Resiliência: recupera a espessura original, após a retirada da força que
causou a deformação;
 Resistência à água: é repelente à água na forma líquida devido aos
aditivos adicionados ao produto;
 Facilidade no manuseio, minimizando as perdas durante a aplicação em
superfícies irregulares, planas ou cilíndricas;
 Recomendado a temperaturas até 400°C;
 Não cancerígeno;
 Não propaga chamas;
 Fácil aplicação (não necessita de mão de obra especializada).

c) Lã de vidro:

Características

28
 Temperatura máxima: 550°C;
 Alto poder de isolação térmica e absorção acústica;
 Não propagam chamas e são imputrescíveis;
 Dimensionalmente estáveis (mesmo em altas temperaturas);
 Fáceis de recortar e aplicar;
 Alta resistência mecânica;
 Não atacam as superfícies com as quais estão em contato.

A partir da literatura9,11, obtiveram-se os valores de coeficientes de


condutividade térmica para os materiais analisados, expressos na Tabela 17.

Tabela 17 – Valores de coeficientes de condutividade térmica para os isolantes


considerados no projeto

Silicato de alumina Lã de rocha Lã de vidro

k (W.m⁻¹.K⁻¹) 0,030 0,062 0,069

Fonte: Os autores, 2018.

Para determinar qual produto apresenta maior relação custo/benefício,


calculou-se o valor do metro quadrado de cada isolante, a partir dos preços
fornecidos pelos vendedores12-14, assim como o fluxo de calor trocado entre a
superfície interna em questão e o ambiente.
Os resultados obtidos para o isolamento da parede encontram-se na
Tabela 18.

Tabela 18 – Relação entre o preço por m² e o calor trocado para os diferentes


isolantes para a parede

29
Características da unidade do produto
Manta Custo (R$/m²)
Valor (R$) Área (m²) L (m) q” (W/m²)
Silicato 51,59 0,183 0,025 570,0 281,91
Lã de rocha 154,70 9,600 0,050 589,0 16,12
Lã de vidro 143,27 15,000 0,038 862,5 9,55

Legenda: L = espessura da camada de isolante; q” = fluxo de calor

Fonte: Os autores, 2018.

Para o isolamento do tubo, também foram calculados os valores de fluxo


de calor para cada material. Na Tabela 19 estão expressos os valores
calculados, assim como os raios propostos para cada isolante; foram omitidos
os dados referentes às características da unidade do produto, uma vez que são
as mesmas apresentadas no caso da parede.

Tabela 19 - Relação entre o preço por m² e o calor trocado para os diferentes


isolantes para a parede

q''(W/m²) Dimensões do tubo Custo (R$/m²)


Manta
Raio 2 (m) Raio 1 (m)
Silicato 51,14 0,1266 281,91
Lã de rocha 58,10 0,1516 0,1016 16,12
Lã de vidro 81,44 0,1396 9,55

Fonte: Os autores, 2018.

Para a determinação do melhor isolante a ser utilizado, é necessário levar


em consideração não apenas as características de cada material, mas, também,
a relação preço/m² de material. Sendo assim, analisar-se-á cada material
separadamente.
A manta de silicato de alumina é a que fornece, nas condições estipuladas,
a menor transferência de calor entre os demais isolantes apresentados, além de
ser a mais recomendada para temperaturas acima de 1000 °C. Entretanto, é o
isolante com maior custo por metro quadrado; além disso, quando comparado
com a lã de rocha, a diferença entre os fluxos de calor é muito baixa. Uma vez
que as temperaturas de operação não ultrapassam 500 °C, o uso da manta de
silicato de alumina não é aconselhado.

30
A lã de vidro é a que apresenta o menor custo por metro quadrado, sendo,
à primeira vista, a mais indicada. Entretanto, vale ressaltar que ao utilizar esse
isolante, obtém-se o maior fluxo de calor, o que significa maior gasto de energia.
Além disso, requer mão de obra especializada para sua instalação, o que acaba
encarecendo o projeto. Ainda, a lã de vidro pode causar irritações
dermatológicas nos funcionários que entrarem em contato direto com a mesma.
Assim, tendo em vista a otimização dos processos desenvolvidos pelo
cliente e a melhor relação custo/benefício, o isolante mais indicado é a lã de
rocha. Nas simulações realizadas, a mesma apresenta um bom desempenho no
isolamento térmico, sendo seu fluxo de calor equivalente ao da manta de silicato
de alumina; além disso, é um material de fácil manipulação e não requer mão de
obra especializada para sua instalação.

6 CONCLUSÃO

31
 No experimento da convecção forçada, as diferenças entre as taxas
de calor transferido através dos objetos de cobre e alumínio são
decorrentes da divergência entre as áreas e temperaturas
superficiais de cada objeto.

 Nos experimentos de condução em sistemas isolados, a troca de


calor com o ambiente foi menor, assim como o fluxo de calor
transmitido pelo sistema. Mesmo em sistemas isolados ocorre a
perda de calor, não sendo o fluxo constante, diferente do idealizado
na teoria.

 No caso dos cilindros, por terem a mesma disposição de materiais


nas camadas e dimensões parecidas, os fluxos foram semelhantes.

 Na convecção natural, o movimento do fluido se dá pela diferença


de densidade causada por um gradiente de temperatura, ou seja, o
aquecimento de parte do fluido pela fonte de aquecimento implica
na diminuição da sua densidade e na sua ascensão.

REFERÊNCIAS

32
1 COSTA, M. A. M. Mecanismos de transferência de calor. Araraquara:
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Química,
2018. Notas de aula.

2 INCROPERA, F. P. et al. Fundamentos de transferência de calor e massa.


6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

3 TOUT SUR ISOLATION. Isolants polystyrènes PSE, XPS et PUR.


Disponível em: <http://www.toutsurlisolation.com/Choisir-son-isolant/Les-
isolants/Isolants-polystyrenes-PSE-XPS-et-PUR>. Acesso em: 29 mar. 2018.

4 TOUT SUR ISOLATION. Laine de verre. Disponível em:


<http://www.toutsurlisolation.com/Choisir-son-isolant/Les-isolants/Isolants-en-
laine-minerale/Laine-de-verre>. Acesso em: 29 mar. 2018.

5 TOUT SUR ISOLATION. Laine de roche. Disponível em:


<http://www.toutsurlisolation.com/Choisir-son-isolant/Les-isolants/Isolants-en-
laine-minerale/Laine-de-roche >. Acesso em: 29 mar. 2018.

6 NOGUEIRA, M. C. J. A., LAHR, F. A. R. Condutividade térmica da madeira


de eucalipto. In: Anais. São Paulo: Ipen/UFSCar, 1990. 65 p. Disponível em:
<http://bdpi.usp.br/single.php?_id=000812136>. Acesso em: 30 mar. 2018.

7 MAKEFROMIT. Medium Density Fiberboard (MDF). Disponível em:


<https://www.makeitfrom.com/material-properties/Medium-Density-Fiberboard-
MDF>. Acesso em: 30 mar. 2018.

8 NETO, C. B. Transferência de calor (TCL). Praia Comprida: Instituto


Federal de Santa Catarina, Campus de São José, 2010. 8 p. Disponível em:
<https://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/f/fe/Apostila_TCL_2010_Parte_3.pdf>.
Acesso em: 30 mar. 2018.

33
9 INCROPERA, F. P. et al. Fundamentos de transferência de calor e massa.
7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 31 p.

10 ISAR ISOLAMENTOS TÉRMICOS. Isolamento térmico. Disponível em:


<http://www.isar.com.br/produtos/isolamento-termico/>. Acesso em: 05 abr.
2018.

11 ISAR ISOLAMENTOS TÉRMICOS. Mantas MIT. Disponível em: <


http://www.isar.com.br/produtos/isolamento-termico/la-de-rocha/mantas-mit/>.
Acesso em: 03 abr. 2018.

12 ELETRO JB. Lã de vidro. Disponível em: <


https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-951141013-l-de-vidro-isolamento-
termico-multiuso-rolo-25-metros-_JM> . Acesso em 05 abr. 2018.

13 COMERCIAL TERAC. Lã de rocha. Disponível em: <


https://perfil.mercadolivre.com.br/COMERCIALTERAC>. Acesso em: 05 abr.
2018.

14 BangGood.com. 24x12x1 Inch Aluminum Silicate High Temperature


Insulation Ceramic Fiber Blanket. Disponível em: <
https://www.banggood.com/24x12x1-Inch-Aluminum-Silicate-High-
Temperature-Insulation-Ceramic-Fiber-Blanket-p-
1098538.html?gmcCountry=BR&currency=BRL&utm_source=googleshopping&
utm_medium=cpc_ods&utm_content=heath&utm_campaign=pla-hardware-
br&cur_warehouse=CN>. Acesso em: 05 abr. 2018.

34

También podría gustarte