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Semana do Alfartano

contraditório e a ampla defesa.


Direito Processual Penal • Lei nº. 13.245/16 alterou o Art. 7º da
Lei nº. 8.906/94 (Estatuto da OAB)
Irineu Ruiz * Art. 7º da Lei nº. 8.906/94 - São direitos
Introdução do advogado (inciso XXI) assistir a
• Ius puniendi seus clientes investigados durante a
apuração de infrações, sob pena de
* Com a prática da infração penal pelo nulidade absoluta do respectivo in-
criminoso, exsurge ao Estado o ius terrogatório ou depoimento e, subse-
puniendi, ou seja, o direito de punir o quentemente, de todos os elementos
autor da infração penal. investigatórios e probatórios dele de-
• O Estado Democrático de Direito não correntes ou derivados, direta ou in-
permite ao Estado punir o criminoso diretamente, podendo, inclusive, no
de forma desmedida e imponderada. curso da respectiva apuração (alínea
* É necessária a existência de procedi- "a") apresentar razões e quesitos. (g.n.)
mentos estabelecidos no próprio orde- * Fique Ligado!
namento jurídico. ◊ A alteração legislativa não permite
• Para a punição do infrator, o Estado afirmar que o IP passa a ter contradi-
necessita de um título executivo, tório ou ampla defesa.
expedido pelo Poder Judiciário. ◊ Assegurou ao advogado, na
* Autorização será entregue ao Poder hipótese de assistência de seu
Executivo com o trânsito em julgado cliente, apresentar argumentações
da sentença penal condenatória. que auxiliem no direito de defesa e
* Antes do trânsito em julgado da apresentar quesitos.
sentença penal condenatória, vigora 2. Procedimento flexível
o princípio da presunção de inocência • IP é um procedimento flexível.
(Art. 5º, LVII, da CF).
* Permite à autoridade policial a realiza-
• Para que o Estado-Executivo exerça o ção de uma série de diligências:
ius puniendi, faz-se necessário perse-
guir ou criminoso (ou ius persequendi). ◊ Previstas no ordenamento
jurídico.
• Espécies de ius persequendi:
◊ Adequação das diligências a cada
* Ius persequendi preventivo. um dos delitos praticados.
◊ Perseguição do criminoso dentro • P.ex.: crime de homicídio consumado:
do IP ou em outro procedimento da
mesma natureza: * Realização de exame necroscópi-
co para apontar a causa da morte da
* Ius persequendi in judicio. vítima.
◊ Perseguição do criminoso dentro * O exame necroscópico não será reali-
da ação penal. zado em crime de furto.
Natureza Jurídica do IP • É dispensável à autoridade policial a
1 - Procedimento administrativo inquisitivo observância de uma ordem preestabe-
• Procedimento de natureza administra- lecida e rígida do procedimento inves-
tiva: tigatório.
* IP não tem natureza judicial. * Adequação das diligências objetivando
◊ Não é processo administrativo ou a colheita de indícios de autoria e ma-
processo judicial. terialidade.
• Art. 5º, LV, da CF - aos litigantes, em 3. Irregularidades ou vícios do IP não contaminam a
processo judicial ou administrativo, ação penal
e aos acusados em geral são assegu- • Irregularidades ou eventuais vícios
rados o contraditório e ampla defesa, praticados pela autoridade policial no
com os meios e recursos a ela ineren- curso do IP não contaminam a ação
tes. (g.n.) penal a ser proposta.
• Posição pacífica na doutrina e na juris- • A estruturação acerca das provas
prudência. permite apontar que as diligências
* IP não assegura ao criminoso o ilícitas praticadas em sede de IP não

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poderão embasar decreto condenató- utilizados para a convicção do titular


rio. da ação penal:
* Provas ilícitas são inadmissíveis no * Ministério Público - ação penal pública.
processo penal. * Querelante - ação penal privada.
◊ Art. 5º, LVI, da CF - são inadmissí- • Formado o seu convencimento (ou
veis, no processo, as provas obtidas opinio delicti), o titular a ação penal
por meios ilícitos poderá oferecer a peça acusatória e
◊ Art. 157 do CPP - São inadmissí- iniciar a persecução penal in judicio.
veis, devendo ser desentranhadas * Fique Ligado!
do processo, as provas ilícitas, assim
◊ Na hipótese de se iniciar a perse-
entendidas as obtidas em violação a
cução penal sem os elementos de in-
normas constitucionais ou legais.
formação:
* Fique Ligado!
• Art. 395 do CPP - A denúncia ou queixa
◊ Posição da jurisprudência: será rejeitada quando: (inciso III) faltar
• Possibilidade de utilização de uma justa causa para o exercício da ação
prova ilícita para absolver o réu. penal.
Conceito de IP • A finalidade do IP não é colheita de
• Segundo Renato Brasileiro de Lima: provas.
* (...) o inquérito policial consiste em • Distinção entre elementos de informa-
um conjunto de diligências realizadas ção e provas.
pela polícia investigativa objetivando * Elementos de informação:
a identificação das fontes de prova e a ◊ Colhidos na fase inquisitiva.
colheita de elementos de informação
◊ Sem a necessária participação das
quanto à autoria e materialidade da
partes.
infração penal, a fim de possibilitar que
o titular da ação penal possa ingres- ◊ Ausência de contraditório e ampla
sar em juízo (...). (LIMA, Renato Brasi- defesa.
leiro de. Manual de Processo Penal. ◊ Auxiliam na opinio delicti do titular
Salvador: JusPodivm, 2015, p.109) da ação penal.
• No entendimento de Alexandre * Provas:
Cebriam e Victor Eduardo Rios, o IP é ◊ Elementos de convicção do juiz
* (...) um procedimento investigató- produzidos, em regra, no curso da
rio instaurado em razão da prática ação penal.
da infração penal, composto por ◊ Participação das partes.
uma série de diligências, que tem ◊ Presença do contraditório e da
como objetivo obter elementos de ampla defesa.
prova para que o titular da ação
possa propô-la contra o criminoso ◊ Embasam a decisão condenatória
(...) (ARAÚJO REIS, Alexandre Cebrian ou absolutória do magistrado.
e RIOS GONÇALVES, Victor Eduardo. Características do IP
Direito Processual Penal Esquematiza- 1. Realizado por Polícia Judiciária (ou procedimento
do. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 49) oficial)
Finalidade do IP • IP é presidido pela autoridade de
• IP é um instrumento utilizado pelo polícia.
Estado para a colheita dos elementos * Polícia Civil dos Estados - Delegado de
de informação. Polícia.
* Indícios de autoria: * Polícia Federal - Delegado da Polícia
◊ Elementos que guardam relação Federal.
com o autor ou coautor do crime. • Alterações produzidas pela Lei nº.
* Indícios de materialidade: 12.830/13 (investigação policial condu-
◊ Elementos que guardam relação zida pelo Delegado de Polícia).
com as provas acerca da existência * Funções do Delegado de Polícia são de
do delito. natureza jurídica (Art. 2º).
• Elementos de informação são * Autoridade policial deve receber o

2 Voce é do tamanho do seu sonho.


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mesmo tratamento protocolar dado em regra, com base nos elementos


aos magistrados, aos membros do Mi- de provas colhidos em contraditório
nistério Público e Defensoria Pública e judicial.
aos advogados (Art. 3º). * O fato de o IP ter natureza inquisitiva
• O Art. 144 da CF que dispõe sobre a não autoriza a autoridade de polícia a
segurança pública determina as atri- realizar diligências ilegais:
buições da Polícia Federal e da Polícia ◊ Serão vistas como provas ilícitas.
Civil.
◊ P.ex.: torturar o acusado para
1.1. Polícia Federal obter a confissão acerca da prática
• Investigar as infrações penais: do delito.
* Contra a ordem política e social. 3. Procedimento sigiloso
* Em detrimento de bens, serviços e in- • Poder Constituinte Originário:
teresses da União ou suas entidades * Art. 93, IX, da CF - todos os julgamentos
autárquicas e empresas públicas. dos órgãos do Poder Judiciário serão
* Infração cuja prática tenha repercus- públicos (...) sob pena de nulidade,
são interestadual ou internacional podendo a lei limitar a presença, em
e exija repressão uniforme (Lei nº. determinados atos, às próprias partes
11.446/02). e a seus advogados, ou somente a
1.2. Polícia Civil estes, em casos nos quais a preserva-
ção do direito à intimidade do interes-
• Atribuição é determinada pelo critério
sado no sigilo não prejudique o inte-
residual.
resse público à informação.
• São atribuições da Polícia Civil todas
• IP deve observar o disposto no Art. 20
aquelas que não forem:
do CPP:
* Atribuição da Polícia Federal.
* Art. 20 do CPP - A autoridade assegu-
* Crimes militares. rará no inquérito o sigilo necessário à
2. Procedimento inquisitivo (ou inquisitorial) elucidação do fato ou exigido pelo inte-
• IP é um procedimento administrativo resse da sociedade.
de natureza investigativa. * O sigilo deve ser analisado sob duas
• Não se aplicam as regras constitu- óticas:
cionais do contraditório e da ampla ◊ Sigilo interno:
defesa. • Trata-se apenas das pessoas que
* Art. 5º, LV, da CF – aos litigantes, em necessitam do IP para exercer suas
processo judicial ou administrativo, funções.
e aos acusados em geral são assegu- • P.ex.: magistrado, autoridade policial,
rados o contraditório e ampla defesa, membro do Ministério Público etc.
com os meios e recursos a ela ineren-
◊ Sigilo externo:
tes.
• Voltado para a sociedade.
• IP não é meio hábil para impor ao
autor do crime qualquer sanção penal: • A autoridade policial deve evitar que
qualquer um do povo tenha acesso ao
* Não é processo administrativo ou
IP:
judicial.
* Possibilidade de frustrar as investiga-
• Fique Ligado!
ções policiais.
* O fato de o IP ter natureza inquisi-
• Acesso do advogado e do defensor
tiva em nada prejudica a defesa do
público ao IP:
acusado.
* Art. 7º da Lei nº. 8.906/94 - São direitos
◊ Art. 155 do CPP - O juiz formará
dos advogados (inciso XIV) examinar
sua convicção pela livre apreciação
em qualquer repartição policial,
da prova produzida em contraditório
mesmo sem procuração, autos de fla-
judicial, não podendo fundamentar
grante e de inquérito, findos ou em an-
sua decisão exclusivamente nos ele-
damento, ainda que conclusos à auto-
mentos informativos colhidos na in-
ridade, podendo copiar peças e tomar
vestigação (...). (g.n.)
apontamentos. (redação original)
• O magistrado formará a sua convicção,
* Na prática, a autoridade policial não

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permitia o acesso de advogados e de- acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado


fensores públicos aos autos do IP. em 14/5/2015)
* O STF analisou a questão e editou a 4. Procedimento escrito
súmula vinculante nº. 14: • Art. 9º do CPP - Todas as peças do in-
◊ Súmula vinculante nº. 14 do STF quérito policial serão, num só proces-
- É direito do defensor, no interesse sado, reduzidas a escrito ou datilogra-
do representado, ter acesso amplo fadas e, neste caso, rubricadas pela
aos elementos de prova que, já do- autoridade.
cumentados em procedimento in- • Razão de o IP ser escrito:
vestigatório realizado por órgão
* Dar segurança jurídica às partes envol-
com competência de polícia judiciá-
vidas e à autoridade policial.
ria, digam respeito ao exercício do
direito de defesa. • Questionamento: É possível a autori-
dade policial utilizar recursos audiovi-
• Poderão ocorrer duas situações distin-
suais no curso das investigações poli-
tas acerca dos elementos de prova:
ciais?
* Já estão documentados - advogado /
* A redação original do CPP é omissa
defensor público terá amplo acesso.
acerca desse assunto.
* Ainda não estão documentados -
* O Art. 405, §1º, do CPP, com redação
advogado / defensor público não terá
dada pela Lei nº. 11.719/08, tornou
acesso.
possível a utilização desses recursos:
* Lei nº. 13.245/16 alterou o Art. 7º, XIV,
◊ Art. 405, §1º, do CPP - Sempre que
da Lei nº. 8.906/94.
possível, o registro dos depoimentos
◊ Art. 7º da Lei nº. 8.906/94 - São do investigado, indiciado, ofendido e
direitos dos advogados (inciso XIV) testemunhas será feito pelos meios
examinar, em qualquer instituição ou recursos de gravação magnética,
responsável por conduzir investiga- estenotipia, digital ou técnica similar,
ção, mesmo sem procuração, autos inclusive audiovisual, destinada a
de flagrante e de investigações de obter maior fidelidade das informa-
qualquer natureza, findos ou em ções. (g.n.)
andamento, ainda que conclusos à
5. Procedimento dispensável
autoridade, podendo copiar peças e
tomar apontamentos, em meio físico • IP é um procedimento administrativo
ou digital. (g.n.) de natureza investigativa:
◊ Fique Ligado! * Utilizado para apurar a infração penal.
• O Ministério Público dispõe de compe- * Possibilita que o titular da ação penal
tência para promover, por autoridade forme sua opinio delicti para ofereci-
própria, e por prazo razoável, investi- mento da peça acusatória:
gações de natureza penal, desde que ◊ Ação penal pública - Ministério
(i) respeitados os direitos e garantias Público – denúncia.
que assistem a qualquer indiciado ou ◊ Ação penal privada - querelante -
a qualquer pessoa sob investigação do queixa (ou queixa-crime).
Estado, (ii) observadas, sempre, por
• É forçoso reconhecer que se o titular
seus agentes, as hipóteses de reserva
da ação penal formar sua opinio delicti
constitucional de jurisdição e, também,
por outros meios, o IP será dispensá-
as prerrogativas profissionais de que
vel.
se acham investidos, em nosso País,
os Advogados (Lei 8.906/94, artigo 7º, • Art. 12 do CPP - O inquérito policial
notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, acompanhará a denúncia ou queixa,
XIV e XIX), sem prejuízo da possibili- sempre que servir de base a uma ou
dade – sempre presente no Estado outra.
democrático de Direito – (iii) do per- * Conclusão acerca do disposto no Art.
manente controle jurisdicional dos 12 do CPP:
atos, (iv) necessariamente documen- ◊ IP será indispensável:
tados (Súmula Vinculante 14), pratica- • IP serviu de base para que o titular da
dos pelos membros dessa instituição. ação penal formasse sua opinio delicti.
(STF. Plenário. RE 593727/MG, red. p/ o

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• IP acompanhará a ação penal. 6.1. Arquivamento do IP


◊ IP será dispensável: 6.1.1. Arquivamento do IP que apura crime de ação
• IP não serviu de base para que o titular penal privada
da ação penal formasse sua opinio • Decorre da inércia do querelante no
delicti. oferecimento da queixa-crime, no
prazo de 6 (seis) meses.
• IP não acompanhará a ação penal.
• Art. 38 do CPP – Salvo disposição em
• É certo que o órgão ministerial poderá
contrário, o ofendido, ou seu repre-
obter outros meios para formar sua
sentante legal, decairá no direito de
opinio delicti:
queixa (…), se não o exercer dentro do
* A título de exemplo: prazo de seis meses, contado do dia
◊ Art. 27 do CPP - Qualquer pessoa em que vier a saber quem é o autor do
do povo poderá provocar a iniciati- crime (...).
va do Ministério Público, nos casos 6.1.2. Arquivamento do IP que apura crime de ação
em que caiba a ação pública, forne- penal pública
cendo-lhe, por escrito, informações
• Com o término das investigações, a
sobre o fato e a autoria e indicando autoridade policial deverá concluir o IP
o tempo, o lugar e os elementos de com seu relatório final (Art. 10, §1º, do
convicção. CP).
◊ Art. 39, §5º, do CPP - O órgão do * O relatório é uma espécie de resumo
Ministério Público dispensará o in- das principais diligências e providên-
quérito, se com a representação cias adotadas pela autoridade policial,
forem oferecidos elementos que o tendo por base a busca de indícios de
habilitem a promover a ação penal, e, autoria e materialidade delitiva.
neste caso, oferecerá a denúncia no • Após a elaboração do relatório, o IP é
prazo de quinze dias. remetido ao magistrado, que abrirá
◊ Art. 46, §1º, do CPP - Quando o vista ao Ministério Público, para provi-
Ministério Público dispensar o inqué- dências cabíveis.
rito policial, o prazo para o ofereci- • O órgão ministerial poderá adotar 3
mento da denúncia contar-se-á da providências:
data em que tiver recebido as peças
* Denunciar.
de informações ou a representação.
* Arquivamento.
6. Procedimento indisponível
* Pedido de diligências.
• Notícia de ocorrência de infração
penal: • O MP oferecerá denúncia:
* Quando formar a sua opinio delicti:
* Autoridade policial deverá fazer a Veri-
ficação da Procedência da Informação ◊ Encontrar indícios de autoria e
(VPI): materialidade delitiva dos elementos
de informação colhidos na fase in-
◊ VPI é utilizado para constatação
vestigativa.
da tipicidade da conduta.
* A denúncia será remetida ao magis-
• Comprovados os elementos mínimos
trado para prosseguimento da ação
da tipicidade, a autoridade policial penal.
deverá instaurar procedimento inqui-
sitivo. • O MP formula pedido de arquivamen-
to do IP:
• Após a instauração, não é possível que
* Ocorrerá em todas as circunstâncias
a autoridade policial determine o ar-
em que o membro do MP não vislum-
quivamento do IP:
brar, com base nos elementos de in-
* Mesmo que esteja convencido: formação, indícios de autoria e/ou ma-
◊ Atipicidade de conduta. terialidade delitiva.
◊ Ausência de indícios de autoria e * Os autos serão remetidos ao magistra-
materialidade delitiva. do, que poderá proferir duas decisões:
• Art. 17 do CPP - A autoridade policial ◊ Defere o pedido de arquivamento
não poderá mandar arquivar autos de do MP.
inquérito. (g.n.)

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• Os autos serão remetidos ao arquivo * As diligências podem ser:


físico do Poder Judiciário aguardando ◊ Genéricas:
nova provação.
• Pedido do MP para que a autoridade
◊ Indefere o pedido de arquivamen- policial simplesmente faça novas in-
to do MP: vestigações.
• Juiz discorda das razões invocadas • Vedada pelo ordenamento jurídico.
pelo MP.
◊ Específica:
• Aplicação do disposto no Art. 28 do
• Pedido para que a autoridade policial
CPP.
realize uma diligência previamente
• Art. 28 do CPP - Se o órgão do Minis- apontada pelo MP.
tério Público, ao invés de apresentar
• P.ex.: nova oitiva de uma testemunha,
a denúncia, requerer o arquivamen-
confecção de novo laudo pericial etc.
to do inquérito policial ou de quais-
quer peças de informação, o juiz, no • Fique Ligado!
caso de considerar improcedentes * Não existe qualquer empecilho para
as razões invocadas, fará remessa do que o MP cumule pedido de diligência
inquérito ou peças de informação ao específico com genérico.
procurador-geral, e este (i) oferecerá * P.ex.: nova oitiva da testemunha A,
a denúncia, (ii) designará outro órgão realização de laudo de exame de corpo
do Ministério Público para oferecê-la, de delito complementar e outras dili-
ou (iii) insistirá no pedido de arquiva- gências que a autoridade policial achar
mento, ao qual só então estará o juiz prudente realizar.
obrigado a atender.
* Art. 16 do CPP - O Ministério Público
* Fique Ligado! não poderá requerer a devolução do
◊ Art. 18 do CPP - Depois de inquérito à autoridade policial, senão
ordenado o arquivamento do inqué- para novas diligências, imprescindíveis
rito pela autoridade judiciária, por ao oferecimento da denúncia. (g.n.)
falta de base para a denúncia, a au- 6.1.3. Arquivamento implícito
toridade policial poderá proceder a
• É um fenômeno pelo qual o MP deixa
novas pesquisas, se de outras provas
de incluir na denúncia.
tiver notícia. (g.n.)
* Alguma circunstância relacionada ao
◊ Diante da existência de prova
fato criminoso:
nova, a autoridade policial poderá
solicitar o desarquivamento do IP * Algum coautor ou partícipe.
para prosseguimento das investiga- • Sem expressa justificação:
ções. • A jurisprudência não admite o arquiva-
◊ Se não existir prova nova e a au- mento implícito.
toridade policial solicitar o desarqui- 6.1.4. Arquivamento indireto
vamento do IP para prosseguimento • O Ministério Público entende que o
das investigações: Juiz é incompetente para processar e
• Trata-se de constrangimento ilegal. julgar o caso:
• Possível impetrar ordem de HC * Ao receber vistas dos autos, solicita a
pedindo o trancamento do IP. remessa do processo ao juízo compe-
• O MP formula pedido de diligência: tente.
* Existem indícios de autoria e/ou mate- • O Juiz, por sua vez, entende que não
rialidade delitiva, mas são insuficientes é caso de remessa a outro juízo, pois
para: entende ser competente para proces-
◊ Denunciar. sar e julgar a ação penal.
◊ Arquivar o IP. • Obs.: magistrado não pode obrigar o
Ministério Público a oferecer denúncia,
* O pedido de diligências consiste na so-
pois se tal opção ocorresse, haveria
licitação do MP para que IP retorne à
quebra da independência funcional
delegacia de polícia para a realização
dos órgãos envolvidos.
de novas investigações com a preten-
são de esclarecer os elementos infor- • Solução: o Juiz remete aos autos do
mativos existentes no IP. Procurador-Geral, aplicando, por

6 Voce é do tamanho do seu sonho.


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analogia, o disposto no Art. 28 do CPP. em que o IP poderá ser desarquivado


6.2. Desarquivamento do IP e em outros não poderá ser desarqui-
vado.
• O arquivamento do IP é uma decisão
pautada na cláusula rebus sic stanti- • Distinção entre coisa julgada formal e
bus. material:
* Mantidos os pressupostos fáticos do * Coisa julgada formal:
arquivamento, a decisão será mantida. ◊ Efeito endoprocessual.
* Modificando-se o panorama probató- • Torna imutável a decisão do processo
rio, é possível o desarquivamento do e que foi proferida.
IP. ◊ Permite o desarquivamento do IP,
• Art. 18 do CPP - Depois de ordenado desde que surjam provas novas.
o arquivamento do inquérito pela au- • É uma decisão pautada na cláusula
toridade judiciária, por falta de base rebus sic stantibus.
para a denúncia, a autoridade policial
* Coisa julgada material:
poderá proceder a novas pesquisas, se
de outras provas tiver notícia. (g.n.) ◊ Efeito extraprocessual:
* Súmula 524 do STF - Arquivado o in- • Não pode ser desconsiderado em
quérito policial, por despacho do juiz, a qualquer outro processo.
requerimento do promotor de justiça, • Torna imutável e indiscutível, fora dos
não pode a ação penal ser iniciada, limites do processo.
sem novas provas. ◊ Não permite o desarquivamento.
* Para que haja o desarquivamento do 6.2.2. Situações de arquivamento do IP que fazem
IP, é necessário que exista prova nova.
coisa julgada formal
• Conceito de prova nova: • Obs.: nestas situações, permite-se o
* Não se trata de uma prova superve- desarquivamento do IP, desde que
niente. surjam provas novas.
* Trata-se de uma prova pretérita, que • Ausência de justa causa
remonta à época dos fatos, mas é * Ausência de indícios de autoria e de
ignorada pelas partes. materialidade delitiva.
* Prova nova deve ser capaz de modifi- • Existência manifesta de causa exclu-
car o status quo da decisão que deter- dente de ilicitude.
minou o arquivamento do IP.
* Excludentes de ilicitudes (Art. 23 do
• Requisitos para a prova nova possibili- CP):
tar o desarquivamento do IP:
◊ Estado de necessidade.
* Formalmente nova.
◊ Legítima defesa.
◊ Novos fatos, anteriormente des-
◊ Estrito cumprimento do dever
conhecidos pelos envolvidos.
legal.
* Substancialmente nova:
◊ Exercício regular de um direito.
◊ Idoneidade para alterar o arquiva-
* STF afirma que nesta hipótese não faz
mento proferido sobre a desnecessi-
coisa julgada material:
dade da persecução penal.
◊ Surgindo provas novas, é possível
* Apta a alterar o panorama probatório
desarquivar o IP.
da decisão sobre o arquivamento do
IP. ◊ HC 125101/SP, rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 25/8/2015 (Info
* RHC nº. 18.561/ES, rel. Min. Hélio
796).
Quaglia Barbosa, j. 11/04/06.
• Extinção da punibilidade baseada em
6.2.1. Coisa julgada material e formal
certidão de óbito falsa.
• Com o pedido de arquivamento feito
pelo Ministério Público, seguido da 6.2.3. Situações de arquivamento do IP que fazem
decisão do magistrado acerca de tal coisa julgada formal e material
pedido, o IP ficará arquivado. • Obs.: nestas situações, não se permite
* Contudo, de acordo com posiciona- o desarquivamento do IP, mesmo que
mento jurisprudencial, existem casos surjam provas novas.

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• Atipicidade da conduta: (única vez e pelo mesmo prazo).


* Existe uma análise meritória do magis- 8. Procedimento discricionário
trado ao proferir a decisão. • Fase inquisitiva é conduzida de forma
• Existência manifesta de causa exclu- discricionária pela autoridade policial:
dente de culpabilidade. * Determina o rumo das diligências de
* Excludentes de culpabilidade: acordo com a natureza do crime.
◊ Imputabilidade. • O rol do Art. 6º e 7º do CPP é mera-
◊ Coação moral irresistível. mente exemplificativo.
◊ Obediência hierárquica. • Autoridade policial não está obrigada a
seguir a marcha procedimental prees-
• Existência manifesta de causa de
tabelecida
extinção de punibilidade:
• Art. 14 do CPP - O ofendido, ou seu
* Exceção: tratando-se de extinção da
representante legal, e o indiciado
punibilidade lastreada em certidão
poderão requerer qualquer diligência,
de óbito falsa, é possível realizar o de-
que será realizada, ou não, a juízo da
sarquivamento, pois faz apenas coisa
autoridade. (g.n.)
julgada formal.
* Leitura desatenta.
7. Procedimento temporário
◊ Leva à falsa conclusão de que a
• Autoridade policial terá prazo para
autoridade policial realizará (ou não)
concluir o IP.
a diligência ao seu bel-prazer.
• Indiciado solto (Art. 10, caput, cc §3º,
* Análise sistemática:
do CPP).
◊ A autoridade policial realizará (ou
* Prazo de 30 dias.
não) a diligência requisitada levando-
* Admite prorrogação, por prazo estipu- se em consideração a sua importân-
lado pelo magistrado, na hipótese de o cia para a busca da verdade real.
fato ser de difícil elucidação:
◊ Se a diligência puder levar a algum
◊ A jurisprudência entende que, elemento que auxilie na busca da
nessa hipótese, poderá haver prorro- verdade real, a diligência deverá ser
gação de quantas vezes forem neces- deferida pela autoridade policial.
sárias, desde que não ocorra a pres-
◊ Se a diligência não puder esclare-
crição da pretensão punitiva.
cer qualquer elemento relacionado
• Réu preso em flagrante delito ou na ao delito e, no mais das vezes, for
conversão desta em prisão preventiva procrastinatória, será indeferida sua
(Art. 10, caput, do CPP). realização pelo Delegado de Polícia.
* Prazo de 10 dias. * Fique Ligado!
* Improrrogável. ◊ Art. 158 do CPP – Quando a
• Delitos praticados sob a ótica de Lei de infração deixar vestígios, será indis-
Drogas (Art. 51 da Lei nº. 11.343/06): pensável o exame de corpo de delito,
* Réu preso: direto ou indireto, não podendo
supri-lo a confissão do acusado.
◊ Prazo de 30 dias.
◊ P.ex.: o ofendido solicitou à auto-
* Indiciado solto:
ridade policial a realização de exame
◊ Prazo de 90 dias. de corpo de delito e este, a seu juízo,
* Art. 51, parágrafo único, da Lei nº. decide por não atender ao pedido da
11.343/06 - Os prazos a que se refere vítima.
este artigo podem ser duplicados • Situação contrária à estruturação do
pelo juiz, ouvido o Ministério Público, CPP, pois o exame de corpo de delito
mediante pedido justificado da autori- é indispensável naqueles crimes que
dade de polícia judiciária. deixam vestígios.
• Delitos de competência da Justiça • Art. 2º, §2º, da Lei nº. 12.830/13 –
Federal (Art. 66 da Lei nº. 5.010/66): Durante a investigação criminal, cabe
* Réu preso: ao Delegado de Polícia a requisição de
◊ Prazo de 15 dias. perícia, informações, documentos e
◊ Prorrogado por mais 15 dias dados que interessem à apuração dos

8 Voce é do tamanho do seu sonho.


Semana do Alfartano

fatos. • Instauração atendendo à requisição da


• Fique Ligado! autoridade judiciária ou do Ministério
Público (Art. 5º, II, do CPP).
* A autoridade policial deverá observar a
cláusula de reserva de jurisdição: * Requisição é sinônimo de ordem.
◊ Para a realização de algumas dili- * Fique Ligado!
gências, a autoridade policial deverá ◊ Em que pese a existência de
solicitar autorização prévia ao juiz. citação expressa acerca da possibili-
◊ P.ex.: interceptação telefônica, dade de instauração de IP atendendo
mandado de busca domiciliar. à requisição da autoridade judiciária,
tal situação é criticada pela doutrina
9. Procedimentos oficiosos
pátria.
• Ação penal pública incondicionada.
◊ Brasil adota o chamado sistema
* Autoridade policial está obrigada a ins- acusatório:
taurar o IP quando tomar conhecimen-
• Existência de um órgão que mantém as
to de infração penal.
funções de acusar, outro de defender
• Ação penal pública condicionada à re- e, por último, um que faz o julgamento.
presentação ou ação penal privada.
• Órgão julgador tem que observar o
* A instauração do IP está condicionada princípio da imparcialidade.
à manifestação da vítima ou de seu re-
◊ Na hipótese de o magistrado se
presentante legal.
deparar com informações acerca da
◊ Condição de procedibilidade da prática de infração penal:
ação penal.
• Remessas das peças ao órgão ministe-
* Manifestado o interesse na perse- rial.
cução penal, a autoridade policial é
• Art. 40 do CPP - Quando, em autos ou
obrigada a agir de ofício.
papéis de que conhecerem, os juízes
Formas de instauração do IP ou tribunais verificarem a existência
• A instauração do IP fica adstrita a cada de crime de ação pública, remeterão
uma das formas da ação penal admi- ao Ministério Público as cópias e os do-
tidas em nosso ordenamento jurídico. cumentos necessários ao oferecimen-
• Três situações distintas para a instau- to da denúncia.
ração do IP: * Requisição do Ministério Público:
* Crimes de ação penal pública incondi- ◊ Princípio da obrigatoriedade
cionada. impõe o dever de agir da autoridade
* Crimes de ação penal pública condicio- de polícia diante da notícia da prática
nada. da infração penal.
* Crimes de ação penal privada. ◊ Art. 129 da CF - São funções ins-
titucionais do Ministério Público
1. Instauração do IP nos crimes de ação penal
(inciso VIII) requisitar (...) instauração
pública incondicionada de inquérito policial, indicados os
• Instauração de ofício (Art. 5º, I, do fundamentos jurídicos de suas mani-
CPP). festações processuais.
* A autoridade policial toma conheci- ◊ Art. 13 do CPP - Incumbirá ainda à
mento da existência da infração penal autoridade policial (inciso II) realizar
por meio de suas atividades rotineiras. as diligências requisitadas (...) pelo
* Deve instaurar o IP de ofício, ou seja, Ministério Público.
independentemente de provocação. ◊ Fique Ligado!
◊ Princípio da obrigatoriedade. • Tratando-se de manifestação ilegal do
* Instauração se dá por meio da portaria MP:
subscrita pela autoridade policial. * Autoridade policial deve abster-se de
◊ Conteúdo da portaria: instaurar o IP.
• Objeto das investigações. * Fundamentar sua decisão.
• Circunstâncias já conhecidas. * Comunicar:
• Diligências iniciais a serem cumpridas. ◊ Órgão do ministerial solicitante.

Não deixe nada nem ninguén atrapalhar sua tragetória. 9


Semana do Alfartano

◊ Órgão correcional. * Tratando-se de funcionário público:


* P.ex.: MP pede para instaurar IP de ◊ Art. 66 do Decreto-Lei nº. 3.688/41
crime prescrito ou conduta atípica. - Deixar de comunicar à autoridade
• Instauração atendendo ao requeri- competente
mento do ofendido ou de seu repre- • I - crime de ação pública, de que teve
sentante legal (Art. 5º, II, do CPP). conhecimento no exercício de função
* O requerimento deverá conter (Art. 5º, pública, desde que a ação penal não
§1º, do CPP): dependa de representação.
◊ A narração do fato, com todas as • Pena – multa, de trezentos mil réis a
circunstâncias. três contos de réis.
◊ A individualização do indiciado ou • Instauração por auto de prisão em fla-
seus sinais característicos e as razões grante delito (Art. 8º do CPP).
de convicção ou de presunção de ser * Peça inaugural - auto de prisão em fla-
ele o autor da infração, ou os motivos grante delito.
de impossibilidade de o fazer. • Instauração na hipótese de requisição
◊ A nomeação das testemunhas, de localização da vítima ou suspeito
com indicação de sua profissão e re- dos delitos de tráfico interno ou inter-
sidência. nacional de pessoas às empresas pres-
* Diante do requerimento do ofendido, tadoras de serviços de telecomunica-
a autoridade policial irá Verificar a Pro- ções e/ou telemáticas (Art. 13-B, §3º,
cedência das Informações (VPI). do CPP - Lei nº. 13.344/2016).
◊ Objetivo: evitar instauração do IP * A requisição deverá ser providencia-
de forma desnecessária. da pela autoridade policial ou pelo
membro do Ministério Público.
* Poderão ocorrer 2 situações acerca do
VPI: * O IP deverá ser instaurado no prazo
máximo de 72 horas, contado do
◊ VPI procedente - instauração do
registro da respectiva ocorrência
IP.
policial envolvendo algum(s) crime(s)
◊ VPI improcedente - indeferimento de tráfico interno ou internacional de
do requerimento. pessoas.
• Art. 5º, §2º, do CPP - Do despacho que 2. Instauração do IP nos crimes de ação penal
indeferir o requerimento de abertura
pública condicionada à representação
de inquérito caberá recurso para o
chefe de Polícia. • Art. 5º, §4º, do CPP – O inquérito,
nos crimes em que a ação pública
* Recurso inominado.
depender de representação, não
• Fique Ligado! poderá sem ela ser iniciado.
* Nada impede que o ofendido faça re- * Instauração do IP é vinculada à mani-
querimento diretamente perante o festação da vítima ou seu representan-
MP. te legal.
• Instauração atendendo à notícia de • Chamada de delatio criminis postula-
qualquer do povo (Art. 5º, §3º, do CPP). tória.
* Art. 5º, §3º, do CPP - Qualquer pessoa • Consiste na manifestação da vítima ou
do povo que tiver conhecimento da de seu representante legal no sentido
existência de infração penal em que de que possuem interesse na persecu-
caiba ação pública poderá, verbalmen- ção penal.
te ou por escrito, comunicá-la à auto-
• Prazo decadencial para oferecimento
ridade policial, e esta, verificada a pro-
da representação (Art. 38 do CPP).
cedência das informações, mandará
instaurar inquérito. * 6 meses, contados do dia em que se
sabe que é o autor da infração.
* Chamada delatio criminis simples.
• Fique Ligado!
* Trata-se de mera faculdade do
cidadão: * Após o decurso do prazo de 6 meses, a
autoridade policial não poderá instau-
◊ Não existe dever legal de noticiar
rar o IP, pois estará extinta a punibili-
a prática da infração penal.
dade (Art. 107, IV, do CP).

10 Voce é do tamanho do seu sonho.


Semana do Alfartano

3. Instauração do IP nos crimes de ação penal • P.ex.: Delegado de Polícia toma conhe-
privada cimento da prática de um crime por
• Art. 5º, §5º, do CPP - Nos crimes de meio da imprensa.
ação privada, a autoridade policial 3. Notitia criminis de cognição mediata (ou provo-
somente poderá proceder a inquérito cada)
a requerimento de quem tenha quali-
• Autoridade policial toma conhecimen-
dade para intentá-la.
to da infração penal por meio de um
• Titularidade da ação penal privada: expediente escrito.
* Ofendido. • P.ex.: hipótese de requisição do Mi-
* Representante legal (C.A.D.I.): nistério Público ou representação do
◊ Cônjuge, ascendente, descenden- ofendido para instauração do IP.
te e irmão. 4. Notitia criminis de cognição coercitiva
• Requerimento como condição de pro- • Autoridade policial toma conhecimen-
cedibilidade do próprio IP. to do fato delituoso por meio da apre-
• Após a instauração e conclusão do IP, sentação do indiciado preso em fla-
deve-se observar o disposto no Art. 19 grante delito.
do CPP. 5. Delatio criminis
* Art. 19 do CPP – Nos crimes em que • Espécie de notitia criminis.
não couber ação pública, os autos do • Autoridade policial toma conhecimen-
inquérito serão remetidos ao juízo to da infração penal por intermédio de
competente, onde aguardarão a ini- qualquer um do provo.
ciativa do ofendido ou de seu repre-
* Não existe comunicação feita pela
sentante legal, ou serão entregues
vítima ou por seu representante legal.
ao requerente, se o pedir, mediante
traslado. • Dependendo do caso, pode funcionar
como:
◊ Os casos em que não cabe ação
penal pública são aqueles relaciona- * Notitia criminis de cognição imediata:
dos à ação penal privada. ◊ Comunicação é feita à autoridade
policial durante suas atividades roti-
4. Circunstâncias em que a autoridade policial
neiras.
poderá deixar de instaurar o IP
* Notitia criminis de cognição mediata:
• Quando o fato for atípico.
◊ Comunicação é feita à autoridade
• Quando estiver extinta a punibilidade.
policial por terceiro, por meio de um
• Quando não houver os elementos expediente escrito.
mínimos indispensáveis.
6. Notitia criminis inqualificada (ou delação apócrifa
Notitia criminis
ou notícia anônima)
1. Definição de notitia criminis • Vulgarmente conhecida como
• É o conhecimento por parte da autori- "denúncia" anônima:
dade policial acerca de um fato crimi-
* P.ex.: disque-denúncia.
noso.
• Existe discussão na doutrina acerca da
* Pode ser conhecimento espontâneo
(in)constitucionalidade do disque-de-
ou provocado.
núncia.
• Subdivide-se em:
* Disque-denúncia é uma ferramenta
* Notitia criminis de cognição imediata importante para o combate à crimina-
(ou espontânea). lidade.
* Notitia criminis de cognição mediata * A Constituição Federal estabelece a
(ou provocada). vedação do anonimato:
* Notitia criminis de cognição coercitiva. ◊ Art. 5º, IV, da CF - é livre a manifes-
2. Notitia criminis de cognição imediata (ou espon- tação do pensamento, sendo vedado
tânea) o anonimato. (g.n.)
• Autoridade policial toma conheci- • Recebida a denúncia anônima pela au-
mento acerca da existência de uma toridade policial:
infração penal por meio de suas ativi- * Antes de instaurar o IP.
dades rotineiras.

Não deixe nada nem ninguén atrapalhar sua tragetória. 11


Semana do Alfartano

* Verificada a procedência e a veracida- * Sendo o caso, instaura-se o IP para


de das informações recebidas. apuração dos fatos.
◊ Constatação da plausibilidade da Indiciamento
denúncia anônima. 1. Conceito
◊ Instauração do IP. • Consiste na atribuição da autoria (ou
• Obs.: A denúncia anônima, por si só, participação) de uma infração penal a
não serve para fundamentar a instau- uma pessoa.
ração do IP. • Trata-se de um ato próprio da fase in-
* Fundamentos para vedação: vestigativa.
◊ Dignidade da pessoa humana. • Efeitos do indiciamento:
◊ Impossibilidade de responsabili- * Efeito extraprocessual:
dade por dano moral e/ou material. ◊ Aponta à sociedade a pessoa con-
◊ Impossibilidade de eventual res- siderada pela autoridade policial
ponsabilização criminal por denun- como provável autora do delito.
ciação criminosa (Art. 339 do CP). * Efeito endoprocessual:
• As notícias anônimas ("denúncias ◊ Probabilidade de ser o indiciado o
anônimas") não autorizam, por si autor dos fatos:
sós, a propositura de ação penal ou
• Pressuposto lógico para o oferecimen-
mesmo, na fase de investigação preli-
to da denúncia.
minar, o emprego de métodos invasi-
vos de investigação, como intercepta- • Obs.: não confundir indiciado com
ção telefônica ou busca e apreensão. mero suspeito (ou investigado):
Entretanto, elas podem constituir * Indiciado:
fonte de informação e de provas que ◊ Indícios convergentes que o
não podem ser simplesmente des- apontam como provável autor da
cartadas pelos órgãos do Poder Judi- infração penal.
ciário. Procedimento a ser adotado
◊ Juízo de probabilidade de autoria.
pela autoridade policial em caso de
“denúncia anônima”: 1) Realizar inves- ◊ Após o oferecimento da denúncia
tigações preliminares para confirmar a pelo titular da ação penal.
credibilidade da “denúncia”; 2) Sendo • Surge a figura do acusado.
confirmado que a “denúncia anônima” * Suspeito (ou investigado):
possui aparência mínima de procedên- ◊ Existem frágeis indícios de autoria
cia, instaura-se inquérito policial; 3) delitiva.
Instaurado o inquérito, a autoridade
policial deverá buscar outros meios de ◊ Juízo de possibilidade de autoria.
prova que não a interceptação telefô- 2. Momento
nica (esta é a ultima ratio). Se houver • Pode ocorrer:
indícios concretos contra os investi- * Ato de prisão em flagrante delito.
gados, mas a interceptação se revelar
* Até o relatório final do Delegado de
imprescindível para provar o crime,
Polícia.
poderá ser requerida a quebra do
sigilo telefônico ao magistrado. STF. 1ª • Não é possível o indiciamento após o
Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa recebimento da peça acusatória.
Weber, julgado em 29/3/2016 (Info • Caso ocorra o indiciamento após o re-
819) (g.n.) cebimento de denúncia:
7. Notitia criminis qualificada (ou identificada) * Causa ilegal.
• Autoridade policial recebe a comuni- * Constrangimento ilegal à liberdade de
cação da ocorrência de infração penal, locomoção.
mas é possível a identificar quem a 3. Espécies
realizou.
• Pode ser feito de duas maneiras:
• Providência adotada pela autoridade
* Indiciamento direto.
policial:
◊ Ocorre quando o indiciado está
* Determina que seja realizada a verifi-
presente.
cação da procedência da informação.
* Indiciamento indireto:

12 Voce é do tamanho do seu sonho.


Semana do Alfartano

◊ Ocorre quando o indiciado está assegurados o contraditório e ampla


ausente ou não é localizado para a defesa, com os meios e recursos a ela
prática do ato. inerentes. (g.n.)
◊ P.ex.: indiciado foragido ou * Exceção:
intimado para o ato e não compare- ◊ Somado a outros elementos de
ce. prova produzidos em juízo, sob a
4. Pressupostos ótica do contraditório e da ampla
• Indispensável a existência de: defesa.
* Indícios de autoria. ◊ Poderá embasar decreto conde-
natório.
* Indícios de materialidade.
• Obs.: Decreto absolutório - posição ju-
• Ausente os pressupostos:
risprudencial:
* Constrangimento ilegal (STF).
* Para a absolvição do acusado, os ele-
* Indiciado poderá impetrar Habeas mentos informativos são suficientes
corpus. para fundamentar decisão absolutó-
◊ Solicitando o Poder Judiciário o ria.
chamado desindiciamento. Incomunicabilidade do indiciado preso
• Art. 2º, §6º, da Lei nº. 12.830/13 - O in- • Art. 21 do CPP - A incomunicabilida-
diciamento, privativo do Delegado de de do indiciado dependerá sempre de
Polícia, dar-se-á por ato fundamenta- despacho nos autos e somente será
do, mediante análise técnico-jurídica permitida quando o interesse da socie-
do fato, que deverá indicar a autoria, dade ou a conveniência da investiga-
materialidade e suas circunstâncias. ção o exigir.
* Ato privativo da autoridade policial. • Art. 21, parágrafo único, do CPP - A in-
* É um poder-dever da autoridade comunicabilidade, que não excederá
policial. de três dias, será decretada por
◊ Diante dos indícios de autoria e despacho fundamentado do Juiz, a re-
materialidade delitiva, a autoridade querimento da autoridade policial, ou
policial não tem outra opção senão o do órgão do Ministério Público, respei-
indiciamento. tado, em qualquer hipótese, o disposto
no artigo 89, inciso III, do Estatuto da
◊ Trata-se de um ato vinculado.
Ordem dos Advogados do Brasil
* Fundamentação do indiciamento é in-
• Incomunicabilidade do indiciado será
dispensável.
decretada por despacho fundamenta-
• Obs.: é dispensável a existência do in- do do juiz atendendo:
diciamento formal para o oferecimen-
* Requerimento da autoridade policial
to da denúncia ou queixa-crime.
ou do Ministério Público.
Valor probatório do IP
• Incomunicabilidade será admitida
• Finalidade do IP quando:
* Colheita de indícios de autoria e mate- * o interesse da sociedade o exigir;
rialidade delitiva.
* a conveniência da investigação o exigir.
* Formar opinio delicti do titular da ação
• Prazo de duração:
penal.
* Até três dias.
• Fase inquisitiva, não existe contraditó-
rio e ampla defesa. • Art. 7º da Lei nº. 8.906/94 - São direitos
do advogado (inciso III) comunicar-se
• Conclusão: valor do IP é relativo.
com seus clientes, pessoal e reserva-
• Elementos de informação: damente, mesmo sem procuração,
* Regra: quando estes se acharem presos,
◊ Isoladamente considerados. detidos ou recolhidos em estabeleci-
◊ Não são idôneos para fundamen- mentos civis ou militares, ainda que
tar decreto condenatório. considerados incomunicáveis. (g.n.)
◊ Art. 5º, LV, da CF - aos litigantes, * Obs.: A redação do Art. 21, parágra-
em processo judicial ou administra- fo único, do CPP faz referência ao
tivo, e aos acusados em geral são Art. 89, III, do Estatuto da OAB (Lei nº.

Não deixe nada nem ninguén atrapalhar sua tragetória. 13


Semana do Alfartano

4.215/63). desenhos ou esquemas elucidativos.


◊ O citado diploma legal foi (g.n.)
revogado pela Lei nº. 8.906/94, atual • Art. 169, parágrafo único, do CPP – Os
Estatuto do OAB. peritos registrarão, no laudo, as altera-
• Entendimento majoritário - Art. 21 do ções do estado das coisas e discutirão,
CPP não foi recepcionado pela CF/88. no relatório, as consequências dessas
alterações na dinâmica dos fatos.
* Art. 5º. LXIII, da CF - o preso será infor-
mado de seus direitos, entre os quais • Crime de fraude processual
o de permanecer calado, sendo-lhe as- * Art. 347 do CPP – Inovar artificiosa-
segurada a assistência da família e de mente, na pendência de processo civil
advogado. (g.n.) ou administrativo, o estado de lugar,
* No estado de defesa, que é uma de coisa ou de pessoa, com o fim de
situação excepcional que permite a su- induzir a erro o juiz ou o perito:
pressão de diversas garantias constitu- ◊ Pena – detenção, de três meses a
cionais, não se admite a incomunicabi- dois anos, e multa.
lidade do preso. * Art. 347, parágrafo único, do CPP –
◊ Art. 136, §3º, da CF - Na vigência do Se a inovação se destina a produzir
estado de defesa (inciso IV) é vedada efeito em processo penal, ainda que
a incomunicabilidade do preso. não iniciado, as penas aplicam-se em
* Conclusão: se no estado de defesa não dobro.
se admite a incomunicabilidade do 2. Apreensão de objetos
preso, quem dirá em uma situação de Art. 6º do CPP – Logo que tiver conhecimento da prática
estado de normalidade.
da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso II)
Diligências Investigatórias (ou processamento) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
• Com a instauração do IP, a autoridade liberados pelos peritos criminais.
policial deve determinar a realização • Objetivos da diligência:
das diligências pertinentes para escla-
recer o fato delituoso. * Futura exibição dos instrumentos.
• Art. 6º e 7º do CPP elegem diligências a * Necessidade de contra prova.
serem realizadas: * Perdimento dos bens.
* Rol meramente exemplificativo: • Art. 11 do CPP - Os instrumentos do
◊ Algumas diligências são de cunho crime, bem como os objetos que inte-
obrigatório. ressarem à prova, acompanharão os
autos do inquérito. (g.n.)
• P.ex.: exame de corpo de delito.
• Art. 175 do CPP - Serão sujeitos a
◊ Algumas diligências são de cunho exame os instrumentos empregados
facultativo: para a prática da infração, a fim de se
• P.ex.: reconstituição do crime. Ihes verificar a natureza e a eficiência.
1. Preservação do local do crime (g.n.)
Art. 6º do CPP - Logo que tiver conhecimento da prática • P.ex.: chave mixa, tesoura etc.
da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso I) di- 3. Colheita de outras provas
rigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o Art. 6º do CPP - Logo que tiver conhecimento da prática
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso III)
criminais. colher todas as provas que servirem para o esclarecimento
• Preservação dos vestígios deixados do fato e suas circunstâncias.
pela infração penal: • P.ex.: oitiva das testemunhas, diligên-
* Não prejudica o trabalho dos peritos. cias da Lei Maria da Penha etc.
• Art. 169 do CPP - Para o efeito de 4. Oitiva do ofendido
exame do local onde houver sido pra- Art. 6º do CPP - Logo que tiver conhecimento da prática
ticada a infração, a autoridade pro-
da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso IV)
videnciará imediatamente para que
não se altere o estado das coisas até ouvir o ofendido.
a chegada dos peritos, que poderão • Se possível será realizada.
instruir seus laudos com fotografias, • Depoimento colhido com reservas:

14 Voce é do tamanho do seu sonho.


Semana do Alfartano

* Envolvimento emocional. responsável por seu interrogatório:


* Interesse do deslinde das investiga- • Art. 5º, LXIV, da CF - o preso tem direito
ções. à identificação dos responsáveis por
• Fornece fatos de prova. sua prisão ou por seu interrogatório
policial.
• Condução coercitiva:
• Interrogatório do menor.
* Art. 201, §1º, do CPP - Se, intimado
para esse fim, deixar de comparecer * Art. 15 do CPP - Se o indiciado for
sem motivo justo, o ofendido poderá menor, ser-lhe-á nomeado curador
ser conduzido à presença da autorida- pela autoridade policial.
de. (g.n.) * O disposto no Art. 15 do CPP foi publi-
5. Oitiva do indiciado cado sob a égide do CC/16, quando a
maioridade era atingida com 21 anos.
Art. 6º do CPP - Logo que tiver conhecimento da prática
* Com a edição do CC/02, houve a
da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso V)
redução da maioridade civil para 18
ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do
anos,
disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo
◊ Art. 5º do CC/02 - A menoridade
o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que cessa aos dezoito anos completos,
Ihe tenham ouvido a leitura. quando a pessoa fica habilitada à
• A presença do advogado é dispensá- prática de todos os atos da vida civil.
vel. * Conclusão: Desnecessária indicação
• Oitiva do indiciado. de curador para indiciado menor de 21
* Interrogatório de qualificação: anos.
◊ Alguns entendem ser desnecessá- * O Art. 194 do CPP, que disciplina
rio. a questão relacionada à forma de
◊ Recusar-se a fornecer dados qua- nomeação do curador especial ao
lificativos pode configurar contra- menor de 21 anos, foi revogado tacita-
venção penal. mente pela Lei nº. 10.792/03.
• Art. 68 da Lei de Contravenções Penais ◊ Súmula 352 do STF - Não é
- Recusar à autoridade, quando por nulo o processo penal por falta de
esta, justificadamente solicitados ou nomeação de curador ao réu menor
exigidos, dados ou indicações concer- que teve a assistência de defensor
nentes à própria identidade, estado, dativo.
profissão, domicílio e residência. • Deveria ser cancelada.
* Pena - multa, de duzentos mil réis a * Possível nomeação de curador.
dois contos de réis. ◊ Art. 151 do CPP - Se os peritos
• Art. 68 da Lei de Contravenções Penais concluírem que o acusado era, ao
- Incorre na pena de prisão simples, de tempo da infração, irresponsável
um a seis meses, e multa, de duzentos nos termos do art. 22 do Código
mil réis a dois contos de réis, se o fato Penal, o processo prosseguirá, com a
não constituir infração penal mais presença do curador.
grave, quem, nas mesmas circuns- • Índio não adaptado ao convício social.
tâncias, faz declarações inverídicas a • Inimputáveis (Art. 26, caput, do CP).
respeito de sua identidade pessoal,
estado, profissão, domicílio e residên- 6. Reconhecimento de pessoas e coisas
cia. Art. 6º do CPP - Logo que tiver conhecimento da prática
* Interrogatório de mérito: da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso VI)
◊ Direito à não autoincriminação. proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea-
◊ Direito ao silêncio: ções.

• Art. 5º, LXIII, da CF - o preso será infor- 6.1. Reconhecimento de pessoa


mado de seus direitos, entre os quais • Identificar o autor dos fatos.
o de permanecer calado, sendo-lhe as- • Deve ser feito pela vítima e pela teste-
segurada a assistência da família e de munha:
advogado. * Que tenham presenciado a infração
◊ Direito de identificação pelo penal.

Não deixe nada nem ninguén atrapalhar sua tragetória. 15


Semana do Alfartano

• Art. 226 do CPP - Quando houver ne- descobrir).


cessidade de fazer-se o reconheci- • Qualquer pessoa acusada da prática
mento de pessoa, proceder-se-á pela de um ilícito penal tem os direitos ao
seguinte forma: silêncio e a não produzir provas em
* I - a pessoa que tiver de fazer o reco- seu desfavor.
nhecimento será convidada a descre- ◊ Ato invasivo:
ver a pessoa que deva ser reconhecida;
• Protegido pela nemo tenetur se
* Il - a pessoa, cujo reconhecimento se detegere (ninguém é obrigado a se
pretender, será colocada, se possível, descobrir).
ao lado de outras que com ela tiverem
• Qualquer pessoa acusada da prática
qualquer semelhança, convidando-se
de um ilícito penal tem os direitos ao
quem tiver de fazer o reconhecimento
silêncio e a não produzir provas em
a apontá-la;
seu desfavor.
* III - se houver razão para recear que
6.2. Reconhecimento do objeto
a pessoa chamada para o reconheci-
mento, por efeito de intimidação ou • Instrumento de crime.
outra influência, não diga a verdade • Objeto material de crime.
em face da pessoa que deve ser reco- 6.3. Acareação
nhecida, a autoridade providenciará
• Pressupostos para a acareação:
para que esta não veja aquela;
* Duas ou mais pessoas prestaram de-
◊ Art. 226, parágrafo único, do CPP
poimentos divergentes.
- O disposto no nº III deste artigo não
terá aplicação na fase da instrução * Divergências devem-se voltar sobre
criminal ou em plenário de julgamen- fatos ou circunstâncias relevantes.
to. • Art. 229 do CPP - A acareação será
* IV - do ato de reconhecimento lavrar- admitida entre acusados, entre
se-á auto pormenorizado, subscrito acusado e testemunha, entre testemu-
pela autoridade, pela pessoa chamada nhas, entre acusado ou testemunha e
para proceder ao reconhecimento e a pessoa ofendida, e entre as pessoas
por duas testemunhas presenciais. ofendidas, sempre que divergirem, em
suas declarações, sobre fatos ou cir-
• Art. 227 do CPP - No reconhecimen-
cunstâncias relevantes.
to de objeto, proceder-se-á com as
cautelas estabelecidas no artigo 7. Realização do exame de corpo de delito e qualquer
anterior, no que for aplicável. outra perícia
• Art. 228 do CPP - Se várias forem as Art. 6º do CPP - Logo que tiver conhecimento da prática
pessoas chamadas a efetuar o reco- da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso VII)
nhecimento de pessoa ou de objeto, determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo
cada uma fará a prova em separado, de delito e a quaisquer outras perícias.
evitando-se qualquer comunicação
• O exame de corpo de delito é indispen-
entre elas.
sável para a prova da materialidade
• Reconhecimento do acusado. delitiva dos crimes que deixam vestí-
* Positivo. gios:
* Negativo: * É dispensável nos crimes que não
◊ Certeza. deixarem vestígios.
◊ Dúvida. • Ausência do exame de corpo de delito:
• Obs.: O reconhecimento prejudica * Art. 564 do CPP - A nulidade ocorrerá
a prerrogativa de que ninguém será nos seguintes casos (inciso III) por falta
obrigado a produzir provas negativas das fórmulas ou dos termos seguintes
contra si? (alíena b) o exame do corpo de delito
nos crimes que deixam vestígios (...).
* Prerrogativa:
8. Identificação do acusado e juntada da folha de an-
◊ Ato passivo.
tecedentes
◊ Ato ativo:
Art. 6º do CPP - Logo que tiver conhecimento da prática
• Protegido pela nemo tenetur se
da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso VIII)
detegere (ninguém é obrigado a se

16 Voce é do tamanho do seu sonho.


Semana do Alfartano

ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscó- praticada de determinado modo, a


pico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de ante- autoridade policial poderá proceder à
cedentes. reprodução simulada dos fatos, desde
• Art. 5º, LVIII, da CF - o civilmente identi- que esta não contrarie a moralidade
ficado não será submetido à identifica- ou a ordem pública. (g.n.)
ção criminal, salvo nas hipóteses pre- * Deve ser documentado por fotogra-
vistas em lei. fias.
* Regra - apresentação dos documen- • Participação do indiciado é dispensá-
tos que prestam à identificação civil do vel:
agente. * Nosso ordenamento jurídico veda a
* Exceção - nas hipóteses do Art. 3º da autoincriminação do acusado.
Lei nº. 12.037/09, permite-se a identifi- ◊ Não é obrigado a se manifestar
cação criminal (datiloscópica e fotográ- acerca de situações ou circunstân-
fica) do agente. cias que possam lhe incriminar.
◊ Identificação criminal deve ser * Em que pese a previsão do Art. 260 do
anexada aos autos. CPP, não há que se falar em condução
• Lei nº. 12.037/09 - Dispõe sobre a iden- coercitiva do acusado para a reconsti-
tificação criminal do civilmente identi- tuição do crime.
ficado. ◊ Art. 260 do CPP - Se o acusado
• Obs.: Art. 20, parágrafo único, do CPP não atender à intimação para o in-
- Nos atestados de antecedentes que terrogatório, reconhecimento ou
lhe forem solicitados, a autoridade qualquer outro ato que, sem ele,
policial não poderá mencionar quais- não possa ser realizado, a autorida-
quer anotações referentes a instaura- de poderá mandar conduzi-lo à sua
ção de inquérito contra os requeren- presença. (g.n.)
tes. (g.n.) 12. Outras funções da Autoridade Policial durante o
9. Averiguação sobre a vida pregressa do indiciado IP
Art. 6º do CPP - Logo que tiver conhecimento da prática Art. 13 do CPP - Incumbirá ainda à autoridade policial
da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso IX) I - fornecer às autoridades judiciárias as informações
averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista necessárias à instrução e julgamento dos processos;
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo
atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante Ministério Público;
ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas au-
apreciação do seu temperamento e caráter.
toridades judiciárias;
• Auxilia o magistrado, em caso de con-
IV - representar acerca da prisão preventiva.
denação, na correta fixação da pena-
-base do delito (Art. 59 do CP). Art. 13-A do CPP - Nos crimes previstos nos arts. 148,
149 e 149-A, no § 3º do Art. 158 e no Art. 159 do Código
10. Informações sobre a existência de filhos
Penal, e no Art. 239 da Lei nº. 8.069/90 (ECA), o membro do
Art. 6º do CPP - Logo que tiver conhecimento da prática
Ministério Público ou o Delegado de Polícia poderá requisi-
da infração penal, a autoridade policial deverá (inciso X)
tar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas
colher informações sobre a existência de filhos, respecti-
da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da
vas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o
vítima ou de suspeitos.
contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos,
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no
indicado pela pessoa presa.
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:
• Incluído pela Lei nº. 13.257/2016
(Estatuto da Primeira Infância): I - o nome da autoridade requisitante;
* Visa proteger as crianças na primeira II - o número do inquérito policial;
infância: III - a identificação da unidade de polícia judiciária res-
◊ Abrange os seis primeiros anos ponsável pela investigação.
completos. • Obs.: O legislador não unificou o pa-
11. Reprodução (ou reconstituição) simulada rágrafo único com as autoridades que
• Art. 7º do CPP - Para verificar a pos- podem requisitar a diligência prevista
sibilidade de haver a infração sido no caput do Art. 13-A do CPP.

Não deixe nada nem ninguén atrapalhar sua tragetória. 17


Semana do Alfartano

* Na hipótese de a requisição partir do * Art. 10, §1º, do CPP - A autoridade fará


MP, deveria constar a identificação da minucioso relatório do que tiver sido
promotoria responsável pela investi- apurado e enviará autos ao juiz com-
gação. petente.
Art. 13-B do CPP - Se necessário à prevenção e à re- • Art. 10, §2º, do CPP - No relatório
pressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, poderá a autoridade indicar testemu-
o membro do Ministério Público ou o Delegado de Polícia nhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser
poderão requisitar, mediante autorização judicial, às
encontradas.
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/
• Autoridade policial não poderá se ma-
ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
nifestar acerca dos elementos de infor-
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – mações colhidos na fase investigativa.
que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
* A opinio delicti é uma atribuição do Mi-
delito em curso. nistério Público.
Art. 13-B, §4º, do CPP - Não havendo manifestação • Obs.: Relatório é dispensável para o
judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade com- oferecimento da denúncia.
petente requisitará às empresas prestadoras de serviço
Distinção em IP e TC
de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
1. Termo Circunstanciado (T.C.)
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,
• Conceito de T.C.
informações e outros – que permitam a localização da vítima
* (...) trata-se de um relatório sumario
ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comuni-
da infração pratica, bem como todos
cação ao juiz.”
os dados básicos e fundamentais que
Art. 13-B, §1º, do CPP - Para os efeitos deste artigo, possibilitam a perfeita individualização
sinal significa posicionamento da estação de cobertura, se- dos fatos, a indicação das provas, com
torização e intensidade de radiofrequência. o rol de testemunhas quando houver,
Art. 13-B, §2º, do CPP - Na hipótese de que trata o e, se possível, um croqui, na hipótese
de acidente de trânsito, visando à for-
caput, o sinal:
malização da opinio delicti pelo titular
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunica- da ação penal. (Renato Brasileiro)
ção de qualquer natureza, que dependerá de autorização
* Ausência de formalidade sacramental.
judicial, conforme disposto em lei;
• Existirá o TC nos casos em que o delito
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia for de competência do Juizado Especial
móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, re- Criminal (JECRIM).
novável por uma única vez, por igual período; • Considera-se infração de menor po-
III - para períodos superiores àquele de que trata tencial ofensivo (I.M.P.O. - Art. 61 da
o inciso II, será necessária a apresentação de ordem Lei nº. 9.099/95)
judicial. * Todas as contravenções penais.
Art. 13-B, §3º, do CPP - Na hipótese prevista neste * Todos os crimes aos quais a lei comine
artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo pena máxima não superior a 2 anos,
máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da cumulada ou não com a multa.
respectiva ocorrência policial. ◊ Previstos no Código Penal ou na
Conclusão do IP legislação penal especial.
• Pressupostos para a conclusão do IP: • Quando a autoridade policial tomar
conhecimento de uma I.M.P.O., deter-
* Autoridade policial considera encerra-
minará a lavratura do TC.
das as diligências.
* Não se lavra B.O.
* São dispensáveis os elementos
mínimos para iniciar a persecução * Não instaura I.P.
penal em juízo. • Obs.: como a autoridade policial
◊ Autoria e materialidade delitiva. saberá se é caso de instaurar o TC ou
o IP?
• Elaborar um relatório descrevendo
as principais providências adotadas * Análise da pena máxima em abstrata
durante as investigações. do tipo penal incriminador.
* Relatório = peça final do IP. ◊ Pena máxima não superior a 2

18 Voce é do tamanho do seu sonho.


Semana do Alfartano

anos (≤ 2 anos): corrupção passiva.


• Instaura TC. b) O agente penitenciário que não recolher apa-
relhos celulares de pessoas em privação de
◊ Pena máxima maior de 2 anos (> liberdade cometerá crime de condescendên-
2 anos). cia criminosa.
• Instaura IP. c) Um governador que ordenar a aquisição de
• Obs.: Art. 41 da Lei nº. 11.340/03 - Aos viaturas policiais e o pagamento destas com
crimes praticados com violência do- recurso legalmente destinado à educação in-
méstica e familiar contra a mulher, in- fantil cometerá o crime de peculato.
dependentemente da pena prevista, d) Se forem ocupantes de cargos em comissão
não se aplica a Lei nº. 9.099/1995. (g.n.) ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade
* Conclusão: de economia mista, empresa pública ou fun-
◊ Diante das IMPO, a autoridade dação instituída pelo poder público, os auto-
policial não poderá lavrar TC. res de crimes contra a Administração Pública
terão direito a redução de suas penas.
◊ Deverá instaurar IP para a
apuração do delito. e) A circunstância de funcionário público é co-
municável a particular que cometa o crime
• Súmula 541 do STJ - A ação penal sabendo dessa condição especial do funcio-
relativa ao crime de lesão corporal re- nário.
sultante de violência doméstica contra
a mulher é pública incondicionada.
05. Em relação aos crimes contra a Administração
Pública, assinale a opção correta.
Súmula 536 do STJ - A suspensão condicional do a) Embora o crime de peculato admita a forma
processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de dolosa, ele não pune a conduta culposa, que
delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. consiste na ação do agente público em con-
correr, por imperícia, imprudência ou negli-
gência, para que outrem se aproprie, desvie
Direito Penal ou subtraia dinheiro, bem ou valores perten-
centes à Administração Pública.
Rodrigo Gomes b) A inserção, alteração ou exclusão de dados
nos sistemas informatizados ou nos bancos
Exercícios de dados da Administração Pública é crime
material, de modo que a consumação só
01. Considere a seguinte situação hipotética: ocorre quando há prejuízo para a Administra-
Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele ção Pública e(ou) ao administrado, em benefí-
exercido em determinado órgão público, Artur, servidor cio próprio ou de outrem.
público, em conluio com Maria, penalmente responsável, c) É material o crime de peculato-desvio, uma
subtraiu dinheiro da repartição pública onde trabalha. vez que se consuma no exato momento do
Maria, que recebeu parte do dinheiro subtraído, desco- efetivo desvio do bem que o agente público
nhecia ser Artur funcionário público. detém ou possui em razão de seu cargo, com
Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de a necessidade da ocorrência de dano para a
peculato e Maria, o delito de furto. Administração Pública.
02. 2) O crime de concussão configura-se com a exi- d) O crime de peculato-furto ocorre quando
gência, por funcionário público, de vantagem o funcionário público, embora não tendo
indevida, ao passo que, para a configuração do a posse do dinheiro, do valor ou do bem, o
crime de corrupção passiva, basta que ele solicite subtrai, ou concorre para que seja subtraído,
ou receba a vantagem, ou, ainda, aceite promessa em proveito próprio ou alheio, valendo-se da
de recebê-la. facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.
03. Os delitos de inserção de dados falsos e de modi- e) O crime de denunciação caluniosa consiste
ficação ou alteração de dados não autorizada em em dar causa à instauração de inquérito ci-
sistema de informações só se configuram se pra- vil ou de ação de improbidade administrativa
ticados por funcionário público autorizado, com contra alguém, imputando-se a esse alguém
o fim específico de obter vantagem indevida para infração administrativa de que o sabe inocen-
si ou para outrem, ou para causar dano, sendo as te.
penas aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resultar dano para 06. O agente de polícia que deixar de cumprir seu
a Administração Pública ou para o administrado. dever de vedar ao preso o acesso a telefone
celular, permitindo que este mantenha contato
04. Assinale a opção correta com relação a crimes
com pessoas fora do estabelecimento prisional,
contra a Administração Pública.
cometerá o crime de condescendência criminosa.
a) Policial que exigir propina para liberar a pas-
sagem de pessoas por uma estrada cometerá 07. Pratica crime de corrupção passiva o funcionário

Não deixe nada nem ninguén atrapalhar sua tragetória. 19


Semana do Alfartano

público que, em razão da função, solicita, recebe


ou aceita vantagem indevida, ao passo que
pratica crime de concussão o funcionário que,
também em razão da função, impõe, ordena ou
exige vantagem indevida.
08. Constitui pressuposto material dos crimes de pe-
culato-apropriação e peculato-desvio, em suas
formas dolosas, a anterior posse do dinheiro, do
valor ou de qualquer outro bem móvel, público
ou particular, em razão do cargo ou função.
09. Incorrem na prática de condescendência crimi-
nosa tanto o servidor público hierarquicamente
superior que deixe, por indulgência, de responsa-
bilizar subordinado que tenha cometido infração
no exercício do cargo quanto os funcionários
públicos de mesma hierarquia que não levem o
fato ao conhecimento da autoridade competente
para sancionar o agente faltoso.

Gabarito:
01. Certo
02. Certo
03. Errado
04. E
05. D
06. Errado
07. Certo
08. Certo
09. Certo

20 Voce é do tamanho do seu sonho.

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