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Sumário

Saúde Mental
Aspectos Históricos
Reforma Psiquiátrica
Política Nacional de Assistência em Saúde Mental no Brasil
Legislação e Diretrizes da Saúde Mental
Modelos Substitutivos
Epidemiologia em Saúde Mental
Classificação de Doença Mental
Classificação Internacional de Doenças (CID-10)
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Ed. (DSM 5)
Incidência
Psicopatologias
Esquizofrenia
Síndromes Depressivas
Síndromes Maníacas
Síndromes Maníacas
Uso abusivo de substâncias
Transtornos Alimentares

Modalidades de Tratamento
Psicoterapia
Psicofarmacologia
Práticas Integrativas de Assistência em Saúde Mental
Cuidados de enfermagem à pessoa com transtorno mental
A Comunicação
Como proceder durante uma reabilitação de paciente
Padrões de Cuidado

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Apresentação

Seja bem-vindo ao curso Enfermagem em Saúde Mental!

É muito importante que os técnicos de enfermagem sejam amplamente preparados para a


assistência em saúde mental , pois com a expansão dessa área de atuação e um
crescente número desses profissionais, ser formado para atuar com visão humanizada e
interdisciplinar é um diferencial no currículo. Dessa forma, o entendimento do sofrimento
psíquico, a partir de um olhar global do indivíduo, possibilita uma melhor adequação das
ferramentas a serem empregadas na assistência técnica em enfermagem.

Neste curso você terá a oportunidade de desenvolver suas competências para discutir os
princípios gerais e biopsicossociais que fundamentam a prática na área da enfermagem
em saúde mental.

Não perca tempo! Aproveite esta oportunidade para aprimorar os seus conhecimentos,
visando ao aumento da qualidade do atendimento e à excelência nos resultados.

Bons estudos!

Beto Cruz
betocais2@gmail.com
Enfermeiro/Psicólogo

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2. POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA EM SAÚDE MENTAL NO BRASIL

Objetivos
Até agora vimos o desenvolvimento cientifico e cultural envolvidos com o campo da
saúde mental. Podemos observar que os avanços presentes atualmente foram frutos de
intensa luta em prol da melhora e real assistência às pessoas que apresentam algum
transtorno mental. Nesse próximo temos o objetivo:
 De apresentar as conquistas referentes às leis que assegura o tratamento
digno ao paciente em sofrimento psíquico
 Conhecer o modelo de assistência em saúde mental no Brasil

Ao final desta lição, você deverá ser capaz de:


 Conhecer a legislação em saúde mental
 Entender a ideologia dos modelos substitutivos .
 Compeender o funcionamento dos CAPS

2.1. LEGISLAÇÃO E DIRETRIZES DA SAÚDE MENTAL

O marco chave no processo de formulação de políticas voltadas para uma


assistência integral ao indivíduo com algum tipo de transtorno mental foi a promulgação
da lei 10.216, de 6 de abril de 2001, (também conhecida como Lei Paulo Delgado) que
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e
redireciona o modelo assistencial em saúde mental, constituindo a Política Nacional de
Saúde Mental no Brasil. Essa lei é a base para toda a legislação pertinente ao campo dos
direitos dos clientes com transtornos mentais. O que será que essa lei tão importante
aborda? Vamos nos aprofundar?
Durante esse aprofundamento podemos notar que muitos direitos garantidos pela
Lei Paulo Delgado já eram e são comuns a todo cidadão, mas como houve discriminação
durante muitos anos das pessoas com transtornos mentais, excluindo-as e tratando-as
como se não fossem seres humanos como quaisquer outros, foi necessário criar uma lei
que deixasse clara essa lista de direitos, uma lei específica, que determinasse os rumos
que deveriam ser seguidos ao se estabelecer a assistência e abordagem dessas pessoas.

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SAIBA MAIS...
Vejamos o que nos diz alguns artigos da Constituição Federal de 1988, atual
Constituição do nosso país:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional.
Podemos notar que a Constituição já aborda a dignidade da pessoa humana, e
sendo o nosso cliente um ser humano, esses direitos já são facultados a eles também.
Certo? Certíssimo, mas durante muito tempo não era assim que o tratamento a eles se
embasava. Notem que a Constituição é de 1988, enquanto a Lei Paulo Delgado é de 2001.
Ou seja, muito tempo se passou até que se admitiu que a pessoa com transtorno mental
merece direitos e que deve ser vista como um ser humano. Logo, não seria necessário que
a Lei Paulo Delgado falasse de novo sobre alguns direitos, mas eles só foram respeitados
depois dela.

A Lei Paulo Delgado determina que todos os direitos sejam garantidos de forma a afastar
qualquer tipo de discriminação, seja quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião,
opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade
ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Em seu art. 2º, parágrafo único, elenca os direitos dos portadores de transtornos
mentais. São eles:

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 Acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, de acordo com suas
peculiaridades;
 Os serviços a eles direcionados devem ser prestados de forma humanizada e
respeitosa, com objetivo exclusivo de beneficiar sua saúde,
 Facilitar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
 Proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;
 Garantia de sigilo nas informações prestadas;
 Direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou
não de sua hospitalização involuntária;
 Livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
 Receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento;
 Tratamento em ambiente terapêutico de maneira menos invasiva possível;
 Tratamento, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

De modo geral, você sabe como essa lei aponta como o tratamento direcionado
aos portadores de necessidades especiais deve ser prestado?
Podemos considerar alguns itens pontuais nesse sentido:
 Responsabilidade do Estado: política de saúde mental, a assistência e a promoção
de ações de saúde, com a devida participação da sociedade e da família;
 Internação: considerada como último recurso, aplicada apenas quando os recursos
extra-hospitalares se mostrarem ineficientes. A assistência deve ser oferecida visando
à integralidade. É vedada internação em instituições com características asilares. São
consideradas três tipos de internação psiquiátrica:
 Internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
 Internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário
e a pedido de terceiro; e
 Internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
 Tratamento: focado na reinserção social do paciente em seu meio social;
 Intercorrências: caso ocorra evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica
grave e falecimento, os familiares ou representante legal do paciente, bem como à
autoridade sanitária responsável, devem ser comunicados em até 24 h da data da
ocorrência;

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 Pesquisas científicas: consentimento expresso do paciente, ou de seu representante
legal, e comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho
Nacional de Saúde.

SAIBA MAIS...
Cada tipo de internação psiquiátrica apresenta características próprias.
Abaixo segue quadro-resumo:
TIPO INÍCIO TÉRMINO
Assinatura de uma
declaração de que optou
Solicitação escrita do paciente
por esse regime de
Voluntária ou por determinação do médico
tratamento no momento da
assistente.
admissão. Autorizada pelo
médico.
Solicitação escrita do Solicitação escrita do familiar,
familiar, ou responsável ou responsável legal, ou quando
Involuntária
legal. Autorizada pelo estabelecido pelo especialista
médico. responsável pelo tratamento.
Necessita de 5 assinaturas:
- Médico responsável;
Determinada pelo juiz - Assistente social;
competente. - Psicólogo;
- Dono da clínica;
Compulsória # deverá, em até 72 h, ser - Juiz competente.
comunicada ao Ministério
Público Estadual. # deverá, em até 72 h, ser
comunicada ao Ministério
Público Estadual.

VAMOS EXERCITAR...

1. Qual importância tem a lei 10.216/2001?


2. O que há de comum entre a Constituição Federal e a Lei Paulo Delgado?
3. Quais são os três tipos de internação definidas na lei Paulo Delgado?

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2.1.1. Política de atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas

Atualmente enfrentamos muitos problemas relacionados ao uso de drogas ilícitas,


tais como o crack, maconha, cocaína e outras. Há muito tempo vemos esse panorama em
nosso país. Portanto, focado em combater essa problemática, o Ministério da Saúde
lançou a portaria n.º 816/GM , em 30 de abril de 2002, que institui, no âmbito do Sistema
Único de Saúde, o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de
Álcool e Outras Drogas, cujos objetivos são:
 Articular as ações desenvolvidas pelas três esferas de governo destinadas a
promover a atenção aos pacientes com dependência e/ou uso prejudicial de álcool
ou outras drogas;
 Organizar e implantar rede estratégica de serviços extra-hospitalares de atenção
aos pacientes com esse tipo de transtorno, articulada à rede de atenção
psicossocial;
 Aperfeiçoar as intervenções preventivas como forma de reduzir os danos sociais e
à saúde representados pelo uso prejudicial de álcool e outras drogas;
 Realizar ações de atenção/assistência aos pacientes e familiares, de forma integral
e abrangente, com atendimento individual, em grupo, atividades comunitárias,
orientação profissional, suporte medicamentoso, psicoterápico, de orientação e
outros;
 Organizar/regular as demandas e os fluxos assistenciais;
 Promover, em articulação com instituições formadoras, a capacitação e supervisão
das equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde mental locais.

A portaria define ainda as competências e atribuições relativas à implantação/gestão


do Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e Outras
Drogas de cada nível de gestão do Sistema Único de Saúde – SUS, estipulando ainda a
criação de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dividindo-a em duas etapas, sendo a
primeira nos anos de 2002 e 2003 e a segunda no ano de 2004.
Já a portaria nº 1.190, de 4 de junho de 2009, também do Ministério da Saúde, institui
o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e
outras Drogas no Sistema Único de Saúde - SUS (PEAD 2009-2010) e define suas
diretrizes gerais, ações e metas. Demonstrando uma grande preocupação do Ministério
em relação ao crescimento de usuários apontado pelo cenário epidemiológico recente e o

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reconhecimento da existência de uma lacuna assistencial nas políticas de saúde para a
questão da prevenção e tratamento dos transtornos associados ao consumo do álcool e
de outras drogas. Suas finalidades consistem em:
 Ampliar o acesso ao tratamento e à prevenção em álcool e outras drogas no
Sistema Único de Saúde (SUS);
 Diversificar as ações orientadas para a prevenção, promoção da saúde, tratamento
e redução dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de substâncias
psicoativas;
 Construir respostas em conjunto com diversos setores envolvimentos nesse
processo, sensíveis ao ambiente cultural, aos direitos humanos e às peculiaridades
da clínica do álcool e outras drogas, e capazes de enfrentar, de modo sustentável,
a situação de vulnerabilidade e exclusão social dos usuários.

As ações do PEAD (2009 -2010) devem se embasar em 11 diretrizes gerais:


 Direito ao tratamento: todo usuário de álcool e outras drogas tem direito a um
tratamento de qualidade, ofertado pela rede de serviços do SUS, e que considere
os diversos aspectos envolvidos no seu processo de adoecimento;
 Redução da lacuna assistencial: ao SUS cabe a tarefa de garantir o acesso a
ações e serviços de saúde mental, compatíveis com as demandas dos usuários de
álcool e outras drogas;
 Respeito e promoção dos direitos humanos e da inclusão social: os usuários
de álcool e outras drogas devem ser tratados com dignidade e respeito e a eles
deve ser garantido o real acesso ao direito à saúde, ao bem-estar físico e mental,
ao tratamento de qualidade, à moradia, à cultura, entre outros;
 Enfrentamento do estigma: deve haver uma dimensão política de enfrentamento
do estigma associada a toda e qualquer ação proposta para a população usuária
de álcool e outras drogas, tendo em vista que o acesso ao cuidado tem importantes
barreiras sociais, oriundas da compreensão ainda existente de que a estes
cidadãos devem ser ofertadas somente políticas repressivas. O estigma se
manifesta também pela desconfiança dos usuários em relação ao acolhimento e
cuidado oferecidos pelo Estado;
 Garantia de acesso a um tratamento de eficácia comprovada: na discussão de
modelos de atenção aos usuários de álcool e outras drogas é preciso incorporar as
pesquisas e avaliações que vêm sendo feitas no país e no exterior, que apontam

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as melhores estratégias, eficazes e custo-efetivas, de cuidado para essa
população;
 Reconhecimento dos determinantes sociais de vulnerabilidade, risco e dos
padrões de consumo: as políticas públicas voltadas para os usuários de álcool e
outras drogas devem levar em conta a estreita ligação entre a dinâmica social e os
processos de adoecimento;
 Garantia do cuidado em rede, no território, e de atenção de base comunitária:
o cuidado integral aos usuários de álcool outras drogas deve ser garantido em uma
rede diversificada de ações e serviços de saúde mental, de base comunitária e
territorial;
 Priorização de ações para crianças, adolescentes jovens em situações de
vulnerabilidade: há uma tendência de uso de álcool e outras drogas cada vez
mais cedo nessa população, além das altas prevalências de uso de álcool e drogas
entre jovens. Esta situação apresenta-se mais grave quando se considera também
o impacto das consequências danosas do álcool e do crack, por exemplo, na vida
afetiva, familiar e social, além dos prejuízos à saúde nessa população;
 Enfoque intersetorial: o cuidado à saúde mental da população infanto-juvenil tem
sempre caráter multidisciplinar e intersetorial. As ações de atenção integral à
crianças e adolescentes não se desenvolvem somente no campo das ações
clínicas, mas se relacionam com as questões da família, da comunidade, da
escola, da moradia, do trabalho, da cultura, além dos grandes problemas sociais do
mundo contemporâneo - como o tráfico de drogas e a violência;
 Qualificação das redes de saúde: devem ser ampliadas as ofertas de
capacitação e fortalecidos os processos de formação permanente e supervisão
para profissionais que lidam com essa população, de acordo com as demandas
identificadas; e
 Adoção da estratégia de redução de danos: este deve ser um norte ético de
todo e qualquer serviço do SUS, que deve reduzir os danos decorrentes do
consumo de álcool e outras drogas, especialmente relacionados à saúde, mas não
exclusivamente. Trata-se de uma diretriz que toma como base as condições e
possibilidades do usuário do SUS, em vez de partir do que os serviços oferecem.

O PEAD deve ainda, deve estar em consonância com três eixos. Que de forma
resumida, pode definir da seguinte forma:

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 Eixo 1: Ampliação do acesso ao tratamento – inclui expansão dos CAPS, aumento
dos leitos disponíveis nos serviços de urgência e emergência, entre outros;
 Eixo 2: Qualificação da Atenção - inclui a formação de servidores, produção de
conhecimento, entre outros;
 Eixo 3: Articulação intra e intersetorial – incluindo a participação da sociedade civil,
em projetos comunitários que se articulem às redes de saúde mental.

Ainda sobre os esforços para combater o uso de drogas, foi publicado o decreto nº
7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e
outras Drogas, criando o seu Comitê Gestor. Esse plano é estruturado em 7 objetivos
fundamentais:
 Estruturar, integrar, articular e ampliar as ações voltadas à prevenção do uso,
tratamento e reinserção social de usuários de crack e outras drogas, contemplando
a participação dos familiares e a atenção aos públicos vulneráveis, entre outros,
crianças, adolescentes e população em situação de rua;
 Estruturar, ampliar e fortalecer as redes de atenção à saúde e de assistência social
para usuários de crack e outras drogas, por meio da articulação das ações do
Sistema Único de Saúde - SUS com as ações do Sistema Único de Assistência
Social - SUAS;
 Capacitar, de forma continuada, os atores governamentais e não governamentais
envolvidos nas ações voltadas à prevenção do uso, ao tratamento e à reinserção
social de usuários de crack e outras drogas e ao enfrentamento do tráfico de
drogas ilícitas;
 Promover e ampliar a participação comunitária nas políticas e ações de prevenção
do uso, tratamento, reinserção social e ocupacional de usuários de crack e outras
drogas e fomentar a multiplicação de boas práticas;
 Disseminar informações qualificadas relativas ao crack e outras drogas; e
 Fortalecer as ações de enfrentamento ao tráfico de crack e outras drogas ilícitas
em todo o território nacional, com ênfase nos Municípios de fronteira.

Vimos até agora que a Política voltada para os usuários de drogas tem se tornado cada
vez mais sólida, necessitando apenas de esforços maiores e mais pontuais para que sua
aplicabilidade seja mais efetiva. Essa política é centrada totalmente na busca por uma
assistência na atenção comunitária, apresentando destaque no processo de reabilitação e
reinserção social dos seus usuários. Os cuidados prestados aos usuários de drogas deve
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ser estruturada em aspectos extra-hospitalares de atenção psicossocial especializada, de
acordo os princípios da Reforma Psiquiátrica

VAMOS EXERCITAR...

Complete:
1. A portaria ____________________, de 30 de abril de 2002, do Ministério da Saúde, institui
o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e Outras
Drogas. ________________ e _________________ rede estratégica de serviços extra-hospitalares
de atenção aos pacientes com esse tipo de transtorno, articulada à rede de atenção
psicossocial, é um de seus objetivos.
2. Para combater o crescimento de usuários de drogas apontado pelo cenário
epidemiológico, O Ministério da Saúde criou o PEAD. Qualificação da Atenção,
incluindo a formação de servidores, produção de conhecimento, entre outros, é o EIXO
número _____ do PEAD.
4. A ______________________________________________ é voltada para usuários de drogas que não
aceitam o tratamento e continuam expostos a situações de risco que vão além dos
malefícios que as drogas fazem a eles. Tem como objetivo atender às pessoas que
adotam ________________________________, como o ___________________________________________ para o
uso injetável ou de canudos e cachimbos para consumo do __________________.

Respostas:

VOCÊ SABIA?

O governo possui uma política voltada para usuários de drogas que não aceitam o
tratamento e continuam expostos a situações de risco que vão além dos malefícios que as
drogas fazem a eles. É a Política de Redução de Danos.
E o que viria a ser essa Política? Qual seu objetivo?
É uma estratégia na saúde pública, que visa a reduzir os danos causados pelo
consumo de drogas lícitas ou ilícitas. Tem como objetivo atender às pessoas que adotam
comportamentos de risco, e que não aceitam o tratamento, como o compartilhamento de
seringas e agulhas para o uso injetável ou de canudos e cachimbos para consumo do
crack, práticas sexuais de risco para DST/Aids e Hepatites, sem uso de preservativo, por
exemplo.
Essa política tem como conduta o aconselhamento desses usuários, além de
distribuição de itens que possam de fato diminuir os riscos aos quais esses usuários
possam estar submetidos, tais como distribuição de kits contendo preservativos,
cachimbos e seringas descartáveis para cada usuário. Tal política não visa ao incentivo

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VOCÊ SABIA?

O governo possui uma política voltada para usuários de drogas que não
aceitam o tratamento e continuam expostos a situações de risco que vão além dos
malefícios que as drogas fazem a eles. É a Política de Redução de Danos.
E o que viria a ser essa Política? Qual seu objetivo?
É uma estratégia na saúde pública, que visa a reduzir os danos causados pelo
consumo de drogas lícitas ou ilícitas. Tem como objetivo atender às pessoas que
adotam comportamentos de risco, e que não aceitam o tratamento, como o
compartilhamento de seringas e agulhas para o uso injetável ou de canudos e
cachimbos para consumo do crack, práticas sexuais de risco para DST/Aids e
Hepatites, sem uso de preservativo, por exemplo.
Essa política tem como conduta o aconselhamento desses usuários, além de
distribuição de itens que possam de fato diminuir os riscos aos quais esses usuários
possam estar submetidos, tais como distribuição de kits contendo preservativos,
cachimbos e seringas descartáveis para cada usuário. Tal política não visa ao
incentivo de uso de drogas, mas sim a diminuição dos riscos associados a essa
prática.
de uso de drogas, mas sim a diminuição dos riscos associados a essa prática.

2.2. MODELOS SUBSTITUTIVOS

Quando falamos em modelos substitutivos devemos pensar em serviços que


primem pela humanização do cuidado prestado aos seus usuários. Esses modelos visam
afastar a necessidade de internações e aproximar os indivíduos de seu meio social,
buscando sempre a sua melhora dentro do convívio social e não por meio de isolamento e
exclusão. A ideia de tais modelos tem como base a lei 10.216/2001, como vimos no tópico
anterior, cujo objetivo é dar mais dignidade ao portador de transtorno mental, tirando o
foco do tratamento hospitalar para dar ênfase ao tratamento extra-hospitalar, que são
esses modelos substitutivos. Vamos conhecê-los um pouco mais?

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2.2.1. Centros de Atenção Psicossocial – CAPS

Os CAPS tem papel chave no processo de implantação e aprimoramento constante


da Reforma Psiquiátrica, cujo esboço foi apresentado na Lei Paulo Delgado. Ao CAPS
incube a tarefa de acolher às pessoas com transtorno mental ou com problemas por uso
de drogas, a depender da classificação de cada CAPS. Seu objetivo principal é evitar a
necessidade de internações psiquiátricas, além de buscar a inserção social dessas
pessoas. Esses centros devem organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos
mentais e às que fazem uso de drogas, são considerados articuladores. Logo mais,
falaremos também sobre essa rede de atenção.
Devemos lembrar sempre que os CAPS não podem ser encarados como serviços
que complementam o atendimento hospitalar, eles, na verdade, servem para substituir
esse atendimento. O principio que se aplica agora é que os hospitais deixam de ter papel
central e passam a ser o último recurso, passando esse papel central para os CAPS.
Cada tipo de CAPS tem características próprias que estão relacionadas com o
quantitativo populacional e o público que fará uso de seus serviços. Porém, critério
populacional, no entanto, é utilizado como orientador, mas não como algo mandatório
para definir a implantação desses CAPS. A gestão de saúde local que deverá observar a
necessidade e, articulando com as outras instâncias de gestão do SUS, definirá o que
mais será viável para aquela região. No Distrito Federal, serão observadas as
necessidades da região administrativa, nos demais estados serão observadas as
necessidades do município.
Para entendermos melhor o funcionamento dos CAPS vamos falar um pouco sobre
a portaria Portaria/GM nº 336, de 19 de fevereiro de 2002, que define e estabelece
diretrizes para o funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial. Eles poderão
constituir-se nas seguintes modalidades de serviços: CAPS CAPS I, CAPS II e CAPS III,
definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional,
conforme disposto nesta Portaria. Lembrando que as três modalidades de serviços
cumprem a mesma função no atendimento público em saúde mental, devendo estar
capacitadas para realizar prioritariamente o atendimento de pacientes com transtornos
mentais severos e persistentes em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo,

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semi-intensivo e não intensivo. Também temos o CAPS i (infanto-juvenil) e CAPS ad
(álcool e drogas). Mas quais são as diferenças entre eles? Veremos a seguir:

CAPS I
 População: Entre 20.000 e 70.000 habitantes;
 Atividades:
 Atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre
outros);
 Atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de
suporte social, entre outras);
 Atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível
superior ou nível médio;
 Visitas domiciliares;
 Atendimento à família;
 Atividades comunitárias enfocando a integração do paciente na comunidade
e sua inserção familiar e social;
 Número de atendimento: 20 pacientes por turno, máximo 30 pacientes/dia em
regime intensivo;
 Horário de funcionamento: de 08 às 18 horas, em 02 (dois) turnos, durante os
cinco dias úteis da semana;
 Recursos humanos: 1 médico com formação em saúde mental/ 1 enfermeiro/ 03
profissionais de nível superior ( podendo ser psicólogo, assistente social, terapeuta
ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico)/ 4
profissionais de nível médio (técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico
administrativo, técnico educacional e artesão);

CAPS II
 População: Entre 70.000 e 200.000 habitantes;
 Atividades: as mesmas oferecidas pelo CAPS I;
 Número de atendimento: 30 pacientes por turno, máximo 45 pacientes/dia em
regime intensivo;
 Horário de funcionamento: de 08 às 18 horas, em 02 (dois) turnos, durante os
cinco dias úteis da semana. Pode ocorrer o terceiro turno (até 21h);

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 Recursos humanos: 1 médico psiquiatra/ 1 enfermeiro com formação em saúde
mental/ 04 profissionais de nível superior ( podendo ser psicólogo, assistente
social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto
terapêutico)/ 6 profissionais de nível médio (técnico e/ou auxiliar de enfermagem,
técnico administrativo, técnico educacional e artesão);

CAPS III
 População: Acima de 200.000 habitantes;
 Atividades: as mesmas dos CAPS I e II além de acolhimento noturno, nos feriados
e finais de semana, com no máximo 05 leitos, para eventual repouso e/ou
observação;
 Número de atendimento: 40 pacientes por turno, máximo 60 pacientes/dia em
regime intensivo;
 Horário de funcionamento: 24 horas, todos os dias da semana, incluindo feriados
e finais de semana. A tabela abaixo demonstra como é feita a distribuição dos
funcionários de acordo com o turno:

TURNO PROFISSIONAIS
12 horas noturnas - 3 técnicos/auxiliares de enfermagem, sob
supervisão do enfermeiro do serviço;
- 1 profissional de nível médio da área de apoio.
12 horas diurnas, nos - 1 profissional de nível superior (podendo ser:
sábados, domingos e médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social,
feriados. terapeuta ocupacional, ou outro profissional de
nível superior justificado pelo projeto
terapêutico);
- 3 técnicos/auxiliares técnicos de enfermagem,
sob supervisão do enfermeiro do serviço;
- 1 profissional de nível médio da área de apoio.

 Tempo de permanência no acolhimento noturno: fica limitada a 07 dias corridos


ou 10 dias intercalados em um período de 30 (trinta) dias;
 Recursos humanos: 1 médicos psiquiatras/ 1 enfermeiro com formação em saúde
mental/ 5 profissionais de nível superior ( podendo ser psicólogo, assistente social,
15
terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto
terapêutico)/ 8 profissionais de nível médio (técnico e/ou auxiliar de enfermagem,
técnico administrativo, técnico educacional e artesão);

CAPS i II
 População: Acima de 200.000 habitantes;
 Atividades: as mesmas oferecidas pelo CAPS I, além do desenvolvimento de
ações inter-setoriais, principalmente com as áreas de assistência social, educação
e justiça;
 Número de atendimento: 15 crianças/adolescentes por turno, máximo 25
pacientes/dia;
 Horário de funcionamento: de 08 às 18 horas, em 02 (dois) turnos, durante os
cinco dias úteis da semana. Pode ocorrer o terceiro turno (até 21h);
 Recursos humanos: 1 médico psiquiatra ou neurologista ou pediatra com
formação em saúde mental/ 1 enfermeiro/ 04 profissionais de nível superior (
podendo ser psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou
outro profissional necessário ao projeto terapêutico)/ 5 profissionais de nível médio
(técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e
artesão);

CAPS ad II
 População: 70.000 habitantes;
 Atividades: as mesmas oferecidas pelo CAPS I, além do atendimento para
desintoxicação;
 Número de atendimento: 25 pacientes por turno, máximo 45 pacientes/dia em
regime intensivo;
 Horário de funcionamento: de 08 às 18 horas, em 02 (dois) turnos, durante os
cinco dias úteis da semana. Pode ocorrer o terceiro turno (até 21h);
 Recursos humanos: 1 médico psiquiatra, 01 médico clínico, responsável pela
triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências clínicas/ 1 enfermeiro
com formação em saúde mental/ 04 profissionais de nível superior ( podendo ser
psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional
necessário ao projeto terapêutico)/ 6 profissionais de nível médio (técnico e/ou
auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão);
 Peculiaridade: manter de 02 a 04 leitos para desintoxicação e repouso.
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SAIBA MAIS...

Existem três regimes de atendimento aplicados nas rotinas dos CAPS. São eles:
 Intensivo: destinado aos pacientes que necessitam acompanhamento diário;
 Semi-intensivo: destinado aos pacientes que necessitam de acompanhamento
frequente, mas não diariamente;
 Não intensivo: destinado aos pacientes que necessitam de acompanhamento com
frequência menor.

VAMOS EXERCITAR...

Julgue os itens abaixo:

1. ( ) Ao CAPS incube a tarefa de acolher às pessoas com transtorno mental ou com


problemas por uso de drogas.
2. ( ) A classificação dos CAPS não depende do perfil demográfico da região onde ele
será implantado.
3. ( ) Existem três regimes de atendimento aplicados nas rotinas dos CAPS.
4. ( ) Médico, enfermeiro, profissionais de nível técnico e outros de nível superior
compõem as equipes presentes nos CAPS.
5. ( ) Nenhum CAPS atende 24 horas.

2.2.2. Rede de Atenção Psicossocial – RAPS

RAPS é um conceito relativamente novo e que foi inserido no universo do


atendimento à pessoa com transtorno mental e as que fazem uso de drogas com o intuito
de ampliar o conceito de atendimento integral na saúde mental. De modo geral, ela define
a articulação necessária entre CAPS e demais serviços de assistência as suas formas
mais variadas, sempre visando às necessidades pontuais de cada paciente atendido
nessa rede. Vamos acompanhar o seguinte exemplo para tornar o entendimento mais
claro?
Imaginemos que o paciente João é esquizofrênico e já tem o devido
acompanhamento no CAPS, mas, além de esquizofrênico, João também é hipertenso.
Dessa forma ele não terá o acompanhamento adequado no CAPS para o quadro de

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hipertensão arterial sistêmica (HAS). O acompanhamento de João para a questão da
hipertensão se dá em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). E como isso deve ser feito?
O CAPS articula com a UBS para proporcionar esse atendimento, formando assim, uma
rede de atendimento onde ambas se inserem.
Quem institui a Rede de Atenção Psicossocial é a portaria nº 3.088, de 23 de
dezembro de 2011, cujo foco está centrado no atendimento a pessoas com sofrimento ou
transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras
drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Essa portaria não revoga a portaria 336/2002, porém ela modifica algumas
definições em relação aos CAPS, passando a valerem simultaneamente. As modificações
dizem respeito ao número populacional, principalmente. As modificações são:
 CAPS I: população acima de vinte mil habitantes;
 CAPS II: população acima de setenta mil habitantes;
 CAPS III: população acima de duzentos mil habitantes (no caso desse CAPS não
houve diferenciação);
 CAPS ad: população acima de setenta mil habitantes;
 CAPS ad III: população acima de duzentos mil habitantes; e
 CAPS i: população acima de cento e cinquenta mil habitantes.

A Rede de Atenção Psicossocial tem 3 objetivos gerais:


 Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral;
 Promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de
atenção; e
 Garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no
território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento
contínuo e da atenção às urgências.

São 9 objetivos específicos da Rede de Atenção Psicossocial:


 Promover cuidados em saúde especialmente para grupos mais vulneráveis
(criança, adolescente, jovens, pessoas em situação de rua e populações
indígenas);
 Prevenir o consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas;
 Reduzir danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras drogas;

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 Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade,
por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária;
 Promover mecanismos de formação permanente aos profissionais de saúde;
 Desenvolver ações intersetoriais de prevenção e redução de danos em parceria
com organizações governamentais e da sociedade civil;
 Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e
cuidado e os serviços disponíveis na rede;
 Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Atenção
Psicossocial; e
 Monitorar e avaliar a qualidade dos serviços por meio de indicadores de efetividade
e resolutividade da atenção.

A Rede de Atenção Psicossocial é constituída pelos seguintes componentes:


 Atenção básica em saúde;
 Atenção psicossocial especializada;
 Atenção de urgência e emergência;
 Atenção residencial de caráter transitório;
 Atenção hospitalar;
 Estratégias de desinstitucionalização; e
 VII - reabilitação psicossocial.

Figura
1–
Exemp
lo de
aplicaç
ão da
Rede
de
Atençã
o
Psicoss
ocial

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em relação aos pacientes usuários de drogas.

EQUIPE DE CONSULTÓRIO NA RUA (Portaria nº 122, de 25 de janeiro de 2011)

Equipe constituída por profissionais que atuam de forma itinerante, ofertando ações
e cuidados de saúde para a população em situação de rua, considerando suas diferentes
necessidades de saúde, sendo responsabilidade dessa equipe, no âmbito da Rede de
Atenção Psicossocial, ofertar cuidados em saúde mental, para:
 Pessoas em situação de rua em geral;
 Pessoas com transtornos mentais;
 Usuários de crack, álcool e outras drogas, incluindo ações de redução de danos,
em parceria com equipes de outros pontos de atenção da rede de saúde, como
Unidades Básicas de Saúde, Centros de Atenção Psicossocial, Prontos-Socorros,
entre outros.

Centros de Convivência (Portaria nº 396, de 07 de julho de 2005)

Consiste e um uma unidade pública, articulada às Redes de Atenção à saúde, em


especial à Rede de Atenção Psicossocial, onde são oferecidos à população em geral
espaços de sociabilidade, produção e intervenção na cultura e na cidade. Esses Centros
são estratégicos para a inclusão social das pessoas com transtornos mentais e pessoas
que fazem uso de crack, álcool e outras drogas, por meio da construção de espaços de
convívio e sustentação das diferenças na comunidade e em variados espaços da cidade.

Unidade de Acolhimento (Portaria nº 121, de 25 de janeiro de 2012)

Oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento vinte e quatro horas, em


ambiente residencial, para pessoas com necessidade decorrentes do uso de crack, álcool
e outras drogas, de ambos os sexos, que apresentem acentuada vulnerabilidade social
e/ou familiar e demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório
cujo tempo de permanência é de até seis meses. As Unidades de Acolhimento estão
organizadas nas seguintes modalidades:
 Unidade de Acolhimento Adulto: destinadas a pessoas que fazem uso do crack,
álcool e outras drogas, maiores de dezoito anos; e

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 Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil: destinadas a adolescentes e jovens
(de doze até dezoito anos completos).

Comunidades Terapêuticas

Serviço de saúde destinado a oferecer cuidados contínuos de saúde, de caráter


residencial transitório por até nove meses para adultos com necessidades clínicas
estáveis decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.

Serviço Residencial Terapêutico (Portaria nº 3.090, de 23 de dezembro de 2011)

A desinstitucionalização e efetiva reintegração de pacientes com transtorno mental


graves na comunidade é uma tarefa a que o SUS tem se empenhado ao longo dos anos.
As residências terapêuticas constituem-se como alternativas de moradia para um grande
contingente de pessoas que estão internadas há anos em hospitais psiquiátricos por não
contarem com suporte adequado na comunidade. Além disso, essas residências podem
servir de apoio a usuários de outros serviços de saúde mental, que não contem com
suporte familiar e social suficientes para garantir espaço adequado de moradia.
O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) são casas localizadas no espaço urbano,
constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de
transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não. Os SRT deverão acolher pessoas
com internação de longa permanência (dois anos ou mais ininterruptos), egressas de
hospitais psiquiátricos e hospitais de custódia. Eles constituídos nas modalidades Tipo I e
Tipo II, definidos pelas necessidades específicas de cuidado do morador:
 Tipo I: destinadas a pessoas com transtorno mental em processo de
desinstitucionalização, devendo acolher no máximo oito moradores.
 Tipo II: destinadas às pessoas com transtorno mental e acentuado nível de
dependência, especialmente em função do seu comprometimento físico, que
necessitam de cuidados permanentes específicos, devendo acolher no máximo dez
moradores.

Cada módulo residencial deverá contar com cuidadores de referência e um


profissional técnico de enfermagem.

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Programa de Volta Para Casa - PVC (Lei 10.708, DE 31 DE JULHO DE 2003)

Esse Programa consiste na concessão do auxílio-reabilitação psicossocial para


assistência, acompanhamento e integração social, fora de unidade hospitalar, de
pacientes acometidos de transtornos mentais, internados em hospitais ou unidades
psiquiátricas.
Esse benefício consiste em pagamento mensal de auxílio pecuniário, destinado aos
pacientes egressos de internações, cujo valor é fixado em R$ 240,00, podendo ser
reajustado pelo Poder Executivo de acordo com a disponibilidade orçamentária. O
benefício terá a duração de um ano, podendo ser renovado quando necessário aos
propósitos da reintegração social do paciente.
Para obter o benefício, são necessários 4 requisitos cumulativos:
 O paciente deve ser egresso de internação psiquiátrica cuja duração tenha sido,
comprovadamente, por um período igual ou superior a dois anos;
 A situação clínica e social do paciente não justifica a permanência em ambiente
hospitalar, indicando tecnicamente a possibilidade de inclusão em programa de
reintegração social e a necessidade de auxílio financeiro;
 Exista consentimento do paciente, ou de seu representante legal, em se submeter
às regras do programa;
 Garantia ao beneficiado a atenção continuada em saúde mental, na rede de saúde
local ou regional.

VAMOS EXERCITAR...
Marque a alternativa incorreta:
1. ( ) A RAPS define a articulação necessária entre CAPS e demais serviços de
assistência nas suas formas mais variadas, sempre visando às necessidades pontuais
de cada paciente atendido nessa rede.
2. ( ) A RAPS é constituída pela Atenção básica em saúde; Atenção psicossocial
especializada; Atenção de urgência e emergência; Atenção residencial de caráter
transitório; Atenção hospitalar; Estratégias de desinstitucionalização; e
Reabilitação psicossocial.
3. ( ) As Unidades de Acolhimento são abrigos destinados a usuários de drogas
moradores de rua, não oferecendo nenhum cuidado de saúde.
4. ( ) O SRT apresenta dois tipos. Tipo I: destinadas a pessoas com transtorno
mental em processo de desinstitucionalização, devendo acolher no máximo oito
moradores. Tipo II: destinadas às pessoas com transtorno mental e acentuado nível de
dependência, especialmente em função do seu comprometimento físico, que
necessitam de cuidados permanentes específicos, devendo acolher no máximo dez
moradores.

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5. ( ) O Programa de Volta para Casa consiste na concessão do auxílio-reabilitação
psicossocial para assistência, acompanhamento e integração social, fora de unidade
hospitalar, de pacientes acometidos de transtornos mentais, internados em hospitais
ou unidades psiquiátricas.

Resposta:

Filmes indicados
 O bicho de sete cabeças
 Nise – O Coração da loucura
 A casa dos motos vivos

RESUMO

E aí, caro estudante, gostou dos estudos desse Capítulo? Então vamos resumir os
principais tópicos abordados? Vamos lá!
Nesse capítulo vimos que as leis no campo da saúde mental são fundamentais
para garantir o tratamento digno às pessoas com transtornos mentais. Vimos que as
Políticas Públicas de Saúde Mental se fundamentam em uma série de leis e portarias
cruciais para seu direcionamento.
Falamos sobre a Lei Paulo Delgado e como ela direciona o atendimento às
pessoas com transtorno mental, exigindo dignidade para elas. Vimos que há três
possibilidades de internação: voluntária, involuntária e compulsória. Apontamos
também que essa internação deve ser usada como ultimo recurso, sendo considerada
apenas quanto todos os recursos extra-hospitalares se mostrarem ineficazes.
Vimos também a respeito da criação e implantação dos Centros de Atendimento
Psicossoais (CAPS), que oferecem atendimento de acordo com o perfil populacional.
Sua criação depende do perfil demográfico e do tipo de atendimento que os pacientes
necessitam. Vimos que esses CAPS podem ser classificados em I, II ou três, de acordo
com o tamanho da população e também podem ser classificados em CAPS ad ou CAPS i,
aqueles para dependentes químicos e este para atendimento infanto-juvenil.
Discutimos também sobre a Política de Atenção aos usuários de álcool e outras
drogas, que é centrada totalmente na busca por uma assistência na atenção
comunitária, apresentando destaque no processo de reabilitação e reinserção social
dos seus usuários. Os cuidados prestados aos usuários de drogas devem ser
estruturados em aspectos extra-hospitalares de atenção psicossocial especializada, de
acordo os princípios da Reforma Psiquiátrica.
Além disso, falamos sobre os modelos substitutivos para atendimento mais
humanizado. Entre eles temos os CAPS, que abordamos há pouco; a Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS), que visa oferecer um atendimento integral aos que possuem algum
transtorno psiquiátrico, pensando também outras patologias que o paciente possa ter;
os consultórios de rua, que oferecem ações e cuidados de saúde para a população em
situação de rua; os Centros de Convivência, onde são oferecidos à população em geral
espaços de sociabilidade, produção e intervenção na cultura e na cidade; as Unidades

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de Acolhimento, que oferecem cuidados contínuos de saúde, com funcionamento vinte
e quatro horas, em ambiente residencial, para pessoas com necessidade decorrentes do
uso de crack, álcool e outras drogas; Comunidades Terapêuticas, que são destinadas a
oferecer cuidados contínuos de saúde, de caráter residencial para adultos com
necessidades clínicas estáveis decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas;
Serviço Residencial Terapêutico (SRT), que são casas localizadas no espaço urbano,
constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de
transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não; e o Programa de Volta para
Casa, que Esse Programa consiste na concessão do auxílio-reabilitação psicossocial
para assistência, acompanhamento e integração social, fora de unidade hospitalar, de
pacientes acometidos de transtornos mentais, internados em hospitais ou unidades
psiquiátricas.
Bom, então é isso! Espero que tenha aproveitado bastante esse capítulo! Foi um
prazer compartilhar o conhecimento com você, dedicado estudante!

Veja se você se sente apto a:


 Compreender os objetivos da legislação em saúde mental
 Identificar os direitos do portador de sofrimentos psíquico
 Conhecer o funcionamento da Rede de atenção psicossocial

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