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Curso Técnico Nível Médio Subsequente

Segurança do Trabalho
Direito Aplicado à Segurança e Saúde no Trabalho

Prof. Jonas Eduardo Gonzalez Lemos

Aula 01
Direitos Constitucionais Relacionados à Segurança
e Saúde dos Trabalhadores Urbanos e Rurais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte.

Natal-RN
2010
Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação a Distância

Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação,


Ciência e Tecnologia e o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil.

Equipe de Elaboração Projeto Gráfico


IF-RN Eduardo Meneses e Fábio Brumana

Coordenação Institucional Diagramação


COTED Victor Almeida Schinaider

Ficha catalográfica
Apresentação e-Tec Brasil

Amigo(a) estudante!

O Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas e Programas


para expansãoda Educação Básica e do Ensino Superior no País. Um dos
caminhos encontradospara que essa expansão se efetive com maior rapidez
e eficiência é a modalidade adistância. No mundo inteiro são milhões os
estudantes que frequentam cursos a distância. Aqui no Brasil, são mais de
300 mil os matriculados em cursos regulares de Ensino Médio e Superior a
distância, oferecidos por instituições públicas e privadas de ensino.

Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil


(UAB), hoje, consolidado como o maior programa nacional de formação de
professores, em nível superior.

Para expansão e melhoria da educação profissional e fortalecimento


do Ensino Médio, o MEC está implementando o Programa Escola Técnica
Aberta do Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das perife-
rias dos grandes centros urbanose dos municípios do interior do País oportu-
nidades para maior escolaridade, melhorescondições de inserção no mundo
do trabalho e, dessa forma, com elevado potencialpara o desenvolvimento
produtivo regional.

O e-Tec é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação


Profissionale Tecnológica (SETEC), a Secretaria de Educação a Distância (SED)
do Ministério daEducação, as universidades e escolas técnicas estaduais e
federais.

O Programa apóia a oferta de cursos técnicos de nível médio por


parte das escolaspúblicas de educação profissional federais, estaduais, mu-
nicipais e, por outro lado,a adequação da infra-estrutura de escolas públicas
estaduais e municipais.

Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de


adequaçãode escolas e 74 instituições de ensino técnico, as quais propuse-
ram 147 cursos técnicosde nível médio, abrangendo 14 áreas profissionais.
O resultado desse Edital contemplou193 escolas em 20 unidades
federativas. A perspectiva do Programa é que sejam ofertadas10.000 va-
gas, em 250 polos, até 2010.

Assim, a modalidade de Educação a Distância oferece nova interface


para amais expressiva expansão da rede federal de educação tecnológica dos
últimos anos: aconstrução dos novos centros federais (CEFETs), a organiza-
ção dos Institutos Federaisde Educação Tecnológica (IFETs) e de seus campi.

O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construção coletiva


e participaçãoativa nas ações de democratização e expansão da educação
profissional no País,valendo-se dos pilares da educação a distância, susten-
tados pela formação continuadade professores e pela utilização dos recursos
tecnológicos disponíveis.

A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na


sua formaçãoprofissional e na sua caminhada no curso a distância em que
está matriculado(a).

Brasília, Ministério da Educação – setembro de 2008.


Você verá por aqui...

N
esta aula, você terá a oportunidade de estudar de forma
concatenada, o conjunto de ordenamentos aplicados à Se-
gurança e Saúde do Trabalho.
Nesse sentido, esta aula 1 abordará os Direitos Individuais e Cole-
tivos, com ênfase à Segurança e Saúde do Trabalho.

Objetivos
• Conhecer o artigo 5º da Constituição Federal, que trata dos Di-
reitos Individuais e Coletivos, de forma sequenciada, de forma
que, ao final, possa compreender e assimilar todos os incisos do
referido artigo.

Para Começo de Conversa...


No Preâmbulo da Constituição Federativa do Brasil, foi instituido o Es-
tado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e indi-
viduais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade
e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna
e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.

Nesse sentido, o conceito de Constituição, de acordo com o estabele-


cido no preâmbulo é o seguinte:

É a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas re-


ferentes à estruturação do Estado, à formação dos Poderes Públicos, forma de
Governo, direitos e garantias dos cidadãos.

e-Tec Brasil 6 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


Creative Commons - Edwin Dalorzo
Logo, pela definição acima referida, podemos Constatar que dentre
as normas contidas na Constituição do Brasil, está os Direitos e Garantias dos
Cidadãos, onde encontraremos, literalmente, os Direitos Constitucionais rela-
cionados com a Segurança e a Saúde dos Trabalhadores.

Por outro lado, os Direitos e Garantias dos Cidadãos são destinados a


estabelecer direitos, garantias e deveres aos cidadãos e, por isso mesmo, sis-
tematizam as noções básicas e centrais que regulam a vida social, política e
jurídica de todo o cidadão brasileiro. Esses Direitos são subdivididos na Cons-
tituição em 5 categorias, como você pode ver a seguir:

1) Direitos Individuais e Coletivos: são os direitos ligados ao conceito


de pessoa humana e à sua personalidade, tais como à vida, à igual-
dade, à dignidade, à segurança, à honra, à liberdade e à propriedade.
São enumerados no art. 5o;

2) Direitos Sociais: Esses direitos são referentes à educação, saúde,


trabalho, previdência social, lazer, segurança, proteção à maternida-
de e à infância e assistência aos desamparados. São enumerados do
art. 6o ao 11o;

3) Nacionalidade: nacionalidade, significa, o vínculo jurídico político


que liga um indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo
com que este indivíduo se torne um componente do povo, capaci-
tando-o a exigir sua proteção e em contra partida, o Estado sujeita-o
a cumprir deveres impostos a todos. São enumerados no art. 12o e
13o ;

4) Direitos Políticos: permitem ao indivíduo, através de direitos pú-


blicos subjetivos, exercer sua cidadania, participando de forma ativa
dos negócios políticos do Estado. São enumerados do art. 14o e 16o;

5) Partidos Políticos: garante a autonomia e a liberdade plena dos


partidos políticos como instrumentos necessários e importantes na
preservação do Estado democrático de Direito. São enumerados no
art. 17o.

Importa, ainda, ressaltar que os Direitos Fundamentais, isto é, os Direi-


tos declarados no Texto da Constituição possuem as seguintes características:

7 e-Tec Brasil
1. Imprescretibilidade: eles não desaparecem com o tempo;

2. Inalienabilidade: não há possibilidade de transferência dos direi-


tos fundamentais a outrem;

3. Irrenunciabilidade: não podem ser objetos de renúncia;

4. Inviolabilidade: impossibilidade de sua não observância por dis-


posições infraconstitucionais ou por atos das autoridades públicas;

5. Universalidade: devem abranger todos os indivíduos, indepeden-


te de qualquer coisa;

6. Efetividade: a atuação do Poder Público deve ter por escopo ga-


rantir a efetivação dos direitos fundamentais;

7. Interdependência: as várias previsões constitucionais, apesar de


autônomas, possuem diversas intersecções para atingirem suas fi-
nalidades.

Além do mais, os Direitos Fundamentais são classificados em gerações


(ou dimensões), levando-se em conta o momento de seu surgimento e reco-
nhecimento pelos ordenamentos constitucionais. São 4 as gerações que você
conhecerá a seguir

1. Direitos de 1ª geração: compreendem as liberdades negativas


clássicas, que realçam o princípio da liberdade. São os direitos civis e
políticos. Ex.: direito à vida, à liberdade, à liberdade de expressão etc.

2. Direitos de 2ª geração: são as liberdades positivas, reais ou con-


cretas, e acentuam o princípio da igualdade entre os homens (igual-
dade material). São os direitos econômicos, sociais e culturais. Ex.:
direito à saúde, à educação, trabalho, assistência social, etc.

3. Direitos de 3ª geração: consagram os princípios da solidariedade e


da fraternidade. São atribuídos genericamente a todas as formações
sociais, protegendo interesses de titularidade coletiva ou difusa. Ex.:
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, à defesa do
consumidor, à paz, etc.

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4. Direitos de 4ª geração: surgiu dentro da última década, por causa
do avançado grau de desenvolvimento tecnológico: são os Direitos
da Responsabilidade, tais como a promoção e manutenção da paz,
à democracia, à informação, à autodeterminação dos povos, promo-
ção da ética da vida defendida pela bioética, direitos difusos, ao di-
reito ao pluralismo, etc.

Ponto de Reflexão e Debate

Os Direitos Fundamentais são definidos como conjunto de direi-


tos e garantias do ser humano, cuja finalidade principal é o respeito
a sua dignidade, com proteção ao poder estatal e a garantia das con-
dições mínimas de vida e desenvolvimento, ou seja, visa garantir ao
ser humano, o respeito à vida, à liberdade, à igualdade e a dignidade,
para o pleno desenvolvimento de sua personalidade.

Conhecendo um pouco sobre Direitos


Individuais e Coletivos
Direitos individuais são aqueles referentes ao indivíduo isolado. É ter-
minologia usada na Constituição para exprimir o conjunto dos direitos funda-
mentais concernentes à vida, à igualdade, à liberdade, à segurança e à proprie-
dade.

Assim, de forma ardenada e concatenada, seguindo a ordem estabe-


lecida nos incisos do art. 5o, da Constituição Federal, os Direitos Individuais e
Coletivos, que dizem respeito à Segurança e a Saúde do Trabalho, direta e/ou
indiretamente, são os seguintes:

1. Princípio da Igualdade: O caput do Art. 5.º Todos são iguais


perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição - consagra o Princípio da
Igualdade, também conhecido como Princípio da Isonomia. Trata-se
de igualdade entre todas as pessoas. Ao que parece desejou o cons-
tituinte de 1988 que a igualdade entre os seres humanos pudesse
ser, além de formal, também material, isto é, que pudesse deixar de
apenas estar registrada nos textos das leis para efetivamente se fazer

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verificar no mundo real.

Assim, podemos dizer que liberdade humana garantida na Cons-


tituição deve ser compreendida como ampla. Essa liberdade divide-
se em:

a) Liberdade de locomoção e de circulação;


b) Liberdade de consciência (art. 5º, VI);
c) Liberdade de expressão (art. 5º, IV);
d) Liberdade de associação (art. 5º, XVII);
e) Liberdade de exercício de profissão.

2. Princípio da Legalidade - Ninguém será obrigado a fazer ou


deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Trocando em
miúdos, significa que, para os cidadãos em geral, é permitido tudo
aquilo que não for proibido. Já para a Administração Pública, o Prin-
cípio da Legalidade possui significado diverso, configurando a cha-
mada “legalidade estrita”, no sentido de que os órgãos e agentes pú-
blicos só podem fazer aquilo que está previsto na lei.

3. Tortura - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento


desumano ou degradante. Devemos entender por tortura a prática
de medidas de cunho físico, moral ou psicológico ofensivas à integri-
dade humana.

4. Liberdade de Manifestação do Pensamento - É livre a ma-


nifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. A liberdade
de expressão é amplamente considerada em vários pontos do artigo
5º da Constituição Federal, iniciando pela expressão do pensamen-
to, ou seja, pela sua exteriorização.

5. Direito de Resposta e Indenização - É assegurado o direito


de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem. Esse hipótese possibilita a defesa do
ofendido contra qualquer imputação que lhe tenha sido feita de
modo ofensivo ou prejudicial, não isentando, porém, o responsável
pelas conseqüências de seu ato, ou seja, além do direito de resposta,
o ofendido possui também o direito de pleitear indenização pecuni-
ária, vindo o ofensor a responder judicialmente pelos seus excessos.

e-Tec Brasil 10 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


6. Liberdade de Consciência e de Crença - É inviolável a liberda-
de de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias. Importante ressaltar que, para o exercício
efetivo do Direito supracitado é necessário, por parte dos cidadãos, a
observância da ordem e dos bons costumes, que servem para balizar
amplamente o respeito aos direitos humanos fundamentais. Outros-
sim, a Constituição assegura, ainda, a proteção aos locais de culto e
suas liturgias, enquanto espaços para a exteriorização da crença.

7. Prestação de Assistência Religiosa – É assegurada, nos ter-


mos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva.

Nesse ponto a Constituição possibilita aos particulares prestarem


assistência religiosa, aos que precisem, uma vez que o Estado não
pode se envolver em questões religiosas por ser laico, isto é, por vi-
ger entre nós o Princípio da Separação entre o Estado.

8. Escusa de Consciência - Ninguém será privado de direitos por


motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, sal-
vo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Esse Direito
ofereçe a possibilidade do não-cumprimento de uma obrigação sob
a alegação de uma crença religiosa ou de uma convicção filosófica
ou política, sem com isso perder direitos, desde que se cumpra, no
lugar daquela obrigação rejeitada, uma prestação alternativa.

9. Liberdade da Expressão - É livre a expressão da atividade inte-


lectual, artística, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença. Este Direito não é absoluto e, por isso mesmo,
sofre algumas limitações dentro da própria Constituição. Ou seja, o
exercício deste Direito deve ser feito com ponderação e respeito ao
Direito do Outro.

10. Proteção da Imagem e Intimidade - São invioláveis a intimi-


dade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação. Nesse ponto, fica claro que não podem ser violados a inti-
midade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, razão pela

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qual, são passíveis de indenização qualquer ofensa aos itens acima
relacionados.

11. Sigilo das Comunicações - É inviolável o sigilo da correspon-


dência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica-
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hi-
póteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal. Nesse ponto, a Constituição
criminaliza qualquer violação a correspondências ou qualquer for-
ma de comunicação, excluindo, contudo, aquilo que for feito através
de determinação judicial.

12. Liberdade de Profissão - É livre o exercício de qualquer traba-


lho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que
a lei estabelecer. Nesse ponto é assegurado o exercício de qualquer
atividade profissional, desde que não criminosa. Deve-se atentar,
apenas, à limitação do atendimento das qualificações exigidas por
lei para cada profissão.

13. Acesso à Informação - É assegurado a todos o acesso à infor-


mação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer-
cício profissional. Aqui é assegurado a qualquer pessoa, tanto física
quanto jurídica, através de petição, defender seus direitos particu-
lares e/ou públicos, abrangendo, ainda, o direito de representação,
que é o meio hábil para se fazer as denúncias dos abusos de autori-
dades.

14. Liberdade de Locomoção - É livre a locomoção no territó-


rio nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. Esse
Direito pode ser entendido como o direito de acesso e ingresso no
território nacional; o direito de saída do território nacional; o direito
de permanência no território nacional; o direito de deslocamento
dentro do território nacional.

15. Liberdade de Reunião e de Associação – A Constituição traz


as seguintes abordagens sobre o tema:

- Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais


abertos ao público, independentemente de autorização, desde

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que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente;
- É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar;
- A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência es-
tatal em seu funcionamento;
- As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas
ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
- Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permane-
cer associado;
- As entidades associativas, quando expressamente autoriza-
das, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;

Atenção:

Nesse ponto, é importante diferenciar Reunião de Associação: a


primeira caracteriza-se pela pluralidade de participantes, tendo um
propósito determinado, sendo que ao término, desaparece o laço
existente entre os participantes. Já a segunda, é caracterizada por
ser uma reunião estável e permanente de pessoas que visam a um
fim comum.

16. A Lei – Nesse ponto, a Constituição traz os seguintes dispositi-


vos sobre o tema:

- A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão


ou ameaça a direito;

- A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico


perfeito e a coisa julgada.

Nesse ponto, convém tecer os seguintes comentários sobre Direi-


to Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada, a saber:

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- Direito adquirido, é aquele que se perfecionou sob a égi-
de de uma dada lei, e que não foi exercido antes da vigên-
cia de nova lei advinda para regular a mesma matéria em
sentido diverso, o qual, em última análise, mesmo advindo
essa nova lei, poderá ser exercido.

- Ato jurídico perfeito, é aquele consumado de acordo


com a lei vigente na época.

- Coisa julgada, significa a impossibilidade de alteração de


decisão judicial, em razão de, findos todos os prazos para
tal, não mais caber qualquer espécie de recurso contra a
mesma.

17. Tribunal de Exceção - Não haverá juízo ou tribunal de exceção.


É proibido pela Constituição os chamados tribunais de exceção, que
são aqueles criados para julgar determinados crimes ou pessoas, em
casos concretos.

18. Princípio da Legalidade e Anterioridade - Não há crime sem


lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Na
prática isso significa que para que um fato seja considerado crime,
faz-se necessária uma lei que o considere como tal e essa lei que
prevê o crime há que ser anterior ao fato.

19. Discriminações - A lei punirá qualquer discriminação atentató-


ria dos direitos e liberdades fundamentais.

20. Crimes – Importante ressaltar que a Constituição eleva dois cri-


mes à categoria de imprescritíveis e inafiançáveis: o racismo e a ação
de grupos armados civis ou militares, contra a ordem constitucional
e o Estado Democrático.

21. Personalização da Pena - Nenhuma pena passará da pessoa


do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patri-
mônio transferido. A Constituição, aqui, garante que nenhuma pena
passa da pessoa do condenado, mas pode ter efeito econômico ex-
tensivo.

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22. Individualização da Pena – A Constituição garante a individu-
alização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;


b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.
Lesões não Incapacitantes
As penas acima referidas podem ser aplicadas, desde que o traba-
lhador cometa algum crime, observando o seguinte:

- A pena privativa da liberdade é a reclusão, aplicada para


condenado a pena superior a oito anos, cujo cumprimen-
Acidentes com Danos à Propriedade
to inicia em regime fechado, podendo depois progredir
para o regime semi-aberto ou aberto.
- A pena restritiva da liberdade é a detenção, cumprida em
regime semi-aberto ou aberto.
- A pena de multa, é aplicada ao condenado e seu recolhi-
mento é feito
Acidentes semao fundoou
Lesões penitenciário.
Danos Visíveis (Quase-Acidente)
- A pena de prestação social alternativa, corresponde subs-
tancialmente às penas restritivas de direitos, autônomas e
substitutivas das penas privativas de liberdade, podendo
englobar, por exemplo, a prestação de serviços à comuni-
dade.
- A suspensão temporária de direitos pode ser a suspen-
são da habilitação para dirigir veículos, assim como a in-
terdição temporária de direitos pode ser a proibição de
freqüentar determinados lugares.

23. Proibição de Penas – A Constituição proibe os seguintes tipos


de penas:

- De morte, salvo em caso de guerra declarada;


- De caráter perpétuo;
- De trabalhos forçados;
- De banimento;
- Cruéis.

15 e-Tec Brasil
24. Julgamento pela Autoridade Competente e Devido Pro-
cesso Legal

Nesse ponto a Constituição assegura ao infrator o julgamento do


crime por autoridade competente e devido processo legal, nos se-
guintes termos:

- Ninguém será processado nem sentenciado senão pela


autoridade competente;

- Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem


o devido processo legal.

25. Contraditório e a Ampla Defesa – É assegurado o Contra-


ditório e a Ampla Defesa, tanto nos procedimentos administrativos
quanto judiciais.

26. Presunção de Inocência - Ninguém será considerado culpado


até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. A Consti-
tuição assegura, nesse ponto, que toda e qualquer pessoa só pode-
rá ser considerada culpada após decisão judicial da qual não caiba
mais nenhum recurso.

27. Legalidade da Prisão - Ninguém será preso senão em flagran-


te delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judi-
ciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei. Assim, um trabalhador que
cometer um crime, somente será preso por ordem judicial ou se,
logo após o crime, for detido pela autoridade policial.

28. Comunicabilidade da Prisão - A prisão de qualquer pessoa e


o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. Nesse
ponto a Constituição assegura ao preso a possibilidade de comuni-
car a família ou alguém indicado por este da prisão, assim como, a
imediata comunicação ao juiz competente.

29. Informação ao Preso - O preso será informado de seus direi-


tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado.

e-Tec Brasil 16 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


30. Relaxamento da Prisão Ilegal - A prisão ilegal será imedia-
tamente relaxada pela autoridade judiciária. Infelizmente, não são
raros os casos em que trabalhadores são injustamente presos e, ali
permanencem, por vários meses, sem que haja um pronunciamento
judicial do caso.

31. Assistência Judiciária - O Estado prestará assistência jurídica


integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
Essa assistência pode acontecer, por exemplo, através das Defenso-
rias Públicas.

32. Indenização por Erro Judiciário - O Estado indenizará o con-


denado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença.

33. Gratuidade de Serviços Públicos - São gratuitos para os reco-


nhecidamente pobres, na forma da lei:

- O registro civil de nasci-


mento;
- A certidão de óbito.

Atividade 1
Considerando os incisos do art. 5o acima relacionados, responda o que
segue:

1) Pode um trabalhador ser demitido, por sua opção religiosa? Comente.

2) Pode uma correspondência ser endereçada ao trabalhador, ser aberta pela


Empresa? Comente.

Conhecendo os Direitos Sociais


Conforme o art. 6o da Constituição Federal, os Direitos Sociais abran-
gem o direito a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o la-
zer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados.

Nesse sentido, nos termos do art. 7o da Constituição Federal são direi-

17 e-Tec Brasil
tos dos trabalhadores urbanos e rurais, os seguintes:

1) relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem


justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indeni-
zação compensatória, dentre outros direitos. Nesse ponto, a Consti-
tuição estabelece uma proteção ao trabalhador contra a despedida
arbitrária do empregado, garantindo indenização, nos termos da le-
gislação trabalhista em vigor.

2) seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário. Aqui a


Constituição assegura um benefício integrante da seguridade social,
em virtude da dispensa sem justa causa, concedido em no máximo
cinco parcelas, de forma contínua ou alternada, a cada período aqui-
sitivo de dezesseis meses.

3) fundo de garantia do tempo de serviço – FGTS.

4) salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de


atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim. Convém observar que nos termos da Constituição, o
Salário Mínimo deve cobrir todas as necessidade acima referidas.

5) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou


acordo coletivo. Não pode haver redução salarial do trbalhador, a
não ser que tenha sido fruto de uma convenção ou um acordo co-
letivo.

6) décimo-terceiro salário com base na remuneração integral ou no


valor da aposentadoria. É garantido a todos os trabalhadores urba-
nos e rurais, inclusive os aposentados. O pagamento será feito em
duas parcelas, a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de
dezembro.

7) proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten-


ção dolosa. O salário é, em regra, impenhorável, razão pela qual, não
pode ser retido, a não ser por determinação judicial, nos casos, por
exemplo, de pensão alimentícia.

e-Tec Brasil 18 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


8) duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários
e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho.

9) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.

10) gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a


mais do que o salário normal.

11) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a


duração de cento e vinte dias. Alguns Estados e Municípios e a pró-
pria União, regulamentaram Lei Federal e estenderam o benefício
para 180 dias.

12) licença-paternidade, nos termos fixados em lei. A referida licença


é de 05 dias.

13) aviso prévio.

14) redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de


saúde, higiene e segurança. Este dispositivo manteve a Constitucio-
nalidade da Portaria 3214/78, que instituiu as Normas Regulamenta-
doras de Segurança e Saúde do Trabalho.

15) adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres


ou perigosas, na forma da lei. Para o trabalhador celetista é garanti-
do um adicional de Insalubridade de 10, 20 e 40% incidente sobre o
salário mínimo e, um adicional de periculosidade de 30%, incidden-
te sobre o salário básico.

16) aposentadoria. É garantido ao trabalhador Aposentadoria por


Tempo de Contribuição, por Idade e por Invalidez, nos termos da Le-
gislação Previdenciária, em vigor.

17) seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,


sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer
em dolo ou culpa. Nesse ponto a Constituição assegura ao traba-
lhador uma indenização, em caso de acidente de trabalho, quando
incorrer em dolo ou culpa, ou seja, quando o acidente for motivado

19 e-Tec Brasil
por dolo ou culpa do empregador.

18) proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de


critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

19) proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores


de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, sal-
vo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

Atividade 2:
Levando em consideração os Direitos Sociais, conteste as perguntas
abaixo:

1)Quais são os Direitos do trabalhador, quando este é demitido sem justa cau-
sa?.

2)Em caso de Acidente de Trabalho, além do benefícios previdenciários a que


tem direito, pode o trabalhador cobrar indenização da Empresa?. Comente.

Leituras Complementares
Acesse o site do Ministério do Trabalho( www.mte.gov.br) e leia a Nor-
mativa de Segurança do Trabalho.

e-Tec Brasil 20 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


Referências
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. São Paulo: Malheiros,
2002.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal,
1988.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 15. ed. São
Paulo: Malheiros, 2008.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2008.

Home-Pages Consultadas
http://www.inss.gov.br
http://www.planalto.gov.br
http://www.tst.gov.br

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