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O PACTO IMPE anus 2 O ARRANJO INSTITUCIONAL (© amvistRo bos NEGOGIOS DO INPERIO, Anténio Paulino Limpo de Abreu, assim apresentou o Ato Adicional & Regéncia, ogo depois de aprovada sua versio final no parlamento, em 1834 s objetos provincial acham-se cautelosamente desrits ¢ extiemados para ve evtarem, destarte, os confhtos © a8 lites Interminéveis, que tio fateis podem ser aot intresses dos povos, comprometendo a sua paz e seguranca; « unidade ¢ energia de agdo, sem as quais 0 corpo secialenlanguecee det ‘th, sfo conservados no govero gural para poder preencher ‘com vantagens do Estado as varadase difees obrigngoes a seu ‘cargo; 0 principio federal, amplamente desenvolvido, recebe apenas na sua aplicagdo aque modifcagtes questo filhas do cestudo © da experiéneis das nagées mais euas.[.] Releva, pois, senhor, que VM. Imperial se digne de mandar prom lgat esta lei de reforma, penhor da unio das provincia, objeto dos ‘ots e esperangas da nego a que preside, pata que asa exee cugdo fag sentir quanto antes todos 9; melheramentos, ea par deles a prosperidade geral que promete assegura.' A autonomia provincial ea unidade do tertério da Amica lui tana, sob a ditegio do governo do Rio de Janeiro, epareci © rere mucin BD eis elementos de um mesmo projeto politica que cpio federal ‘penhor da unio das provincias” (Or objetos de competéncia dos governoe provinciais estavam “cautelo- samente descritos ¢ extremados para se evitarem os conflitos eas lutas intermindvele”. 0 novo desenho institucional implementado a pati de 1831 exiava governos provincials aur mos e delinesva as ibaigvea |) que caberiam, respectivamente As provinclase a centro, contempl |) do o anseio de autonomia de nodo a no comprometer a unidade nacional, Dividia-se por uma reforma consttucional, as competéncias | setuaiaenseaalos wee reece "Cece pat Tnade de toda «Arie lstane, aa] do Estado brasileiro. Nesse sentido, a andlise aqui apresentada difer ‘addres como seni a oposiao entre descentaizagdoe centalizag20 | sendo a segunda adlea alterstva que vablli Tat de Mattos, or exemplo,conskera que para os iberis a pror- dade era“conduzit a poltica de modo a assegurar o predominio de cada ‘gape em seu bite provincial, que devera expessar-se numa di Urbulgdo tendencialmente mals equilbrada do apareho de Estado pelo tetro imperial? ou ja, mirgime descontalida mas de Ail érecugto, segundo 0 autor porque entre ox Uberais « unidade de acfo em tomo de uma polica gerl para o Impéro era prejuicada pelasfissuras que os dvidiam, de acordo com as provinciss, quanto aoe Fundamentos desta poltca e quanto ao modo de agi, “mas também & sobretudo como decorténela da preva V6 os conservadores defen slam, a seu ver. um regime centralizado, que deveria, nas palawas de tum de seus prineipas lideres, Paulino José Soares de Souza “armar © poder com os mei indispensiveis para emancipar-se das tutelas das facebes"* © que signifieava, segundo Mattos, “uma distribuigio des ual do aparelho de Estado pelo espaco teritoral do Império'* através de um regime centralizado, cuja defesa conferia coesto aos conserva dores “em torno de um determinsda projeto politico para o Império, fo obstante os interestes regions fiatos © particulares dos grupos locais* ‘sempre presentes'” 82 Mien Dali {listribuigdo equilibrada do aparelho de Estado pelo territérlo impe- Hal era um projeto nacional capaz de articul vineiais, uma ver que estas n | 12s. E esse projeto na | conservadores, pois o que os dividia eram divergéneias pontuais em| ‘lo basta analisar 0 discurso dos principais protagonistas envolvidos,| mas é igualmente necessério analisar o que, para além das palavtas, foi realizado por esses protagonistas, ot se} pelos liberais na década de 1830 e pelos conservadores na déeada de| 1840. O efetivo funcionamento do aparato institucional a partir dessa| legislacao seré examinado nos dois préximos capitulos. 460s do patlamento antes mesmo da abdicagto de d. Pedro. Em um| primeiro momento, as limitagoes impostas pela Constituigao de 1824] ppermitiam apenas estabelecer a organizago do poder local, a fim de| ‘arantir alguma autonomia e, 20 mesmo tempo, enquadrar os muni ‘efpios na dinamiea do novo Estado, Tais medidas serviram para pre-| Parar 0 terreno para as reformas que viriam a seguir. [A omganincio| ‘municipal foi objeto de deliberagao no parlamento desde que este se rouniuam-1826. Se os estreitos limites impostos pela Carta outorga- dda impediam a plena implements Vergueito apresentou um projeto ge {tragio municipal, ncluindo as Camaras. Entretanto, como no Senado| jf estava em andamento um projeto sobre estas, que resultaria na lel (O que se procurard damonstraragul/@ quela propecia dalam] as diversas elites pro se confundiam com as forgas locals ‘era apenas dos liberais mas também dos no das dificuldades para sua implementagio, Para demonstré-l, a legislagao aprovada| ‘O detenho institucional pastout a ser objeto do debate e de dect 30 do projeto liberal, ‘A discussie sobre a magistratura cletiva iniciou-se quando| para regulamentar a adminis © rere tmreatat 8 ‘do 1828, 08 deputados se restringirars 20 exame da parte specifica mente referente ao juizado de_ paz. [BSS@) euigd extiva,Previsio Ba ‘Constituigao, Faltava, contud, dafirie suas atribuigdes, as quais o& Lberais queriam amplas e abrangentegO posto eta inspinado em similar existente em Portugal, onde cumprla o papel de um magistra do auténomo, gragas a0 seu cariter elativo, Na versio brasileira, ele tralizagao.* Escolhido localmente, o Juiz de paz nada devia fosse a (govemo central, fosse ao proprio imperador Podia, portanto, exercer "x6 furigses de mancira autOnoma e, devido & amplitude delas, tor nnar-se uma poderosa excegio no interior da centraigacio politico institucional que cacacterizava 0 Primeira Reinado.{leso, contudo, "nfo significa que nao tenha havido a intengso, por parte dos lagisla dores, de manter os jusres de paz sob alguim contzole do governo ceny al. Segundo a nova lei, © governo tinha o diteito de suspendé-lop, | caso contariassem as prescrigdes legis, o que na prética, porém, 96 ‘moafratia extremamente dill A lel previa que cada feeguesia teria um joir de par cleo da\ -mpo que os vereadotes. E definta cabe 1s fungbes € ages iniciais do processo criminal: realizar o auto, ‘de corpo de delito, interrogar os suspeitos do crime, prende-los ¢ rometé-los ao joiz eriminal, Além disso, totnavs 4vel por ppequenas demandas, fiscalizar a execu 42 policials das (Cimaras, resolver as contends entre mi fen de caminhos, pastos e danos contra a propriedade alheia, fazex} adores do seu distrito acer destruir quilombos, comandar a forga armada para desfazer ajunta ‘mentos que ameagassem a ordem estabelacida, ete Stas vastas att bigoes o tornavam um homem poderoso na Jocalidade, principal mente porque o juiz de paz tinka, ainda, uma influgncia decisiva na qualificacao eleitorl, 0 ser também o responsével por decidir, « cada eleigZo, quem teria dirsito de voto. A lei de 1828, referente as Cima ras Municipais, determinaria que as listas de qualificagao para a cle ‘ga0 de vereadores fosser eluboradas pelos jurzes de paz. Env 1830 ‘uma nova lel estenderia esse poder as eleigdes de deputados gerais, 4 Mion Debaf ao estabelecer que as assembles paroquiais, nas quals eram escelhi- dos os eleitores, bem como os colégios eleitoras, deveriam ser presi- didos pelos juzes de paz. O fato de ser o juiz de paz um eargo eletivo acabou por deixar 40, a designagio daquele que ocuparia 0 posto, tilzando-o pa Meese, seus Inetesses possals’Sepuncdo levantamento felt por | Thomss Fly na Bai no Rode Janeiro, no mio das vere eam os pudprios fazendeieos que ocupavarn © cargo Bo ess moto, a criagdo do cargo de jis de paz ol comurtent iterpretada como tim a Ee inios dos fazendeitos, que manipulavam o resultado de sua ele satisfazer apenas e ditetamente os grandes proprietrios rurss, favarecendo o pader Iocal. Mas os liberals foram ‘movidos também por outta ordem de preocupasies, Nis primeiras décadias do século xrchavia uma grande dificulds de em estender 1 hegemonia do Estado a todo vasto terrtéiio da ex coldni rede! ‘A solugio encontrada pelos liberais pa minima de funcionsrios a servigo do Estado, clusive nas locaida des mais distantes, fol empregar as pessoas dispontveis nas vilas ¢ jmuunicipios. Era preciso confer poder ts instinclas local, ax Gnicas fentio habiltadas para construir uma rede que alcangasse todo 0 ter~ s1010Thomas Flory, referindo-se ao/Cdiga We Process Criminal faprovado em 1832 e que smpliariajaindal ais/as/atADUISGESUOE UL es de par, aller que © Favorecimenta do poder local, atvavés da ‘magistratura eletiva, era uma forma de viabilzar 0 Estado nacional devido is dificuldades em montar e estender uma ampla rede de furs clonsrios que levassem sua autoridade a todae as diversas ¢ dlspersos lcalidades. Os juizes de paz, por sa ver, ji existiam, estovam elispo rivets, ¢ ram ubsquos. Dessa forma, optou-se por ampliat suas ati- Ibuigsies? Nao outro o sentido da defesa que Vergueiro fer, em 1827, do seu projeto sobre os jufzes de paz, em tesposta a um dept tado que © questionava: Eu quisera que © honrado membro, que tal avangou, estivesse ros serides, nos higares longinquos quase desertos, para fentZo ver o& freqientes assassnios que hi em razio de nto CO raceo tmrmaian aS hhaver uma autoridade a que se recor, sendo em muito grande Alistincia, pois sendo necesséio fazer joradas muito longas © Alispendiosas, vai cada qual fazendo justiga a #1 mesmo, Todos ‘0s que t2m conhecimento do que se passa em lugares pouco ‘povoados, ho de concordar que os assastinios sto Frequentes, [porque as partes nfo tém autoridade a que recorram. Por iso Ifo devemos desamparar aqucla gente, que esté espalhada a srandes distancias."™ {Em relacio as C {aramn posigdo inteiramente diversa, a aprovar em 1828, sem discus- ‘sto, a lel elaborada pelo Senado. Foi este um duro golpe ni ‘municipal: afinal, e comparadas com suas antes imaras Municipals, entretanto, os liberais ado Samaras de 1828 tinham atribuigdes bastante limitadas. Cabia a elas ladministrar @ cidade ou a vil, prestanda contas 20 conselho de pro brincia. Nao podiam decidir livremente quer sobre a arrecadacio de |mpostos, quer sobre sua aplicagao.[Tomsalamse portante telus Agentes administratiw9Q Ao metmo tempo em que criayam uma boderomrwatoridat , Yam significativamente os poderes das Camaras. Sets compromisso | com. autonomia municipal parecia resringrsc ao aparato judi f2BEe mesma dicoomis pemanecer em 1832, quando o prio se consubstanclar na promulgaso do Cédiga de Proceso Grinna dat gue deters artigos constitucionais a serem reformados pela préxima legislatura e que resultaria no Ato Adicional © primeiro amples ainda mais fiuhicipal — o juiz de paz —, os beras limita tribuigdes dos jutees de par, enquanto a segunda limitara drasticamente a jé reduzida competén cia das Cimaras. As causas dessa aparente contradigdo podem set encontradas no préprio projeto liberal. Sua concepgio de federalismo inclufa alguma autonomia municipal, no dmbito maior da autonomia Drovineial’{Ac mesmo tempo, contudo, 8 liberais nutriam pelas CCamaras-d profunda desconfianga, pois qualquer te dar no interior da stonomia devia noldura mais geral da unidade nacional. Pelo ppassado daquelas Cémaras como agentes das reivindicagdes localis- tas," liberais temiam que uma excessiva liberdade pudesse vir a 86_ Mion Dale wT pipe Estado Raclgnal(Por outro lado, descjavam organt jaar uma rede t20 extensa quanto envolente que, aproveitando-se dos|| Jagentes locais, lograsse articular os pontos mais distantes do Impér a0 Estado que se construfa. Divididos entre 0 anseio © 0 recelo, op am & rd de pas com amplas atibuigdesjudiciise plicas e C ‘uma organizage municipal composta por dias instincias: un Municipais com responsabilidade apenas administ projeto apresentado por Vergueito sobre a admiistrago muni- cipal em 1826 previa ainda una terceira insUinela, um prefeito of ‘ntendente para cada cidade e vila. A ser nomeado pelo presidente da provincia, caberia aquele executar e fazer executar as ordens desse presidente, comandar a forga municipal, fiscalizar os empregados pablicos, prender os criminosos e velar pelos bens e rendas provinciais nacionais. Considerando que © presidente da. provincia era | | nomeagio do imperador, fica patente que ‘simplesmente a aut sia municipal, mas sim um arranjo que com binasse ¢ concilasse autonomia com um forte vinculo com o Estado nacional Os artigos que previam a criagdo do cargo de prefeito nio {Eines anveate uldokicpersuccasoomatete cece ‘© debate poltico anos depois, como se verd mais adiante fim, os iberas também aprovariam uma lei rogulameivando| [o funcionamento dos Conselhos. Provinciais prevstos. na. Const }tuisdol Em 1828, quando o Senado enviou & CAmara um projeto com [esse objetivo, os deputados debsteram acaloradamente a convenitn. cia de aprové-lo sem examinar artigo por artigo, para que nf se pro- ongasse ainda mais 4 auséncia de um governe provincial, de que se ressentiam as provinelas. Enquanto a Camara nfo aprovasse uma lei regulamentando or conzelhos, estes nio poderiam ser instalades. [Nesse debate, alguns arguments apresentados vinculavam a neces- sidade de um governo provincial, mesmo que sem autonomia, 2 pré- pra vibilidade do Estado nacional. O deputado Manoel Cactano de ‘Almeida Albuquerque, por exemple, defendeu a aprovagio imediata do projto do Senado, afimando que 1s provincias extio privadar de um remédio indiopensével, por= «que a constituigdo,ndo set que em algumas provincias do norte possa ter andamento sem os conselhor gerals de provincia e muito menos nas provinclas remotas. Estat prouncias nfo parecer pertencer i famfiabrasletall $6 as provineiae do sul 4 que estio gozando dos beneficios da consttuigto, Nés no sabemos 0 que se passa nas provincia do norte e como sabere= mos as necessidades daquele povo? E pois de necessidade ext belecer jé'e sem demora os eonselhos provincia." No mesmo sentido manifestou-se o deputade pernambucano Holanda Cavaleainti, que, em defesa da aprovacto imediata da lei que regulamentava os Conselhos Provincials, econhecta ser a unidade do Império dependence de dotar as provincias de um bom governo: © primeiro fim a que nos devemos dedicar € a execugio da ‘constituieto e a unido das provineias do fmpério, O que ho de ‘dizer os habitantes do Pard, Maranhio, Piaut e Pernambuco ‘quando virem que se ocupa 2 assembléia com uma coisa, qual | de um correio, que no hé em cinco léguas de distincie, ‘como ontem aqui se ponderou, e que nto se ocupa com coisas ‘que dizem respeito 2s outras provincia? Dito como dizem ‘que a constituigzo & para o sul e néo para o norte. E necessé- vo desviar estas idéies, & necessério que tena o norte aquila aque tem o sul? ‘mormente aqueles da regito Norte, res- sentidos com 0 pouco ac@sso que tinham As decisdes politicas, cen- tralizadas nas mios de um governo distante. Os governos municipal € provincial, tal qual estabelecidos em 1827 e 1828, eram limitados 58 Mim Deli |] Barol Paulistano,jornal da capital da provincia que servia de porta-vo:| ela Constituigao de 1824 gue eee ¢ liberate por este motivo, ficaram bem aquém de innliciencta do alcance dea lei fl responsivel, entre outs aquesties, pelo aciramento, partic de 1829, da posi ad Peo deal sore que sua sbdicagto torou-se inevitvl, indo ainel «se oncretuar em 183) {Como questo de fund, estae jusamenteo| deseo dos bers de desanar o Estado confotme pinepis fede ists mais amplon. Para substitu xmperador a Consttugao preva gue devriam ser inicador‘re-regentes pela Assembletn Geral Gomo esta nda t0 enonrivninstaleda quando da abdieagso,o deputadon senadoces que extavam no Rio de Jani reuntara para indica ma regenca provisrn. Os ie nomesescolhios deve "Ham goverar apenas até que o peflament, devidamente nuttei| escolhesse os-regentes permanentes)Foram nomeados como regen-| tes provisos Jus Joaquim Cameiz de Campes, Francia de Lima ¢ Silene Nicolau Verguir. O primeto,balano, era igado ad. Pedr, tendo sido seu ministre «partcipado da comissbo que edi a Carta outorgaa cm 1824. Representava tanto © Nerte quanto-os poco fniculados om tomo da Gort. © fliminense Francisco de Lims e Silva era general do Exit, com importante parcpegto nos every tos finals que levaram d. Pedro a abdicar do temo. Venlo, por sa xer,eraohorem des Hberais do Centro Sul (Beputados « senadores parecem ter eptede por uma regtnci aque acomodaste ou entasse acomeldar "os varos stores de elite irmpelal. Tal componigio seria mantida dis meses depots, quando fotlata a regenca permanente: No agar de Carneiro de Cumpon, e representando 0 Nore, fel nomeado 0 matanhense Joao Bra “Manin Em nome dos ihe do Sul, sumo da Costa Carvalho Salano de nascimento era pata por adap, sendo proprctro do néncia de Lima e Si 's berais detinham 4 maioria na CAmara dos Deputados e aproveitaram-se dessa condigto para aprovar uma lei de regéncia que estabelecia a primazia do Legslativo sobre o Executiyp. Uma comis- do grupo liberal maa ( triunvirato foi eompletado com a perms © racro mmreniaL 89 io composta por Paula Sour, Costa Gavalho e mineivo Hondo Herneto Cameiro Leto righ o projet discutido na Ctmara, Anos depois, tanto Costa Carvalho como Cameire Leto se alinhariamn nas fers daqueles que ckgiam a revisio das reformos liberals, mas naquele momento, ne que se tefera aos pores da Regtncia, com partihavam a defesa da preemingncia do Legslatvo (GEntce as mudangesIntodusidasestva a limitagao ao exerci Sua Asie tornava-se-dependente do rlerento do minsi eompecent ‘Alem disso, os regentes nto poderam dissolvera Cima, dveito que 4 Consitgio oginalments reservar as tus do Poder Moderafor, mas que a lei de regeneia tornava nulo. Mais uma ver, Paula Souza foia principal vor na defesa do projet liberal, que revestia com nova roupagem o Poder Moderador: [LL foi grande fortuna para a nasio o apresentarse esta ocasiéo de fazer-se uma lel para marcar as atbuigdes da regéncia, em {que pode emendar-se este equivaco da constitigto, porque nto hhé govemo representativo em que os atos do poder moderadoe no lever referenda. [.] Todos os pubicistas que eu tenho ldo Ho de opinito que todos os atos do poder em uma monaruia representativapertencem aos ministos, ox qua so os escudos ‘com que 0 monarea se acoberts. Nio hi ordem, providencia ou lisposigao executiva nos govemos constitucionals, que ndo seja stjeta 2 referenda, até mesmo naqueles em que o chefe & res ponsivel, ¢ com muito mais rao ve deve assim pn peito do nosso que & uma monarqula representativ,!* ‘A justificativa de Paula Souza apotava-se em uma intexpretagio {da monarquia constitucional que periodicamente voltava a set ape sentada por aqueles que desejavam limitar o poder do imperadr, Esse argumento ganharia forga nas dltimas décadas do século XX, 3 medida que o regime se enfraquecia e mergulhava em sua derradeira ‘rise, a0 passo que © debate se concentrava no poder pessoal do 90 Nom Dette imperador © na polemica sobre quem, verdadeiramente, era respon: saivel pelos atos do governo: d. Pedro i ou seus ministroe.”” \ linda como parte das mesmas reformas, os liberals criariam, em 183Y, uma nova forga coereitiva, que claramente se adequava a0 novo arranjo institucional em via de implementasao, Tratava-se da sarda Nactonal, cujo projeto de criaglo foi devidamente aprovado| nto na Camara como no Senado. A importincia da Guarda Nacional stava no fato de que se tomatia a principal forga coercitiva dd Império, sobrepujanda.o Exército, deslocado para um segundo contrério deste, a Guarda, obedecendo estruturalmente & orient Jo das roformas, era organizada por provincia, onde se submetia go lulz de paz © ao govemno provincial." Inspirada em sua congénere ranicesa, s@irprTficipio basico era 6 de que todos os cidados deve riam pegar em armas para defender seu pas. Eram alistados obtiga torlamente todos ot cidadios brasileicor de 21 60 anos, desde que ‘com renda para serem eeitores, nas eldades Inordneas, e para serem Yotantes nas eidades do interior Q alistamento era de competéncia do juiz de paz, a quem o& guardas nacionalt eram subordinados em primeira instincla, e, em repunda, as jizescriminais, presidentes de provincia © ao ministro da Justiga, Dado ocardtr cfvico da Arma, dleveriam aqueles cidadios serve sem o tecebimento de nenhurm sold. Q-govemo ofereclathes apenas o instrumental belie, sendo ‘ada guardaresponsével pela compra e conser do seu uniforme Dado ainda aquele carder, bem como sta inspiagio francesa, oF postos de oficiaiseram eletivos: em cada parSaia, os guardas vote vam nos seus oficiais de comando. | (A Guarda Nacional surgls, como nota Jeanne Berrance-te CCasths, pare garantir a manutengio da unidade nacional, entéo seb ameage das turbuléncias que marcaram abdicacio de d. papel que ndo poderia ser desempenhado pelo Exército, wp efetivo, num elima de insubordimacae quase ger} [.]. Ase {Bh 8 Guarda Nacional —resposta cil dos liberals 90 grave prot ‘a= como uma tops econdmice e eficienle para agit ne ‘mezgincla’ "As previsfvels incontornsveis difculdades de montar "um aparato coeretivo de abrangéncia nacional, a patie do dstante en Tovar os Thesis oplar de nema Tos Sae R ‘id felt com ouzado depo pr ura lees agai por prov Siac conan coma populgie cal Connictennase Toston ternda da nove corpoveg soft Mbcral quanto forge coer ‘edo lipéros uma mics de crealanelondl¢ deidamense sade 1 centro, gngas 2 subordnagio ao presidente de provincia © a0 Iino da Jug, Ao mesmo tempo, porém, una ria organic ds por provincia por munlcpe, loge, cor «praia de carts tte. nein, termined peo sleet = eargt dow pss de pee tas tard, com a promuljago do Ato Alcina, pela compere das Avsemblia Provincial de decidir sabre a eglamentata do funcionamento da Guarda, Tal configuregte permit, por exempa, Que cle gach ulate a mlfela de povoca pare iterfere not confionarmador da eit do Prats, de mani «apolar seu aa Ee naeghy on necunanincate er cee aa polnca de ntervento pa Ri de Janet A Chas Recolor Principal fogs coc atlzada pelo governo central pa das revoltas que abalariam a Regéne (( Uma vez aprovadas a Tei de regencia e a da Guarda Nacional, os deputados passaram a se dedicar a discussio das reformas legais que deveriam concretizar © novo artanjo institucional. Em 1832 duas leis fundamentais foram aprovadas nesse sentido: a primeira, 0 Cédigo de Processo Criminal, que coroava os esforgos dos liberais, empreendi dos desde 1827, para organizar a justica eletiva local; a segunda, esta- belecia os artigos da Constituigo que deveriam ser reformados na Jegislatura seguinte-4 |No novo eddigo, os juizes de paz assuriram nnovas fungoes. No que diz respeita aos procedimentos referente a.arepres- crimes, passariam a julgar os pequenos delites, a prendet, a reunie provas, a conduzi a forma cciminal) e a farer a dentine de culpa (fase preliminar do processo not processos 0s julzes de paz c come is eleiga tinuaram responsévels pela pre- pparacdo das listas de votantes, mantendo assim sua imensa influen: fia sobre o resultado eleitoral. O Cédigo de Procesto Criminal previa também o julgamento dos erimes por um corpo de jurados alistados 92 Mien Deli ‘por uma junta composta pelos juizes de paz, o paroco © 6 presidente da Camara Municipal (© feito produzido por essas disposigdes no fol exatamente aquele esperado pelos liberais, Pois os jutzes de paz eos jurados, dada ‘sua extragdo local, pautavam-se, no exercicio de suas fungaes, pelos costumes e pela sujeigio aor poderoror locais. Por este motivo, a ‘oposigdo a uns e a outros tornouse cada vez mals acrrada e o Cédigo de Processo Criminal se tonaria objeto de intensos debates, que afi- nal resultariam, em 1841, em sua revisio, de que se falard adiante. Antes, entretanto, 6 preciso examinar a emenda constitueional apro- vada em 1834 que procurava tomar realidade o pacto Federalista defendido pelos liberais. a nstitucional foi rerultado de um processo de negociagio parlamentar que se iniciara em 1831, quando uma comissio da ‘Camara foi nomeada para redigir 0 projeto d OATO ADICIONAL “A emenda e ceforma da Constitul- ‘gio, Mais uma vex os paulistas eram maiorig) Faziam parte dessa ‘comissdo Paula Souza e Costa Carvalho, aléni do mineiro ¢ também liberal José Cesério de Miranda Rigeiro. Apés a devida discussGo em plendrio, 0 projeto foi aprovado, Em seu artigo primeito, declarava| que “o governo do império do Brasil sara uma monarguia federativa” Em segiida, estabelocia reformas profundas na rgnizacio politica a extingio do Poder Moderador e do Consetho de Estado; a ciacio ‘dus Assembleias Legislativas Provinciais com autonomia para decidir sobre diversos e relevantes objetos (como impostos e obras publica); Seeeaers eee to dos senadores, que passariam a ser cleitos pelas Assembléias Provinciais; a limitagdo dréstica do poder de veto do Executive (uma ver que 0 veto poderia ser derrubado no parlamento por maloria simples); a substituigao da repencia trina pela tuna, senda que o regente deveria ser eleito pelas Assembléias Provin ciais. Radicalizava-se a opgao federaiste, de tal ste que o préprio cupante do Executivo seria escolhide 93 ‘A Constiuigio previa que qualquer emenda constitucional inha ‘que ser aprovada pelas duas casas do parlamento, No Senado, conti do, o projeto da Cimara no teve uma acolhida entustasta. Por moti- vos bvios, 0s senadores nio aceitaram o fim da vitaliciedade do seu mandato, além de também se recusarem a aprovar quer o fim do | Poder Moderador, quero fim do Conselho de Estado. Foram também {contrérios so artigo 18, © qual preva sero Brasil urna monarquia fede- iva. Em uma tentativa de impedir que as emendas do Senado fos- sm aprovadas, liderangas liberais que controlavam a Regencia, entre las Feljé que era entio ministro da Justia, tentaram desferir um jolpe de Estado, conhecido como golpe de 30 de julho, para aprovar projeto tal qual saido da Camara. No entanto, sem apoio da maio dos deputados, a quem repudiava solugées fora da ordem consti tucipnal, 0 gplpe Fracassou, Ge cna fo eo seadoe fora evn Caradon Deputados, onde seria aprovads aquela determinando a manutengie do Poder Moderador. As demais, no entanto, foram recusadas, e por isso recolocadas em votag#o numa sessfo conjunta das dust casas, conforme previa a Consttuigio, O resultado dessa setsSo conjunta fi de parcial vitria de cada Iad{Os senadores conseguiram retirar do texto final a declaragio de qualo Brasil era uma monarquiafederativa ¢ foram vitoriosos na manuieng3o da vitaiciedade do seu mandato, Deve-se nota, no entanto, que, se venceram, ofizeram por uma mar. ‘gem bastante reduzida. A vitaliciedade, por exemplo, foi vitoriosa por ‘apenas um voto, sendo que na sessio conjunta em que foi volada, todos os senadores estiveram presentese sete depitadosfltaam, Por ‘outro lado, os liberais conseguiriam uma surpreendente vitria, a0 se provaro artigo do projeto original que determinava o fim do Cagselho de Estado, um éraio ao qual os grupos provinciais no tinham acesso, |i que seus membros eam de nomeagio exclusiva do imperador. Alem disso, se no conseguiram aprovar a eleigto do regente pelas Assern- biéias Provincsis, conseguicam manter a eletividade do cargo, a ser preenchido em eleigaes que obedeceriam aos mesmos procedimentos da escolha dos deputados geras 9) que signficava manter de qualquer forma a eleigSo do regente nas tos dos grupos provincia. 94 Mia Danity ‘O cere do projeto originalmente aprovade na Ciara estava no seu artigo 92, o qual previa a criagto das Assembléias Provinciais ¢ com elas a autonomia. Eo que salientava o visconde de Cainu, una| das vozes mais eloguentes no Senado contra as reformas propostae| pela Camara, no infcio dos debates sobre este artigo: CChegamos 20 grande artigo. Este € que é 0 forte deste projto que se trata nele 6 destruir a soberania nacional para estabe- lecersoberanias provincia ..] A primeira coisa de que se trata € de uma metamorfose, ¢ de mudar as coisas para uma forma inteiramente nova, 0 que € contrério a0 que diz o art. I da Consttuigso, de que o império do Brasil € associagto politica dos cidadios brasileios, ¢ no associagdo das provincias.™ Cairu combatia até mesmo a mudanga de nome de Conselhos| Provinciais para Assembdias Legislativas Provinciais, dado valor sin bolico que essa mudanga carregava, pois conferia a tal instineia o cestatuto de Grgio legislative. Apesar da oposigdo de Cairu, a autono- mia provincial foi aprovada pelos senadores, embora se opusessem ao tuso da expresso monarquia federativa. Esta fol retirada do texto final, mas permaneceu a divisio de competéncias entre governo cen-| tral e governos provinelais, com grau significativo de autonomia dee tes tltimos, operando-se assim a metamorfose de que falava Cains. ‘Ao retornar & Cimara as alteragées feitas pelos senadores, a| 'minoritaria oposigdo as reformas empenhou-se em obter pelo menos 8 aprovagaio destas alteragaes. Montezuma, em defesa da supressio| do artigo I*, tal como propunham oF senadores, argumentava que a| utilizagao do terme federagio nio era imprescindivel para a materia-| Iizagao do projeto dos liberais federalistas: "Nao vao os conselhos| gerais ser autorizados a poder legislar amplamente para sua provincia| respectiva? Que mais querem os srs. deputados, os mesmos que sem- pre aqui declararam que queriam a federagi0 para que as provincias ilo estivessem debaixo da dependéncia do Rio de Janeiro! E porven- tura 0 nome que thes falta? Sem ele no poderto os conselhos fazer| as provincias os bens que elas reclamam?"* Em minoria, os oposicionistas tentavam pelo menos evitar a doclaragto formal de que o Brasil era tima monsrquia federativa, j {que nao podiam impedi a aprovagio do conteddo de cariter federa- tivo. Rebougas, em defesa das emendas do Senado, afirmava que a autonomia provincial estava assequrada: A reforma, meus senhores, que nagio em geral reclama © que ‘& provincias seriamente exgem, importa que estas posssm decidir sobre a criagao, distribuigto esplicagio de suas rendas, aque suas resolugder se tornem efetvas desde logo, segundo o bem pablico eas circunstincias 0 exipiern. Ora, as emendas do senado (.] importam que se possa conceder aos conselhos pro vinciais @ atribuiezo que presentemente 6 vedada, de delibers- rem sobre feposigses, por pertencer esta atebuglo & assem bleia geral e sus inieistiva exchisivamente a cimera dos Por outro lado, consagrava-ve a autonomia provincial A patie cnido 0 governo provincial serta composto por daas insincias AAssembléas Lepslatva ea presidencia da provincia. A composigab das Assembleias era proporcional & popula) As de Peenaminuce Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais Sio Paulo contariam com 36 deputados; do Pars, Maranho, Car Partha, Alagos Rio Grane do Sa, com 28, a dems, com 2 Os deputados povinlas deviam ser eleitos pelo mesmo procedisgento adotado para a escolha ddos deputados da Assembléia Ger "A ranio pata esse procedimento estava na preocupagio dos liberais com a for ‘magi de uma elite que transpusesse os limites locsia) Queriarn uma ete provincial hie tanto das presses dos grupos mupieisis quar to das disputas entre facges de grandes proprietérios{ A obrigatorie dade de cada eleitor escother 36 nomes — ou 28, ou Winda 20, con- forme o ndimero de deputados que compunham a Assembleia de sua provincia — impedia que fazendeitos com influéncia apenas em uma © racro renin 97 TERE OGRE GOOG G USGISVG SOMES BUCS COT fspacidade de obter votes noe mais dvervos ponies da provnci, transcendendo o imbito local, consegitiam se lites? Foi o que ccorreu, por exemplo, nas elaigSen realicedas em derembro de 1847 em Paranagus, cidade stuada numa repo que tormarias parr de 1853, provnea do Parad, mas que antes dase pertencia « Sto Palo. O candldatoentdo mals vtado fo Antbnio Francaco de Azevedo, da propria cidade, com 32 vtos. im soguida, porém, vinham candidatos de loclidades dstanes, como Martin: Francuco Ribeiro de Andrade, de Sentos, AntOnio Clemente dos Santos, de Guaratinguets, Tristan de Abreu Rangel, de Te, Felcio Pinto de Mendonga Casto, de Sto Paulo, Joaquim Anti Pinto Je, também de Sto Palo, «finalmente Clrdide Marcondes Fibas, de “aubat, cada um com 18 votes. No compute final da apurasao dos votos de toda'a provincia, esses candidatos foram eleits, com exce. {le justamente do candidate de Parenagut, AntOnio Pancico. Je reveda™ 'O projeto orginal da refrma aprovada na Ctmara previa qué 0 Legislative provincia era composto por duas casas. Uma constitu por membros elite pelos municiplay, eprevntando-osdctame te outa por membros eles de mode acompor uma cite provincial ‘lo sttelada w eta ow aquea calidad. A versie final da rlormal onstitucional mantinha a posibilidade de organizar um Senad da Provincia, mas tornava cbrigatéia imedita apenas v organiza dias Avsembleias Legislatvas.E estas deveiam ter seus deputado) tletor de modo endo serem meros representantes das locale “Tal ope imped que houvesse uma Inslncla do Leilatve prov cial que funcionasse como escoadouro das demandas municipal Para alguns liberas federalistas esse era um defeito a ser corigido ‘Tavares Hastoe em 1870 criicove © sistema elitr, pois ofereci, segundo ele,"o grave inconveniente de tra aos membros das assem bias caréter municipal, que deveriam ter" Bastos propunha que 4 elelgao para deputado provincial fosce por voto distal. Cada ‘municipio legeria ts depatados. Mas era exatamente isto que se Aue ent props dos lepldoes era for una verde 98. Miri Doth Tepreseniagia provincial, cajo proposito era cleger vomente os Tepu- tados que tivessem influéncia politica para além dos limites dos seus ‘municpios. Portanto, aqueles que eram capazes de sla allangasnay| diversas localidades. — © proprio exereicio do govemo da provincia completatia a for- acto dessa elite, pois, como se vers no préximo capitulo, os depu- tados no podiam governar tendo em vista apenas os interesses da sua localidade, sob pena de tomar invidvel a administragao provin- cial, Por isso enfrentariam, muitas vezes, as demandas dos grandes proprietarios, alom de adotarem medidas que descontentavamn alguns fazendeiros, mas que, por outro lado, garantiam o desenvolvimento {dg economia da provincia ¢ assim a vabilidade do proprio governo. Aclite provincial que dessa forma se forjva distanciava-se das loca- lidades, um: Interesses loc . “as Assembléias cabia o direlto de determinar as despesas muni Gipais e as provinciais, bem como os impostor que deveriam ser cobrados para fazer frente a tals despesas. Ficava igualmente a seu cargo fiscalizar 0 emprego efetivo das rendas piblicas, tanto provin- ciais quanto municipais, além do controle final das contas, Tinham, or outro lado, a obrigagdo de, com esses impostos, fazer construir as obras necessarias ao desenvolvimento da provincia, prover a seguran- sa da populagao, com competéneia para criar e manter uma forga policial propria para este fim, e promover a instrusio publica (com ‘excegao do ensino superior, de competéncia do governo central). As Assqmnbléias controlavain também os empregos provinelals e municl= pig. Fra sua atribuigdo tanto eriar quanto suprimir tals empregos, ‘bem como estabelecer os seus ordenados. Deviam igualmente deere. {ar a suspensio ou a demissio do magistrado contra o qual houvesse queixa de responsabilidade. E, por fim, determinar os casos e a forma em que o presidente da provineia poderia nomear, suspender e demi- tir 0s empregados provincia ‘Cabia ainda as mesrnas Assembléias as divis6es evil, judicisriae {felesidstica da respectiva provinela; a desapropriag%o por utilidade ‘municipal ou provincial; a regulagao da administragio dos bens pro- ‘que nil estava deta e exclusivamente atrelada aos cro mranian 99 cespecificar © que eram os “bens provinclals", 0 que no entanto je ‘mais foi feito, gerando algumas controvérsias sobre que bens pei enciam & provincia): a promogdio, cumulativamente com a Assem- bléia Geral e 0 governo central, da organizagio das estatfticas da provincia, da catequese e da civilizasdo dos indigenas, além do est belecimento de coldnias e, por fim, a representagso perante a Assembléia e o governo geral contra at leis de outras provinclas que ofendessem seus diteitos.® A atuagio das Assembléias Provinciais come governo autnomo seré examinada no préximo capitulo, Por ora, pode-se concluir com as palavras de Fells, em artigo de O Justice, no qual ele sintetiza as vantagens da reforma constitucional que consagrava a autonomia provincial: vinciais (0 Ato Adicional determinava que uma lei geral “al Somente os nepécios persis, qusis os direitos e obrigagdes dos ‘A uniformidade do Império dependia dos delegados do goveme ‘central em cada provincia. As reformas liberais impuseram um mode- lo que previa a autonomia provincial, mas com o euidado de nto colo car em isco a integridade territorial. Dat a manutengo pelos lberais ‘de um delegado do governo geral na provincia. A autonomia provincial teria que conviver com um agente do governo central capaz de garan-| tira integragio entre as provincias,dirigida pelo Estado, condigao para articular autonomia e unidade, elemento essencial da proposta liberal federativa. Vale lembrar que o modelo federalista tem duas faces: ‘sutonomia das partes, mas também capacidade do centro de articula] ‘estas partes em um tode Unico e coeso, Muitas das tarefas dos presi dentes concentravam-se justamente neste dltimo ponto. No relatéco] ddo ministro dos Negécios do Império de 1849, ele afirma que: Fol um dos primeiras culdados da repartigdo a meu cargo exigir dos presidentes das provincias citcunstanciadas informages [sl sobre a necessidade de se empreender alguns melhoramen- tos materiais e com particularidade os que tendessem a facili: tr as comunicagées de uma com outres provincias, quer por ‘meio de estradas, quer pela navegagio dos tos da interior, quer pela abertura de canais.* © papel importante do presidente de provinela na articulagio da tunidade nao fol exclusividade do periodo posterior ao Regresso. A cor-| respondéncia entre presidentes e 0 Ministério das Negécios do Império| referente ao perfodo da Regéncia atesta a relevincia deste agente do| sgeverno central na viabilizacto de um Estado que pretendia ter hege- ‘monia sobre todo o terrtério. O presidente era a via de comunicasao| ddo Rio de Janeiro com as provineias em diversas frentes: para resolu ‘gio de questtics administrativas, para a manutengio da ordem inter 1, para aimplementagio de medidas de caréter econdmico, a fim de pPermiir integragio entre as diversas provincia. Assim, por exem> plo, em carta enviada em junho de 1839, © ministra Francisco de Paula Almeida Albuquerque se dirigia a0 presidente de Pernambuco nos seguintes termos: Pelo offeto de V. Eva [..] ficou o regente erm nome do impera- dor ciente[..] de terthe sido requisitado pelo presidente do Maranhto um auxdlo de forga com o necessério armamento ceorreame para poder destocar a faeglo anérquica que assola ‘© interior daquela provinea. E10 mesmo regente no sé manda louvar a V. Exa 2 sua dligincia e pronta coadjwvagio para um tal fim, como recomends-the toda a cooperaslo de sua parte sobre esse mesmo objeto, transinitindo ae goterno as noticias ‘ue obtiver¢ 0 seu juo sobre este e semelhantesfatos, gush to possa suprir a demora de comunicagio direta € mesmo ten- ddentes a esclarecer a natureza dessus desordens.”” Em novembro do mesmo ano, outea carta dava conta da partic pagao do presidente de Pernambuco na repressio a um movimento ‘ocorrido em Alagoas, (O presidente era uma pega importante na manutengdo da ordem {nterna, mas isto nfo significava eapactdade unilateral do governo do Rio de Janeiro de reprimir movimentos rebeldes regionals. A princl- pal forga usualmente utilzada na repressfo era a Guarda Nacional ‘que, mesmo depois da revisio conservadora, tinha suas unidades ‘organizadas por provincia e seu contingente reerutado na propria pro vincia. Como fea claro no relattio do presidente de Sto Paulo de 1849, transcrito piginasatrés, a escolha e anomeagto dos ofcias da Guarda

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