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COMARCA DE ORLEANS-SC
CONTESTAÇÃO,
III. DO MÉRITO
Ocorre que conforme laudo pericial que o autor dirigia sob efeito de álcool
cometendo a infração prevista no artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro, bem como
assumindo a responsabilidade pelos danos que pudessem ocorrer, podemos afirmar
que ele assumiu o risco no momento em que assumiu a direção de seu veículo em uma
via pública.
O Código de Trânsito Brasileiro em seu artigo 165 trata da infração por
dirigir sob a influência de álcool:
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12
(doze) meses.
A Jurisprudência é dominando a esse respeito e desta forma o Tribunal
de Justiça de Santa tem se posicionado:
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE
TRÂNSITO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS,
MORAIS E PEDIDO DE PENSÃO MENSAL AJUIZADA PELOS
FAMILIARES DO DE CUJUS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA.
RECONVENÇÃO. DANOS MATERIAIS. AÇÃO EXTINTA PELA
ILEGITIMIDADE DA PARTE PASSIVA. APELO DOS AUTORES.
ALEGAÇÃO DE QUE O ACIDENTE OCORREU POR CULPA DO
RÉU, QUE DIRIGIA EM ALTA VELOCIDADE E INVADIU A
CONTRAMÃO DE DIREÇÃO. TESE NÃO COMPROVADA.
CONTEXTO PROBATÓRIO REVELANDO QUE O ABALROAMENTO
OCORREU NA PISTA DE ROLAMENTO EM QUE SEGUIA O
CAMINHÃO CONDUZIDO PELO RÉU. VÍTIMA QUE, SOB EFEITO DE
ÁLCOOL, SAI DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL EXISTENTE
ÀS MARGENS DA RODOVIA ESTADUAL E ADENTRA NA VIA
ASFÁLTICA DE FORMA IMPRUDENTE E SEM A DEVIDA CAUTELA,
CORTANDO A TRAJETÓRIA DO CAMINHÃO. CULPA EXCLUSIVA
DA VÍTIMA. DEVER DE INDENIZAR NÃO CONFIGURADO.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
AGRAVO RETIDO INTERPOSTO PELOS RÉUS. AUSÊNCIA DE
REQUERIMENTO EXPRESSO PARA SUA ANÁLISE. NÃO
CONHECIMENTO. APELO DA REQUERIDA/RECONVINTE.
LEGITIMIDADE PASSIVA DOS AUTORES NA RECONVENÇÃO.
TESE NÃO ACOLHIDA. INVENTÁRIO JÁ INSTAURADO E AINDA EM
TRÂMITE. EVENTUAL DEVER DE INDENIZAR QUE RECAI SOBRE
O ESPÓLIO DO DE CUJUS. EXTINÇÃO DA RECONVENÇÃO
MANTIDA. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA DA DENUNCIAÇÃO
DA LIDE. PRETENSA IMPUTAÇÃO AOS AUTORES DA LIDE
PRINCIPAL, PORQUE VENCIDOS. IMPOSSIBILIDADE.
DENUNCIAÇÃO FACULTATIVA. ÔNUS QUE RECAI SOBRE O
DENUNCIANTE EM CASO DE IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO
PRINCIPAL. PRECEDENTES DA CORTE SUPERIOR E DESTE
TRIBUNAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DA AÇÃO PRINCIPAL
E DA RECONVENÇÃO. ADEQUAÇÃO DOS VALORES.
DESNECESSIDADE. ARBITRAMENTO CONDIZENTE COM OS
PARÂMETROS ELENCADOS NOS §§ 3º E 4º DO ARTIGO 20 DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973, VIGENTE À ÉPOCA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n.
0003889-66.2006.8.24.0079, de Videira, rel. Des. Rubens Schulz,
Segunda Câmara de Direito Civil, j. 18-05-2017).
Ainda se não bastasse o fato de dirigir embriagado o autor conforme
laudo pericial, estava com o documento de seu veículo 2 (dois) anos atrasados,
mostrando total imprudência ao conduzir um veículo automotor.
O Código de Trânsito Brasileiro em seu artigo 165 trata da infração por
conduzir o veículo sem estar devidamente licenciado:
Art. 230. Conduzir o veículo:
I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro
elemento de identificação do veículo violado ou falsificado;
II - transportando passageiros em compartimento de carga, salvo por
motivo de força maior, com permissão da autoridade competente e na
forma estabelecida pelo CONTRAN;
III - com dispositivo anti-radar;
IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;
VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condições de
legibilidade e visibilidade:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Também foi constatado conforme laudo pericial que o veículo do autor
estava com os faróis e lanternas traseiras apresentando defeito e não funcionavam no
momento do acidente fato esse que se agrava porque chovia muito e estava escuro
conforme as testemunhas confirmaram.
O Código de Trânsito Brasileiro em seu artigo 27 trata do dever do
condutor em verificar as condições e funcionamento dos equipamentos do veículo:
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o
condutor deverá verificar a existência e as boas condições de
funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como
assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao
local de destino.
Sobre a reponsabilidade por danos causados no trânsito de veículos,
Arnaldo Rizzardo cita em sua doutrina que o condutor é responsável pela observância
das boas condições do veículo:
É dever do condutor assegurar o bom estado de conservação do seu veículo
para que possa circular com total segurança, principalmente no que diz respeito a existência e
ao perfeito funcionamento dos equipamentos obrigatórios, o que muito influirá para que a
circulação ocorra sem riscos.