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” PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAUAPEBAS GABINETE DO PREFEITO LEI N° 4,606 DE 07 DE JULHO DE 2015 DISPOE SOBRE A REGULAMENTACAO - DAS DIRETRIZES, METAS E PUBLICADO ne cunneo ne Aviso 4 ESTRATEGIAS QUE COMPOEM O PLANO DPREFEITURA MUNICIPAL DE PARAUAPEBAS| MUNICIPAL DE EDUCACAO PARA O te OF nef OA IAD. MUNIC{PIO DE PARAUAPEBAS - PARA E DA OUTRAS PROVIDENCIAS. O PREFEITO DE PARAUAPEBAS - PA. Faco saber a todos aos habitantes que a Camara Municipal de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1° Fica aprovado o Plano Municipal de Educacéo do municipio de Parauapebas-PA, PME 2015-2025, constante no Anexo Unico desta Lei. Art. 2° Esta lei institui prioridades, diretrizes, metas e estratégias no ambito da educagdo do municipio de Parauapebas-PA, regulamentando o Plano Municipal de Educagéo - PME para o decénio 2015-2025, com vistas ao cumprimento do disposto no artigo 8° da Lei Federal n° 13.005, de 25 de junho de 2014. Art, 3° Sao diretrizes do PME 2015-2025: I- Garantia de Ensino Fundamental a todos os que a ele nao tiveram acesso na idade propria e erradicagao do analfabetismo, considerando-se a alfabetizacao e letramento de jovens e adultos como ponto de partida integrante desse nivel de ensino; Il- Universalizagao do atendimento escolar; IIl- Superacdo das desigualdades educacionais, com énfase na promogdo da cidadania e na erradicagdo de todas as formas de discriminacdo; IV- Melhoria da qualidade da educagao; V- Formagéo para o trabalho ¢ para a cidadania, com énfase nos valores morais ¢ éticos em que se fundamenta a sociedade; VI- Promogao do principio da gestéo democratica; VII-Promocao humanistica, cientifica, cultural e tecnolégica do pais; VIII- Valorizagao dos (as) profissionais da educagao; Centro Administrativo, Morro dos Ventos ~ bairro Beira Rio II - Parauapebas - PA. CEP.: 68515-000 Fone: 94 3346-2141 E-mail pmp@parauapebas.pa.gov.br PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAUAPEBAS GABINETE DO PREFEITO IX- Promogao dos principios do respeito aos direitos humanos, a diversidade e a sustentabilidade socioambiental Pardgrafo anico. Fica vedado as escolas municipais, tanto piblicas quanto particulares, a aplica¢ao da teoria da “identidade de género ou ideologia de género’. Art, 4° Sao prioridades no PME 2015-2025: I- Garantia da oferta de educacdo infantil a todas as criangas de nove meses a cinco anos de idade; I Garantia do Ensino Fundamental obrigatério de nove anos a todas as criangas de seis a quatorze anos de idade, assegurando o ingresso e a permanéncia, com sucesso, na escola e a conclusdo dessa etapa de ensino com qualidade social; II- Garantia as pessoas com necessidades educacionais especiais 0 acesso a educacdo de qualidade em todos os niveis e modalidades, na rede regular de ensino comum; IV- Garantia de Ensino Fundamental a todos os que a ele nao tiveram acesso na idade propria e erradicagao do analfabetismo, considerando-se a alfabetizagao e letramento de jovens e adultos como ponto de partida integrante desse nivel de ensino; V- Valorizacio dos trabalhadores da educago, por meio de formagao inicial ¢ continuada para professores e demais servidores, e condigées adequadas para o desempenho das atividades de trabalho, entre as quais, tempo para estudo ¢ preparacao das aulas, além de piso salarial e Plano de Carreira para o magistério; VI- Desenvolvimento de sistemas de gestio democratica ¢ participativa, de informacao e avaliacdo em todos os niveis e modalidades de ensino; VII- Desenvolvimento do sistema de regime e colaboragéo com a Unido, o Estado e a Sociedade Civil Organizada, visando a plena execucdo das diretrizes previstas no PME; VIlI- Realizagao do censo populacional ¢ criagéo de bancos de dados para acompanhamento da educacéo em todos os niveis e modalidades que existem no * Municipio de Parauapebas; IX- Construgao de novas unidades escolares nos bairros onde haja demanda de alunos e melhoria continua das instalacées existentes, para atender satisfatoriamente as diretrizes previstas neste PME. Art. 5° As metas previstas no Anexo Unico integrante desta lei deverdo ter como referéncia os censos e indicadores mais atualizados da educagao basica e superior, disponiveis na data da publicacao desta lei. Centro Administrativo, Morro dos Ventos - bairro Beira Rio II - Parauapebas - PA. CEP.: 68515-000 Fone: 94 3346-2141 E-mail pmp@parauapebas.pa.gov.br PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAUAPEBAS GABINETE DO PREFEITO Art. 6° Garantir que o PME seja referéncia para a elaboragao dos diversos instrumentos financeiros que regem a administragdo publica, a saber: PAR - Plano de Agoes Articuladas, PPA ~ Plano Plurianual, LDO — Lei de Diretrizes Orcamentérias e LOA - Lei Orcamentaria Anual. Art. 7° Fica mantido o regime de colaboragao entre 0 Municipio, 0 Estado do Para € a Unido para a consecugao das metas do PME 2015-2025 e a implementagao das estratégias a serem realizadas. Art. 8° Os recursos publicos financeiros, definidos em lei para a educagdo, deveréo ser aplicados efetivamente, ampliando-os gradativamente de forma a assegurar as condiges necessérias para a manutengao e o desenvolvimento de um ensino publico de qualidade. Art. 9° Garantir a transferéncia de recursos financeiros em regime de colaboracdo, por meio de politicas especificas ¢ conforme a arrecada¢ao municipal, assegurar a valorizacao dos profissionais da educacao da rede publica municipal de ensino. Art. 10, Para a implementagao do PME, 0 governo municipal deverd assegurar, em regime de colaboragdo, estratégias para garantir recursos necessarios ao desenvolvimento de projetos especificos e inovadores, voltados 4 educagdo de jovens e adultos, formalizando parcerias com instituiges publicas e privadas para custeio e realizagao de projetos educativos e culturais, bem como de outros associados as necessidades e ao contexto educacional dessa modalidade. Art. 11. O governo municipal dever fortalecer e regulamentar o papel fiscalizador dos Conselhos Municipais na area de educacdo, considerando sua composicao, atribuigées legais, articulagéo com os Tribunais de Contas, suporte técnico, contabil e juridico necessarios, além de agdes continuas de formagao dos conselheiros. Art. 12, Esta Lei entra em vigor na data de sua publicacdo, revogadas as disposicdes em contrario. Municipio de Parauapebas, 07 de julho de 2015. VALMIR Q' MARIANO Prefeitp/Municipal Centro Administrativo, Morro dos Ventos ~ bairro Beira Rio II - Parauapebas ~ PA. CEP.: 68515-000 Fone: 94 3346-2141 E-mail pmp@parauapebas.pa.gov.br Prefeitura Municipal de Parauapebas: Secretaria Municipal de Educagao Plano Municipal de Educagao de Parauapebas PLANO MUNICIPAL DE EDUCAGAO Leino Valmir Queiroz Mariano Prefeito de Parauapebas Maria Angela da Silva Pereira Vice-Prefeita Juliana de Souza dos Santos Secretaria Municipal de Educagao Parauapebas - 2015 1 - Comissdo organizadora, conforme Portaria N° 288 de 11 de margo de 2015. | - Secretaria Municipal de Educagao - SEMED a) Rosinalva Alves dos Santos b) Valdelice Cardoso dos Santos c) Ana Cristina Carneiro II - Associagao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE a) Nilda Francisca da Silva b) Silvania Moreira de Souza Ill = Uniéo Municipal dos Estudantes a) Henrique da Conceig&o Silva dos Santos IV — Conselho Municipal de Educag&o de Educagao a) Delma Silva Alves b) José Orlando Vieira Reis 2- Equipe de Sistematizagao: a) Delma Silva Alves b) Izabel Mezzalira ©) José Orlando Vieira Reis d) Maria Amete B. da M. Oliveira e) Tereza Cristina de Oliveira f) Valdelice Cardoso dos Santos Parauapebas - 2015 APRESENTAGAO Considerando a importancia de elaborar um documento que norteasse e regulamentasse os rumos da educagao do municipio, a Secretaria Municipal de Educagao - SEMED e 0 Conselho Municipal de Educacéio - COMEPA, decidiram realizar a | Conferéncia Municipal de Educagao, tendo como primeiro passo, a mobilizagdo da comunidade para elaborar o Plano Municipal de Educagao — PME. A sistematizagao representou grande avango para a comunidade escolar. Conforme procedimento legal, o secretario Municipal de Educagéo Raimundo Oliveira Neto instituiu a realizagao da | Conferéncia Municipal de Educagao por meio da nomeagao da Comissdo organizadora, conforme Portaria n.° 429/2006/SEMED, de 11/10/06, tendo como primeiro passo a mobilizagSo da comunidade escolar para elaborar o Plano Municipal de Educagao - PME. Nesse contexto as agdes em prol da melhoria da educagao sugeridas pela comunidade escolar e pela sociedade em geral, envolvidas na | Conferéncia, representadas por seus respectivos delegados, constituiram propostas para definigao de metas e objetivos do PME, com os seguintes eixos: Ensino Fundamental de Nove Anos; Gestio Compartilhada; Qualificagao e Valorizagaio do Trabalhador da Educagao; Satide Mental do Professor; Inclus%io Digital; Relagao Famllia-Escola; Ensino Ciclado; e Ettica na Educacao. ‘A elaboragaio do PME representou um marco na educagao do municipio, néo somente pelo seu processo de construgdo, mas também pelo tempo previsto para sua aplicabilidade, que é de dez anos. Um Plano decenal de educagao pressupde ampla conquista, por que: *Possibilita corrigir uma pratica comum na educago brasileira, em que cada governo recomeca a historia da educago, o que tem dificultado a continuidade das ages, dos projetos e programas, possibilitando a cada nova gestdo comegar tudo de novo, ignorando o que jé foi construido. E um Plano que deixa de ser de Governo se coloca como um Plano de Estado, ultrapassando as diferentes gestdes politico-administrativas; © £ um planejamento da educagao elaborado de forma clentifica, que parte da analise de diagnésticos realizados os quais permitem detectar as areas mais carentes @, portanto, direcionam as maiores prioridades, além de planejar o avango da qualidade das éreas menos carentes. «Com a criagdo e quantificago das metas e estratégias, estabelece-se 0 tempo e as agdes a serem executadas, o que facilita as organizagdes da sociedade civil e & populacao de um modo geral o acompanhamento de seu cumprimento; *Possul grande abrangéncia, abordando todos os niveis e modalidades de educag&o, possibilitando ao municipio uma administragéio de modo a garantir o atendimento sem distinodo, independente de sua representagdo. Sendo assim, para garantir a execug&o do PME com sucesso, é imprescindivel o regime de colaboracao entre a Unido, o Estado e o Municipio e outros parceiros da sociedade. Conforme Lei Municipal 4.375/2009, a Camara Municipal de Vereadores aprovou esse Plano, tornando-o assim em instrumento legitimo dos objetivos a serem alcangados em favor do avango da educa¢&o municipal. Com 0 advento da Conferéncia Nacional de Educagéio - CONAE, em 2010, o municipio realizou a I! conferéncia Municipal de Educagao em 2009, fundamentada nas tematicas da CONAE: Papel do Estado na Garantia do Direito 4 Educagdo de Qualidade; Organizaco e Regulagio da EducagSo Nacional; Qualidade da Educag&o; Gest&éo Democratica e Avaliagéo; Democratizagao do Acesso, Permanéncia e Sucesso Escolar; Formagao e Valorizacéo dos Profissionais da Educago; Financiamento da Educagao e Controle Social; Justiga Social, Educagao e Trabalho: Inciusao, Diversidade e Igualdade. A realizagdo da Il Conferéncia configurou em cumprimento @ proposta da | Conferéncia que propunha a reviséo do PME a cada biénio. Assim como na | Conferéncia, a participagao efetiva da comunidade escolar e representantes da sociedade civil se fez presente na Il Conferéncia. Dentro de um contexto de sugestdes de propostas que depois de analisadas pela comissdo de sistematizagao se constituiram em metas desse documento. Em 26 de agosto de 2013, foi realizado o Forum Municipal de Educagao com os eixos: O Plano Nacional de Educagdo e o Sistema Nacional de Educagao, Organizagao e regulago; Educagao e Diversidade: Justiga, incluso e Direitos Humanos; Educacdo, Trabalho e Desenvolvimento Sustentdvel: cultura, ciéncia, tecnologia, satide e meio ambiente; Qualificago da Educacao: democratizagao do acesso, permanéncia, avaliagdo, condigdes de participagao e aprendizagem; Gestao Democratica, participagao popular e controle social; Valorizagao dos Profissionais da Educago: formagao, remunerago, carreira e condigdes de trabalho; Financiamento da Educagdo: gesto, transparéncia e controle social dos recursos. © Férum Municipal de Educacao fol realizado com o objetivo de garantir a representatividade do municipio de Parauapebas na Conferéncia Nacional de Educago — CONAE-2014. Importante ressaltar que todas as deliberagdes aprovadas pela plendria, foram contempladas neste PME (2015-2025), que se legitima na gest&o da Secretaria Municipal de Educagdo. SUMARIO INTRODUGAO. DIRETRIZES GERAIS DO PM ll CARACTERIZACAO GERAL DO MUNICIPIO 2.1 Aspectos Hist6ricos. 2.2 Aspectos Geogréficos. 2.3 Limites. 2.7 Clima... . 2.8 Populacao. pg. 13 2.9 Aspectos Sécio-Econémicos pg. 14 2.10 Aspectos Culturais e Esportivos.. 2.11 Aspectos Educacionals.. 2.12 Avangos na Educagao . 2.13 Qualificagdo de Professores II NIVEIS DE ENSINO E MODALIDADES 3.1 EDUCAGAO BASICA.. 3.1.1 EDUCAGAO INFANTIL. 3.1.2 Diagnéstico. 3.1.3 Diretrizes.. 3.1.4 Metas e Estratégias . 3.2 ENSINO FUNDAMENTAL 3.2.1 Diagnéstico..... 3.2.2 Organizacao da Educagdo em Ciclo/Ano. 3.2.3 Distorgao Idade-Ano. 3.2.4 Alunos fora da Esco! 3.2.5 Processo de Avaliagdo da Aprendizagem 3.2.6 Diretrizes.. 3.2.7 Metas e Estratégias . 3.3 EDUCAGAO INDIGENA 3.3.1 Diagnéstico.. 3.3.2 Diretrizes.. 3.3.3 Metas e Estratégias... 3.4 EDUCAGAO DO CAMPO 3.4.1 Diagnéstico. 3.4.2 Diretrizes.... 3.4.3 Metas e Estratégia: 3.5 EDUCAGAO ESPECIAL 3.5.1 Diagnéstico. 3.5.2 Diretrizes, 3.5.3 Metas e Estratégia: 3.6 EDUCACAO DE JOVENS E ADULTOS. 3.6.1 Diagnéstico 3.6.2 Brasil Alfabetizado. 9. 52 3.6.3 Centro de Ens, Personalizado - Educ. Jovens e Adultos -CEPEJA.pg, 52-53 3.6.4Diretrizes. 3.6.5 Metas e Estratégias .. 3.7 ENSINO MEDIO 3.7.1 Diagnéstico. 3.7.2 Diretrizes. 3.7.3 Metas e Estratégias . 3.8 ENSINO SUPERIOR 3.8.1 Diagnéstico. 3.8.2 Diretrizes, 3.8.3 Metas e Estratégias . IV - VALORIZAGAO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAGAO / FORMACAO DE PROFESSORES E VALORIZAGAO DO MAGISTERIO 4.1. Diagnéstic 4.2. Diretrizes.. 4.3 Metas e Estratégias V- GESTAO DEMOCRATICA 5.1 Diretrizes.... 5.2 Metas e Estratégias Vi- GESTAO FINANCEIRA 6.1 Diagnéstico.... 6.2 Diretrizes.... 5.2 Metas e Estratégias Vil ACOMPANHAMENTO E AVALIACAO.. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. INTRODUGAO O artigo 214, da Constitui¢éo Brasileira de 1988, determina a elaboragdo de um Plano Nacional de Educagao - PNE - com os seguintes desafios: erradicagao do analfabetismo; universalizagao do atendimento escolar; melhoria do atendimento de ensino; formagao para o trabalho; formagao humanistica, cientifica e tecnolégica do Pais. A LDB de 1996, § 1.°, art. 87, institui a década da educagao reafirmando a obrigatoriedade do PNE, definindo o prazo de um ano para a sua elaboragao e exigindo sua aprovagao no Congresso Nacional. A Lei 10.172, de 09 de janeiro de 2001, que aprovou o Plano Nacional, determinou em seu art. 2.° que os Estados e Municipios elaborassem os Planos Decenais, com base no PNE. Diante do contexto legal pode-se afirmar que a educaggo 6 um direito responsabllidade de todos. Cabe ao Estado promové-la e a sociedade, colaborar e exigir 0 cumprimento desse direito. Entretanto, observa-se a urgéncia de maior compromisso de todos os setores da sociedade como mecanismo fundamental para que se possa superar a: * Inconsisténcia e descontinuidade dos projetos educacionais; * Incapacidade da escola em atender a heterogeneidade dos alunos, evitando a repeténcia e evasdo escolar; Pouca articulagao entre as esferas governamentais; Aliada a essas problematicas, existe ainda a baixa possibilidade da sociedade em associar os elementos indispensdveis ao bom funclonamento do sistema educacional, tais como: * Oacesso, a permanéncia e o sucesso dos alunos na escola; * A valorizagéo do magistério no que se refere a qualidade dos cursos de formagéo de docentes e acompanhamento dos egressos por parte das agéncias formadoras. Acreditando-se na educagao publica de qualidade, é virtuoso 0 fato de que, a partir dela, se possa pensar no desenvolvimento do ser humano tomando como desafio as dificuldades que Ihe foram apresentadas. Diante do exposto, o municipio de Parauapebas compromete-se com a tarefa de implementar a educagdo inclusiva em que o educando possa ndo somente ter acesso A educaggo, mas também a possibllidade de permanéncla na escola, recebendo ensino de qualidade. Este documento apresenta-se revisado com dados a partir de 2010, ano subsequente a aprovagdo do Plano, tendo como referéncias as propostas aprovadas na 2" Conferéncia Municipal de Educacao em 2009, o Plano de Agdes Articuladas do Municipio - PAR, o Férum Municipal de Educago realizado em 2013 @ o Plano Nacional de Educaco - PNE aprovado em 2014. O PME foi elaborado considerando a nova estrutura organizacional do PNE. A estrutura anterior apresentava-se em metas/objetivos; 0 atual possui em sua elaboragao 0 formato de metas seguidas de suas respectivas estratégias. Nesta verso as metas e estratégias de todos os segmentos e modalidades esto organizadas sequencialmente em capitulo especifico. Enfim, a elaboraggo e reviséo do Plano Municipal de Educagao de Parauapebas néo se resume ao cumprimento de leis federais; sobretudo consiste em planejar ages de intervengao nos problemas que impedem maiores avangos na qualidade social da educagao do municipio. 1- DIRETRIZES Em conson4ncia com os objetivos gerais do PNE e considerando-se as especificidades locais, identificadas no diagnéstico da educagao do Municipio de Parauapebas, foram tragadas as seguintes diretrizes: Garantia de Ensino Fundamental a todos os que a ele no tiveram acesso na idade propria e erradicacéo do analfabetismo, considerando-se a alfabetizago e letramento de jovens e adultos como ponto de partida integrante desse nivel de ensino; . Universalizagao do atendimento escolar; . Superacéo das desigualdades educacionais, com énfase na promocdio da cidadania e na erradicago de todas as formas de discriminago; Melhoria da qualidade da educagao: 5, Formacdo para o trabalho e para a cidadania, com énfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; Promagao do principio da gestéo democratica; Promog&o humanistica, cientifica, cultural e tecnol6gica do pais; \Valorizago dos (as) profissionais da educago; Promogao dos principios do respeito aos direitos humanos, a diversidade e a sustentabllidade socioambiental. en > LENO Considerando-se o argumento de que os recursos financeiros s&o limitados e a capacidade para responder ao desafio de oferecer uma educag&o compativel com a definida tanto pelo PNE quanto pelos movimentos socials, depende de uma sequéncia progressiva de ages, que sdo estabelecidas como prioridades neste Plano e obedecem ao dever constitucional e as necessidades sociais, as prioridades sao: 1. Garantia da oferta de educago infantil a todas as criangas de nove meses a cinco anos de idade. 2. Garantia do Ensino Fundamental obrigatério de nove anos a todas as criangas de seis a quatorze anos de idade, assegurando o ingresso e a permanéncia, com sucesso, na escola e a conclusdo dessa etapa de ensino com qualidade social. 3. Garantia as pessoas com necessidades educacionais especiais o acesso educagao de qualidade em todos os nivels e modalidades, na rede regular de ensino comum. 4. Garantia de Ensino Fundamental a todos os que a ele ndo tiveram acesso na idade propria e erradicagao do analfabetismo, considerando-se a alfabetizagdo e letramento de jovens e adultos como ponto de partida integrante desse nivel de ensino. 5. Valorizago dos trabalhadores da educacdo, por meio de formacao inicial e continuada para professores e demais servidores, e condigbes adequadas para desempenho das atividades de trabalho, entre as quais tempo para estudo e Preparagdo das aulas, além de piso salarial e Plano de Carreira para o magistério. 6. Desenvolvimento de sistemas de gestéo democratica e participativa, de informago e avaliagdo em todos os niveis e modalidades de ensino. 7. Desenvolvimento do sistema de regime e colaboragdo com a Unido, o Estado e a Sociedade Civil Organizada, visando a plena execugao das diretrizes previstas no PME. 8. Realizagdo do censo populacional e criagéo de bancos de dados para acompanhamento da educagao em todos os niveis e modalidades que existem no Municipio de Parauapebas. 9. Construgo de novas unidades escolares nos bairros onde haja demanda de alunos e melhoria continua das instalagdes existentes, para atender satisfatoriamente as diretrizes previstas neste PME. ll- CARACTERIZAGAO GERAL DO MUNICIPIO 2.1 Aspectos Histéricos e Socioeconémicos de Parauapebas Localizado ao sudeste do Estado do Pard, 0 Municipio de Parauapebas surgiu como um povoado que se formou em terras do municipio de Marabé — ao sopé da Serra dos Carajés, no curso do Rio Parauapebas — em fungao da descoberta de jazidas de minério de ferro, no final da década de 60. A regido do vale do Rio Parauapebas, antes praticamente desabitada, deu lugar @ construg&o de um Nucleo Urbano para abrigar os trabalhadores das empreiteiras que dariam apoio ao Programa Grande Carajas (PGC) e suas familias, 10 bem como as subsididrias da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), além de servir de ponto de apoio as pessoas que chegavam para ajudar na instalagao de outros empreendimentos. A construczio do Nucleo Urbano durou cerca de um ano e meio, levando grande fluxo de migrantes ao local. Em 1988, no govemo de Héllo da Mota Gueiros, a Vila de Parauapebas tomou- se Municipio, desmembrando sua area territorial do Municipio de Marabé, por meio da Lei Estadual n.° 5.443, de 10 de malo. Essa Lel estabelecia que 0 Municipio de Parauapebas, enquanto no possuisse legislaggo propria, integrarla a Comarca Judicidria de Maraba. No dia 1.° de janeiro de 1989, ocorreu a posse do primeiro prefelto, Faisal Farias Mahamoud Salmen Hussain, do vice-prefelto, e de vereadores, eleitos no pleito de 15 de novembro de 1988. Em Parauapebas esta localizada a maior provincia mineral do mundo, na Serra dos Carajés, com acesso pela Rodovia PA-275, Estrada de Ferro Carajés e por via aérea. A atividade mineradora de extragdo de ferro, ouro e manganés 6 a mais forte base econémica do municipio, motivo pelo qual ha grande execugao de projetos e obras de estruturagdo, além de corrente migratoria intensa, considerada a maior do Estado. 2.2 Aspectos Geograficos © Municipio de Parauapebas pertence a Mesorregiéo Sudeste Paraense e 6 cortado pela PA-275. A sede municipal fica a margem direlta do Rio Parauapebas, na vertente da Serra dos Carajés, entre os quildmetros 66 e 69, e apresenta as seguintes coordenadas geogréficas: 06° 03' 30" de latitude Sul e 49° 55115" de longitude a Oeste de Greenwich. 2.3 Limites ‘Ao Norte — Municipio de Maraba; ‘Ao Leste — Municipio de Curionépolis; ‘Ao Sul — Municipios de Canad dos Carajés e Agua Azul do Norte; ‘A Oeste — Municipio de Sao Félix do Xingu. 2.4 Hidrografia A principal bacia hidrogréfica do Munic{pio € a do tio Itacaiémas, que nasce a sudoeste do territério, na Serra da Seringa, e atravessa areas serranas que incluem a Serra dos Carajés, limitando-se em parte com o municipio de Maraba. As terras de Parauapebas recebem pela margem direita 0 Rio Novo (limite com 0 Municipio de Ml Curionépolis) e o Rio Parauapebas, ambos banham a sede municipal. Pela margem esquerda, os Rios Agua Preta, Piranhas e Caeté. 2.5 Topografia © municipio apresenta topografia com grande variagéo dos seus niveis altimétricos, onde se destacam os maiores valores verificados na Serra dos Carajés, oscilando entre os 800 a 900 metros e as cotas mais baixas entre 200 a 210 metros. 2.6 Patriménio Natural A alterago da cobertura vegetal natural deste Municipio esta em tomo de 1.360 km?, ou cerca de 20% de sua cobertura original, por conta da implantagdo de fazendas de pecuéria extensiva e a ocorréncia de fontes de exploracao cujos cultivos eram migratérios. Fica localizada em seu territério a area indigena Cateté, com 439.150.454 ha (4.391,5 km?), assim como a Area de Protegao Ambiental do Igarapé Gelado, criado pelo Governo Federal em 1989, com 21.600 ha (216 km?). Ainda sao encontrados trechos de floresta intactos em grandes propriedades rurals do Municipio. Segundo estudos realizados em Carajés, foram localizados 15 sitios arqueolégicos e desses, somente quatro foram estudados em 1986: a Gruta do Gavido, que possula evidéncias de presenga humana datada de 8.500 anos - infelizmente foi destrulda em 1994 pela mineragdo. Outra gruta ameagada pela exploracéo mineral 6 a Gruta do Piquié onde foi feito o registro dos primeiros artefatos em ferro lascado do Brasil; a Gruta do Rato e a Gruta da Guarita, sendo a primeira demolida em 1992 pela CVRD ~ Companhia Vale do Rio Doce - para exploragéo de minério de ferro. As grutas do Rato e a da Guarita localizam-se na Floresta Nacional de Carajas, nas bordas dos platds cobertos por uma vegetagao de canga (savana metaléfila), indicativos da presenca de minério de ferro. De acordo com 0 arquedlogo do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), Marcos Magalhdes, em apenas uma dessas cavernas foram encontradas mais de trés mil pecas e fragmentos arqueolégicos, tais como pecas utlitérias (pequenas facas, raspadores e furadores de cristais de quartzo e de ametista) e objetos bem elaborados, como vasos de cerdmica e rodelas de fuso que serviam para tecer. O Parque Zoobotanico do Nicleo de Carajés, com varias espécies da fauna e da flora amaz6nica, 6 uma das maiores atragdes turisticas da regiao. Além do Parque, hé a Cachoeira de Dona Beja, localizada a trés quilémetros do portéo do Nucleo, a Prainha e a Ilha Tropical. 12 2.7 Clima clima de Parauapebas insere-se na categoria de equatorial superimido, tipo Am, na classificagéo de Képpen, no limite de transiggo para o Aw. Possui temperatura média anual de 26,35°C, apresentando média maxima em tomo de 32,01°C e minima de 22,71°C. A umidade relativa 6 elevada, apresentando oscilagées entre a estacdo mais chuvosa e a mais seca, que véo de 100% a 52%, sendo a média real de 78%. O periodo chuvoso ocorre, notadamente, de novembro a maio, e o mais seco, de junho a outubro, estando o indice pluviométrico anual em toro de 2.000 mm. 2.8 Populagao Segundo 0 Censo do IBGE realizado Em 2010, Parauapebas tinha 153.908 habitantes. Destes, 77.893 so do sexo masculino, o que representa 60,6% da populago, e 76.015 do sexo feminino, que representava 49,4% da populagdo. Na zona rural residiam 15.218 habitantes (9,9%) e 138.690 (91,0%) na zona urbana. Em 2014, 0 Municipio de Parauapebas possula populacdo estimada em 183.352 habitantes (IBGE), esta entre 0 6° municipio mais populoso do Pard e 0 terceiro com maior indice de crescimento demogréfico. Conforme IBGE/2010, a populagdo 6, em sua maioria, jovem: o grupo de faixa etaria entre 10 e 19 anos representa 23% do total de habitantes; o grupo com faixa etaria entre 20 a 29 anos corresponde a 19,9% do contingente e 14,9% pessoas possuem idade entre 30 a 39 anos. Destaca-se que Parauapebas sofre um intenso fluxo migratério, com pessoas oriundas de diversas partes do pals, 0 que contribui para o enriquecimento da pluralidade cultural do Municipio. S80 pessoas que chegam buscando melhores condigGes de vida, atraidas pela implantagao do Projeto Ferro Carajas, mas muitos ndo se enquadram nos quesitos de m&o de obra qualificada para a mineraco, o que leva as empresas a recrutar profissionais qualificados de outras regiSes. Enquanto isso, a populacao local nao usufrui da empregabilidade gerada pela minerago; consequentemente, surgem os problemas de ordem sociceconémica no municipio, especialmente aos relacionados & moradia, & educagdo e a satide. Essa varidvel tem exigido da administragao municipal, altos investimentos nesses setores. 2.9 Aspectos Socioeconémicos A economia do Municipio esta alicergada predominantemente na mineragao, pois 0 seu solo é rico em recursos minerais, com destaque para 0 ferro, 0 ouro e 0 manganés. A industria extrativista mineral é a grande geradora de riqueza e de desenvolvimento, uma vez que as empresas exploradoras destes recursos contratam milhares de trabalhadores. A agricultura e a pecudria de extensdo também so partes integrantes da economia, uma vez que, além da riqueza em recursos minerais, 0 solo também & fértil para a produgo agricola, especialmente a horticultura, sendo que a agricultura familiar 6 a mais praticada. ‘A Feira do Agronegécio do Municipio, realizada durante o més de setembro representa o maior evento econdmico e social do Municipio. A FAP, assim denominada, rene milhares de visitantes a cada noite do evento que dura em tomo de uma semana. A estrutura da Feira 6 composta por dezenas de stands de empresas locais, incluindo o da Prefeitura Municipal, exposigdes de produtos e animais da regio, até mesmo expositores em nivel nacional, show com artistas da terra e nacionais entre outras atragdes. © setor tercidrio (comércio e servigos) também tem contribuido para o desenvolvimento econdmico do Municipio. Esse setor absorve boa parte de mao de obra da populacdo na sua extensa e diversificada rede de lojas. A economia informal também tem crescido com aumento acentuado das feiras livres, bem como das bancas de vendas dos mais diversos tipos de produtos, espalhadas pela cidade. 2.10 Aspectos Culturais e Esportivos A Festa do Padroeiro da cidade, Sao Sebastido, 6 a manifestacdo religiosa que mais se destaca no Municipio. Acontece no dia 20 de janeiro e é realizada pela Igreja Catélica, com atividades religiosas e esportivas, como a Corrida de Sdo Sebastido, na PA-275, que envolve a comunidade e premia os vencedores. Como incentivo a cultura local, o Municipio dispde de alguns projetos culturais em funcionamento, a saber: * Projeto Cultural Frutos da Terra: incentiva artistas locais a se apresentarem a comunidade nas noites de quintas-feiras, no Centro de Desenvolvimento Cultural; *Projeto Cultural Terra Viva: desenvolvido com jovens da comunidade Palmares II, ganhou reconhecimento em toda a regio devido a apresentagdes de dangas folcléricas como bumba-meu-boi, cacuria e carimb6; & * Projeto das Escolinhas de Futebol: incentiva as criangas e jovens a pratica de atividades esportivas variadas. © Municipio ainda possui parceria com empresas e entidades com vistas & promogao da cultura e do entretenimento dos seus municipes. Entre parcerias de maior expressividade, tém-se as fimadas com a Vale, a Liga Esportiva de Parauapebas (LEP), a Sociedade de Reabilitagdo e Reintegragao da Pessoa com Deficiéncia (Sori), o Projeto Cultural e Social Primavera do Amanha, a Associagao de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), 0 Centro de Integragao da Melhor Idade (CIM), as Comunidades Palmares |e Il, entre outros. Parauapebas também incentiva e realiza intercmbios culturais e esportivos com outros municipios, no sentido de promover o desenvolvimento llidico e o bem- estar dos envolvidos, bem como formar atletas. Entre outros eventos, em Parauapebas podem ser conferidas feiras e festas no decorrer do ano que séo marcos importantes como expresso cultural de seu povo, conforme discriminado: Janeiro Festejo e corrida de Sao Sebastiao - 20/01 (PA-275) Margo ‘Semana da Mulher Abril Copa Inter setorial Maio ‘Campeonato Paraense de Motocross Junho Festa junina ‘Agosto Vaquelada No Nicleo Urbano de Carajés esto localizados 0 Cineteatro e o Parque Zoobotnico, cujo acesso se dé mediante autorizagao de visita concedida pelo Instituto Brasileiro do Melo Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaveis (ICMBIO) junto a Prefeitura Municipal de Parauapebas, em fungo da existéncia da portaria de seguranga da Vale. Parauapebas detém uma produgdio artesanal variada, com trabalhos em barro, corda, bambu, couro, madeira, aluminio ¢ contas. Os locais disponivels pelo municipio para o lazer da comunidade, de forma geral, so as quadras pollesportivas espalhadas por varios bairros da cidade, bem como o Estadio Rosen&o, Gindsio Poliesportivo, 0 Centro de Desenvolvimento Cultural e a Praga de Eventos. 2.11 Aspectos Educacionais A educagéo formal do Municipio teve inicio a partir de 1983 com atendimento a criangas e adolescentes nas séries primarias (de 1* a 4* série), na comunidade Rio 15 Verde, numa escola de madeira, coberta de lona e com poucos recursos materiais pedagégicos para o exercicio de uma educagdo de qualidade. Em 1984, 0 povoado recebe a Escola Municipal Chico Mendes, doada pela CVRD, cujo funcionamento comegou no mesmo ano e atendeu uma clientela do Ensino Fundamental e Médio (com uma turma de magistério e outra de contabilidade). Ainda nesse ano deu-se inicio ao funcionamento da Escola Eurides Santana, no Bairro Rio Verde, também em precarias instalages; em 1986, foi criada a Escola Carlos Drummond de Andrade, também no Rio Verde, nas instalagdes de um alojamento onde ficavam trabalhadores 4 espera de contratagdo pelas empreiteiras da CVRD, Esta ultima permaneceu nesse prédio até 2003, tendo passado apenas por algumas reformas. A construgdo definitiva saiu em 2004. Por iniclativa do Governo Estadual foi construlda, também em 1986, a Escola Eduardo Angelim. Em 1988 Parauapebas tornou-se Municipio e passou a responsablizar-se pela educagdo local; a 4rea rural com atendimento educacional era vasta e expandiu-se consideravelmente, chegando a 149 escolas. Eram escolas de pequeno porte, a maioria com uma ou duas salas de aula, funcionando com alunos de 1." a 4." série - todos juntos, as chamadas multisséries. Alguns anos depois, com a emancipaco de Agua Azul do Norte, e posteriormente de Canad dos Carajas, esse numero diminuiu significativamente. Em 1998, iniciou-se a nucleago das escolas rurais devido ao numero reduzido de alunos em algumas escolas, com vistas a diminuir o nimero de turmas multisseriadas. Para tanto, 0 municipio assumiu 0 compromisso com o transporte escolar, garantindo o deslocamento dos alunos até a escola sede. 2.12 Avangos na educagéo A criagéo e a regulamentagéo de érgaos e leis municipais representaram grandes progressos para a Rede Municipal de Ensino; dentre outros, destacam-se a Lei 2.802/97 de 01 de janeiro de 1997, que cria o Conselho Municipal de Educagao de Parauapebas) COMEPA), Lei n° 4.275/04 de 29 de abril de 2004, que dispée sobre o Sistema Municipal de Ensino e Lei 4.375 de 07 de janeiro de 2009, que aprova o Plano Municipal de Educagao. Esse proceso de organizagdo promoveu a autonomia do Municipio em planejar e implementar ages de intervengdes em favor da melhoria da educagao na Rede Municipal. Com o IDEB de 3,5 em 2005, Parauapebas alcanga 5.0 em 2013; com isto pode-se considerar que os investimentos na educagdo tém surtido efeito. Outro avango expressivo para a Rede deu-se na melhoria do indice de analfabetismo, em 16 tomo de 16%, no periodo de 2000 a 2004. Caiu para 12% em 2005 e chegou a 8% em 2010. Por esses méritos, em 2006, durante a Jomada Nacional de Educagao, o Municipio foi contemplado com o prémio Ouro em Educacdo referente ao trabalho do ano anterior, 2005, quando conseguiu alfabetizar 80% dos servidores matriculados no projeto Alfabetizar Letrando. Em 2007 e 2009 0 Municipio recebeu o prémio “Palma de Ouro” como forma de reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Educagao (SEMED), dentro da politica de respeito ao pluralismo de ideias de valorizagao dos profissionais e de igualdade de condig6es, bem como o incentive e a promacéo e a elaboragao de projetos visando o pleno desenvolvimento da educago. Em 2013 e 2014, 0 Municipio foi agraciado com os seguintes prémios: Mengaio no Anuario Multicidade; Gestor Nota 10; Palma de Ouro; Prémio Grand Gestor Municipal do Brasil; Certificado de Qualidade Total Brasil-Suiga em Educacdo. Parauapebas se destaca como 0 3° Municipio do Estado do Para no Indice de Desenvolvimento da Educagao Basica (IDEB), sendo este, responsdvel por nortear as politicas de melhoria na qualidade das escolas publicas brasileiras. Assim, a educacao de Parauapebas figura como uma das melhores das regides sul e sudeste do Para. ‘A Rede Municipal possui ao todo 67 escolas e 01 Centro de Atendimento Personalizado de Jovens e Adultos - CEPEJA; das escolas, 33 sao de Ensino Fundamental (zona urbana), 12 de Ensino Fundamental (zona rural), 19 de Educagdo Infantil e 03 de Educagdo Indigena. A Rede Estadual possui dez escolas e atende 0 Ensino Médio, sendo que dessas, apenas trés so prédios préprios do Estado. Atualmente 80% das escolas que funcionam em prédios préprios possuem salas climatizadas, laboratérios de informatica, salas de leitura e quadra coberta; esto estruturadas e em condigbes de garantir o pleno desenvolvimento das atividades didético-pedagdgicas. Apés a aprovagdo da LDB 9.394/96, que proporcionou aos municipios a possibilidade de implantar seus sistemas préprios de ensino ou compor com os sistemas estaduais, Parauapebas optou pela autonomia, criando em 1997, 0 Conselho Municipal de Educagao de Parauapebas (COMEPA), o que tem contribuldo para regulamentar 0 funcionamento das escolas através do ato de autorizagao e credenciamento. Em 2015 a Rede Municipal de ensino atende a cinquenta mil e quinhentos e doze alunos conforme tabela: Tabela 1 - Numero de Matriculas Niveis e Modalidade de Ensino N°. de Alunos Educagao Infantil 7.430 Ensino Fundamental 1° e 2° Ciclos 21.271 Ensino Fundamental 3° e 4° Ciclos 16.487 EJA - Educag&o de Jovens e Adultos 2.811 TRie TRI 728 CEPEJA 1.785 Total 50.512 Fonte: Setor de Estatistica da SEMED. 2.13 Qualificagao de Professores A formagéo e a qualificagéo dos professores constituem-se em elementos imprescindiveis na qualidade da educagdo; portanto essa ago tem representado prioridade na gestéo da Secretaria de Educago. A realizagao de concurso puiblico Para professores tem contribuido significativamente para o avango da prética Pedagégica dos mesmos, bem como na melhoria da sua autoestima. A Secretaria tem um quadro técnico-pedagégico responsavel pela elaboracao e implementagao de propostas curriculares e pela formac&o continuada dos Professores, coordenadores e gestores das Escolas da Rede. Ill — NIVEIS E MODALIDADES DE ENSINO 3.1 EDUCAGAO BASICA 3.1.1 EDUCAGAO INFANTIL 3.1.2 Diagnéstico Em 2002, a Secretaria Municipal de Educagao de Parauapebas (SEMED) assumiu a modalidade Educago Infantil, atendendo criangas a partir de 4 anos. Criou a Diviséo de Educacdo Infantil nos mesmos padrées das demais divisdes da SEMED, ou seja, com infraestrutura e um quadro de profissionais capacitados, em fungao das demandas e dos desafios a ser superados. Essa equipe é responsavel Pela formagao continuada dos professores e coordenadores das escolas. Nos encontros esses profissionais planejam, discutem a pratica pedagédgica e se fundamentam através de leituras e trocam experiéncias. Garantir 0 direito & Educagéo Infantil para todas as criangas em idade escolar tem sido um dos grandes desafios da SEMED, tendo em vista o elevado fluxo migrat6rio do municipio, assim como a rotatividade intema de parte da populago. Outra variével que interfere na melhoria da Educagdo Infantil, se deve a pratica de que ainda hé familias com a viséo da escola como um melo de assisténcia social, sem 0 compromisso de acompanhar o desenvolvimento escolar dos filhos, chegando a deixar de mandé-los regularmente a escola. Tabela 2 - Taxa de Evasao na Educagao Infantil (2010 - 2014) Matriculas Evasao Taxa Ano Zona Zona Zona Zona Zona Zona Urbana | Rural | Urbana Rural Urbana Rural 2011 5212 273 264 24 4,98% 8,86% 2012 4.951 332 257 22 5,10% 6,60% 2013 5.946 403 373 07 6.20% 2,00% 2014 6.438 185 185 30 3,00% 1,60% Fonte: Setor de estatistica da SEMED Conforme dados, observa-se que houve um avanco significativo no indice de evaséo de 2010 para 2014 nas zonas urbana e rural. Atualmente, hd 19 Escolas de Educag&o Infantil. Desses prédios, 11 sao préprios e@ oito locados. Os prédios préprios apresentam boas condicgées de infraestrutura e acessibilidade, pois foram construidos segundo padrées estabelecidos pelo Ministério da Educagao (MEC). J os espagos locados eram casas residenciais que passaram por adaptagdes em suas estruturas fisicas para funcionamento das escolas, sendo necessdria a construgdéo de unidades com padrao adequado para atender satisfatoriamente ao desenvolvimento das atividades Pedagégicas. 3.1.3 Diretrizes As diretrizes curriculares nacionais estabelecem orientagdes para a elaboragéo das propostas pedagégicas para as etapas da Educago Infantil. Para tanto, as propostas pedagégicas para as instituighes de Educac&o Infantil devem promover, em suas praticas, a integragdo entre os aspectos fisicos, emocionais, afetivos, cognitivo-lingulsticos e socials da crianga, entendendo que ela 6 um ser total, completo e indivisivel. Ao reconhecer a crianga como ser integro que aprende a conviver com os outros, consigo mesma e com o melo ambiente, as propostas pedagégicas devem buscar interagir com outras dreas do conhecimento, com contetidos basics para constituigo de habilidades e valores. Para orientar uma prética pedagégica condizente, a formago dos profissionais da Educagdo Infantil merece uma atengao especial, dada a relevancia de sua atuagéo como mediadores no processo de desenvolvimento e aprendizagem, ou seja, 0 conhecimento das bases cientificas do desenvolvimento da crianga e a habilidade da reflexdo sobre a pratica. Além da formagao académica prévia, faz-se necesséria a formacao permanente, inserida no trabalho pedagégico. E preciso delinear os fundamentos de uma proposta pedagégica norteadora, em que: a) A Educago Infantil tenha aco diferenciada e complementar & a¢do familiar, o que implica permanente e articulada comunicagdo entre elas. b) A Educag&o Infantil de qualidade deve assegurar a formagdo integral das criangas, de modo a criar condigSes para a manifestagao de valores, vivéncias e representagdes infantis. c) A qualidade na Educagdo Infantil deve ser assegurada por meio de um curticulo que respeite as faixas etérias em suas especificidades, considerando a crianga em sua totalidade. 4) As politicas de Educagao Infantil, voltadas ao atendimento das criangas com necessidades educacionals especiais, devem ser complementares e no substitutivas, garantindo assim a sua incluso ao ensino regular. e) As instituigdes de Educacdo Infantil devem elaborar, praticar e avallar suas propostas pedagégicas a partir das Diretrizes Curriculares Naclonals e Municipais para Educagdo Infantil. f) Visando a melhoria na qualidade da Educagdo Infantil, deve-se investir na infraestrutura dos estabelecimentos, proporcionando assim melhores condigdes de trabalho e de aprendizagem. g) Uma Educagdo Infantil de qualidade deve assegurar as criangas o direlto de brincar, estabelecer vinculos afetivos, utilizar diferentes linguagens, expressar sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades. 3.1.4 Metas e estratégias Meta 1 - Educagdo Infantil Assegurar na Educagao Infantil 0 acesso e a permanéncla de 100% (cem por cento) das criancas de 4 a 5 (quatro a cinco) anos na pré-escola e atender, no minimo, 30% (trinta por cento) das criangas de 0 a 3 (zero a trés) anos até o final da vigéncia deste PME. 20 Estratégias: 1.1) Definir, em regime de colaboraao com a Unido, metas de expansao da Rede Publica Municipal de Educagao Infantil segundo padrao nacional de qualidade compativel com a peculiaridade local. 1.2) Realizar, a cada dois anos, levantamento da demanda por creche para a populagdo de zero a trés anos, como forma de planejar a oferta e verificar 0 atendimento da demanda manifesta. 1.3) Estabelecer, na vigéncia do PME, normas, procedimentos e prazos para definiggo de mecanismos de consulta publica da demanda das familias por creches. 1.4) Manter e ampliar, em regime de colaboragao e respeitadas as normas de acessibilidade, programa nacional de construgéio e reestruturagéio de escolas, bem como de aquisigéo de equipamentos, visando a expansdo e a melhoria da rede fisica de escolas municipais de Educago Infantil, quanto a: a) Espago interno, com iluminagao, ventilagéo, visfo para o espago extemo, rede elétrica e seguranga, 4gua potdvel e esgotamento sanitario, de acordo com a normatizagéo do MEC; b) Instalagdes sanitdrias adequadas a higiene pessoal das criangas; c) Instalagdes para o preparo e/ou servigo de alimentagao; d) Ambiente intemo e externo para o desenvolvimento das atividades, conforme as diretrizes curriculares e a metodologia da Educagdo Infantil, incluindo repouso, a expressdo livre, 0 movimento e o brinquedo; ) Mobilidrio adequado e de acordo com as normas de seguranca, equipamentos e materiais pedagégicos especificos a cada faixa etdria; f) Adequag&o do ambiente as caracteristicas das criangas com necessidades educacionais especiais; g) Manutengdio permanente dos espagos escolares, garantindo a crianga espago arejado e organizado que colabore com a sua permanéncia de modo prazeroso. 1.5) A partir da vigéncia deste PME, somente autorizar a construgdo funcionamento de instituigses de Educagdo Infantil, publicas e privadas, que atendam aos requisitos de infraestrutura definidos no item anterior. 1.8) Construir, no minimo, uma escola de El, a cada ano, para atender a demanda. 1.7) Fomentar o atendimento das populagdes do campo e comunidades indigenas na educago infantil, por meio do redimensionamento da distribulgdo territorial da oferta, limitando a nucleagao de escolas e o deslocamento das criangas, de forma a atender as especificidades dessas comunidades, garantida consulta prévia e informada. 21 , Cee 1.8) Fomentar 0 acesso a Educagao Infantil e a oferta do atendimento educacional especializado complementar e suplementar aos alunos (as) com necessidades especiais, transtomos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotagao, assegurando a educagdo bilingue para criangas surdas nessa etapa da educacao basica. 1.9) Implementar, em caréter complementar, programas de orientacdo e apoio as familias, por meio da articulagao das reas da educacdo, salide e assisténcia social, com foco no desenvolvimento integral das criangas de até trés anos de idade. 1.10) Preservar as especificidades da educacdo infantil na organizagSo das redes escolares, garantindo o atendimento da crianga de até cinco anos em estabelecimentos que atendam a pardmetros nacionais de qualidade e a articulagao com a etapa escolar seguinte, visando o ingresso do (a) aluno (a) de seis anos de idade no Ensino Fundamental. 1.11) Fortalecer 0 acompanhamento e 0 monitoramento do acesso e da permanéncia das criangas na Educagdo Infantil, em especial dos beneficidrios de programas de transferéncia de renda, em colaboragao com as familias e com os 6rgdos piblicos de Assisténcia Social, satide e protego a infancia. 1.12) Promover a busca ativa de criangas em idade correspondente & Educagdio Infantil, em parceria com érgaos piiblicos de Assisténcia Social, satide e protegao a infancia, preservando o direito de op¢ao da familia em relacdo as criancas de até trés anos. 1.13) Estimular 0 acesso & Educacao Infantil em tempo integral para todas as criangas de até cinco anos de idade, conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais. 1.14) Assegurar as politicas publicas para a formacdo inicial e continuada dos (as) profissionais da Educagdo Infanti, garantindo, progressivamente, o atendimento por profissionais concursados. 1.15) Implantar e implementar 0 Conselho Escolar e/ou outras formas de participagéo da comunidade escolar e local para melhorar a qualidade de atendimento em todas as instituigbes que ofertam a Educagdo Infantil, ampliando as oportunidades educativas e enriquecendo os recursos pedagdgicos. 1.16) Prover, para que em dois anos, a partir da vigéncia deste PME, todas as instituig6es de Educagao Infantil tenham formulado seus projetos politicos pedagégicos, com a patticipagao dos profissionais da educagao e dos conselhos escolares nelas envolvidos. 1.17) Estimular a articulago entre a pés-graduago, niicleos de pesquisa e cursos de formacao para profissionais da educagao, de modo a garantir a elaboracaio de curriculos e propostas pedagégicas capazes de incorporar os avangos de pesquisas ligadas ao processo de ensino e a aprendizagem e teorias educacionais no atendimento da populacdo de até cinco anos de idade. 1.18) © Municipio, através das Secretarias de Educagdo, Assisténcia Social e de Satie, realizara e publicard, a cada trés anos, contados a partir da aprovagao deste PME, levantamento da demanda por Educagdo Infantil em creches e pré-escolas, como forma de planejar e verificar 0 atendimento da demanda manifesta. 1.19) Realizar, a cada dois anos, a partir da vigéncia deste PME, avaliacaio da Educag&o Infantil, com base em parametros nacionals de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura fisica, 0 quadro de pessoal, as condigdes de gestdo, os recursos pedagégicos, a situagao de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes. 1.20) Promover, na vigéncia deste PME, debate com a sociedade civil, por meio de Forum Municipal de Educagdo Infantil. 1.21) Implantar politicas educacionais na Educagao Infantil a partir do que asseguram as Diretrizes Curriculares Nacionals da Educacdo Infantil — DCNEIs. 1.22) Garantir 0 acesso a leitura de qualidade, por meio de estruturagao das salas de leitura com acervo literdrio de acordo com a faixa etéria. 3.2 ENSINO FUNDAMENTAL 3.2.1 Diagnéstico A Constituigao Brasileira no artigo 208 prevé a garantia de oferta de vagas para todas as criangas no Ensino Fundamental, inclusive para todos que néo tiveram acesso na idade propria. Em consonaincia com a legistagao em vigor, o Municipio de Parauapebas tem assumido 0 compromisso de ofertar vagas para todas as criancas em idade escolar e para jovens e adultos que procuram a escola. Em fung&o do crescimento demogréfico do Municipio, o niimero de alunos aumenta de forma acelerada. Em contrapartida, a expansdo da rede fisica escolar no ocorreu no mesmo ritmo do aumento do numero de matriculas. Para atender a demanda, tem sido necessdrio locar prédios que funcionam como extensées de escolas j4 existentes na Rede. Além disso, o turno intermediario faz parte do funcionamento de 90% das escolas; apesar de todos os esforcos, o municipio ainda no conseguiu extinguir esse tuo, mesmo considerando tratar-se de um horatio impréprio para o bom desempenho do processo de ensino e aprendizagem. 23 Um problema relevante na educagéo brasileira 6 a distorcao idade-série. Para mudar essa realidade, desde a década de 80, varios estados e municipios brasileiros iniciaram processo de reestruturaco do Ensino Fundamental a partir das séries iniciais, tendo como objetivos minimizar o problema da repeténcia, evaséo escolar e a transformagéo na prética pedagdgica, a fim de elevar a qualidade da aprendizagem e reduzir as desigualdades, que também se manifestam no processo de escolarizagao. © sistema de ensino seriado revelou-se numa forma de organizagdo fragmentada e hierarquizada das etapas da escolarizacdo que se impée sobre os alunos e sobre os profissionais da educago. Numa perspectiva de minimizar o problema da reprovacaio e contréria a do sistema seriado, alguns municipios brasileiros implantaram o sistema ciclado. Os ciclos compreendem periodos de escolarizagdo que ultrapassam as séries anuais; s&o organizados em blocos cuja duracao varia, podendo atingir até a totalidade de trés anos prevista para um determinado nivel de ensino. Eles representam uma tentativa de romper com a “cultura da repeténcia’, a “pedagogia da reprovagao", a fragmentagao do curriculo e a descontinuidade no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. 3.2.2Organizagao da Educagao em Ciclos/Ano Conforme j& mencionado, a Rede Municipal de Ensino de Parauapebas implantou o sistema de ciclos em 1998. Com a municipalizagdo das turmas de 5° a 8" série em 2003, n&o foi possivel, de imediato, implantar o sistema ciclado neste segmento, uma vez que era necessério planejar o gerenciamento dos recursos pblicos e elaborar a proposta pedagégica. Nos dois primeiros anos desse processo de organizago nessa nova realidade, foram definidas as seguintes prioridades: © Ampliar a oferta de vagas para esse segmento; + Contratar professores a fim de garantir aulas regulares em todas as escolas; * Assegurar a contratagéo de coordenadores (pedagogos) para todas as escolas; * Reorganizar o funcionamento das escolas em relagdo a diversos aspectos administrativos e pedagégicos; Em 2010, por meio da Resoluggo n° 14, de 25 de novembro, a SEMED estende © sistema ciclado no segmento de 5* a 8* série. Para atender esse segmento, a Secretaria Municipal de Educago criou a Divisdo de 5* a 8° série, composta por uma coordenagdo geral que atuava na SEMED e por coordenadores pedagégicos 24 (técnicos das areas do conhecimento), conforme os padrées dos demais setores anteriormente existentes. Com a organizago da educagdo em ciclos, foi necessério intensificar 0 investimento na capacitago dos professores quanto @ concepgao de ensino e aprendizagem, alfabetizacdo, leitura, escrita e avaliagao, entendendo-se que mudar a forma de organizagao da educacéo por si mesmo no basta para resolver o problema da qualidade. Tabela 3 - Matricula, Aprovagao, Reprovacao e Evasio 2010 ~ 2014. ‘Ano__|Matricula | Aprovacéo | Taxa | Reprovagio| Taxa_| Evasio | Taxa 2010 26744 23074 | 93,73% 715 2,90% 829 | 3,37% 2011 30534 25291 | 90,10% 836 2,98% | 1943 | 6,92% 2012 30595 28608 93,5% 1013 3,3% 974 3.2% 2013 33743 31635 | 93,75% 962 2,95% | 1146 | 3,4% 2014 36175 34496 95,4% 764 2.1% 913 2,5% Fonte: Setor de Estatistica da SEMED 3.2.3 Distorgao Idade-Ano A distorgo idade-ano é um indicador de qualidade em educagao utiizado pelo Ministério de Educago e Cultura - MEC, por meio de seu instituto de pesquisas educacionais, 0 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas - INEP. Aqui no Municipio, esse indicador comegou a ser mensurado anualmente em 1997, quando se detectou mais de 50% dos alunos de 1* a 4* série com esse tipo de problema. Em algumas escolas o percentual chegava a 57% do total dos alunos. Em 1998, para minimizar o problema, foi implantado 0 Projeto de Aceleragao: “Cidadania em Construgéo’, o qual, apés dois anos, se tomou uma agdo Permanente no Municipio, com resultados satisfatérios. No primeiro segmento, os Indices do Municipio j4 estavam abaixo da média nacional. Porém, com o crescimento do numero de matriculas com a inser¢ao de 5° a 8° série na rede, esse Indicador tornou-se ag&o efetiva. Tabela 4 — Distorgao Idade — Ano 5 5 : 5 Ano | 2° Ano ‘ANO] 14° Ano| 2° Ano | 3° Ano | 4° Ano] 5° Ano | e*Ano | 77Ano | wane, | ZAR 2010| 1.78% | 5.20% | 17.75% | 18,55% | 23,77% | 35,35% | 33.52% | 31,50% | 90.94% 2011 | 350% | 449% | 7.63% | 18.27% | 16.44% | 25.12% | 31.90% | 20.65% | 26,82% 2012; 1% | 18% | 62% | 5% | 7% | 12% | 18% 11% | 6.6% 2013; 2% | 4% | 8% | 103% | 144% | 236% | 256% | 16% | 19.2% Bora, 24% | 3% | 6% | 9% | 13% | 235% | 27% | 18% 20% Fonte: Relatério Estatistico / Setor de Estatistica da SEMED. 25 3.2.4 Alunos Fora da Escola De acordo com dados do Ministério da Educag4o/Observatério do PNE, em 2015 ha 4,2% de criangas entre 06 a 14 anos fora da escola. A existéncia de criangas fora da escola e as taxas de analfabetismo esto estreitamente associadas. © fato de ainda haver criangas fora da escola no tem como causa determinante 0 déficit de vagas; est diretamente relacionado as condigées de exclusao e marginalidade social em que vivem varios segmentos da populagao. 3.2.5 Processo de Avaliagdo da Aprendizagem Na construgdo de uma escola democratica e cidada, a avaliago & considerada um instrumento auxiliar indispensavel no processo de aprendizagem. Mas est4 muito distante do significado historicamente construido de instrumento burocrético ou de atribuigo de notas com o objetivo de aprovar, premiar, reprovar ou de castigar 0 estudante pelo seu desinteresse e falta de empenho em relagdo aos estudos. A avaliag&o precisa ser entendida como instrumento de compreens4o do nivel de aprendizagem dos alunos em relagao aos conceitos estudados e as habilidades desenvolvidas. Tal aco necesita ser construlda, visto que o processo de formagao de conhecimentos daré subsidios ao professor para este perceber avangos @ dificuldades dos alunos e, imediatamente assim, rever sua pratica e redimensionar suas agdes quando necessério, Portanto, dentro da concep¢ao mais progressista de educago, ndo existe lugar para avaliagdo autoritéria, que nao vise ao crescimento do aluno. A avaliag&o necessita ser vista ainda como uma reflexéo pratica que aponte para a tomada de decisdes durante todo 0 progresso educacional e no apenas um momento final do processo. Deve ser interativa, pois nela os alunos avaliam @ sdo avaliados, superando principios ultrapassados e limitados de que apenas os estudantes devem ser avaliados, individualmente, numa determinada atividade. A avaliagdo & parte integrante do planejamento e deve estar presente em todas as suas etapas. Na possibilidade de avaliar 0 desempenho de cada aluno, no que diz respeito €s competéncias que adquiriu ao final de cada bimestre, o Sistema Municipal de Ensino utiliza Relatério, Ficha de Acompanhamento de Rendimento, denominada Parecer, onde sao considerados os conceitos: PP (Progrediu Pouco), PR (Progrediu Regularmente) e PM (Progrediu Muito), procedimento utilizado para os alunos da Educagao Infantil, Ensino Fundamental e Educagao de Jovens e Adultos. 26 A avaliagao deve ser um mecanismo que viabilize ao professor elementos para uma reflexéo continua sobre sua prdtica: a criagdo de novas metodologias Pedagégicas de trabalho deve ocorrer, sistematicamente, durante todo o proceso de ensino € aprendizagem, e néo somente apés o fechamento de etapas de trabalho, como 6 o habitual. E um dos termémetros que permitem buscar alternativas mais eficazes para a melhoria da educagdo. Sendo necessério realizar uma avaliagéo efetiva de todo o processo educacional, principalmente das ages pedagégicas, antes de atribuir a0 educando a responsabilidade total da sua aprendizagem. 3.2.6 Diretrizes A Constituigéo de 1988 prevé a garantia da oferta de Ensino Fundamental a todos e a Lei de Diretrizes e Bases da Educacdo no art. 32 estabelece objetivos basicos de aprendizagem na formagao do cidadao. Parauapebas tem assumido 0 compromisso de ofertar vagas a todas as criangas no Ensino Fundamental em idade escolar. Porém, para assegurar uma educagao de qualidade, faz-se necessério que o Sistema Educacional tenha como referéncia os seguintes principios fundamentais: * Oacesso e a permanéncia com sucesso na escola; * Gest&o democratica do sistema municipal de educagao; * A valorizacao profissional dos educadores; A qualidade social da educa¢ao. Com base nesses principios, foram estabelecidas diversas diretrizes a serem redimensionadas no decorrer da vigéncia deste PME. A busca de qualidade requer investimentos na formagao inicial e continuada de professores, em uma politica de salarios dignos através do Plano de Carreira, na qualidade dos recursos pedagégicos e tecnolégicos. Implica colocar, também, no centro de debate o planejamento pedagégico das atividades escolares para atingir a qualidade almejada do sistema educacional. Pode-se garantir a universalizacéo do Ensino Fundamental com qualidade, assegurando 0 direlto de acesso e permanéncia na escola, adequando o curriculo, a organizag&o escolar, os calenddrios e dispondo de programas especificos para prover a melhor qualidade do ensino e aprendizagem, combatendo a repeténcla e a evaséo escolar. Quanto a evasdo, 0 Poder Publico deve investir em acées de cunho pedagégico mais eficaz, fazer da escola um lugar com metas e objetivos claros. 27 Deve-se assegurar a melhoria na infraestrutura dos prédios escolares, de modo que possa favorecer a utilizagao de tecnologias educacionais, a pratica de atividades artistico-culturais, esportivas e recreativas e eliminagdo do tumo intermediario e as extensées existentes. Partindo-se do principio que uma das fungdes da escola se alicerga, principalmente, pelo desenvolvimento da competéncia leitora, o Municipio precisa investir constantemente em acervo bibliografico, para as bibliotecas das escolas e das salas de leitura. A gestéo democritica também se constitui em um importante instrumento para melhoria da qualidade da educacao, com vistas ao desenvolvimento humano e social. A relagdo entre a escola e a comunidade, a efetivagdo do papel dos Conselhos Escolares, o incentivo a organizagao dos grémios estudantis nas esferas publicas, deverao constituir, mutuamente, num forte aliado a formago critica dos educandos, reforgando 0 papel do Projeto Politico Pedagégico de cada unidade educacional. 3.2.7 Metas e Estratégias Meta 2 - Ensino Fundamental Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda populagao de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos de idade e garantir que, pelo menos 95% (noventa e cinco) dos alunos concluam esta etapa na idade recomendada até 0 itimo ano de vigéncia deste PME. Estratégias: 2.1) Ampliar as turmas de Recuperagao Paralela e implementar as j4 existentes como mecanismos para 0 acompanhamento individual de cada estudante, que apresentar defasagens nas aprendizagens de acordo com 0 ano do ciclo. 2.2) Fortalecer 0 acompanhamento @ o monitoramento do acesso, da permanéncia e do aproveitamento escolar dos alunos beneficidrios dos Programas de Transferéncia de Renda estabelecendo as parcerias com érgaos publicos de Assisténcia Social, satide e protego a infancia, adolescéncia e juventude bem como identificar motivos de auséncia e balxa frequéncia. 2.3) Promover a busca ativa de criangas e adolescentes fora da escola, em parceria com 6rgaos piblicos de assisténcia social, satide e protecéo a Infancia, adolescéncia e juventude 28 2.4) Ampliar programa municipal de aquisigéo de veiculos para transporte dos estudantes do campo, com os objetivos de renovar e padronizar a frota rural de veiculos escolares. 2.5) Manter programa municipal de reestruturago @ aquisigéo de equipamentos para escolas do campo, bem como de produgao de material didatico e de formagéio. de professores. 2.6) Manter programas de formago de pessoal especializado, de produgdo de material didético e de desenvolvimento de curriculos e programas especificos para educagao escolar nas comunidades indigenas, incluindo os contetidos étnicos, correspondentes as respectivas comunidades @ considerando o fortalecimento das préticas socioculturais e da lingua materna de cada comunidade indigena. 2.7) Desenvolver tecnologias pedagégicas que combinem, de maneira articulada, a organizagao do tempo e das atividades diddticas entre a escola e o ambiente comunitério, em prol da educaggo do campo e da educagao indigena. 2.8) Estimular a oferta dos anos iniciais do Ensino Fundamental para as populagdes do campo nas préprias comunidades rurais. 2.9) Disciplinar, no Ambito dos sistemas de ensino, a organizagdo do trabalho pedagégico, incluindo adequago do calendério escolar de acordo com a realidade local e com as condigées climaticas da regido. 2.10) Oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes e de estimulo a habilidades, inclusive em certames e concursos nacionais. 2.11) Universalizar 0 acesso @ rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade ¢ aumentar a relagdo computadores/estudante nas escolas da Rede Publica Municipal, promovendo a utilizagéo pedagégica das tecnologias da informagao e da comunicacao. 2.12) Definir, até 0 primeiro semestre de 2017, expectativas de aprendizagem para todos os anos do Ensino Fundamental, de maneira a assegurar a formagdo basica comum, reconhecendo a especificidade da infancia, da adolescéncia e da juventude, 08 novos saberes @ os tempos escolares. 2.13) Manter e ampliar, em regime de colaborago e respeitadas as normas de acessibilidade, programa nacional de construgdo e reestruturacdo de escolas, conforme padrées minimos de funcionamento do MEC, bem como de aquisigéo de equipamentos, visando expanséo e a melhoria da Rede Fisica das Escolas Municipais. 29 2.14) A partir da vigéncia deste PME, apoiar e incentivar as organizagées estudantis, como espago de participagao e exercicio da cidadania. 2.15) Garantir a formag&o continuada em servico, dos profissionals da educagaio (professores e coordenadores), visando a reflexdo sobre a pratica pedagéglca, & construgéo de conhecimento e a autonomia no fazer pedagdgico, inclusive para a propria eficécia do sistema ciclado. 2.16) Intensificar a formag&o dos professores na educago inclusiva, com vistas a atender os alunos com necessidades educacionais especiais. 2.17) Investir na formagao em servigo dos gestores de escola a fim de promover melhorias na qualidade da gestéo, com vistas A construggo coletiva do Projeto Politico Pedagégico de todas as escolas da Rede Municipal. 2.18) Implantar gradativamente, na vigéncia deste PME, 0 Servigo de Orientagéo Educacional (SOE) em todas as escolas da Rede Municipal de Ensino. 2.19) Implementar os Projetos Politico Pedagégicos, das escolas da Rede com observancia & concepgo pedagégica do PDE Interativo - Programa de Desenvolvimento da Escola. 2.20) Implantar o Programa Educagao Ambiental, conforme a Lei n. 9.795/99, nas Propostas Curriculares das escolas no prazo de dois anos, a partir da vigéncia deste PME. 2.21) Implantar a tematica histérico-cultural afro-brasileira, em cumprimento a Lei 10.639/2003, nas Propostas Curriculares das escolas no prazo de dois anos, a partir da vigéncia deste PME. 2.22) Inserir o ensino da musica nas escolas conforme a Lei 11769/2008 durante a vigéncla deste PME. 2.23) Garantir a quantidade maxima de alunos por turma/ano, de acordo com a Portaria de lotago expedida pelo gabinete do (a) Secretario (a) de Educagao. 2.24) Garantir 0 cumprimento de metas como critérios de desempenho dos alunos ao final de cada ano do ciclo, a partir do primeiro ano de vigéncia deste PME. 2.25) Implementar os laboratérios de informética, bem como realizar manutengaio regularmente nos equipamentos, substituindo aqueles que ndo se encontram em condigdes de uso, de modo que a proposta de informatica na educaco contribua para a incluso digital. 30 2.26) Adotar os critérios de avaliagao nacional e estadual como pardmetros para a implantagao de um sistema de avaliagao para acompanhamento da melhoria da qualidade do Ensino Fundamental do Municipio, durante a vigéncia deste PME. 2.27) Implantar sistema de informag&o para acompanhamento de dados estatisticos da educagéo da Rede Municipal de Ensino. 2.28) Adotar a politica de fortalecimento dos Conselhos Escolares, garantindo a Participagéio da comunidade nas decisées relativas as questies administrativas e pedagégicas da escola. 2.29) Manter e ampliar programas e agdes de corregdo de fiuxo do Ensino Fundamental, por meio do acompanhamento individualizado do (da) aluno (a) com rendimento escolar defasado ¢ pela adogdo de praticas como aulas de reforgo no tumo complementar, estudos de recuperagéo e progressao parcial, de forma a reposicioné-lo no ciclo escolar de maneira compativel com sua idade. Meta 3 - Ensino Fundamental Consolidar o processo de alfabetizagao e letramento de todas as criangas até, no maximo, os 8 (oito) anos de idade. Estratégias: 3.1) Estruturar 0 ciclo de alfabetizagao e letramento, de forma articulada com estratégias desenvolvidas na Educagdo Infantil, com qualificagao e valorizagdo dos professores alfabetizadores e com apoio pedagégico especifico, a fim de garantir a alfabetizag&o e o letramento plenos de todas as criangas. 3.2) Instituir instrumentos de avaliago municipal periédicos e especificos para aferir a alfabetizagéo e o letramento das criangas, aplicados ao longo e ao final do processo, bem como estimular os Sistemas de Ensino e as escolas a criar seus respectivos instrumentos de avaliagéo e monitoramento, implementando medidas Pedagégicas para alfabetizar e letrar todos os alunos(as) até 0 final do quinto ano do ensino fundamental. 3.3) Aderir e implementar Proposta Nacional de Alfabetizagao na Idade Certa (PNAIC), bem como o acompanhamento dos resultados nos Sistemas de Ensino em que forem aplicadas. 3.4) Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovagao das praticas pedagégicas nos sistemas de ensino que assegurem a alfabetizagdo e o 31 letramento para favorecer a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos alunos, consideradas as diversas abordagens metodolégicas e sua efetividade. 3.5) Apoiar a alfabetizacao e 0 letramento de criancas do campo e indigenas e de Populagées itinerantes, com a produgo de materials diddticos especificos, e desenvolver instrumentos de acompanhamento que considerem o uso da lingua matema pelas comunidades indigenas. 3.6) Promover e estimular a formago inicial e continuada de professores para a alfabetizag&o e letramento de criangas, com 0 conhecimento de novas tecnologias educacionais € praticas pedagégicas inovadoras, estimulando a articulacao entre programas de pos-graduagao stricto sensu e acies de formagao continuada de professores para a alfabetizaco e letramento. 3.7) Apoiar a alfabetizagéo e o letramento dos alunos com necessidades educacionais especiais, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetizagao bilingue de pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalidade temporal. 3.8) Promover a aprendizagem em Lingua Portuguesa e Matematica, envolvendo os quatro eixos e os descritores de habilidades alcangando o nivel avangado, na escala de proficiéncia leitora. 3.9) Institucionalizar a formagao leitora, tendo por objetivo a fruigdo estética para elevagao do padrao cultural, social e intelectual da Rede. 4-Ensino Fundamental / Educagao Integral Oferecer educagao em tempo Integral em, no minimo, 30% (trinta por cento) das escolas piiblicas municipals, de forma a atender, pelo menos, 10% (dez por cento) dos alunos da educagao basica, até o final deste PME. Estratégias: 4.1) Promover, com o apoio da Unido, a oferta de educa¢éo basica publica em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagdgico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanéncia dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a sete horas diarias durante todo o ano letivo. 4.2) Institucionalizar e manter, em regime de colaborago, programa municipal de ampliagdo e reestruturacdo das escolas publicas municipais, por meio da construgo @ reestruturagao de quadras poliesportivas, laboratérios, inclusive de informatica, 32 espagos para atividades culturals, bibliotecas, auditérios, cozinhas, refeitérios, banheiros e outros equipamentos, bem como de produgao de material didatico e de formagao de recursos humanos para a educagao em tempo integral. 4.3) Fomentar a articulago da escola com os diferentes espagos educativos, culturals e esportivos, e equipamentos publicos como centros comunitarios, bibliotecas, pragas, parques, museus, teatros e cinemas. 4.4) Estimular a oferta de atividades voltadas 4 ampliago da jomada escolar de alunos (as) matriculados nas escolas da Rede Publica Municipal, em parceria com entidades privadas de servigo social. 4.5) Garantir o aumento da oferta de matriculas em programas federals, estaduais e municipais destinados a ampliagdo da jomiada escolar. Meta 5 - Ensino Fundamental / IDEB Fomentar a qualidade do Ensino Fundamental em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias para o IDEB: Tabela 5 — IDEB Projetado a Nivel Nacional IDEB 2011 | 2013 | 2015 | 2017 | 2019 | 2021 Anos Iniciais do Ens. Fundamental 4,3 46 48 5,1 5,4 5.7 Anos Finais do Ens. Fundamental | 38 | 42 | 46 | 49 | 51 | 54 Fonte: INEP Estratégias: 5.1) Assegurar que: a) no 5° (quinto) ano de vigéncia deste PME, pelo menos 70% (setenta por cento) dos (as) alunos (as) do Ensino Fundamental tenham alcangado nivel adequado em relago aos direitos da aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo e 30%, (trinta por cento) pelo menos, o nivel adequado; b) no Ultimo ano de vigéncia deste PME, todos os estudantes do Ensino Fundamental tenham alcangado nivel basico em relagio aos direitos da aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo e 80%, (oitenta por cento) pelo menos, o nivel adequado. 33 5.2) Constituir um Conjunto Municipal de Indicadores de Avaliagao institucional com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educagdo, nas condiges de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagégicos disponiveis, nas caracteristicas da gestio e outras dimensdes relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino. 5.3) Formalizar e executar o Plano de Agdes Articuladas dando cumprimento as metas de qualidade estabelecidas para a educagdo Publica Municipal e as estratégias de apoio técnico e financeiro voltadas & melhoria da gestdo educacional, & formagao de professores e professoras e profissionais de servigos e apoio escolar, 4 ampliagdo e desenvolvimento de recursos pedagdgicos e melhoria e expansdo da infraestrutura fisica da Rede Escolar. 5.4) Fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os resultados pedagégicos dos indicadores do Sistema de Avaliago da Educaco MunicipaV/IDEB, relativos as escolas da Rede, com relagSo a indicadores sociais relevantes, como os de nivel socioeconémico das familias dos alunos e a transparéncia e 0 acesso pliblico as informagbes técnicas de concepc&o e operagdo do Sistema de Avaliaco. 5.5) Associar a prestacdo de assisténcia técnica e financeira a fixagdo de metas intermediarias, nos termos e nas condigdes estabelecidas conforme pactuagdo voluntaria entre os entes, relacionando o IDEB das escolas e da Rede Municipal com a média nacional. 5.6) Aprimorar continuamente os instrumentos de avaliagao da qualidade do Ensino Fundamental, de forma a englobar o ensino de ciéncias nos exames aplicados nos anos finais do Ensino Fundamental, assegurada a sua universalizagao, ao Sistema de Avaliacdo da Rede. 5.7) Desenvolver indicadores especificos de avaliago da qualidade da Educagao Especial. 5.8) Orientar as politicas da rede, de forma a buscar atingit as metas do IDEB, diminuindo a diferenga entre as escolas com os menores indices e a média municipal, garantindo equidade da aprendizagem e reduzindo, em 70%, (setenta por cento) até o ultimo ano de vigéncia do PME. 5.9) Garantir transporte gratuito para todos (as) os (as) estudantes da Educacao do Campo na faixa etdria da educagao escolar obrigatéria, mediante renovagao e padronizagdo Integral da frota de velculos, de acordo com especificagdes definidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalizagéo e Qualidade Industrial - Inmetro, e financiamento compartithado, com participago da Unido proporcional as necessidades dos entes federados, visando reduzir a evasio escolar e o tempo médio em deslocamento a partir de cada situago local. 34 5.10) Implementar o desenvolvimento de tecnologias educacionais, e de inovagao das praticas pedagégicas nos Sistemas de Ensino, inclusive a utilizagao de recursos ‘educacionais abertos, que assegurem a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as). 5.11) Universalizar, até o final da vigéncia deste PME, 0 acesso & rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e que, até o final da década todos 98 alunos tenham acesso ao computador nas escolas da Rede Publica, promovendo a utilizago pedagégica das tecnologias da informagao e da comunicacao. 5.12) Apoiar tecnicamente a gestio escolar, garantindo a participacdo da comunidade escolar no planejamento da aplicagéo dos recursos, visando a ampliagdo da transparéncia e ao efetivo desenvolvimento da gesto democratica. 5.13) Apoiar a implementagdo de programas nas escolas e aprofundar agées de atendimento ao aluno (a), em todas as etapas do ensino fundamental por meio de programas suplementares de material didatico-escolar, transporte, alimentacdo e assisténcia a sade. 5.14) Assegurar, a todas as escolas da Rede, agua tratada e saneamento basico; energia elétrica; acessibilidade a pessoa com deficiéncia; acesso a bibliotecas, a espagos para prética de esportes e aos bens culturais e a arte; e equipamentos e laboratérios de ciéncias, em parceria com a unio, 5.15) Institucionalizar e manter, em regime de colaboracdo, programa municipal de reestruturaco e aquisicao de equipamentos para escolas municipals. 5.16) Estabelecer 6 implementar diretrizes pedagégicas e pardmetros curriculares nacionais comuns, com direitos da aprendizagem e desenvolvimento dos alunos para cada ano do Ensino Fundamental, respeitada a diversidade local, conforme proposta pedagégica 5.17) Informatizar integralmente a gesto das escolas da Rede Municipal, bem como implantar programa de formagGo inicial @ continuada para o pessoal técnico da Secretaria de Educago. 5.18) Garantir politicas de combate a violéncia na escola, inclusive pelo desenvolvimento de agdes destinadas a capacitagao de educadores para detecgao dos sinals de suas causas, como a violéncia doméstica e sexual, favorecendo a adogao das providéncias adequadas que promovam a construgao de cultura de paz @ ambiente escolar dotado de seguranga para a comunidade. 5.19) Implementar politicas de inclusdo e permanéncia na escola para adolescentes @ jovens que se encontram em regime de liberdade assistida e em situacdo de rua, 35 assegurando-se os principios do Estatuto da Crianga e do Adolescente de que trata a Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990. 5.20) Garantir os contetidos da histéria e cultura afro-brasileira @ indigena, nos curriculos e ages educacionais, nos termos da Lei n° 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e da Lei n° 11.645, de 10 de marco de 2008, assegurando-se a implementago das respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio de ages colaborativas com Féruns de Educagdo para a diversidade étnico-racial, Conselhos Escolares, equipes pedagdgicas e com a sociedade civil. 5.21) Consolidar a educag&o escolar no campo, de populagdes itinerantes, de comunidades indigenas, respeitando a articulagao entre os ambientes escolares e comunitarios, garantindo o desenvolvimento sustentével e preservagdo da identidade cultural, a participagdo da comunidade na definig&éo do modelo de organizagao pedagégica e de gestdo das instituigdes, consideradas as praticas socioculturais e as formas particulares de organizagao do tempo. A oferta bilingue da Educagdo Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, em lingua matema das comunidades indigenas e em lingua portuguesa; a reestruturagao e aquisigao de equipamentos, a oferta de programa para a formacdo inicial e continuada dos profissionais da educacdo, e o atendimento em Educagao Especializado. 5.22) Desenvolver curriculos e propostas pedagégicas especificas para Educago do Campo e as comunidades indigenas, incluindo os conteddos culturais correspondentes as respectivas comunidades e considerando o fortalecimento das praticas socioculturais e da lingua matema de cada comunidade indigena; produzindo e disponibllizando materiais didaticos especificos, inclusive para os alunos com necessidades educacionals especiais. 5.23) Mobilizar as familias e setores da sociedade civil, articulando a educacéo formal com experiéncias de educagdo popular e cidad&, com os propésitos de que a educago seja assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento das politicas publicas educacionais. 5.24) Promover a articulagdo dos programas da 4rea da educago, de Ambito local com os de outras 4reas como saiide, trabalho e emprego, assisténcia social, esporte, cultura, possibllitando a criagao de rede de apoio integral as familias, como condigdo para a melhoria da qualidade da educagao municipal. 5.25) Estabelecer agdes efetivas especificamente voltadas para a promogao, prevengdo, atencéo e atendimento a satide e integridade fisica, mental e emocional dos profissionais da educag&o, como condiggo para a melhoria da qualidade educacional 36 5.26) Promover, em consonancia com as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura, a formagao de leltores, a capacitagdo de professores, biblitecérios agentes da comunidade para atuar como mediadores da leitura, de acordo com a espectficidade das diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem. 3.3 - EDUCAGAO ESCOLAR INDIGENA 3.3.1 DIAGNOSTICO No Brasil, desde o século XVI, a oferta de programas de educago escolar as comunidades indigenas esteve pautada pela catequizagdo, civilizacdo e integragao forgada dos Indios a sociedade nacional. Dos missionarios jesultas aos positivistas do Servigo de Protegao aos Indios, do ensino catequético ao ensino bilingue, a tOnica foi uma s6: negar a diferenca, assimilar os Indios, fazer com que eles se transformassem em algo diferente do que eram. Nesse proceso, a instituigao da escola entre grupos indigenas serviu de instrumento de imposigao de valores alheios @ negagao de identidades e culturas diferenciadas. Hé, ainda, muito a ser feito e construido no sentido da universalizagdo da oferta de uma educago escolar de qualidade para os povos indigenas, que venha ao encontro de seus projetos de futuro, de autonomia e que garanta a sua incluso nto universo dos programas govemamentais que buscam a satisfagdo das necessidades basicas de aprendizagem, nos termos da Declarago Mundial sobre Educago para Todos. A. populagSo indigena, sua disperso e heterogeneidade tomam particularmente dificil 2 implementacao de uma politica educacional adequada. Por isso mesmo, & de particular importancia o fato de a Constituico Federal ter assegurado 0 direito da educacao escolar diferenciada, especifica, intercultural bilingue as sociedades indigenas, o que vem sendo regulamentado conforme legistagao vigente, Dessa forma poderd assegurar sua sobrevivéncia fisica e étnica, resgatando a divida social que o Brasil acumulou em relag3o aos habitantes originals do territério. A transferéncia da responsabilidade pela educagao indigena da Fundagdo Nacional do Indio - FUNAI - para o Ministério da Educagdo ndo representou apenas uma mudanga do érgao federal gerenciador do processo. Representou também uma mudanga em termos de execucdio: se antes as escolas indigenas eram mantidas pela FUNAI (ou por Secretarias Estaduais e Municipais de Educagéio, através de convénios firmados com o érgdo indigenista oficial), agora cabe aos Estados assumir tal tarefa. A estadualizagéo das Escolas Indigenas e, em alguns casos, sua municipalizag&o ocorreram sem a criago de mecanismos que assegurassem certa uniformidade de ages que garantissem a especificidade destas escolas. 37 Atualmente, ha trés escolas municipais indigenas localizadas no territério Kateté, nas comunidades indigenas Xikrin; sdo elas: Escola Municipal de Ensino Fundamental Bep-Karoti Xikrin, Escola Municipal de Ensino Fundamental Moik6é Xikrin e Escola Municipal de Ensino Fundamental Bep-Tum Xikrin. Os estabelecimentos funcionam com Educagao Infantil, Ensino Fundamental e a modalidade EJA. 3.3.2 DIRETRIZES O direito de educagao diferenciada esté fundamentado nos principios comunitario, da interculturalidade, do bilinguismo e da especificidade; 6 assegurado no plano formal por dispositivos juridicos que passam a orientar as politicas educacionais brasileiras. De acordo com o parecer CNE/CEB N*20/2009, em seu art. 8°, §2°, as propostas pedagégicas para os povos indigenas os quais recebem a oferta do ensino na Educago Infantil, a qual esté inserida a lingua matema (Indigena) devem: a) Proporcionar uma relago viva com os conhecimentos, crengas, valores, concepgdes do mundo e as memérias de seu povo; b) Reafirmar a identidade étnica e a lingua matema como elementos de constituiggo das crengas; c) Dar continuidade & educago tradicional oferecida na familia e articular-se as praticas socioculturais de educaggo e cuidados coletivos da comunidade; d) Adequar calendério, agrupamentos etdrios e organizacdo de tempos, atividades e ambiente de modo a atender as demandas de cada povo indigena. A Educagao Indigena diferenciada, de qualidade, requer a construgao de propostas curriculares voltadas para o “processo de aprendizagem", conforme Constituigao Federal, art. 210. Embasando-se na constituigo de 1988, nas Leis de Diretrizes e Bases/ 9.304/96, art. 79 @ na Resolugo N° 20/2009, a Educago Indigena diferenciada, esté contemplada em uma proposta curricular de contetido na lingua matema, cultura e identidade; 0 exercicio efetivo das alineas citadas através do parecer CNE/CEB N° 20/2009 em seu art. 8°, §2° assegurado tais alineas através do processo de ensino e aprendizagem. ‘A implementag30 de um modelo de gestéo das politicas educacionais indigenistas deve estar pautado pelos ideais de protagonismo indigena, de intercutturalidade na promogo de didlogo entre povos indigenas, sistema de ensino e demais instituigSes envolvidas. Desta forma, 6 possivel garantir os devidos procedimentos educacionais, quanto a sua aplicabllidade para uma Educagdo Indigena diferenciada. 38 3.3.3 - Meta e Estratégias Mota 6 - Educagao Indigena Fomentar a qualidade do ensino da Educagdo Indigena em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem. Estratégias: 6.1) Ofertar as comunidades indigenas programas educacionais equivalentes ao Ensino Fundamental comum, respeitando seus modos de vida, suas visées de mundo e situagdes sociolinguisticas especificas por elas vivenciadas. 6.2) Garantir vagas de Ensino Fundamental, na prépria aldeia conforme a demanda. 6.3) Manter e ampliar a oferta do Ensino Fundamental, na modalidade de Educagdo de Jovens e Adultos para os indios que nao tiveram acesso a escola na idade propria. 6.4) Elaborar e implementar Projeto Politico Pedagégico das escolas indigenas, na vigéncia deste PME, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educagao Indigena e conforme os Parémetros Curriculares Nacionais. 6.5) Assegurar progressiva autonomia das escolas indigenas, tanto no que refere ao Projeto Politico Pedagégico, quanto ao uso de recursos financeiros piblicos para manutengao do cotidiano escolar, garantindo a plena participagao de cada comunidade indigena nas decisées relativas ao funcionamento da escola. 6.6) Estabelecer, com a Unido e com o Estado, agdes de parceria para equipar as. escolas indigenas com recursos didético-pedagégicos basicos, incluindo bibliotecas, videotecas e outros materiais de apoio. 6.7) Estabelecer e assegurar a qualidade de programas continuos de formacao sistemdtica de professores indigenas, especialmente no que diz respelto aos conhecimentos relatives aos processos escolares de ensino e aprendizagem, & alfabetizaco, 4 construcdo coletiva de conhecimentos na escola e a valorizagao do patriménio cultural da populagao atendida. 6.8) Intermediar, com Universidades, uma formagao em nivel superior para os professores indigenas, na vigéncia deste PME. 39 6.9) Implantar, na vigéncia deste PME, em parceria com outras Secretarias e empresas privadas, cursos de educago profissional, visando a auto-sustentagao e © uso da terra de forma equilibrada. 6.10) Promover a ampla informagao aos municipes, sobre as sociedades e culturas indigenas como meio de combater 0 desconhecimento, a intolerancia e o preconceito em relagdo a essas populagoes. 6.11) Substituir gradativamente, na vigéncia deste PME, os professores nao indigenas que trabalnam nas escolas indigenas por professores indigenas. 6.12) Oferecer regularmente formag&o continuada para professores que trabalham com esta modalidade. 3.4 - EDUCAGAO DO CAMPO 3.4.1 Diagnéstico Como a maioria dos municipios do interior do Estado, Parauapebas tem sua maior parte territorial de area rural. Dos 1.363 km? de area municipal, 90.1% sao pertencentes a zona rural. No entanto, a populagdo que al vive representa 9,9% do total, segundo dados da Contagem da Populagao de 2010. Dos 138 mil residentes no Municipio, 15 mil estavam no campo. A realidade rural apresenta aspectos bem distintos entre si, devido a diversidade das formas de organizagéo do campo, a saber: areas de assentamentos, @rea de colénias e fazendas, Unidades de Conservacéo Ambiental. Assim, a organizac¢ao de vida do homem do campo apresenta caracteristicas proprias de acordo com os ideais e concepgdes de sociedades. Consequéncia disso 6 que a forma de organizago, os modos de produgéo e a concep¢ao de educagao também diferem entre si, dadas as exigéncias socials e as expectativas de vida de cada grupo. Outra caracteristica peculiar na zona rural so as agrovilas. Em todos os assentamentos formaram-se pequenas vilas, além de haver outras, em alguns pontos do meio rural, onde ha infraestrutura minima de comércio; algumas t8m posto de saiide e telefone e todas dispdem de escolas. As escolas das vilas oferecem Educagao Infantil, Ensino Fundamental, inclusive na modalidade EJA e Ensino Médio (Regular e Modular). 40 Como forma de proporcionar um atendimento personalizado 4 Educagao do Campo, a SEMED estruturou o Setor formado por uma Direg%o e Coordenagéio Geral, Técnicos por segmentos e dreas de estudos, os quais sfio responsdveis por acompanhar os professores, gestores escolares e coordenadores pedagégicos, realizar as formagSes e dar o apoio necessério a professores e alunos do campo. O Municipio tem investido recursos, buscando atender, conforme a realidade e demanda das comunidades rurais. Tém-se buscado alternativas criando Escolas- polo como altemativa para extingado das classes multisseriadas. Para o acesso dos alunos a estas Escolas ha a disponibilidade de transporte escolar. Vale destacar que so garantidas hospedagem (alojamento) e gratificagaio adicional aos professores que saem da cidade para trabalhar na zona rural, conforme legislagao. ‘A formago continuada e o planejamento dos professores so realizados com a orientagdo dos coordenadores do setor da Educagéo do Campo. Regularmente, & realizado o trabalho de campo nas escolas para fazer acompanhamento pedagégico com professores e gestores. ‘As escolas do campo t8m sido contempladas com recursos inerentes ao processo de ensino e aprendizagem, uma vez que a formago dos professores @ 0 acompanhamento das aprendizagens dos alunos séo agdes permanentes e constantes por melo do setor de Educagao do Campo. Para garantir os direitos de aprendizagem aos alunos com necessidades educacionais especiais, faz-se necessério maiores investimentos em recursos de pequeno e grande porte como também na formagao continuada dos professores. ‘A manutengdo das estradas e 0 transporte devem ser ago constante em prot da melhoria da Educagao do Campo. Os alunos do campo sao atendidos com merenda escolar, kit escolar, professores capacitados, transporte escolar, laboratério de informatica acesso a intemet e sala de leitura. 3.4.2 Diretrizes ‘A Educago do Campo diferencia-se da Educagao Urbana em virtude das especificidades do melo rural. E regida com mais proximidade pela dinamica da natureza e pelas relagbes socloecondmicas do campo, 0 que a difere da dinamica urbana que é regida por um tempo (horério) baseado no modo de produgo urbano que se orienta pelo hordrio comercial e pelo ragime de trabalho assalariado. 41 Para estabelecimento de uma Educagéo do Campo e no campo, 6 preciso garantir que todas as pessoas que vivem no meio rural tenham acesso a educacao de qualidade social, em todos os niveis e modalidades, apoiada num processo de formagao humana, construlda a partir de referéncias culturais, histéricas e sociais voltadas aos interesses da vida do campo, e, ao mesmo tempo, articulada a um Projeto Nacional de Educagao. E preciso garantir uma proposta de desenvolvimento da escola do campo que leve em conta a identidade cultural dos grupos que ali produzem sua vida, numa compreenséo de que o campo, hoje, ndo é sindnimo sé de agricultura ou de pecudria. Nesse sentido, uma escola do campo ndo precisa ser necessariamente uma escola agricola, mas uma escola vinculada cultura produzida pelas relages sociais mediadas pelo trabalho rural. Nesse contexto a adogao de uma agdo pedagégica que trabalhe as Politicas Publicas de educagao no Municipio, na perspectiva da cidadania plena, que destine recursos pubblicos para a capacitagao dos trabalhadores rurais e da educagao e que valorize as experiéncias do proprio Municipio tomou-se necesséria. A agdo pedag6gica deve trabalhar a realidade de forma integrada, de modo a contemplar a formago global do sujeito. Assim, a educagao no campo deve contemplar os seguintes principios: | - Respeito a diversidade do campo em seus aspectos sociais, culturais, ambientais, politicos, econédmicos, de género, geracional e de raga e etnia; Il - Incentivo a formulago de Projetos Politicos Pedagégicos especificos para as escolas do campo, estimulando o desenvolvimento das unidades escolares como espagos pibblicos de investigagéo e articulagio de experiéncias e estudos direcionados para o desenvolvimento social, economicamente justo @ ambientalmente sustentavel, em articulagao com 0 mundo do trabalho; Ill - Desenvolvimento de politicas de formagdo de profissionais da educagdo para atendimento da especificidade das escolas do campo, considerando-se as condigSes concretas da produgao e reprodug4o social do campo; IV - Valorizagao da identidade da escola do campo por meio de Projetos Pedagégicos com contetidos curriculares e metodologias adequadas as reais necessidades dos alunos do campo, bem como flexibilidade na organizagao escolar, incluindo adequago do calendario escolar as fases do ciclo agricola e as condigdes climaticas; 42 V - Controle social da qualidade da educacdo escolar, mediante a efetiva participagao da comunidade e dos movimentos sociais do campo. 3.4.3 - Meta e Estratégias Meta 7 - Educagao do Campo Universalizar o atendimento escolar no campo contemplado a educagao infantil e ensino fundamental, conforme metas 1 ¢ 2 estabelecidas neste PME. Estratégias: 7.1) Implantar as diretrizes operacionais para a Educagao do Campo até o terceiro ano de vigéncia deste PME. 7.2) Construir a proposta curricular para a Educagaéo do Campo até o segundo ano de vigéncia deste PME. 7.3) Criar 0 plano de formagao continuada especifica para os professores da Educagao do Campo. 7.4) Garantir laboratério de ciéncias, de informatica com acesso a intemet e climatizagdo das salas de aulas. 7.5) Estabelecer parcerias com as IES, INCRA e Universidades. 7.6) Garantir a construgdo de creches e escolas de Educagdo Infantil de acordo com 0s padrdes de funcionamento estabelecidos pelo MEC. 7.7) Elaborar proposta pedagégica que contempla a concepgdo de Infancia campesina. 7.8) Garantir 0 acompanhamento do desenvolvimento das aprendizagens do aluno do campo. 7.9) Adequar o calendério escolar de acordo com a realidade do campo conforme as condlgdes climaticas, 3.5 - EDUCACAO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAGAO INCLUSIVA 43 3.5.1 Diagnéstico © Censo Escolar/MEC/INEP, realizado anualmente em todas as escolas de educagao bésica, possibilita 0 acompanhamento dos indicadores da educagao especial: acesso a educagao basica, matricula na rede publica, ingresso nas classes comuns, oferta do atendimento educacional especializado, acessibilidade nos prédios escolares, municipios com matricula de alunos com necessidades educacionais especiais, escolas com acesso ao ensino regular e formagao docente para o atendimento as necessidades educacionais especiais dos alunos. Com relago aos dados da educagSo especial de Parauapebas, registra-se gradativamente a evolugao das matriculas nas turmas regulares em todos os niveis de ensino. No inicio do ano de 2016, registrou-se 842 alunos com diferentes deficiéncias, matriculados na Rede Municipal de Ensino de Parauapebas. Séo acompanhados pelo Nuicleo de Apolo e Atendimento Psicossocial (NAAP) e Unidade Jonas Pereira de Melo, que contam com profissionais das éreas de foncaudiologia, psicologia, servigo social, psicopedagogia e pedagogia que contribuem para a implementagao acompanhamento da Educagdo Inclusiva Municipal. Um dos maiores desafios para a aprendizagem dos alunos da Educagao Especial encontra-se em garantir as condigbes de permanéncia e sucesso dos alunos com necessidades educacionais especiais, haja vista que precisamos avangar nos quesitos de diminuicdo das barreiras arquitetonicas, principalmente nas escolas de construgo mais antiga e prédios alugados para anexos, como ainda alcangar a interago da coordenagao pedagégica com os professores das salas especializadas. HA ainda a dificuldade na formago continuada desses profissionais na perspectiva inclusiva e a falta de tempo dos docentes para a capacitagao. Desde modo, consideramos que fica a desejar a promogo de respostas dos objetivos preconizados pela Educacéo Especial na Perspectiva da Educagdo Inclusiva quanto a aprendizagem dos alunos com deficiéncia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidadesisuperdotagéo no que diz respeito a continuidade da escolarizag&o nos niveis mais elevados do ensino (nivel médio e superior), a formagao de professores para 0 atendimento educacional especializado e demais profissionais da educagao para a incluso escolar; a acessibilidade urbanistica, arquiteténica, nos mobilidrios e equipamentos, nos transportes, na comunicagao e informaggo e na articulagdo intersetorial para a implementacao das politicas piblicas necessdrias para esse publico. 3.5.2 Diretrizes A Educago Especial na perspectiva da inclusdo 6 uma modalidade de ensino que perpassa todos os niveis, etapas e modalidades; realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e servigos e orienta quanto a sua utilizagdo no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. O atendimento educacional especializado tem como fungao identificar, elaborar @ organizar recursos pedagégicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participago dos alunos, considerando suas necessidades especificas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam- se das realizadas na sala de aula comum, no sendo substitutivas @ escolarizac&o. Esse atendimento complementa a formacdo dos alunos com vistas a autonomia e independéncia na escola e fora dela. Dentre as atividades de atendimento educacional especializado sao disponibilizados programas de enriquecimento curricular, 0 ensino de linguagens e cédigos especificos de comunicagao e sinalizagéio e tecnologia assistiva. Ao longo de todo o proceso de escolarizacao, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagégica do ensino comum. O atendimento educacional especializado 6 acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliago da oferta realizada nas escolas da Rede Municipal. © acesso a educagdo tem inicio na Educagdo Infantil, na qual se desenvolvem as bases necessérias para a construgdo do conhecimento e desenvolvimento global do aluno. Nessa etapa, o liidico, o acesso as formas diferenciadas de comunicagao, a riqueza de estimulos nos aspectos fisicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais @ a convivéncla com as diferengas favorecem as relagdes interpessoais, 0 respeito e a valorizagao da crianga. Dos nove meses aos trés anos, 0 atendimento educacional especializado se expressa por melo de servigos de estimulacéo precoce, que objetivam otimizar 0 processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os Servigos de Saide e Assisténcia Social. Em todas as etapas e modalidades da educagao basica, © atendimento educacional especializado é organizado para apolar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatéria dos sistemas de ensino. Deve ser realizado no tuo inverso ao da classe comum, na propria escola ou centro especializado que realize esse servigo educacional. Desse modo, na modalidade de Educacdo de Jovens e Adultos e Educagdo Profissional, as agdes da Educagio Especial possibilitam a ampliagSo de oportunidades de escolarizago, formago para ingresso no mundo do trabalho e efetiva participagao social. 45 A interface da Educagao Especial na Educagao Indigena e do Campo deve assegurar que os recursos, servigos e atendimento educacional especializado estejam presentes nos Projetos Pedagégicos construldos com base nas diferencas socloculturais desses grupos. Na Educagao Superior, a Educagéio Especial deve ser efetivada por meio de agdes que promovam o acesso, a permanéncia e a participagao dos alunos. Estas agées envolvem o planejamento e a organizagao de recursos e servigos para a promogao da acessibilidade arquiteténica, nas comunicagdes, nos sistemas de informagdo, nos materiais didéticos e pedagégicos, que devem ser disponibilizados Nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam 0 ensino, a pesquisa e a extensao. Para o ingresso dos alunos surdos nas escolas comuns, a educag&o bilingue - Lingua Portuguesa/Libras - desenvolve o ensino escolar na Lingua Portuguesa e na Lingua de Sinais, o ensino da Lingua Portuguesa como segunda lingua na modalidade escrita para alunos surdos, os servigos de tradutor/intérprete de Libras e Lingua Portuguesa e o ensino de Libras para os demais alunos da escola. O atendimento educacional especializado para esses alunos 6 ofertado tanto na modalidade oral e escrita quanto na Lingua de Sinais. Devido a diferenga linguistica, orienta-se que 0 aluno surdo esteja com outros surdos em turmas comuns na escola regular. © atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuagao de profissionais com conhecimentos especificos no ensino da Lingua Brasileira de Sinais, da Lingua Portuguesa na modalidade escrita como segunda lingua, do sistema Braille, do Soroban, da orientagao e mobilidade, das atividades de vida auténoma, da comunicagao altemativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequago e produgao de materiais didaticos e pedagégicos, da utilizagdo de recursos épticos e ndo 6pticos, da tecnologia assistiva e outros. A avaliago pedagégica como processo dindmico considera tanto o conhecimento prévio e 0 nivel atual de desenvolvimento do aluno quanto as possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma agdo pedagégica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relagéo ao seu progresso individual, prevalecendo na avaliagdo os aspectos qualitativos que indiquem as intervengdes pedagégicas do professor. No processo de avaliagao, 0 professor deve criar estratégias considerando que alguns alunos podem demandar ampliagao do tempo para a realizago dos trabalhos e o uso da Lingua de Sinais, de textos em Braille, de informética ou de tecnologia assistiva como uma pratica cotidiana. Cabe aos Sistemas de Ensino, ao organizar a Educagdo Especial na perspectiva da educagéo Inclusiva, disponibilizar as fungSes de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e gula-Intérprete, bem como de monitor ou culdador dos alunos com necessidade de apoio nas atividades de higlene, alimentagdo, locomogo, entre outras, que exijam auxilio constante no cotidiano escolar. Para atuar na Educagao Especial, o professor deve ter como base da sua formagao, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercicio da docéncia e conhecimentos especificos da area. Essa formagao possibilita a sua atuagdo no atendimento educacional especializado, aprofunda o cardter interativo e interdisciplinar da atuagdo nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos nticleos de acessibilidade das instituigGes e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos servicos e recursos de Educagao Especial. Para assegurar a intersetorialidade na implementagdo das politicas publicas, a formag&o deve contemplar conhecimentos de gestéo de Sistema Educacional Inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em parcerla com outras Areas, visando a acessbbilidade arqultetOnica, aos atendimentos de satide, a promogao de agdes de Assisténcia Social, trabalho e justica. Os Sistemas de Ensino devem organizar as condig6es de acesso aos espacos, aos recursos pedagégicos e a comunicagdo que favoregam a promogdo da aprendizagem e a valorizagao das diferencas, de forma a atender as necessidades educacionais de todos os alunos. A acessibilidade deve ser assegurada mediante a climinagao de barreiras arquiteténicas, urbanisticas, na edificagéo - incluindo instalagdes, equipamentos e mobiliérios - e nos transportes escolares, bem como as barreiras nas comunicagées e informagées. No Municipio de Parauapebas, o atendimento ao aluno com necessidades especials é realizado precocemente - desde a Educago Infantil. Quanto mals cedo se der a intervengdo educacional, mals eficaz se tomard no decorrer dos anos, produzindo efeitos sobre o desenvolvimento dessas criancas. Portanto, o Plano Nacional de Educagao apresenta algumas orientagdes para o Ensino Especial, validas para 0 Municipio de Parauapebas, e que precisam ser observadas na vigéncia deste PME: a) Incluséo do aluno com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino; b) Ampliaggo dos servigos educaclonais especializados, como apolo © orientagdio aos programas de incluso; ©) Melhoria da qualificag3o dos professores do Ensino Fundamental para essa clientela; 47 d) Expansio da oferta dos cursos de formacdolespecializagéo pelas universidades. Até 0 final da vigéncia deste PME, espera-se empenho das Redes de Educagdo que atuam no Municipio de Parauapebas para consolidar a pratica de uma escola inclusiva capaz de garantir o atendimento a diversidade humana. 3.5.3 — Meta e Estratégias Meta 8 - Universalizar, para toda a populagao, a partir de 9 (nove meses) de Idade, preferencialmente na Rede Regular de Ensino, o atendimento escolar aos alunos com necessidades specials, transtornos globals do desenvolvimento @ altas habilidades ou superdotacéo, assegurado o atendimento educacional especializado. Estratégias: 8.1) Realizar, anualmente, a aplicago de testes de acuidade visual e auditiva em todas as instituig6es de Educagdo Infantil e do Ensino Fundamental, em parceria com a rea de satide, de forma a detectar problemas e oferecer apoio adequado aos alunos com necessidades educacionals especiais. 8.2) Ampliar e implementar as salas de recursos multifuncionais da Rede Municipais de Ensino. 8.3) Garantir a formagao continuada na perspectiva da educag4o inclusiva a todos 08 profissionais envolvidos nesta modalidade. 8.4) Garantir a oferta do atendimento educacional especializado complementar e suplementar a todos os alunos com necessidades educacionais especiais, matriculados na Rede Municipal. 8.5) Criar centro multidisciplinar de pesquisa e assessoria, articulado com instituigbes académicas e integrados por profissionais de diferentes dreas visando uma politica intersetorial, para apolar o trabalho dos professores da educagao basica com os alunos que possuam necessidades educacionais especials. 8.6) Implementar e ampliar programas suplementares que promovam a acessibilidade nas escolas da Rede Municipal para garantir 0 acesso e a permanéncia e sucesso dos alunos com necessidades educacionais especiais por meio da adequagao arquitetonica, da oferta de transporte acessivel, da disponibilizacdo de material didatico proprio e de recursos de tecnologia assistiva. 48 8.7) Garantir a oferta, no atendimento escolar para toda a populago, de educagao bilingue para surdos, em Lingua Portuguesa e em Lingua Brasileira de Sinais — LIBRAS, bem como a adogdo do Sistema de leitura e escrita em Braille para cegos e tipos ampliados para alunos com baixa viséo, @ comunicagdo altemativa/aumentativa para alunos com limitagzio na comunicagao. 8.8) Garantir a Educagao Inclusiva, promovendo a articulagdo pedagégica entre 0 ensino regular e o atendimento educacional especializado. 8.9) Fortalecer 0 acompanhamento e o monitoramento do acesso a escola, bem como da permanéncia e do desenvolvimento escolar, dos alunos com necessidades educacionais especiais, os beneficiérios de programas de transferéncia de renda, juntamente com o combate as situagdes de discriminag&o, preconceito e violéncia, com vistas ao estabelecimento de condigdes adequadas para o sucesso educacional, em colaboragdo com as familias e com drgdos publicos de Assisténcia Social, satide e protegao a Infancia, 4 adolescéncia e a juventude e Conselhos afins. 8.10) Garantir pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais didéticos, equipamentos @ recursos de tecnologia assistiva com vistas promogo do ensino e da aprendizagem, bem como das condigbes de acessibilidade, dos estudantes com deficiéncia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotago. 8.11) Ampliar as equipes de profissionais da educago para atendimento conforme a demanda do processo de escolarizac&o dos estudantes, garantindo a oferta de professores do atendimento educacional especializado, de profissionais de apoio ou auxiliares, tradutores ou intérpretes de LIBRAS, guias-intérpretes para surdo-cegos, professores de LIBRAS e instrutores surdos. 8.12) Assegurar, no Projeto Politico Pedagégico das unidades de ensino o atendimento as necessidades educacionais especiais dos alunos, definindo os recursos disponiveis. 8.13) Articular agées de Educago Especial e estabelecer mecanismos de cooperagao com a politica de educago para o trabalho, em parceria com organizagSes governamentais e ndo-goveramentais, para o desenvolvimento de programas de qualificagao profissional promovendo a insergo desses alunos no mercado de trabalho. 8.14) Estabelecer cooperagao com as dreas de Satide, Previdéncia e Assisténcia Social, no prazo de trés anos a partir da vigéncia deste PME, para que estejam disponiveis préoteses a todos os educandos com deficiéncias, assim como atendimento especializado de satide. 49 8.15) Implantar gradativamente, programas de atendimento aos alunos com altas habilidades nas 4reas artisticas, intelectuais ou psicomotora. 8.16) Realizar, a cada dois anos, a partir da vigéncia deste PME, seminarios/féruns para discutir temas relevantes 4 Educagao Especial com a participagdo de especialistas da 4rea, assim como proporcionar discussdo e avaliagdo das agdes voltadas para esta modalidade de ensino. 8.17) Apoiar, quando necessério, com suporte técnico e de recursos pedagégicos as instituigdes privadas e ONGs, com atuac&o exclusiva no atendimento educacional especializado, que realizam atendimento de qualidade comprovada por meio de avaliagao conduzida pelo respectivo sistema de ensino. 8.18) Ampliar o atendimento educacional especializado para a crianga com deficiéncia, de nove meses a trés anos de idade dentro do programa de estimulagao precoce. 8.19) Garantir 0 cumprimento da Portaria de Lotagao, quanto ao numero maximo de alunos nas salas regulares que tenham alunos com necessidades educacionais especiais. 8.20) Assegurar a producdo de material em Braille e caracteres ampliados aos alunos com deficiéncia visual inseridos na Rede Regular de Ensino Municipal, conforme a demanda. 8.21) Criar centro educacional multidisciplinar que apoie a continuidade das aprendizagens e valorize os potenciais dos educandos nos aspectos sociais, culturais, politicos e pedagdgicos. 8.22) Garantir a quantidade, a qualidade e a manutengao de equipamentos de informatica e materiais adaptados para atender os alunos com necessidades educacionais especiais. 8.23) Manter e ampliar, em regime de colaboracao, melhoria da rede fisica de escolas municipais, assegurando a eliminagao de barreiras arquitetOnicas urbanisticas das edificagGes - incluindo instalagdes, equipamentos e mobilidtios - € nos transportes escolares, respeitadas as normas de acessibilidade do Programa Nacional de Construcéo e Reestruturagdo de Escolas, com base nas orlentagdes do MEC. 50 3.6 - EDUCAGAO DE JOVENS E ADULTOS 3.6.1 Diagnéstico ‘A Constituigéo Federal determina como objetivos do Plano Nacional de Educago a integragao de agées do Poder Pubblico que conduzam a erradicagao do analfabetismo (art. 214, inciso |). Trata-se de tarefa que exige ampla mobilizagao de recursos humanos e financeiros por parte dos governos e da sociedade. Os déficits do atendimento no Ensino Fundamental resultaram, ao longo dos anos, num grande numero de jovens e adultos que néo tiveram acesso ou ndo lograram terminar o Ensino Fundamental obrigatério. Nesse contexto, 0 Municipio de Parauapebas, desde 0 inicio da histéria da educag&o local, oferece alfabetizagao @ supletivo (1.° segmento) aos jovens e adultos. Muito antes da criagéio da Lei do FNDE, Parauapebas j4 disponibilizava recursos préprios para manter essa modalidade de ensino. Em 2003, o Municipio assumiu a responsabilidade do Ensino Fundamental na modalidade de Educagao de Jovens e Adultos (EJA). Nesse ano foram atendidos 4.360 alunos e em 2005 foram 6.360 alunos da 1." a 4." etapa. Atualmente o Municipio oferece EJA tanto na modalidade presencial como semipresencial, além de EJA diumo para adolescentes que se encontram em distorgao idade/série e tém disponibilidade para estudar durante o dia. Tabela 6 - Matricula, Aprovacdo, Reprovagao ¢ Evaséo na EJA/ 2010 - 2014 Ano vaso | Taxa Matricula | 1 Aprovagao | Taxa | Reprovagao | Taxa 2010 | 3202 | 1083 | 35,12% | 1924 | 62,30% 77 2,50% 2011 | 3126 704 | 25.81% | 2182 | 71,82% 72 2.37% 2012 | 2692 625 | 23% 2005 | 74,5% 62 2.5% 2013 | 2817 358 | 30.4% 1878 | 66.6% 81 3% 2014 | 2757 635 | 30% 1855 67% 7 3% Fonte: Setor de Estatistica da SEMED. A pritica da matricula para garantir emprego nas empresas tem sido uma variavel para o aumento de alunos no inicio do ano letivo. No entanto, muitos acabam evadindo depois de serem contratados, uns por trabalharem em tumos altemados, ndo sendo possivel conciliar o trabalho coma a escola, outros por sentirem-se muito cansados ao chegarem do trabalho ou mesmo por falta de motivacao pelos estudos. ‘Além da modalidade EJA regular, 0 Municipio implantou alguns Programas com recursos préprios e em parceria com o Govemo Federal e a empresa Vale, a fim de ofertar alternativas diversificadas de acesso a escola a essa clientela; como exemplo, os programas Brasil Alfabetizado, (projetos Tecendo o Saber e Escola de Fabrica, j4 encerrados). A Secretaria implantou Centros de Ensino Personalizado - CEPEJA, em nivel de 2° segmento, onde o jovem eo adulto que trabalha em tumos altemados tenham condigses de programar aulas e avaliagdes presenciais, conforme sua disponibilidade. 3.6.2 Brasil Alfabetizado Trata-se de um programa do Governo Federal, articulado diretamente com o aumento da escolarizagao de jovens e adultos, e que promove o acesso a educagéo como um direito de todos em qualquer momento da vida. O programa 6 destinado aos jovens e adultos, a partir de 15 anos de idade, sem dominio da leitura e escrita convencional ou com menos de um ano de estudo. Com o objetivo de reduzir 0 risco da regressdo ao analfabetismo, o programa aponta aos seus egressos perspectivas de continuidade, seja por meio da insergéio ao Sistema de Ensino Fundamental, seja mediante novas oportunidades de educagéio continuada. Tais oportunidades podem estar vinculadas a diversos campos de interesse dos jovens e adultos: qualificagéo profissional, acdo comunitaria, desenvolvimento cultural ou participagao cidadai. O Municipio de Parauapebas possibilita aos educandos continuar seus estudos ¢ incentiva a participagao de todos no processo de desenvolvimento social, politico, econdémico e cultural da cidade onde vivem. Pode-se concluir que o Programa Brasil Alfabetizado tem contribuldo significativamente para a diminuig&o dos indices de analfabetismo no Municipio. Além de que o Programa tem sido a porta de acesso a muitos jovens e adultos em dar prosseguimento a sua escolarizagao, 3.6.3 Centro de Ensino Personalizado de Educagao de Jovens e Adultos (CEPEJA) O Centro de Ensino Personalizado de 5* a 8* série de Educagao de Jovens e Adultos (CEPEJA) foi criado a partir do Decreto n° 225 de 10/08/06. Esta cadastrado no INEP sob n.° 15589307. E um espago que foi implantado pelo Municipio com a finalidade de ofertar ensino personalizado, reservando momentos de aulas presenciais, destinando e adaptando toda agao educativa as caracteristicas 52 de cada individuo, bem como permitindo aquele que nao possa frequentar a sala de aula regularmente estabelecer seu ritmo de estudo. © CEPEJA representa uma proposta altemativa em substituigdio progressiva ao elevado numero de turmas da educagao de jovens e adultos regular, uma vez que de acordo com a proposta pedagégica do programa nao é exigido ao aluno o cumprimento de uma carga hordria de oitocentas horas anuais. Assim, o aluno trabalhador fica isento de frequentar a sala de aula todos os dias. Enfim, esse modelo semipresencial certamente contribuiré para a diminuigao da evasdo assim como para a redugo dos indices da distorg4o idade-série. 3.6.4 Diretrizes Em consonancia com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educacdo de Jovens @ Adultos, 0 trabalho com esse publico numeroso e heterogéneo, com interesse e competéncias adquiridas na pratica social, requer que se diversifiquem os programas, bem como se fortalega a autonomia do professor com o resgate do seu desempenho técnico e profissional. Neste sentido, 6 fundamental o envolvimento e a participago da comunidade escolar na construgéio de uma docéncia coletiva. E imprescindivel o acesso a materiais didaticos, a adogao de metodologias apropriadas e a qualificacdio do corpo docente em EJA. N&o @ mais possivel conceber a prética pedagégica aos adultos, que desconsidere a vida e a realidade do aluno. A Educagao de Jovens e Adultos tem de ser reconhecida dentro de um contexto mais amplo de desenvolvimento e com equidade, o que significa relaciond-la de modo direto com 0 mundo do trabalho e com 0 exercicio da cidadania. E importante ressaltar que o apoio dos empregadores, no sentido de considerar as necessidades de formac&o permanente do trabalhador, 6 determinante e pode ser realizada de diversas formas: organizagao de jornada de trabalho com o horario escolar, concessao de licenga, curso de atualizagdo, implantagao de cursos de formagaéo de jovens e adultos no proprio local de trabalho, buscando sempre integragéio dos programas da EJA com a educagao profissional. Quanto & formagao dos professores, é importante garantir que a mesma ocorra, considerando-se a etapa inicial e continuada, instituindo objetivos que levem em conta as dificuldades sentidas por eles no seu dia-a-dia, possibilitando-Ihes novas formas de conceber o seu fazer pedagégico. E preciso que os educadores conscientizem-se do seu compromisso com o desenvolvimento pessoal e intelectual dos educandos, criando situagdes de 53 aprendizagens propicias as especificidades de sua faixa etaria e articuladas aos aspectos socioculturais. Mais importante do que oferecer vagas a todos os jovens e adultos é garantir a Permanéncia e 0 sucesso na escola, através do acompanhamento e da avaliago sistematica no decorrer do processo. 3.6.5 Metas e Estratégias Meta 9 - Educagao de Jovens e Adultos/Alfabetizagao Elevar a taxa de alfabetizacdo e letramento da populacao com 15 (quinze anos) de Idade ou mais, para 90% (noventa por cento) até 2017 @ 95% (noventa e cinco por cento) até o final da vigéncia deste PME, o analfabetismo absoluto e reduzir em 60% (sessenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. Estratégias: 9.1) Realizar censo populacional visando localizar a populagdo analfabeta existente no municipio. 9.2) Promover chamadas publicas regulares para Educago de Jovens e Adultos e avallagdo de alfabetizagao e letramento por meio de exames especificos, que permitam aferigo do grau de analfabetismo de jovens e adultos com mais de quinze anos de idade. 9.3) Assegurar a oferta da Educagao de Jovens e Adultos a todos os que nao tiveram acesso & educagao basica na idade propria. 9.4) Implementar agdes de alfabetizagao e letramento de jovens e adultos com garantia de continuidade da escolarizagao bésica. 9.5) Promover 0 acesso ao Ensino Fundamental aos egressos de programas de alfabetizag&o letramento para garantir 0 acesso a exames de reclassificagao e de certificag&o da aprendizagem. 9.6) Elaborar propostas pedagégicas em consonancia com a Lei de Diretrizes Bases da Educagao. 9.7) Realizar avaliago e divulgaco dos resultados dos programas de Educagao de Jovens @ Adultos, em todas as unidades escolares, a cada dois anos, como mecanismo para cumprimento das metas deste PME. 54 9.8) Assegurar a manutengo de programas de formagao de educadores de jovens adultos, capacitando-os para atuar de acordo com o perfil dos alunos, de forma a qualificd-los conforme exigéncias legais previstas na LDB. 9.9) Garantir condigdes de acesso, permanéncia com sucesso aos alunos com necessidades educacionais especiais da EJA. 9.10) Garantir a participago de 100% (cem por cento) dos alunos da EJA nas atividades da sala de leitura e laboratério de informatica, na vigéncia deste PME. 9.11) Ampliar em 80% (oitenta por cento) a capacidade de atendimento do Centro de Ensino Personalizado de Educagao de Jovens @ Adultos - CEPEJA até o final da vigéncia deste PME. 9.12) Realizar féruns e seminarios para levantamento, avaliagao e divulgagao das experiéncias em Educagéo de Jovens e Adultos, a cada dois anos durante a vigéncia deste PME. 9.13) Executar, em articulagéo com a rea da sade, programa nacional de atendimento oftalmolégico e formecimento gratuito de éculos para estudantes da Educagao de Jovens e Adultos. 9.14) Articular politicas de Educagao de Jovens e Adultos com as de protegao contra 0 desemprego e de geragao de renda. 9.15) Estabelecer parcerias com outras secretarias e instituiges privadas para realizagdo de agdes socioeducativas voltadas a Educagao de Jovens e Adultos. 9.16) Articular parcerias com empresas privadas para 0 monitoramento da matricula e da frequéncia dos alunos, sob fins de redug&o em 90% (noventa por cento) da evasdo dos trabalhadores/estudantes, que se matriculam unicamente para garantir 0 emprego. 9.17) Realizar avaliagSo, por meio de exames especificos, que permitam aferir 0 grau de alfabetizagao e letramento de jovens e adultos com mais de 15 (quinze anos) de idade. Meta 10 - Educago de Jovens e Adultos/Educagao Profissional Oferecer, no minimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matriculas de Educagao de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental na forma Integrada a Educagao Profissional. 55 Estratégias: 10.1) Fomentar a expansdo das matriculas na Educagéio de Jovens e Adultos de forma a articular a formagéo inicial e continuada de trabalhadores e a Educagao Profissional, objetivando a elevagao do nivel de escolaridade do trabalhador. 10.2) Fomentar a integragao da Educag&o de Jovens e Adultos com a Educagdo Profissional, em cursos planejados, de acordo com as caracteristicas e especificidades do publico da Educagdo de Jovens e Adultos, em parceria com entidades privadas e instituigdes formadoras. 10.3) Fomentar a produgao de material didatico, o desenvolvimento de curriculos e metodologias especificas para avaliagdo e formagao continuada de docentes das Redes Publicas que atuam na Educago de Jovens e Adultos integrada a Educagao Profissional. 10.4) Institucionalizar, em parceria com a Unido, programa municipal, de assisténcia ao estudante, compreendendo agdes de Assisténcia Social, financeira e de apoio psicopedagégico que contribuam para garantir o acesso, a permanéncla, a aprendizagem e a conclusdo com éxito da Educagdo de Jovens e Adultos integrada com a Educago Profissional. 3.7 - ENSINO MEDIO 3.7.1 Diagnéstico A Lel de Diretrizes e Bases da Educacdo Nacional 0394/96, art. 35, explicita que o Ensino Médio é a etapa final da educagao basica, o que concorre para a construgo da identidade dos jovens. Conforme disposto no art. 208, Il, da Constitulgao Federal, 6 dever do Estado a garantia da progressiva universalizag3o do Ensino Médio gratuito e com qualidade. Dessa forma o Ensino Médio tem por finalidade a preparagaio basica do jovem para o mundo do trabalho, com as competéncias que garantam a sua preparagao profissional e o seu aprimoramento como ser humano, incluindo a formacao ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e o pensamento critico. No entanto no 6 0 que se observa. Os problemas da educagao séo de diversas naturezas. O atraso dos alunos, em média de pelo menos dois anos, situago conhecida como defasagem Idade-ano, é um dos itens com o qual se depara a educagao no Brasil. 56 Dados do Instituto de Pesquisa Econémica Aplicada — IPEA - mostram que os Estados da Regiao Norte tém os piores indices de estudantes que abandonaram a escola no Ensino Médio do pais. Em todos eles, mais de 60% dos jovens de quinze a dezessete anos de idade deixam a escola antes de completar este nivel de ensino. No Paré este indice atinge 63,5%. Para intervir nessa realidade o Estado do Pard implanta um planejamento complexo para execugao em cinco anos - o Pacto pela Educagaio do Pard, que representa a possibilidade de reverter o quadro de dificuldades que o Ensino Médio enfrenta no Estado. © Pacto pela Educagéo do Para é um esforgo liderado pelo governo do Estado em articulagdo e integragzo com diferentes setores e nivels de govemo, comunidade escolar, sociedade civil organizada, iniciativa privada e organismos intemacionais, com o objetivo de promover a melhoria da qualidade da educagao do Estado. © objetivo do Pacto pela Educaggo do Pard e seu grande desafio, sto de aumentar em 30% o Indice de Desenvolvimento da Educagdo Basica - IDEB - do Estado, em todos os niveis, até 2017. A partir desse objetivo, fol concebido um Plano Estratégico, estruturado em sete importantes resultados: R1: aumentar o desempenho dos alunos do Ensino Fundamental; R2: melhorar o desempenho dos alunos do Ensino Médio; R3: investir na qualificagéo dos profissionais da educagao; R4: renovar a estrutura fisica das escolas e melhorar os recursos didaticos pedagégicos utilizados em sala de aula; R5: aprimorar a gesto da Secretaria de Educag&o em todos os niveis administrativos; R6: envolver governo, escolas 6 comunidade nas agdes destinadas 4 melhoria das atividades educacionais, e R7: fomentar o uso da tecnologia da informag&o para a melhoria da pratica docente e da gest&o escolar. Dentre os programas que constituem o Pacto, o SISPAE ~ Sistema Paraense de Avaliag&o Educacional - merece destaque considerando que o mesmo atende ao objetivo de produzir e divulgar informacées acerca do processo de ensino e aprendizagem, na perspectiva de possibilitar o acompanhamento sistemético das ages desenvolvidas e o resultado produzido pelas mesmas, na diregéo de uma melhor educaco publica no estado do Para. Em Parauapebas, as condigdes do Ensino Médio nao divergem da realidade dos demais municipios paraenses, a comegar pela precariedade na infraestrutura de prédios escolares e pela insuficiéncia de recursos humanos. Os alunos sdo atendidos em oito escolas na zona urbana e quatro escolas na zona rural, sendo que estas Ultimas sob Sistema Modular de Ensino. 57 Convém destacar que dessas escolas, somente trés sao prédios proprios do Estado; as demais funcionam em prédios municipais. Comprova-se a omissaio histérica do governo estadual, nesse sentido. Diante dessa realidade, as vagas diumas ficam limitadas, j4 que a preferéncia destina-se aos alunos do Ensino Fundamental, assim, muitos adolescentes sto obrigados a estudar & noite. Além dessa situagdo, so dezenas de salas de aula funcionando em prédios locados, alguns sem as condig6es basicas exigidas pela legislaggo vigente. Tabela 7 - Matricula do Ensino Médio da Rede Estadual Ano N° de Matriculas 2010 7.176 2011 6.175 2012 8.142 2013 9.267 2014 10.524 Fonte: INEP. ‘A cada ano ha um aumento considerdvel de matriculas no Ensino Médio. Esse aumento & cumulativo e entre os fatores que o influenciam esto a repeténcia @ a evasdo, ou seja, muitos alunos que evadem, voltam no ano seguinte com o objetivo de tentar concluir o Ensino Médio na perspectiva de garantir o ingresso no mercado de trabalho (a evasdo se agrava ainda mals no ensino notumo). Outro fator determinante para o aumento de matricula se da pelo elevado fluxo migratério. que ocorre no Municipio, conforme citagdes anteriores neste documento. Causas externas ao sistema educacional também contribuem para que adolescentes, jovens e adultos se desviem dos caminhos da escolarizagdo, agravadas por dificuldades da propria organizago da escola e do processo de ensino e aprendizagem. Apesar da melhoria nos tltimos anos com o aumento da oferta de vagas, os nmeros de abandono e da repeténcia ainda so bastante desfavoraveis. A tabela a seguir ilustra esta realidade do Ensino Médio em Parauapebas. Tabela 8 — indices de Aprovagao, Reprovacado e Abandono / Ensino Médio da Rede Estadual / 2013 Ensino Médio | Aprovagaéo | % |Reprovagéo| % | Abandono a 4° Ano 3.027 68,2 506 11,4 906 20,4 2° Ano 2.005 75,0 222 8,3 447 16,7 3° Ano 1.700 78,1 109 5,0 368 16,9 Total 6.732 725 837, 9,0 1.721 18,5 Fonte: QEdu 58 Conforme dados, os altos indices de evasdo e reprovago merecem uma ateng&o especial no sentido de promover agdes voltadas para minimizar estes problemas. Outro indicador da omisso da gestdo estadual consiste na auséncia de formago para os profissionals do Ensino Médio. Nao ha politica de formagao continuada institucionalizada e sistémica, um acompanhamento pedagégico mais efetivo. Muitos desses profissionais s4o também da Rede Municipal, o que, de certa forma, compensa essa lacuna na formago dos mesmos. Quanto escolaridade, os professores que atuam no Ensino Médio, estdo de acordo com a legisiagdo vigente - todos possuem graduag&o e alguns j4 cursaram pés-graduagao. Os alunos com necessidades educacionais especiais, sdo atendidos sob condigées precarias, pois faltam profissionais capacitados, conforme a demanda da Rede Estadual no Municipio. ‘A maioria dos alunos que cursa o Ensino Médio tem como meta principal, a prestagdo de servigos para empresas locais, principalmente para a Companhia Vale. A perspectiva em dar continuidade aos estudos, ainda ndo representa um dos grandes objetivos desses jovens, mesmo porque a oferta de cursos em nivel superior pelas Universidades Publicas locais ou regionals ndo atendem a demanda. Para garantir a educagao de qualidade do Ensino Médio no Municipio, & preciso que haja investimentos significativos ¢ efetivo cumprimento dos objetivos do Pacto pela Educagao do Para assim como a efetivagéo do Plano Estadual de Educagdo, em parceria com o Plano Municipal de Educag&o, que conforme metas e estratégias propostas representam grandes expectativas de toda comunidade escolar, em favor da superagdo das dificuldades encontradas neste segmento de ensino. 3.7.2 - Diretrizes aumento gradativo do numero dos alunos que conseguem concluir o Ensino Fundamental, associado a tendéncia para a diminuigao da idade dos concluintes, vai permitir que um crescente numero de jovens ambicione uma carreira educacional mais longa. Assim, a demanda pelo Ensino Médio vai compor-se, também, de segmentos j4 inseridos no mercado de trabalho, que aspirem melhoria social ¢ salarial e precisem desenvolver habilidades, que permitam assimilar e utilizar produtivamente, recursos tecnolégicos novos em acelerada transformagéo. 59 Preparando os jovens e adultos para os desafios da modemidade, o Ensino Médio deverd permitir a aquisig&o de competéncias relacionadas ao pleno exercicio da cidadania e da inser produtiva: autoaprendizagem, percepgao da dinamica social e capacidade para nela intervir, compreenso dos processos produtivos, capacidade de observar, interpretar e tomar decisdes, dominio de aptidées basicas de linguagens, comunicagao, abstragéo e habilidades para incorporar valores éticos de solidariedade, cooperagdo e respeito as individualidades. As metas de expansdo da oferta e de melhoria da qualidade do Ensino Médio no Municipio devem estar associadas, de forma clara a diretrizes que levem a corregdo do fluxo de alunos na escola basica, hoje com o indice de distorgao de idade/ano inaceitaveis. No Ensino Médio a insercéo de alunos com necessidades educacionais especiais seré implementada através da qualificagio dos professores e da adaptagao das escolas quanto as condigées fisicas, equipamentos e materiais Pedag6gicos, conforme o previsto no art. 208, Ill, da Constituiggo. A implementagao dos Conselhos Escolares segue diretrizes estabelecidas pela Secretaria Estadual de Educagao para auxiliar na gestéo escolar, assim como 0 fortalecimento dos Grémios Estudantis que devem ser Incentivados com intuito de promover uma educagao mais democratica e o exercicio da cidadania. 3.7.3 - Meta e Estratégias Meta 11 —Ensino Médio Fomentar a universalizagao das matriculas, permanéncia e sucesso dos alunos no Ensino Médio, efetivando as acdes pactuadas entre os entes federados. Estratégias: 11.1. Estabelecer, mediante pactuagao Inter federativa, diretrizes pedagdgicas para a educagao bdsica e a base nacional comum dos curriculos, com direitos @ objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano do Ensino Médio. 14.2. Pactuar com o Estado para que este garanta um conjunto de indicadores de avaliag&o institucional com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educagao, nas condigbes de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagégicos disponivels, nas caracteristicas da gestdo e em outras dimensdes relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino; 60 11.3) Estimular politicas de combate a violéncia na escola, inclusive pelo desenvolvimento de agdes destinadas a capacitagéo de educadores para detecgao dos sinais de suas causas, como a violéncia doméstica e sexual, favorecendo a adogdo das providéncias adequadas para promover a construgdo da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de seguranga para a comunidade; 11.4 Incentivar 0 Ensino Médio @ educagSo escolar no campo, de populagdes tradicionais, de populagées itinerantes e de comunidades indigenas, respeltando a articulagdo entre os ambientes escolares e comunitarios. 3.8 - ENSINO SUPERIOR 3.8.1 Diagnéstico A educago superior, de acordo com a Constituigdo Brasileira e com o artigo 9, inciso IX da Lei de Diretrizes e Bases da Educacao Nacional (LDB n.° 9394/96), & de responsabilidade da Unido, podendo suas atribuigdes ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que eles mantenham Instituigses de Educagao ‘Superior (IES). Conforme artigo 11 da LDB compete aos Municipios prioritariamente o oferecimento do Ensino Fundamental, podendo atuar em outros niveis de ensino somente quando estiverem plenamente atendidas as necessidades de sua drea de competéncia e com a utilizacdo de recursos acima dos minimos vinculados pela Constituigao Federal. Apesar de entender que o compromisso de instituir e manter cursos de licenciaturas & de responsabilidade da Unio, o Municipio ndo tem medido esforgos para implantar cursos de graduago, principalmente na drea da educagao, por reconhecer que a qualidade do ensino acontece quando se tem professores com boa qualificagao profissional. A Universidade Federal do Paré (UFPA) foi a primeira a oferecer curso de graduagao no Municipio. Em 1994, foi criada uma turma de Pedagogia em regime intervalar. As aulas eram ministradas no auditério da SEMED. A partir de entéo outras universidades instalaram-se, como a Universidade do Estado do Paré (UEPA), em 1997, que, em convénio com a Prefeitura, ministrou curso de formag&o em nivel superior para uma turma de 40 professores da Rede, com aulas ministradas nas dependéncias da SEMED. 61 O Centro Federal Tecnolégico do Paré (CEFET-PA), em 2002, também em convénio com a Prefeitura, realizou formacao para 350 professores da Rede, com curso em nivel de Graduagéo. Em 2004, uma parceria entre a Prefeitura e a Universidade da Amaz6nia (UNAMA) propiciou a vinda de um curso de Pedagogia o qual beneficiou a formago de dezenas de docentes. Em razBo da necessidade de se criar espaco proprio para atender a demanda da formag&o em nivel superior, a companhia CVRD doou ao Municipio as instalagdes do antigo Colégio Método. De posse do prédio, a Prefeitura reformou, ampliou e equipou suas instalacdes, transformando-o em 2001 no atual Centro Universitario de Parauapebas (CEUP). Como forma de oferecer oportunidade de acesso a universidade aos professores da Rede @ a comunidade local, 0 Municipio aderiu ao programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) e com 0 compromisso de atender a demanda de formagao aos professores ndo graduados e/ou nao habllitados na drea de atuago, 0 Municipio implantou 0 Polo do PARFOR - Programa de Formacdo de Professores. Para atender aos demais segmentos da sociedade firmou-se convénios com as Instituigbes de Ensino Superior - IES. 3.8.2 Diretrizes Nenhum pais, estado ou municipio pode aspirar ao desenvolvimento sem investir na formagdo superior de seus jovens e adultos. Num mundo em que o conhecimento se sobrepde aos recursos materiais como fator de desenvolvimento, a importancia da educago superior e de suas instituigbes 6 cada vez maior. Para que estas possam desempenhar sua missdo educacional, institucional e social, 0 apoio pUblico decisivo. Ressalte-se que 4 educagdo superior esté reservado, também, o papel de fundamentar e divulgar os conhecimentos ministrados nos outros niveis de ensino; dessa forma, o vinculo entre o Poder Publico Municipal e as IES esta relacionado a formaco dos professores da Rede, tanto na formagao inicial quanto na continuada. Com esse objetivo, o referido Poder deve realizar convénios com essas instituigdes, de modo a aperfeigoar o quadro de professores mediante o estudo tedrico-pratico das diversas areas do saber docente. Assim, cabe ao Governo do Municipio contribuir para que instituigdes publicas de nivel superior garantam educagao superior publica, gratuita e de qualidade aos profissionais da educago e & comunidade em geral, bem como estabelecer politica de articulaggo das agdes de ensino, pesquisa e extensdio universitarias com as ages estratégicas de desenvolvimento realizadas no Municipio, em beneficio da 62 populaggo, por meio de projetos de apoio e, se necessario, por melo de parcerias concretas com instituigdes federais, estaduais e privadas. Diante do exposto, o Municipio tem se esforgado para assegurar a implantagdo ea implementagao de um campus universitério, em parceria com o Estado e a Unido @ para isso assinou o convénio em 2011, entre a empresa Vale, a Universidade Federal do Pard (hoje Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pard - UNIFESPA) para a viabilizago de instalago do Campus Universitario de Parauapebas, por ser de fundamental importancia, haja vista a demanda para curso em nivel superior tender a crescer com o passar dos anos. Some-se a isso a caréncia de mao de obra qualificada e especializada para atender o mercado de trabalho local. 3.8.3 — Meta e Estratégias Mota 12 - Ensino Superior Elevar para 100% (com por cento) a taxa de matricula na Educagao Superior dos professores da Rede Municipal, em parceria com o MEC e as IES, assegurando a qualidade da oferta. Estratégias: 12.1) Otimizar a capacidade instalada da estrutura fisica que atende o Ensino ‘Superior publico, mediante agdes planejadas e coordenadas, de forma a ampliar e interiorizar 0 acesso a graduagao aos professores da Rede. 12.2) Fomentar a parceria em oferta de Educago Superior piiblica e gratuita para a formagao de professores para a educagéio basica, para atender ao déficit de profissionals em areas especificas. 12.3) Defender politicas que contribuam para a ampliagao de vagas nas instituigdes. 12.4) Articular junto as IES para a implementagao da Educagaio a Distancia (EAD) na formago continuada. 12.5) Incentivar a oferta de cursos notumos nas universidades pUblicas. 12.6) Apoiar o ingresso de profissionais da educagao nos cursos de pés-graduagao com incentivo 4 pesquisa na area de educagdo. 63 IV - VALORIZAGAO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCACAO / FORMAGAO DE PROFESSORES E VALORIZACAO DO MAGISTERIO 4.1 Diagnéstico As politicas de valorizagio do profissional da educagdo sfo mais especificadas na LDB/96. Nessa legislagao, constam nove artigos dedicados, exclusivamente, aos profissionais da educago basica, sendo que, na sua maioria, tratam das exigéncias de sua formacdo. Mas, além disso, estabelece, no artigo 67, que os sistemas de ensino devem promover a valorizagdo desses profissionais através dos estatutos e planos de carreira, garantindo o ingresso na carreira exclusivamente por concurso publico de provas e titulos, licenciamento remunerado para formagao continuada, piso salarial profissional, progressdo funcional baseada em titulago ou habilitag&o e avaliagdo de desempenho, perfodo reservado para estudos, além das condigdes adequadas de trabalho. Diante disto, cumpre, entao, indagar: em que sentido os direitos e garantias fixados na legislagéio esto realmente sendo efetivados? Em que medida os educadores e pesquisadores do campo da educac&o est&éo acompanhando e analisando a consecugdo dos objetivos dessas politicas? Que aspectos da profissionalizag&o docente essas politicas tim considerado? Concemente a legislagdo vigente, o municipio de Parauapebas, com 27 anos de emancipagao politica, tem implementado agdes concementes a valorizacao desses profissionais, a exemplo, da realizacéio regular de concursos publicos, sendo © timo em 2014 e a implantagdo do Plano de Cargos Carreira e Remuneragaio do Magistério, aprovado sob a Lei Municipal 4.509 de 04 de julho de 2012. Neste contexto, compreende-se que todos os elementos e encaminhamentos que compée 0 processo educacional, interligam-se com a estruturacdo da carreira do magistério: planejamento, avaliagao, formacéio, gestéo e financiamento, esto intrinsecamente relacionados a valorizacao deste profissional e consequentemente, a melhoria da qualidade da educago publica. No entanto, os demais servidores que atuam na educagao séo regidos pelo Estatuto do Servidor, ou seja, esses profissionals ainda carecem ter sua vida profissional assegurada. A formacdo inicial dos professores & outro elemento que tem constituido em ago efetiva do Governo Municipal. © Municipio implantou, com recursos préprios, 0 curso de especializagao em Gestdo Escolar para todos os gestores da rede municipal e, em parcerla com a IES (Estadual e Federal), através do PARFOR — 64 Programa de Formagao de Professores, tem promovido cursos em nivel de graduagao nas mais diversas areas do ensino, além de cursos de Pés- graduaco. A formagao continuada constitui agao efetiva da Secretaria Municipal de Educagaéo, realizada regularmente, pelos técnicos da secretaria, mediante cronograma anual, concernente 4 demanda de contetdos a serem estudados e discutidos. 4.2 Diretrizes A implementago de politicas publicas de formagao inicial e continuada para os profissionais da educagaéo 6 uma condi¢éo e um meio ao avango cientifico e tecnolégico em nossa sociedade e, portanto, ao desenvolvimento da qualidade da educagao do Municipio, uma vez que a produg&o do conhecimento e a criagaéo de novas tecnologias interferem positivamente no nivel e na qualidade de vida das pessoas. © compromisso com a educacao de qualidade depende também da formagao e da valorizagao do magistério, j4 que os docentes exercem um papel decisivo no proceso educacional. Para tanto, a valorizacao do magistério implica, pelo menos, os seguintes requisitos: « Uma formagdo profissional que assegure o desenvolvimento da pessoa do educador enquanto cidad&o e profissional, 0 dominio dos conhecimentos, do objeto de trabalho com os alunos e dos métodos pedagégicos que promovam a aprendizagem; «Um sistema de educag&o continuada que permita ao professor um crescimento constante de seu dominio sobre a cultura letrada, dentro de uma visio critica e da perspectiva de um novo humanismo; * Sempre que possivel jomada de trabalho organizada de acordo com a Jomada dos alunos, concentrada num tinico estabelecimento de ensino em que se inclua 0 tempo necessario para as atividades complementares ao trabalho em sala de aula; © Salério condigno, competitivo no mercado de trabalho, com outras ocupacdes que requerem nivel equivalente de formagao; e * Compromisso social e politico com o magistério. Os quatro primeiros requisitos precisam ser supridos pelos Sistemas de Ensino. © quinto depende dos proprios professores: 0 compromisso com a aprendizagem 65 dos alunos, o respelto a que tém direlto como cidaddos em formagao, interesse pelo trabalho e participagao no trabalho de equipe, na escola. Assim, a valorizagao do Magistério depende, pelo lado do Poder Publico, da garantia de condiges adequadas de formagdo, de trabalho e de remuneragao e, por outro lado, dos profissionais do magistério, com o bom desempenho da atividade. A formag&o continuada dos profissionais da educago publica deveré ser garantida pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Educagao, cuja atuagao incluir a coordenago, 0 financiamento e a manutengdo dos programas como uma ago permanente e a busca de parcerias com universidades e Insfituig6es de Ensino Superior. Aquela relativa aos professores que atuam na esfera privada sera de responsabilidade das respectivas instituigSes. 4.3 - Metas e Estratégias Meta 13 - Valorizacao dos profissionais da educacao Garantir, em regime de colaboragdo entre a Unido e as IES, que 100% (cem por cento) dos professores da educagao bésica possuam formagao especifica de nivel superior, obtida em curso de licenciatura na 4rea de conhecimento em que atuam, até o quinto ano de vigéncia deste PME. Estratégias: 13.1) Atuar, com base em plano estratégico que apresente diagnéstico das necessidades de formaco de profissionais do magistério e da capacidade de atendimento da Rede Municipal de Ensino. 13.2) Utilizar a plataforma eletrénica para organizar a oferta e as matriculas em cursos de formacdo inicial e continuada de professores, nas InstituigSes de Ensino ‘Superior, bem como para divulgacéo e atualizagao dos curriculos dos docentes. 13.3) Implementar, na vigéncia deste PME, politica municipal de formacéo e valorizagdo dos profissionais da educagéo, de forma a ampliar as possibilidades de formagio em servico. 13.4) Implementar programas especificos para formagao de professores de todos os niveis e modalidades de ensino. 13.5) Consolidar sistema municipal de formag&o de professores, definindo diretrizes municipais, 4reas prioritarias, instituigdes formadoras e processos de certificagao dos cursos. 66 13.6) Incentivar a formacéo @ atuagéo de profissionais para a promogéo da igualdade social, da incluso, dos direitos das criangas e adolescentes e para a promogo da sustentabilidade socicambiental. 13.7) Garantir a formagao dos profissionais da educagdo para a apropriagao das tecnologias de informagao e comunicagao considerando as diferentes linguagens midiaticas. Meta 14 — Valorizaco do Magistério Valorizar os (as) profissionals do magistério da Rede Municipal, de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionals com escolaridade equivalents, até o final do sexto ano de vigéncia deste PME. Estratégias: 14.1) Constituir férum permanente dos trabalhadores em educagdo para acompanhamento da atualizagao progressiva do valor do piso salarial profissional em relagao aos demais profissionais com formago equivalente. 14.2) Implementar, planos de carreira para o magistério, com implementagao gradual da jomada de trabalho cumprida em um Unico estabelecimento escolar. 14.3) Efetivar planejamento que garanta o cumprimento de 25% (vinte @ cinco por cento) da carga horaria dos professores para preparagao de aulas, avaliagées e reunides pedagdgicas. 14.4) Monitorar o BIP — Banco de Informagdes dos Professores para diagnosticar a demanda de professores nao graduados e Implementar programas de formagéio de professores possibilitando a formag&o exigida pela LDB. 14.5) Incluir nos concursos de prova e titulos para provimento dos cargos de professor para Educago Indigena requisites referentes as particularidades culturais, especialmente linguisticas, dos grupos indigenas. 14.8) Ampliar, reformular e rever a periodicidade da avaliagao de desempenho dos profissionals da educago a partir do primeiro ano de viggncia deste PME, visando & melhoria da qualidade do ensino. Meta 15 - Plano de Carreira Assegurar, no prazo de 5 (cinco anos), a partir da vigéncia deste PME, a existéncia do Plano de Carreira, para os (as) profissionais da educacao. or Estratégias: 15.1) Implementar na rede municipal de ensino acompanhamento aos profissionais iniciantes, supervisionados por profissionais experientes a fim de fundamentar, com base em avaliagéo documentada, a deciséo pela a efetivagdo apés o estagio probatério e oferecer, durante esse periodo, curso de aprofundamento de estudos na drea de atuacdo, do(a) professor com destaque para os contetdos a serem ensinados e as metodologias de ensino de cada disciplina. 15.2) Prever no plano de carreira dos profissionals da educag&o do municipio, licengas renumeradas e incentives para qualificagdo profissional inclusive em nivel de pés- graduacao. 15.3) Considerar as especificidades sécio culturais das escolas do campo e das comunidades indigenas no provimento de cargos efetivos para essas escolas. 15.4) Regulamentar as fungbes de cardter pedagégico e administrativo considerando, principalmente as experiéncias , percurso formativo e desempenho na rede ensino. V- GESTAO DEMOCRATICA 5.1 - Diretrizes: O artigo 14 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educago Nacional indica que os sistemas de ensino definirio as normas da gestéo democrética do ensino pliblico na Educago Basica obedecendo aos principlos da participagdo dos profissionals da educag&io na elaboragdo do Projeto Pedagégico da escola e a participacao das comunidades escolares e locals em Conselhos Escolares. A gestdo democrética da educaggo esté vinculada aos mecanismos legais e institucionais e a coordenagdo de atitudes que propdem a participacdo social: no planejamento @ elaboragao de politicas educacionais; na tomada de decisées; na escolha do uso de recursos e prioridades de aquisigo; na execucdo das resolugdes colegiadas; nos perlodos de avaliago da escola e da politica educacional. Com a aplicag3o da politica da universalizagao do ensino, deve-se estabelecer como prioridade educacional a democratizacao do ingresso e a permanéncia do aluno na escola, assim como a garantia da qualidade social da educago. As atitudes, os conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e competéncias na formagao do gestor da educago sAo to importantes quanto a pratica de ensino em sala de aula. 68 No entanto, de nada valem estes atributos se o gestor ndo se preocupar com 0 processo de ensino e aprendizagem na sua escola. Os gestores devem também possuir habilidades para diagnosticar e propor solugdes assertivas as causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho, ter habilidades e competéncias para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor administragao do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional. O Gestor deve estar ciente de que a qualidade da escola 6 global, devido a interagao dos individuos e grupos que influenciam o seu funcionamento. Uma gestéo democratica requer a participacaio da comunidade escolar nos processos que se evoluem em permanente formulagao e em implementagdo coletiva de metas, objetivos, estratégias @ procedimentos da escola, quer sejam a respeito dos aspectos pedagégicos, quer sejam relativos a gestio administrativa, dos recursos humanos e financeiros. Portanto, 6 necessario que a gestdo escolar seja compartilhada, coletiva, participativa, democratica e que todos juntos ~ diretor, pals, comunidade, professores, alunos e funciondrios — busquem caminhos, solugdes para 08 entraves e consigam realizar o sonho coletivo: “todos os alunos aprendendo’. Neste sentido, a escola que se quer, deve estar aberta ao didlogo, voltada para os anseios da sociedade modema e pautada nos preceltos democraticos — descentralizago, participagdo e transparéncia - onde a comunidade escolar possa construir propostas e altemativas que fortalegam a uniéo em tomo da gestéo do ensino. Garantir a eficdcia escolar - isto 6, possibilitar uma aprendizagem significativa aos alunos, legitimando, dessa forma, o sistema escolar -, tem sido 0 foco da gestéo escolar, concretizado através da construgao do Projeto Politico Pedagégico que elaborado coletivamente, pressupée rupturas com o autoritarismo. A descentralizagdo e a democratizagdo da gestéo ganharam forga na década de 1980, por meio das reformas legislativas, concentrando-se em trés vertentes basicas da gestdo escolar: a) Participagao da comunidade escolar na selegdo de diretores da escola; b) Criag&o de um colegiado - Conselho Escolar - que tenha, tanto autoridade deliberativa, quanto poder decisério; c) Repasse de recursos financeiros as escolas e, consequentemente, aumento de sua autonomia. Assim 6 a gestdo democratica. Foco de interesse de um ensino de qualidade, que pressupée participagdo coletiva e autonomia nas decisdes, com o compromisso de tomar a escola mais eficiente e eficaz, caracterizando um desafio na operacionalizagao das politicas publicas de educagao. Concemente a essa concepgao de gestéo, a rede municipal defende como principio ao investimento da qualidade da educacdo, a implementagao de uma gestéo democratica em consonancia com os principios acima descritos. 5.2 - Meta e Estratégias Meta 16 - Gestdo democratica Assegurar condigées, no prazo de dois anos, para a efetivacio da gestéo democratica da educacao, associada a critérlos técnicos de mérito e desempenho e a consulta publica a comunidade, prevendo recursos ¢ apoio técnico da Uniao para tanto. Estratégias: 16.1) Elaborar e implementar Lei Municipal que contemple critérios técnicos de mérito e desempenho e a processos que garantam a participagéo da comunidade escolar preliminares 4 nomeacdo de diretores escolares. 16.2) Implantar processo seletivo, de acordo com os critérios técnicos de méritos e desempenho estabelecidos em lel. 16.3) Estimular a constituigdo 0 fortalecimento de Conselhos Escolares Conselhos Municipais de Educag&o, como instrumento de participagao e fiscalizagao na gestéo escolar e educacional, inclusive por meio de participag3o em programas de formagao de conselheiros, assegurando-se condigdes de funcionamento auténomo. 16.4) Favorecer processo de autonomia pedagégica, administrativa e de gestdo financeira nos estabelecimentos de ensino. 16.5) Estimular a participago e a consulta de profissionais da educacao, Conselhos Escolares, alunos e seus familiares na formulaglo dos Projetos Politico Pedagégicos, curriculos escolares, planos de gestio escolar e regimentos escolares. 16.6) Instituir 0 Forum Permanente de Educagdo, com as representagées legais a partir do segundo ano de vigéncia deste PME, com 0 intuito de coordenar as Conferéncias Municipais, acompanhar a execugo deste PME, entre outras atribuigdes que Ihe sao cabiveis. 70 VI- GESTAO FINANCEIRA 6.1 Diagnéstico © artigo 212, caput, da Carta Magna, dispde que “a Unido aplicard, anualmente, nunca menos de dezoito por cento, e os Estados, o Distrito Federal e os Municipios vinte e cinco por cento, no minimo da receita resultante de impostos, compreendendo a proveniente das transferéncias, na manutengdo e desenvolvimento de ensino”. A Reforma Tributdria embutida na Constituigao de 1988 reforgou nao sé a arrecadagéo de impostos em geral, mas também a sua destinagdo ou disponibilidade aos Estados e aos Municlpios por um aumento de percentuais de transferéncias para o Fundo de Participagdo dos Estados (FPE), Fundo de Participagéo dos Municipios (FPM) e Imposto sobre Circulagzo de Mercadorias e Servigos (ICMS). ADB inovou no item Financiamento do Ensino quando em seu texto (art. 69, § 5°) dispSe que os recursos constitucionalmente vinculados ao ensino sejam disponibilizados, em conta especifica, para o érgo responsavel pela educago. Inova também quando, em seus artigos 70 e 71, disciplina os gastos com a Manutengdo e Desenvolvimento do Ensino (MDE), criando um arcabougo legal. O financiamento da educagao publica esta previsto em Leis Federais, Estaduais e Municipais (Constituigaio Federal, LDB, Emenda Constitucional 14, Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Organica do Estado e Municipio, Lei do Sistema Municipal, Lei complementar, Estatuto e Planos de Carreira). Em substituiggo a Lel n.° 9.424, de 24 de dezembro de 1996, do Fundo de Manuteng&o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizago do Magistério (FUNDEF), o Ministério da Educagdo criou a Lei do FUNDEB, através da Medida Proviséria n.° 339, de 28 de dezembro de 2006, que assegura: “Os fundos de cada Estado e do Distrito Federal so compostos por 20% de receltas conforme art. 3°, sendo que esses recursos sero distribuldos entre o Distrito Federal, os Estados e seus Munlcipios, considerando-se exclusivamente as matriculas nos respectivos Ambitos de atuagdo prioritéria, conforme §§ 2.° e 3. do art. 211 da Constituigao. Assim, os recursos que compéem os Fundos serdo distribuidos, no Ambito do Distrito Federal, de cada Estado e seus Municipios, proporcionalmente ao numero de alunos matriculados nas respectivas Redes de Educagao Basica, art. 8°. MP 339, 28/12/06. n Conforme Resolugao n.° 001 de 15, de fevereiro de 2007, ficam estabelecidas “as ponderagées aplicdveis a distribuig&o dos recursos advindos do Fundo de Manutengéo e Desenvolvimento da Educagao Basica e de Valorizagao do Magistério", ou seja, o valor que é destinado a cada aluno, de todos os niveis e modalidades de ensino, esta especificado conforme art. 1.° da referida Resolucao. De acordo com o art. 21, § 1.°, da mesma Resolugao, “Os recursos poderao ser aplicados pelos Estados e Municipios indistintamente entre etapas, modalidades @ tipos de estabelecimentos de ensino de educagao basica nos seus respectivos Ambitos de atuago prioritarta”, Os recursos do FUNDEB serdo distribuldos entre os Estados, o Distrito Federal 0s Municipios, proporcionalmente ao numero de alunos matriculados nas respectivas Redes de Educago Basica, observando-se os fatores de diferenciagao por aluno, entre etapas e modalidade da Educagdo Basica e entre tipo de estabelecimento de ensino, previstos no art. 9°, §1.°, desta Lei, bem como os coeficientes de distribuiggo do recurso. Ainda de acordo com a resolu¢&o acima citada no artigo 22, inciso |, o mesmo ‘ocorre com a remuneragao, o total de pagamentos devidos aos profissionais do magistério da educacdo, em decorréncia do efetivo exercicio em cargo, emprego ou funco, integrantes de estrutura, quadro ou tabela de servidores do Estado, Distrito Federal ou Municipio, conforme o caso, inclusive os encargos socials incidentes. Compete a0 Municipio adequar-se as orientagSes da Lei do FUNDEB, a fim de institucionalizar o atendimento & Educag&o Basica. Sendo como tal, o Municipio de Parauapebas j4 aderiu ao novo sistema de financiamento da Educago Basica — por meio do FUNDEB. Para que metas educacionais possam ser definidas, faz-se necessario detalhamento claro dos custos e dos recursos disponiveis ao financiamento da educagéo. Os percentuais constitucionais vinculados @ manutengdo e ao desenvolvimento do ensino devem representar o ponto de partida a formulagao e a implementacao de metas propostas. A-PROPRIOS 2011 212 2013 2014 a | Quadrimestre a) 702 Bor7ezAa| _082.282,47| TRRF 189. 16626.735,36| _20,668.237,73] 11.343.207,12| Ter 804 x 2971.542,28| 3.951.462,65] _1.208.040,75) 1SS 794 209, 896,77] 181.828.002,14| 131.102.983,57| 47.018.885 97 Divide Atva de Agios i 759.478,35| — 616.308,63| _736871,00] Muitas ¢ Juros de Imposto 7,462.121,13| 2.916.090.20) 1.285.737 53 2 [Trans da Comp. Financ coon 234:391.751,95 TTABELA T0 TRANSFERENCIA DE RECURGOS: 283.132.063,04 450.805 562,51] 267 7 494.028,55} Trans da Comp. Financ -FEP 710 790,36] ECEKS) 30886812] AZ| Ln TABELA 11 TRANSFERENCIAFUNDEB: FPM 57.170253,18] 60.023427,43] _ 64.018.367,19] _05.268000,03] 24.508.782,14| TR 33.t6827| __104208.63] _s16.92007| _247-485,94] ¥2.600,82| ICMS- DESONERAGEO 2.760,610,00| _3.416.487.60| _4.280.144,82] _4271.636,04] _ 1.100.002,96] ious 784.967.541 45| 269.961.431,06| —980.716.206,48) 454.704.614,05| 146.731 986,46] PVA 8511.74340| _764097551| _0.683.379,03] 12 176.060,30| _4.638.881,32| er 6,283,006 A2| 10.728071.47| 14,040.270,06] _14.231,807,90] 4.100.82%,07] a PE DANE 73.056.120,56] 96.405473.9] a — Tae RETRO ES EE enero stocrarasa|_rossszose|_o8ansar0] nossaerea7| _s007a1074 xe CORRS aS) —| TTR] OTTO | GUT AT] — PRBS pears esi eT [stan semgotone Taetcas | 5076292170] rsenecon| r04s180n7a| sren27403| —cossesese orinocs Fonte: Secretaria Municipal de Fazenda - SEFAZ TABELA 13 RECURSOS /RECETTAS. ft FUNDEB = TOTAL, 69.401,680,52] —_ 61.442.738,00] 88.620.482,72] 105.707.950,74] 56.730.164,83 2. Rendmeno Aplicass(i) 20:061,52| ¥55.001,70|_162.743,30] _224.044,7 203.504, 50] S.mposios 25% 71578.056,42|_—_ 44.260,007,74| 43611.167,03| _90.864.408.56| 16273.458,12 4. Imposios 7% 2,986 24547| _3542.470,62| _3.488.803.49| — 3.190,762,00| _ 1221.676,05] 5. Rendimentos -Apicapto (Sra) 486.071.87| 324,360.06] 226.573,20| 262.009,34] 43.702,90] 6. Saliro Eaucapso 704.761,74] —_2.107.420,71| 2.550.255,07| _5488.045,88) _ 1.896.001,48] 7. Rendimentos - Apicaglo(@) 77.166,45] 6.381] 1738668] 28.644.82| ¥0.040,90] 8. Transporte EscolariConvnio 337:263,09] ga2070.27| _276.163,11| 69.4820] 32.081,07| [9 Rendimenios - Apleacso(@) 2562.85] 7358,08[ __6.741,90] _20.488.67| 571267 H10.Merenda Escolar -Convénios | —_2.187-420,00| —2.803.008,00[ 5.382.847.20| __5.470.650.80 301 618.40] F1,Rendmentos -Apleaglo (10) 27.877.48| 766.9658] 20.100.00| __56.902,03] 2.08238 12.Outros Programas FOE 41,006,00] 2,138,00] 20.822,57| 3.725,38| __1.093.043,66] 13 Rendimerios -Apicagdo (12) 1182.26] 1.480,20[ —_1.990,68) 3.761,01 7.04253] '12,Convénios FNDE. 7 205.820.24 - 5.226. 433,57] - B 6.2 Diretrizes A Constituigo Federal define que compete a Unido exercer a fungdo redistributiva, de modo a garantir a equalizago de oportunidades (art. 211 § 1°). Trata-se de oferecer & sociedade a real possibilidade de acesso e permanéncia dos alunos na escola. Nesse contexto, a educagao deve ser considerada uma prioridade para um projeto de desenvolvimento que favoreca a superagdo das desigualdades tanto em relagdo a distribuigo de renda quanto a melhoria dos problemas sociais. A educagéio 6 de responsabilidade do Estado e da sociedade, e néo apenas de um ‘6rgao. A Secretaria de Educagao hd de ter o papel central em relagdo a educagao escolar. Mas, sozinha, tera dificuldades em responder qualitativamente & missao de incluir todos num projeto de cidadania plena. Dai a necessidade de se articular com as demais Secretarias, assim como demais instituigses educacionais, reunindo competéncias, seja em termos de apoio técnico, seja de recursos financeiros, para fazer cumprir esta misao. A légica do FUNDEB, que destina parcela dos recursos para o funcionamento do ensino para onde as matriculas fisicamente residem, estd estendida a toda Educago Basica, de forma a proporcionar a melhoria da qualidade do ensino pliblico ofertado. A equidade do financiamento deve ser, portanto, a logica de toda a educaco basica, uma vez que ela pune os maus aplicadores dos recursos vinculados e redistribui os recursos disponiveis para o funcionamento da educagao com base em critério mais objetivo, que é 0 da matricula de cada aluno, art. 9°, MP 339/08. ‘A educagdo publica tem dimensées relevantes, sendo uma delas a econémica, com a obrigatoriedade do Poder Piblico de financié-la. Constitulse um direito de todos. © dever do Poder Publico Municipal n&io deve somente ser acompanhado de rigorosas sangdes aos agentes publicos em caso de desrespeito a este direito, mas 6 preciso criar instrumentos para garanti-lo. Isto se fara por meio de diretriz basica para o financiamento da educagao que 6 a vinculagao constitucional de recursos manuteng&o e ao desenvolvimento do ensino. Essa vinculag&o 6 necess4ria pela prioridade conferida 4 educagao e também como condig&o de uma gestéo municipal mais eficaz. Por isso, a instalagdo de um sistema integrado de informagées ganha relevante importancia, pois se 0 Municipio tem informagées precisas, com antecedéncia, e sabe, por exemplo, quanto de recurso 6 destinado a educago, naturalmente saberé quanto podera investir em ‘suas metas. 14 Portanto, todas as politicas educacionais devem estar com seus objetivos ¢ metas definidos e em consonancia com a Constituigaio Federal e a Lel de Diretrizes e Bases da Educago Nacional. O municipio deve fixar objetivos para a educagao de todos os niveis e modalidades, estando organizado com demandas e recursos para agdes a médio e em longo prazo. © financiamento da educacao deve ser reconhecido como condigao para a formagao integral do ser humano, exerciclo pleno da cidadania e para a transformacaio da qualidade de vida da populago. Por conseguinte, a educagao e seu financiamento nao s4o tratados neste PME como um problema econémico, mas como uma questdo de cidadania. Para tanto, a SEMED deve estar estrategicamente organizada num processo gerencial com o objetivo de transformar essa visdo em realidade. Uma vez fortalecida na sua expansdo, assim como na sua qualidade, a educago constituir-se-4 num forte alicerce da rede de protegao social. Considerando o trabalhador da educag&o como elemento fundamental e essencial no processo educacional 6 imprescindivel que todas as entidades e 6rgéos responsaveis, tanto em nivel pUblico quanto em privado, implementem politicas publicas de investimentos que garantam a adequada valorizagéo desse profissional. A atuagao dos Conselhos Escolares deve expressar a gesto democratica, por meio da participagdo e da eficiéncia e dos varios atores da comunidade escolar. 6.3 Meta e Estratégias Meta 17 ~ Gestdo Financeira Garantir 100% (cem por cento) da aplicagéo dos recursos educacionai oriundos do FUNDEB e do Fundo Municipal de Educagao em agées politico- pedagégicas que contribuam efetivamente para a qualidade social da educagao. Estratégias: 17.1, Garantir acompanhamento da utilizagdo dos recursos financeiros da educago pelos 6rgéos de controle social, conforme legislagao. 17.2. Implementar e executar a gestdo financeira do PME, em consonancia com 0 Plano Nacional de Educagao, o Plano Estadual de Educagao conforme legislagao. 15 17.3 Promover e garantir gradativa autonomia financeira as escolas, mediante repasses de recursos diretamente aos estabelecimentos publicos de ensino. 17.4 Garantir que o PME seja referéncia para a elaboracdo dos diversos instrumentos financeiros que regem a administragao publica, a saber: PAR — Plano de Agées Articuladas, PPA — Plano Plurianual, LDO - Lei de Diretrizes Orgamentérias e LOA — Lei Orgamentéria Anual. Vil - ACOMPANHAMENTO E AVALIAGAO DO PLANO © PME deve estar em consonancia com o Plano Estadual’, Em no havendo, deve estar em sintonia com o Plano Nacional, uma vez que estes documentos deverdio compor um conjunto integrado e articulado. Integrado quanto aos objetivos, prioridades, diretrizes e metas estabelecidas. E articulado nas ages, de modo que, na soma dos esforgos das trés esferas, “do Estado, quando ha", do Municipio mais a Unido, alcancem as metas aqui estabelecidas. E necessério que algumas entidades da sociedade civil, diretamente interessadas e responsdveis pelos direitos da crianga e do adolescente, participem do acompanhamento e da avaliagéo do PME. O art. 227, § 7°, da Constituico Federal determina que no atendimento dos direitos da crianga e do adolescente seja levado em consideragéo © disposto no art. 204, que estabelece a diretriz de “participagéo da populagdo, por meio de organizagées representativas, na formulago das politicas e no controle das agdes em todos em todos os niveis". Algm do mais, 0 conjunto das instituigses envolvidas, sejam elas governamentais ou n&o, assumiré o compromisso de acompanhar e avaliar as diretrizes, metas @ estratégias aqui estabelecidas, sugerindo, sempre que necessétio, intervengSes para corregdo e/ou adaptago no desenvolvimento das metas. ‘A SEMED 6 responsavel pela coordenagao do processo de implantagdo e consolidagao do Plano, na figura do dirigente Municipal de Educagdo. Além dela, desempenhardio também papel fundamental nessas agdes o Poder Legislative, 0 Poder Judicidrio e a sociedade civil organizada. As metas e estratégias deste PME somente poderdo ser alcancadas se ele for entendido como Plano do Municipio, mais do que Plano de Governo e, por isso, assumido como compromisso da sociedade para consigo propria. Sua aprovagao pela Camara Municipal, 0 acompanhamento e a avaliagdo pelas instituigdes 5.Na ocasio da elaboragto deste Plano, o Pard ainda ndo possuiao seu Plano Estadual 16 governamentais e da sociedade civil sdo fatores decisivos para efetivar a qualidade educacional no desenvolvimento, da incluso e da cidadania plena. E fundamental que a avaliagdo seja efetivamente realizada de forma continua e que 0 acompanhamento seja voltado a andlise de aspectos qualitativos e quantitativos do desempenho do PME, tendo em vista a melhoria e desenvolvimento do mesmo. E importante que o Poder Publico Municipal crie e institua um Sistema Municipal de Avaliagao que gere mecanismos necessérios ao acompanhamento da execugao do PME, observando os seguintes dados: - Estatisticos: que controlam o avango das metas de atendimento e outras, mensurdveis quantitativamente, desde o diagnéstico. - De aferi¢o qualitativa: elaborada periodicamente, de acordo com os prazos das metas a serem aplicadas para medir o sucesso das estratégias, tendo como objeto tanto o processo como o resultado final. - De acompanhamento: elaborados para monitorar continuamente o processo educacional e de realizagaio do PME. Além da avaliagéo continua da execugdo do PME, deverdo ser feitas avaliagbes periddicas, através das Conferencias Municipais de Educagao, sendo que, to logo este Plano entre em ago, a primeira deverd ser realizada no segundo ano apés sua implantagdo e as posteriores a cada dois anos. 7 Vill REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: BRASIL. Constituigéo da Republica Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Brasilia, 1988. BRASIL. Ministério da Educag&o. Secretaria de Educag&o Basica. Documento Norteador para Elaborago de Plano Municipal de Educacao (PME). Brasilia: Secretaria de Educago, 2005. BRASIL. Ministério da Educago. Lei de Diretrizes e Bases da Educagao Nacional — Lei n° 9.394/96, de 20 de Dezembro de 1996. Brasilia, 1996. BRASIL. Proposta da Conferéncia Nacional de Educagao - CONAE, 2009. PARAUAPEBAS. Secretaria Municipal de Educagao. Forum Municipal de Educagao, 2013. BRASIL. Ministério da Educagao. Projeto de Lei - PL N° 8.035/2010 - Plano Nacional de Educagao - PNE. Brasilia. BRASIL. Ministério da Educac&o. Secretaria de Articulago com os Sistemas de Ensino-SASE. Documento Orientador para Alinhamento do Plano Municipal de Educagao — Planejando a Proxima Década/2014. BRASIL. Site: Ministério da Educacao, Brasilia - DF BRASIL. Lei N° 13.005 de 23 de junho de 2014, de Aprovagao do Plano Nacional de Educagao — PNE. Brasilia: Presidéncia da Republica. LERCHE, Sofia Vieira. Texto: Novos paradigmas da gesto escolar, 1990. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares / MEC. PARA. Pacto pela Educagéo do Paré — Documento Orientador. Alinhamento Estratégico para Elaboracao dos Planos Municipais. 2014, Para — Brasil. PARAUAPEBAS. Prefeitura Municipal. Estatuto dos Servidores Publicos de Parauapebas — Lei n° 4.231, de 26 de abril de 2002. Parauapebas: Secretaria Municipal de Educagao, 2002. PARAUAPEBAS. Prefeitura Municipal e Camara Municipal de Vereadores. Lei Organica do Municipio de Parauapebas — de 5 de abril de 1990 ~ sob Emenda Integral a Lei Organica Municipal de n° 1, de 22 de dezembro de 2009. PARAUAPEBAS. Prefeitura Municipal. Plano de Cargos, Carreira e Remuneracéo do Magistério — Lei Mun. N° 4.509, de 04 de jutho de 2012. PARAUAPEBAS. Plano Municipal de Educagaio - PME. 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