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2 ‘A.ECONOMIA POLITICA BRASILEIRA Para passar a limpo essa quesito, que fica bastante conlusa 20 nivel do discurso politico, devese examinar a estratégia de desenvol- vimento econémico adotada e praticada no Brasil das anos 50 pelas lites reformisas (‘2HOPENSAMENTO DA CEPAL ‘Qualquersrabaiho de investigagao sobre a génese da economia politi iatino-amvericana ou brasileira deve, forgosamente, passar pelo ‘pensamento da Comissio Econimica para a América Latina (CEPAL). ‘final, esta se eonstituia no marco tadrico decsivo para a gestaedo das principals teses sobre o desenvolvimento ou subdetenvolvimento pert férico que animaram a discussBo tebriea latino-americana do. apbs- guerra. Pertenceram as fileiras cepalinas figuras da mais alta expressto do pensamento social brasileiro, como Celso Furiado, Maria ds Con- ceigio Tavares, Fernando H. Cardoso, Carlos Lessa, A. Barros de ‘Castro e José Serra, apenas pars far nos mais eonhecidos, alguns dos quai desonvoiveram no Brasil as teses que j4 haviam ajudado a cla Dorar naquela instituieto, Nao obstamte, irés dévadas apés a impor- ‘ante aparigio da CEPAL ma vida teria epritica de nosso continent, ‘com a publicagdo, em 1950, do famoso documento de Raul Prebisch € do Estudio Feonémico de America Latina, essa instituigko corre 0 risco de cair no esquecimento, antes, ainda, de se fer um balango de sua influéncia © contribuigoes. No Brasil so poucos os trabathos que fazer mengto & CEPAL, ddesmerecendo ou subestimando o impacto dessa insttuigdo na génese de nossa economia police, e prejudicando uma ayaliagdo mals precisa ‘oa sen avortes 8 “peapaga fad) ov ages verre na elas 8o oetiapar copa orang oor paras de ue Wil bras bern (et anbor cre farorve no apa orange). UID Tras dB Desurelo Economico de América Latina y Agana de PrnipalesProbemat, Nova lrau, CEPAL, Nagbe Usa 1950 (02 Eso Eco de Area Latina, Nova Kergn, CEPAL, Nags Us dhs, 151, Este Walla jumtamente com o de reich conse © moo troy “dvs dopensamento du CEPAL, Pracaracterar opessumento Gu CEPAL utliarei Su alin dow ee table menclnacis Amari Lig: Pens dete ‘CEPAL, Che Bliial Unni, 1963, « RODRIGUEZ, Ochi Ls Tore Subdesarao dels CEPAL, Mase, Sigh Veni 1950. (NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMo 2 ida produgSo teérica atual, a meu yer profundamente enraizada no ideo cepalin. ‘Nos stimos anos tém ressurgido trabalhos sobre a CEPAL ¢ foutras instituigdes importantes na formasio do persamento social brasileiro dos anos 50, como 0 ISEB, de modo a preencher esas Jacunas tebricas do passado. Seguramente nlo é por saudosismo que as ciéncias sociais gostam de desenterrar velhas quesides tabricas ¢ de ‘epassar anilises antigas. E quo os processos sociais tornam-se mais compreensiveis depois de nitidamente delinesdos isto é, quando atin. som a maturidade. Nesse sentido, apés ids d6cadas de implantacao ¢ consolidagao da acumulacdo monopoista no Brasil, torna-se mais fll entender os rumos do process social que se delinearam, talver de uma ‘maneira um tanto obscura, na década de 50, ¢ avliar 0 peso co papel <éa economia polities que o aeampanhou edireciono Partindo do pressuposto de que a CEPAL © seus porta-vores fornecem o fio da meada para a compreensio das prineipais correntes analiticas da economia politica brasileira surgidas nia década de 50 e 160, convém iniciar enfocundo o modelo cepalino, com suas asseryes © 4iretrizes fundamenias, para, em seguids, verificar até que ponto esse Pensamento traduziu-se na politica cconimica governamental, ou em que medida chegu a inspirar os planos de desenvolvimenta do Estado brasileiro. Nesse sentido, serio examinadas as dinetrizes da Comission Mista Brasil—Estasos Unidos, que balizou a politica econémice do pals no primeire quinqUénio dos anos 500 Plano de Metas do governo Kubitschek, também bastante influenciado plas ciretrizes trayadas elo Grupo Misto BNDE-CEPAL. Esses passos preliminares forne- certo elementos pars uma avaliagio mais precisa do que podcriamos 10 salen» 29 \anssear eenansiniemossimain assesia uate sonia | propagacdo do progresso técnica. difusto do desemvolvimento para’ ‘todos os membros da comunidad: mundial.” saute! das vantagens: -somparativas (um dos pilares da Teoria Classica) sustentava que, se 03. SaoennaaaeeseanetannnneesSpenNeneeee | des om incre. nae eagtes comer nite os vps Stade see eadesasincoteabmeiznoan He parr nr nar og een ‘pune dos piesindusaieaconcsconeteenent ant et eK ng risers e-aoedveanen das dearer Te irracesinnestonisonnenaemmeys [asennad auagqusestoesnc pecan” ‘vos, cujos precos, em vista de sua menor cticiéneia, permaneceriam mais elevados. Dessa forma, haveria transferéncia dos ganhos de pro- _sromdeevairatie aaagas Yur beer se do Fe ‘ciar maior desenvolvimento destes diltimos."” neem oreo Oeste conliesisidhontansiptnasiaidaaihieniadnemedanee enema srdolatnssane arsninoesindesalo ‘nena baie Neutrnsdos?-e cue donmale slo esiada transferindo seus aumentos de produtividade para a periferia atrasada_ rsinganstnnssiesssettaateaenateeiacnesse ‘produtividade obtidos nesta Uitima, Com isso, Prebisch ea CEPAL Zaapetttreueeininassetodineusicnisnnsocrs neem (07) SAMUELSON, Paul A. “Taurnatben Trade and Egualasion of Faior, Prices Fonomie ory, x 8, oak de 1965 “Intrstioal Fir Price Ego zation Once Again, Econom Joumal, 59, nto de 198, Para Albert O. Hc "anes artigo eSambaion sonra ce malar exe da Tenia Cision do Comérsio nericional eaberada na epee. Vide a reipelio HIRSCHMAN, Avert O ‘esenaimento por Eetos om Cacia, Una Abordarem Grcraata's Es (CEERAP- 18, oto 6619797. (28) Para ume. dscasio' mais aprolundase de Teri Uteral do Comdtco intracenl ide CARDOSO, Fernando "A Origntdde da Cpa: A CEPAL 8 Tati do Deseaehinese, op ics © PINTD, Anal, "A CEPAL eo Pobiewa do rogesio Teac’, em Extudos CEBRAP, 18, ode. de 176 lz de eat ichman menconio oats eter. (09 rats Se El Dear Emi des America ate y Agen de ut Principles Problemare Se Eto Bonin ts Amer Latin, de 185, (G0) Nes mes pea HW Sine expe dias ertanseehe eei. rico dos terms determin, am oe enan, + tea senate «tran [A ECONOMIA POLTTICA BRASILETRA Nl ome S sateemmeraeee produtivas mas hom mais jzadas, produzindo uma “gama diversificads de ‘para o mercado in tern, vam de todo seu avanco ¢ iusto tecoolégica. E fosso puree eos dos pores ean ase acentuar Doi, ‘lar eransates comercial ente anbon,o cent rae vanage ‘sua supremacia sobre a periferia, impondo pregos cada vez m a Assim, para/a CEPAL, se haviaresponsivets pela miséria¢ polo atraso das populagGes peritéricas, devetiam ser loalizados nos latfin- ics foudais ow arcaicos, ou em quaisquer outras atvidades pefseapi, talistas associadas com o imperialismo comercial. O° subdesenvolvi ——— sevresuitado. Persiste, no entanto, silEncio a respeito da Tita de classes “ou das possivels contradigdes entre a burguesia industrial e 0 prolets “riado, as duas classes fundamentais do nove modo de produce que se “propve consolidar. Na ausfaeia da luta de clases, cube ao Estado promover o desen- volvimento enquanto principal racionalizador da economia, alocando os recursos, protegendo a industria local, enfim, planejando uma nova «strutura econdmica nacional num grau muito superior de eficitncia © \desempenho. Neste sentido, @ Beta’ tide come 0 PRO do" desenvol- (© NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO a | vimento, pairando acima dos interesses especificos das classes esendo.6 principal agente da poltieaeconémica™ da Necto. De Sotressadtica, 0 Estado € colocedo nto apenas acima das classes. como também na frente delas. mostrando o caminho tomando as ‘medidas que levam ao desenvolvimento. Haveria, entdo, uma casta | privlepiada de téenios e burocratas,encastelados no aparato esiata. ‘capacitados a iluminar-o caminho para as desuorteadas clases sociais lutino-americands. Eyassim, 0 Estado empreendedor e modernizador,. ‘0 invés de representar as classes ou expressar-hes as forgas emcon- {ito sh: substituiria, tornando-se-o-sujeto da hist6ria. Vale a pena acentuar esta concep¢8e neo-hegeliana de Estado,” com o perdo do neoiogsmo, porque ela encontra muitos cutuadores, uns Ja inserus- acos nas hostes tecnoburocriticas,e outros esperando a sua vex de ingressar nelas. Infelizmente, pouco mais se pode falar do Estado cepalino, uma yer que este foi precariamente definido pela CEPAL, além das caracteristieas jé menclonadas. “Qual-era.o panorama da América Latina no inicio dos anos 60, ‘uma déeada an6s/ sutgimento do idedrio cepalino ¢ de sua adoedo em ‘virioe paises desse continents? No caso do Brasil, que sexuire suas, principals determinagdes, verifcava-se a consolidagto de uma estru ‘tra econdmica captalista, com capacidade propria de acumulagioy ‘dominada por oligopélios nacionais ¢ estrangeitos,c com forte part

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