As leis 10.639/03 e 11.645/08 tornou obrigatório o ensino de cultura e história africanas,
afro-brasileiras e indígenas nas escolas públicas e privadas em nosso país. Os conteúdos são ministrados conforme o currículo escolar e dependem do projeto pedagógico de cada escola e da colaboração de seus respectivos alunos. Todas as disciplinas devem assumir o compromisso de abordar as questões dessas etnias, porém as matérias previstas na legislação são: educação artística, literatura e história. Devendo seguir três fundamentos: consciência política e histórica da diversidade; revigoração de identidades e direitos. Entretanto a transcrição de nossa história do período pré-colonial a criação da república, beneficiava ponto de vista dos dominadores do poder (colonos europeus, bandeirantes, elite cafeeira e etc).
Os registros dos fatos ocorridos no Brasil e no mundo foram influenciados e distorcidos
de acordo com a ideologia eurocêntrica e positivista, onde a cultura europeia e os heróis (protagonistas principais) são colocados como superiores a uma nação diferente ou a sua própria, degradando as consideradas inferiores a eles, como as etnias africanas e indígenas. A historiografia moderna registrada cada vez mais em livros didáticos e muitos dos professores que se adequaram as leis vêm tentando combater a historiografia tradicional, mas a dificuldade é conseguir eliminar os valores discriminantes e racistas das culturas consideradas superiores, enraizadas em nossa sociedade. Vencer a falta de respeito e o descaso pela a história, cultura material e imaterial da nossa diversidade étnica e social, também é um grande obstáculo.
As inclusões não devem só ocorrer no ensino, mas também na sociedade, sendo
necessário combater os diversos tipos de violência e preconceitos contra eles, com a criação de leis que fiscalize as existentes e campanhas que conscientizem a população. Por isso os governos estaduais, municipais e o Federal em conjunto com as escolas brasileiras, tem o dever de expandir tributos que valorizem a história (o seu patrimônio), cultura e a identidade de seu povo afrodescendente e indígena, para reparar os danos do passado que se repetem no presente.