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Humano II Apresentac4o do Professor Helenrose A. da S. Pedroso Coelho — Tem graduagao em Psicologia, Direito e Ciéncias Sociais, nas Faculdades UNIDERP, UCDB e UNICAMP, respectivamente. E especialista em Gestdo Publica Judicidria e mestre em Psicologia da Satide. Trabalha no Tribunal Regional do Trabalho e € professora desde 2008. Atuou em varias dreas, tanto judicidrias quanto administrativas, no Tribunal, e ministra as disciplinas de Psicologia, Psicologia da Educacao, Sociologia, Direitos Humanos, Etica nas relagdes de trabalho e Direito e Legislacao. Desenvolveu pesquisas nas reas de comunicagao e midia e na drea de satide, além de trabalhos com grupos de jovens. £ uma apaixonada por comunicagao e ética, além de estudos que envolvam trabalho e relagGes interpessoais. Apresentac4o da Disciplina Bem-vindo(a) disciplina de Desenvolvimento Humano ll, que traz conhecimentos essenciais de um periodo importante do ciclo vital do desenvolvimento, que é a adolescéncia. Para o profissional é Fundamental compreender os fenémenos e processos psicolégicos que perpassam a adolescéncia, considerando os diferentes referenciais te6ricos para que possa refletir sobre a construgdo psicossocial da adolescénciae as caracteristicas da puberdade. O estudo da adolescéncia e da juventude tem varias abordagens que devem ser conhecidas. E temos importantes profissionais atuando nessa drea Propomos que seja feita uma reflexao sobre a subjetividade e as diferencas de etnia, género, classe social, etc. existentes ea importancia de se observar esses varios aspectos ao abordar questées ligadas ao desenvolvimento humano. Estudaremos a adolescéncia abordando questdes cruciais desse perfodo, que sao a sexualidade, os relacionamentos, a Familia, as crises e 0 futuro. A partir da caracterizagao e andlise da adolescéncia busca-se promover uma Visao articulada do periodo analisado eas mudangas que ocorrem nessa etapa do desenvolvimento. ‘Além disso, deve-se conhecer as demandas atuais e o que hé de mais recente nessa area de estudo. Procura-se também explorar as possibilidades do exercicio do profissional nesse campo de atividade. Sucesso! Ementa Puberdade e Adolescéncia. Desenvolvimento Cognitivo e Moral do Adolescente. A Sexualidade, As Crises da Adolescéncia e a Contemporaneidade. Contetido Programatico Webaula 1 - Conceitos atuais sobre Adolescéncia Principais abordagens O desenvolvimento fisico na adolescéncia Webaula 2 - Desenvolvimento cognitivo Principais abordagens Webaula 3 - Desenvolvimento psicossocial - Sexualidade Principais abordagens Desenvolvimento da sexualidade Novos enfoques Webaula 4 - Desenvolvimento psicossocial - Relacionamentos Familia Confltos e delinquéncia Grupos e outras instituicbes Webaula 5- Identidade Crises ‘A questao da identidade Perspectivas tedricas Webaula 6 - Perspectivas de vida Projetos Empregabilidade Globalizacao Webaula 7- Perspectivas atuais para a adolescéncia Era da comunicacao Mitos e verdades sobre a adolescéncia Peet ety Arete ee eres eee Contetido Programatico “ Conceitos atuais sobre adolescéncia. + Principais abordagens. + O desenvolvimento fisico na adolescéncia. Palavras-chave: Desenvolvimento humano. Adolescéncia. Psicologia do desenvolvimento. Desenvolvimento fisico e cognitivo. Apresentacao Nesta aula vocé saberd quais os principais conceitos que definem esse perfodo do ciclo vital denominado de adolescéncia. Conhecerd as caracter(sticas principais desse periodo e como se dé 0 desenvolvimento fisico, psicolégico e cognitivo nessa etapa da vida. Saber, também, quem sao os principais teéricos que estudaram a adolescéncia e o que eles trouxeram como conhecimento para que possamos entender essa fase do desenvolvimento. Bons estudos! O que é a Adolescéncia? Uns sapatos que ficam bem numa pessoa séio pequenos para uma outra; ndo existe uma receita para a vida que sirva para todos (Carl Jung). Fonte: Disponivel am: AAcesso em: 7 mai. 2016. De acordo com o Estatuto da Crianga e do Adolescente (Lei n° 8069/90), no art. 2°, 0 periodo da adolescéncia esta situado entre doze e dezoito anos de idade. Mas essa delimitagao serve como parémetro para poltticas ptiblicas na area e para fins legais. A Organizaciio Mundial da Satide (OMS) considera a adolescéncia como constituida em duas fases: a primeira dos dez aos dezesseis anos, ea segunda, dos dezesseis aos dezenove anos. Com tantas definicoes distintas, podemos refletir que delimitar de forma cronolégica para todos os fins nem sempre sera correto, pois cada ser humano tem seu desenvolvimento préprio. Conforme aponta Campos (1991, p. 51): rr ey [.] deve-se reconhecer que qualquer tentativa de fixar idades especificas para este desenvolvimento fisico € improcedente. A idade cronolégica, geralmente, é um indicador falho da idade biolégica - e, especialmente, na adolescéncia, devido as grandes diferencas individuais que caracterizam este periodo de desenvolvimento. Segundo, paralelamente as consideragées especificas de idade, os critérios de puberdade ou maturidade sexual so ilusérios. E ainda, seja qual for o critério biolégico de puberdade usado, € erréneo tentar delimitar os anos adolescentes. Dentro da Psicologia existem varios entendimentos acerca de quando seria o inicio e 0 término dessa fase. Campos (1991, p. 45) aponta que Spiegel acha que aadolescéncia acaba “quando 0 individuo encontra um objeto de amor nao-incestuoso e a temnura e os impulsos sexuiais sao dirigidos para este mesmo objeto, visando gratificagao sexual genital, isto €, quando a sexualidade esta completamente integrada na personalidade”. ‘Temos outros autores que acreditam queo adolescente se torna adulto quando as figuras edipianas diminuiram em intensidade suficiente para permitir que 0 sujeito consiga vera si mesmo ¢ ao seu mundo mais acuradamente. Para Sullivan, conforme Campos (1991, p. 56), aadolescéncia se estende até o “estabelecimento de um completo repertério humano ou maduro de relades interpessoais, permitido pelas oportunidades pessoais e culturais”. Ja Erik Erikson afirma que o proceso adolescente esta completo somente quando o individuo subordinou suas identificacées infantis a uma nova espécie de identificagao, conseguida na socializa¢ao ena aprendizagem competitiva com e entre seus pares. Assim, temos que os processos psicolégicos determinam a estrutura da adolescéncia, primeiramente com as reagdes do ser humano as suas mudangas fisicas e se prolonga até uma razoavel resolucao de sua identidade pessoal. Outeiral (1994) faz uma distingao bastante importante entre adolescénciae puberdade: “Puberdade é um processo biolégico que inicia, em nosso meio, entre nove e quatorze anos aproximadamente se caracteriza pelo surgimento de uma atividade hormonal que desencadeia os chamadbs ‘caracteres sexuais secundérios™. Jéaadolescéncia, no dizer de Outeiral (1994), 6 um fendmeno psicoldgico e social. Esta maneira de compreendé-la nos traz importantes elementos de reflexdo, pois, sendo um processo psicossocial, a adolescéncia trard diferentes peculiaridades conforme o ambiente social, econémico e cultural no qual 0 adolescente se desenvolve. Apalavra “adolescéncia” tem uma dupla origem etimolagica, assinala Outeiral (1994, p. 90), e caracteriza muito bem as peculiaridades desta etapa da vida. Ela vern do latim ad (a, para) e olescer (crescer), significando ‘a condicao ou processo de crescimento, em resumo 0 individuo apto a crescer. Adolescéncia também deriva de adolescer, origem da palavra adoecer. Temos assim, nesta dupla origem etimolégica, um elemento para pensar esta etapa da vida: aptidio para crescer (no apenas no sentido fisico, mas também psiquico) e para adoecer (em termos de sofrimento emocional, com as transformacdes biolégicas mentais que operam nesta faixa da vida). Ainda assim, a adolescéncia pode ser considerada um fenémeno cultural e nao uma Fase natural do desenvolvimento humano. € derivada da estrutura socioeconémica. Existe, em nossa sociedade, toda uma preparagao para a entrada no mundo adulto, entao isso significa que cada cultura tem seu proprio conceito de adolescéncia e a constréi de uma determinada forma, A adolescéncia € um rito de passagem da infancia para a idade adulta, mas nem todas as culturas tém essa passagem estruturada da maneira como ¢ em nossa saciedade. Em algumas nao hé esse perfodo; em outras, as pessoas iniciam sua atividade sexual mais jovem, Obviamente, existe a puberdade, que determina as mudangas fisiolégicas que sucedem ao longo do desenvolvimento nessa fase, masa maneira de entender esse perfodo diverge de uma sociedade para a outra e porisso em algumas culturas a adolescéncia nem existe. Em nossa sociedade, ela é marcada por ser um perfodo de preparacao do jovem para entrar na vida adulta, crescer, estudar, buscar a formagao profissional, porém, mesmo assim, nem todos os jovens passam por esse processo, muitos tém que trabathar desde muito cedo, tem que sair da escola e nao podem cursar o nivel superior. Bock (2008) traz uma definigao interessante para a reflexdo sobre o conceito de adolescéncia e pontua que éa fase caracterizada pela aquisigao de conhecimentos necessérios para 0 ingresso do jovem no mundo do trabalho ede conhecimento e valores para que ele constitua sua propria Famtlia, Osério (1989, p. 88) caracteriza a adolescéncia da sequinte Forma: Peete ty Videoaula 1 Este video é melhor visualizado nos navegadores: Firefaxe Internet Explorer. * Redefinicao da imagem corporal, “> Estabelecimento deumaescala de consubstanciada na perda do corpo valores ou cédigo de ética proprio; infantil e da consequente aquisigo do corpo adulto (em particular, dos * Busca de pautas de identificagao no caracteres sexuais secundérios); grupo de iguais; + Culminago do processo de + Estabelecimento de um padrio de separagao/individuagao e substituigao luta/fuga no relacionamento com a dovinculo de dependéncia simbidtica geracao precedente; ‘com os pais da infancia por relagdes objetais de autonomia plena; + Aceitagao técita dos ritos de iniciagao ‘como condi¢éio de ingresso ao status * Elaboracao de lutos referentes & perda adulto; da condigao infantil; * Assuncao de funcoes ou papéis sexuais auto-outorgados, ou seja, consoante com as inclinagées pessoais independentemente das expectativas familiares ¢, eventualmente, até ‘mesmo das imposiges biolégicas do género a que pertence (homossexuais). Eo mesmo autor prossegue apontando como é 0 término dese periodo da adolescéncia. Do ponto de vista fisiolégico, a puberdade estaria concluida, ¢ com ela o crescimento fisico e o amadurecimento gonadal (que permite a plena execugao das Fungdes reprodutivas), em torno dos 18 anos. Jé a adolescéncia é mais dificil de determinar, mas pode-se utilizar como orientagao os sequintes critérios: + Estabelecimento de uma identidade sexual e possibilidade de estabelecer relagdes afetivas estaveis; + Capacidade de assumir compromissos profissionais e manter-se (independéncia econdmica); “© Aquisigao de um sistema de valores pessoais (‘moral prépria’); Relagdo de reciprocidade com a geracao precedente (sobretudo com os pais). Em termos etarios, isto ocorreria porvolta dos 25 anos paraa classe ‘média brasileira, com variagbes para mais ou para menos consoante as condigées socioeconémicas da familia de origem do adolescente. Fonte: Istockphoto (2015), De acordo com Papalia e Olds (2010), os adolescentes, nos dias de hoje, enfrentam problemas que ameagam o seu bem-estar fisico e mental, como a gravidez precoce, a redugo nas perspectivas de emprego, altos indices de mortalidade poracidente, homicidio e suicidio. Para saber mais nue ira eeO eset esa Ye emcee ei 1000076ing=en&nrm=iso: meee Aspectos biolégicos ‘Além das mudangas pelo Fato de ocorrer a maturacao sexual, so observadas outras mudangas biolégicas, como alteragdes no crescimento, na aparéncia fisica, no funcionamento das glandulas endécrinas, na vor ete. O termo puberdade deriva-se de pubis, conforme aponta Campos (1991), que diz respeito ao cabelo. Desta forma, pubescente significa criar cabelos ou tornar-se cabeludo. Ausubel (apud CAMPOS, 1991) emprega o termo “pubescéncia” apenas para significar as mudangas fisiolégicas associadas com a maturagao sexual. As funges sexuais se alteram, a garota passa a ovulare inicia-se a menstruacao; no rapaz, ocorre a espermatogénese. ‘Surge, assim, a capacidade de procriacao. As glandulas endécrinas modificam seu funcionamento e as mudan¢as sao muitas, tanto no crescimento da estatura como no surgimento de pelos, alteragbes de voz, desenvolvimento do busto nas garotas etc. Especificamente nos rapazes, podemos apontar as seguintes alteracBes crescimento acelerado dos érgaos sexuais; aparecimento dos pelos pubianos; surgimento dos pelos axilares e dos pelos Faciais e nas demais zonas cobertas de pelo no homem e mudanga no tom da voz Existem muitos fatores que podem atuar no sentido de acelerarou retardar a puberdade, como: nutrigao, clima, doencas, fatores ambientais e sociais. Fonte: Istockphoto (2015), De acordo com Outeiral (1994, p. 58), 0 adolescente “vive, neste momento evolutivo, a perda de seu corpo infantil, com uma mente ainda infantil e com um corpo que vai se fazendo inexoravelmente adulto, que ele teme, desconhece e deseja ¢, provavelmente, que ele percebe aos poucos diferente do que idealizava ter quando adulto”. Papalia e Olds (2010) apontam que as mudangas biolégicas da puberdade, as, quais sinalizam o fim da infancia, sao resultado de um periodo de rapido crescimento em altura e peso (sendo inferior em termos de ritmo somente ao crescimento da primeira infancia), as proporgées e forma do corpo sealteram e chega-se 4 maturidade sexual. Essas mudaneas fisicas sao parte de um longo proceso complexo de maturaao que se inicia antes mesmo do nascimento, e suas ramificagoes psicolégicas se prolongam até a idade adulta As autoras afirmam que a puberdade comega quando a glandula pituité: base do cérebro envia uma mensagem para as glndulas sexuais para aumentar a secrego de horménios: Nas meninas, os ovarios aurentam drasticamente a Produgéo do horménio feminino estrogénio, o qual estimuta © crescimento dos genitais fernininos ¢ o desenvolvimento dos seios. Nos meninos, os testiculos aumentam a produc&o. de andrégenos, principalmente testosterona, os quais estimulam 0 crescimento dos genitais e dos pelos corporais masculinos (PAPALIA: OLDS, 2010, p. 87). Crescimento na adolescéncia O répido crescimento em peso e altura comega nas meninas entre os nove e meio e catorze e meio anos e nos meninos entre: dez e meio e 16 anos. Ele geralmente dura cerca de dois anos e, logo depois que termina, o(a) jover atinge a maturidade sexual. As meninas so, nesse periodo, mais altas, pesadas e fortes do que os meninos da mesma idade, de acordo com Papalia e Olds (2010). O crescimento atinge até os olhos, provocando um aumento da miopia (GANS, 1990 apud PAPALIA; OLDS, 2010). Campos (1991) coloca que as grandes alteragdes ocorridas nas extremidades do corpo requerem Teajustes motores na pessoa em crescimento e isso pode produzir dificuldades em utilizar pernas e bracos, 0 que gera, as vezes, criticas e motivos de piada, causando problemas psicolégicos para o adolescente, que se sente desajeitado com o corpo. em transformacao. Outra alteracao é em relagao as glandulas sudoriparas, que tém um aumento da atividade. Campos (1991) aponta alguns fatores que podem atuarno desenvolvimento nas cidades e nas classes sociais mais altas, como nutrigao mais apurada; tréfego; profusao de luzes; luxo; Fabricas; industrializagao; indiistria orientada para o conforto pessoal; estimulos externos, como cinema, rédio, TV, jomnais, revistas ilustradas, autoestradas, feiras de amostras etc; falta de espaco. E afirma que a aco dos estimulos da vida moderna ea maior sensibilidade cerebral e endécrina sao as causas mais provaveis da maturidade precoce. Aponta, também, a industrializagao e o urbanismo como agentes desse aumento de estimulos na sociedade atual. Papalia e Olds (2010) trazem a diferenciagao que existe entre caracteres sexuais primérios ¢ caracteres sexuais secundarios. Os caracteres sexuais primarios so 0s érgaos necessarios para a reprodugao. Na mulher, os 6rqaos sexuais so 0s ovarios, o titero e a vagina; no homem, os testiculos, a préstata, o pénise as vesiculas seminais. Jos caracteres sexuais secundarios sa0 sinais fisiolégicos e de maturagao sexual que nao envolvem diretamente os 6rgaos sexuais, porexemplo, os seios das mulheres ¢ 05 ombros largos dos homens. Outros caracteres sexuais secundarios so alterages na voz e na textura da pele, desenvolvimento muscular e crescimento de pelos pubianos, Faciais e corporais. A questao do corpo tem muita influéncia para o adolescente, pois ele 0 observa se modificar e, de acordo com Outeiral (1994, p56): Fonte: Istockphoto (2015), Peet Cria-se um sentimento de impoténcia frente a esta realidade que podera ser vivido de uma forma persecutéria (como corpo e/ou seus rgaos, transformando-se em um, depositario de intensas ansiedades paranoides e confusionais), maniaca (com a negacao cnipotente de toda a dor psiquica que inevitavelmente acompanha o processo) ou fobica (com uma evitacao que coloca as transformacdes corporais téo distantes que nem o proprio adolescente ou seus familiares devem mencioné-las). A maturidade sexual Nos homens, o principal sinal de maturidade sexual é a produgao de espermatozoide, de acordo com Papalia e Olds (2010), e nas meninas, o principal sinal de maturidade sexual é a menstrua¢ao, uma perda mensal de tecido do revestimento uterino. A primeira menstruacao é chamada de menarcae ¢ necessdrio que haja bastante informacao por parte dos pais e da escola para a menina, a fim de evitar que esse perfodo no seja visto como algo positive. Nessa fase pode haver um amadurecimento precoce e a garota pode se sentir menos atraente caso suas novas curvas entrem em choque com os padides culturais que relacionam beleza com magreza, ela pode reagir 4s preocupacdes dos outros com sua sexualidade. E importante, entao, que os educadores e pais oferegam apoio, além dos demais profissionais ligados & rea de satide que trabalham com adolescentes. A puberdade vai ser vivida de forma diferente para cada pessoa, e Papalia e Olds (2010, p. 85) reforgam: Peete ty Videoaula 2 Este video é melhor visualizado nos navegadores: Firefaxe Internet Explorer. E dificil generalizar acerca dos efeitos psicologicos do momento de surgimento da puberdade, ja que eles dependem muito de como 0 adolescente e outras pessoas em seu mundo interpretam as mudangas concorrentes. Os efeitos da maturacio precoce ou tardia tém maior probabilidade de serem negativos quando os adolescentes so muito mais ou muito menos desenvolvidos do que seus pares; quando néo encaram as mudangas como vantajosas; e quando varios acontecimentos estressantes ocorrem mais ou menos na mesma época. Os adultos precisa ser sensiveis ao possivel impacto das mudangas da puberdade de modo a ajudar os jovens a encaré-las da maneira mais positiva possivel. Em relagao as questoes de satide, podemos verificar que essas estado ligadas a varias condigées, como classe social, etnia, dinamica familiar etc. Alguns adolescentes nao tém habitos saudaveis de alimentagao € pratica de exercicios fisicos, além de crescer diante da violéncia da vida cotidiana. Depressao, disturbios alimentares, abuso de drogas e doencas sexualmente transmissiveis sao alguns dos males que podem afligir o adolescente e com 0 quais é necessario a familia saber lidar e buscar ajuda profissional, caso necessario. Fonte: Istockphoto (2015), A questao corporal tem importancia crucial no desenvolvimento do joven nessa época 6 possivel o surgimento de problemas relacionados a transtornos alimentares. Aberastury e Knobel (1989) apontam que existe a sindrome da adolescéncia normal, com a qual o adolescente vai formara sua dentidade e enfrentar 0 mundo adulto através da perda do mundo infantil, no qual ele era dependente dos pais. Elas comparam esse estado a um luto que precisa ser elaborado pelo adolescente, luto do corpo infantil, do papel da identidade infantil, dos pats da infanciae da bissexualidade infantil, So as perdas resultantes desse periodo de transformacao. Outeiral (1994) afirma que o grau de normalidade de um adolescente pode ser avaliado entre outros elementos - através de sua relagao com 0 corpo. Pode senti-lo como totalmente préprio, ou, em situacbes patolégicas, como algo dissociado de si. A obesidade, a anorexia ea bulimia nervosa podem surgir nesse perfodo de conflitos. ‘Algumas causas da obesidade sao a pouca atividade fisica e maus habitos alimentares, que podem ser controlados pela pessoa com disposigio para modificar comportamentos e adesio a programas de perda de peso para auxiliar a fazer mudangas na dieta e nos exercicios. Mas ha ainda fatores genéticos e outros que dizem respeito & forga de vontade, motivacao ou estilo de vida, que dificultam ou tornam mais suscetiveis certas pessoas a obesidade. Problemas com o metabolismo, controle da fome, disfungao hormonal etc. podem contribuir para o aumento de peso. Assista ao video “A adolescéncia e seus problemas”, de Flavio Gikovat que trata das mudangas nes: todo. Ete ol eto RecN 10) 1am Teel ed ral Cd A adolescencia e seus problemas Disponivel em ,Accsso en 7 jun 2076 Anorexia nervosa e bulimia nervosa A anorexia ¢ a bulimia sao consideradas transtornos alimentares, nos quais se verifica 0 excessivo cuidado com a beleza, que acaba se tornando patolégico e gerando doengas relacionadas a habitos alimentares anormais. A anorexia gera uma forma de ver a imagem de maneiraalterada. Uma pessoa se olha no espelho e se vé obesa, quando, na realidade, nao 0 6. Fonte: Istockphoto (2015). Os sinais da doenga, de acordo com Papalia € Olds (2010), sao: imagem corporal distorcida, insatisfacao apés perda de peso, estabelecimento de metas de perda de peso depois de atingiro peso desejado, exercicios excessivos, interrup¢ao da menstruagio regular. 0 diagnéstico eo tratamento devem ser iniciados logo que so observados os primeiros sintomas. Jana bulimia nervosa, os sintomas sio diferentes. A pessoa, apés comer compulsivamente, sem controle, comega a Fazer uma série de coisas para eliminar 0 que comeu. Entao, como se sentisse arrependimento ou culpa, para neutralizar o que comeu, ela tenta expelir através do vémito provocado, fazendo dieta ou jejum severos, exercicios vigorosos, uso de laxantes, lavagem ou diuréticos para eliminar o que ingeriu. Sofre pela obsessaio de um corpo magroe pela busca da forma perfeita, Conforme Papalia e Olds (2010), ela nose torna anormalmente magra, mas é dominada pela vergonha, pelo desprezo por si mesma por depressao por causa de seus habitos alimentares anormais. Peete ty Videoaula 3 Este video é melhor visualizado nos navegadores: Firefaxe Internet Explorer. Alguns sintomas ligados a bulimia sai cries dentérias generalizadas (causadas pelo vamnito provocado), irritagao gastrica, problemas de pele e perda de cabelo. Do ponto de vista da Psicanalise, existe uma explicagao no Fato de certas pessoas procurarem na comida uma forma de aplacar sua fome de amore atencao, conforme aponta Humphrey (1986 apud PAPALIA; OLDS, 2010), que relata que em pacientes bulimicos ha esse aspecto, qu aparece como sendo de pessoas que se sentiram agredidas, negligenciadas e privadas de cuidado parental. Outeiral (1994, p. 83) afirma que a obesidade ea anorexia nervosa sao problemas ‘encontrados com frequéncia na adolescéncia e que representam, muitas vezes, tentativas onipotentes de controle do processo puberal. Com os distuirbios de alimentacao os adolescentes tentam ativamente assumir as transformades que sofrem passiva inexoravelmente, pois sao determinadas por elementos hereditarios e nao por sua vontade. E os adolescentes, em particular, sofrem quando nao detém (eles préprios) o controle de uma situac4o. A obesidade, por exemplo, poderd ter varios significados, tais como 0 de uma ‘carapaca’ ou um’escudo protetor’ no qual se refugiam e também ocultam suas novas formas fisicas, que poderdo ser sexualmente atrativas e que Provocam - por isto - receios, Observa-se que os adolescentes passam por um processo evolutivo e buscam, com dietas, tratamentos, esportes e academias, um corpo que acreditam satisfatério ou, muitas vezes, um corpo imposto por propagandas e presses sociais. Fonte: istockphoto (2015). Uso e abuso de drogas Ouso de drogas tem como caracteristica um padrao de comportamento de dificil adaptagao, que dura mais de um més, no qual o individuo continua usando uma substncia mesmo sabendo que ela é prejudicial a sade ou as outras pessoas. Exemplo: dirigir alcoolizado pode colocar em risco a vida do motorista e das pessoas ao seu redorno transito. © abuso leva a dependéncia, a qual pode ser fisica, psicolégica ou as duas, e pode, ainda, permanecer até a vida adulta. Outeiral (1994, p. 77) afirma que: rr ey (Os adolescentes, por viverem um corpo e uma mente em transformagées, 0 que ocasiona uma menor ou maior dor (sofrimento) psiquica (na dependéncia de sua personalidade anterior a adolescéneia), constituem uma populagao de risco em relag&o ao uso de drogas. Os aspectos vinculados coma sociedade séo variados, mas gostariamos de citar o estimulo que é dado &s drogas ‘oficiais' como o alcool ¢ 0 tabaco, que, como sabemos. causam grandes males a satide do individuo e representam problemas dos mais graves em Satide Pliblica (particularmente o alcool). A imagem dessas drogas (oficiais’ porque so licitas, pagam impostos, etc.), transmitida pelos meios de comunicagao néo sé através da propaganda, mas também pelo merchandising em novelas e filmes, associa o seu uso com beleza e forca, seduc&o do sexo oposto, sucesso profissional, riqueza, etc. O adolescente, em busca de ‘valores’ para construir sua identidade e meios para atingir 0 ‘sucesso, é presa facil da manipulacdo desta midi desta sociedade que, alias, todos nés como cidadiios somos responsiveis. Segue-se a isto a participagao fundamental da familia. Importante salientar que, muitas vezes, quando nos deparamos com um problema de drogadigao na adolescéncia, nao podemos nos esquecer de observar o grupo familiar e avaliar as suas dificuldades, manifestas ou nao. Dentro do contexto familiar podemos encontrar intimeras vezes a resposta para esse comportamento do adolescente. Ha Familias que se automedicam ou consomem remédios em demasia e, assim, desde que 0 bebé nasce, ele passa a ser medicado a qualquer sinal de incémodo ou dor. Esse tipo de comportamento passa aser sentido e aprendido e, no Futuro, a busca por uma droga pode ser sintoma de busca para aliviaralgum sofrimento interior. Outra questao fundamental é 0 uso de drogas dentro de casa, como tabaco e lcool, consideradas drogas Iicitas. Se desde crianca a pessoa observa no seu laro consumo dessas substancias por parte de membros da familia, se na casa existe até um barzinho no canto da sala reservado para as bebidas, se em comemoracies, festas etc. Abebida alcodlica é usada, tudo isso Faz com que se considere que a bebida ou 0 cigarro nao sao ruins, ao contrario, se demonstra que eles sao motivo de jabilo, alegria etc. E muito comum isso acontecer em varias Familias. Outeiral (1989) aponta que o uso da droga pode ser estimulado por varios motivos: + Para ter um sentido de pertencera um grupo em um ritual comum, provocando experiéncias possibilitando a identificagao.com a “turma". * Como um rito de iniciagao ede introdugao no grupo. * Como uma’bravata’ e exibicionismo, mostrando-se 0 adolescente ao grupo como sendo “corajoso e nao tendo medo de nada’. ‘> Receio de ser diferente dos outros e ser tido como "medroso", er oe Pere ee tad Pade) Outro aspecto a ser considerado, no entender de Outeiral (1989), é 0 sentimento de solidao, que produz um “vazio interno” e leva 0 jovem a buscar preenché-lo com algo que o alivie deste sofrimento. Tal sentimento, que tem caracteristicas depressivas, deriva-se, por um lado, de situagdes passadas carenciais (afetivas) vividas na infancia, nas relagoes com os pais, e, por outro, de vivéncias atuais, eclodidas pela prépria adolescéncia. meee Logicamente, se ha uma infancia feliz, sera mais Facil para o adolescente lidar com os. conflitos dessa nova fase. Outeiral elenca uma série de caracteristicas que demonstram a relacao do joven com os pais e a tendéncia a drogadicao nessas circunstancias. Vejamos: 1) Um grupo Familtare social propicio ao desenvolvimento do problema com a utilizacao, manifesta ou latente, de uma conduta indutora ao uso do téxico, uma sociedade que se caracterize pela quebra de valores éticos e morais ea desorganizacao da "cultura", Ocorreré também a existéncia de grupos familiares com uma mae indulgente, superprotetora e sedutora com o filho e um pai ausente, Fraco ou excessivamente rigido. Estas sao, generalizacdes evidentemente. 2) Caracteristicas de personalidade, tais como: impulsividade; + sentimento de soliddo que produz um “vazio interno”; + voracidade exacerbada; dificuldade em postergar as satisfacdes e tolerar frustraies; dificuldades no proceso de simbolizagao; + predominio da ago sobrea capacidade de pensar; ¢ atitudes autodestrutivas, mais ou menos conscientes (expor-se a situagées dificeis, acidentes, perigos etc.) 3) Busca de um grupo de adolescentes com caracteristicas regressivas. 4) Dificuldades escolares (de conduta e de aprendizado), consequentes de distiirbios de atengao e da sindrome amotivacional produzidos pela agao da droga. Nao se pode deixar de lado também a associagao do uso da droga com a violéncia, Observamos que existe uma grande relacao entre a agressividade ea violéncia nesse campo, ¢ esse & mais um ‘motivo para se trabalhar os profissionais 08 familiares, para auxilid-los no trabalho de informagao e conhecimento, buscando orientar os adolescentes nessa fase bastante conflituosa, cheia de questionamentos e pressbes. meee Outro problema que pode ocorrer no perfodo da adolescéncia é a questao da gravidez, por ser uma fase de inicio de relacbes sexuais para alguns garotos. As gestagbes sao consideradas de riscoem razao do corpo ainda estar em formacaoe por isso devem seguir cuidados especiais. E importante que a escola e os pais possam dar orientacao para que seja evitada a gravidez na adolescéncia em virtude dos varios prejuizos que esta pode ocasionar do ponto de vista fisico, econdmico e social para o adolescente. meee Aadolescente gravida solteira é particularmente vulneravel, de acordo com Papalia e Olds (2010), aum transtorno emocional em razao de sentimentos conflitantes que podem surgire pela falta de apoio emocional, porisso ela necessita de compreensao e acolhimento nesse momento, meee Finalizando Nesse tema, vocé apreendeu os principais conceitos sobre a adolescéncia; observou as caracteristicas dessa fase, principalmente do ponto de vista das transformagées fisiolégicas; verificou as questoes de saiide que acometem os jovens nessa Fase, como gravidez na adolescéncia, uso e abuso de drogas, transtornos alimentares etc.; pode observara importancia do estudo como Futuro profissional na drea de satide, Psicologia ou Educagao, ¢ como é fundamental adquirirtais conhecimentos para poder atuar corretamente nna profissai Aadolescéncia é um periodo determinado culturalmente, diferentemente da puberdade e nesse capitulo voce péde verificara diferenga. Continue os seus estudos lendo os textos indicados e assistindo aos videos. Aprofunde o seu conhecimento consultando a bibliografia recomendada. Peet ety Questao para ay ye {-) Faga uma reflexdo e discuta sobre a questao da adolescéncia como construcao social. Em que aspectos a cultura interfere no desenvolvimento do ser humano nesse periodo do desenvolvimento? Referéncias ABERASTURY, A; KNOBEL. M. Adolesc@ncia normal: um enfoque psicanalitico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. ARIES, Philippe. Histéria social da crianga e da Familia. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981. BIAGGIO, A. Psicologia do Desenvolvimento, Petrdpolis: Vozes, 1988, BOCK, Ana Mercés Bahia. Psicologias: uma introdugao ao estudo de psicologia. 14. ed. Sao Paulo: Saraiva, 2008. CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da Adolescéncia, 33. ed. Petrépolis: Vozes, 1991 OSORIO, L. C. Adolescéncia hoje. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1989. OUTEIRAL, José Ottoni. Adolescer. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1994. PAPALIA, Diane; OLDS, S. Desenvolvimento Humano. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. Peet ety Ry=cotsCor} De ene Principais abordagens Palavras-chave Desenvolvimento cognitivo, Adolescéncia. Psicologia do desenvolvimento. Apresentacao Nesta aula vocé estudara como se dao desenvolvimento cognitive na adolescéncia. Conhecera os estudos de Jean Piaget na area do desenvolvimento humano. Refletira sobre as questées educacionais e vocacionais relacionadas a esse perfodo do ser humano, Saberd quais sdo os aspectos da maturacao cognitiva do "Isto se chama livro. E com adolescentee teré conkiecimiento sabre as ele que se instala novos Principais abordagens nessa dreade gofiwares no Sisteme conhecimento. Bons estudos! . Operacional cerebral!" Fonte: Cartoons by Randy GlasbergenFonte: Disponivel em: ‘Acesso em: 20 jun. 2015 Desenvolvimento do Tema De acordo com Campos (1991), os fatores do desenvolvimento mental e sua atuacao na adolescéncia podem ser considerados da seguinte Forma: “Progresso da atividade mental através da methor utilizacao da percepgao, imaginacao, memoria légicae atencao. + Aumento da capacidade de controlara imagina¢ao, essencial para frear a fantasia excessiva e prejudicial ao desenvolvimento do pensamento * légico. 0 pensamento magico, Fabulador, que predominava na infancia, cede lugar ao pensamento baseado nas evidéncias dos Fatos reais. ‘> Maior possibilidade de utilizara aten¢ao voluntéria. + Aumento da sensibilidade na recepgao de estimulos, como decorréncia do prdprio aumento da experiéncia de vida. * Maior riqueza de estimulos ambientals, * Perda do interesse pelos porque, com o aumento da idade, conhecimentos que apelam para os participa de ambientes socioculturais 6rgaos sensoriais, para o contato coma mais amplos. matéria. € atra(do pela sensibilidade interna, pelas experiéncias afetivas, “Desenvolvimento da consciéncia de si mesmo, descoberta do mundo interior, + Desenvolvimento do espirito critica. que leva o adolescente a refiexao. Essa interiorizagao do pensamento leva-o a tomar-se mais sucetivel aos estimulos internos e & respectiva interpretacao; desperta um interesse crescente em compreender-se e compreender as coisas e pessoas que o rodeiam. Conforme afirma Campos (1991, p.45), as consequéncias do exercicio do pensamento lagico sao: G (7 a) Atitude polémica do adolescente, que pode satistazer a ‘tres finalidades: 1) defender-se, tentando libertar-se da influéncia do adulto, a fir de fazer-se reconhecer como pessoa que pode e quer; 2) exercitar-se no jogo de palavras e frases-raciocinio, que tanto o fasciné 3) exibir-se, tentando aparecer como inteligente e capaz intelectualmente. b) Considera atrasadas as ideias da familia e entra em conflito com ela, porque suas ideias ainda ndo esto freadas pelas convencées sociais, adquiridas com o amadurecimento da personalidade. ¢) Torna-se um discutidor impiedoso, porque exercita apenas © pensamento légico, sem levar em conta os aspectos humanos e morais dos assuntos debatidos, como uma consequéncia de sua prépria imaturidade emocional e social. ) Oadolescente comeca a opor-se ao adulto, baseado em argumentos légicos; ndo aceita com facilidade as reacdes dos adultos; opde-se a familia, & escola e & religido, talvez por serem as instituigdes que mais cerceiam a liberdade, Ansia de expansio do adolescente. ¢) O reconhecimento da realidade e o inconformismo com sio motivos de sofrimento e de angustia para o adolescente, que permanece durante algum tempo lutando ara sobrepor a vontade as exigéncias logicas dos fatos. Na adolescéncia, observa-se um momento muito criativo em fungao que é uma etapa de grandes transformagoes. Atinge-se o pensamento formal e o adolescente jé tem ahabilidade de raciocinar sobre hipéteses e elaborar conclusdes, o que o leva ater outro relacionamento com o mundo, diferente do periodo infantil. Obviamente, ele cria solucdes para os mais diversos dilemas da sociedade e quer lutar para resolver varias questées sociais, sendo que nem sempre suas propostas so exequiveis dado o pensamento magico que ainda existe nessa fase. Mas, de todo modo, a criatividade adolescente é bastante grande. Poreareeten 1c E) Perec € importante que o adolescente encontre espago para desenvolver essa criatividade tanto na Familia quanto na escola, além disso, é a fase em que limites devem ser estabelecidos, mas ndo no sentido de repressio e proibicao, sim na dirego da informacao e da protecao. Outeiral (1994, p.36) narra um exemplo bastante elucidativo desse perfodo e nos leva e refletir sobre essa questao. Vejamos: @ & |..J vefere-se a um problema encontrado em uma escola onde os adolescentes apresentavam uma conduta destrutiva com 0s moveis € demais objetos da classe, e os professores ‘ndo sabiam o que fazer. Questionavam-se muito, faziam reuntdes e, enquanto isso, os alunos ‘quebravam a escola’. Esta situa¢do parecia incompreensivel, pois os professores eram experientes, muitos ‘pés-graduados’ em Educacao ¢ a escola tinha um regulamento interno que, formalmente, normatizava o que deveria ser feito nesses casos: ‘colocar limites” rr Esta situacdio "kafkiana’ esclarecet-se com a eclosdo de uma greve dos professores em que veio’a tona’ a profunda irritagao dos adultos com a instituicao mantenadora. Este fato tomou clara e evidente que a dificuldade dos professores em colocar ‘limites’ na agressividade dos adolescentes com a escola era, inconscientemente, porque os adolescentes ‘executavarn’ o que eles, adultos, gostariam de fazer: esta eraa raiz da dificuldade em colocar limites’. Situagdes idénticas poderdo ocorrer nas familias cujos adolescentes tém problemas de conduta ¢ falta de ‘limites. Esta falta de ‘limites’ impede o adolescente de exercitar sua capacidade de pensar, de ser criativo e espontaneo. Com este exemplo, quero enfatizar que a falta de ‘limites’ na adolescéncia é consequéncia, em maior ou menor grau, de dificuldades dos adultos. ey Sabe-se que a imposigao de limites € Fundamental no crescimento de criangas € adolescentes, porque organiza a mente humana, além disso fica caracterizadoo envolvimento e a atengao do adulto nessas situagdes. ‘Além da familia, a escola passa a serum local fundamental de aprendizado e vivéncia para o adolescente. E la que se pode desenvolver um ambiente propicio para o desenvolvimento saudavel, ou a0 contrario, dificuldades de relacionamento edesmotivacao, além de distirbios de conduta. Existe uma polémica interminavel sobre a fungaio da escola e Outeiral (1994, p.47) afirma que “quando a crianga (eo adolescente) chega na escola ela tem, além de seus aspectos constitucionais, suas vivéncias familiares, mas o ambiente escolar serd também uma peca fundamental em seu desenvolvimento. Estes trés elementos - aspectos constitucionais, vinculos familiares & ambiente escolar -constituirdo 0 tripé do processo educacional”, ‘Aescola vai além do espaco de sala de aula, 614 que 0 adolescente se relacionaré com os outros, formaré grupos, discutiré questées sobre intimeros temas etc. Assim, a escola no & somente o espaco de muros € cadeiras ¢ lousa, mas também um ambiente onde conflitos, desejos, medos, pabdes afloram. Outeiral (1994, p.54) alerta para a questao do respeito ao individuo na escola: @ & ‘Qualquer Manual de educag’o moderna’ aponta como pressuposto a necessidade de respeitar as caracteristicas individuais do aluno; entretanto, que se verifica na pratica é a realizado de um ensino massificado, em grandes escolas de turmas enormes de alunos, mais ao estilo de uma linha de montagem industrial. ‘Como exemplo, verifica-se, também, nao raramente, a dificuldade que 08 professores e a propria escola tém para ‘reprovar (palavra extremamente inadequada) um aluno quando ele nao conseguiu dominar um mimero X de conhecimento em um tempo Y, e acabam colocando na familia e/ou no préprio aluno a resisténcia em aceitar a Teprovaco, como desculpa de sua propria inseguranca. Os professores, muitas vezes, ndo toleram as dificuldades de um determinado aluno porque sentem estas dificul-dades como uma ‘ferida narcisica’ em sua capacidade de ensinar. Dentro da sala de aula o professor funciona como o catalizador de emogoes, Fantasias, impulsos etc., que tem relago do aluno com os pais, porisso ele deve saber que o processo de transferéncia apontado dentro da Psicandlise vai ocorrerna sala de aula, e 0 amor, 0 ddioe outros sentimentos em relagao aos pais serdo transferidos ao professor. Para Outeiral (1994), 0 que confere a escola importéncia vital no proceso de desenvolvimento do adolescente é 0 fato de ela tera caracteristica de ser uma simulagao da vida, na qual existem regras a serem seguidas, mas que se pode transgredi-las sem sofrer as consequéncias impostas pela sociedade, e ser esta uma oportunidade de aprender com a transgressao, Fonte:tstockphoto (2015) Os pais também afetam essa relagao pela importéncia ou nao que dao & escola, aos estudos e as relacdes com os amigos. E reconhecido pelas ciéncias sociais o papel da escola como fungao de socializagao. Logo apés a familia, esta tem o papel de socializacao priméria, enquanto que a escola tem o da socializacao secundaria. Assim, a relacao da familia coma escola deve ser produtiva e de confianga miitua. Um canal de comunicacao aberto deve existir entre os dois para haver trocas e compartilhamento de experiéncias. Quando se fala em adolescéncia, € importante falar que esse periodo é também o da escolha da profissdo que sera seguida ao longo da vida na maioria das vezes, € a escolha profissional deve ser orientada nao sé pela familia, mas também pela escola. 0 conhecimento do mercado de trabalho eas informagoes sobre a formagao profissional so fundamentais para tornar esse processo de escolha mais prazeroso, tentando minimizar as diividas e 05 conflitos que naturalmente vio existir. O Desenvolvimento Cognitive Segundo Piaget ‘Trataremos, agora, do estagio das operagbes formais de Piaget. E 0 periodo em que se desenvolve o pensamento abstrato, o qual ocorre a partir dos 12 anos de idade. Antes desse estdgio a crianca exigia situagdes concretas, presentes, gracas & maturacdo e & cooperacao com outras pessoas Piaget acha que o individuo, na puberdade, 6 levado ao desenvolvimento da légica formal, baseada nos simbolos ena agao internalizada ou operaco. 0 adolescente torna-se capaz de examinar, mentalmente, muitas possibilidades, Formular hipéteses e comprova-las no plano das ideias. Videoaula 4 Este video é melhor visualizado nos navegadores: Firefaxe Internet Explorer. Oadolescente, nesse periodo, é capaz de, ao comecar a considerar um problema, tratar de prever todas as relagdes que poderiam ser vilidas a respeito dos dados €, depois, procura determinar, mediante uma combinacao da experimentacao e da andlise légica, qual das relacdes possiveis tem validade real. Enecessaria toda uma construgao das estruturas légicas, gracas &s agbes sobre os objetos € 8 coordenagao das ages interindividuais, no trabalho em comum e na troca verbal. Piaget (1957 apud PAPALIA; OLDS, 2010, p. 63) descreve pensamento adolescente comoa capacidade de considerar as possibilidades etesté-las: As consequencias desta nova atitude so as seguintes. Em primeiro lugar, o pensamentojé no vai mais do real para o teérico, mas comeca da teoria para estabelecer ou verificar relacio-namentos reais entre as coisas. Em lugar de apenas coordenar os fatos a respeito do mundo. Teal, 0 raciocinio hipotético-dedutivo tira as implicagdes de Possiveis asser¢des e, assim, da origem a ura sintese tinica do Possivel e necessario. Assim, observamos que a énfase de Piaget est ndo sé no desenvolvimento neurolégico, mas na interacao do individuo com o ambiente. ey Desenvolvimento Moral Adolescente Papalia e Olds (2010) afirmam que o pensamento adolescente é flexivel, porque ele nao est vinculado a uma maneira rigida de consideraras coisas. O desenvolvimento moral surge, também, apés a conquista do estagio de operacies Formais de Piaget, uma vez que é necessério que haja o pensamento abstrato para que se possa entender os principios morais universais. Fonte: istockphoto (2015). Kohiberg foi o responsavel pelo aprofundamento do estudo do desenvolvimento morale ele também aponta niveis desse desenvolvimento assim: moralidade pré-convencional (criangas até 10 anos de idade); moralidade de conformidade ao papel convencional (apés os 10 anos a até a idade adulta) e moralidade dos principios morais (nao antes dos 13 anos ou antes da vida adulta, podendo nunca o atingit). E cada um desses niveis é dividido em dois estdgios. Ele aponta que os niveis sao variaveis, pois existem fatores além da cognigao que afetam os julgamentos morais, como 0 desenvolvimento emocional ea experiéncia de vida. Afirma que poucas pessoas atingem o ultimo nivel de desenvolvimento moral. Apesar disso, ele ainda criou mais um nivel, que denominou de césmico, onde os adultos considerariam 05 efeitos de suas ages nao s6 em relagéo 40s outros, mas também em relacao ao universo como um todo. Finalizando Nesse tema, vocé aprendeu como se dao desenvolvimento cognitivo na adolescéncia, Refletiu sobre questoes primordiais que afetam o desenvolvimento cognitivo e analisou os aspectos relacionados as experiéncias de vidae a interagao social. Discutiu esse periodo de transformagoes e a importancia do apoio diante de tantos conflitos existentes nessa etapa de vida. Analisou 0 papel da familia e da escola na formacao do adolescente e as varais possibilidades de atuagao dessas duas instituigdes no processo de construgao do sujeito. Peete Videoaula 5 Referéncias e Dicas de Leitura ABERASTURY, A; KNOBEL. M. Adolescéncia normal: um enfoque psicanalitico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. BIAGGIO, A. Psicologia do Desenvolvimento, Petrépolis: Vozes, 1988. BOCK, Ana Mercés Bahia. Psicologias: uma introdu¢ao ao estudo de psicologia. 14. ed. Sao Paulo: Saraiva, 2008. CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da Adolescéncia, 33. ed. Petropolis: Vozes, 1991 OSORIO, L. C. Adolescéncia hoje, Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1989. OUTEIRAL, José Ottoni. Adolescer. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1994. PAPALIA, Diane; OLDS, S. Desenvolvimento Humano. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. Peet ety Ayres ToKy Desenvolvimento psicossocial - Sexualidade Contetido Programatico “ Principais abordagens. + Desenvolvimento da sexualidade. + Novos enfoques. Palavras-chave: Desenvolvimento humano. Adolescéncia. Psicologia do desenvolvimento. Desenvolvimento psicossocial. Sexualidade. Apresentacao Nesta aula vocé aprenderd sobre a questao da seualidade na adolescéncia. Conhecerd as caracteristicas principais do adolescente nesse periodo e como ocorre 0 desenvolvimento fisico, psicolégico e social nessa etapa da vida. Além disso, analisaré 05 principais conceitos relacionados & sexualidade e alguns teéricos que trabalham com o tema. Bons estudos! Fonte: Disponivel em: . Acesso ‘am: 17 jul 2015, Peete ty Principais abordagens e e Nao posso ver merito algum em. se ter vergoriha da sexualidade (Sigmund Freud) Fonte: istockphoto (2015). Sobre a sexualidade Nao se pode associar o conceito de sexualidade a simplesmente sexo ou acreditar que seja exclusivamente ligado a adultos. Freud revolucionou a ciéncia quando provou que existia a sexualidade na infancia e que a libido era uma “energia vital que movia o ser humano desde o inicio de sua vida" (BOCK, 2008 p. 222). Até hd pouco tempo, o que se conhecia sobre a sexualidade originava-se do conhecimento dos bidlogos, dos pesquisadores médicos e dos sexélogos, Os estudiosos se voltavam ao mundo animal numa tentativa de compreender melhor o comportamento sexual humano. Entretanto, conforme afirma Giddens (2005, p. 116): Nas sociedades tradicionais, a sexualidade estava intimamente ligada a0 proceso de reproduciio, mas, em nossa época, desvencilhou-se dele, A sexualidade tomou uma dimensio da vida que cada individuo pode explorar e moldar. Se a sexualidade foi ‘definida’ em termos de heterossexualidade e monogamia no contexto das relagées ™matrimoniais, agora ha uma crescente aceitacao de diferentes formas de comportamento e orientacdes sexuais numa variedade abrangente de contextos. ‘Amaioria dos seres humanos é heterosexual, procurando envolvimento emocional e prazer sexual com individuos do sexo oposto, Mas Judith Lorber (1994 apud GIDDENS, 2005) distingue até dez diferentes identidades sexuais: a mulher heterosexual, o homem heterosexual, a mulher lésbica, 0 homem gay, a mulher bissexual, o homem bissexual, a mulher travesti (uma mulher que frequentemente se veste como um homem),o homem travesti (um homem que frequentemente se veste como uma mulher), a mulher transexual (um homem quese torna uma mulher) eo homem transexual (uma mulher que se torna um homem). Cada sociedade tem e aceita determinados comportamentos sexuais, por isso a sexualidade é determinada culturalmente e nao biologicamente. Sendo, vejamos o que afirma Giddens (2005, p 116): Em todas as sociedades existem normas sexuais que aprovam certas Praticas, enquanto desencorajam e condenam outras. Os membros de uma sociedade aprendem essas normas através da socializago. Nas ultima décadas, por exemplo, as normas sexuais nas culturas ocidentais foram associadas as ideias do armor romantico e das relactes familiares. Essas normas, contudo, variam grandemente nas diferentes culturas. A homossexualidade é um dos casos. Algumas culturas toleraram ou ativamente encorajaram a homossexualidade em certos contextos, Entre ‘98 antigos gregos, por exemplo, o amor de homens por meninos era idealizado como a mais elevada forma de amor sexual. Na cultura ocidental, a questao da sexualidade Foi moldada porinfluéncia do Cristianismo e do Judaismo e por essa razao a nogao de culpa e pecado permeia o tema. A pattir do século XIX essas ideias religiosas Foram substituidas em parte pelas teorias da Medicina, que também apresentava grandes distorgdes de entendimento, como caso de acreditarem que a atividade sexual desassociada da reproducao acarretaria danos fisicos e que a masturba¢ao causava cegueira, doen¢as cardiacas e outras doengas. Ainda nesse periodo, muitos padrées foram estabelecidos como atitudes diferenciadas em relagao ao homem e& mulher. Giddens (2005, p. 117) assim narra: Fonte: istockphoto (2015). ery Em todas as sociedades existern normas sexuais que aprovam certas praticas, enquanto desencorajam e condenam outras. Os membros de uma sociedade aprendem essas normas através da socializa¢ao. Nas tultimas décadas, por exemplo, as normas sexuais nas culturas ocidentais foram associadas &s ideias do amor romantico e das relac6es familiares, Essas normas, contudo, variam grandemente nas diferentes culturas. A homossexualidade ¢ um dos casos, Algumas culturas toleraram ou ativamente encorajaram a homossexualidade em certos contextos, Entre ‘8 antigos gregos, por exemplo, o amor de homens por meninos era idealizado como a mais elevada forma de amor sexual. Hé um te6rico muito importante que deve ser lido quando se trata da questdo da sexualidade, que € Michael Foucault. Esse autor promoveu o estudo da historia da sexualidade desde o periodo helenistico, antes do Cristianismo, até o século XX, demonstrando que a sexualidade é uma construcao histérica, tendo seu significado modificado ao longo do tempo, em cada periodo histérico (FOUCAULT, 1984). A evolucao sexual Muitas coisas ja se modificaram em relagao ao comportamento sexual. Se compararmos com 0 inicio do século passado até os anos 1970, observamos que ha uma maiortolerancia nessa questo. Paulatinamente, verifica-se que a sociedade consegue compreender e aceitar as diversas orientagdes sexuais que existem, muito embora ainda observemos alguns radicalismos por parte de algumas pessoas ou grupos sociais. Cada vez mais os adolescentes estao se tornando sexualmente ativos em idade mais precoce do que nas geragbes anteriores e verifica-se, muitas vezes, uma pressdo social para que isso aconteca. Papalia e Olds (2000) apontam varios fatores, como a época da puberdade, o estilo de personalidade, 0 uso de drogas, a educa¢ao, a estrutura Familiar, a condigao socioeconémica, a idade, a etnia eo sexo como influenciadores da probabilidade de atividade sexual precoce. Videoaula 7 Este video é melhor visualizado nos navegadores: Firefaxe Internet Explorer. Exemplificando, Giddens (2005, p. 118) afirma que: As atividades sexuais tornaram-se indubitavelmente mais permissivas nos tltimos 30 anos nos paises do Ocidente. Em filmes e pecas de teatro, so mostradas cenas que teriam sido previamente de todo inaceitiveis e ha material pornografico prontamente disponivel para a maioria dos adultos que o desejarem. Sexo tem que ser diferenciado também de género. Sexo €, do ponto de vista biolégico, as diferencas anatémicas € fisiolégicas existentes entre os seres humanos, enquanto que género diz respeito as diferencas psicolégicas, sociais e culturais entre os seres. O sexo é biologicamente determinado enquanto que o género é culturalmente construido (GIDDENS, 2005, p. 102). Essa diferenciagao é importante que se Faga para compreender que muitas diferencas entre homens e mulheres nao t8m origem na constituicao biolégica. Desenvolvimento da sexualidade na adolescéncia Aidentidade sexual comeca a se organizar desde o nascimento e adquire sua estrutura na adolescéncia, do ponto de vista da teoria psicanalitica. Outeiral (1994) assinala qu 0 Complexo de Edipo da infancia se reedita com intensidade na adolescéncia, com as peculiaridades anteriores agora somadas a um novo Fator: o desenvolvimento puberal (biol6gico) torna as Fantasias sexuais possiveis de serem realizadas. Isto produz ansiedade e atitudes que envolvem profundamente “o existir" eo ser" do adolescente”. Adesaten¢ao que acontece nesse periodo 6, na realidade, conforme afirma Outeiral (1994), a atencao intensamente voltada para impulsos, Fantasias e pensamentos que s0 muito mais importantes para eles que 0 que seus pais thes estado dizendo ou 05 professores querendo ensinar. Videoaula 8 Este video é melhor visualizado nos navegadores: Firefaxe Internet Explorer. ‘A questao da orientacao sexual é controversa, pois ainda existem muitos estudos sendo desenvolvidos sobre essa questo e muitas descobertas ainda por serem feitas. Alguns estudiosos acreditam que a orientagao sexual é moldada antes do nascimento ou em idade precoce, enquanto que outros asseguram que ela é socialmente construida. Como exemplo, algumas teorias sobre as origens da homossexualidade apontam que pode ser influenciada por um processo complexo que envolve Fatores tanto hormonais quanto neurolégicos (ELLIS; AMES, 1987 apud PAPALIA; OLDS, 2000). Uma série de estudos ligam a homossexualidade masculina a uma pequena regido do cromossomo X herdado da mae (HAMER; MAGNUSON; PATTATUCCI, 1993 apud PAPALIA; OLDS, 2000). Jd outros autores acreditam que, como a sexualidade ¢ algo construido pela sociedade, como exemplo podemos citar Michael Foucault, entao a orientagao sexual € 0 género também sdo construidos socialmente. De qualquer forma, enquanto 0s estudos ainda avancam, jé se sabe que qualquer orienta¢ao sexual nao pode ser considerada um transtorno mental, como no caso da homossexualidade, pois varias décadas de pesquisa no constataram associagao entre homossexualidade e problemas emocionais ou sociais (PATTERSON, 1992; 1995a; 1995b apud PAPALIA; OLDS, 2000). Fonte: istockphoto (2015). A partir de agora vamos abordara questao da semualidade e suas repercussbes no cotidiano, especificamente com relagao as consequéncias na vida do adolescente, abordando 0s riscos que podem se originar de uma atividade sexual sem informagao ou sem orientacao adequada para esse Jovem, Na realidade, sao questoes de sade publica que afetam diretamente 0 adolescente. peaerel et meee * Riscos da atividade sexual Vamos abordar a questo dos riscos que a atividade sexual pode acarretar ao adolescente, principalmente por ser esse perfodo em que alguns deles iniciam essa atividade. Conforme assinala Papalia e Olds (2000, p. 350): (Os mais ameacados séo os adolescentes que comecam a ter atividade sexual cedo, que tém muiltiplos parceiros, e os que ndo usam preservativos, ou os utilizam inadequadamente. A melhor garantia para adolescentes sexualmente ativos ¢ 0 uso regular de preservativos, os quais oferecem certa protecao contra doencas sexualmente transmissiveis (DSTs) bem como contra gravidez. Assim, nesse periodo, é fundamental que 08 adolescentes recebam as informagies & orientagdes adequadas sobre a sexualidade, tanto por parte da familia quanto dos profissionais da area de Educagao e de Satide. ‘A maioria dos jovens tem dificuldades em estabelecer didlogos com os pais sobre sexo e a maioria recebe informacoes de amigos. Varias pesquisas comprovam que muitos deles sio mal informados e necessitam de orientacao. ‘© Gravidez na adolescéncia Um pouco sobre a questao da gravidezna adolescéncia foi vista em definigbes anteriores sob o enfoque do desenvolvimento fisico do adolescente, mas agora trabalharemos sob a ética do desenvolvimento psicossocial.

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