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INVESTMENT ADVISORY

CSHG View
março de 2018

A visão da CSHG Wealth Management


sobre o cenário e o mercado financeiro

Gestão CSHG Panorama econômico Gestão em foco


Como estamos posicionados Os cenários econômicos Visão sobre os mercados: renda
no cenário atual global e brasileiro fixa, variável e multimercado
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Este material foi preparado pela Credit Suisse Hedging-Griffo ("CSHG"), tem caráter meramente informativo e foi desenvolvido para uso exclusivo dos cotistas e representantes do
conselho dos fundos exclusivos e restritos geridos pela CSHG para fins de informação sobre as perspectivas e análises efetuadas pela área de gestão dos fundos mencionados. Este
material não deve ser entendido como análise de valor mobiliário, material promocional, solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro ou
investimento ou sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. As informações se referem às datas mencionadas e não serão atualizadas. Este material foi
preparado com base em informações públicas, dados desenvolvidos internamente e outras fontes externas. A CSHG não garante a veracidade e integridade das informações e dos dados,
tampouco garante que estejam livres de erros ou omissões. Os cenários e as visões apresentadas podem não se refletir nas estratégias de outros fundos e carteiras geridas pela CSHG.
Este material apresenta projeções de retorno, análises e cenários feitos com base em determinadas premissas. Ainda que a CSHG acredite que essas premissas sejam razoáveis e
factíveis, não pode assegurar que sejam precisas ou válidas em condições de mercado no futuro ou, ainda, que todos os fatores relevantes tenham sido considerados na determinação
dessas projeções, análises e cenários. Projeções não significam retornos futuros. Os retornos projetados, as análises, os cenários e as premissas se baseiam nas condições de mercado e
em cenários econômicos correntes e passados, que podem variar significativamente no futuro. As análises aqui apresentadas não pretendem conter todas as informações relevantes e,
dessa forma, representam uma visão limitada do mercado. A CSHG não se responsabiliza por danos oriundos de erros, omissões ou alterações nos fatores de mercado. A rentabilidade
obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. É vedada a cópia, distribuição ou reprodução total ou parcial deste material sem a prévia e expressa concordância da
CSHG. Ouvidoria CSHG - DDG: 0800 772 0100 - www.cshg.com.br/ouvidoria
CSHG View, março de 2018 2

Editorial
Alocação de ativos
Nos comitês mensais, nossos diretores e especialistas em
investimentos discutem o cenário econômico e o comportamento
do mercado financeiro, para definir a estratégia de alocação dos
fundos sob gestão da CSHG Wealth Management. Abaixo, segue
a alocação atual dos diferentes perfis de referência.
Sylvio Castro1
Alocação atual dos portfólios de referência CSHG WM (%)
Chief Investment Officer
Visão
Perfil 1 Perfil 2 Perfil 3 Perfil 4 Perfil 5
CSHG
As tendências de crescimento global sincronizado e inflação Renda fixa 93,0 67,25 44,5 29,0 10,0
baixa persistem, mas fevereiro foi muito diferente dos meses Pós-fixado 88,0 52,25 29,5 13,0 -
anteriores. A volatilidade dos mercados acionários subiu, o dólar Pré-fixado - - - - -
parou de perder valor, e o juro longo dos EUA atingiu máximas Inflação 5,0 15,0 15,0 15,0 10,0
em anos, causando perdas na marcação a mercado. Parte Internacional - - - - -
relevante desse movimento foi revertida ainda em fevereiro, Multimercado 7,0 25,0 40,0 40,0 30,0
trazendo oportunidades interessantes, mas dúvidas persistem. Locais 7,0 25,0 40,0 40,0 30,0
Aproximamo-nos de um novo regime no mundo desenvolvido, Internacionais - - - - -
com inflação mais alta em consequência de juros reais negativos Renda variável - 6,25 12,5 25,0 50,0
por uma década, discussões sobre barreiras ao comércio, mais Local - 6,25 12,5 25,0 50,0
estímulos fiscais e baixos investimentos em expansão da Internacional* - - - - -
capacidade produtiva? Se sim, o que esperar das bolsas em Hedges - 1,5 3,0 6,0 10,0
Rentabilidade
mercados desenvolvidos, uma vez que os preços atuais podem esperada 108 119 129 140 164
embutir um certo otimismo? Se os juros subirem mais rápido nos (% do CDI)
países maduros nos próximos dois anos, os países emergentes Volatilidade
0,6 1,9 4,0 6,4 10,8
sofrerão com o aumento no custo de capital e a falta de média (% a.a.)
paciência dos investidores com avanços lentos na agenda fiscal? * Posição overweight nos portfólios internacionais
Fonte: CSHG, em 8 de fevereiro de 2018
A nosso ver, parte da volatilidade recente se deveu a fatores
técnicos e excessos cometidos antes. Embora os riscos
inflacionários subam gradualmente, provavelmente veremos uma
estabilização no momentum de crescimento global já nos
próximos meses, o que aumentará o apetite pela renda fixa. Posicionamento atual
Nesse contexto, nos mercados internacionais temos posições
neutras em renda fixa e sobrealocadas em ações, Na renda fixa, seguimos com as posições em pós-fixados que
preferencialmente em tendências de médio prazo, como configuram o caixa dos portfólios e temos também uma
automação industrial, aumento da expectativa de vida e alocação neutra em títulos atrelados à inflação.
empresas que se beneficiem do aumento do protecionismo e da Na renda variável, sustentamos a visão de que o cenário de
demanda por segurança nacional e cibernética. baixo custo de oportunidade das alocações em ativos de renda
No Brasil, embora a agenda eleitoral reserve grandes emoções fixa tende a ser um catalisador de resultados. Além disso, a
para o segundo semestre, políticos e investidores seguem a recuperação da atividade econômica vem se refletindo
tendência geral do eleitorado, que por ora prefere focar positivamente nos lucros das empresas. Por isso, desde
exclusivamente nas oportunidades apresentadas pela retomada dezembro do ano passado mantemos uma posição overweight
gradual da atividade. Seguimos com posições sobrealocadas em em ativos de renda variável, ainda mantendo hedges
ações, as quais se beneficiarão da combinação de juros baixos, (“seguros”) que foram comprados a preços interessantes em
menor concorrência e redução de custos implementada entre meados de 2017, de forma a proteger uma parte dos ganhos já
2014 e 2017. A nosso ver, a projeção atual de crescimento de auferidos com a bolsa de valores.
lucros subestima a magnitude desses fatores. Na renda fixa, No que diz respeito ao câmbio, a sobra de dólares observada no
seguimos com nossas posições em ativos indexados à inflação balanço de pagamentos brasileiro, reflexo tanto da ampla liquidez
com prazo médio ao redor de quatro anos. Esses ativos internacional quanto do bom desempenho da balança comercial
oferecem excelente combinação de proteção e rentabilidade do País, nos faz crer que é baixa a probabilidade de
ante outras opções. Por fim, apesar dos números animadores apreciação do dólar em relação ao real. Assim, seguimos
nas contas externas, o menor diferencial de juros e a expectativa sem posições dolarizadas em nossos portfólios.
de retomada nas importações reduzem nosso interesse por
posições a favor do real contra o dólar.
Esperamos que essas posições ainda gerem bons retornos e
nos ofereçam liquidez suficiente para efetuar eventuais ajustes à
medida que as incertezas eleitorais no Brasil aumentarem.

1
Sylvio Castro, diretor estatutário da CSHG Wealth Management, é o responsável pela equipe de
Investment Advisory e pela gestão dos fundos de investimento perante a CVM.
CSHG View, março de 2018 Panorama econômico 3

Cenário global
Os primeiros dez dias de fevereiro foram marcados por um aumento considerável de volatilidade nos mercados internacionais.
A combinação de dados mais fortes sobre a atividade econômica nos EUA (sobretudo no mercado de trabalho) com a
informação de que a inflação subiu um pouco mais do que o esperado em janeiro, em meio aos estímulos fiscais adotados
pela gestão Trump, alimentou as especulações sobre o risco de o Fed elevar sua taxa básica de juros mais rápido.
O juro de longo prazo do país alcançou seus maiores patamares desde o fim de 2013. Nesse contexto, a entrada de Jerome
Powell na presidência do BC norte-americano trouxe um elemento a mais de incerteza, uma vez que os mercados ainda estão
“tateando” sua postura no novo cargo.
Em meio a essas incertezas, a bolsa norte-americana chegou a recuar mais de 8% em meados de fevereiro, mas houve uma
recuperação parcial na segunda metade do mês.

Luciano Paiva
Economista e estrategista de renda fixa

O crescimento da economia global tem sido robusto nesse início a próxima agora em 21 de março.
de 2018. Nenhuma grande nação parece correr o risco de
Na Zona do Euro, os ativos embutem a perspectiva de aumentos
entrar em recessão. No mundo desenvolvido, o sentimento dos
dos juros no decorrer de 2019, depois de o Banco Central
empresários está em alta, e fatores como a reforma tributária
Europeu encerrar seu programa de compras de ativos (QE).
nos EUA e os indicadores de atividade em alta na Europa
Acreditamos em aumentos trimestrais dos juros europeus em
animam ainda mais os agentes. Entre os países emergentes, os
2019. No Reino Unido, o banco central (BoE) indicou que pode
elementos mais positivos são os preços de commodities mais
haver um aumento dos juros em breve. Fala-se em dois
estáveis, a corrente de comércio global em crescimento e o
movimentos de 0,25 p.p. nos próximos meses.
aumento da demanda dos EUA e da Europa.
Na China, a política monetária é mais baseada na concessão de
Entretanto, a expansão da atividade traz a reboque algumas
crédito, e a avaliação é de que as autoridades estão buscando
preocupações. Em primeiro lugar, existe um certo temor de um
reduzir o volume de empréstimos concedidos (o dado forte
“sobreaquecimento” da economia mundial. A nosso ver, deve
referente a janeiro sofreu influência sazonal por causa do
haver um ligeiro arrefecimento nos próximos meses, sobretudo
Ano-Novo Lunar). Apenas no Japão há uma disposição maior
em setores nos quais a atividade foi intensificada por motivos
das autoridades monetárias em defender a continuidade da
específicos, como os desastres naturais que atingiram os EUA
política de expansão monetária por mais tempo.
recentemente. Em segundo lugar, em meio ao crescimento da
atividade voltamos a ver temores de que a inflação se acelere, O recente enfraquecimento do dólar parece estar associado aos
exigindo um aperto monetário mais intenso. diversos ajustes nas expectativas para as políticas monetárias ao
redor do mundo e às mudanças nas projeções fiscais para os
Diante de um crescimento mais forte do que o previsto e sinais
EUA nos próximos anos, mas não acreditamos que esse
incipientes de aumento da inflação, as expectativas para a
movimento na taxa de câmbio altere as perspectivas para o
condução dos juros ao redor do mundo estão sendo ajustadas.
crescimento global ou para a condução da política monetária nos
próximos trimestres.
I: Precificação para a taxa de juros dos EUA no fim do ano
Probabilidade percentual precificada para o juro dos EUA em dez/2018 (% a.a.)
A despeito de temores que emergem sobre possíveis soluços na
economia mundial adiante, sobre o aperto monetário que tende
100%
a acontecer em alguns países desenvolvidos e da volatilidade
2,50% a 2,75%
80% dos mercados mais elevada nas últimas semanas, o mais
2,25% a 2,50% provável é um crescimento global próximo à tendência mais
60%
2,00% a 2,25%
recente no ano de 2018. A política monetária gradualmente
mais apertada seria, na realidade, um ajuste saudável para que
40% 1,75% a 2,00% não tenhamos problemas com a inflação mais adiante.
20% 1,50% a 1,75% Embora o mercado acionário e outros ativos de risco tenham
1,25% a 1,50% sofrido uma volatilidade maior no início de fevereiro, tudo indica
0% que o movimento foi muito mais uma correção de curto prazo do
1-dez 16-dez 31-dez 15-jan 30-jan 14-fev 1-mar
que uma mudança na tendência do mercado. Com a economia
Fonte: Bloomberg – Elaboração: CSHG, em 6 de março de 2018 global em crescimento e a normalização das políticas monetárias
em ritmo gradual, mantemos a visão otimista para ações.
Atualmente, os mercados precificam algo entre dois e três
aumentos de 0,25 p.p. nos juros básicos dos EUA em 2018 e
mais dois movimentos dessa magnitude em 2019, mas é
possível que acabe havendo quatro elevações neste ano, sendo
CSHG View, março de 2018 Panorama econômico 4

Cenário Brasil
A volatilidade externa impactou os mercados domésticos no início de fevereiro. Após o carnaval, contudo, os ativos
brasileiros acompanharam a tendência de recuperação internacional.
Ademais, os dados que reforçaram a visão de que a inflação tende a seguir baixa neste ano (tanto o IPCA de janeiro abaixo
do esperado quanto perspectivas de mais uma safra agrícola forte neste ano) corroboraram o cenário de juros baixos por
um longo período no Brasil.
Assim, a recuperação dos ativos domésticos foi até mais expressiva do que no mercado internacional, mesmo diante do
corte no rating brasileiro adotado pela Fitch e da postergação por prazo indefinido da tramitação da reforma da Previdência
(devido à intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro).

Luciano Paiva
Economista e estrategista de renda fixa

A volatilidade internacional do início de fevereiro afetou No entanto, nos parece um pouco cedo para alterar qualquer
pontualmente os ativos financeiros no Brasil, mas não vemos alocação por causa das eleições.
mudanças relevantes no cenário interno.
Ainda estamos em uma fase de definição dos candidatos. As
Os dados sobre a economia do Brasil são, em geral, positivos, o plataformas não estão definidas. As políticas que cada candidato
que tem inclusive colaborado para uma melhora de curto prazo defende ainda são desconhecidas. E, na margem, parece até
nos números fiscais. que a grande maioria dos candidatos está reconhecendo a
necessidade de reformas.
Ao mesmo tempo, a inflação segue baixa. Já surgem até
projeções que indicam a possibilidade de o IPCA voltar a Com a economia ajudando e o ambiente político, ao menos por
registrar alta próxima ao “piso” da meta do Banco Central em enquanto, não trazendo notícias negativas, a alocação em ações
2018. Assim como no ano passado, grande parte do desvio em continua sendo a alternativa mais interessante para manter a
relação à meta seria devido a uma surpreendente safra agrícola. rentabilidade das carteiras em meio ao CDI baixo.
Isso não deve alterar a programação do Banco Central de
III: Taxa diária do CDI
encerrar o ciclo de redução da Selic, mas reforça a percepção
de que os juros no Brasil devem seguir nas mínimas históricas Percentual ao ano

por um bom tempo. 18

16

Projeção
II: Projeções de mercado para IPCA e Selic
Percentual ao ano no fechamento de cada período
14
Selic IPCA
8.00 8.00 12
6.75
10

4.24 4.00 8
3.70

6
jan-06 jan-08 jan-10 jan-12 jan-14 jan-16 jan-18
Fonte: Bloomberg – Elaboração: CSHG, em 6 de março de 2017
2018 2019 2020
Fonte: Pesquisa Focus (BCB) – Elaboração: CSHG, em 2 de março de 2018 Olhando um pouco mais para a frente, outras alternativas
precisarão ser consideradas, inclusive algumas nas quais será
Com a atividade em alta e os juros assim baixos por alguns
preciso abrir mão de liquidez por algum tempo.
trimestres, o ambiente deve seguir favorável para a bolsa
brasileira. São novos tempos para os investimentos. Tempos de um País
que, se tudo der certo, oferecerá menor remuneração para o
Os lucros das empresas listadas na bolsa têm surpreendido
rentista dos juros pós-fixados e mais remuneração para alguns
positivamente. E semana após semana há revisões para cima
ativos um pouco mais arriscados e menos tradicionais para o
nas previsões para os lucros nos próximos trimestres.
investidor brasileiro.
Sem contar os sempre possíveis sustos vindos do exterior – que
no momento não julgamos muito prováveis, mas sempre são
possíveis –, o principal risco no âmbito doméstico neste ano
deverá ser a corrida eleitoral.
CSHG View, março de 2018 Gestão em foco 5

Renda fixa
Pós-fixado Pré-fixado Inflação Internacional

Luciano Paiva
Economista e estrategista de renda fixa
Victor Schmutzler
Gestor de renda fixa/crédito

Com a volatilidade nas taxas de juros praticadas nos mercados


V: Carrego das NTN-Bs
internacionais que marcou os primeiros dias de fevereiro, as
taxas do mercado doméstico também subiram no período que Em % do CDI; simulação de desempenho da NTN-B/2022 em diferentes cenários

antecedeu o carnaval, o que implicou uma marcação a mercado NTN-B 2023 @ 4,56%a.a. Jun-18 Set-18 Dez-18 Mar-19
negativa para os ativos pré-fixados e para aqueles atrelados à Abert/Fech para atingir 100% CDI 0.11% 0.15% 0.34% 0.59%
inflação naquele momento.
Abertura de 50 bps 27% 65% 89% 104%
A partir de meados do mês, contudo, diante de uma certa Fechamento de 20 bps 159% 135% 136% 139%
acomodação nos mercados internacionais (ainda que as taxas % CDI
Fechamento de 50 bps 217% 166% 157% 153%
externas tenham se mantido em patamar mais elevado), o
mercado brasileiro de juros voltou a trabalhar com juros de Manutenção da taxa atual 121% 115% 123% 129%

mercado em baixa. Fonte: BDS; CSHG – Elaboração: CSHG, em 6 de março de 2018

Dois fatores parecem explicar o movimento. Em primeiro lugar, a


inflação ainda muito baixa alimentou as expectativas de que o Crédito privado
Banco Central do Brasil ainda poderá reduzir mais uma vez a
taxa Selic em sua reunião agendada para 21 de março. Esse Fevereiro foi um mês bem mais ativo no mercado de dívida
fator levou à queda das taxas de curto prazo. doméstico e internacional para as empresas brasileiras. No
mercado externo, tivemos cinco captações de empresas
No caso das taxas de maior prazo, pesou um fator técnico: o brasileiras por meio da emissão de bonds, que somaram
Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu extinguir em até US$ 4,2 bilhões. No mercado local, tivemos a precificação de
dois anos o prazo médio de repactuação mínimo (PRC) de 24 dez ofertas primárias de dívida, somando uma captação de
meses exigido aos fundos de investimento especialmente R$ 4,7 bilhões. Dessas ofertas, apenas duas contaram com
constituídos (FIEs) de seguradoras ou entidade abertas de incentivos fiscais para os investidores pessoas físicas: dois CRIs
previdência. Na prática, a novidade implicou um desmonte de (volume captado de R$ 1 bilhão). Chamam a atenção a ligeira
posições que mantinham as taxas de juros de maior prazo reprecificação dos ativos com taxa média das captações
artificialmente mais elevadas do que os preços de mercado institucionais em torno de 113,5% do CDI para o prazo médio
exigiriam em um ambiente normal. de 4,5 anos e os ativos incentivados com taxa média em torno
de 99% do CDI.
IV: Curvas brasileiras de juros
No mercado secundário de debêntures, o volume negociado
Percentual ao ano
chegou a R$ 4,2 bilhões, 15% superior ao registrado em
11 janeiro. No ano, esse mercado acumula negócios em torno de
10 R$ 7,9 bilhões, com média de R$ 190,7 milhões/dia. Cerca de
9 42% do volume de negócios foi referente a debêntures
8 Taxa de juro nominal
(NTN-F)
incentivadas (Lei 12.431), indexadas à inflação (IPCA). Por
7 conta da abertura das curvas de juros na primeira quinzena do
6 mês, muitos ativos indexados aos juros reais sofreram marcação
5 a mercado negativa, ou seja, abertura de taxas. No caso dos
Inflação implícita
4 ativos indexados ao CDI, a tendência de fechamento de taxa
Taxa de juro real
3 (NTN-B) para os ativos de melhor risco observada em janeiro foi menos
2 expressiva em fevereiro. Com isso, a classe de ativos apresentou
jan/19 jan/21 jan/23 jan/25 jan/27
ganhos inferiores aos observados no mês anterior. O Índice de
Vencimento do título
Debêntures da Anbima, série em DI (IDA-DI) apresentou
Fonte: Bloomberg – Elaboração: CSHG, em 6 de março de 2018
rentabilidade de 115,3% do CDI, ante 120,7% do CDI em
As taxas de juros reais oferecidas pelas NTN-Bs seguiram janeiro.
tendência semelhante àquela verificada no caso dos juros pré- O pipeline de novas emissões para os próximos meses contém
fixados nominais. Entretanto, com a inflação mais baixa do que o 21 ofertas mapeadas até o fim de abril de 2018, as quais
previsto nas leituras mais recentes, o retorno dos papéis somam cerca de R$ 13,3 bilhões de captações no mercado
atrelados à inflação foi um pouco menos expressivo do que os local. Dessas ofertas, 14 são incentivadas e totalizam
ganhos auferidos com alocações puramente pré-fixadas. aproximadamente R$ 4,5 bilhões.
CSHG View, março de 2018 Gestão em foco 6

Renda variável
Local Internacional

Ricardo Pinheiro
Gestor de portfólios
Eduardo Portelada
Analista de empresas

O mês de fevereiro foi negativo para os ativos de renda variável


global; porém, o sentimento no fim do período foi de VI: Evolução de alguns índices acionários
recuperação parcial desses mercados. Índice 100 em 1º de janeiro de 2017 – em moedas locais

Logo no início de fevereiro, tivemos resultados mistos para os 150


Ibovespa
índices de atividade PMI divulgados ao redor do mundo, tanto no
140
setor industrial quanto no setor de serviços. Do lado da política
monetária, embora não tenha havido alteração nos juros, o risco 130 S&P500
de um eventual aperto monetário mais acelerado pesou sobre o
mercado acionário. 120
MSCI World
A partir de meados do mês, no entanto, começaram a emergir 110
algumas informações mais favoráveis ao mercado. O Congresso
norte-americano aprovou um novo orçamento, o que evitou um 100
EuroStoxx
shutdown. A ata referente à reunião do Fed reiterou a Nikkei
preocupação com os salários, mas ressaltou que a inflação ainda 90
jan-17 mar-17 mai-17 jul-17 set-17 nov-17 jan-18 mar-18
não preocupa tanto assim. E, em seu primeiro discurso como
Fonte: Bloomberg – Elaboração: CSHG, em 6 de março de 2018
presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell
procurou manter um tom que afastasse grandes sobressaltos no O índice Bovespa fechou fevereiro praticamente inalterado, com
mercado. Assim, houve recuperação parcial dos principais apenas metade das 64 empresas que o compõem apresentando
índices de ações do país na segunda metade do mês. ganhos no período. O índice acumulou alta de 0,52%, fechando
Na Europa, o mercado de ações seguiu a tendência o mês ligeiramente acima dos 85 mil pontos. Apesar de o mês
norte-americana, tendo como pano de fundo local as ter se iniciado com perdas, devido ao aumento de volatilidade
negociações de Angela Merkel para formar um governo de nos mercados internacionais, o Ibovespa voltou a ganhar força
coalizão na Alemanha. na segunda metade de fevereiro, recuperando o terreno perdido.
No Japão, o banco central (BoJ) voltou a reforçar que dará Foram destaques: (i) o setor de utilities (+10,13%), puxado
continuidade ao processo de afrouxamento monetário. Apesar principalmente por notícias sobre privatizações; (ii) o setor de
disso, a moeda japonesa se valorizou (algo comum em mineração e siderurgia (+7,63%), devido à alta do preço de
momentos de aversão ao risco em âmbito global), o que acabou minério de ferro no mercado internacional; e (iii) do lado
sendo um fator negativo a mais para a bolsa naquele momento negativo, empresas do setor de infraestrutura, que caiu 17,66%
em que os índices ao redor do mundo sofriam – no início do mês com notícias sobre o suposto envolvimento de companhias na
de fevereiro. Operação Lava-Jato.
Em números, a bolsa norte-americana teve um mês negativo VII: Valuation do Ibovespa
(S&P 500: -3,89% em dólares), a bolsa europeia registrou
Índice preço/lucro projetado para 12 meses adiante
desvalorização (Eurostoxx: -4,72% em euros), e a bolsa
japonesa na moeda local obteve um resultado também negativo 20
(-4,46%). Assim, o índice que reflete a cesta de ações globais 18
(MSCI Global) caiu 4,48% em fevereiro, enquanto a cesta de
16
ações de países emergentes perdeu 5,90% (ambos em
dólares). 14
Média
Mesmo medidos em reais, os fundos de ações globais 12
apresentaram resultados negativos no mês passado. 10
8
6
4
2008 2010 2012 2014 2016 2018
Fonte: Bloomberg – Elaboração: CSHG, em 6 de março de 2018
CSHG View, março de 2018 Gestão em foco 7

Multimercados
Local Internacional

Cristina Minozzi
Gestora de portfólios

Até a primeira quinzena do mês, quando o cenário de baixa


VIII: Book CSHG WM de Fundos Multimercado2
volatilidade global foi parcialmente interrompido e presenciamos
uma forte aversão a risco nos principais mercados, alguns Base 100 em jan/2017

fundos multimercado chegaram a apresentar resultados 120


negativos, impactando inclusive o resultado da classe
consolidada. 115

Duas principais teses foram as que prejudicaram o desempenho 110


dos fundos nesses primeiros dias do mês: primeiramente, o
mercado acionário, no qual o comportamento do mercado 105
internacional influenciou nossa bolsa local. Ainda como
consequência de tal aversão a risco, as aplicações em títulos 100
locais de renda fixa pré-fixados e indexados à inflação também
apresentaram aumento de seus prêmios exigidos pelos 95
investidores. jan-17 mar-17 mai-17 jul-17 set-17 nov-17 jan-18 mar-18
Fonte: CSHG – Elaboração: CSHG, em 2 de março de 2018
Gestores que detinham alocações relacionadas a teses segundo
as quais veremos nos próximos meses um aumento dos juros de
longo prazo nas economias desenvolvidas, em especial na
norte-americana, conseguiram proteger parcialmente suas
carteiras.
As principais teses das carteiras como ações locais, fechamento
do prêmio de juros local e fortalecimento do dólar contra as
outras moedas, encerram o mês positivas, compensando o
resultado das principais bolsas internacionais.
No fim da primeira quinzena, esse movimento de forte aversão
começou a ensaiar sua trajetória de reversão. Dessa forma, a
rentabilidade dos fundos multimercado foi aos poucos se
revertendo em positiva. Em muitos casos, o resultado final de
fevereiro excedeu o CDI.
Vale mencionar que esse processo de forte incremento de
volatilidade, aparentemente temporário, não impactou o
resultado da classe no ano, que ainda segue positiva e
superando consideravelmente o CDI nesse primeiro bimestre.
Ainda em fevereiro, seguimos observando um movimento dos
investidores em busca de incremento de performance,
ponderando pelo aumento de risco. Ou seja, ainda está
ocorrendo uma migração de recursos em posições de renda fixa
para posições de risco, como, por exemplo, fundos
multimercado e de ações. Observamos ainda alguns casos
específicos de fundos que apresentaram forte captação de
recurso neste mês.

2 O book CSHG WM de Multimercados representa a combinação de fundos multimercados utilizados


para a alocação feita pela CSHG WM nessa classe de ativos. Sua composição é ajustada
trimestralmente com base nos percentuais efetivamente alocados. Os dados acima são meramente
informativos e servem apenas para referência do cliente. Não se trata de oferta, recomendação ou
análise de investimentos ou ativos.
CSHG View, março de 2018 8

Glossário
Utilização de recursos de terceiros para aumentar as possibilidades de lucro, o que aumenta, consequentemente, o grau de
Alavancagem
risco da operação.
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – representa as instituições que atuam no mercado
Anbima
de capitais brasileiro.
Asset allocation Alocação de recursos – refere-se à escolha de ativos de diferentes classes para composição de uma carteira de investimentos.
BC, BCB ou Bacen Banco Central do Brasil – autoridade monetária responsável pela estabilidade financeira do País.
Certificado de Depósito Interbancário – sua rentabilidade (em % a.a.) serve de referência comparativa para investimentos no
CDI
mercado financeiro nacional.
Copom Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil – responsável pela definição da taxa Selic.
Comissão de Valores Mobiliários – disciplina e fiscaliza o mercado de valores mobiliários, aplicando punições àqueles que
CVM
descumprem as regras estabelecidas.
Dividend yield Dividendo por ação dividido pelo preço por ação – indica a política de distribuição de lucros da empresa aos seus acionistas.
Múltiplo que mede o retorno sobre o investimento por uma empresa e normaliza diferenças entre as estruturas de capital das
EV/EBITDA
companhias; definido como valor do empreendimento dividido pelo lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.
Federal Reserve (Fed) Banco central dos EUA
Um condomínio que reúne recursos de um grupo de investidores que delegam a uma gestão profissional o objetivo de obter
Fundo de investimento ganhos financeiros com a aquisição de uma carteira de ativos, dividindo custos e taxas e auferindo os mesmos resultados. Ao
aplicar em um fundo, o investidor passa a ter cotas que representam frações do patrimônio desse fundo.
Fundo Garantidor de Crédito – administra um mecanismo de proteção aos investidores em caso de falência ou liquidação de
FGC
instituições financeiras.
Hedge Operação que visa proteger determinada posição no mercado financeiro (um “seguro”).
Hedge fund Fundo multimercado com liberdade para investir em mercados diversos.
High yield Mercado de renda fixa com foco em um prêmio elevado de juros, porém com risco de crédito mais elevado.
IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado – calculado pela Fundação Getulio Vargas.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE – indicador de inflação de referência para o cumprimento
IPCA
da meta de inflação no Brasil.
Índice Preço/Lucro
Múltiplo definido como preço por ação dividido pelo lucro por ação em 12 meses.
(P/L; em inglês: P/E)
Posição comprada em um ativo (expectativa de valorização deste) / posição vendida em um ativo (expectativa de desvalorização
Long / short
deste).
Private equity Investimento em empresas com o objetivo de melhorar ativamente sua eficiência operacional e/ou financeira para venda futura.
Quantitative Easing Programa de compra de ativos conduzido por bancos centrais para aumentar a base monetária da economia e estimular a
(QE) atividade.
Taxa de juros de referência na economia brasileira (em % a.a.) – principal instrumento de política monetária, é definida pelo
Selic
Bacen em reuniões periódicas do Comitê de Política Monetária (Copom).
Stock picking Escolha de ações com base em critérios fundamentalistas e/ou técnicos.
Superávit fiscal primário Resultado de receitas menos despesas do governo, excetuados os gastos com pagamento de juros.
Operação em que há troca de posições quanto ao risco e à rentabilidade; neste caso, troca de taxa de variação cambial por
Swap cambial
taxa de juros pós-fixados.
Tapering Diminuição do ritmo de compras mensais de ativos dentro de um programa de QE
Taxa Selic Taxa de juros de referência da economia brasileira
Treasury Título de dívida do Tesouro norte-americano
Processo de avaliação com o objetivo de estimar o valor de uma empresa, determinando seu preço justo e o retorno esperado
Valuation
de um investimento em suas ações.
Medida de dispersão (usualmente medida como o desvio padrão) dos retornos de um investimento; em geral, é avaliada em
Volatilidade
termos anualizados (ou seja, em taxa equivalente para o período de um ano).
West Texas Intermediate – tipo de petróleo negociado no mercado norte-americano (alternativamente ao tipo Brent, negociado
WTI
na Europa).

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