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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Ouro Preto


Escola de Minas – Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais
Telefax: 55 - 31 - 3559.1561 – E-mail: demet@em.ufop.br

TECNOLOGIA E METALURGIA DA SOLDAGEM


(MET 140)

METALURGIA da SOLDAGEM

Metalurgia da Soldagem de Aços:


Carbono, Baixa Liga e Inoxidáveis

Prof. Luiz Cláudio Cândido

candido@em.ufop.br
Sumário

• Introdução;
• Exemplo de relação Estrutura X Propriedades;
• Produtos de Transformação da Austenita;
• Aços Baixo Carbono e baixa liga: ZF e ZTA;
• Aços Inoxidáveis: ZF e ZTA

2
Metalurgia da Soldagem

Solidificação em uma junta soldada

3
Transformação e microestruturas de um aço-carbono (ligas ferríticas)

Representação esquemática de fases e constituintes de um aço em função da velocidade de resfriamento após austenitização.

4
Metalurgia da Soldagem

Representação esquemática de microestruturas de um aço hipoeutetóide em função


de sua velocidade de resfriamento a partir do campo austenítico.

5
Introdução

Operações de soldagem
Ciclos térmicos
+
Possibilidade de mudanças na
composição química Fonte: Kou.

Transformações metalúrgicas
e mecânicas nos materiais

Macroestrutura de junta de aço A633 soldado por processolaser.


Fonte: Kou. 6
• Os aços carbono são ligas de Fe-C , com a quantidade de carbono usualmente inferior a
0,5%, e contendo em quantidades pequenas e variáveis de Mn, P, S e Si.
As propriedades mecânicas e a soldabilidade destes aços dependem fundamentalmente da
% de carbono contida, embora sofram influência dos demais elementos assim como dos ciclos
térmicos envolvidos.

Resistência mecânica de um aço em função de seu carbono equivalente.


OBS.: Carbono equivalente (Segundo o IIW):

CE = %C + %Mn/6 + (%Cr + %Mo + %V)/5 + (%Ni + %Cu)/15


Outras:
%( Mn  Si) %Mn %Mo %Cr %( Ni  Cu) %P
Ceq  %C  Ceq  %C     

6 6 4 5 15 3

 O CE é empregado para relacionar a temperabilidade de um aço e sua soldabilidade;


quanto maior for o seu valor, mais temperável será o aço e pior sua soldabilidade. 7
Introdução

Classificação dos Aços:

 Aços carbono: teores de Mn e Si menores que 1% e 0,4%, respectivamente.

 Aços baixo carbono - %C < 0,25% Maior resistência


 Aços médio carbono – 0,25% < %C <0,50 mecânica

Aços alto carbono - %C > 0,50
Maior
Teor de carbono

Menor ductilidade
e soldabilidade

8
9
Tratamento Térmico x Soldagem

Comparação entre soldagem e tratamentos térmicos de um aço;


(a) processos térmicos; (b) diagrama de fases Fe-C.

10
Representação esquemática de diferentes ciclos térmicos.
(a) ciclos térmicos utilizados na geração de curvas convencionais de diagramas CCT; (b) ciclos térmicos em
soldas; os números em (b) correspondem a localizações na ZTA(HAZ).

11
Solda: “fusão com tratamento térmico”

Pré-aquecimento:
- aquecimento prévio da junta entre 50 e 540ºC;
- reduz produção de martensita;
- recomendado para aços de alto carbono e teor de liga.

Onde

12
Temperaturas de pré-aquecimento
Temperaturas de pré-aquecimento
Pós-Aquecimento

A temperatura de 50 a 100°C acima da temperatura de pré-aquecimento

Resfriamento
Resfriar a peça lentamente em meio isolante
Sem Pré-Aquecimento devido:
• Peça de grandes dimensões
• Soldagem no local de trabalho
• Falta de equipamento
• Outros fatores

1. Limpeza
2. Preparação
3. Seleção do material de adição em função da aplicação
4. Soldagem para aços acima de 0 ,30%C
• Cordões curto; máximo de 50mm
• Martelamento com o cordão quente
• Cordões alternados
• Soldar isolado de correntes de ar
5. Resfriamento lento em m eio isolante ou em meio abrigado de
corrente de ar
16
Técnicas de soldagem para aços sem tratamentos térmicos
e/ou termoquímicos

1 – Limpeza mecânica ou química

2 – Preparação da peça (chanfrar, usinar, alinhar, fixar, etc.)

17
Preparação de Juntas

Esp. < 4mm

Esp.= 4 a 8mm
Preparação de Juntas

Esp.= 6 a 20 mm

Esp.= 6 a 40 mm

Esp.> 40 mm
Preparação de Juntas
Distribuição de Passes

21
Seleção dos materiais de adição (eletrodo revestido)

Para aços de baixo e médio teor de carbono

AWS E 7018 - Maior resistência mecânica

AWS E 6013 - Para chapas finas e estruturas leves

AWS E 6010 - Passe de raiz em tubulações e peças sujas e ou


contaminadas
Seleção dos materiais de adição (eletrodo revestido)

Para aço de alto e altíssimo teor de carbono

- Ligas especiais de cromo e níquel selecionados em função da


aplicação

Exemplos de materiais de adição:


Eutectrode 680 / Xuper 680 CGS / Eutectrode 690
XHD 646 / EC 4022 / XNT 2222
Introdução

Classificação dos aços:

 Aços de alta resistência mecânica e baixa liga:Teores em peso


de carbono variando de 0,06% a 0,25%, (Mn) até 1,90% e
quantidades de (Cr), (Ni), (Mo), (Cu), (N), (V), (Nb) e (Ti)
combinadas.
correlação entre estrutura e propriedades mecânicas dos aços

Relação entre deformação e


limite de escoamento de
vários tipos de aços, baixa,
alta, e ultra alta resistência
mecânica (ULSAB, 2005).

24
Introdução
 Aços de alta resistência mecânica e baixa liga

Elementos de liga Propriedades mecânicas


Aços ARBL

Dissolvidos na Formando Formando


matriz carbonetos compostos

intermetálicos
Estrutura
Otimizada

Composição Laminação
Química adequada Controlada(*)
(*) TMCP: thermomechanically
controlled process steels

25
Introdução

Classificação dos Aços:

 Aços baixa liga: com adições de elementos de liga até 5%;


 Aços média liga: com adições entre 5% e 10%, e;
Aços alta liga: com adições superiores a 10%.

Como exemplo de aços alta liga tem-se os inoxidáveis: >10,5%


(em massa) de Cr.

26
Introdução

Estrutura final da Zona Fundida e ZTA:

Estrutura inicial Composição Ciclos térmicos Outros


química
Inclusões
Gases

Processo de soldagem Interações escória


Tratamentos pós-
Diluição soldagem
Número de passes
Aporte térmico
Pré aquecimento
Método de Proteção
Contaminação
.
. 27
.
Exemplos de relação Estrutura X Propriedades

Efeito da proporção de ferrita acicular na tenacidade ao impacto em juntas soldadas de aço baixo carbono.
Fonte: Kou.

28
Produtos de transformação da austenita na soldagem de aços ARBL

F
o
Austenita rç
a
M
to
ri
z:
Δ
G
<
0
Primária Bainita
Widmanstätten Martensita

Acicular

Fontes: Kou e Thewlis. Cinética da transformação 29


Microestruturas da ZF (aços BC e de baixa liga)
Resfriamento na soldagem:
A ZF torna-se austenítica e, posteriormente, se decompõe, resultando em diferentes
produtos (fases e constituintes).

Estes produtos aparecem em diferentes proporções, tanto em função do estado inicial da


austenita, como das condições de resfriamento e das solicitações mecânicas resultantes
da soldagem.

A microestrutura final da ZF, em uma solda em um só passe, será formada por estes
produtos e pelos elementos da estrutura primária que não sofreram transformações (por
exemplo, inclusões).

As fases resultantes da decomposição da austenita são basicamente: ferrita, cementita e


martensita.

Além destas, pequenas quantidades de austenita podem permanecer inalteradas (austenita


retida ou residual) e diferentes precipitados (carbonetos, nitretos, etc.) e inclusões podem
existir. 30
Como resultado da ação dos diferentes mecanismos de transformação, estas
fases/constituintes podem aparecer segundo uma série de morfologias que podem ser
classificadas como:

a) Ferrita de contorno de grão

b) Placas laterais de ferrita

c) Ferrita poligonal

d) Ferrita acicular
e) Perlita

f) Constituintes intermediários

g) Martensita

h) Precipitados e outros constituintes

31
Produtos de transformação da austenita na soldagem de aços ARBL

grão contorno de grão


austenítico

partícula de inclusão
curva de
a
r resfriamento
u
t ferrita de contorno de grão
a
r
e
p placas laterais ou Widmanstatten
m
e
T austenita
ferrita acicular

bainita
martensita

Tempo (log)

Curva de resfriamento contínuo esquemática para metal de solda de aço microligado de baixo carbono,
(Adaptação KOU, 2003).
32
Estruturas Zona Fundida – Aços Baixa Liga

• Metais de solda possuem condições de solidificação e


resfriamento singulares;

• Portanto é razoável imaginar que os constituintes


possuam morfologia característica;

• No caso dos aços ferríticos, o IIW propôs metodologia


padrão;

• Outros pesquisadores, por exemplo Thewlis (2004),


têm sugeridos novas metodologias e nomenclaturas...

33
Estruturas Zona Fundida – Aços Bai xa Liga
Categoria principal
Subcategoria do constituinte Abreviação
do constituinte
Ferrita primária PF
Ferrita de contorno de grão PF(G) MO
MEV ˃ identificação de
Ferrita intergranular PF(I)
estruturas mais finas
Ferrita com segunda fase FS

Ferrita com segunda fase não-alinhada FS(NA)

Ferrita com segunda fase alinhada FS(A)

Placas laterais de ferrita (side plates) FS(SP)

Bainita FS(B)
Bainita superior FS(UB)
Bainita inferior FS(LB)
Ferrita acicular AF
Fases/constituintes na classificação
Agregado ferrita carboneto FC de estrutura do metal de solda (ZF)
Perlita FC(P) de aços baixo carbono e baixa liga
Martensita Martensita em ripas M(L) do IIW
Martensita maclada M(T) (COLPAERT, 2008)
34
Estruturas Zona Fundida – Aços Bai xa Liga

Ferrita de Contorno de Grão, PF(G)

(a) Esquema da ferrita primária de contorno de grão. (b) Formação de veios de ferrita de
contorno de grão na estrutura de grãos colunares da Austenita na ZF.

• Primeiro constituinte a se formar pela decomposição da Austenita


(800°C-850°C).

Ferrita poligonal intragranular, PF(I)


Baixo teor de elementos
Baixa Δt(800-500) + de liga
35
Estruturas Zona Fundida – Aços Bai xa Liga

1 - Ferrita poligonal intragranular; 2 – Ferrita primária de contorno de grão.


Aço 0,06%C, 1,4%Mn soldado por arco submerso. Fonte: Thewlis.

36
Estruturas Zona Fundida – Aços Bai xa Liga
Ferrita com segunda fase alinhada, FS(A)

Desenho esquemático da morfologia das placas laterais de ferrita. Nucleação a

partir de contorno de grão e em ferrita primária.

• Engloba constituintes que tendem a apresentar aparência similar


em MO. Ferrita de Widmanstätten e Bainita superior.

Segregação de carbono Teores médios de Estrutura grosseira e com


para austenita + carbono (0,2% e 0,4%) + pequena diferença de
orientação cristalina

Geralmente indesejável na ZF
37
Estruturas Zona Fundida – Aços Bai xa Liga
Ferrita com segunda fase não alinhada, FS(NA)
• Segundo o IIW, FS(NA) é formada por ferrita envolvendo
completamente microfases (carbonetos ou AM – austenita-
martensita) ou grãos de ferrita acicular.

1 – Ferrita primária intragranular; 2 – Ferrita com segunda fase alinhada; 3 – Ferrita com
38
segunda fase não alinhada. Fonte: Thewlis.
Estruturas Zona Fundida – aços Baixa Liga
Ferrita Acicular (FA)

Representação esquemática de ferrita acicular nucleada intergranularmente.

Formação em Nucleação heterogênea: Estrutura muito refinada


temperaturas tão baixas + inclusões, precipitados, + com grande diferenças
quanto bainita etc. cristalográficas

No geral melhora a tenacidade,


sobretudo ao impacto da ZF

39
Fluxograma para classificação de constituintes em metal de solda; classificação similar à do IIW. 40
Fluxograma para classificação de constituintes em aço de baixo carbono (segundo Anelli e Di Nunzio). 41
Schematics showing the dube classification of ferrite morphologies. 42
Esquema da classificação de Dubé, modificada por Aaronson, para as formas da ferrita em aços; (a) alotriomorfos; (b) ferrita
Widmanstätten primária e secundária (“placas laterais de ferrita”); (c) ferrita Widmanstätten em “dentes de serra”;
(d) idiomorfos; (e) ferrita Widmanstätten intergranular e (f) ferrita massiva.

43
Ilustração de ferritas primárias alotrimórficas e idiomórfica.

44
Representação esquemática de ferrita alotriomórfica (primária e secundária).

45
An illustration of the essential constituents of the primary microstructure of a steel weld deposit. The diagram is inaccurate in
one respect, that inclusions cannot be expected to be visible in all of the acicular ferrite plates on a planar section of the
microstructure. This is because the inclusion size is much smaller than that of an acicular ferrite plate, so that the chances of
sectioning an inclusion and plate together are very small indeed.

46
Presença de ferrita alotriomórfica.

47
Representação esquemática de morfologias de ferrita.

48
Diferentes morfologias de ferrita pró-eutetóide em aço com C = 0,37%, Mn = 1,50 %e V = 0,11%, transformado isotermicamente a 700°C.
Observa-se ferrita alotriomórfica nucleada nos contornos de grão austeníticos anteriores e ferrita idiomórfica.
A matriz transformou para martensita no resfriamento brusco após o tratamento isotérmico.

Diferentes morfologias de ferrita pró-eutetóide em aço com C = 0,37%, Mn = 1,50% e V = 0,11%, transformado isotermicamente a 640°C.
Observa-se ferrita alotriomórfica nucleada nos contornos de grão austeníticos anteriores e ferrita idiomórfica.
A matriz transformou para martensita no resfriamento brusco após o tratamento isotérmico. É possível ver claramente uma inclusão não-metálica
no interior do cristal idiomórfico assinado. MEV. 49
Predominately acicular ferrite microstructure of a low-carbon and low-alloy steel weld.

50
Calculated variations in microstructure and mechanical properties as a function of
carbon concentration in Fe–1Mn–C wt.% steels deposit using manual metal arc welding (1kJ/mm).

51
Schematic showing effect of alloy additions, cooling time from 800 to 500°C, weld oxygen content, and austenite grain size.

52
Diagrama esquemático para os diferentes mecanismos que retardam a transformação bainítica para obtenção de ferrita acicular como principal
constituinte: (a) efeito do tamanho de grão austenítico. (b) contorno de grão austenítico preenchido com ferrita alotriomórfica: enriquece a
austenita em frente à interface α/γ em carbono, tornando a interface “envenenada”. (c) presença de inclusões eficientes para a nucleação de ferrita
acicular (Adaptação BABU, 2004).

53
Diagrama esquemático mostrando a
influência de elementos de liga na
estrutura do metal de solda.

Fotomicrografias de metal de solda


(b) Ferrita de Widmanstätten
(FS(A)); (c) Ferrita Acicular.

Fonte: Bhadeshia. 54
Estruturas Zona Fundida – Aços Bai xa Liga
Martensita (M)
Aços de maior temperabilidade;
Grandes velocidades de resfriamento;
Pode ser autorevenido, por exemplo em alguns aços baixa liga.

Martensita em ripas em metal de solda Martensita maclada em aço com 0,27%C


de aço 0,13%C. Processo laser. soldado a laser.

Fonte: Thewlis. 55
Estruturas Zona Fundida – Aços Baixa Liga

Fotomicrografia óptica do metal de solda (ZF) (região central do cordão de solda) na condição como soldado (CS). Aspecto típico da
microestrutura de metal de solda: ferrita primária (FP), ferrita com segunda fase (FS) e ferrita acicular (FA). Ataque Nital 5%, 500X. Fonte:
Dissertação de Mestrado de ARAÚJO, L.C.S.,Influência de Tratamentos Térmicos Pós Soldagem na Microestrutura e Propriedades
Mecânicas de juntas de aço que atende ao grau API 5L X70Q Soldado pelo Processo SMAW – REDEMAT, 2013.

56
Estruturas Zona Fundida – Aços Bai xa Liga

a) b)

1 – Ferrita com segunda fase alinhada


2 – Ferrita de contorno de grão
3 – Ferrita acicular.

Teores de manganês: a) 0,86%, b) 1,5%, c) 2,17%.

Soldagem SAW. Fonte: Paranhos, Apud Modenesi.

c)

57
Fotomicrografia óptica de uma região da zona fundida (passe de enchimento) do material como soldado (CS). Em destaque algumas partículas
brancas que podem ser constituinte M-A e/ou agregados ferrita carbonetos. Ataque Le Pera, 400X.
Fonte: Dissertação de Mestrado de ARAÚJO, L.C.S.– REDEMAT, 2013.

58
Estruturas Zona Fundida – Aços Bai xa Liga

O constituinte AM (Austenita
retida-martensita) forma-se a
partir da austenita enriquecida
em carbono rejeitado pela
transformação da ferrita em
altas temperaturas.

A maioria dos autores considera


tal constituinte prejudicial à
tenacidade das juntas.
Microestrutura da ZF (1,53%Mn e 0,94%Ni) obtida na
soldagem SAW.
O círculo mostra o constituinte AM. MEV.
Ataque: Nital 2% e Picral 2%. Aumento 1000x (Paranhos,
1984). Fonte: Modenesi.

59
Fotomicrografia de região do metal de solda na condição como soldado (CS). Ataque Le Pera.
FC: ferrita-carbonetos e M-A: martensita/austenita retida. 6.000X, MEV.
Fonte: Dissertação de Mestrado de ARAÚJO, L.C.S.– REDEMAT, 2013.

60
Fotomicrografia de uma região da ZF do material soldado e submetido a tratamento térmico de normalização.
Ataque Le Pera. a) 4000X; b) 8000X. M-A-B: agregado martensita/austenita retida/bainita, MEV.
Fonte: Dissertação de Mestrado de ARAÚJO, L.C.S. – REDEMAT, 2013.

61
Valores de indentações realizadas dentro de constituintes M-A por microdureza Vickers.
Fonte: Dissertação de Mestrado de ARAÚJO, L.C.S.– REDEMAT, 2013.

Fotomicrografia da região do metal de solda na condição como soldado. Ataque Le Pera, 1500X.
Destaque para seta indicando indentação próxima a um constituinte não atacado pelo reagente Le Pera, MEV.
Fonte: Dissertação de Mestrado de ARAÚJO, L.C.S. – REDEMAT, 2013.

62
Influência da composição química, presença de precipitados e
velocidade de resfriamento

• A influência da composição química, presença de precipitados e da velocidade de


resfriamento na formação dos diferentes constituintes é complexa.

• Em geral, a presença de um elemento de liga diminui a velocidade de decomposição da


austenita, favorecendo a ocorrência desta transformação a uma temperatura mais baixa, ou
mesmo suprimindo-a, para uma velocidade de resfriamento suficientemente elevada;

• Diferentes elementos podem, entretanto, afetar de forma diferente detalhes da reação de


decomposição da austenita.

• Podem existir, contudo, diferentes comportamentos para um elemento e outro. Por ex.,
segundo Cochrane, adições de Si e Al favorecem a formação de estrutura de placas laterais,
enquanto que Mn e Mo não.

• Resultados de trabalhos com a soldagem ao arco submerso parecem indicar que a formação
das diferentes morfologias da ferrita é influenciada pela presença de inclusões e, portanto,
pelo teor de oxigênio na solda.

63
• Por ex., estruturas de placas laterais são mais comuns em soldas com mais de cerca de
450ppm de oxigênio.

Por outro lado, a ferrita acicular é mais predominantemente para teores intermediários, por
exemplo, entre 450 e 250ppm.
Teores muito baixos de oxigênio favoreceriam a formação de estruturas bainíticas.

• Obviamente, estes valores são somente ilustrativos, pois devem depender da velocidade de
resfriamento da solda, sua composição química e o tipo de fluxo utilizado, este último
afetando a quantidade, tamanho e composição das inclusões formadas.

• Embora não seja ainda claro, acredita-se que as inclusões possam afetar a formação da
microestrutura, fornecendo sítios para a nucleação intragranular ou impedindo o crescimento
excessivo de grãos austeníticos pelo ancoramento de seus contornos.

64
Discuti-se, a seguir, de forma resumida o efeito de alguns elementos químicos na
microestrutura da ZF:

- Carbono: é, possivelmente, o mais importante elemento em termos de sua influência na


microestrutura da solda dos aços.
Teores elevados deste elemento não são usualmente usados para se evitar a formação de
martensita maclada.
Em geral, o seu teor fica entre 0,05 e 0,15% (massa). Nesta faixa, o carbono controla
principalmente a quantidade de carbonetos formados, mas também favorece a formação de
ferrita acicular em lugar da ferrita primária de contorno de grão;

- Manganês: promove um refinamento da microestrutura.


Um aumento de seu teor até cerca de 1,5% leva à formação de ferrita acicular em lugar de
ferrita primária de contorno de grão, e de placas laterais de ferrita;

- Silício: é o principal desoxidante do metal de solda, sendo, neste aspecto, cerca de 4X mais
efetivo que o manganês.
Não é muito efetivo para promover a formação de ferrita acicular, favorecendo mais estruturas
de placas laterais;

- Níquel: influencia a microestrutura de forma similar, mas menos intensa do que o Mn,
favorecendo o refinamento da estrutura e a formação de ferrita acicular.
Em termos de propriedades mecânicas, o Ni tem um importante efeito benéfico na tenacidade
da solda; 65
- Molibdênio e Cromo: estabilizam a ferrita e aumentam a temperabilidade fortemente.
Tendem a reduzir a quantidade de ferrita de contorno de grão, favorecendo a formação de
ferrita acicular e, principalmente, de bainita superior (FS(UB)).

As próximas figuras mostram a influência de alguns elementos de liga na microestrutura do


metal de solda obtido pelo processo SMAW com energia de soldagem de cerca de 1kJ/mm.

Microestrutura da ZF obtida na soldagem SMAW em função do teor de Mn para (a) 0,045%C e (b) 0,145%C.

Pode-se observar que, com o aumento do teor do elemento de liga, a temperabilidade do metal de
solda é aumentada, e ocorre uma tendência de reduzir a quantidade de PF, e aumentar a
quantidade de AF. 66
Microestrutura da ZF obtida na soldagem SMAW em função do teor de Ni; M – martensita.

Em alguns casos, a quantidade de FS, após ser reduzida com o aumento do teor de elemento
de liga, passa a aumentar.
Este comportamento pode ser interpretado com uma redução da fração volumétrica de ferrita
Widmanstätten (FS(SP)), que substituída principalmente por ferrita acicular, e, quando a
temperabilidade da solda se torna suficientemente elevada, bainita (FS(B)) passa a ser formada
no lugar de AF.

Finalmente, para teores suficientemente elevados de elementos de liga, regiões de martensita


podem ser formadas na zona fundida. 67
Microestrutura da ZF obtida na soldagem SAW com diferentes teores de Mn; (a) 0,86%Mn; (b) 1,50%Mn;
(c) 2,17%Mn. (1) ferrita com segunda fase alinhada; (2) ferrita primária de contorno de grão; (3) ferrita acicular.
Ataque: Nital 2%; 500X. 68
Microestrutura da ZF obtida na soldagem SMAW em função do teor de Cr para (a) 1,0%Mn e (b) 1,8%Mn.

69
Influência do teor de Mn na (a) microestrutura e (b) na tenacidade (ensaio de impacto Charpy) da ZF de aços com
baixo teor de carbono.

70
Effect of manganese content of weld metal on the relative amounts of the microstructural constituents
present. Carbon content maintained at 0.03%.

71
Changes in the as–deposited microstructure of steel welds as a function of chromium or molybdenum concentration in a
series of low–alloy steel weld deposits (after Evans).
Notice that in each case, the fraction of acicular ferrite goes through a maximum as the concentration of Cr/Mo increases.
The region labelled “ferrite with aligned second phase” by Evans has been subdivided schematically into regions A and B,
representing Widmanstätten ferrite and bainitic ferrite microstructures respectively, to indicate that the maximum arises
because at high alloy concentrations, acicular ferrite is progressively replaced by bainite.

72
Schematic summary of the mechanism and data on the transition from an acicular ferrite microstructure to
one containing increasing quantities of bainite sheaves. 73
An illustration of the effect of austenite grain size in determining whether the microstructure is predominantly acicular ferrite
or bainite.
A small grain sized sample has a relatively large number density of grain boundary nucleation sites and hence bainite
dominates, whereas a relatively large number density of intragranular nucleation sites leads to a microstructure consisting
mainly of acicular ferrite.

74
Velocidade de resfriamento (VR)

• Quanto maior a VR, menor a temperatura necessária para ocorrer a decomposição da austenita.

• Harrison fez um estudo do efeito da VR, empregando-se dilatometria, com metal de solda contendo Mn
e Ni.

Os resultados obtidos mostraram que

 com baixa VR, ( t800/500 100s), obtinha-se em contorno de grão ferrita primária, PF(G) e perlita,
FC(P);

 em velocidades intermediárias, ( t800/500 20s), ferrita acicular fina e grosseira;

 para altas VR, ( t800/500 1,5s), a tendência é a formação de uma microestrutura martensítica,
dependendo da temperabilidade do aço.

75
Efeito de inclusões e outros sítios para nucleação
•O teor de oxigênio no metal de solda tem efeito marcante na tenacidade deste.
• Existe um teor ótimo de oxigênio que favorece a formação da ferrita acicular:

Curvas CRC mostrando três maneiras de transformação de


metal de solda em função do teor de oxigênio:
(a)  0,01%O2; (b)  0,03 a 0,06%O2; (c) > 0,06% O2.
76
• O Altem efeito complexo, porque seu teor ideal no metal de solda está relacionado com o
potencial de oxigênio do consumível utilizado.
A relação ideal, encontrada por Terashima e Hart, é
[%Al] / [O2]  28
correspondendo à menor temperatura de transição dúctil/frágil para um ensaio de impacto
(Charpy), com 35J de energia absorvida.
Para esse valor, a densidade de inclusões por área é máxima e é o tamanho ideal para nuclear a
ferrita acicular.

Relação entre a razão [%Al] / [%O2] para um metal de solda de aço microligado desoxidado com Si-Mn-Al-Ti; (a) temperatura de
transição dúctil/frágil determinada com a energia absorvida de 35J; (b) distribuição e tamanho de inclusões.
• Parabaixos teores de Al, o Ti tem papel ativo na nucleação da ferrita acicular, devido seu efeito
desoxidante.
Acredita-se que envolvendo as inclusões de silicato de manganês, forma-se uma fina camada de
TiO que favorece a nucleação de ferrita (acicular). 77
Relação entre a % de ferrita acicular e a % de Ti (ou TiO) nas inclusões geradas pela soldagem com arco submerso.

Changes in the microstructure of the heat affected zone of welds, as a function of the heat input during welding;
(a) steel containing titanium oxide particles; (b) ordinary steel without inclusion inoculation. 78
Schematic showing HAZ microstructure in selected high heat input welds.
(a) titanium oxide steel; (b) titanium nitride steel. AF, acicular ferrite; UB, upper bainite.

79
HAZ toughness of titanium nitride and titanium oxide steels with 420MPa (60ksi) yield strength.

80
Continuous-cooling transformation diagram for weld metal of low-carbon steel.

81
Diagrama esquemático TRC para um depósito de cordão de solda, mostrando a relação do campo da fase ferrita
acicular com os outros constituintes (fases).

82
Schematic of weld CCT diagram showing selected microstructures.

83
Influência da energia de soldagem na curva de resfriamento e da composição
química em um diagrama TRC – ZF

A figura mostra, em um diagrama TRC esquemático, a influência genérica da velocidade de


resfriamento (relacionada com a energia de soldagem), do teor de elementos de liga e do teor de
oxigênio da solda na formação de sua microestrutura.

84
Typical peak temperature versus cooling time diagram, showing the effects of these parameters of a weld thermal cycle on
the final transformation products, on hardness, and Charpy V-notch impact energy. M, martensite; B, bainite; F, ferrite.
Figures in squares indicate the hardness (30 HV); Figures in ovals indicate the 21 J (16 ft · lbf) transition temperatures for
Charpy V-notch impact specimens subjected to a specific thermal cycle.

85
Solubility products of carbides and nitrides as a function of temperature.
86
Variação do tamanho de grão austenítico com a temperatura de austenitização para uma variedade
de tipos de precipitados em aço C-Mn base.

87
• Um dos mecanismos propostos para explicar a nucleação da ferrita acicular leva em conta a
diferença entre o coeficiente médio de expansão térmica das inclusões e da austenita.

Coeficiente médio de expansão térmica de diferentes tipos de inclusões não-metálicas, na faixa de 0 a 800oC.

• Ossilicatos de alumínio e manganês e as inclusões de alumina possuem os menores coeficientes de


expansão térmica, quando comparados à matriz austenítica.

• Assim,as inclusões circundadas por MnS têm coeficiente médio de expansão térmica próximo ao da
austenita, indicando com isso que o MnS não age como sítio para nucleação de ferrita acicular.

• Noentanto, o mecanismo de nucleação da ferrita acicular ainda não está completamente esclarecido
e que somente uma grande diferença entre os coeficientes de expansão térmica da inclusão e da
matriz não garante a formação da ferrita acicular. 88
Ferrita Acicular na Soldagem de Aços

Zona empobrecida em Mn

Zona empobrecida
em B

FI – Ferrita Intragranular

Mecanismo proposto para o crescimento de ferrita acicular a partir de uma inclusão de


Ti2O3. A difusão de átomos de Mn e B para o interior da inclusão de Ti
2O3, forma regiões
empobrecidas desses elementos ao redor da inclusão, promovendo a nucleação de ferrita
intragranular (FI). Além disso, a precipitação de TiN reduz a energia interfacial para a
nucleação de ferrita segundo YAMAMOTO et al. (1989). Fonte: Araújo.
89
Ferrita Acicular na Soldagem de Aços

Nucleação e crescimento de ferrita acicular a partir de inclusão rica em Ce.


Fonte: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/srin.v83.5/issuetoc

90
• Resumo da influência de todos os fatores na modificação da CRCe, consequentemente, na
microestrutura da metal de solda (ZF):

Representação esquemática do efeito da VR; composição química e do TGAA (tamanho de grão da austenítica anterior), em uma CRC.
91
Efeito da Ferrita Acicular em algumas Propriedades Mecânicas

Efeito do teor de ferrita acicular em metal de solda C-Mn-Nb.

92
Plot of impact energy versus acicular ferrite content for selected carbon contents at -60°C (-78°F).

93
Subsize Izod V-notch toughness values as a function of volume fraction of acicular ferrite in submerged arc welds.

94
Curvas CRC para diversas regiões da junta soldada; FE = Ferrita Equiaxial; FW = Ferrita Widmanstätten;
B = Bainita; P = Perlita; M = Martensita. 95
Transformação da ZTA
• Ao contrário do metal de solda (ZF), na ZTA não se pode mudar a composição química;
- é necessário empregarem-se aços com teores de carbono e de elementos de liga tais que as
propriedades mecânicas de projeto sejam obtidas.
- Acaba-se tendo na junta soldada diversas curvas de resfriamento contínuo.
• A ZF tem uma curva influenciada pelo teor de oxigênio e pelo baixo teor de carbono.

• Na ZTA ocorre um crescimento de grão, o que aumenta a temperabilidade dos aços,


favorecendo as fases/constituintes formada(o)s em temperaturas baixas, inferiores a 500oC.

• Adjacente à zona de crescimento de grão existe uma outra região onde ocorre o refino de
grão, diminuindo em uma região a temperabilidade do mesmo aço.

• Existem outras regiões na ZTA que têm, a rigor, curvas CRC diferentes da curva do metal-
base (MB).
Deve ser lembrado que as citadas regiões têm distintas velocidades de resfriamento.
• A ZTA de um aço-carbono pode ser decomposta nas seguintes regiões:
- de crescimento de grão;
- de refino de grão;
- transformação parcial;
- esferoidização de carbonetos;
- MB não afetado. 96
Microestrutura da Zona Termicamente Afetada

A microestrutura da ZTA resulta das transformações estruturais do MB associadas com o ciclos


térmicos e deformações durante a soldagem.
Para fins de estudo, pode-se considerar a ZTA dos aços transformáveis como sendo formada
por diferentes regiões à medida que se afasta do cordão de solda:
• região de granulação grosseira
• região de granulação fina
• região intercrítica
• região subcrítica

A regiãodo deMB
granulação
porções aquecidasgrosseira (GGZTA)
acima de uma , ou região
temperatura de crescimento
de crescimento de grão,
de grão corresponde
(em geral, a
em torno
o
de 1200 C), tendo uma microestrutura caracterizada pelo seu “elevado” (alto) tamanho de grão
austenítico e sua microestrutura final resultante da decomposição da austenita.

O tamanho de grão austenítico é governado basicamente


por dois fatores:

- ciclo térmico de soldagem, particularmente a sua temperatura


de pico e o seu tempo de permanência acima da temperatura
de crescimento de grão;
- temperatura de crescimento de grão do material.
97
Os ciclos térmicos em uma junta soldada dependem fortemente, para um dado material e
geometria de junta, da energia de soldagem.

Quanto maior for o valor da energia de soldagem, mais grosseira será a granulação desta
região e maior será a sua extensão.

Assim, os processos de soldagem por eletroescória e a arco submerso geram uma região de
crescimento de grão mais extensa e de granulação mais grosseira que a soldagem com
eletrodos revestidos.

Para uma dada condição de soldagem, o crescimento de grão nesta região pode ser diminuído
pela utilização de aços com maior temperatura para crescimento de grão .

É o caso, por exemplo, de aços tratados ao alumínio, que apresentam precipitados de nitreto
de alumínio, que permitem a obtenção de um material com granulação mais fina e que
impedem o crescimento de grão até temperaturas da ordem de 1250°C.

Entretanto, acima desta temperatura, a maioria dos precipitados já entrou em solução sólida e o
crescimento de grão torna-se rápido, de modo que, na linha de fusão, o tamanho de grão não é
muito diferente daquele de aços não tratados.

Adições de Nb, V ou Ti também podem ajudar a minimizar o crescimento de grão na ZTA,


particularmente na soldagem com baixa energia.
98
Efeito do teor de nióbio no tamanho de grão austenítico da ZTA.

99
A estrutura final, resultante da transformação da austenita, depende dos teores de carbono e
de elementos de liga no aço, do tamanho de grão austenítico e da velocidade de resfriamento
da região de crescimento de grão.

Em aços baixo carbono, primeiro forma-se uma estrutura de ferrita proeutetóide em


contornos de grão da austenita .
No interior destes grãos forma-se uma estrutura ferrita-perlita ou ferrita-bainita. Como no
caso da ZF, a perlita pode se apresentar em uma forma atípica.

Com maiores velocidades de resfriamento e maiores teores de carbono e de elementos de liga,


a quantidade de ferrita proeutetóide diminui ou desaparece, e a austenita se transforma
predominantemente em uma mistura de bainita superior e inferior, e martensita.

Em casos extremos, a estrutura pode tornar-se completamente martensítica.

Um maior tamanho de grão austenítico, aumenta a temperabilidade do material e o tamanho


médio dos produtos de sua decomposição.

Desta forma, para uma dada velocidade de resfriamento, fatores que causam um maior
crescimento de grão da austenita, levam à formação de uma estrutura final mais dura e
grosseira na ZTA.
100
A estrutura da região de granulação grosseira de um aço pode ser prevista com a utilização de
diagramas TRC desenvolvidos especialmente para este fim.
Estes são semelhantes aos diagramas TRC usuais, exceto pela sua temperatura de
aquecimento mais elevada (da ordem de 1300°C).
Um diagrama TRC para a ZTA apresenta características (gradientes térmicos pequenos em
relação aos observados em metal de solda, tempo de encharque fixo, etc.) que afetam o
tamanho de grão austenítico e sua homogeneidade, e dificultam a sua aplicação direta para
prever a microestrutura da ZTA de uma solda real.
Estas dificuldades podem ser reduzidas pela utilização de simuladores de ciclos térmicos,
como a máquina “Gleeble”, e pela obtenção de curvas de resfriamento e análise da
microestrutura diretamente de soldas reais.

Dia rama TRC ara a ZTA de um a o API 5L-X60 obtido or técnica de simula ão. 101
A região de granulação fina (GFZTA) ou de normalização situa-se mais afastada da linha de
fusão que a anterior, sendo submetida durante a soldagem, a temperaturas de pico entre cerca
de 1200°C (temperatura de crescimento de grão) e A 3 (temperatura de início de formação da
ferrita).

Esta região é caracterizada por uma estrutura de granulação fina, similar à dos aços
normalizados.

Não é considerada problemática para a maioria dos aços, exceto para aqueles temperados e
revenidos, onde ela pode apresentar menor resistência mecânica que o metal base.

102
Em um aço com uma estrutura de ferrita e perlita antes da soldagem, as regiões perlíticas
(com cerca de 0,8% de carbono) e uma quantidade variável de ferrita junto à perlita se
transformam em austenita durante a soldagem.

No resfriamento, estas regiões, que apresentam um teor de carbono maior do que o teor
médio do aço, podem se transformar em martensita se a velocidade de resfriamento for
suficientemente elevada. Neste caso, na condição soldada, esta região se constitui de regiões
de alta dureza inclusas em outras macias.

103
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

Carbon steel weld; (a) HAZ; (b) phase diagram.

104
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

Exemplo de estrutura resultante de soldagem de único passe em aço baixo carbono.


Fonte: Ramsés Ferreira da Silva.
105
Regiões da ZTA e respectivas temperaturas. 106
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

a) Região de Grãos Grosseiros ou de crescimento de grão (1100°C a 1400°C)

107
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

a) Região de Grãos Grosseiros ou de crescimento de grão (1100°C a 1400°C)

Condição inicial

Processo de
Temperabilidade
soldagem

Estrutura
final

108
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

a) Região de Grãos Grosseiros ou de crescimento de grão (1100°C a 1400°C)

Valores típicos de Δt800-500. Fonte: Blondeau.

Martensita Bainita Ferrita de Ferrita primária


Widmanstätten

Maior carbono Baixo Carbono


equivalente equivalente

Maiores taxas de
resfriamento
109
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

b) Região de normalização ou de refino de grão (900°C a 1100°C)

Subcrítica ZF
Metal Base Intercrítica Normalização Crescimento de grão

• Temperaturas de pico menores;


• Carbonetos geralmente não dissolvidos;
• Geralmente não causa problemas de tenacidade.

110
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

c) Região intercrítica (700°C a 900 °C)

Subcrítica ZF
Metal Base Intercrítica Normalização Crescimento de grão

• Transformação parcial;
• Podem se formar constituintes de alta dureza;
• Perlita, bainita superior ou martensita autorevenida em função do
C.E. e da taxa de resfriamento.
111
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

d) Região subcrítica (< 700°C)

Subcrítica ZF
Metal Base Intercrítica Normalização Crescimento de grão

• Depende muito da estrutura inicial do MB:


Revenimento e queda de dureza;
 Envelhecimento...
112
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

Seção transversal de solda em aço estrutural com limite de escoamento de 379MPa.


Lado direito da imagem: o metal depositado
Ataque: (ZF);e lado
Nital 2% Picralesquerdo,
4%. região de grãos refinados. 113
Estruturas ZTA
(Aços Baixo Carbono)

Regiões da junta soldada da figura anterior; (a) metal depositado (ZF). Ferrita em veios e ferrita acicular com carbonetos;
(b) região de granulação grosseira, junto à linha de fusão: ferrita alotriomórfica em contornos de grão austeníticos
anteriores, ferrita Widmanstätten e acicular e, possivelmente, bainita; (c) região onde ocorreu pequena esferoidização dos
carbonetos da perlita: ferrita e perlita levemente esferoidizada. Ataque: Nital 2% e Picral 4%. 114
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

Microestrutura da região da ZTA de um aço ABNT 1018 soldado com arco


elétrico com proteção gasosa (GTAW ou TIG); 200X. Fonte: Kou. 115
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

Microestrutura de um aço ABNT 1018 soldado pelo processo LASER (alta densidade de energia), do tipo CO2 ; (a)-(d) 415X; (e) 65X.
Fonte: Kou. 116
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

Microestrutura de um aço ABNT 1040 soldado pelo processo GTAW (TIG); região da ZTA; 400X. Fonte: Kou. 117
Diagrama de transformação com resfriamento contínuo (TRC) para um aço ABNT 1040.

118
Perfil de microdureza Knoop para um aço ABNT 1040 soldado (região da ZTA);
(a) sem pré-aquecimento; (b) com pré-aquecimento (250°C).

119
Variation of hardness profiles in HAZ of TMCP steel (*) welded with heat input of 1.7, 3.0, and 7.0 kJ/mm (43,
76, and 178 kJ/in.). carbon, 0.06%; silicon, 0.14%; manganese, 1.33%; phosphorus, 0.010%; sulfur, 0.001%;
copper, 0.31%; nickel, 0.31%; chromium, 0.05%; niobium, 0.15%; and aluminum, 0.034%.

(*) TMCP: thermomechanically controlled process steels

120
Microestrutura da ZF em Soldas de Vários Passes (Mul tipasses)

Na soldagem com vários passes, cada passe, durante a sua deposição, pode afetar
termicamente os que foram depositados anteriormente.

A microestrutura das regiões adjacentes ao passe que está sendo depositado é alterada de
forma similar à que ocorre na ZTA do MB.

Em particular, as regiões mais próximas serão aquecidas a temperaturas próximas da de


fusão, sendo reaustenitizadas, sofrendo um forte crescimento de grão e tendendo a perder o
aspecto colunar típico que está associado com o processo de solidificação.

No resfriamento, com a decomposição da austenita, microconstituintes similares aos


existentes nas regiões não alteradas da ZF são novamente formados.

Regiões reaquecidas, mas mais afastadas do cordão sendo depositado, não atingem
temperaturas suficientemente elevadas para serem austenitizadas.

Nestas regiões, ilhas de martensita poderão ser revenidas, carbonetos e outros constituintes
poderão ser parcialmente esferoidizados e, dependendo da composição química da solda,
fenômenos de precipitação e de coalescimento de precipitados poderão ocorrer. Todas estas
alterações poderão afetar o comportamento mecânico e o desempenho geral da ZF. 121
Macroestrutura de uma solda com vários passes de aço carbono; MB – metal base, ZTA – zona termicamente
afetada; (1) – região não afetada da ZF; (2) – região afetada.

122
Na soldagem multipasses, a estrutura da ZTA torna-se mais complexa devido à influência, sobre um
dado passe, dos ciclos térmicos devidos aos passes posteriores.
As partes das diferentes regiões da ZTA de um passe que são alteradas por passes seguintes, podem
ser consideradas como novas subregiões da ZTA.
Assim, por exemplo, a parte da GGZTA de um passe que é reaquecida, em um passe seguinte, a
temperatura entre A3 e A1 (aquecimento intercrítico) forma uma região denominada de ICGGZTA (IC–
intercrítica e GG – granulação grosseira).

Entre as várias regiões reaquecidas que podem ser formadas, aquelas resultantes da alteração da
GGZTA em uma região de granulação grosseira (GGGGZTA ou, simplesmente,GGZTA) ou intercrítica
(ICGGZTA) são as mais importantes pela sua influência nas propriedades mecânicas da ZTA.
Estas podem, em alguns aços, criar regiões discretas de muito baixa tenacidade (ductilidade) que são
conhecidas como Zonas Frágeis Localizadas (LBZ – Localized Brittle Zone).

Na maioria das situações práticas, a temperatura de pico associada com um terceiro ciclo térmico não
ultrapassa cerca de 500°C, não alterando, portanto, a microestrutura da ZTA de uma forma importante.123
Recristalização de cordões de solda por passes subsequentes depositados com eletrodo revestido em uma junta
com multipasses.

124
(a) Detalhe da linha de fusão e região termicamente afetada de solda SAW em aço 20MnMoNi55. Observam-se, da esquerda
acima para a direita, três passes de solda. É possível observar a região colunar de cada um dos cordões e uma região de
grãos refinados na transição entre os passes. No material base é possível ver a segregação, especialmente na ZTA. Estão
indicadas, junto à linha de fusão, no MB, duas regiões: (S) região sem segregação no MB e (C) com segregação.
(b) Esquema indicando as zonas de grãos grosseiros (GG) de um passe que são refinadas para granulação austenítica fina
(GF) pelos passes subsequentes. Ataque: Nital 2%.
125
Refino de grãos em soldagem com multipasses;
(a) representação esquemática de uma solda com único passe; (b) microestrutura de uma solda com multipasses.

126
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

Macrografia de uma junta multipasses de aço.


Fonte: Marques, Modenesi, Bracarense.

127
Estruturas ZTA – Aços Baixo Carbono

Formação da estrutura em soldas multipasses. Fonte: Araújo.

128
Microhardness readings (location in multi-pass weld indicated by dots) below 240 HV indicating that no martensite structure
is present in the 1.07 m (42 in.) X-65 steel pipe.

129
Aços Inoxidáveis - Classificação

400

300

600  Endurecíveis por precipitação (HP)

Fonte: Blondeau. YS = limite de escoamento; K 1C = tenacidade à fratura 130


Aços Inoxidáveis - Classificação

AÇOS INOXIDÁVEIS DA SÉRIE 400


Martensíticos Ferríticos Melhor resistência
à corrosão e oxidação
444
C 0,025
53 HRc 446 em altas temperaturas. Cr 17,5/19,5
C 0,06 Componentes de fornos Mo 1,75/2,50
420F 430F Cr 25/27 Ti+Nb 0,20+4(C+N)
440A C 0,15 C 0,12 Melhor resistên-
54 HRc C 0,60/0,75 Cr 12 /14 Cr 16/18 +Ti cia à corrosão
Cr 16/18 S 0,15 S 0,15 +Mo por pites
Mo 0,75 +Cr
Melhor
Usinabilidade
Melhor Talheres, baixelas, 434 436
440B +S barras
Usinabilidade
barras
fogões, pias, moedas,
revestimentos,
C 0,12 +Nb C 0,12
57 HRc Cr 16/18
C Cr
0,75 /0,95
16/18 +S balcões
frigoríficos Mo 0,75/1,25 MoCr0,75/1,25
16/18
Mo 0,75 53 HRc +Mo Nb 5 x C
Melhor resistência
+C 420 430 à corrosão por pites,
Melhor estabilização,
440C +Cr -C +Cr Frisos ind. Automobil.
Componentes de
60 HRc C 0,95/1,20 +Mo C 0,15 C 0,12 Sistemas de exaustão
Sist. de exaustão
Cr 16/18 Cr 12 /14 -C -Cr +Al Cr 16 /18
Mo 0,75 +Ti 439 DIN1.4509
Maior dureza,
Cutelaria
Discos de freio
405 -C -C C 0,07 +Nb (ACE 441)
Resistência ao C 0,08 -Cr Cr 17/19 C 0,03
-C Turbinas
Cr 11,5/14,5
-Cr Ti 0,20+4(C+N) Cr 17,5/18,5
desgaste Equip. cirúrgicos +Ti Nb 3 x C+0,30
57 HRc Al 0,10/0,30
41 HRc Ind. Automobilística,
DIN 1.4110 Estruturas sem 409 A (escapamentos)
Tubos de evaporadores
Melhor resistência
à fluência e
(ACE 498) 410 recozimento após
soldagem,
C 0,03
Cr 10,5/11,75
oxidação em altas
C 0,42/0,47 C 0,15 Fornos Rec. Caixa, temperaturas,
Cr 13,0/13,5 Ti 6 x (C+N)
Cr 11,5/13,5 Leitos de refrigeração, Componentes do
Mo 0,50/0,55 Componentes de Indústria 410S sistema de exaustão
Refino de Petróleo turbinas a vapor Automobilística, C 0,08
Maior dureza, Válvulas (escapamentos) Cr 11,5/13,5
Resist. ao desgaste, Componentes de bombas Caixas de
Cutelaria profissional capacitores

Fonte: APERAM South America. 131


Aços Inoxidáveis - Classificação

AÇOS INOXIDÁVEIS DA SÉRIE 300


Propriedades
Aplicações
Estruturais,
Menor Série 200 mecânicas Austeníticos
resistência C 0,15
Alta resistência +Mn
à corrosão Cr 16/19
Ni 3,5/6
+N2 304H 316H
-Ni C 0,04/0,10
Aços Inox Mn 5,5/10 C 0,04/0,10
Cr 18/20 Cr 16/18
austeno- Ni 8/10,5 Ni 10/14
Mo 2/3
ferríticos 301 Resistência à
C 0,15 corrosão por pites,
Cr 16/18 -Ni Resistência à Melhor resistência
Alta Resistência +C +C em meios ácidos
Ni 6/8 -Cr corrosão por pites
redutores
-Ni +Cr

C316 C317 20Cr-25Ni


+Ni
0,08 +Mo 0,08 +Cr 4,5 Mo
Ligas +Ni 310 304 +Mo
Cr 16/18
Ni 10/14
Cr 18/20
Ni 11/15
+Mo 1,5 Cu
C 0,25 +Ni C 0,08 +Cu C 0,03
Ni-Cr-Fe Cr 24/26 +Cr Cr 18 /20
Mo 2/3 Mo 3/4
Ni 19/22 Ni 8 /10,5
Resistência à -C -C -C
corrosão em altas Resistência à
temperaturas oxidação em altas
temperaturas 304 L 316L 317 L
C 0,03 C 0,03 C 0,03
+Ni Cr 18/20 Cr 16/18 Cr 18/20
+S ou Se
Ni 8/12 Ni 10/14 Ni 11/15
Mo 2/3 Mo 3/4
305 303
C 0,12
C 0,08 321
Cr 17/19
Cr 17/19
Ni 8/10
+Ti C 0,08
Cr 17/19
347
Ni 10,5/13 S 0,15 Ni 9/12 C 0,08
Cr 17/19 Resistência
Ti 5 x (C+N) Ni 9/13
Melhor Melhor usinabilidade +Nb à corrosão
estampabilidade Menor resist. corrosão (Nb+Ta) 10 x C intergranular
+Ta

Fonte: APERAM South America. 132


Estrutura da Zona Fundida - Inoxidáveis

• Depende da composição química e das taxas de


resfriamento;

• Para processos de soldagem manual, pode-se


considerar apenas a composição química.

Estabilizadores da Estabilizadores da
Ferrita: X Austenita:
Cr, Mo, Si, Nb, Al Ni, Mn, C, N

Estrutura Final
Fonte: Lancaster. 133
Estrutura da Zona Fundida - Inoxidáveis
Diagramas de Constituição, ex. Schaeffler

Fonte: APERAM South America. 134


Aços Inoxidáveis - Ferríticos

• Geralmente entre 12% e 27% de Cr;


• Basicamente ferríticos no estado sólido.

Fonte: Kou. 135


Aços Inoxidáveis - Ferríticos

Soldabilidade
Propriedades Críticas Riscos Precauções
C Carbonetos
 Baixa Solubilidade Sensitização
N Nitretos Estabilização:
Ti, Nb
Baixa Tenacidade
Crescimento de Grão

136
Aços Inoxidáveis - Ferríticos

Soldabilidade

Microestrutura de uma junta soldada de um aço ABNT 430 apresentando martensita na ZAC (ou ZTA).

Segregação de C + N Gamagênicos Martensita

137
Aços Inoxidáveis - Ferríticos

Soldabilidade

Crescimento de grão ao longo da ZTA de um aço Efeito do tamanho de grão sobre a temperatura de
ABNT 409 transição de um aço ferrítico ABNT 430

138
Aços Inoxidáveis - Ferríticos

Microestrutura de junta soldada de aço ABNT 430.


(a) Crescimento de Grãos da ZTA; (b) Próximo ao
metal base; (c) Metal Base. 212x.

Fonte: Kou. 139


Aços Inoxidáveis - Ferríticos

Soldabilidade
Metais de adição Austeníticos são mais recomendáveis – usar
diagramas de constituição

Aço ABNT410L com metal de adição ABNT 308LSi Aço ABNT 410L com metal de adição ABNT 430

140
Aços Inoxidáveis - Ferríticos

Soldabilidade

• Fazer normalização após a soldagem;

• Reduzir o teor de elementos intersticiais C e N;

• Adicionar elementos estabilizadores, Ti e Nb;

• Reduzir o aporte térmico.

Fonte: Cândido. 141


Aços Inoxidáveis - Martensíticos

Soldabilidade

Teor de carbono: ~>0,05%


Ferrita δ
ar
ut
ra
e
p Austenita
m
e
T
Martensita

• A quantidade de Martensita dependerá da


composição química e do metal de adição;
Sensível ao
• Pode ser formar martensita não revenida; Hidrogênio

Pré-aquecimento 200°C-300°C
142
Realizar tratamento térmico de alívio de tensões
Aços Inoxidáveis - Martensíticos

4h

(a) Tratamento térmico pós-soldagemadequado para um aço martensítico com


12% de Cr. (b) Microestrutura resultante na ZF, martensita revenida. 500x.

Fonte: Kou 143


Aços Inoxidáveis - Martensíticos

(b)

(a) Tratamento térmico pós-soldageminadequado para um aço martensítico


com 12% de Cr. (b) Microestrutura resultante na ZF, ferrita grosseira com
agregados de carbonetos. 500x.

Fonte: Kou 144


Aços Inoxidáveis - Austeníticos

Região de trincas de solidificação

• Modo de solidificação • Teor de Manganês


• Teor de Enxofre e Fósforo • Presença/Teor de Terras Raras

Aços inoxidáveis austeníticos


Soldagem

Composição da poça de Velocidades de


fusão resfriamento elevadas

Geralmente estrutura duplex


(Austenita + Ferrita Delta)

Fonte: Lancaster 145


Aços Inoxidáveis - Austeníticos

Região de trincas de solidificação

• Segregação para o líquido de S e P – Eutéticos de baixo


ponto de fusão;

• Grande coeficiente de dilatação térmica da austenita;

• Presença de uma fração de ferrita delta pode


minimizar.

Fonte: Caio Fazzioli Tavares 146


Aços Inoxidáveis - Austeníticos

Região de trincas de solidificação

Diagrama pseudo-binário com


aproximadamente 70% de Fe.
Fonte: Caio Fazzioli Tavares 147
Aços Inoxidáveis - Austeníticos

Região de trincas de solidificação

Austenítica Austenítica Ferrítica- Ferrítica


- Ferrítica Austenítica Austenita se
Reação forma por
peritética ou transformação
eutética 148
Fonte: Caio Fazzioli Tavares
Aços Inoxidáveis - Austeníticos

Região de trincas de solidificação

• O modo de solidificação ferrita/austenita é o mais


resistente à trinca a quente:
Maior solubilidade de S e P na ferrita, portanto menor

segregação;
Menor formação de interface Austenita/Austenita, que
possuem molhabilidade maior por sulfetos;
 Teores de ferrita delta entre 3% e 10% têm sido reportados
como ideais para evitar a liquação, no entanto, para baixos
teores de S e P dos aços atuais, tais números podem se alterar.

149
Fonte: Lancaster
Aços Inoxidáveis - Austeníticos
Região de trincas de solidificação

Fonte: Adaptação Lancaster 150


Aços Inoxidáveis - Austeníticos
Sensitização

Teor de carbono >0,03%


Ciclo térmico soldagem
+
Precipitação de carbonetos M23C6

Fragilização à corrosão nos


contornos de grão da ZTA

Fonte: Kou. 151


Aços Inoxidáveis - Austeníticos

Sensitização de uma região da ZTA de uma junta de aço inoxidável austenítico.

Fonte: Kou. 152


Aços Inoxidáveis - Austeníticos

Efeito do teor de carbono na sensitização de aço inoxidável austenítico.

Fonte: Kou.
153
Aços Inoxidáveis - Austeníticos
Como evitar a Sensitização?

• Reduzir o teor de carbono (aços grau L, %C <0,03%);


• Reduzir o aporte térmico;
• Tratamento térmico pós-soldagem (1000°C a 1100°C com
resfriamento rápido;

• “Estabilizar “ o aço com adição de Nb, Ti.

Figura: Soldagem em aços austeníticos: (a) sensitização no aço ABNT 304; (b) aço ABNT 321 sem
sensitização. O aço ABNT 321 é estabilizado ao titânio.
Fonte: Kou. 154
Aços Inoxidáveis - Austeníticos
Corrosão sob tensão

Estrutura Austenítica
Ciclo térmico soldagem
+
Baixa Condutividade Térmica
Alto Coeficiente de Dilatação Linear
Trincas de corrosão sob tensão em
solda de tubulação de aço ABNT 304.
Tensões Residuais Severas

+ Corrosão Sob Tensão

Ambiente Corrosivo

Fonte: Kou. 155

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