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Definição
A soldadura é um processo utilizado para ligar duas ou mais peças entre si. A união de peças,
surgiu da necessidade de obter estruturas de dimensões e configurações adequadas aos fins a que
se destinam. Por exemplo as pontes, os automóveis, as estruturas metálicas das fábricas ou das
oficinas, não são constituídas por uma única peça, mas por várias que estão interligadas como
ilustra a figura 1.
Para a realização de uma soldadura é necessário metal de base, metal de adição e uma fonte de
calor (figura 2). Em certas soldaduras, como na soldadura por pontos não se utiliza metal de
adição.
Estes tipos de soldadura, distinguem-se principalmente, pela fonte de energia utilizada para
fundir o metal a soldar e o metal de adição, ou pela forma como o metal em fusão é protegido
contra a acção do ar ambiente, o que melhora as suas características mecânicas das juntas.
A fonte de energia é o arco eléctrico que é estabelecido entre o metal a soldar e a extremidade do
eléctrodo, constituído por um revestimento, que quando fundido sobre o metal em fusão dá-lhe
uma camada protectora e pode conter produtos para melhorar as características do metal fundido.
Há portanto interdependência entre a fonte de calor e o metal de adição, quando a corrente
eléctrica passa através destes dois elementos.
Soldadura oxiacetilénica
Neste tipo de soldadura a fonte de calor é obtida pela passagem de uma corrente eléctrica
extremamente intensa através das peças a soldar. As peças a soldar são comprimidas entre dois
eléctrodos através dos quais é fornecida a corrente eléctrica que aquece-as até ao ponto de fusão.
Neste processo não existe processo de adição e utiliza-se decapantes, para eliminar os óxidos que
se podem formar durante a soldadura.
Na soldadura por resistência, conforme a natureza dos eléctrodos aplicados, podemos distinguir
dois processos:
Na soldadura TIG a fonte de energia é o arco eléctrico que é estabelecido entre o metal a soldar e
um eléctrodo de tungsténio. Nesta soldadura o banho de fusão é protegido por um gás inerte (Ex.
árgon). Não existe interdependência entre a fonte de calor e o metal de adição.
A soldadura TIG apresenta vantagens significativas para uma larga diversidade de aplicações,
desde trabalhos de reparação, fabricação de tubos e chapas até a indústria aeroespacial e nuclear.
Este processo de soldadura é recomendado para a ligação de metais de pequena espessura e para
a realização de cordões em componentes sensíveis ao calor, visto ser possível controlar a
aplicação do calor na peça a soldar.
Neste tipo de soldadura a fonte de energia é arco eléctrico que é estabelecido entre o metal a
soldar e um fio eléctrodo. Neste processo o banho de fusão é protegido por um gás inerte (MIG),
e outro é protegido por um gás activo (MAG). No processo MIG/MAG, a alimentação do fio é
contínuo e o processo é designado por semi-automático e como tal, existe interdependência entre
a fonte de calor e o metal de adição.
Este processo permite soldar uma larga gama de metais, como aço carbono, aço de alta
resistência, aço inoxidável, alumínio e suas ligas, cobre e suas ligas, titânio, níquel e suas ligas.
Figura 7: Soldadura MIG/MAG
Brasagem e soldobrasagem
A fonte de calor neste tipo de soldadura pode ser obtida através da combustão de dois gases
(como na soldadura oxiacetilénica), ou por um ferro de soldar, ou por um forno de brasagem.
Neste processo utiliza-se decapantes, para eliminar os óxidos que se podem formar durante a
soldadura e não há interdependência entre a fonte de calor e o metal de adição.
É utilizado quando se pretende unir peças de pequena espessura, unir metais tratados
termicamente e onde não são permitidas deformações, quando as peças de base são de natureza
diferente, reduzir as tensões internas e quando as juntas são de difícil execução. Também é
utilizada na soldadura de chapas zincadas, tubos de chumbo, peças de cobre ou latão.
Na brasagem conforme a temperatura aplicada no processo podemos distinguir dois tipos:
Brasagem fraca
Brasagem forte
Tem também um vasto campo de aplicação industrial que vai desde a indústria eléctrica,
electrónica, automóvel e aeronáutica.
Uma barra metálica submetida a um esforço crescente de tracção sofre uma deformação
progressiva de extensão figura 9.
Até certo nível de tensão aplicada, o material trabalha no regime elástico-linear, isto é,
segue a lei de Hooke e a deformação linear específica é proporcional ao esforço aplicado.
A proporcionalidade pode ser observada no trecho rectilíneo do diagrama tensão deformação da
figura 10 e a constante de proporcionalidade é denominada módulo de
deformação longitudinal ou módulo de elasticidade. Ultrapassado o limite de
proporcionalidade (fp), tem lugar a fase plástica, na qual ocorrem deformações crescentes
sem variação de tensão (patamar de escoamento). O valor constante dessa tensão é a mais
importante característica dos aços estruturais e é denominada resistência ao escoamento.
Após o escoamento, a estrutura interna do aço se rearranja e o material vai ao
encruamento, em que se verifica novamente a variação de tensão com a deformação
específica, porém de forma não linear.
Elasticidade
Uma peça de aço sob efeito de tensões de tracção ou de compressão sofre deformações, que
podem ser elásticas ou plásticas. Tal comportamento se deve à natureza cristalina dos
metais, pela presença de planos de escorregamento de menor resistência mecânica no
interior do reticulado.
Plasticidade
Deformação plástica é a deformação permanente provocada por tensão igual ou superior à
fp - resistência associada ao limite de proporcionalidade. É o resultado de um deslocamento
permanente dos átomos que constituem o material, diferindo, portanto, da deformação
elástica, em que os átomos mantêm as suas posições relativas. A deformação plástica altera
a estrutura interna do metal, tornando mais difícil o escorregamento interior e aumentando
a dureza do metal. Esse aumento na dureza por deformação plástica, quando a deformação
supera s (vide figura 11), é denominado endurecimento por deformação a frio ou
encruamento e é acompanhado de elevação do valor da resistência e redução da ductilidade
do metal.
Ductilidade
Ductilidade é a capacidade dos materiais de se deformar sem se romper. Pode ser medido
por meio do alongamento () ou da estricção, ou seja, a redução na área da secção
transversal do corpo de prova. Quanto mais dúctil o aço, maior será a redução de área ou o
alongamento antes da ruptura. A ductilidade tem grande importância nas estruturas
metálicas, pois permite a redistribuição de tensões locais elevadas. As barras de aço sofrem
grandes deformações antes de se romper, o que na prática constitui um aviso da presença
de tensões elevadas.
Tensões residuais
Figura 14: Diagrama tensão-deformação teórico para: (a) aço virgem (ideal) (b) aço com tensão residual· (real).