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9o ANO
4 TERMO
Nos Cadernos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho são indicados
sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e
como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram verificados. No entanto, como a
internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados, após a
data de consulta impressa neste material.
*Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que não estejam em domínio
público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho: Geografia, História e Trabalho: 9o ano/4o termo
do Ensino Fundamental. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(SDECT), 2013.
il. (EJA – Mundo do Trabalho)
1. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Fundamental 2. Geografia – Estudo e ensino 3. História
– Estudo e ensino 4. Trabalho – Estudo e ensino I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e
Tecnologia II. Título III. Série.
CDD: 372
FICHA CATALOGRÁFICA
Sandra Aparecida Miquelin – CRB-8 / 6090
Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262
Geraldo Alckmin
Governador
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
Herman Voorwald
Secretário
Equipe de Produção
Alberto Wunderler Ramos
Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de
Araújo, Amanda Bonuccelli Voivodic, Beatriz Chaves,
Gestão de Tecnologias em Educação Beatriz Ramos Bevilacqua, Bruno de Pontes Barrio,
Camila De Pieri Fernandes, Carolina Pedro Soares,
Direção da Área Cláudia Letícia Vendrame Santos, Lívia Andersen
Guilherme Ary Plonski França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente,
Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo Mendes e
Coordenação Executiva do Projeto Tatiana Pavanelli Valsi
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Sumário
Geografia.......................................................................................................................... 7
Unidade 1
As mudanças no espaço geográfico na
escala planetária 9
Unidade 2
A Europa 25
Unidade 3
A Ásia 43
Unidade 4
A África e a Oceania 65
História............................................................................................................................ 89
Unidade 1
Da colônia à independência 91
Unidade 2
Do Império à República 109
Unidade 3
Da República Velha a Getúlio Vargas 129
Unidade 4
De JK à ditadura 151
Trabalho...................................................................................................................... 175
Unidade 1
Milagre econômico e trabalho 177
Unidade 2
Sindicalismo no Brasil 187
Unidade 3
Reestruturação produtiva 201
Unidade 4
Estratégias de busca de emprego 215
Trabalho
9o ANO
4o TERMO
Caro(a) estudante,
Boas aulas!
1 Milagre econômico
e trabalho
Para iniciar...
Converse com o professor e os colegas:
• Na sua opinião, o que é crise?
• Quando você ouve falar em crise econômica, no noticiário, associa
crise à qual situação?
• É possível se prevenir de alguma forma de uma crise econômica
nacional ou mundial? Como?
Crise e economia
Quando o assunto é crise econômica, é comum ouvir especialistas
no noticiário explicando as diferentes razões e desdobramentos de
situações dessa natureza. Como entender cada uma das explicações?
É possível compreender a crise econômica como uma balança dese-
quilibrada que tem, em um dos pratos, uma baixa no consumo e, no
outro, um aumento na produção.
A lógica no sistema capitalista é produzir-vender-consumir, e,
quando essa relação se desequilibra, gera-se uma crise econômica. Mas
seria possível separar a crise econômica dos aspectos políticos e sociais?
A história de Jurandir auxilia na compreensão dos períodos de ins-
tabilidade econômica brasileira. O personagem migrou para São Paulo,
177
Trabalho – Unidade 1
em 1954, em busca de uma vida melhor para ele e sua família; tinha
começado a labuta na roça desde menino, mas, ao chegar a São Paulo,
iniciou uma nova trajetória profissional em uma fábrica de encera-
deiras e aspiradores de pó; então, fez curso de mecânica e conseguiu
emprego em uma das indústrias automobilísticas, entre as várias que
vieram a se instalar, nessa época, na região do chamado ABC pau-
lista (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano), que, mais
tarde, se tornou ABCD, com a inclusão do município de Diadema.
178
Trabalho – Unidade 1
179
Trabalho – Unidade 1
© Ziraldo
Agora, leia o seguinte texto de Adélia Meneses:
[...] se, em 1965, para adquirir a ração essencial mínima de sua alimentação, o
operário tinha de trabalhar 88 horas e 16 minutos, em 1974, para obter a mesma
quantidade de alimentos, ele tinha de gastar o dinheiro ganho em 163 horas e 32
minutos (cf. Salário Mínimo, Separata da Revista do Dieese, 1979).
MENESES, Adélia Bezerra de. Desenho mágico: poesia e política em Chico Buarque.
São Paulo: Ateliê, 2000, p. 18.
Arrocho salarial
O desenvolvimento econômico no Brasil, particularmente na
região do ABC, trouxe a possibilidade de aumento da oferta de
emprego. O chamado “milagre econômico brasileiro” foi sustentado
por um tripé:
180
Trabalho – Unidade 1
181
Trabalho – Unidade 1
182
Trabalho – Unidade 1
183
Trabalho – Unidade 1
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 1995/2009. Séries estatísticas. Disponível em:
<http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=ECE370>. Acesso em: 14 jun. 2013.
Fonte: DIEESE; NEAD; MDA. Estatísticas do meio rural 2010-2011. São Paulo: DIEESE; NEAD; MDA, 2011, p. 75.
Disponível em: <http://www.nead.gov.br/portal/nead/nead-especial/>. Acesso em: 14 jun. 2013.
184
Trabalho – Unidade 1
185
Trabalho – Unidade 1
Você estudou
Nesta Unidade, verificou-se que a crise econômica envolveu também as circunstân-
cias política e social brasileiras. Você acompanhou mais um passo na história de Ju-
randir, que, apesar de empregado, enfrentou duras condições de trabalho e de salário,
mesmo em tempos de crescimento econômico. Teve a oportunidade de estudar que o go-
verno da época compreendia que os salários eram os responsáveis pela crise econômica.
Isso, entre outras situações, levou os trabalhadores a se organizar contra a exploração a
que estavam submetidos. Analisou também dados que associam os anos de escolaridade
ao trabalho.
Pense sobre
As escolas públicas, até a década de 1960, eram tidas como de
excelência, mas não havia escola para todos, e poucas eram as famí-
lias que conseguiam manter os filhos na escola e abrir mão do salário
deles para compor o orçamento familiar. A decisão, portanto, depen-
dia da renda familiar, o que levava determinadas famílias a escolher
a escola ou o trabalho para os filhos, uma decisão aparentemente
individual, mas que refletia a condição socioeconômica de um país.
Com isso em mente, reflita: Como foi a sua experiência sobre estudar
ou trabalhar quando ainda era criança ou jovem?
186
2 Sindicalismo no Brasil
Para iniciar...
Converse com o professor e os colegas:
• O que é um sindicato?
• Como, em sua opinião, ele surgiu na história do trabalho?
• A atuação sindical é importante na luta dos trabalhadores por
melhores salários e condições de vida? Por quê?
• Você já participou de algum sindicato? Se sim, como foi sua
experiência?
187
Trabalho – Unidade 2
Em 1906, os tra-
© Acervo Iconographia/Reminiscencias
balhadores realizaram
o 1o Congresso Operá-
rio Brasileiro, contando
com representantes prin-
cipalmente de São Paulo
e do Rio de Janeiro,
dado que o desenvol-
vim e nt o e c onôm ico
era mais intenso nessas
cidades.
188
Trabalho – Unidade 2
189
Trabalho – Unidade 2
190
Trabalho – Unidade 2
A Consolidação das Leis do Trabalho foi inspirada na Carta del Lavoro (Carta do
Trabalho), criada pelo Grande Conselho Nacional do Fascismo em 1927, na Itália. O
fascismo é um regime político que teve como líder Benito Mussolini, como estudado na
Unidade 2 da disciplina História 8o ano/3o termo.
Um dos aspectos que aproximam a CLT à Carta del Lavoro e que foi duramente
criticado pelo movimento sindical é que os sindicatos mantêm-se atrelados ao Estado e,
com isso, as formas de controle são mais intensas.
As alas mais conservadoras do empresariado responsabilizam a CLT pelo alto custo
do trabalho no Brasil, como forma de impedimento para o avanço no desenvolvimento.
191
Trabalho – Unidade 2
O movimento sindical nos anos 1980 combateu duramente a CLT por sua proximi-
dade com premissas fascistas. Mas após a crise de emprego, que você estudará na Uni-
dade 3, a perda dos postos de trabalho alterou o sentido das lutas sindicais e esse debate
permanece esquecido.
Atualmente, diante de regras mais flexíveis nas relações de trabalho, a CLT passou a
ser almejada e tida como a garantia de direitos vinculados ao trabalho.
Estado de sítio
O PCB, liderado por Luís Carlos Prestes, criou a Aliança
Nacional Libertadora (ANL), em 1935, e abrigou um contin-
gente calculado em 400 mil trabalhadores. Seu objetivo era com-
bater a instalação do fascismo no Brasil. O comício que realizou
e seu forte crescimento levaram Getúlio Vargas a impor ao País,
no mesmo ano, a Lei de Segurança Nacional, a qual considerava
crime atentar contra a ordem política e social. Assim, as greves se
tornaram proibidas. O governo instituiu o estado de sítio e criou
a Comissão Nacional de Repressão ao Comunismo, a qual tinha
como incumbência averiguar a influência esquerdista entre os fun-
cionários públicos.
Estado de sítio
Fica a dica
Medida que pode ser tomada pelo chefe de Estado, a qual pode suspender por
Estado de sítio (État
até 30 dias – exceto em situações extremadas como guerras, conflitos terroristas
de siège, direção de
Constantin Costa- etc. – os direitos previstos na Constituição. O estado de sítio confere ao presi-
-Gravas, 1972). A trama dente poderes máximos e pode comprometer a democracia vigente no País.
se desenvolve com base
na história política no
No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 137, prevê que o
Uruguai, cujas ruas são governo pode solicitar autorização do Congresso Nacional para decretar estado
tomadas por policiais de sítio. Pode ser demandado nas seguintes situações:
militares em meio ao
sequestro de pessoas que “I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que com-
passam a ser torturadas. provem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.”.
Referência
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 14 jun. 2013.
192
Trabalho – Unidade 2
Estado Novo
Caracterizado como uma ditadura, o Estado Novo enfrentou o
aumento das forças de oposição. Até mesmo integrantes dos liberais
(que defendiam a liberdade na economia e na política) elaboraram o
Manifesto dos mineiros.
© CPDOC FGV
193
Trabalho – Unidade 2
VANDRÉ, Geraldo. Pra não dizer que não falei das flores (Caminhando). 100% Fermata do Brasil.
194
Trabalho – Unidade 2
Anos 1960
Até os anos 1960, as grandes greves no meio urbano eram volta-
das, sobretudo, para as reivindicações salariais. Nesse período, algumas
greves tiveram cunho eminentemente político: uma greve geral, defla-
grada em 1961, teve como objetivo apoiar a posse do vice-presidente,
João Goulart, em substituição ao presidente Jânio Quadros, que havia
renunciado a seu mandato; em 1962, outra greve geral conclamou, dessa
vez, a volta do presidencialismo (já que o parlamentarismo vigorava
desde a renúncia de Jânio Quadros).
Depois disso, em 13 de março de 1964, realizou-se, no Rio de
Janeiro, um enorme comício, com a presença de cerca de 200 mil pes-
soas, no qual se reivindicaram reformas estruturais no País.
Após a instauração da ditadura militar, uma das medidas para
conter a inflação e promover o avanço econômico foi o congela-
mento dos salários, com o intuito de controlar o consumo interno,
ao mesmo tempo que a produção nacional se voltava para o mercado
externo. Assim, foi possível acelerar o crescimento econômico que
marcou o período e ficou conhecido como “milagre econômico”.
Essas medidas, no entanto, sacrificaram os trabalhadores. Mesmo História
com as restrições civis impostas pela ditadura militar e enfrentando uma 9o ano/4o termo
Unidade 4
conjuntura desfavorável à sua classe, os sindicatos de metalúrgicos da
cidade de São Paulo e de outros municípios do Estado criaram, em 1967,
o Movimento Intersindical Antiarrocho a fim de pressionar o governo a
adotar medidas que beneficiassem os assalariados.
195
Trabalho – Unidade 2
Longa fila
[...] Pela manhã, a praça da Matriz exibe a longa fila, em busca da ração do
Fundo de Greve: dois quilos de arroz, dois de feijão, meio quilo de sal, uma lata
de óleo, um quilo de farinha. A fila – de homens também, mas principalmente de
mulheres e crianças – é o único sinal visível da greve na praça. O Paço Municipal
e o Estádio de Vila Euclides mostram mais claramente o quadro: as tropas da
Polícia Militar acamparam no Paço, com dois caminhões de transporte de cavalos
e uns cinquenta PMs que, em grupos pequenos, cobrem toda a área. No Estádio,
a pé ou a cavalo, postada até dentro do campo, a PM impede a aproximação de
qualquer pessoa. O Estádio, primeiro, e o Paço, em seguida, seriam os locais da
assembleia dos metalúrgicos.
Desviados pelo cerco policial, eles vão chegando ao largo da Matriz – até que,
por volta de nove horas, já há uma pequena multidão na praça, arrecadando
dinheiro para o lanche depois da assembleia, distribuindo passes escolares para
que os grevistas menos prevenidos possam voltar para casa. [...]
196
Trabalho – Unidade 2
[1]
Da capital paulista [nota do editor].
[2]
Na porta da fábrica [nota do editor].
197
Trabalho – Unidade 2
GRUPO TORTURA NUNCA MAIS. 20 anos da Medalha Chico Mendes de Resistência: memórias e lutas.
Rio de Janeiro: Grupo Tortura Nunca Mais. Disponível em: <http://www.torturanuncamais-rj.org.br/
MDDetalhes.asp?CodMortosDesaparecidos=182>. Acesso em: 17 jun. 2013.
198
Trabalho – Unidade 2
199
Trabalho – Unidade 2
Você estudou
Nesta Unidade, foram abordadas as origens do sindicalismo
no Brasil e seus desdobramentos para os trabalhadores: muitos
foram mortos na tentativa de conquistar um Estado de Direito
mais amplo e na busca por liberdade de expressão.
Pense sobre
A ação sindical é apenas uma maneira de elevação dos salários?
Se os salários aumentam, as lutas por melhores condições de trabalho
podem perder a força ou o sentido? Por quê?
200
3 Reestruturação produtiva
Para iniciar...
Converse com o professor e os colegas:
• Relembre a sua história, de conhecidos ou da sua família nos anos
1990: Alguém ficou desempregado? Por quê?
• Você se lembra da situação econômica do País? Como era?
• Quais eram as explicações dadas pelo governo e por especialistas
para os níveis elevados de desemprego naquela época?
Dívida externa
Anos 1980: década perdida? É a soma de todas as
dívidas contraídas no
Depois de anos de avanço e crescimento econômico, o Bra- país, tanto as feitas
pelos poderes públicos
sil, assim como todo o mundo, ressentiu-se dos danos causados como pelas empresas
pela crise do petróleo e pela perda da paridade entre dólar e ouro. privadas. As dívidas
são financiamentos
O Brasil sofria ainda mais com essa conjuntura internacional, pois buscados de um país
sua dívida externa saltou de US$ 12 bilhões para US$ 64 bilhões a outros.
entre 1973 e 1980, além do pagamento dos juros da dívida que, de
US$ 500 milhões, passou para US$ 6 bilhões no mesmo período. Para
ter uma ideia do volume da dívida externa brasileira, ela represen-
tava, em 1988, um terço do total da dívida de toda a América Latina.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU, 1989), a
dívida da América Latina alcançava US$ 401,5 bilhões neste período.
201
Trabalho – Unidade 3
© Myrria
1996 R$ 266,17
Fonte: OLIVEIRA, Mariana. Veja evolução do salário mínimo desde sua criação, há 70 anos. G1 Economia,
16 fev. 2011. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/02/veja-evolucao-do-salario-
minimo-desde-sua-criacao-ha-70-anos.html>. Acesso em: 14 jun. 2013.
202
Trabalho – Unidade 3
Medição do desemprego
O desemprego era um fator preocupante, mas é preciso atenção
para compreender esse cenário: os índices oficiais no período anali-
sado podem dificultar o entendimento da crise, porque a taxa anual
média brasileira de trabalhadores sem emprego era de 6,2% da popu-
lação economicamente ativa (PEA) em 1980; já em 1988, era de 4%.
Os números revelam que a situação do desemprego melhorou, mas é
preciso sempre notar como esses índices são calculados. A seguir são
apresentados alguns critérios que constavam no cálculo dessa época:
203
Trabalho – Unidade 3
Anos 80
Raul Seixas e Dedé Caiano
Hei! Anos 80
Charrete que perdeu o condutor
bis
Hei! Anos 80
Melancolia e promessas de amor
Gente afirmando
Não querendo afirmar nada
bis
Que o cantor cantou errado
E que a censura concordou
Hei! Anos 80
Charrete que perdeu o condutor
Hei! Anos 80
Melancolia e promessas de amor
Hei! Anos 80
Charrete que perdeu o condutor
Hei! Anos 80
Melancolias e promessas de amor
Minha esperança sonho de um sonhador
204
Trabalho – Unidade 3
Novas tecnologias
Foi visto, em outras oportunidades, que a 1a Revolução Industrial
trouxe, entre muitas modificações, o tear mecânico; a 2a Revolução
Industrial, a eletricidade. A eletrônica, como base técnica do trabalho,
já tinha presença consolidada na produção, mas, com o avanço da
microeletrônica – a que produz circuitos em miniatura como o chip
de celular, por exemplo –, o setor industrial, mesmo com as dificul-
dades vivenciadas pela crise, passou a investir em novas máquinas e o
processo de automação avançou a passos largos.
205
Trabalho – Unidade 3
206
Trabalho – Unidade 3
Fordismo Toyotismo
Produção em série Produção de muitos modelos
de um mesmo produto em pequena quantidade
Estoque mínimo,
Grandes estoques de produtos só se produz o que é vendido
Especialização: um homem Polivalência: um homem
opera uma máquina opera várias máquinas
© Hudson Calasans
trabalho resultou na diminui-
ção do tempo de fabricação
de, por exemplo, um automó-
vel: eram necessárias 19 horas
para produção de um veículo,
enquanto, na Europa, a produ-
ção ainda demorava 36 horas.
Atualmente, em uma determi-
nada fábrica no Brasil, são pro-
duzidos 34 carros por hora.
A lógica do toyotismo logo
se expandiu para outros tipos
de indústria e serviço. Se a pala-
vra de ordem no fordismo era
rigidez (em todos os sentidos:
fixação do homem ao posto de
trabalho, controle dos tempos Na organização toyotista do trabalho, um operário fica responsável por várias funções
e movimentos, estabilidade no ao operar máquinas mais complexas. Com isso, as empresas podem dispensar mais
operários, diminuir o custo com mão de obra e aumentar a margem de lucro, já que
emprego), no toyotismo a pala- um homem exerce a função de vários. Esse modelo contribuiu para o aumento do
vra-chave é flexibilidade. desemprego no País.
207
Trabalho – Unidade 3
Com o modelo toyotista, as empresas passaram a se concentrar apenas em sua atividade principal,
terceirizando todas as outras seções e serviços. Assim, contrataram empresas de alimentação,
segurança, limpeza etc., em vez de elas mesmas fornecerem esses serviços.
208
Trabalho – Unidade 3
209
Trabalho – Unidade 3
1. Seguro-desemprego
Criado em 1990, é um auxílio financeiro temporário concedido
pelo governo federal a trabalhadores com carteira assinada que foram
demitidos sem justa causa. O desempregado, ao entrar no sistema do
210
Trabalho – Unidade 3
211
Trabalho – Unidade 3
3. Formação profissional
Foram estudadas – no 8o ano/3o termo desta disciplina – a Classifi-
cação Brasileira de Ocupações (CBO) e a formação profissional. Esta
última, como política pública, teve forte apelo durante o período da
reestruturação produtiva, pois predominava o discurso de que have-
ria emprego se os trabalhadores fossem mais capacitados. Apesar de
essa proposição defender que os mais escolarizados não vivenciariam
o desemprego, o que ocorreu de fato foi que esse fenômeno atingiu a
todos, independentemente da escolaridade.
É muito importante lembrar que a busca por educação e formação
profissional tornou-se parte relevante da vida pessoal e profissional dos
212
Trabalho – Unidade 3
4. Auxílio ao autoemprego
Tendo em vista a escassez de empregos formais nos anos 1990, a
política pública de emprego voltou-se para o incentivo de empreendi-
mentos individuais como saída para o desemprego.
No Estado de São Paulo, por exemplo, criou-se o Banco do Povo
Paulista, em 1997 (Lei no 9.533), a fim de conceder crédito a pessoas
cuja intenção fosse iniciar ou incrementar sua atividade profissional.
Por exemplo: uma cabeleireira que precisa comprar equipamentos para
abrir seu negócio; um marceneiro que aumentará sua produção adqui-
rindo uma nova ferramenta. Esses são profissionais que podem solicitar
financiamento no Banco do Povo.
Segundo a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert),
constituem-se em exigências aos demandantes:
213
Trabalho – Unidade 3
Você estudou
Pense sobre
214
4 Estratégias de busca
de emprego
Para iniciar...
Converse com o professor e os colegas:
• Quais são as notícias que você ouve sobre a geração de novos em-
pregos na história recente do Brasil?
• Esses empregos são formais ou informais?
• Em sua opinião, quais são os setores que mais contratam hoje?
Por quê?
• O que você observa entre as pessoas com as quais convive: Elas
estão desempregadas? Conseguiram emprego facilmente? Relem-
bre uma história que você acha interessante sobre isso para com-
partilhar com a turma.
Economia e emprego
Entre o final de 2011 e boa parte de 2012, o Brasil chegou a
ocupar a sexta posição entre as maiores economias mundiais, atrás
de Estados Unidos, que lideravam o ranking (lista de classificação),
China, Japão, Alemanha e França. No entanto, no último trimestre de
2012, voltou para a sétima posição, ficando novamente o sexto lugar
para o Reino Unido – formado pelos países: Inglaterra, Irlanda do
Norte, Escócia e País de Gales.
215
Trabalho – Unidade 4
Fonte: IBGE. Em novembro, desocupação foi de 4,9%. Comunicação Social, 21 dez. 2012. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2298&id_
pagina=1>. Acesso em: 14 jun. 2013.
Oscilação do desemprego
216
Trabalho – Unidade 4
Taxa de desocupação
6,2%
6,0%
5,7% 5,8% 5,9%
5,4% 5,4%
5,3% 5,4% 5,3%
4,9%
4,6%
fev/12 mar abr maio jun jul ago set out nov dez jan/13
Fonte: IBGE. Pesquisa Mensal de Emprego, fevereiro de 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2013.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/
00000012321103112013112628629479.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2013.
217
Trabalho – Unidade 4
Compreender esse termo não é tarefa fácil, pois apenas uma sim-
ples definição pode levar a um entendimento equivocado.
218
Trabalho – Unidade 4
219
Trabalho – Unidade 4
220
Trabalho – Unidade 4
assentamento do piso; a maioria dos empregos que Rose teve foi como
empregada doméstica, mas o que lhe dava mais satisfação era fazer
bolos para as crianças.
Essa reflexão aparentemente simples poderá abrir-lhe inúmeras
possibilidades na busca por um novo posto de trabalho. Veja só: Rose
poderá procurar emprego não apenas como doméstica, mas em uma
doceria, padaria, como auxiliar de confeiteira, ou talvez abrir seu pró-
prio negócio e começar a fazer bolos sob encomenda.
Pense também se gosta de trabalhar com público, com máqui-
nas ou em escritórios. Essa também será uma boa informação no
momento de selecionar as oportunidades de emprego.
221
Trabalho – Unidade 4
222
Trabalho – Unidade 4
Dados pessoais
Nome
Endereço
Telefone
Escolaridade
• [indique aqui seu grau de escolaridade, cidade onde cursou]
• Conhecimentos na área de
Experiência profissional
Relacione a experiência profissional que você já teve até
hoje, dando destaque à área para a qual está se candidatando.
Indique sempre a empresa (ou local de trabalho) e o período em
que lá trabalhou, do mais recente para o mais antigo.
Extras
Acrescente informações que considera importantes para o
empregador. Por exemplo: trabalho voluntário, atuação na As-
sociação de Bairro, conhecimentos de outro idioma, conheci-
mentos de informática etc.
223
Trabalho – Unidade 4
Carta B
Carta C
224
Trabalho – Unidade 4
2. Imagine que você tenha uma vaga em vista e tem muito interesse
em obtê-la. Concentre-se e, em uma folha avulsa, escreva uma
carta à pessoa que vai selecioná-lo.
3. Agora, troque a carta com seu colega. Faça sugestões a ele, obser-
vando os seguintes aspectos:
7o passo – Entrevista
O momento da entrevista é fundamental na decisão para a escolha de
quem será contratado. Ela altera, muitas vezes, a percepção que se tem
por meio da leitura de um currículo ou de uma carta de apresentação.
225
Trabalho – Unidade 4
226
Trabalho – Unidade 4
Você estudou
Nesta última Unidade da disciplina Trabalho, foi apresentado
o desenvolvimento econômico nos anos recentes da história do
Brasil e seus desdobramentos no campo do emprego. Aprofun-
dou-se o entendimento de pleno emprego e ainda analisou-se se
essa é uma situação que se configura, ou não, no Brasil.
Constou nesta Unidade uma parte mais prática, que trouxe
elementos básicos e estratégicos na busca por um emprego: or-
ganização da documentação, elaboração de um currículo e dicas
para uma entrevista.
Pense sobre
Fontes: BANCO MUNDIAL. Produto interno bruto 2012. The World Bank. World Development Indicators
database, 1o jul. 2013. Disponível em: <http://databank.worldbank.org/data/download/GDP.pdf>.
MING, Celso. Pleno emprego. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 21 dez. 2012. Economia, B2. Disponível em:
<http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/2012/12/21/pleno-emprego-2/>. Acessos em: 4 jul. 2013.
Quais são as conclusões que você pode tirar desses dados? O que
pode acontecer com o Brasil em relação à economia mundial? Você
acha que as perspectivas para o País são positivas ou negativas?
227
Você encerra agora um momento importante na sua trajetória escolar: o
Ensino Fundamental. Segue uma mensagem que coroa esse fim de etapa, com um
desenho do cartunista Henrique de Souza Filho, o Henfil.
© Ivan Consenza de Souza/Henfil