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Transmissão Adrenérgica:
Catecolaminas: respondem pela ação do sistema noradrenérgico; Síntese das
catecolaminas: tirosina sofre ação da tirosina hidroxilase, que coloca 1 hidroxila no
anel benzênico, formando DOPA (catecolamina), essa etapa ocorre no citoplasma.
DOPA: sofre ação da DOPA descarboxilase, que tira o grupo carboxila da DOPA,
formando a dopamina, essa etapa ocorre no citoplasma. Dopamina: é colocada pra
dentro da vesícula, pelo VMAT; sofre ação da dopamina beta-hidroxilase (fica na
membrana da vesícula), que hidroxila a dopamina no carbono beta, formando
noradrenalina. Primeira etapa: tirosina forma DOPA (catalisada por tirosina
hidroxilase). Segunda etapa: DOPA forma dopamina (catalisada pela DOPA
descarboxilase). Terceira etapa: dopamina forma noradrenalina (catalisada pela
dopamina beta-hidroxilase).
Mecanismo dos receptores alfa 1: (está acoplado à proteína Gq); quando ativado,
ativa a proteína Gq, que aumenta os níveis de IP3 e de DAG; o IP3 age no retículo,
estimulando a liberação de cálcio. Mecanismo de contração: 1) músculo cardíaco e
músculo estriado esquelético: mesmo mecanismo; o cálcio se liga à troponina C, que
desloca a tropomiosina, expondo o sítio ativo da actina (a cabeça da miosina se liga
ao sítio ativo e temos a contração). 2) mecanismo de contração do músculo liso: não
há troponina nem tropomiosina, apenas calmodulina; é diferente do mecanismo do
músculo cardíaco e do músculo esquelético. Para haver a contração, a concentração
de cálcio deve aumentar no citoplasma: o cálcio pode vir do meio extracelular (através
de canais de cálcio) ou de estoques intracelulares de cálcio (a liberação se dá por
causa da ação dos segundos mensageiros). A noradrenalina ativa os receptores alfa 1
(acoplados à proteína Gq), que ativam a proteína Gq, que aumenta os níveis de DAG
e de IP3; o IP3 age nos retículos, estimulando a liberação do cálcio. O cálcio se liga à
proteína calmodulina (modulada pelo cálcio); o complexo cálcio-calmodulina ativa a
proteína MLCK (quinase da cadeia leve de miosina). Ação da MLCK: fosforila a cadeia
leve da miosina (na cabeça desta); com a fosforilação, a miosina passa a ter afinidade
pela actina (contração muscular). Relaxamento do músculo liso: fosfatases tiram a
desfosforilam, o músculo relaxa; quinase forforilam, o músculo contrai. (Contração:
fosforilação da cabeça da miosina; relaxamento: desfosforilação da cabeça da
miosina). Para ter contração muscular: é preciso que haja afinidade entre a actina e a
miosina; no músculo cardíaco e no estriado esquelético: a afinidade é conseguida
pela exposição dos sítios ativos da miosina; no músculo liso: a afinidade é conseguida
pela fosforilação da cabeça da miosina (não tem troponina, nem tropomiosina).
Receptor alfa 1: contrai o músculo liso porque leva à fosforilação da miosina. Efeitos
desejados: vasoconstrição (utilização de fármacos agonistas de alfa 1). Fármacos
agonistas dos receptores alfa 1: 1) ação direta: se ligam diretamente ao receptor alfa
1. Exemplos: Fenilefrina, metoxamina, nafazolina, oximetazolina. Utilização:
hipotensão, choque (estado de hipoperfusão tecidual), descongestionante nasal (nariz
entupido), hiperemia ocular (olhos vermelhos). 2) ação direta e indireta: metaraminol,
mefentermina. Utilização: hipotensão, previne hipotensão provocada pela anestesia
espinhal.
Agonistas dos receptores alfa 2: Mecanismos dos receptores alfa 2: são proteína
acopladas à proteína Gi; a ativação desta inibe da adenilato ciclase; sem esta não há
AMP cíclio nem PKa. Localização dos receptores alfa 2: terminações nervosas
(autorreceptores).
Classes de fármacos que inibem o receptor alfa 2: 1) metildopa. 2) clonidina. 3)
guanabenzo. 4) guanfacina.
Clonidina e metildopa: agentes simpaticolíticos de ação central; atuam a nível do
SNC (bulbo), ativando receptores alfa 2 adrenérgicos do bulbo (inibição da liberação
de catecolaminas). “Travam o simpático de cima para baixo”. Clonidina: utilização
terapêutica: hipertensão (hoje em dia só é utilizada nos casos de hipertensão refratária
multirresistente). Efeitos adversos da clonidina: boca seca e sedação,
comprometimento da concentração, sono. A clonidina é um agonista dos receptores
alfa 2 e produz redução da pressão arterial por meio de sua ação nos centros
vasomotores do tronco encefálico, suprimindo descargas simpáticas na periferia.
Metildopa: é a droga de escolha para grávidas hipertensas (por causa da segurança:
não é teratogênico, não causa isquemia). A alfa-metildopa é um precursor do agonista
alfa 2, alfa-metilnorepinefrina; as enzimas endógenas catalisam metildopa em
metilnorepinefrina, que é liberada pela terminação adrenérgica, onde atua em nível prá
sináptico com agonista alfa 2. Efeitos adversos: sedação, distúrbios do sono,
hipotensão ortostática, impotência. Agonistas dos receptores alfa 2: 1) efeito
hemodinâmico previsto: débito cardíaco (diminuição); resistência periférica:
diminuição. 2) efeito hemodinâmico a longo-prazo: diminuição da frequência cardíaca,
diminuição do débito cardíaco, diminuição da resistência periférica, aumento do
volume plasmático (mecanismo compensatório).
Bloqueadores dos receptores alfa: 1) Fármacos alfa-adrenérgicos não seletivos:
bloqueia alfa 1 e alfa 2. 1) alfa 1: presente principalmente na musculatura lisa de
vasos (artérias e veias); (quando ativado, causa contração da musculatura liso; isto é,
os vasos diminuem). Efeito do bloqueio de alfa 1: 1) nas veias: causa vasodilatação
venal (e diminuição do retorno venoso: quantidade de sangue que sai das veias e vai
para o coração, que chega ao coração) e diminuição do retorno venoso (a dilatação da
veia, diminui a pressão). Dilatação do vaso: causa aumento da resistência, que causa
aumento da pressão. Com o aumento da pressão, aumenta a tendência do sangue de
sair, de fluir (sangue tende a ir do local de maior para o de menor pressão). Contração
de veia: aumento da resistência, da pressão; faz com que o sangue queira deixar a
veia e ir para o coração (aumento do retorno venoso). Simpático: ativa alfa 1: contrai
veia (aumenta o retorno venoso). Bloqueio de alfa 1: vasodilatação venosa,
diminuição do retorno venoso. Ou seja: bloqueadores adrenérgicos desfazem o que o
simpático faz (a depender do receptor bloqueado). 2) nas artérias: vasodilatação
arterial. “Bloqueio de alfa 1 causa: diminuição da pressão arterial”. 2) alfa 2: (o
receptor alfa 2 quando ativado inibe a liberação de noradrenalina); os antagonistas de
alfa 2 aumentam a liberação pré-sináptica de noradrenalina (aumento do débito
cardíaco e da frequência cardíaca). Bloqueadores dos receptores alfa: 1)
FENOXIBENZAMINA: antagonista não seletivo dos receptores alfa; inibidor
irreversível. Efeitos: (ação alfa 1) diminuição da resistência vascular periférica,
diminuição da pressão arterial; (ação alfa 2) aumento da frequência cardíaca, aumento
do débito cardíaco. Indicação terapêutica: hipertensão associada ao feocromocitoma.
Efeitos adversos: hipotensão postural, taquicardia reflexa, arritmias, inibição da
ejaculação. FENTOLAMINA: é um bloqueador alfa não seletivo; é reversível. Além de
diminuir a resistência vascular periférica, diminuir o retorno venoso, diminuir a pressão
arterial, aumentar a frequência cardíaca, também estimula liberação de histamina
(pode causar reação alérgica) e é agonista muscarínico (pode causar dor abdominal,
náuseas e úlceras). Indicações: hipertensão associada a feocromocitoma. Antagonizar
alfa 1 e alfa 2: fentolamina. Antagonizar só alfa 1: prazozina.
Fentolamina na disfunção sexual: Ereção peniana: é fenômeno vascular; consiste
em encher o corpo esponjoso e o cavernoso de sangue. O pênis tem leito venoso e
leito arterial. Veias: levam o sangue do pênis e artérias trazem o sangue. Para ficar
ereto: as artérias dilatam e as veias se contraem (o sangue fica represado no pênis).
Fentolamina: impede que o sangue saia do pênis (mantem o sangue no pênis).
Antagonistas alfa 1 seletivos: 1) prazosina. 2) terasozina. 3) doxazosina. 4)
tamsulosina. Bloqueiam apenas o alfa 1: vasodilatação arterial (diminuição da
resistência vascular periférica); vasodilatação venosa (diminuição do retorno venoso);
não bloqueiam alfa 2: ausência de taquicardia reflexa. Utilização dos fármacos
bloqueadores dos receptores alfa 1: 1) Hipertensão: pouco utilizado atualmente; mais
nos causos de hipertensão refratária. 2) hiperplasia prostática benigna (prazosina):
uso sintomático; tratamento paliativo, não interfere no mecanismo da doença; melhora
da micção; paciente tem dificuldade pra urinar; receptor alfa 1 está no esfíncter;
controla a saída de urina pra uretra. Quando ativado, o receptor alfa 1 contrai a bexiga;
a prazosina bloqueia alfa 1 e o enfíncter é relaxado. Finasterida: ataca a causa do
problema; é inibidor da 5alfa redutase, enzima que transforma testosterona em di-
hidro-testosterona (substancia que faz a próstata aumentar). Efeitos adversos: 1)
retenção de sal e água (mecanismo do organismo quando a pressão arterial diminui).
2) pode modificar os níveis de LDL: prejudicar o perfil lipídico. 3) hipotensão postural
(hipotensão ortostática). 4) dificuldade de ejaculação. Bloqueadores dos receptores
alfa 1: 1) Tansulosina: reversível; mais seletiva; mais eficaz no tratamento da HPB:
pois atua nos receptores alfa 1a e alfa 1d (receptores da próstata); sem efeito adverso
na pressão arterial. Receptores alfa dos vasos: alfa 1b. Correlação clínica: 1)
hipertensão arterial sistêmica: antagonistas alfa 1 seletivos. 2) hipertensão associada
ao feocromocitoma: fenoxibenzamina associada a bloqueadores beta. 3) disfunção
sexual: fentolamina. 4) Hiperplasia prostática benigna. Agonistas dos receptores
beta adrenérgicos: ativam os receptores beta adrenérgicos. Mecanismo dos
receptores beta 1 (no coração): são acoplados à proteína Gs; quando ativadas ativam
a adenilato ciclase, que ativa AMP cíclico, que ativa PKa. Ação da PKa: 1) fosforila os
canais de cálcio da membrana da célula, fazendo o cálcio entrar no citoplasma. 2)
fosforila canais de rianodina, fazendo o cálcio deixar o retículo e ir para o citoplasma.
3) aumentar a atividade da SERCA; função da PKa: fazer o coração bater mais rápido
e mais forte. Tipos de agonistas: 1) agonistas seletivos de beta 1: dobutamina. 2)
agonistas não seletivos: isoproterenol (agonista não específico de receptores beta
adrenérgicos; causa broncodilatação; é utilizado apenas em experimentos; poderia ser
usado pra asma, mas não é por causa dos eventos cardiovasculares). Dobutamina:
usado na insuficiência cardíaca. Indicações: 1) tratamento da descompensação
cardíaca. Benefícios: aumento do débito cardíaco, aumento da freuqencia cardíaca,
aumento da PA e da ejeção. Antagonistas beta adrenérgicos: Tipos de receptores:
beta 1 (localizado no coração) e beta 2 (músculo liso brônquico e vascular dos
músculos esqueléticos). Classificação dos beta-bloqueadores: 1) agentes não-
seletivos: atuam em beta 1 e beta 2. 2) agentes cardiosseletivos. 3) beta-bloqueadores
vasodilatadores. Agentes não seletivos: bloqueiam tanto beta 1 quanto beta 2
(propranolol); diminuem a frequência cardíaca, a condução e a contratililidade (ação
em beta 1); contração do músculo liso; broncoespasmo (ação em beta 2). Beta 2:
quando ativado relaxa os músculos brônquicos (o bloqueio impede a dilatação ou
causa broncoespasmo). Paciente com asma não pode tomar agente não seletivo (ex:
propranolol); pode causar crise de asma, perda do mecanismo de relaxar o brônquio.
Agentes cardiosseletivos: só bloqueiam beta 1; mais indicado para pacientes com
patologia pulmonar crônica (DPOC, enfisema, asma, bronquite). Exemplo: metoprolol.
Glaucoma: aumento da pressão intra-ocular (timolol: é utilizado no tratamento de
glaucoma; diminui a produção do humor aquoso, o que diminui a pressão intra-ocular).
Humor aquoso: é produzido pelos processos ciliares. Reações adversas dos beta-
bloqueadores: broncoconstriação, depressão cardíaca, hipoglicemia (beta 2 está
envolvido na liberação de glicose), fadiga, extremidades frias. Contra-indicações: 1)
em pacientes com asma ou doença pulmonar obstrutiva. 2) em pacientes
bradicárdicos graves. Propranolol (beta 1 e beta 2), metoprolol e atenolol (beta 1): 1)
tratamento de arritmias: inibe a força de contração do miocárdio e a frequência
cardíaca. 2) tratamento da hipertensão arterial: inibe a liberação da renina. Contra-
indicação: asmático.