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Volume 1- POESIA
Ilustrações de
GILBERTO MIADAIRA
1ª edição
Martins Fontes
São Paulo 2002
Copyright© 2002, Livraria Martins Fontes Editora Ltda.,
São Paulo, para a presente edição.
1ª edição
junho de 2002
Consultoria
Alba Regina Spinardi Bueno
Glossário
Alba Regina Spinardi Bueno
Preparação do original
Helena Guimarães Bittencourt
Revisão gráfica
Luzia Aparecida dos Santos
Ivete Batista dos Santos
Projeto gráfico
Katia Harumi Terasaka
Paginação
Moacir K. Matsusaki
Produção gráfica
Geraldo Alves
Vários autores.
ISBN 85-336-1581-7
I. Poesia brasileira — Coletâneas — Literatura infanto-juvenil
I. José. Elias. II. MIADAIRA, Gilberto, III. Série.
02-2612 CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Poesia : Antologia : Literatura infanto-juvenil 028.5
2. Poesia : Antologia : Literatura juvenil 028.5
ISBN 85-336-1581-7
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Este livro pertence à
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Um recado
Agora que você escreveu seu nome neste livro, ele é seu.
Guarde-o em casa, leve-o para a escola, leia-o quintas vezes
quiser. A cada leitura, você vai conhecê-lo melhor, compreendê-
lo melhor, como se fosse um amigo. Leia-o para seus pais, seus
irmãos, as crianças da vizinhança, enfim, para quem tiver vontade
de ouvir.
Fazer um livro não é só escrever a história, os poemas ou os
contos que estão nele. Esses textos precisam ser apresentados de
um jeito agradável, para que sua leitura dê maior prazer. Observe
bem as formas e a cor das letras, o tipo de papel, as ilustrações
deste livro. Tudo isso foi resolvido e realizado por profissionais
preocupados em fazer um livro bonito. E, no fina1, ainda houve
gente que leu e revisou cada página, para verificar se estava tudo
correto. Todos trabalharam pensando no leitor, que é você.
A Turma da Editora
Por que ler poesia
Amigo leitor
Elias José
Os poemas e seus autores
Este livro é uma antologia, uma reunião de poemas. Ele foi
feito para que você tenha uma idéia dos melhores poemas
brasileiros escritos nas várias épocas.
Você vai encontrar primeiro obras de autores mais modernos,
de um tempo mais próximo do nosso, como Sidónio Muralha,
Cecília Meireles e Menotti dei Picchia.
Em seguida, vêm poemas de autores mais antigos,
considerados grandes clássicos da nossa literatura. E o caso de
Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias e Olavo Bilac.
Mas a poesia brasileira não são só os poemas que estão nos
livros. Nesta antologia você também vai encontrar obras de
alguns poetas chamados populares, poetas-compositores que
descrevem com beleza e poesia as coisas simples da vida. Você
talvez já tenha ouvido e até cantado algumas dessas músicas. Mas
será que percebeu que suas letras tão lindas são pura poesia?
Elias José
MODERNOS
CLÁSSICOS
Modernos
• Sidónio Muralha
• Cecília Meireles
• Menotti del Picchia
Clássicos
• Casimiro de Abreu
• Olavo Bilac
• Gonçalves Dias
• Glossário
Modernos
SIDÓNIO MURALHA
CECÍLIA MEIRELES
A floresta
acordada
pela madrugada
de um dia
de festa
abria
a saia rodada
e a madrugada
sorria
sorria à floresta
na madrugada
da festa.
A alegria
estava lá,
a poesia
estava lá,
mas onde estava a alegria
mas onde estava a poesia
só sabia
o sabiá.
Só o sabiá
sabia
sabia
o que havia
lá
— era um sábio o sabiá.
Dono
do dia
da festa
e dono
da madrugada
só por ele a floresta
despertada
do seu sono
abria
a saia rodada.
E tudo o que lá
havia,
e tudo que havia
lá,
que se chamasse alegria
que se chamasse poesia
só sabia
o sabiá.
Vizinhos e vizinhas
chamaram o galo
e mesmo as galinhas
quiseram acusá-lo:
Há um peixe fatalizado
que a Ritinha vai guisar
na panela de alumínio
que brilha mais que o luar.
Hoje ele está no seu líquido
e opaco mundo lunar.
Pequena seta de prata
furando a carne do mar.
CASIMIRO DE ABREU
OLAVO BILAC
GONÇALVES DIAS
Casimiro de Abreu
Aqui está
um clássico do
romantismo,
um poema que foi lido e
declamado por várias gerações de
brasileiros. O poeta reforça a emoção
de suas lembranças da infância usando
exclamações e muitos adjetivos.
Meus oito anos
Morreu Carlinhos...
A um canto Gania e ladrava o cão;
E tinha os olhos em pranto,
Como um homem, o Plutão.
II
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves conselhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!
IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!
VII
VIII
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do imigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.
IX
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.
Poemas de raízes populares
BRAGUINHA
ALBERTO RIBEIRO
CARTOLA
CARLOS CACHAÇA
HERMÍNIO BELLO DE CARVALHO
MARINO PINTO
PAULO SOLEDADE
Braguinha e Alberto Ribeiro
Todo domingo
Havia banda
No coreto do jardim
E já de longe
A gente ouvia
A tuba do Serafim
Porém um dia
Entrou um gato
Na tuba do Serafim
E o resultado
Dessa "melodia"
Foi que a tuba
Tocou assim:
Pum, pum, pum — miau
Pum, pururum, pum, pum — miau
Pum, pum, pum — miau
Pum, pururum, pum, pum — miau...
Cartola,
Carlos Cachaça e
Hermínio Bello de Carvalho
Alvorada
Lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo
E tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo
Tingindo, tingindo
alvorada — amanhecer.
arrebol — cor avermelhada do nascer ou pôr-do-sol.
arrojar — lançar-se.
audaz — ousado.
aurora — o nascer do sol, começo de vida.
brasão — glória.
brios — valentia.
cobarde — forma antiga de covarde.
conselhos — reuniões, assembléias.
dissabor — desgosto, contrariedade.
entesar — esticar.
fagueiras -agradáveis, serenas.
falaz — enganador, fraudulento.
fatalizado — morto.
flácido — mole.
fortuna — destino.
guisar — cozinhar com molho e temperos.
impávido — destemido.
lépido — alegre, ágil.
natalícia — feita por ocasião de um nascimento.
plácido — tranqüilo.
pompas — grande luxo.
porvir — futuro.
renhida — disputada.
tapir — anta.
tapuia — índio considerado bárbaro pelos demais.
tênue — fino.
transidos — atingidos.
tuba — instrumento de sopro grande e grave.
Esta obra foi digitalizada pelo grupo Digital Source para proporcionar, de maneira
totalmente gratuita, o benefício de sua leitura àqueles que não podem comprá-la ou
àqueles que necessitam de meios eletrônicos para ler. Dessa forma, a venda deste e-
book ou até mesmo a sua troca por qualquer contraprestação é totalmente condenável
em qualquer circunstância. A generosidade e a humildade é a marca da distribuição,
portanto distribua este livro livremente.
Após sua leitura considere seriamente a possibilidade de adquirir o original, pois
assim você estará incentivando o autor e a publicação de novas obras.
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