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1
George Eldon Ladd, Teologia do Novo Testamento (São Paulo: Exodus
Editora, 1997), 371. Para uma maior compreensão sobre o dualismo cosmológico e
antropológico ver a referida obra e Jesus and the Kingdom (1964), p. 83 ss. do mesmo
autor.
2
Ibid, 371. “Obviamente deve-se contar com a influência grega sobre a origem
do cristianismo desde o início, mas até que as idéias gregas estejam subordinadas à
visão total da Heilsgeschichte, não se pode ainda falar de ‘Helenização’no sentido
pleno. Helenização genuína ocorre pela primeira vez posteriormente”. Cullmann, Oscar,
Imortalidade da alma ou ressurreição dos mortos? O testemunho do Novo Testamento
(Artur Nogueira, SP: Centro de Estudos Evangélicos, 2002), 13.
Gênesis, elas estão presentes e possuem o mesmo sentido do apresentado e
compreendido em 1:26 do referido livro bíblico.3
A igreja primitiva, e, por conseguinte, o Novo Testamento, aplica a idéia de
imagem de Deus de forma dupla, ou seja, tanto a Cristo como ao homem4, pois em todo
o Novo Testamento “a imagem de Deus é principalmente Cristo”.5
Textos como Hebreus 1:3, II Coríntios 4:4, Filipenses 2:6, Colossenses 1:15
deixam claro este ponto de vista.
Por outro lado, textos como Romanos 8:29; I Coríntios 11:7, 15:49; II Coríntios
3:18, Colossenses 3:10, Tiago 3:9 revelam ou mencionam a imagem de Deus e ou
Cristo, no homem.
Ao analisar tal fato percebe-se que “em um sentido muito mais profundo, Cristo
é a imagem de Deus, porquanto traz a estampa mesma de Sua natureza (Heb. 1.3); mas
ao ser remido, o homem chega a compartilhar da imagem de Deus, dessa maneira (Rom.
8.29; II Cor. 3.18)”.6
Paulo via de forma clara que a imagem de Deus havia sido obliterada no ser
humano, pois este pecou, e possuí a imagem “do que é terreno” (I Cor. 15:49), ou seja,
de Adão contaminado pelo pecado e este se alastrando pela humanidade e ampliando
suas conseqüências. Como expressa Champlin – “trazemos a imagem do terreno, isto é,
compartilhamos da mesma natureza humana que Adão possuía”.7
De fato “o judaísmo rabínico não questionava a imago Dei (“imagem de Deus”)
em princípio. Mesmo assim, considerava-se que ela, devido ao pecado do indivíduo,
podia ser diminuída ou até perdida”.8
3
Ver Louis Berkhof, Teologia sistemática, (Campinas, SP: Luz para o
Caminho Publicações, 1992), 203. Para uma análise dos termos gregos empregados e
seu uso na LXX em conotação com os termos hebraicos tselem e demut ver Lothar
Coenen e Colin Brown, Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento
(DITNT), (São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2000) 1:870, 871, 1002-
1005; 2:2300-2305.
4
Mario Veloso, O homem, pessoa vivente (Brasília, DF: Editora Alhambra
Ltda., s/d), 111.
5
M. Flick, e Z. Alszeghy, Antropología teológica, 100. Citado em Veloso, 111.
6
Russell N. Champlin, O Antigo Testamento interpretado (ATI), (São Paulo:
Hagnos, 2001), 1:16.
7
Ibid, O Novo Testamento interpretado (NTI), (Guaratinguetá, SP: A
Sociedade Religiosa a Voz Bíblica, s/d), 4:267.
8
Lothar Coenen e Colin Brown, DITNT, (São Paulo: Sociedade Religiosa
Edições Vida Nova, 2000) 1:1003.
Sumariando pode-se dizer que na igreja primitiva o conceito de imagem de Deus
não difere do Antigo Testamento e representa o “ser humano como um todo:
espiritualidade, razão, emotividade, moralidade, relacionamento inter-sexual, etc.”9, ou
seja, “a totalidade de seu ser e a plenitude de suas expressões de vida”.10
Os Apóstolos, conforme já mencionado acima, também compreendiam a perca
ou obliteração desta imagem no ser humano devido ao pecado, mas, e acima de tudo,
tinham plena consciência da restauração da mesma em Cristo Jesus.
No entanto, os apóstolos viam esta “transformação como sendo um
acontecimento presente (2 Co 3:18; Cl 3:10), e também como um evento escatológico,
ainda no futuro (1 Co 15:49; Fp 3:21)”.11 Nas palavras de G. Kittel “isto significa que já
agora é assim, mas que também ainda há de ser”.12
Na parte final de Tiago 3:9 encontra-se a expressão (Homoiōsis) “semelhança de
Deus”, o que deixa claro uma alusão a Gênesis 1:26.13 Homoiōsis é um hapax
legomeno14 que apresenta um sentido de processo, ou seja, a semelhança está em
desenvolvimento, ainda não apresentou o resultado15 final, mas está a se desenrolar. Tal
fato, o uso do termo utilizado por Tiago está em plena conformidade com o pensamento
de Paulo onde a transformação do cristão é um acontecimento presente e escatológico,
como já foi dito, “a transformação segundo a imagem de Cristo é um processo gradual,
produzido através da dedicação diária de todo o nosso ser, através do contacto contínuo
com a divindade, mediante o Espírito de Deus, que é a força ativa dessa
9
Ibid, 1:1002.
10
Mario Veloso, 113.
11
Lothar Coenen e Colin Brown, DITNT, (São Paulo: Sociedade Religiosa
Edições Vida Nova, 2000) 1:1003.
12
G. Kittel, Theological Dictionary of the New Testament, citado em Lothar
Coenen e Colin Brown, DITNT, (São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova,
2000) 1:1003.
13
Douglas J. Moo, Tiago: Introdução e comentário, (São Paulo: Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova, 1990), 127.
14
Expressão que significa que a referida palavra só aparece no texto supra
mencionado. Ver Lothar Coenen e Colin Brown, DITNT, (São Paulo: Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova, 2000) 2:2302.
15
Homoiōma é o termo que dá a conotação de resultado. O mesmo pode ser
facilmente percebido em textos onde a expressão aparece, como: Romanos 5:14, 6:15,
8:3 e Filipenses 2:7. Tal fato também pode ser observado em Mateus 5:21onde o
julgamento é apresentado como processo (o termo grego é krisis) em paralelo com
Apocalipse 20:4 onde o julgamento já apresenta seu resultado (o termo aqui é krima).
Idéia e análise retirada de uma entrevista,em 06 de julho de 2007, com Milton Torres,
professor das Faculdades Adventista da Bahia, sobre o referido assunto abordado em
seu comentário sobre Tiago que está sendo preparado para publicação.
transformação”.16 Mas, em Cristo Jesus os cristãos encontram a certeza de terem a plena
imagem de Deus, ou como diz I Coríntios 15:49 “imagem celestial”, demonstrando que
“o corpo ressurreto será semelhante ao de Cristo”17, mas não somente o corpo, a
totalidade do ser humano, conforme já mencionado.
Esta é a bendita esperança apresentada, pregada e propagada pela Igreja primitiva.
16
Russell N. Champlin, NTI, (Guaratinguetá, SP: A Sociedade Religiosa a Voz
Bíblica, s/d), 3:725.
17
Charles Caldwell Ryrie, A Bíblia anotada, (São Paulo: Editora Mundo
Cristão, 1991), nota sobre I Coríntios 15:49, p. 1454.
DIVISÃO
Podemos dividir os Pais da Igreja em três grandes grupos, a saber: Pais apostólicos,
Apologistas e Polemistas. Todavia devemos levar em conta que muitos deles pode se
enquadrar em mais de um desses grupos devido à vasta literatura que produziram para a
edificação e defesa do Cristianismo, e também de acordo com o que as circunstancias
exigiam, como é o caso de Tertuliano, considerado o pai da teologia latina. Sendo assim
então temos:
Pais apostólicos: Foram aqueles que tiveram relação mais ou menos direta com os
apóstolos e escreveram para a edificação da Igreja, geralmente entre o primeiro e
segundo século. Os mais importantes destes foram, Clemente de Roma, Inácio de
Antioquia, Papias e Policarpo.
Eles contribuíram de forma notável para elucidar o conceito de fé e os costumes da
igreja que prevaleceram nas primeiras congregações. Havia forte tendência de ressaltar
a obediência à lei, bem como a imitação de Cristo, como sendo o caminho à salvação e
o conteúdo essencial da vida cristã. A morte e a ressurreição constituíam o fundamento
para a salvação dos homens.
“Para estes homens o cristianismo era a única verdadeira filosofia, substituto perfeito
para a filosofia dos gregos e a religião dos judeus, que nada mais podiam fazer do que
apresentar respostas insatisfatórias às perguntas cruciais do homem”.18
Polemistas: Os pais desse grupo não mediram esforços para defender a fé cristã das
falsas doutrinas surgidas fora e dentro da Igreja. Geralmente estão situados no terceiro
século. Os mais destacados entre eles foram: Irineu, Tertuliano, Cipriano e Orígenes.
18
Bengt Hagglund, História da Teologia, (São Paulo: Concórdia Editora
Ltda., 1989), 21.
Conceitos Históricos da Imagem de Deus no Homem
De acordo com a Escritura, o homem foi criado à imagem de Deus e, portanto, tem
relação com Deus. Traços desta verdade acham-se até literatura pagã. Paulo assinalou
aos atenienses que alguns dos seus poetas falavam do homem como geração de Deus.
(At.17:28).
Os primeiros pais da igreja concordavam plenamente que a imagem de Deus no homem
consistia primordialmente das características racionais e morais do homem, e em sua
capacidade para a santidade; mas alguns se inclinavam a incluir também as
características corporais.
Berkhof, apresenta essa distinção nos seguintes pais da igreja19:
Irineu e Tertuliano – eram considerados como pais antiagnósticos “traçaram uma
distinção entre a “imagem” e a “semelhança” de Deus, vendo a primeira nas
características corporais, e a última na natureza espiritual do homem”.
Irineu, no entanto foi quem primeiro introduziu a distinção entre Ícone e Essência,
identificando em Ícone a Razão e o Livre-arbítrio e na Essência a capacidade de fé e
obediência. Mas o Homem perdeu esta Essência de Deus devido à sua desobediência
deliberada.
Para os gnósticos, salvação consistia em libertar-se o espírito do homem da criação, do
mundo material e retornar à pura espiritualidade. Para Irineu, a salvação significava que
a própria criação seria restaurada a seu estado original, que a criação finalmente
atingiria o destino que Deus lhe reservara.
Em outras palavras, para ele, não significava que o espírito do homem se libertaria de
suas cadeias materiais, mas em vez disso, que o homem inteiro, corpo e alma, seriam
libertado do domínio do diabo, retornando a sua pureza original e tornando-se como
Deus.
“Não significa que o homem é a imagem de Deus, mas antes, que foi criado para tornar-
se isso. Cristo, que é o próprio Deus, é a imagem de Deus segundo a qual o homem foi
criado; o destino do homem, portanto, é tornar-se como Cristo”.20
Este é o alvo da salvação e da obra do Espírito Santo.
19
Louis Berkhof, Teologia Sistemática, (Campinas, SP: Luz para o caminho
publicações, 1992), 202.
20
Hagglund, 38.
Clemente de Alexandria e Orígenes – “porém, rejeitaram a idéia de qualquer analogia
corporal e sustentavam que a palavra “imagem” indica as características do homem
como tal, e a palavra “semelhança”, qualidades não essenciais ao homem, mas que
podem ser cultivadas ou perdidas”.
Por outro lado vale destacar que Clemente de Alexandria reconhece a existência de três
tipos de Imago Dei: a do Logos, a do Cristão e a de todos os homens. Ícone é a imagem
natural e Essência é a imagem sobrenatural do Cristão. O homem, ao nascer, é um Ícone
de Deus e, mais tarde, convertido, passa a possuir a Essência de Deus. Possui
fundamento gnóstico tal definição.
Atanásio, Hilário, Ambrósio, Agostinho e João de Damasco – Podemos encontrar
essas mesmas idéias.
Pelágio e seus seguidores – A imagem consistia apenas em que o homem foi dotado de
razão, para que pudesse conhecer a Deus; de livre arbítrio, para que fosse capaz de
escolher o bem e praticá-lo; e do necessário poder para governar a criação inferior.
Gregório de Nissa - Não vê diferença entre Ícone e Essência, pois, em sua opinião,
Imago contém a reprodução fiel e integral do Modelo e, conseqüentemente, estreita
semelhança com ele, embora diferente em sua identidade. Se a imagem não é exata, não
é imagem. No que tange a sexualidade, Gregório acha ser ela corrupção da Imago Dei, o
que revela influência do Platonismo.
Santo Agostinho - O conceito que Agostinho tem de Deus é a base para sua definição
de Sua Imago. A Imago Dei faz do Homem protótipo da Santíssima Trindade. Toda
imagem é semelhante, embora tudo que seja semelhante não seja imagem, havendo
relação de causa e efeito. Para Agostinho, sendo o homem Ícone de Deus, possui a
Essência de Deus, mas com o Pecado houve conturbação dessa Imago Dei.
•Espiritualidade da Alma
•O homem por natureza e é espiritual e depende de algo para adorar e servir. Isto
está intrínseco nas mais recônditas sociedades.
•Liberdade da Vontade
•Deus criou o homem naturalmente livre, o livre arbítrio é um dom natural de
Deus. O homem era perfeito, mas, com as tendências para a concupiscência não
desenvolvida, podendo tomar mão dela a qualquer momento, já que eram livres.
•Imortalidade do Corpo
•O corpo era perfeito, portanto não morreria a não ser que transgredisse a ordem
divina. A imortalidade do corpo se refere ao homem sem pecado. Após o pecado
o corpo se tornou mortal fisicamente, mas, imortal espiritualmente.
Esses são designados dons naturais e isto constitui a imagem natural de Deus.
Esses três dons harmonizados são chamados de justiça natural.
•Então eu estava com ele e era seu aluno: e era cada dia as suas delícias, folgando
perante ele em todo o tempo; Prov. 8:30
•Folgando no seu mundo habitável, e achando as minhas delícias com os filhos dos
homens.
“Brinca”
22
BERCOF, Louis. Teologia Sistemática. 2ª ed. 1992, Campinas: Luz para o caminho
publicações.
23
LAUAND, L. JEAN. O lúdico no pensamento de tomás de Aquino E na pedagogia
medieval, disponível em :<http://www.direito.up.pt/IJI/system/files?file=jean_lauand_00.pdf>.
acessado em 06 de jul. de 2007
•– Além das duas razões que aponta em I Sent. - o brincar é deleitável e as ações do
brincar não se dirigem a um fim extrínseco -, aqui, Tomás acrescenta que no brincar há
puro prazer, sem mistura de dor: daí a comparação com a felicidade de Deus. E é por
isso que diz - juntando as duas passagens chave - que Prov. 8 afirma: “eu me deleitava
em cada um dos dias,brincando diante dEle o tempo todo”.24
•Tomás não diz como se dá este “lude et age conceptiones tuas” (brinca e realiza tuas
descobertas);25
24
Idem
25
Huizinga, J. Homo Ludens, São Paulo, Perspectiva- Edusp, 1971, p. 85.
26
Estudos avançados da teologia / Richard Rice; Professor da Universidade de La Sierra,
Califórnia, USA. 1980, pág.: 100
1- Concepção reformada calvinista: a verdadeira sede da imagem de Deus
está na alma, embora alguns raios de sua glória brilhem também no corpo. Para Calvino
a imagem de Deus consistia na integridade original da natureza do homem, perdida por
causa do pecado, integridade que se revela no verdadeiro conhecimento, justiça e
santidade. Acrescentou Calvino que a imagem de Deus abrange tudo que na natureza do
homem sobrepuja a de todas as outras espécies de animais.
A imago dei do homem reside na alma e abrange tudo o que distingue o
homem dos animais. Não existe diferença em ser ícone (imagem que representa algo) e
ter a Essência, é apenas um realce escriturístico. A definição da imago dei traz luz ao
estado original de pureza do homem.27
2- A concepção luterana: A grande maioria dos teólogos luteranos se
restringiram às qualidades espirituais das quais o homem foi dotado originalmente, a
chamada justiça original. Assim não há distinção suficiente entre a natureza humana e
da dos anjos, por um lado, e a dos animais por outro. Para Lutero, o homem perdeu
inteiramente a imago dei, e a alma humana se origina pela procriação, como a dos
animais, não havendo unidade moral na raça humana e sim unidade física.
De posse desta imagem, o homem era como os anjos e, após havê-la perdido
inteiramente, tornou-se como dos animais e o que o distingue deles tem pouca
significação. Os luteranos, com isso, aceitam o tradicionalismo.
Conclusão: O conceito duplo da natureza humano predominou na igreja até a
época de Martin Lutero. Sua sensibilidade durante diante do texto e da exegese da bíblia
fizeram o paralelismo hebraico entre tselem, “imagem”, e demut, semelhança
concluindo que o ser humano é um unitário, não um tripartite. O que acontece a uma
parte do ser acontece a todas elas. Por isso, se Ireneu e a tradição da igreja estavam
certos em afirmar que uma parte do ser foi afetada pela queda, a conclusão.28
A Imagem de Deus na História da Teologia Moderna e
Contemporânea
As cinco principais ideias concebidas ao longo da história da igreja:
27
Teologia Sistemática / Luiz Berkhof; Trad. Pod Odayr Olivetti. – Luz para o caminho
publicações, 1990, pág.: 206 e 2007.
28
Teologia do Antigo Testamento: Historia, Método e Mensagem – Ralph L. Smith; Tradução
Hans Udo Fuchs, Lucy Yamakame. – São Paulo: Vida Nova, 2001, pág.: 236 e 237.
1- Edmond Jacob – A imagem de Deus é em seu aspecto físico – Gên. 9:6 – Tocar no
homem é o mesmo que tocar na imagem. 29
4 – G. Von Rad – O corpo é parte da imagem Divina porque tem um significado real e
concreto opõe – se aqueles que, como M. Flick e Z. Alszeghy declaram que a imagem
de Deus se encontra na alma do homem e que no corpo tem apenas um reflexo da
perfeição espiritual da alma. 32
5 – P. Van Imschoot – Opõe – se a idéia de que a imagem de Deus está na parte física
do homem, forma uma identidade. 33
29
Edmond Jacob, Theology of the OT, p. 167 – Citado por Veloso, pg. 58.
(versão digital)
30
Paul Humbert, ~tudes sur le r~cit du paradie et de la chute dans la Genese
(Neuchatel, 1940), p. 157, citado por Edmond Jacob, Theology, p. 167.Citado por
veloso, pg. 59. ( versão digital).
31
Miller J. Maxwell, "In the 'imagz and 4ikeness' of God:' Joumal ofBiblical
Literature 91:3 (1972), 291-292. Citado por Veloso, pg. 59. (Versão digital).
32
G. von Rad, "The divine likeness in the 0'~' Theological Dictionary of the
New Testament, II, 391. Citado por Veloso, pg. 59.(versao digital)
33
P. van Imschoot, Teologia del A; p. 342. Citado por veloso, pg. 59. (versão
digital)
34
Herbert Doms, “Bisexualidad Y Matrimonio Mysterium Salutis, Vol. II, pp.
795 – 839, o citado e da pp. 795 e 807. Citado por Veloso, pg. 60. (versão digital)
autores que sustentam esta mesma idéia, podemos mencionar: E. Kiinig, H. Gunkel, Th.
C. Vriezen, K. L. Schmidt, L. Kiihler, J. Hempel e Norman Snaith. 35
35
”. Leonard Verduim, Somewhat less rhan God (Grand rapids, Mich., Wm B.
Eerdmans, 1970), pp. 27 – 48. Citado por Gruden, pg. 372.
36
Tomas de Aquino, "Made to the Image of God': Man's Need, pp. 37-43, o
citado é da p. 38. Citado por Veloso, pg. 60. (versão digital)
37
Bernard Ramm, Diccionario de Teologia Contemporcinea (Buenos Aires, Casa
Bautista de Publicaciones, 1969), p. 67.
Deus.O homem ainda é criatura de Deus e por isso ainda é o responsável diante de
Deus: ele retém a imagem “formal”; o pecado não pode negar ou anular esta imagem.
Ao ouvir a palavra de Deus em Jesus Cristo, o homem crê e é redimido. Como um
homem remido, ele agora ama a Deus e seu próximo, e por isso a imagem “material” é
restaurada. A imagem de Deus no homem é dinâmica e de Relação. Por esta mesma
razão somente está presente no homem quando este se encontra em relação a Deus. 38
38
(Emil Bruner, The Christian Doctrine Of Creation and Redemption.
Philadelphia, Westminster, 1952), p.53 – 63. Citado por Gruden, pg. 372.
39
Karl Barth, Kirchliche Dogmatik, III, 1, 207 – 220, citada por G. C.
Berkouwer, Man, pp. 72 – 73. Citado por Gruden, pg. 372. Citado por Josias Macedo
Baraúna Jr. Página 1 24/11/98 - Assunto: Imago Dei - Pesquisa de Teologia Bíblica do
Antigo Testamento.
4-Cairns - Salienta alguns problemas no ponto de vista de Barth. Por exemplo, como
podem os homens que nasceram antes de Cristo ou que nunca ouviram a Palavra de
Deus terem a imagem de Deus? . 40
40
Citado por Josias Macedo Baraúna Jr. Página 1 24/11/98 - Assunto: Imago Dei
- Pesquisa de Teologia Bíblica do Antigo Testamento.
41
G. C. Berkouwer – Man The Image of God, p. 69. Citado por Josias Macedo
Baraúna Jr. Página 1 24/11/98 - Assunto: Imago Dei - Pesquisa de Teologia Bíblica do
Antigo Testamento.
42
(G. C. Berkouwer - Man, The Image of God, p.195). Citado por Josias Macedo
Baraúna Jr. Página 1 24/11/98 - Assunto: Imago Dei - Pesquisa de Teologia Bíblica do
Antigo Testamento.
43
Gaudium et Spes:’ np 12, citado por Flick y Alsczeghy, Antropologia, p. 104.
H. Gross, Mysterium Salutis, Vol. II, tomo I, pp. 479-480. Wolfhart Pannenberg, El
hombre, p. 27. G. C. Berkouwer, Man, p. 71. 29-P. Van Imschoot, Teologia, p. 343.
7-John Dagg (Ortodoxo) - A expressão “Imagem de Deus” inclui o domínio do
Homem sobre os animais e, em estrutura familiar, o homem como Cabeça da mulher,
imagem de Deus ( I Cor. 11:7), Ícone do Governante Supremo, o Homem é o Senhor da
Terra. A alma humana traz a “Essência de Deus”: Espiritualidade e Imortalidade. A
Essência, com a Queda, ficou ofuscada e o caráter de Ícone foi perdido. Desde então
todos os gerados trazem a imagem do Pai Adão decaído e a sua essência depravada. 44
1-G. Holzherr - “A pessoa é imagem de Deus em sua natureza social” e “se o homem
tem de manifestar em forma de imagem a unidade de Deus e a plenitude da comunidade
pessoal divina, dever de ativar cada vez mais suas potências sociais”. 46
2 - Fernando Boasso - “Deus, cuja imagem é o homem, existe como um ser de infinita
liberdade pessoal em três pessoas. Estas três pessoas formam uma comunidade. Não se
trata de uma comunidade estática, mas de uma comunidade vivente, dinâmica, que se
renova continuamente graças ao diálogo em que se encontram o Pai, o Filho e o Espírito
Santo. Estas mesmas características devem ser manifestadas no homem. Deve ser um
ser em comunidade, portanto, vivo, dinâmico e responsável. 47
44
Citado por Josias Macedo Baraúna Jr. Página 1 24/11/98 - Assunto: Imago
Dei - Pesquisa de Teologia Bíblica do Antigo Testamento.
45
Citado por Josias Macedo Baraúna Jr. Página 1 24/11/98 - Assunto: Imago
Dei - Pesquisa de Teologia Bíblica do Antigo Testamento.
46
G. Holzherr, "El hombre y las comunidades~' Mysterium Salutis, Vol. II,
tomo I, pp. 852-858. Citado por Veloso, pg. 62. (versão digital)
47
Fernando Boasso, "Imagem Teo1ogica del hombre y promocion human:'
ClAS 18:186 (1969), pp. 7-30, p. 29. Citado por Veloso, pg. 62.(Versão digital).
A Imagem de Deus na História da Teologia
Adventista do Sétimo Dia
“Assim Deus criou o homem à sua imagem, a imagem de Deus o criou; macho e
fêmea os criou” Gen. 1:27
O significado etimológico de “imagem”, hebraico tselem, conforme Von Rad é
“estatua, objeto esculpido” 48 Segundo Balthasar, tselem “deriva da habilidade associada
com artesanato; indica que alguma coisa foi cortada e esculpida, como é o caso das
imagens de ídolos...estátuas erigidas.” 49
Mas na bíblia esta palavra tem o significado de forma ou aparência, expressando
algo que é como uma sombra ou imagem. Salmos 39:6 “Todo homem anda como uma
sombra”. Portanto assim como Deus é um ser pessoal e tem uma forma física, do
mesmo modo o ser humano por Ele criado tem uma forma física semelhante a d’Ele.50
Portanto segundo a nossa compreensão como adventistas do sétimo dia, cremos que as
dimensões morais e espirituais do homem revelam algo a respeito da natureza moral e
espiritual de Deus. Uma vez, porém, que a Bíblia ensina que o homem representa uma
unidade indivisível de corpo, mente e alma, as características físicas do homem devem
também, em certa medida, refletir a imagem de Deus. Mas... não é Deus um espírito?
De que modo poderia um espírito estar associado com alguma forma física?Um breve
estudo a respeito dos anjos mostrará que eles, a semelhança de Deus, são também
espíritos (Heb.1:7 e 14). Ainda assim, sempre aparecem em forma humana (Gen.18:1 a
19:22; Dan.9:21; Atos 12:5-10) Poderia ocorrer de um ser espiritual possuir um “corpo
espiritual” ao qual se associassem forma física e feições? (I Cor.15:44)
A Bíblia indica que algumas pessoas puderam ver partes da pessoa de Deus.
Moisés, Aarão, Nadabe, Abiu e os setenta anciãos viram seus pés (Ex.24:9-11) Embora
Ele se recusasse a mostrar Sua face, depois de cobrir Moises com Sua própria mão,
Deus permitiu que Suas costas fossem vistas enquanto Ele passava. (Êxo.33:20-23).
Deus aparereceu a Daniel numa visão que focalizava cenas do juízo; ali Ele foi visto
como o Ancião de Dias, assentado em um trono. (Dan.7:9e10)Cristo é descrito como “a
imagem do Deus invisível” (Col.1:15) e é a expressa “imagem de Sua pessoa”
48
Gerhard Von Rad, Teologia do Antigo Testamento, (São Paulo 1974), 1:152
49
Balthasar, The Glory of the Lord, 6:89
50
Mario Veloso, O Homem uma Pessoa Vivente, (Sao Paulo-IAE) 124
(Heb.1:3). Estas passagens parecem indicar que Deus é um ser pessoal e possui uma
forma pessoal. Isto não deveria surpreender-nos, uma vez que o homem foi criado à
imagem de Deus.51
Uma vez que o homem foi criado à imagem moral de Deus, foi-lhe dada a
oportunidade de demonstrar seu amor e lealdade a Seu criador. Tal como Deus, possuía
liberdade possuía a liberdade de escolha- o direito de pensar e agir de acordo com os
imperativos morais. Assim achava-se ele livre para amar e obedecer ou para desconfiar
e desobedecer... O destino do Homem era alcançar a mais elevada expressão da imagem
de Deus: amar a Deus de todo o seu coração, alma e mente, e amar aos outros como a si
mesmo (Mat.22:36-40)52
Ao nos criar a Sua imagem e semelhança, o propósito de Deus era para nos
relacionarmos com os outros, para sermos administradores do ambiente onde vivemos e
acima de tudo para imitarmos a Deus e sermos imortais.
Resumindo: “Os Adventistas do Sétimo Dia Crêem que... Deus é o Criador de
todas as coisas, e revelou nas escrituras o relato autentico de Sua atividade criadora.
“Em seis dias fez o Senhor os Céus e a Terra” e tudo que tem vida sobre a terra, e
descansou no sétimo dia dessa primeira semana. Assim Ele estabeleceu o sábado como
perpetuo monumento comemorativo de Sua esmerada obra criadora. O primeiro homem
e a primeira mulher foram formados a imagem de Deus como obra prima da criação,
foi-lhes dado domínio sobre o mundo e atribuiu-se-lhes a responsabilidade de cuidar
dele. Quando o mundo foi concluído, ele era muito bom, proclamando a gloria de
Deus.”53
Interpretação de Ellen White
Claro que a posição de Ellen White é a posição adventista e a posição adventista é a
de Ellen White, mas vejamos o que ela diz sobre o assunto:
Nos concílios do Céu, Deus disse: "Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a
Nossa semelhança... Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o
criou." Gên. 1:26 e 27. O Senhor criou as faculdades morais do homem e suas
faculdades físicas. Tudo era uma reprodução sem pecado de Sua própria Pessoa. Deus
51
Nisto Cremos, CPB,124
52
Idem, 125
53
Idem, 99
dotou o homem de santos atributos e colocou-o num jardim feito especialmente para
ele. Só o pecado podia arruinar os seres criados pela mão do Onipotente. 54
“Tão logo o Senhor criou nosso mundo por intermédio de Jesus Cristo e colocou
Adão e Eva no Jardim do Éden, Satanás anunciou seu propósito de conformar à sua
própria natureza o pai e a mãe de toda a humanidade, e de uni-los às suas próprias
fileiras de rebelião. Estava decidido a apagar da posteridade humana a imagem de Deus,
e a traçar sobre a alma a sua própria imagem no lugar da imagem divina. Adotou
métodos de engano através dos quais realizaria seu propósito. É chamado o pai da
mentira, acusador de Deus e daqueles que mantêm sua lealdade a Ele, um homicida
desde o princípio. Exerceu todas as faculdades ao seu dispor para induzir Adão e Eva a
cooperarem com ele na apostasia, e foi bem-sucedido em trazer a rebelião para o nosso
mundo ...”55
“Quando Adão saiu das mãos do Criador, trazia ele em sua natureza física,
intelectual e espiritual, a semelhança de seu Criador. "E criou Deus o homem à Sua
imagem" (Gên. 1:27), e era Seu intento que quanto mais o homem vivesse tanto mais
plenamente revelasse esta imagem, refletindo mais completamente a glória do
Criador.”56
“ O pecado alterou a ordem das coisas, mas não o desejo de Deus. Pela
desobediência, porém, isto se perdeu. Com o pecado a semelhança divina ficou
obscurecida, sendo quase que totalmente apagada. Enfraqueceu-se a capacidade física
do homem e sua capacidade mental diminuiu; ofuscou-se-lhe a visão espiritual. Tornou-
se sujeito à morte. Todavia, o ser humano não foi deixado sem esperança. Por infinito
amor e misericórdia foi concebido o plano da salvação, concedendo-se um tempo de
graça. Restaurar no homem a imagem de seu Autor, levá-lo de novo à perfeição em que
fora criado, promover o desenvolvimento do corpo, espírito e alma para que se pudesse
realizar o propósito divino da sua criação - tal deveria ser a obra da redenção. Este é o
objetivo da educação, o grande objetivo da vida.”57
A parábola relatada em Lucas15:8-10 ilustra de maneira muito clara qual é o propósito
de Deus para com seus filhos que Ele criou a Sua imagem e semelhança. Veja o que diz
Ellen White: “O homem é muito precioso a Deus porque foi formado à Sua imagem.
54
Ellen G. White, The Youth's Instructor, 20 de julho de 1899.
55
Ibid, Cristo Triunfante, M.M 2002 pág 10
56
Ibid, Educação, p. 17
57
Ibid, Educação, p. 16
Este fato deve impressionar-nos com a importância de ensinar, por preceito e exemplo,
o pecado de contaminar, pela condescendência com o apetite ou por qualquer outra
prática pecaminosa, o corpo que deve representar a Deus para o mundo. ...
A moeda perdida da parábola do Salvador, conquanto se achasse na sujeira e lixo, era
ainda um pedaço de prata. Sua possuidora buscou-a porque era de valor. Assim toda
pessoa, ainda que desvalorizada pelo pecado, é aos olhos de Deus considerada preciosa.
Como a moeda trazia a imagem e inscrição do poder dominante, assim apresentava o
homem na sua criação a imagem e inscrição de Deus. Embora estejam ao presente
manchadas e obscurecidas pela influência do pecado, os traços dessa inscrição
permanecem em cada pessoa. Deus deseja readquiri-la para reimprimir sobre ela Sua
própria imagem em justiça e santidade.”58
Conclusão
O Homem foi criado a Imagem e Semelhança de Deus, esta imagem foi
maculada pelo pecado que a desfigurou, mesmo desfigurado o homem ainda tem traços
da imagem e semelhança divina, esta desfiguração foi tamanha que será necessário a
recriação por completa quando a bendita esperança dos cristãos se concretizar, “Mas a
nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus
Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso,
segundo o seu eficaz poder de sujeitar, também, a si todas as coisas” Filipenses 3:21-22.
58
Ibid, A Ciência do Bom Viver, p. 163