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Pontes de Miranda TRATADO DE DIREITO PRIVADO PARTE ESPECIAL TOMO XXII DIREITO DAS OBRIGAGOES ObrigagGes e suas espécies. Fontes e espécies de obrigagdes 2.* tiragem Atualizado por Nelson Nery Jr. Rosa Maria de Andrade Nery EDITORA 100 anos REVISTA DOS TRIBUNAIS 70 * TRATADO DE DIREITO PRIVADO - Tomo XXII Responsabilidade solidaria da fabricante com fundamento na teoria da aparéncia, eis que a lojista é caracterizada como sua vendedora exclusiva. Solidariedade reconhecida com fundamento nos arts. 7.°, 20, 25, § 1.° e 34 do CDC. Dano mo- ral comprovado na frustracdo das expectativas do autor em contrair vec da forma como esperada” (TJSP, Ap. 0135770.21.2007.8.26.0001, 34.* Cam. Dir. Priv., j. 06.02.2012, v.u., rel. Des. Soares Levada). O STJ também editou a Sumula 381, versando sobre clausulas contratuais abusivas em contrato bancario e a proibigao de reconhecer ex officio a abusi- vidade: “Nos contratos bancarios, é vedado ao julgador conhecer, de oficio, da abusividade das clausulas”. (cf. art. 2.035, paragrafo Unico, do CC/2002; art. 51, caput, do CDC). Acerca das dimensées dos Direitos Humanos, tem 0 STF manifestado-se do seguinte modo: Direitos de primeira geracdo. “Direitos de primeira geracao (direitos civis e politicos), compreendem as liberdades classicas, negativas ou formais e realgam © principio da liberdade” (STF, MS 22164/SP, Pleno, v.u., j- 30.10.1995, rel. Min Celso de Mello, DJU 17.11.1995). Direitos de segunda geracao. “Os direitos de segunda geragao (direitos econd- micos, sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas — acentuam o principio da igualdade” (STF, MS 22164/SP, Pleno, v.u., j. 30.10.1995, rel. Min. Celso de Mello, DJU 17.11.1995). Direitos de terceira geracao. “Os direitos de terceira geragao materializam poderes de titularidade coletiva atribuidos genericamente a todas as formagdes sociais, consagram o principio da solidariedade e constituem um momento impor- tante no processo de desenvolvimento, expansao e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponiveis, nota de uma essencial inexauribilidade” (STF, MS 22164/SP, Pleno, v.u., j. 30.10.1995, rel. Min. Celso de Mello, DUU 17.11.1995). § 2.680. FIGURANTES DAS RELACOES JURIDICAS 1. DEVEDOR E CREDOR. ~— O devedor tem de fazer ou de nao fazer, de dar ou de nao dar, que também sao fazer e nao fazer. Deve fazer, ou deve nao fazer. (Algumas vézes, leis e juristas empregam a palavra “dever” em sentido mais largo: dever do comprador de apontar os defeitos, dever de apresentar 0 crédito a faléncia. Mas, af, no hé dever: quem deixa de apon- tar os defeitos da coisa comprada, ou de concorrer a faléncia, acarreta com a preclusdo da agao redibit6ria e quanti minoris, ou sofre a conseqiiéncia de comparecer a via recursal. Trata-se de 6nus ou de incumbéncias.) § 2.6) "| 82.680. FIGURANTES DAS RELAGOES JURIDICAS + 71 A relagio Juridica a que correspondem og direitos r coisa, a res, Faza0 por que pode ser entre o titul tem de incidir eM ato positivo ou negativo de determinada pessoa, 0 que ¢ personalizaria. oO poder, 0 senhorio exclusivo, sdbre a oni esté li sai ; 80, Na relagao juridica do direito pessoal ha objeto que esté no saadts nio do devedor e € devido, ou & devido como ato do devedor, na relagio juridica do direito real, o objeto j tach us recai sObre a ar do direito e todos: nao id or ; 4 esta no patriménio do sujeito ativo, de jeito que Os sujeitos passivos s6 devem a abstengao, o atendimento, o respeito. No patrim6nio désses 0 objeto nao est4; esté no patrimdnio do sujeito ativo. Ao passo que, tratando-se de direitos de obrigagao, esta no patrim6nio do credor a pretensao a que o objeto venha a Cle. O objeto pode ainda nao existir, ter de ser feito pelo devedor (contrato de obra ou de ser- vigo, contrato de trabalho, encomenda de livro, ou de obra de arte). 2. Divina, cREDITO; OBRIGAGAO, PRETENSAO. — E indiferente ver-se arelagao juridica do pélo ativo para o pdlo positivo, ou désse para aquéle. Nao ha credor sem alguém que deva: nem devedor sem alguém a quem se deva. Pretensao é 0 poder exigir a prestagao, ainda que se trate de pre- tensao a abstengao. O direito processual pds em relévo pretensdes decla- rat6rias e pretensdes constitutivas, mas a pretensdo oriunda de qualquer direito implica a pretensao a declaragao désse direito, ou do direito e dela mesma, inclusive somente quanto a sua prépria extensio e a extensdo da sua eficacia. O credor nao € vinculado a obrigagao. Vinculado é 0 devedor. O cre- dor apenas esta na relacao juridica, como sujeito ativo. Em todo caso, pode dar-se que terceiro tenha interésse em que 0 credor exerga atos de salva- guarda do direito, da pretensao, ou da agao que lhe cabe, ou de exercicio do direito, da pretensao, ou da agao. Nao basta haver 0 interésse, € preciso que, por efeito de negécio juridico, ou por lei. o credor tenha de ser dili- gente, para que lhe nasga dever e obrigagao perante 0 terceiro. Por ai ja se vé que nao existe, a priori, dever de resguardar direito, pretensao, ou ago, ou de exercé-los. A vinculagao provém de outra relagao juridica, inclusive quando 0 credor se expoe a medidas fundadas no art. 675, Ul, do Codigo de Processo Civil, ou no art. 938 do mesmo Codigo. Na diligéncia do credor pode ser interessado 0 proprio devedor, como se 0 que se deve e se ha de prestar tem de ser gravado de inalienabilidade por imposi¢ao do proprio devedor, ou de outrem, @ favor do devedor. Idem, se do devedor obteve 0 credor contrato de opgae. 72 + TRATADO DE DIREITO PRIVADO - Tomo XXII TO E PRETENSAO. — Na linguagem vul- “crédito” e “pretensdo”, “divida’ capar a érros graves, s6 os pode 3. DEVER E OBRIGAGAO; CREDI gar, empregam-se um por outro os térmos e “obrigagado”, mas © jurista, se quer es ‘ j oer e usar com a precisdo que se ha de esperar a téda investigagao cientifica Inclusive para poder interpretar as leis, ou os decretos, nem sempre feitos por gente técnica. Os créditos sdo direitos, direitos pessoais. As vézes, nas leis e nos livros se encontram expressdes como “crédito real”, “divida real”, mas havemos de recebé-las como elipses: “crédito (garantido por direito) real”, “divida (garantida por direito) real”, ou “direito e garantia real incorpora dos em cédula”, ou “titulo em que se incorpora direito real de garantia” As pretensoes reais irradiam-se de direitos reais; as pretensdes pes- soais, de direitos, que podem ser reais ou pessoais. Nao se conhecem pre- tens6es reais oriundas de créditos, direitos pessoais: conhecem-se direitos pessoais e pretensdes pessoais a que se conferiu eficacia erga omnes (e. g., Cédigo Civil, art. 1.197). A relagio jurfdica de obrigagao corresponde pretensdo. Porém nem toda pretensao € ligada a relacao juridica de obrigacaio. Ha, por exemplo, as rela- Ges juridicas de direito de familia, como a pretensao a entrega da crianca. O crédito atribui ao credor o direito a prestagio e faz 0 devedor “de- vé-la”. A pretensao consiste em poder exigir a prestagao. Se o devedor ainda nao prestou, tem o credor a pretensao, pretensdo que, de regra, pode Ser exercida com a tutela juridica estatal. A acdo é mais do que a pretensio, porque, com ela, nao s6 se exige, age-se. Com a tutela juridica estatal, a acao exerce-se segundo as espécies adequadas (declarativa, constitutiva. condenatoria, mandamental, executiva). Pode faltar a acao, ou a acio e a pretensao, € continuar de existir 0 crédito. Pode faltar a agao, e continua- rem de existir crédito e pretensdo. Pretensao € agao sao efeitos do crédito Desde que o Estado verifica que o demandante tem interésse na apli- cacao da lei ao caso que expos, a necessidade da tutela juridica determina que éle defira ou indefira 0 pedido. Se o Juiz defere o pedido, o interésse na prestagao (que € outro conceito) tem valor; se nao se trata is interésse pa- trimonial, ainda assim cabe a avaliagao. Por isso mesmo tem-se de af , fastar qualquer interpretagio dos textos legais, o i ind el : » OU qualquer atitude doutrinaria. que exija das obrigacgdes o serem d : le interésse patrimonial cred a j : para o credor rie _ ee da prestacdo é 0 fazer ou 0 nao fazer que estej@ mente ligado a personalidade. irei ; : das sucessées, » 40 direito de familia ou ao direito

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