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CORROSÃO

Survey fPractice

Afundamento do terreno Escavação em um trecho comprometido. Uma das trincas após a limpeza.
devido aos vazamentos.

Corrosão e vazamentos interrompem


linha de efluentes em concreto protendido.

Marcelo Schultz

Tubulação desprotegida, interna e externamente, rompe em vários


trechos devido à corrosão. Conheça os detalhes de sua recuperação.
Tubulação em concreto protendido virou com craxá entre 12 e 13, ficando eterna- Fios espiralados protendidos Ø 7 mm
mania nacional industrial. Nosso crescente mente em estado passivo. Ilusão gigantes- Espessura
parede de
sistema de esgotos é um dos que mais rece- ca. O concreto, seja armado ou protendido, Concreto
be este tipo de tubulação. No setor indus- 150 mm
trial petroquímico então, já há algumas de- GLOSSÁRIO
zenas de anos, recebe linhas de tubos desta Eletrólito – solução química que contém íons que
natureza, invariavelmente para trabalhar migram do anodo para o catodo.
enterradas. Sua função? Conduzir líquidos Íon – um átomo ou grupo de átomos que ganha-
ram ou perderam um ou mais elétrons (da cama-
de toda natureza. 0m
da externa ou de valência), passando a carregar 2,0
A questão da proteção da superfície do con- uma carga elétrica.
creto, no entanto, volta à tona e é questio- pH – um número que denota o grau de acidez ou
de alcalinidade. 7 é o valor neutro. A acidez au-
nada. É correto dimensionar tubulações de menta com a diminuição deste valor. De forma
concreto protendido sem qualquer proteção contrária, valores superiores a 7 aumentam a al-
para os fios do aço, acreditando apenas que calinidade.
a camada de recobrimento do concreto será
um santo revestimento impermeável? Evi-
dentemente que não. No entanto, sete entre 2,30m
dez projetistas ainda pensam assim, ou seja, Desenho da seção reta da tubulação que
que o aço é protegido pelo meio alcalino conduz esgotos.

4 RECUPERAR • Março / Abril 2003


TUBOS PROTEGEM
O AMBIENTE...

... E QUEM PROTEGE


OS TUBOS?
TERRA ANODO G (TAG)
(TA
Tubulações em concreto armado/ garante sua estrutura de forma
protendido conduzem líquidos de clara e monitorada, sem qualquer
toda a espécie, invariavelmente chance para a corrosão, condu-
agressivos às armaduras ou fios za a tubulação qualquer tipo de
protendidos. Assim, é só uma “líquido”. Se você estiver proje-
questão de tempo para surgirem tando tubulações enterradas ou
vazamentos, prejuízos, contami- se já estiver com um abacaxi nas O TERRA-ANODO G é
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nação ambiental e paralização do mãos, ponha tecnologia em seus seções e comprimentos.

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RECUPERAR • Marçode protensão.
/ Abril 2003 TAG da. 5
Survey fPractice

Corrosividade do solo sente. Na região catódica, além do líquido


(Resistividade) presente, está o oxigênio, indivíduo com-
petente e principal mandante de tudo que
ocorre lá na região anódica.

GLOSSÁRIO

Semi-pilha – ou eletrodo de referência, é um ele-


trodo cujo potencial de corrosão é constante sob
A corrosividade do solo é praticamente proporcional à diminuição de sua resistividade. E esta é uma indicação condições similares de medição. É usado para me-
de que muita umidade e sais dissolvidos estão presentes. dir potenciais relativos a outros metais.
Anodo de sacrifício – um metal ou liga metálica
com fumo de sílica, escória ou cinzas, ain- fios de aço altamente tensionados. Ora, es- menos nobre do que o aço da construção e que
da é suficientemente permeável, significan- quecemos que o aço é um metal compos- sofre corrosão galvânica ao ser ligada ao aço.
Resistividade – significa dificuldade no transporte
do dizer que o líquido que corre na tubula- to por noventa e tantos por cento de ferro de corrente. Quanto menor a resistividade, maior
ção também corre nas veias do concreto. que, por si só é extremamente reativo em a condutividade ou o transporte de corrente. So-
Falando de forma objetiva, poder-se-á di- presença de líquidos. Adicione-se alguns los corrosivos são aqueles que contém grandes con-
centrações de sais solúveis que otimizam a con-
zer que o aço passivado, sob os efeitos da outros metais em sua composição e aí tere- dutividade elétrica. O conhecimento da resistivi-
alcalinidade do concreto, possuirá potenci- mos, em presença daqueles belos eletróli- dade do solo informa o seu grau de corrosividade.
O conhecimento do fluxo e nível da água subter-
ais (voltagem) que variam de +100 a - tos, mais reatividade turbinada agora por rânea, assim como o pH do solo, complementam
250mV em relação a uma semi-pilha de co- pilhas de corrosão, cujo processo chama- a pesquisa. Regiões do solo com diferentes pH,
por si só, provocam diferenças de potenciais no
bre-sulfato de cobre (CPV-4). se corrosão galvânica. Bastante caracterís- aço e corrosão.
Água, esgotos, efluentes industriais ácidos tica do metal chamado aço. A visão micros- Sulfeto de hidrogênio (H2S) – gás ácido corro-
ou básicos, tudo que flui dentro (e fora) da cópica da superfície dos fios de aço, assim sivo e venenoso que tem como característica o chei-
ro de ovo podre.
tubulação de concreto, descamisado de pro- neste estado, evidenciará ou mostrará mi- Halogênio – denominação dada aos elementos
teção específica a cada um daqueles líqui- lhares de regiões anódicas e catódicas, sen- cloro, flúor, bromo e iodo, devido a grande facili-
dade com que formam substâncias salinas ao com-
dos, também circula dentro dos vazios ou do que nas primeiras observar-se-á o ferro binarem-se com elementos eletropositivos como o
capilares do concreto. Pior, chega à pele dos sendo dissolvido na solução (Fe++) ali pre- cálcio.
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Mas o que fazer então? lores baixos, ou seja, menores do que 50.000ppm.
2.000ohm.cm, induzirão corrosão no con- • Alto teor de CO2 livre na água freática.
É praxe revestir (particularmente com epó- creto. Solos permeáveis que apresentem flu-
xis do tipo novolac) por fora e por dentro, tuação do lençol freático ou apenas movi- A verdade é que mesmo todo e qualquer
as tubulações de concreto protendido (e ar- mentação da água subterrânea, envolven- revestimento, seja epóxico, poliuretano,
mado), de modo a impedir que o líquido do ou não a tubulação, promovem a lixivi- GLOSSÁRIO
que irá fluir dentro da linha adentre nos ca- ação dos íons cálcio e hidroxilas da matriz
Corrente galvânica – corrente elétrica que flui
pilares do concreto e faça contato com os cimentícia, reduzindo seu pH. Algumas entre metais condutivos. Base da chamada prote-
fios protendidos. Da mesma forma, exter- normas já prognosticam corrosão para so- ção catódica por corrente galvânica.
namente, procura-se impedir que a água fre- Corrente impressa – pertence à chamada pro-
los com as seguintes condições: teção catódica por corrente impressa. É corrente
ática e o próprio solo façam contato direto • Solos ácidos, com pH igual ou menor que 5. direta, fornecida por aparelhagem ligada à rede
com o concreto. Com relação ao solo, de- • Teor de sulfatos maior do que 6000ppm. elétrica, que chega ao aço da estrutura a ser pro-
tegida.
ver-se-á checar sua resistividade, pois va- • Teor de magnésio maior do que
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estervinílico etc, não é 100% impermeável


Levantando os potenciais de corrosão pelo próprio terreno
e, em se tratando de peças estruturais en-
terradas é temeroso apenas atribuir ao re- 1)
A meça o potencial solo-tubulação na esta- meça o potencial solo-solo entre 42 e 43.
vestimento a proteção necessária aos fios ção 41, com a CPV-4. 4)
D meça o potencial solo-solo entre 43 e 44.
2)
B meça o potencial solo-solo, com a ajuda de 5)
E ande, com a semi-pilha, duas estações: meça
de aço tensionados. A solução final é a pro- um segundo eletrodo entre as estações 41 e o potencial solo-solo entre 44 e 45.
teção catódica com corrente galvânica, ou 42. Adicione (algebricamente) a leitura obti- 6)
F meça o potencial solo-tubulação na 45. Erros,
seja, utilizando-se anodos de sacrifício. A da anteriormente (em 1). Com isso obtem- por ventura encontrados, poderão ser distri-
utilização de proteção catódica com corren- se a leitura solo-tubulação para a estação 42. buidos, ou, se pequenos, ignorados. Por exem-
3)
C ande, com a semi-pilha, duas estações: plo poder-se-á fazer a seguinte planilha:
te impressa apresenta uma relação custo-
benefício pouco interessante em relação a 41 ..................................................................................................................... – 310mV
42 ........................................................ –35 ..................................................... – 345mV
com corrente galvânica, para estes casos.
43 ........................................................ +20 ..................................................... – 325mV
44 ........................................................ –10 ..................................................... – 335mV
A proteção catódica com corrente 45 ........................................................ –10 ..................................................... – 345mV
galvânica (PCCG) Erro = +5mV
Observe que utilizam-se dois eletrodos a partir da estação 42. Dever-se-á manter distância
entre os eletrodos, de modo a evitar erros devido a pequenas diferenças entre eles.
Proteger catodicamente uma estrutura de
concreto armado-protendido enterrada, sig- CORTE

nifica aplicar um potencial (voltagem) ne-


gativo nos fios de aço, de modo que toda
área de sua superfície atue como catodo. É
a única maneira de impedir que a superfí-
cie do aço funcione como anodo, além de,
adicionalmente, repelir íons corrosíivos ne-
gativos (por exemplo o Cl–) constantemen-
te presentes e provenientes tanto do líqui-
do que flui dentro da tubulação como do
binômio solo/água subterrânea. Este meca-
nismo de tratamento, a PCCG, é particu-
larmente interessante quando da existên-
cia de tubulações com presença de corro-
são nos fios de aço protendidos. Este tipo
de situação tem a ver com o total compro-
metimento do concreto, que apresenta-se
totalmente contaminado com íons clore- Um exemplo típico uma estação de tratamento, tendo velocida-
tos, sulfatos etc, de modo que a solução, de de fluxo máxima de 2,4m3/segundo. Cada
assim ricamente “alimentada”, que corre A título de exemplo, apresentamos o caso tubo da linha possui comprimento de 5,5m
em seus capilares, funciona como a água de uma linha enterrada, em concreto proten- e tem diâmetro interno de 2,00m. As juntas
de coco para o sedento e ávido processo dido, com apenas 8 anos de vida, que reco- são do tipo macho-fêmea com borracha de
de corrosão do aço. lhe efluentes domésticos e industriais para vedação. Na última revisão feita foram cons-
tatados trechos com vazamentos, trincas e
Como funciona a proteção catódica em PLANTA sinais de corrosão ao longo da linha, com
tubulações de concreto protendido (ou armado) rompimento dos fios protendidos.
Anodos

Tubulação

Ligação
anodo-fio protendido

As áreas vermelhas, na tubulação de concreto, sig- O X em vermelho representa a eliminação da corrente de


nificam presença de corrosão nos fios protendidos. corrosão do aço nas áreas anódicas, devido a abundân-
Repare a saída dos íons Fe++ (setas azuis) ou seja, cia da corrente de proteção (setas amarelas) promovida
a desintegração do aço antes da proteção catódica. pelos anodos de sacrifício. As setas amarelas ao longo
da tubulação “viajam” pelas armaduras e retornam aos Semi-pilha CPV-4 (voltímetro e eletrodo) aplicado no
anodos de sacrifício pela emenda (ponto azul). solo.

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Os detalhes da investigação destas estações.


A figura ao lado mostra o levantamento do
Primeiramente foi investigados a resistivi- estado de corrosão da tubulação, através dos
dade do solo, a presença de correntes de potenciais obtidos com semi-pilha posici-
corrosão vagabundas e, é claro, os potenci- onada diretamente no solo. Está evidencia-
ais de corrosão próximos as áreas sintomá- da a localização de uma área ativa (anódi-
ticas, que totalizam 15% da linha. Desta ca) de corrosão. O box na página anterior
análise, concluiu-se que 60% apresentava Diagrama do campo de potenciais circundantes de dá uma canja e mostra os procedimentos
uma região anódica. Regiões anódicas são facilmente
potenciais benéficos e 40% com corrosão. detectadas através da técnica do posicionamento do para obter o diagrama dos potenciais dis-
Durante as escavações, constatou-se que o eletrodo CPV-4 diretamente no solo. postos na forma de isostáticas de corrosão.
terreno era bastante úmido, apesar de o ní- diretamente na superfície do concreto e o O posicionamento do eletrodo de referência
vel máximo do lençol d’água ficar, em mé- outro terminal preso no fio de aço. Em di-
dia, a cerca de 2,00m do fundo da linha. GLOSSÁRIO
versos outros trechos foram feitas medições
Como referência, pode-se afirmar que po- dos potenciais pelo método tradicional usa- Corrente direta – fluxo de eletrons em apenas
uma direção através de um determinado caminho
tenciais entre +50mV e –250mV, medidos do em tubulações enterradas, sem a neces- elétrico.
com o CPV-4, são indicadores de um esta- sidade de escavação, posicionando-se o ele- Potencial de corrosão – o potencial (voltagem),
com relação a uma semi-pilha, de uma superfície
do de passividade no aço, ou seja, ausência trodo diretamente no solo e o outro termi- do aço, em estado de corrosão, submetido à uma
de corrosão. Por outro lado, potenciais mais nal ligado no fio de aço através de uma “ja- solução (eletrólito) presente nos vazios e poros do
negativos que –300mV poderão significar nela” aberta na parte superior da tubulação. concreto. É também chamado de potencial de cir-
cuito aberto.
que os fios de protensão estão em processo A boa prática exige a instalação de peque- Correntes de corrosão vagabundas – corro-
de corrosão ou submetidos a perigosas cor- nas estações de testes que ajudam e simpli- são resultante de fluxos de corrente direta, prove-
nientes de instalações vizinhas e que circulam pelo
rentes vagabundas. A medição dos poten- ficam muito o monitoramento (obrigatório) solo e/ou pelo concreto. A instalação de anodos
ciais nos trechos escavados foi feita posici- contra a corrosão da estrutura enterrada. No de sacrifício contínuos e paralelos à tubulação neu-
tralizam qualquer manifestação destas correntes.
onando-se o eletrodo da semi-pilha CPV-4 box abaixo há mais informações a respeito

As estações permanentes para testes após a proteção catódica


Nas modernas linhas de tubulações de con- à superfície, até uma altura média de 1,5m,
creto protendido (e armado) já se projetam e por dentro de um tubo, conectados dentro de
executam, ao longo da linha, estações para uma pequena caixa de PVC com tampa de
observação da condição da corrosão do aço proteção. Um outro modelo de estação é o
protendido. Na figura abaixo, apresentamos que fica situado ao nível do solo (desenho
esquemas de instalação da estação, que deve menor).
ser erguida em intervalos regulares. A vanta- Instalação assim executada, permite adequar
gem desta estação é que, uma vez feita não a polarização e a estabilização da corrente de
será mais necessário promover escavações e proteção. A corrente é regulada através de
abrir “janelas” para fazer a ligação com os resistor adequado dentro da caixa de PVC.
fios de aço de modo a se checar os potenci- Torna-se obrigatório, também, checar os po-
ais. Note que se utiilza um fio de cobre per- tenciais solo-tubulação conforme box da
feitamente isolado, fixado ao aço de proten- página 8.
são através de uma “solda” com pó de alumí-

Estação permanente em
forma de ralo com 2 contatos apenas.

nio ou com um adesivo especial condutivo,


fechando-se esta “janela” com argamassa po-
limérica. O outro fio (vermelho) é o de liga-
ção com os anodos de sacrifício. A ligação dos
anodos com o fio protendido é feita na caixa
de PVC. Os fios de cobre isolados são levados

RECUPERAR • Março / Abril 2003 9


Survey fPractice

na de manta. Esta
tecnologia está sen-
do empregada no
Detalhe das A abertura do sulco com serra de
mundo inteiro, exa- barras lâminas paralelas preenchidas,
tamente pela rapidez utilizadas posteriormente, com epóxi aplicado
de 10mm com cartucho.
que a caracteriza. As de
trincas, em situações diâmetro.
Outro trecho sendo reforçado com barras de fibra horizontais, foram
de carbono inseridas em sulcos preenchidos com
epóxi. monolitizadas previ-
deverá ser feito no solo, exatamente sobre a amente com META-
tubulação enterrada. Em solos muito secos, CRILATO e nas si-
poder-se-á borrifar água para umedecê-lo, tuadas nas paredes
muito embora não seja muito aconselhado. verticais e no fundo
Nos trechos onde a tubulação estiver ao ar, da tubulação foi in-
naturalmente, a leitura dos potenciais será jetado epóxi de bai-
feita sobre a superfície do concreto. xa e alta viscosida-
de, dependendo da
Reforçando a estrutura abertura da trinca.
Durante a aplicação
As conseqüências do estado de corrosão têm do reforço foi feito
que ser tratadas. Nas regiões onde ocorre- o tensionamento
ram trincas com ou sem rompimento dos fios compressivo das se- O reforço estrutural com barras de fibra de carbono, anterior à instalação dos
de protensão foram feitos serviços de refor- ções da tubulação. anodos de sacrifício.
ço estrutural utilizando-se a técnica da fibra
de carbono, tanto na forma de barra quanto Instalando a proteção catódica mensionamento da proteção catódica foi
feito considerando-se apenas cada tubo.
GLOSSÁRIO Cada um dos tubos de 5,5m, que compõem A área das superfícies dos fios protendi-
Densidade de corrente – a corrente que flui de
a linha, estava isolado eletricamente dos dos existentes em cada tubo que necessi-
ou para uma unidade de área de uma superfície demais pela junta macho-fêmea e pela tavam ser protegidos contra a corrosão to-
do aço. borracha de vedação. Desta forma, o di- talizou cerca de 30m2. A densidade de cor-
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Checando a proteção catódica


Após a instalação da proteção catódica, ou dadeiro em cada ponto da superfície. O se-
seja, após a polarização do aço, poder-se-á gundo critério estabelecido pela NACE (Natio-
aproveitar a existência das estações de teste nal Association Corrosion Engineers) estabe-
para verificar se o aço protendido da tubula- lece a diferença de, pelo menos, 300mV entre
ção permanece protegido com o correr dos o potencial original e o após a proteção cató-
anos. É universalmente aceito que uma es- dica. O outro critério estabelecido pela NACE
trutura estará protegida catodicamente se seu é o da queda da polarização (100mV). De um
potencial ficar situado em torno de –850mV modo geral, a tubulação estará protegida se
em relação ao eletrodo de cobre-sulfato de os potenciais obtidos ao longo do seu compri-
cobre da semi-pilha CPV-4, posicionado no mento produzir uma curva (potenciais X dis- Medindo o potencial e a corrente entre o anodo de
solo sobre a tubulação. Toda a estrutura es- tância ao longo da tubulação) que esteja sem- sacrifício e o fio protendido. A linha do anodo foi
tará protegida, claro, se este critério for ver- pre acima de –700mV. posteriormente coberta com material condutivo.

GLOSSÁRIO
Polarização – é a mudança do potencial de cor-
rosão devido a passagem de corrente originada
pela aplicação do anodo de sacrifício.

rente estabelecida foi de 1mA/m 2, natu-


ralmente com uma intensidade de corren-
te de 30mA. Foram utilizados anodos gal-
vânicos, marca Terra-Anodo G. Depen-
dendo da resistividade do solo, em cada
trecho tratado, foram utilizados diferen-
tes tipos de anodos de sacrifício. A pre-
visão da vida útil, em função da corrente
atuante, é de 25 anos.
Fax consulta nº 07

O maçarico derrete o
anodo, descobrindo o Para ter mais
miolo de aço, o qual é informações sobre
soldado no novo rolo de
anodo.
Corrosão.

A ligação do anodo de sacrifício com o fio REFERÊNCIAS


protendido. • Marcelo Schultz é engenheiro elétrico, especia-
lista em corrosão.

“Barragem em
Brasília, com
vazamentos, é
tratada com
Posicionamento dos
anodos de sacrifício e
injeções de super
sua ligação aos fios
protendidos.
espuma e super
gel.”

Próxima Ediçăo
O fio de cobre isolado sendo conectado ao anodo de sacrifício. Repare que primeiramente foi
utilizado um bracelete de aço fixado com alicate de pressão. A seguir, é feito o isolamento com fita
isolante polimerizável. A continuidade elétrica do anodo é mantida por seu miolo com fio de aço.

RECUPERAR • Março / Abril 2003 11


CORROSÃO

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Terra-Anodo G.
Como interromper a corrosão em estacas
enterradas de concreto armado?

Evandro Salles Pinto

Estacas enterradas de concreto armado/protendido também sofrem


com a corrosão. Pequeno anodo de sacrifício enterrado junto à estaca,
garante a proteção necessária, tanto em obras novas quanto antigas.

Estruturas aéreas de concreto armado/protendi-


do já dispõem de sistemas que, efetivamente,
controlam processos de corrosão. São eles a pas-
tilha Z, a tela galvânica G, o zinco termo proje-
tado (ZTP), a manta aderida de zinco (MAZ) e
o zinco líquido puro (ZLP). Todos bastante efe-
tivos no controle da corrosão do aço, seja ele
composto por armaduras ou cabos protendidos.
Estruturas enterradas, no entanto, têm uma for-
ma toda particular de contraírem corrosão, exa-
tamente pelo contato com solos e água freática
contaminada com dióxido de carbono, clore-
tos, sulfatos, nitratos etc. Mas, à medida que
varia o nível do lençol freático, o oxigênio se
faz presente, viabilizando processos de cor-
rosão nas armaduras e cabos de protensão, de- Ruína de estacas e pilares devido a corrosivida-
12 de do solo.
RECUPERAR • Março / Abril 2003
Proteção eficiente em qualquer estrutura enterrada?

Terra-Anodo G (T
erra-Anodo AG)
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os de corroer por 20 ou 30 anos, seja em solos de baixa ou de alta
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13
Fax consulta nº 08
Survey fPractice

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Conjunto de estacas em ruína.

vido a criação de ciclos de sa-


turação e secagem no interior
do concreto e, naturalmente, em
contato com o aço das estacas
enterradas. É indiscutível a efi-
ciência da proteção catódica na
região enterrada das estacas,
particularmente em solos com
resistividade baixa que apresentam conta- também foi contaminado com 3,5% em peso
minação por sais. Partindo deste pressupos- de sal comum (NaCl). Todos os corpos de
to, foram realizados testes no Instituto de prova ficaram parcialmente enterrados no
Patologias da Construção, com o objetivo
de se analisar, agora, a altura que poderá
solo saturado e contaminado (figura 1). Es-
tes testes tiveram um período de 3 meses. SIM.
chegar a corrente da proteção catódica na Cada uma das barras foi monitorada, de
região desenterrada da estaca. Para tanto, modo a se obter seu potencial e a densida- Principalmente em estruturas
utilizou-se uma pequena amostra do Terra- de de corrente respectivas. Para tanto, por hidráulicas, “cocadas” de
anodo G. questões de precisão, fixou-se pequenas PASTILHAS Z é a solução, pois
semi-pilhas de titânio ativado (TA) em cada
uniformizam a distância
Como funciona este anodo? uma das barras. Mais uma vez ressaltamos
que o objetivo do teste foi conhecer a altu- forma-armadura e promovem
Com objetivo de analisar o funcionamento ra em que as barras estariam protegidas pela toda aquela proteção que o
deste anodo de sacrifício, feito com metal proteção catódica imposta com o terra- aço deseja contra a corrosão
anódico específico para aplicações em es- anodo G também enterrado. durante pelo menos 15 anos.
tacas de estruturas enterradas submetidas a
Cocada boa é PASTILHA Z.
ciclos de saturação e secagem, de modo a Resultados
se estabelecer até onde irá a altura da pro-
teção contra a corrosão, executaram-se Todos os testes foram realizados com semi-
ensaios onde peças de concreto armado, pilha de calomelano saturado (CS). Antes
prismáticas com 15cm x 15cm x 150cm, da aplicação da proteção catódica, ou seja, PASTILHA Z
simulando estacas de fundação sem qual- antes da ligação do terra-anodo G às bar- Tele-atendimento
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das. Ao concreto contaminado foi adicio- apresentavam potenciais de corrosão livre produtos@recuperar.com.br
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nado cloreto de cálcio (CaCl2) na água de em torno de –220mV e os corpos de prova
amassamento da mistura. O solo, saturado, de concreto contaminados com 3% de clo-
14 RECUPERAR • Março / Abril 2003
Survey fPractice

retos apresentavam potenciais de corrosão


livre em torno de –390mV.
Durante 3 meses, o terra-anodo G perma-
neceu ligado nos corpos de prova, polari-
zando (catódicamente) as barras que com-
punham as estacas. Em todos os testes, quer
dizer, com corpos de prova contaminados
ou não, as barras enterradas (nº 1) apresen-
taram valores próximos ao do terra-ano-

GLOSSÁRIO
Depolarização – a eliminação ou redução da Figura 1 - Representação esquemática dos corpos de prova com 15cm x 15cm x 150cm, em concreto
polarização por meios físicos ou mecânicos. A de- armado sem contaminação e contaminados com cloretos, simulando a continuação das estacas de
polarizaçaõ resulta no aumento da corrosão. Ocorre fundação enterradas em solo também contaminado com cloretos, para testes de proteção catódica com
com a remoção do fluxo de corrente de proteção o Terra-anodo G. O objetivo destes testes foi verificar a altura do tratamento na parte desenterrada da
aplicado. estaca. A barra nº 1 encontra-se enterrada. A barra nº 2 encontra-se a 10cm do solo. O concreto foi
Densidade de corrente – corrente dividida pela dosado com o equivalente a 350kg de cimento portland, para cada metro cúbico de concreto, tendo fator
área da superfície do metal. São usados os termos A/C de 0,50.
densidade de corrente anódica e catódica, signifi-
cando a corrente dividida pelas áreas do anodo e
do catodo, respectivamente.
do G (-1010mV), o que já era esperado. bem superiores aos não contaminados.
Polarização – é a mudança do potencial de cir- Veja a figura 2. As barras de nº 2, 10cm Veja a figura 3. A corrente total fornecida
cuito aberto da armadura (em seu estado original acima do nível do solo, apresentaram valo- pelo terra-anodo G nos corpos de prova
de corrosão) pela introdução de uma corrente atra-
vés da interface concreto/armadura.
res não tão negativos em torno de –880mV com concreto contaminado girou em tor-
Cloretos – denominação dos sais do ácido clorí- para a situação contaminado e –800mV para no de 35mA/m2 enquanto que nos corpos
drico (HCl). Os cloretos mais importantes são o a não contaminado. Como já se imaginava, de prova com concreto sem contaminação
cloreto de sódio (NaCl), parte principal do sal ma-
rinho, o sal gema (NaCl) extraído do solo, o clore- os potenciais das barras mais altas eviden- ficou entre 3mA/m2. Apesar das diferen-
to de cálcio (CaCl2), o cloreto de potássio (KCl) e ciaram voltagens decrescentes. Contudo, ças encontradas nas densidades de corrente
cloreto de cal [CaCL(ClO)], também chamado de
para todos os testes realizados, contamina- entre concreto sem e com contaminação,
cal clorada, pó branco, obtido da reação do cloro
com o hidróxido de cálcio. dos ou não, ainda assim, ocorreram valo- a distribuição da corrente, veja figura 4,
Semi-pilha – metal padronizado imerso em um res mais negativos que as medidas origi- foi essencialmente a mesma para ambos
eletrólito apropriado ou adequado, destinado a
medir o potencial (voltagem) do aço.
nais, antes da proteção catódica. os casos, quer dizer, cada uma das barras
Polarização catódica – é a mudança do poten- Paralelamente, mediu-se a corrente (densi- recebeu porcentagens proporcionais da
cial de uma interface em direção a valores mais dade) circulante em cada uma das barras corrente total enviada pelo terra-anodo G,
negativos, devido ao fluxo de corrente atuante.
Potencial de corrosão livre – potencial de cor-
protegidas pelo terra-anodo G, verifican- considerando-se uma determinada altura.
rosão na ausência de imposição de fluxo de cor- do-se que, para uma determinada altura, No resumo da ópera, as barras 2 e 3, em
rente elétrica para a superfície do aço. Também os corpos de prova com concreto conta- ambos os casos, consumiram a maior par-
chamado de potencial de circuito aberto.
minado apresentaram valores de corrente te da corrente enviada para fora do solo
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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de interromper a

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Fax consulta nº 10

RECUPERAR • Março / Abril 2003 15


Survey fPractice

pelo anodo de sacrifício. Menos de 15%


da corrente total de proteção alcançou a
barra acima de 40cm. Nas barras mais al-
tas do concreto contaminado, obtiveram-
se alguns valores negativos de corrente, ou
seja, corrente anódica, evidenciando o de-
senvolvimento de correntes de corrosão.

Testando a proteção catódica

O teste para a verificação do comportamen-


to da proteção catódica, utilizando-se a cor-
rente galvânica do Terra-anodo G, foi fei-
to depolarizando-se o sistema, ou seja, des-
ligando-se o anodo de sacrifício dos cor-
pos de prova e medindo-se a polarização
residual em três verificações. A figura 5 evi- Figura 2 - Polarização (potencial) das barras versus tempo para as diversas alturas no teste com concre-
dencia a distribuição dos potenciais das bar- to não contaminado (a) e contaminado (b). Repare que a polarização imposta pelo Terra-Anodo G alterou
os potenciais das armaduras para valores mais negativos, diminuindo sua influência com a altura.
ras, considerando-se as diversas alturas em

A queda de 4 horas para as barras situadas


acima de 60cm foi menor que 100mV. No
geral, pode-se ver que a queda após 24 ho-
ras está bastante semelhante àquela encon-
trada a apenas 4 horas, deixando claro que
a diferença potenciais foi quase insignifi-
cante.
As armaduras no concreto contaminado
com cloretos evidenciaram quedas de po-
tencial menores do que no concreto ausen-
te de contaminação, isto se considerarmos
as mesmas alturas. Verificando o compor-
tamento das barras durante a depolarização,
através dos gráficos de polarização versus
densidade de corrente (figura 7), observa-
se que as armaduras de ambos os concretos
(a) Tempo (meses) (b) Tempo (meses) seguem o padrão de uma típica curva de
polarização (catódica). As duas figuras su-
Figura 3 - Densidade de corrente circulante pelas barras, em função do tempo, no concreto livre de
contaminação (a) e contaminado (b). gerem que a variação dos potenciais obtida
durante a depolarização é rigidamente go-
que estavam, após o período de 3 meses. A
primeira verificação foi feita imediatamente
após o desligamento do terra-anodo G e é
chamada de potencial “instant off” (Eoff). A
segunda é feita quatro horas após (Eoff 4h)
e a terceira após 24 horas (Eoff 24h). O cri-
tério comumente aceito no meio internaci-
onal é o da “queda mínima dos 100mV”. A
diferença Eoff 4h – Eoff , em cada barra, re-
presenta a queda de 4 horas, enquanto a di-
ferença Eoff 24h - Eoff , a de 24 horas. A fi-
gura 5 retrata uma queda de 4 horas muito
alta nas barras inferiores do concreto sem
contaminação, passando de cerca de
–1000mV no Eoff para cerca de –500mV
quatro horas após (Eoff 4h), evidenciando Figura 4 - A distribuição de corrente de proteção no concreto sem, e com contaminação, em função da
uma queda (4 horas) de 500mV. altura das barras. As barras imersas praticamente não receberam corrente, nesta situação.

16 RECUPERAR • Março / Abril 2003


Survey fPractice

Figura 5 - Comportamento dos potenciais nas armaduras com concreto não contaminado (a) e contami-
nado (b) durante os testes de depolarização. O comportamento dos potenciais obtidos no exato instante Torna-se obrigatório o uso de anodos de sacrifício
do desligamento do anodo de sacrifício (Eoff) apresenta-se com linha azul. Após 4 horas desligado, com em solos industriais para proteção das estacas e
linha vermelha e após 24 horas desligado, com linha verde. blocos de fundação.

0
vernada pela mudança na densidade de cor-
-100
rente (catódica) que cada barra recebia da
-200
ligação galvânica, após o desligamento do
Terra-anodo G. Quer dizer, as correntes -300

Polarização (mV)
resultantes da troca galvânica, anterior ao -400
desligamento, mantinham uma polarização -500
catódica nas barras, sugerindo que cada -600
barra tinha potencial diferenciado, após o -700
desligamento. Ou seja, as correntes de pro- -800 Concreto contaminado
teção impostas durante a P.C. mantinham -900
b
polarizações catódicas residuais nas barras.
-1000

Resultados -1100
-4 0 4 8 12 16 20 24
Tempo (horas)
A proteção catódica aplicada ao concreto Figura 6 - Teste de depolarização feito no concreto armado com e sem contaminação, 3 meses após a
é, normalmente, considerada efetiva se for aplicação da PC. Potencial e densidade de corrente mudam com o tempo e com as diversas alturas em
que as barras se encontram.

O critério da queda da polarização


A efetividade de um sistema de proteção ser incluída na medida da polarização. Ou
catódica é verificada por testes que se in- seja, IR é aquele incremento de voltagem
serem dentro de um contexto denomina- “desnecessário”. O potencial da armadura
do “critério”. Dos três critérios ordenados imediatamente após aquela mudança brus-
pela NACE (National Association of Cor- ca, deverá ser usado como leitura inicial
rosion Engineers) através do seu Standard para a medida da polarização. A queda da
Recommended Practice RPO 290-90, o polarização é calculada subtraindo-se o po-
mais utilizado é o dos 100mV. tencial “off” do “final”. O critério deve ser
Segundo este critério, a região da arma- encontrado no período de 4 ou 24 horas.
dura a ser protegida deve ser polarizada
com um mínimo de 100mV. Quando se usa
o método da queda da polarização, sua
determinação é obtida interrompendo-se
o envio da corrente de proteção, forneci- * Lembre-se da lei de OHm, E = IR. Quer dizer, a corren-
da pelo anodo de sacrifício, e o imediato te que circula vezes a resistividade que o concreto ou
monitoramento do potencial da armadura solo oferece é igual a um potencial. Repare também que,
com uma semi-pilha tipo CPV-4. Quando a cor- gem cai. Esta mudança brusca é provocada pela pela lei, a corrente é inversamente proporcional à resistivida-
rente é interrompida, imediatamente a volta- eliminação da chamada “queda IR”* e não pode de do meio.

RECUPERAR • Março / Abril 2003 17


Survey fPractice

Os contaminantes existentes no solo


A deterioração, por agentes externos, das estruturas
de concreto armado enterradas, é um importante as- Concentração (em ppm) Grau de corrosividade
pecto pertinente a durabilidade, que nenhuma atenção
recebeu no passado, e pouca no presente momento.
Tubulações enterradas e peças de fundação são, espe-
cificamente, os elementos a que nos referimos. O nível
de contaminação ambiental em canais, lagoas, rios e
no próprio solo motivado pela acidez da chuva, res-
ponde por tal preocupação. Com base em inúmeros
casos de ruína destes elementos, o American Concrete
Institute publicou no ACI-318, Building Code Require-
ments for Reinforced Concrete, os efeitos da corrosivi-
dade do solo, que apresentamos ao lado.

* Referência: M. Romanoff, Underground Corrosion.


** Solos altamente alcalinos, no entanto, são corrosivos.

(a) (b)

Figura 7 - Relação entre polarização e densidade de corrente durante o teste de depolarização, após 3 meses de proteção catódica com o Sub-Anodo G. a)
Concreto não contaminado. b) Concreto com 3% de cloretos em relação ao peso de cimento empregado. Os símbolos maiores evidenciam valores medidos
antes do desligamento do Terra-Anodo G. Observa-se que as medidas obtidas nas diferentes barras tendem a coincidirem ou se sobreporem, seguindo o
modelo típico de uma curva de polarização catódica (RECUPERAR nº 47, pag 28).

obtido o critério da queda mínima de Terra-anodo G atua eficientemente nas ar-


REFERÊNCIAS
100mV, ou seja, se tivermos uma queda de, maduras de pilares e estacas enterradas. Mas
pelo menos 100mV durante um período de ainda, a proteção catódica oferecida pelo • Evandro Salles Pinto é engenheiro metalúr-
4 ou 24 horas. Na verdade, este critério é Terra-anodo G é também eficiente para as gico especialista em corrosão.
tanto aplicado em serviços de proteção ca- armaduras • Instituto de Patologias da Construção Relató-
tódica, isto é, na aplicação de correntes ca- rio 041/T2/2002 de novembro de 2002.
tódicas para interromper completamente a Fax consulta nº 12 • K.W.J. Treadaway, Aspects of the electroche-
velocidade da corrosão em estruturas com mistry of steel in concrete. Nature 297.
este problema, quanto na prevenção cató-
dica, quer dizer, na aplicação de corrente • H. Arup, The Mechanisms of the Protection of
catódica para armaduras passivas, mas que Para ter mais Steel by Concrete, in Corrosion of Reinforce-
informações sobre ment in Concrete Construction.
tenham tendência a ficar com seu concreto
Corrosão. • J.R. Davis, Ed., Corrosion of Steel in Soils,
contaminado em ambientes propícios, de
ASM Specialty Handbook.
modo a impedir tal fenômeno.
Com os testes realizados, verificou-se que o

18 RECUPERAR • Março / Abril 2003


CORROSÃO
Survey fPractice
Ligas Metálicas.
Você tem idéia do que está comprando?

Interior de uma aciária


(onde se produz o aço).

Hermínia Gonçalves Brandão

Aprenda a conhecer as ligas que têm força


física, são baratas, mas tão frágeis contra a
corrosão como um picolé que derrete.

A melhor forma de evitar a corrosão é com- tam a corrosão, como o conhecimento do


patibilizar o ambirnte com a liga metálica a ambiente, são facilmente levantados e, uma
ser empregada, seja ala aço carbono, aço de vez associados ao dimensionamento das con-
baixa liga, aço inox, liga de alumínio etc. dições físicas da estrutura, comoo tensões
Esta compatibilidade, na verdade, inclui as mecânicas, desgaste etc, que também aumen- GLOSSÁRIO
condições quimicas do ambiente, as carac- tam os efeitos corrosivos, trarão a desejada
Força eletromotriz – o mesmo que potencial
teristicas físicas da estrutura ou equipamen- e obrigatória compatibilidade para as estru- elétrico ou voltagem.
to e os pouco difundidos métodos abrigató- turas metálicas e de concreto armado. Série das forças eletromotrizes – lista de me-
tais montada de acordo com seu potencial padrão,
rios de prevenção da corrosão. As condições posicionando-se como positivos os metais “nobres”,
de uma edificação ou de uma planta indus- Características da corrosão do como o ouro e, como negativos, os metais “ati-
trial devem ser, respectivamente, otimizadas aço e de suas ligas vos”, como zinco.
Série galvânica – lista de metais e ligas metáli-
para a melhor performance e máxima pro- cas montada de acordo com seus potenciais de
dução com o mínimo de recuperação e in- Todos os materiais, incluindo os metais e corrosão relativos a um determinado ambiente, por
terrupção. Os parâmetros químicos que afe- suas ligas, plásticos e cerâmicas são sus- exemplo, a água do mar.

20 RECUPERAR • Março / Abril 2003


Survey fPractice

ceptíveis de corrosão ou de alguma forma na tecnologia da proteção


de degradação. Nenhum material, por mais catódica, que reduz ou eli-
simples e barato que seja, um exemplo é o mina a reatividade destas
aço carbono, deve ser especificado de for- fases. Ambos os sistemas
ma genérica. Se fosse assim, não haveria podem atuar também jun-
razão para existir essa formidável quanti- tos. Já percebemos que, na
dade/diversidade de outros metais. Ao ser verdade, é melhor e mais
usado em ambientes corrosivos, como em barato conhecer os diver-
contato com a água salgada, à beira-mar ou sos tipos de ligas de aço
A foto maior é a de um tubo de grande diâmetro, em aço carbono, situado
em ambientes industriais, seja compondo que são oferecidos no mer- próximo à presença de fluídos ricos em cloretos, em uma indústria. O resultado
concreto armado/protendido ou, simples- cado, assim como suas ca- são fissuras, diagnosticado como corrosão sob tensão, de acordo com a foto
mente estruturas metálicas, necessitar-se-á racteristicas de corrosão, já menor, uma seção em corte do tubo. É bastante comum o uso de metais
inespecíficos a ambientes impróprios.
de uma forma de proteção eficiente contra que apresentam diferenças
a corrosão. Ressaltamos eficiente porque há de comportamento para esta patologia. tos de resistência física e tremendamente
inúmeros sistemas ditos contra a corrosão barato, o aço carbono é um prato cheio para
mas que, na verdade, são pouco ou nada Os aços carbono os calculistas da construção civil e indus-
eficazes. Isto pode ser comprovado com o trial. Ocorre que sua resistência eletroquí-
mais simples equipamento de monitora- O carbono é adicionado à liga de modo a mica é extremamente baixa. Por isso, natu-
mento, o qual irá atestar o controle da cor- torná-la forte. Apenas os chamados aços do- ralmente necessitam de proteção adicional
rosão. Estes sistemas de proteção caem, in- ces ou de baixo carbono, com 0,08 a 0,28% quando em ambientes corrosivos. Na ver-
variávelmente , nas tintas ou revestimen- de carbono (C) são considerados resisten- dade, mesmo em ambientes considerados
tos, que se esforçam para fazer barreira à tes à corrosão. De um modo geral, estas li- não corrosivos, como no interior do país,
ação do eletrólito inimigo contra a superfí- gas ferrosas são bem mais resistentes à cor- longe de indústrias, em ambiente rural, ha-
cie do aço, ou seja, separando as fases rea- rosão que os aços de médio carbono (0,28
gentes (eletrólito e a superficie do aço) e a 0,55% C) e os de alto carbono (0,50 a 1% GLOSSÁRIO
C). Os aços carbono re- Aço – o ferro é o componente principal do aço.
cebem em sua compo- Quando o carbono, um não metal, é adicionado
ao ferro em quantidades inferiores a 2%, o resul-
sição cerca de 2% de tado é uma liga chamada aço.
outros metais, com o Metais não ferrosos – Termo errôneo, signifi-
intuito de otimizar suas cando que “não contém metal ferroso”. Isto não é
verdade, pois mesmo as ligas não ferrosas con-
propriedades mecâni- tém alguma quantidade de ferro que funciona como
cas. Com níveis tão al- um agente de ligação. Metais não ferrosos são alu-
mínio, níquel, cobalto, cobre, cromo, molibidênio,
zinco, magnésio, zircônio, titânio e as superligas a
base de metais resistentes ao calor, como o níquel
e cobalto.
Metais puros – outro termo enganoso. Todo metal
contém alguma impureza, que varia de pequenos
fragmentos de poeira dos chamados elementos va-
gabundos. Por exemplo, o fósforo e o enxofre são
O forno elétrico. Conduzin- elementos vagabundos no aço. A pureza, no en-
do o aço fundente. tanto, pode chegar a 99,9%.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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de aço, pinturas metálicas, ouro, chumbo, magnésio, prata, zinco, enxofre, aços
inoxidáveis, ligas de alumínio, latão, bronze etc. O identificador LAB 1899 é apro-
vado pela ASTM (ASTM E1476-95) e também faz teste de passivação.
Não fique achando. Tenha certeza.
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RECUPERAR • Março / Abril 2003 21


Survey fPractice

O aço carbono torna-se passivo quando em


ambiente alcalino, seja imerso num concre-
to ou em uma solução de pH alto. No en-
tanto, não se pode esquecer que o concre-
to, por ser um pseudo-sólido, é facilmente
contaminado, estabelecendo micro regiões
com diferentes PHs que, apenas por isso,
A foto acima é uma microfotografia eletrônica da varredura de uma seção potencializa pilhas de corrosão. Mesmo a
reta de uma peça em aço inóx 304 com fragilização devido a tensões utilização de espessas camadas de recobri-
térmicas causadas pela presença de zinco em sua composição, quando em
operação a 350ºC. Um aço inóx inadequado. mento nas estruturas de concreto armado,
com o intuito de “proteção definitiva” é er-
rônea, pois apenas atrasa a “frente corrosi-
vendo água e oxigênio, condição básica duzem água potável, como reservatórios e va”, seja ela inpulsionada pela carbonata-
para o início do processo, ter-se-á corro- tubulações sofrem, invariavelmente, de pro- ção (abaixamento do PH), pelos íons clo-
são, mas a velocidades insignificantes. É cessos cíclicos de corrosão. Estas estrutu- retos ou por outros íons contaminantes.
isto que engana as pessoas. Mesmo assim, ras apresentam pequena velocidade de cor- A proteção do aço carbono poderá ser fei-
em regiões tão “puras”, havendo conside- rosão quando totalmente cheias. No entan- ta por barreiras, que impedem o contato da
rável umidade relativa, ter-se-á incremen- to, à medida que alternam entre submersa e solução com o aço, através de tintas espe-
tos na velocidade. Estruturas de concreto parcialmente cheias (ou vazias), incremen- cíficas, tornando-se obrigatório para as es-
armado ou metálicas, que estocam ou con- ta-se substancialmente aquele parâmetro. truturas metálicas o uso de busca-furos
Um detalhe importante, neste tipo de es-
GLOSSÁRIO trutura, que não pode ser esquecido, tem a
pH – concentração de íons hidrogênio na solução. ver com a qualidade da água potável , es-
Medida da acidez ou alcalinidade da solução. pecificamente a quantidade bastante varia-
Passivo – estado de um deteminado território da
superfície metálica caracterizada por baixas velo- da de cloretos (na forma de cloreto de cal
cidades de corrosão. ou cal clorada) que são introduzidos para
Correntes de corrosão – é formada pela cor-
rente anódica (ia), que nada mais é do que a velo-
obtenção da potalidade. A corrosão reduz,
cidade de geração de elétrons no anodo e pela de forma crescente, a capacidade de carga
corrente catódica (ic), simplesmente a velocidade do aço pela perda de sua seção, seja na for-
de consumo dos elétrons no catodo. Numa pilha
de corrosão formada, a corrente anódica literal- ma uniforme ou por pites. Esta última for-
mente sai da superfície metálica na forma de íons ma de corrosão, além de provocar a redu-
Fe++, e a corrente catódica é representada pelo
fluxo de entrada daqueles conhecidos elementos ção da seção do aço, tem a particularidade
no catodo, ou seja, o oxigênio na forma de gás de levar a tiracolo “detonadores de tensões”
(O2) e o hidrogênio ionizado (H+), potentes puxa-
dores de elétrons lá do anodo.
que, literalmente, iniciam trincas ou fissu-
ras. Diversidade de produtos em aço inoxidável.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Identificador de Aços Inoxidáveis Teste de Passivação do Aço Inóx


(LAB 1822) Para eliminar qualquer chance de aparecimento de manchas
Todos os 300 tipos de aço inoxidável se parecem. Você não de ferrugem sobre a superfície do aço inóx, torna-se necessá-
pode comprar gato por lebre. Pagar caro e depois ter corro- rio testá-lo para completa passivação. A presença do ferro livre
são é duro. Em menos de 1 minuto, sem necessidade de re- na composição destas ligas é fatal. O TESTE DE PASSIVAÇÃO
moção da peça, identifica-se o tipo de aço inóx presente. Este 2026 detecta a perda de passivação em serviço, em poucos
equipamento é aprovado pela norma ASTM E1476-95. minutos. É aprovado pela especificação Federal Americana.
LAB 1822 LAB 2026
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22 RECUPERAR • Março / Abril 2003


Survey fPractice

A microestrutura heterogênea da liga de alumínio


2024 e 7074 mostrou-se susceptível à corrosão por
fadiga nos aviões Boing que servem de tanque de
combustíveis à força aérea americana. O contato
com o combustível desenvolveu corrosão por pites,
além de sitomas de fadiga na liga. Modificações na
liga tornaram-na mais resistente.

zes e da série galvânica. Desta forma, o


cobre e suas ligas são resistentes à corro-
são atmosférica e a ambientes aquosos
(Holiday Detector), pois as falhas nas pin- mentos participantes da liga. Cada família não oxidantes. O contato com soluções
turas potencializam enormes correntes exibe sua própria característica de resis- de ácidos fortes e ácidos oxidantes ata-
anódicas de corrosão. A utilização de pro- tência mecânica e rà corrosão. O tendão cam o cobre. No entanto, com a introdu-
teção catódica com anodos de sacrifício na de Aquiles dos aços inoxidáveis é sua sus- ção de outros metais na liga esta resistên-
forma líquida é uma excelente opção. ceptibilidade a diversas formas de corro- cia é alcançada. No mercado há o cobre co-
são localizada, fortemente afetada pelo seu mercialmente puro, o latão, composto pela
Aços liga dimensionamento, fabricação e condicio- adição de 10 a 40% de zinco, o que melho-
namento da superfície. A seleção para es- ra sua resistência mecânica e baixa seu pre-
Aços liga (ou de baixo carbono) enqua- colha do tipo de aço inox a ser empregado ço, o latão amarelo composto de 30% de
dram-se na categoria de materiais ferrosos envolve muitos fatores cujo principal é a zinco (o mais comum), o bronze, compos-
com propriedades mecânicas e resistência resistência à corrosão. O Instituto de Pato- to com 8 a 10% de estanho e pequenas
a corrosão superior aos aços carbono, de- logias da Construção (IPC) fornece aos lei- quantidades de fósforo, o bronze-alumínio,
vido a adição de outros metais como cro- tores, gratuitamente, tabelas das proprieda- no qual introduz-se 5 a 12% de alumínio e
mo, molibdênio e níquel. A liga assim for- des dos inúmeros tipos de aços inoxidáveis. as ligas cobre-níquel, com 30% de níquel,
mada, usualmente, possui um teor total de- O mecanismo da resistência à corrosão dos bastante resistentes à corrosão.
tes metais que varia de 0,5 a 1%, só per- aços inox diferem dos aços carbono e aços-
dendo para os aços inoxidáveis. Por exem- liga, já que possuem um fino filme prote- Ligas de alumínio
plo, os aços cromo-molibdênio, de uso bas- tor sobre suas superfícies. Com este estado
tante específico, são muito resistentes à protetor adicional, torna-se passivo e per- O alumínio é um metal reativo, porém deve
corrosão. Possuem concentrações de cro- manecerá assim enquanto durar aquele fil- sua resistência à corrosão à fina película de
mo que variam de 1 a 9% e de molibdênio me. Qualquer rutura no filme provocará cor- óxidos protetores em sua superfície. Esta
de 0,5 a 1%. Os aços de alta resistência, rosão localizada, que poderá ser por pites estabilidade à corrosão ocorre quando em
como os empregados em protendidos, per- ou frestas. A velocidade de corrosão nos contato com o ar ou com soluções aquosas
tencem a esta categoria. Os níveis de alta aços inox são extremamente baixas. neutras de PH 4 a 8,5. Os produtos de sua
resistência desejados pelo cliente são obti- corrosão são incolores e atóxicos. A pre-
dos com o resfriamento rápido (têmpera), Ligas de níquel sença de íons cloretos, entretanto, desesta-
endurecimento com precipitação e trabalho biliza e quebra aquela película protetora,
a frio. À medida que os níveis de resistên- São bastante utilizadas em indústrias quí- dando lugar a pites de corrosão semelhan-
cia à tração aumentam, particularmente aci- micas e refinarias, pois são extremamente tes aos que ocorrem no aço inox. Contudo,
ma de 1000 MPa, a surgência de fissuras resistentes à corrosão, bem adequadas à é resistente à água do mar, desde que sua
ou de “danos causados pelo hidrogênio” maioria dos ambientes corrosivos presen- superfície se mantenha limpa, pois o acu-
(DCH), motivados por ambientes corrosi- tes nestes locais. A velocidade da corrosão mulo dos produtos de corrosão fazem bai-
vos específicos, torna-se extremamente pre- nestas ligas, mesmo em contato com áci- xar o PH a valores inferiores àqueles apre-
ocupante. Em ambientes ricos em sulfeto dos, é muito baixa, principalmente quan-
GLOSSÁRIO
de hidrogênio (H2S), como os dos esgotos do há adição de cobre, molibdênio e tun-
Aço rápido – são aços com elevado conteúdo de
e de alguns efluentes, o nível de DCH co- gstênio. A adição de cromo, praticamente liga, cuja composição tem 0,90% ou mais de car-
meça a partir de 700 MPa. torna-as imunes à corrosão. No mercado bono, +4% de cromo, até 18% de tungstênio e
há o níquel puro (comercial), as ligas de certas quantidades de vanádio, cobalto e molibdê-
nio.
Aços inoxidáveis níquel-cobre, níquel-molibdênio, níquel- Passividade - Condição na qual o aço, devido a
cromo-ferro, níquel-cromo-ferro-molibdê- uma cobertura impenetrável de óxido ou outra
substância, fica com um potencial muito mais po-
Os aços inoxidáveis são ligas ferrosas onde nio e, finalmente, as ligas de níquel-ferro- sitivo do que aquele que caracteriza seu estado
o cromo é presença obrigatória, fazendo a cromo-alumínio-molibdênio. ativo de corrosão.
festa com no mínimo 11%. À medida que
aumenta a quantidade de cromo e varia a Ligas de cobre
quantidade de, pelo menos 15 outros ele- Assine hoje mesmo.
mentos, este aço adquire enorme resistên- O cobre tem baixa tendência termodinâ-
cia à corrosão. Os aços inoxidáveis são ca- mica à corrosão, já que apresenta poten-
tegorizados em diferentes famílias, de acor- ciais relativamente nobres nas tabelas de
do com sua estrutura cristalina e dos ele- potenciais padrão das forças eletromotri-
RECUPERAR • Março / Abril 2003 23
Survey fPractice

Balde vertendo o
aço em forno
elétrico.

sentados acima. O alumínio é reativo quan- ferrosas, assim como a presença de ferro
Fax consulta nº 17
do em contato com a maioria dos metais, o nestas últimas, o método mais indicado é o
que é confirmado pela tabela da série gal- que consiste na análise química. Já existem
vânica. Quer dizer, uma vez em contato com kits metalográficos portáteis, de fácil e rá-
outros metais, funciona como anodo, en- pido uso, possibilitando, em minutos, esta Para ter mais
trando em corrosão acelerada. À medida tarefa sem maiores conhecimentos. informações sobre
Assim, qualquer tipo de liga, ferrosa ou não, Corrosão.
que se introduz outros metais na liga, di-
minui sua resitência à corrosão, aumentan- todos os tipos de alumínio, latões, bronzes,
aços inoxidáveis etc, são passíveis de iden-
do, no entanto, suas propriedades mecâni-
tificação e verificação do seu estado de pas-
cas.
sivação. Estes testes são particularmente in-
O IPC fornece aos leitores, gratuitamente, REFERÊNCIAS
teressantes para todos os tipos de aços ino-
a relação das ligas existentes de alumínio xidáveis, de modo a verificar se a resistên-
com as respectivas resistências à corrosão. • Hermínia Gonçalves Brandão é engenheira
cia à corrosão do metal está intacta.Alguns
metalúrgica.
destes aparatos dispõem de pequeno dispo- • Corrosion, Vol. 13, ASM Handbook.
Como identificar aços e ligas de sitivo eletrônico para leitura, combinando • Corrosion data survey - nonmetals section, 5th
metais não ferrosos química analítica, eletroquímica e metalúr- ed, NACE.
gica em um só kit, ideal para serviços de • D.L. Graver, ED., Corrosion data Survey -
Para a identificação e verificação do esta- controle de qualidade, setores de manuten- Metals Section 6th. ed. NACE.
do de passivação de ligas de aço e ligas não ção, consultorias etc.
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24 RECUPERAR • Março / Abril 2003


CORROSÃO

A história
da
corrosão
(final)
( II)

Na edição anterior, apresentamos as etapas pelas quais o


homem passou, desde a pré-história até a era da alquimia, Adrian Van Ostade
(1610-85) O
descobrindo e convivendo com problemas advindos do uso Alqumista, 1757.
dos metais. Nesta edição, daremos continuidade a partir
“Sir” Willian Fettes dos tempos da alquimia, localizada na Idade Média, aos
Douglas, um dos
mais importantes primeiros estudos e análises do fenômeno da corrosão, no
alquimistas do final do século XVIII, com o desenvolvimento da química
século 19.
de LAVOSIER. O desenvolvimento e o uso dos fenômenos
elétricos pela e através da química, desenvolvidos por VOL-
TA, DAVY e FARADAY, na primeira metade do século
XIX deram um enorme tranco à ciência da corrosão.
Como se sabe, corrosão é um fenômeno relacionado à des-
truição de um metal, devido a uma reação com o ambiente
Joaquim Rodrigues circundante.

A partir da alquimia, toma rumo o estudo dos metais e, no início do


século passado, nasce a consciência do que significa a corrosão.
28 RECUPERAR • Março / Abril 2003
Da alquimia à química Trabalho na siderúrgica.
Funcionário verte o gusa líquido
na panela de vazamento.
O ano é 1790 e tínhamos o legado de nove
metais – ouro, cobre, prata, chumbo, esta-
nho, ferro, zinco, platina, mercúrio – na
carteira. Mais, Leonardo Da Vinci (1452- contorno do pacote estrias de martensitas

1519) já tinha tentado explicar as causas


da ferrugem em algumas de suas anotações
desta forma: “O ferro, uma vez abandona-
do ou submetido à água parada, perde sua
pureza...”Já havia métodos de produção, se- Bloqueio

GLOSSÁRIO Contorno pré-austenítico

Aços martensíticos – aços que podem ser feitos


Visão da época. Ordenação das uni-
muito duros e com grande resistência à rutura (te-
dades formadoras das ligações en-
nazes) através de tratamento a quente com rápi-
tre interfaces num aço martensítico.
do resfriamento.
Coque – combustível proveniente da destilação
da hulha.
Gusa – produto siderúrgico obtido em alto forno
mediante fusão do minério de ferro com coque ou
carvão de madeira.
Hulha – combustível mineral fóssil, sólido, prove- paração e purificação de metais, a partir da les, Itália, já existia desde 1.600 a primeira
niente de vegetais. reação com diferentes soluções ácidas, bá- sociedade científica, fundada por Giambat-
Galvanização – pilha galvânica. Aplicação de zin-
co em superfícies ferrosas por galvanização a frio
sicas etc. A palavra metalurgia já era em- tista Della Porta, que especializava-se no
ou quente (mergulho). pregada, particularmente nos livros “De re conhecimento e desenvolvimento de novos
Termodinâmica – estudo genérico de processos metallica” e “De la pirotechnica” respecti- metais e ligas, inclusive um chamado pla-
que envolvam troca de energia, particularmente
aqueles afetados por mudanças de temperatura. vamente dos italianos Georgius Agrícola tina, trazido das Américas pelos espanhóis,
Conversão de uma forma de energia para outra. (1558) e Vannocio Biringuccio. Em Nápo- a partir de 1500. Adentrando nesta socie-
dade, naquele início de século, vemos al-
quimistas ou propriamente “químicos” dis-
solvendo (literalmente provocando
corrosão) a platina com o princi-
pal oxidante até então conhecido,

Visão, em 1722, da estrutura multinível de um aço


temperado (rapidamente resfriado) martensítico. O
pesquisador propunha que se um grão de aço fosse
aumentado 50X, um conjunto de “moléculas” (M) e
vazios (V) seriam revelados (fig. 5). Para maiores
ampliações (fig. 6), as moléculas apresentariam uma
nova subestrutura, em escala mais ampla (fig. 7), com
um novo arranjo de esferas (fig. 8). Acreditava-se, há
300 anos, que se trabalhássemos bem o aço, não
haveria muitos vazios ou porosidades.
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RECUPERAR • Março / Abril 2003 29


a “água regia” (mistura de 3 partes de áci- primeira “pilha elétrica” interligando uma água pura.
do clorídrico com 1 parte de ácido nítrico) pequena placa de zinco a uma de cobre com “Sir” Humphrey Davy, em 1820,
a quente. As ligas de zinco e cobre, conhe- um grosso papel absorvente bem molhado. chamou aquela solução de “eletró-
cidas desde os tempos remotos na Grécia, A chamada “pilha voltaica”, a primeira fon- lito” e foi mais além, colocando em
Egito e Roma estavam, então, em processo te verdadeira de eletricidade. Em 1801, ale- prática aquela brilhante idéia italiana nos
de aperfeiçoamento com a purificação do mães, ingleses, suecos e russos concluíam navios de guerra ingleses, cujos cascos eram
zinco, somente agora realizada. Experiên- que o fenômeno galvânico, aperfeiçoado externamente revestidos com lâminas de
cias e mais experiências já demonstravam por Volta, era o resultado de reações quí- cobre, simplesmente fixando anodos de zin-
a rápida corrosão do zinco quando em con- micas entre diferentes metais em contato co ao cobre. Por volta de 1830, naquela so-
tato com soluções ácidas ou bastante alca- com “soluções”, simplesmente porque a ciedade italiana, Augusto Arthur De La Rive
linas. Em 1791, o italiano Luigi Galvani água pura não conduzia a tal corrente, ou começou a demonstrar que barras de zin-
fazia experimentos com dois diferentes seja, a pilha voltaica não funcionava com co, com impurezas (outros metais) imersas
metais ligados ao músculo da perna de uma
rã e percebia que havia geração de um ne- O início e o fim do aço
gócio que ele chamou de “corrente elétri-
Processo de criação, refino e corrosão do aço. O ferro é sempre encontrado no estado oxidado, quer
ca”. Este experimento fez Galvani famoso dizer, é retirado da mina na forma de minério. Uma vez jogado dentro do alto forno, a energia chamada
e, até hoje, seu nome está ligado à metalur- calor remove o oxigênio e “limpa” o ferro que passa ao estado líquido. A seguir, adiciona-se novos
metais a esta maçaroca, entornando-a no forno Bessemer. Daí em diante é só esforço mecânico para
gia por uma de suas principais matérias, a formar barras (refino). Uma vez desprotegidos ou submetidos a ambientes corrosivos, o aço retorna às
conhecida corrosão galvânica, que ocorre suas origens.
REFINO
entre metais diferentes. Apenas quatro anos
se passaram, em 1794, e Alessandro Giu-
seppe Antonio Anastasio Volta, também ita-
liano, ficava famoso ao desmistificar a “cor-
rente elétrica”, até então somente ligada a Alto forno Forno Bessemer
Óxido de ferro
animais, de acordo com Galvani, e criava a

A volta de Barra de aço


“Os segredos
Esforço mecânico

CORROSÃO
da corrosão.”
Próxima Ediçăo
Corrosão da barra
Óxido de ferro
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30 RECUPERAR • Março / Abril 2003


em solução ácida, dissolviam (corroíam) truosa a ordem de problemas e gastos rela-
mais rapidamente do que barras de zinco cionados à corrosão desta liga.
puras, liberando um estranho gás (hidrogê- O cientista americano Josiah Willard Gibbs,
nio). Pipocavam “indústrias” de eletrogal- juntamente com seu colega alemão Her-
vanização ou simplesmente galvanização por mann Ludwig Ferdinand Von Helmholtz,
toda a Europa. Michael Faraday, paralela- desenvolveu no período de 1876 a 1882,
mente, explicava ao meio científico à rela- uma das mais importantes equações da ter-
ção entre a corrente elétrica e as reações quí- modinâmica ligada à corrosão, a chamada
micas pertinentes, embora sem base mate- energia livre de Gibbs:
mática. Ou seja, a eletroquímica. Para se ter ∆G = ∆H - T∆
∆S
uma idéia, hoje, qualquer processo de cor-
rosão pode ser monitorado, com medidores ∆G é a variação de energia livre
eletroquímicos, determinando-se potenciais ∆H é a variação de entalpia
e a velocidade da corrosão através da cor- T∆S é a energia de organização
Michael Faraday - 1791 - 1867.
rente circulante. Tudo graças a Faraday que,
em 1834, introduziu as palavras eletrodo,
anodo, catodo, íon e eletrólise. Em 1836, o
químico alemão Christian Schönbein expli-
cava o conceito de “ferro passivo”. Por vol-
ta de 1850, incorporavam-se mais 13 novos
metais à lista existente em 1790. Os novos
metais foram cromo, titânio, tungstênio,
manganês, berílio, zircônio, telúrio, neônio,
ítrio, urânio, molibdênio e bismuto.
Repare que, num prazo de apenas 60 anos,
dobrou-se o número de metais conhecidos.
Naturalmente, mais corrosão para analisar.
Nesta altura, Antoine – Laurent Lavosier re-
conheceu o oxigênio como elemento, bati-
zando-o e explicando que qualquer reação
com este gás seria uma “reação química de
oxidação”. Quer dizer, metais reagem com
um componente reativo do ar, chamado oxi-
gênio e sofrem oxidação (corrosão). Logo,
logo com a compreensão da reação de oxi-
dação assimilou-se as pertinentes reações de
redução onde, na verdade, os materiais com-
binavam-se com o oxigênio, alimentando o Visão ampliada das interfaces de oxidação e alimentação (redução) que provocam a destruição da armadu-
processo de corrosão. Nesta altura, já estava ra no concreto armado. No anodo, átomos de ferro ao perderem seus elétrons ganham carga positiva. Esta
transação chama-se corrosão. Como íons metálicos na interface, os Fe2+ esperam os íons hidroxilas OH–
no sangue dos químicos o fenômeno da cor- para formar produtos de corrosão do tipo Fe(OH)2. Os elétrons “abandonados” imediatamente fluem atra-
rosão como um “processo químico”, embo- vés da armadura para regiões catódicas onde, em contato com a solução, “oferecem” suas cargas elétricas
ao oxigênio, à água e ao hidrogênio ali presentes que, com o troca-troca, promoverão reações de redução
ra, conceitualmente, nesta época, ainda não no oxigênio e no hidrogênio, formando íons hidroxilas (OH–) e gás hidrogênio(H2). Caso a água, nos vazios
existisse tal nível de clarividência. Estava do concreto, contenha outros íons, poder-se-á formar além do hidróxido ferroso Fe(OH)2, no anodo, outras
substâncias como FeO, Fe2O3, Fe3O4 etc. Para manter a neutralidade da carga, os íons hidroxila OH– migram
nascendo a “ciência da corrosão”. do catodo para o anodo através da solução interfacial, para reagir com os íons Fe++. O que vemos, então, é
Em 1856, com a invenção do Conversor um fluxo de elétrons através da armadura e um fluxo de íons pela solução interfacial concreto-armadura.
Bessemer, enorme forno basculante em cujo
fundo se encontram orifícios pelos quais
passa o ar sob pressão através da forja do A oxirredução na superfície do aço.
gusa líquido, foi possível transformar o fer- Trata-se de um fenômeno que ocorre de for- sente na superfície catódica, reage com
ro em aço. A partir daí, bilhões de tonela- ma simultânea na superfície de um aço em aqueles 2 elétrons e produz íons OH– e gás
das de aço começaram a ser fabricadas, de- contato com uma solução. Quer dizer, sem- hidrogênio H2). É fácil perceber que o ele-
vido ao seu baixo preço, tornando mons- pre que há oxidação na região anódica (ou mento oxidado ferro, Fe, que perdeu elétrons
seja, perda de elétrons: átomos de ferro, age, na verdade, como um agente redutor
GLOSSÁRIO com valência zero Fe0, perdem 2 elétrons e lá no catodo, e a substância reduzida água,
oxidam, transformando-se, por ionização, no H 2O, age como um perfeito agente oxidante
Derivar – operação matemática que expressa a íon ferroso Fe++), há também redução na lá no anodo, alimentando ali a corrosão. A
taxa de acréscimo de uma variável, função de ou- região catódica, pela chegada daqueles dois simultaneidade destas duas reações (oxirre-
tra, e do conseqüente acréscimo.
elétrons (por exemplo, a água, H2O, pre- dução) é que provoca a corrosão.
Metalurgia – ciência e tecnologia dos metais.

RECUPERAR • Março / Abril 2003 31


A energia livre de Gibbs ou a relação teção Catódica, usada corrente-
mente na forma de corrente gal-
entre energia química e a elétrica. vânica (anodo de sacrifício) na
A força necessária para o desenvolvimento consumida por ela. Pelo fato da energia quí-
marinha inglesa desde 1824, era a que
de uma reação química não depende apenas mica de um processo ser igual ao calor des- mais chamava a atenção, muito embo-
da natureza química das espécies presentes prendido, qualquer interferência externa, a ra algumas indústrias daquele país já utili-
no eletrólito mas também da concentração relação entre a energia elétrica e o calor da zassem proteção catódica por corrente im-
destas espécies e dos produtos da reação reação significa que haverá, na verdade, uma
(da corrosão). As pilhas comuns nos mos- relação entre a energia química e a elétrica.
pressa (matéria também ministrada no cur-
tram que é possível transformar um tipo de Quer dizer, a quantidade máxima de energia so), desenvolvida por K. Cohen em 1902.
energia (química) em outra (elétrica). Gibbs que se pode obter de uma reação química, Em 1928, o americano Robert J. Kuhn apre-
e Helmholtz perceberam isto em 1882 e de- sob forma de energia elétrica, é igual à vari- sentava o primeiro critério a ser emprega-
rivaram a relação entre a energia elétrica pro- ação da “energia livre” da reação.
duzida por uma pilha e a energia química do em serviços de proteção catódica: o po-
tencial elétrico precisa ser mais negativo
Em 1889, o pesquisador alemão Walther experimentalmente, a equação teórica tra- que –0,85 Volts, utilizando-se uma semi-
Hermann Nernst sugeriu que o processo de çada por Butler e Volmer, considerada a pilha de cobre-sulfato de cobre, inventada
corrosão no aço, quando em contato com principal equação da cinética eletroquími- 10 anos antes por Mccallum.
uma solução ou eletrólito, desenvolvia a re- ca e que associa a overvoltagem aplicada Em 1934, o alemão Von Wolzogen Kühr e
ação anódica de corrosão deste metal, as- com a velocidade de corrosão no metal. o dinamarquês Van Der Vlugt, ao micros-
sim representada Esta equação é muito utilizada na determi- cópio, mostravam que microorganismos,
nação da velocidade de corrosão em pro- como a bactéria redutora de sulfatos (BRS),
Fe B Fe2+ + 2e–,
cessos eletroquímicos de corrosão. no solo, provocavam a chamada corrosão
significando a remoção de um átomo de
Durante o áureo período de 1900 a 1934 induzida por microorganismos (CIM).
ferro da superfície do aço com a conse-
onde, efetivamente, floresceu a ciência da A partir de 1935, métodos cinéticos e ter-
qüente formação de um íon ferroso (Fe2+)
corrosão, ficou comprovado que a corro- modinâmicos, à luz de equipamentos recém
para a solução. Instantaneamente, para
são desenvolvida nos metais submetidos a lançados no mercado, começam a ser em-
cada íon ferroso desprendido, dois elétrons
eletrólitos, ocorre de acordo com mecanis- pregados para desvendar processos de cor-
partem em direção à região catódica. Uma
mos eletroquímicos. Exatamente em 1929, rosão. Em 1938, Marcel Pourbaix, um físi-
vez nas regiões catódicas, que “alimen-
Ulick R. Evans, com base nesta asserção,
tam” a corrosão, poderemos ter reações
(catódicas) diversas, com a participação
introduziu a relação entre potencial elétri- “Barragem em
co e corrente elétrica, através do conheci-
direta dos elétrons fugitivos, para o caso Brasília: a maior
do diagrama de Evans, enquanto que Sir
de haver solução sem presença de oxigê-
Robert Hadfield mostrava ao mundo os pri- impermeabilização
nio dissolvido,
meiros estudos sobre prejuízos provocados feita com injeção de
2H2O + 2e– B H2 + 2OH– pela corrosão. Começava neste ano a cons- resinas.”
e, também, quando houver a introdução de cientização do que representa este fenôme- Próxima Ediçăo
oxigênio, o que é muito comum, no, ao mesmo tempo em que surgia o pri-
H2O + ½O2 + 2e– B 2OH– meiro curso sobre corrosão na Universida-
de de Cambridge. Uma das matérias, Pro-
Conclui-se que, qualquer mudança na con- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

centração das espécies presentes na solu-


ção, na temperatura e nas pressões atuan-
tes modificarão o potencial (voltagem) da
superfície do aço e sua posição na série
das forças eletromotrizes, relacionando a
fórmula
E = E0 + (RT/zF)Ln (aox/ared)
Onde:
E - é o potencial do aço
E0 - é o potencial padrão do aço
R - constante de um gás
aox e ared - concentração das espécies
T - temperatura absoluta
Z - o número de elétrons transferidos
F - constante de Faraday
Esta equação também ajudou Pourbaix, mais
tarde, em seus famosos diagramas. Em 1905,
o pesquisador alemão Julius Tafel confirmou,

32 RECUPERAR • Março / Abril 2003


A corrosão em tempos modernos
Os diagramas de Pourbaix (1960-2003)
Estes famosos diagramas são representações aumenta e a capacidade do Fe++ é mínima, ou
gráficas do domínio da estabilidade dos íons seja, o ferro torna-se imune. Esta região de A partir de 1960, com tanto prejuízo acu-
metálicos, óxidos e outras espécies, quando potenciais negativos abrange todo o domínio mulado a cada ano pela corrosão, os gran-
presentes na solução em contato com o me- do pH, de ácido a alcalino. Por exemplo, abai- des centros iniciaram a inevitável (e inteli-
tal. As linhas que mostram o limite entre dois xo, no diagrama simplificado potencial - pH
do ferro, visualiza-se que o aço é um metal gente) estratégia denominada “monitora-
domínios evidenciam o valor do potencial de
equilíbrio entre duas ou mais espécies em fun- mento da corrosão”, com a utilização de
ção da concentração dos íons hidrogênio, ou 2,0 equipamentos e métodos, objetivando o le-
seja do pH. São a expressão gráfica da lei de 1,6 vantamento periódico do fenômeno. Em
Nernst. Estes diagramas também dão o equilí- Fe+++

brio das reações ácidas e básicas sem que se


1,2 1961, com a importância deste fenômeno,
formem elétrons e, conseqüentemente, são 0,8 acontecia o 1° Congresso Internacional de

Potencial (V)
insensíveis à variação dos potenciais , o que 0,4 Passivo Fe(OH)3
Corrosão, em Londres. Como se vê, corro-
pode ser visualizado pelas retas verticais pre- B C

sentes no diagrama. Permitem visualizar, sem


0,0 Corrosão Fe(OH)2 Corrosão
são, efetivamente, virou preocupação na-
Fe++ –

relance, as espécies estáveis presentes na so-


-0,4 HFeO2
cional em todos os países, já que seu custo/
lução em contato com o aço, para condições -0,8 A ano, invariavelmente, ronda entre 2 a 5%
específicas de potencial de pH. O diagrama é -1,2
Imunidade

o mapa das regiões de imunidade, passivida-


Fe
do produto interno bruto. Como? Simples-
-1,6
de e corrosão do ferro. Este metal tende a dis- -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 mente, porque o alavancador de todo o nos-
solver-se, dependendo Fe++, corrosão, no dia- PH
so progresso ficou restrito a uma simples e
grama do ferro, em função do pH e do poten- Condições teóricas de corrosão, imunidade
cial. Os diagramas de Pourbaix foram inventa- e passivação do ferro. barata liga metálica chamada aço. Esque-
dos levando em conta as reações de equilíbrio cemos que este metal é extremamente rea-
em água. Conseqüentemente, o diagrama E - relativamente ativo e corrói, quando submeti- tivo e que cerca de 50% daquele prejuízo
pH da água deverá, sempre, ser considerado, do a soluções fortemente ácidas (pH de -2 a
em qualquer outra situação. É representado
anual poderia e pode ser evitado se tomar-
2), onde há intensa, moderada e leve condi-
pelas duas linhas tracejadas (a) e (b) onde, ção oxidante atuando nos catodos ou seja “ali- mos medidas eficientes (e não enganosas)
acima da linha (b) a água tende a se decom- mentando” a corrosão. Quando submetido a para sua proteção.
por por oxidação, soluções levemente ácidas (pH de 2 a 5) cor-
2H2O Æ O2 + 4H+ + 4e- rói em condições moderadas e leves. Subme- Fax consulta nº 27
tido a soluções consideradas neutras (pH de
potencializando todo o processo de corrosão. 5,5 a 9) e moderadamente alcalina (pH de 9 a
Abaixo da linha (a), a água tende a se de- 13,5) o ferro não corrói porque torna-se, na-
compor por redução. turalmente, imune quando sua superfície se
2H2O + 2e- Æ H2 + 2OH- desintegra (perda de muitos elétrons) rapida- Para ter mais
mente e passivo, quando submetido a condi- informações sobre
Entre as linhas (a) e (b) a água é termodina- ções mais oxidantes (ganho de muitos elé- Corrosão.
micamente estável. Dentro da região de pas- trons). Ironicamente, quando o ferro fica em
sividade e corrosão, no diagrama do ferro, este contato com soluções fortemente alcalinas (pH
metal tende a dissolver-se dependendo Fe++, superior a 14) não corrói, exceto para uma
aumentando a concentração deste íon na in- pequena região de potenciais e pH onde se
terface do metal com a solução. Na região de formam produtos alcalinos de corrosão solú-
imunidade, a estabilidade do ferro metálico veis. REFERÊNCIAS
• Joaquim Rodrigues é engenheiro civil, mem-
co-químico belga, desenvolveu cálculos ter- clareou os fundamentos para as técnicas de bro de diversos institutos nos EUA, em assun-
tos de patologia da construção. É editor e dire-
modinâmicos para obter a situação de equi- aplicação dos testes da corrosão eletroquí- tor da RECUPERAR, além de consultor técni-
líbrio do ferro em contato com a água, ba- mica. Daí para diante foi uma sucessão de co de diversas empresas.
seando-se naquelas equações de Nernst e novas descobertas: • L. Beck, Geschichte des Eisens, Vierweg &
Gibbs-Helmholtz. Este importante cálculo Sohn, Braunschweig 1884/1903.
• Em 1942, Hickling bolou um aparelho • U.R. Evans, Eiführeeng in die Korrosion der
permitiu inventar seus famosos diagramas metalle. Historischer Überblick.
potencial elétrico – pH, abrindo a porta para elétrico que controlava o potencial, o qual
a compreensão das condições da corrosão, chamou de potenciostato.
passividade e imunidade do ferro em con- • Em 1950 começaram a ser utilizados os
tato com a água. Pourbaix, posteriormente, aços inoxidáveis. “Recentes
criou diagramas para todos os metais em • Em 1954, C. Edeleom introduziu a pro- recomendações do
contato com a água, incluindo a presença teção anódica para metais com compor- ACI para as estruturas
tamento ativo-passivo como o aço.
de alguns contaminantes e publicou-os no
“Atlas de equilíbrios eletroquímicos”. • Em 1956, J.L. Rosenfeld definiu os pri-
de concreto que
Neste mesmo ano de 1938, os alemães C. meiros conceitos sobre corrosão atmos- estocam líquidos
Wagner e W. Trand desenvolviam a teoria férica. corrosivos.”
do potencial misto, baseando-se no com- • Em 1957, M. Stern e A.L. Geary desen-
portamento de inúmeros processos de cor- volveram a técnica de polarização linear, Próxima Ediçăo
rosão superpostos em processos eletroquí- de modo a medir-se, rapidamente, a ve-
micos. Não precisa dizer que este achado locidade da corrosão eletroquímica.
RECUPERAR • Março / Abril 2003 33

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