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ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4* REGIAO DIREITO CONSTITUCIONAL |. Constituigdo: principios fundamentais. Il, Da Aplicabilidade e Interpretacao das Normas Constitucionais, Ill. Controle de Constitucionalidade, IV. Dos Direitos e Garantias Fundamentais. Verbo Juridico VI. Da Administragao Publica... VII. Organizacao dos Poderes. 1. Poder Legislativo... 2. Poder Executivo, 3. Poder Judiciario e Fungées Esser 002 005 008 023 067 077 082 082 102 104 ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico DIREITO CONSTITUCIONAL I CONSTITUICAO: PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS Os prineipios fundamentais do Estado brasileiro estio previstos no Titulo I da nossa Constituigo Federal. Sao também idenlificados como principios estruturantes do nosso sistema constitucional, porquanto “tém relevante fingdo na indicagdo dos valores que devem predominar no proceso hermenéutico, isto é 0 de descoberta do sentido da norma constitucional. Os prineipios fundamentais estiio muito além de indicadores da atuagdo do Estado, pois consubstanciam os valores de suprema importéncia na organizagdo da sociedade brasileira. Art. 1, A Repiblica Federativa do Brasil, formada pela unido indissoliivel dos Estados ¢ Municipios © do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democratico de Direito e tem como fundamentos: |-a soberania; lI a cidadania; Ill - a dignidade da pessoa humana; IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; \V-o pluralisma politico. Paragrafo tinico. Todo 0 poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleilos ou diretamente, nos termos desta Consituigao, © nome do Estado - Repiblica Federativa do Brasil repiiblica — ¢ a forma de estado — federagao, indica a forma de governo — 1. REPUBLICA Repiiblica & forma de govemo que se opde & monarquia, caracterizando-se principalmente pela necesséria alterndncia no poder ¢ pela responsabilidade dos agentes piiblicos, que respondem por scus atos. Por isso so considerados scus elementos essenciais a temporariedade dos mandatos politicos ¢ a responsabilidade dos governantes "SF, Napa. Dito Constcional 200, Rode Jaro, Foren p. 141 2 ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4* REGIAO Verbo Juridico 2, FEDERACAO. federalismo & a forma de estado adotada, significando uma unio de entes que gozam de autonomia, Sao partes indissocidveis, Nossa federagio ¢ formada pela Unido, Estados-membros, Distrito Federal e Municipios, de forma indissolivel. ¥ ¥ 3. ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO © art. 1° também estabelece um Estado Demooritico de Dircito, ou seja, sua submissdo as normas juridicas, normas democriticas, elaboradas com a participagéo popular direta ou por meio de representantes. Estado de dirvito significa que todos se encontram submetidos as regras juridicas inclusive o proprio Estado. De outro lado, a Constituigio adota uma democracia semidireta ou participativa, porquanto assegura exeroicio de soberania popular de mancira indircta ou represcntativa ¢ de maneira direta 4, FUNDAMENTOS * Soberania é 0 poder politico que atribui ao Estado sua personalidade de dircito internacional, idadania é a possibilidade de participagao dos individuos nas decisdes politicas Em nosso sistema constitucional, cidadao ¢ o eleitor, ou scja, quem esta no gozo de seus direitos politicos. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4* REGIAO Verbo Juridico + Dignidade da pessoa humana, que, no conccito de Ingo Sarlet, significa a qualidade intrinseca e distintiva reconhecida em cada ser Inmano que 0 faz merecedor do mesmo respeito e consideracao por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a the garantir as condicdes existenciais minimas para uma vida sauddvel, além de propiciar e promover sua participacdo ativa e corresponsdvel nos destinos da prépria existéncia ¢ da vida em comunhdo com os demais seres humanos. * ‘© Valores sociais do trabalho e d sua subsisiéncia e o desenvolvimento do pais, iativa, garantindo-se aos seres humanos + Pluralismo_politico, afirmando a participagao popular nos rumos politicos, garantindo a organizagao ¢ participagao de partidos politicos. 5, ORGANIZAGAO DOS PODERES © artigo 2* consagra 0 principio da separagio de poderes, na doutrina classica da tripartigao dos poderes. Art. 2°. So Poderes da Unido, independentes e harménicos entre si, o Legislativo, 0 Executivo e 0 Judiciario. 6. OBJETIVOS FUNDAMENTAIS A Constitui s do piblicos, objetivando promover a justiga social jo Federal declara os fi ado, vineulando a atuagio dos poderes Art. 3°, Constituem objetivos fundamentais da Repiiblica Federativa do Brasil: | construir uma sociedade livre, justa e solidatia; Il garantir 0 desenvolvimento nacional; Ill - erradicar a pobreza e a marginalizagdo ¢ reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV = promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raga, sexo, cor, idade quaisquer outras formas de discriminagao. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico 7. PRINCIPIOS QUE REGEM AS RELACOES INTERNACIONAIS. Cuida aqui a Constituigo de consagrar os principios que determina a atuago os compromissos do Estado brasileiro na ordem internacional Art. 4°. A Repiblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relagdes intenacionais pelos seguintes principios: | -independéncia nacional; Il- prevaléncia dos eitos humanos; Ill - autodeterminagdo dos povos; IV - ndo-intervencao; V - igualdade entre os Estados; Vi-defesa da paz; VIL - solugao pacifica dos conflitos; Vill - repuidio ac terrorismo e ao racismo; 1X - cooperago entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessao de asilo politico. Paragrafo unico. A Republica Federativa do Brasil buscara a integragao econdmica, politica, social e cultural dos povos da América Latina, visando a formagao de uma ‘comunidade latino-americana de nagées, I. DA APLICABILIDADE E INTERPRETACAO DAS NORMAS. CONSTITUCIONAIS 1. DA APLICABILIDADE, ‘APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS Constitucionais de eficéeia plena: dispdem de aplicabilidade dircta, imediata e integral. Normas _Constit eficdcia contida’ no so dotadas de aplicabilidade integral (ha possibilidade de redugio do aleance do preceito por via da legislago ordinéria) mais de | Normas Constitucionais de icdcialimitada: no sao providas de aplicabilidade direta © imediata (subdividem-se cm declaratorias de principio institutivo ow organizatorio declaratérias de principio programético) ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico 2. DAINTERPRETAGAO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS Alexandre de Moracs’, referenciando a doutrina de Canotilho ¢ Jorge Miranda, destaca ‘uma série de prineipios e regras interpretativas das normas consfitucionais, nomeadamente: © Unidade da Constitui¢ao: a interpretagdo deve ser realizada de mancira a evitar contradigGes entre suas normas; # Efeito integrador: deve ser dada primazia aos critérios favorecedores da integragio politica e social, bem como ao reforgo da unidade politica: * Méxima efetividade (eficignoia): a interpretagio deve sempre buscar a maior cficdcia possivel da norma constitucional — principalmente em se tratando de Dircitos Fundamentais; ‘© Justeza ou conformidade funcional: os érgios encarregados da interpretago nfo poderio chegar a uma posigo que subverta, altere ou perturbe 0 esquema 6rio-funcional constitucionalmente estabelecido pelo legislador constituinte 1 coordenagiio ¢ combinago dos ificio total de uns em relago aos © Concordaincia pritica ou harmonizagao: exige bens juridicos em conflito de forma a se evitar 0 sa outros; © Forga Normativa da Constituigio: entre as interprotagées possiveis, deve ser adotada aquela que garanta maior eficdcia, aplicabilidade © permanéncia das normas constitucionais ‘© Colisio (ou contradigao) entre prineipios: deve ser superada por meio da redk proporcional do ambito de alcance de cada um deles ou, em alguns casos, mediante a preferencia ou prioridade de certos principios; ‘© Funcio dtil da norma constitucional: é vedada a interpretagio que Ihe suprima ou diminua a finalidade; © Preceitos constitucionais: deverdo ser interpretados tanto explicitamente quanto implicitamente, com o fim de se alcangar compreensio mais adequada acerca do contetido da norma, SMORAES. op ep. 10-1 ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Uma questo que merece destaque se refere ao Preambulo da Constituigo, Muito se discute acerca de sua natureza ¢ eficdcia, Alexandre de Moraes ¢ Pedro Lenza sustentam no se tratar de norma juridica, porém o Predmbulo constitucional possui importante fungio orientadora da interpretagio ¢ integragio do texto constitucional. A auséneia de cardter normative exatamente € um dos fatores que fundamentam a desnecessidade de que a invovagao da protegao de Deus nio seja norma de reprodugao obrigatéria nas Constituigdes estaduais.* Ainda em relagdo & hermenéutica constitucional, importante destacar dois mevanismos fundamentais constitucionalizagio dos textos normativos infraconstitucionais: a Interpretagio conforme a Conslituigdo e a Declaragio de Inconstitucionalidade (nulidade) Parcial sem Redugio de Texto,” A interpretagio conforme a Constituigio pode ser com ou sem redugio de texto. Uma de suas finalidades seré exatamente preservar (ou tentar salvar) a constitucionalidade da norma infraconstitucional na sua concepgio textual origindria, Haverd interpretagiio conforme a Constituigdo com redugdo de texto quando, em virtude da redagio do texto confrontado, for declarada a inconstitucionalidade de determinada, Na interpretagdo conforme a Constituigo sem redugfo de texto a constitucionalidade da norma esta condicionada a determinada interpretago. Ou seja, como leciona a Professora Vania Hack de Almeida, no se trata de alterar o texto, mas sim de vincular a sua constitucionalidade 4 determinada interpretagdo.° Na interpretag#o conforme a Constituigio no se declara inconstitucionalidade de uma norma infraconstitucional quando for possivel uma interpretagdo que resguarde a harmonia ¢ coeséo sistemitica da ordem constitucional Nao se faz, portanto, interpretagao por fatias, devendo ser sempre considerado o sistema constitucional como um todo. Por sua vez, a declarago de nulidade parcial sem redugo de texto, a certa mancira, segue © caminho inverso: excluem-se, por inconstitucionalidade, determinadas hipsteses de aplicagao do dispositivo infraconstitucional confrontado sem que se produza altcrago em scu texto, taste o cans noma cea, Invocusie depot de Deus no saa de noma de eproditeobigaiin ra * asa nie opr nce de wae 28 de nS 6BR TES A cel ‘nit Solace aces a ete nee ee OO ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Ill. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE © controle de constitucionalidade consiste num dos clementos-chave de preservagio da ordem constitucional. Alexandre de Moraes refere que a “ideia de controle da constitucionalidade esté ligada a Supremacia da Constituigio sobre todo 0 ordenamento Juridico e, também, a de rigidez constitucional ¢ protegdo dos direitos fundamentais™. © controle de constitucionalidade ¢ feito a partir da anélisc da adequasio de determinada lei ou ato normative quanto aos seus requisitos formais ¢ materiais. Pedro Lenza classifica como um “nitide processo de alerigao da compatibilidade vertical das normas inferiores em relagdo ao que foi considerado como ‘modelo constitucional”™. © controle de constitucionalidade pode ser classificado quanto ao momento de sua realizagio (preventive ou repressivo) ou quanto ao érgio responsivel pelo controle repressive (controle politico, judiciério ou misto). O Brasil adotou o controle judiciério (0 qual é realizado por érgdos integrantes do Poder Judiciario). © Controle preventive (ou prévio) esté, via de regra, associado a vicio no processo lative. O controle pode ser exercido pelo Poder Legislativo, através das Comissbes de Constituigo ¢ Justiga que possuem como fungao preeipua a anilise da constitucionalidade dos projetos de lei ¢ de emendas constitucionais. Igualmente, o controle seré realizado pelo Plenario da Casa Legislativa quando 0 projeto for rejeitado. Também 0 controle poder ser exereido pelo Poder Executive quando, por exemplo, o Presidente da Repiblica utiliza 0 veto (também chamado de veto juridico) quando entender pela inconstitucionalidade da espécie normativa. No ambito do Poder Judicisrio, cabe através do controle difuso (ex.: inobservincia do devido processo legislative — parlamentar pode entrar com mandado de seguranca na hipétese de mobservancia dos preceitos constitucionais dos artigos 59 a 69. Observayio: a tese majoritéria do STF & que o Judiciério nfo pode adentrar na anélise da constitucionalidade dos regimentos internos da Camara ¢ do Scnado Federal, mas tio somente analisar as normas constitucionais referentes ao proceso legislative, sob pena de afronta ao principio da separagao dos poderes). © controle repressive (ou posterior) & misto: ele & realizado na forma difusa ou concentrada. Aqui jé ha (exis/e) 0 ato normative objeto de impugnaglo quanto a sua (in)constitucionalidade. Em_reera, & realizado pelo Poder Judiciério, —porém, excepcionalmente, seré realizado pelo Poder Legislativo em duas hipsteses: 1°) quando 0 Congresso Nacional sustar os atos do Poder Exccutivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegagdo legislativa (CF, art. 49, V); 2%) quando o Congresso Nacional rejeitar a medida proviséria editada pelo Presidente da Repiblica (CF, art. 62) LENA, op at 2223 ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico 1. CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE © controle difuso é realizado por via de excegio ou defesa, de forma incidental, caracterizado pela permissio que qualquer juiz ou Tribunal tem para realizar, no caso concreto, a anilisc sobre a compatibilidade do ordenamento juridico com a Constituigio Federal. Aqui, a promincia sobre a inconstitucionalidade nao & o objeto principal da lide, mas sim uma questio prévia indispensavel ao julgamento do mérito — afasta o cumprimento da Ici no caso conereto (sem eficacia para tereciros). Importante destacar que para a declaraso da inconstitucionalidade do ato normativo, nos tribunais, deve ser observada a chiusula de reserva de plenario Art, 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respeetivo érgio especial poderdo os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Piblico, De acordo com o pardgrafo tinico do art, 481 do CPC, existem duas excecdes a regra da cléusula de reserva de plendrio: os rgios fracionérios dos tribunais no submeterdo a0 plenirio, ou ao érgio especial, a arguigio de inconstitucionalidade, quando jé houver pronunciamento destes ou do plenario do Supremo Tribunal Federal sobre a questo. Alexandre de Moraes faz ainda a seguinte observagio sobre a questo: A cldusula de reserva de plendno nio veda a possibilidade de 0 juiz monocritico declarar a inconstitucionatidade de lei ou ato normativo do Poder Publico, mas, sim, dctormina uma regra especial aos tribunais para garantia de maior scguranga juridica, Além disso, nao se aplica para a declaragio de constitucionalidade dos érgios fraciondrios dos tribunais.” Também ocorre violagio a eldusula da reserva de plenério quando Sérgio fraciondrio de Tribunal no declara expressamente a inconstitucionalidade de uma norma, mas afasta a sua aplicagao (declaragao implicita), Neste sentido a Sdmula Vinculante n° 10: “Viola a clausula de reserva de plenario (CF, art. 97) a decisdo de érgao fracionario de Tribunal que, embora nao declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder piiblico, afasta sua incidéncia, no todo ou em parte.” * ap 888 4 ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico No Ambito do STF, o controle ocorre incidentalmente, a partir da anzlise do caso concreto, por decisio da maioria absoluta de seus membros.A partir da declaragio da inconstitucionalidade, 0 STF pode oficiar ao Senado Federal para que suspenda a exccusio, no todo ou em parte, dessa lei (CF, art. 52, X), Todavia, trata-se de ato discricionirio do Senado, ou seja, poderd ou néo editar a Resolugo suspendendo a execugio da lei A ceficiicia da decisio no ambito do controle difuso &, em regra, entre as partes, com efeitos ex tune. © art. $2, X, da Constituigdo Federal permite ao Senado Federal suspender a exceugio da norma declarada inconstitucional por decisio definitiva do Supremo Tribunal Federal — hipétese que somente se dé no controle difuso de constitucionalidade — quando entio a decisio passa a produzir efeitos erga omnes, porém ex nunc (a partir da Resolugao do Scnado Federal). 1.1, Samula Vinculante © art, 103-A da Constituigo Federal criou o instituto da Samula Vinculante, permitindo a0 Supremo Tribunal Federal, apés reiteradas decisbes sobre matéria constitucional. de oficio ou por provecacio, mediante dois tersos de seus membros (oito ministros), editar, rever ou cancelar simula que teré efeito vinculante em relagdo aos demais érgdos do Poder Judiciirio ¢ a administragao publica, dircta c indircta, nas esferas, federal, estadual e municipal. A Lei n? 11.417, que regulamentou o art, 103-A da Constituigao Federal (Simula Vinculante) admite a legitimidade para provocar a cdigdo, a revisio ¢ 0 cancclamento de enunciado de stimula com cfeito vinculante, além dos indicados no art. 103 (Presidente da Repiblica, Mesa do Senado Federal, Mesa de Assembleia Legislativa ou da Camara slativa do Distrito Federal, Governador de Estado ou do Distrito Federal, Mesa da Camara dos Deputados, Procurador-Geral da Repiblica, Partido Politico com representagao no Congresso Nacional, Confederago Sindical ou entidade de Classe de Ambito Nacional), também, * 0 Defensor Pablico-Geral da Unio, + 0s Tribunais Superiores, + Tribunais de Justiga dos Estados ou do Distrito Federal Territérios, os Tribunais Regionais do Trabalho ¢ os Tribunais Regionais Eleitorais ¢ os Tribunais Militares. ‘Também os Municipios recebcram legitimago para provocar a edigio de Simula Vinculante, No entanto, deles exige-se que sejam parte em curso de proceso, devendo a provocagao se dar de forma incidental (art. 3°, § 1°, da Lei n° 11.417/06) ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4* REGIAO Verbo Juridico Segundo o § 3° do art, 103-A da Constituigéo Federal, do ato administrative ou decisio judicial que contrariar a simula aplicével ou que indevidamente a aplicar, caberd reclamasio ao Supremo Tribunal que, julgando-a procedente, anularé o ato administrative ou cassard a decisio judicial reclamada, ¢ determinaré que outra seja proferida, com ou sem a aplicagao da simula, conforme 0 caso. Ainda, nos termos da Lei n° 11.417/06, art. 7°, § 1°, contra omissio ou ato da administragdo publica, o uso da reclamagio s6 seré admitido apés 0 esgotamento das vias administrativas. 1.2, Repercussiio Geral A.Emenda Constitucional n° 45 trouxe importante instrumento ao acrescentar ao art, 102 da Constituigdo Federal, 0 § 3°, permitindo ao Supremo Tribunal Federal que recuse Recursos Extraordinarios, quando nao restar demonstrada a repercussio geral das questies constitucionais discutidas no caso conereto. Este dispositivo foi regulamentado pela Lei n° 11.418,/06, acrescentando os arts, 543-A e 543-B ao Cédigo de Processo Civil. 2. CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE no modelo austriaco © controle concentrado de constitucionalidade tem inspirag criado por Hans Kelsen, Nesse controle se busca a declaragao da inconstitucionalidade da I ntemente da existéncia de um caso conereto, scndo esse ou ato normative em tese, indeper © objeto principal da agio.'® Existem cinco espécies de controle concentrado previstas na Constituigéo: ADI (GENERICA) — conmoue eee noe AD INTERVENTIVA {prep ondenaasptco coms urogo ede esche contovesas cones" HACK op et p49) ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4* REGIAO Verbo Juridico 2.1, Agio direta de inconstitu 2.1.1. Consideragaes iniciais ‘Trata-se da hipétese mais conhecida © que vem prevista no art. 102, I, a da Constituigdo, A competéncia ¢ do STF © 0 objeto da agao consiste no exame da (in)constitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo federal ou estadual. Esto excluidos desse controle: + Os atos estatais de efeitos conerctos (com excegdio daqueles atos considerados primérios);, © Simulas; ‘+ Respostas do TSE as consultas que Ihe forem formuladas; ‘© Medidas provisérias cuja eficdcia j4 tenha se exaurido ou lei que tenha sido revogada; + Normas origindrias da Constituigo (nfo ha que se falar em normas constitucionais inconstitucionais, ou seja, nfo ha inconstitucionalidade originéria, admitindo-se a inconstitucionalidade de emendas constitucionais, as quais estdo sujcitas ao controle de constitucionalidade), * Leis e atos normativos municipais; * Leis ow atos normativos anteriores & Constituigao; * Atos regulamentares no admitem ago dircta, porquanto o STF exige © confronto dircto entre norma © Constituigio. No entanto, cabe ADI contra o “dccreto auténomo™' do Presidente da Republica por ofensa ao principio da reserva legal. Nio é possivel ADI contra lei ou ato normativo municipal em face da Constituigio Federal — seu controle somente sera possivel através do controle difuso ou da ADPF. Quanto 0s Tratados ¢ demais atos do Dircito Intemacional, é possivel 0 scu controle quanto a sua internalizagfo no ordenamento juridico brasileiro (CF, art. 49, D. " Sera aqua stuajdoemqueo Peseta Repibic tin um Deceto som ere artror qu possa separ ole regulon, ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Importante observar que em face da Emenda Constitucional n° 45/2004, os tratados e convengdes internacionais sobre Direitos Humanos serao equivalentes. ds emendas constitucionais se aprovados, cm cada Casa do Congresso Nacional, cm dois turnos, por trés quintos dos votos dos respectivos membros (CF, art. 5°, § 3°), Nesse caso, a anilise da constitucionalidade deve atentar para os pardmetros fixados no art, 60 da Constituigao. 2.1.2 Legitimidade No tocante legitimidade, observar-se-4 o disposto no artigo 103 da Constituigao Art, 103. Podem propor a acao direta de inconstitucionalidade e a agao declaratoria de constitucionalidade: (Redacao dada pela Emenda Constitucional n° 45, de 2004) - 0 Presidente da Republica; ~ a Mesa do Senado Federal: Illa Mesa da Camara dos Deputados; IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Camara Legislativa do (Redacao dada pela Emenda Constitucional n® 45, de 2004) Vo Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redacdo dada pela Emenda Constitucional n° 45, de 2004) VI- 0 Procurador-Geral da Republica; VIl- 0 Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasi VIII - partido politico com representagdo no Congresso Nacional; IX - confederacao sindical ou entidade de classe de 4mbito nacional, § 1° - O Procurador-Geral da Repiiblica devera ser previamente ouvido nas agées de inconstitucionalidade e em todos os processos de competéncia do Supremo Tribunal Federal, § 2° - Declarada a inconstitucionalidade por omissdo de medida para tomar efetiva norma consfitucional, sera dada ciéncia ao Poder competente para a adogdo das providéncias necessarias ©, em se tratando de érgao administrativo, para fazé-lo em trinta dias. § 3° - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citar, previamente, 0 Advogado-Geral da Unido, que defendera o ato ou texto impugnado. istrito Federal; Com exceso dos legitimados previstos nos incisos IV. V ¢ IX, os demais so dotentores da denominada legitimaeao ativa universal. Por sua vez, aqucles dos incisos referidos, precisam comprovar a pertinéncia temética (definida como 0 requisite objetivo da relacao de pertinéncia entre a defesa do interesse especifico do legitimado ¢ o objeto da propria agio)'*. Por entidade de classe entenda-se como de categoria profissional - 0 STF tem admitido inclusive ADI proposta por “associagdo de assoviagbes” PADInn #2 TEBAgR ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Quanto aos partidos politicos, a exigéncia constitucional & satisfeita com a existéncia de pelo menos um parlamentar, em qualquer das Casas Legislativas, filiado a determinado partido politico. Directorio ou Exccutiva Regional nfo esto autorizados a proporem ADI. A aferigdo da legitimidade deve ser feita no momento da propositura, de modo que a superveniente perda da representagdo do partido politico no Congreso Nacional néo implica prejuizo ao seguimento da ADI Na ADI o Tribunal Constitucional transforma-+ norma do ordenamento juridico, m legislador negativo, excluindo a Nio se admite desisténcia ~ face ao principio da indisponibitidade, 0 autor da ago esté também impedido de desistir do pedido de medida cautelar formulado,* E cabivel pedido de medida cautelar na ADI (CF, art. 103, I, p), sendo necessirio, porém, a comprovagao do perigo de dano irreparavel — a eficacia desse provimento cautelar, em regra, sera de eficdicia ex mune (nio retroativo), salvo se o Tribunal entender que deva eficdcia retroativa, Salvo no periodo de recesso, a medida cautelar na ago direta seré concedida por decisio da maioria absoluta dos membros do Tribunal, se presentes pelo menos oito Ministros na sesso, apés a audiéneia dos érgos ou autoridads dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverdo pronunciar-se no prazo de cinco dias. Em caso de excepeional urgéneia, o Tribunal podera deferir a medida cautelar sem a audiéneia dos drgios ou das autoridades das quais cmanou a Ici ou o ato normativo impugnado, O relator, julgando indispensivel, ouviré o Advogado-Geral da Unido © 0 Procurador-Geral da Reptiblica, no prazo de trés dias. No julgamento do pedido de medida cautelar, serd facultada sustentagdo oral aos representantes judiciais do requerente © das autoridades ou drgios responsaveis pela expedigdo do ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal. A concessio da medida cautelar toma aplicavel a legislagio anterior acaso existente, salvo expressa manifestagdo em sentido contrario, Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da releviincia da matéria c de seu especial significado pata a ordem social ¢ a seguranga juridica, poder, apos a prestagio das informagSes, no prazo de dez dias, © a manifestagio do Advogado-Geral da Unido © do Procurador-Geral da Repiilica, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente 20 Tribunal, que terd a faculdade de julgar definitivamente @ ago. A atual jurisprudéncia do STF tem considerado que o transcurso de significativo lapso temporal prejudica o requisito do periculum in mora, tomando incabivel a concessio de liminar. Havendo fatos supervenientes, € possivel reiterar 0 pedido de medida cautelar na ADI conceder-I Nao ha prazo prescricional ou decadencial previsto para a propositura de ADI, uma ‘vez. que se trata de ato insandvel nio sujcito a convalidagao. "*MORAES. op ot 678. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico © Advogado-Geral da Unido tom 0 papel de exercer a defesa da lei ou ato normative impugnado, independentemente de sua naturezst ser federal ou estadual ~ cle atua como curador especial do principio da presunedo de constitucionalidade das leis e atos normativas, Nos termos do § 3° do art. 103 da CF (“Quando 0 Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tesc, de norma legal ou ato normativo, citard, previamente, 0 Advogado-Geral da Unido, que defenderd o ato ou texto impugnado.”) Entendcu recentemente o STF ser necessario fazer uma interpretasdo sistematica deste dispositivo, no sentido de que o § 3° do art, 103 da CF concede & AGU o direito de ‘manifestagdo, haja vista que exigir dela defesa em favor do ato impugnado em casos em que 0 interesse da Unido coincide com o interesse do autor, implicaria retirarthe sua fungio primordial que & a de defender os interesses da Unido (CF, art. 131). Além disso, a despeito de reconhecer que nos outros casos a AGU devesse exercer esse papel de contraditora no proceso objetivo, constatousse um problema de ordem pratica, qual seja, a falta de competéncia da Corte para impor-the qualquer sang0 quando assim no procedesse, em razio da inexisténcia de previsio constitucional para tanto. 2.1.3 Procedimento A petisio indicaré o dispositive da Ici ou do ato normative impugnado © os fundamentos juridicos do pedido em relagio a cada uma das impugnagSes, bem como o pedido, com suas especificagdes. A petigdo inicial, acompanhada de instrumento de procurago, quando subscrita por advogado, serd apresentada cm duas vias, devendo conter cépias da lei ou do ato normativo impugnado ¢ dos documentos necessarios para comprovar a impugnaso. A petigo inicial inepta no fundamentada ¢ a manifestamente improcedente serdo liminarmente indeferidas pelo relator, sendo cabivel agravo da decisdo que a indeferir 0 relator pediré informagées aos érgios ou as autoridades das quais emanou a lei ou 0 alo normativo impugnado, scndo estas prestadas no prazo de trinta dias contado do recebimento do pedido. Nao se admitird intervengao de terceiros no processo de agio direta de inconstitucionalidade. Todavia, 0 relator, considerando a relevancia da matéria © a presentatividade dos postulantes, podera, por despacho irrecorrivel, admitir a manifestagio de outros Srgios ou entidades (6 a consagragio da figura do amicus curiae). Decorrido 0 prazo das informayécs, sero ouvidos, sucessivamente, 0 Advogado-Geral da Unido © 0 Procurador-Geral da Repiblica, que deveriio manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias ‘Vencidos os prazos das manifestages do Advogado-Geral da Unido © do Procurador- Geral da Repiblica, o relator langaré o relatério, com cépia a todos os Ministros, ¢ pedird dia para julgamento, ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstincia de fato ou de notéria insuficiéneia das informagdes existentes nos autos, poderd o relator requisitar informasdes adicionais, designar perito ou comissio de peritos para que emita parecer sobre a questio, ou fixar data para, em audigncia piblica, ouvir depoimentos de pessoas com experiéncia © autoridade na matéria, O relator poderé, ainda, solicitar informagics aos Tribunais Superiores, aos Tribunais Federais ¢ aos Tribunais Estaduais acerca da aplicagao da norma impugnada no ambito de sua jurisdigao. As informayées, pericias © audi realizadas no prazo de trinta dias, conlado da solicitago do relator. 2.1.4 A decisio da Agio Direta de Inconstitucionalidade A deciso sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normative somente seré tomada se presentes na sessio pelo menos oito Ministros. Efetuado © julgamento, proclamar-se~4 a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposi ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros (maioria absoluta). Se nao for alcangada a maioria necessdria a declarago de constitu-cionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em niimero que possa influir no julgamento, este ser suspenso a fim de aguardar-se 0 comparecimento dos Ministros auscntes, até que se atinja o nimero necessério para prolagio da decisio num ow noutro sentido. Proclamada a constitucionalidade, julgar-sc-4 improcedente a ago directa ou procedente eventual ago declaratéria; ¢, proclamada a inconstitucionalidade, julgar- procedente a ago dircta ou improcedente eventual agdo declaratoria (6 0 chamado ditplice efeito), © STF nio esta adstrito aos fundamentos invocados pelo autor (causa de pedir). mas sim a0 pedido — ¢ possivel declarar a inconstitucionalidade do dispositive impugnado por fundamento diverso daquele apontado na inicial. A docisio que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ago direta ou em agdo declaratoria ¢ irrecorrivel, ressalvada a interposigao de embargos declaratérios, ndo podendo, igualmente, ser objeto de ago rescisoria Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, ¢ tendo em vista razies de seguranga juridica ou de excepcional interesse social (requisito material), poder o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois tergos de seus membros (requisito formal), restringir os efeitos daquela declaragdo ou decidir que ela sé tenha eficéeia a partir de seu trnsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. idade, inclusive a ‘A declarasio de constitucionalidade ou de inconstitucio interpretagio conforme a Constituig#o © a declaragdo parcial de inconstitucionalidade sem redugdo de texto, tém eficiicia contra todos (erga omnes) ¢ efeite vinculante em relago aos ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Srgios do Poder Judicidrio © & Administragdo Pablica Federal, Estadual ¢ Municipal. A decisto que declarar a inconstitucionalidade tera efieiieia ex tune (retroativa). “A declaragiio de inconstitucionalidade de uma norma acarreta a repristinagdo da norma anterior que por ela havia sido revogada, uma vez que a norma inconstitucional & norma nula, nao subsistindo nenhum de seus efeitos.’"*A Emenda Constitucional n° 45/2004 alterou o paragrafo 2° do art. 102 da Constituigao, de modo que, atualmente, as decisdes definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas agdes diretas de inconstitucionalidade © nas agées dcclaratérias de constitucionalidade, prodwiréo cficdcia contra todos ¢ feito vinculante, e aos demais orgios do Poder Judicidrio ¢ & administragio pablica dircta © relativamen indircta, nas esferas federal, estadual ¢ municipal. Esse efeito vinculante previsto no § 2° do art, 102 da CF se estende inclusive quanto ratio decidendi, porém nio condiciona © proprio STF. Para a preservagio de sua competéncia e garantia da autoridade de suas decis admissivel reclamagéo, a qual poderé ser proposta por aqueles que forem atingidos por devises contrdrias ao entendimento firmado pelo S 3. ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSAO Nos termos do art, 103, § 2%, declarada a inconstitucionalidade por omissiio de medida para tornar efetiva norma constitucional, seré dada ciéncia ao Poder competente para a adogio das providéncias necessérias e, em se tratando de érgio administrative, para fazé-lo em trinta dias, ‘eu objeto consiste nas chamadas normas constitucionais de eficicia limitada de (parcial, A norma constitucional encontra-se regulamentada pela lei n’ 12.063/09, que acrescenta a Lei n® 9.868, de 10 de novembro de 1999, o Capitulo I-A. Os legitimados ¢ © procedimento sfio os mesmos da ADI genérica. Proposta a ago, no se admitira desisténcia (Os demais legitimados podero manifestar-sc, por escrito, sobre © objeto da ago ¢ pedir a juntada de documentos reputados iiteis para o exame da matéria, no prazo das informagSes, bem como apresentar memoriais. O relator podera solicitar a manifestagio do Advogado-Geral da Unido, que deverd ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. O Procurador-Geral da Repiblica, nas ages em que no for autor, terd vista do processo, por 15 (quinze) dias, apés o decurso do prazo para informagies. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Admite-se medida eautelar, que poderd consistir na suspensio da aplicagao da lei ow do ato normativo questionado, no caso de omissio parcial, bem como na suspensio de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda cm outra providéneia a ser fixada pelo Tribunal. Da decisio ¢ possivel buscar a responsabilizagao do Poder Pablico administrative caso © érgdo administrativo nao supra a omissao, Em relago ao Poder Legislativo, dada a cigncia para a adogo das providéncias necessarias, fica ao crilério de oportunidade ¢ conveniéncia de legislar (0 STF nao pode obrigar que seja feita a Lei, sob pena de afronta ao principio da separagio dos poder (mandamental), s). A decisio tem carster obrigatér 4. ACAO DIRETA INTERVENTIVA Embora a regra seja a autonomia dos entes federados quanto a sua organiza politico-administrativa (CF, art. 18 34), admitc-se a intervengéo da Unido nos Estados ¢ nos Municipios. Essa ago tem por objeto assegurar a observncia dos principios sensiveis (CF, art. 34, VID: excepcionalmente ¢ cm hipéteses taxativas (CF, art. a) forma republicana, sistema representativo regime democratico; b) direitos da pessoa humana; ©) autonomia municipal 4d) prestagao de contas da administracao publica, direta e indireta. ©) aplicagao do minimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferéncias, na manutengao e desenvolvimento do ensino © nas agées e servigos piiblicos de satide, (Redacto dada pela Emenda Constitucional n?® 29, de 2000) ‘A legitimidade para propor a ago é exclusiva do Procurador-Geral da Republica, 0 qual atua com discricionariedade (CF, art, 36, II). Trata-se de ago com dupla finalidade, pois pretende a declaragao de inconstitucionalidade formal ou material da lei ou ato normativo estadual (finalidade juridica) © a decretagdo de intervengio federal no Estado-membro ou Distrito Federal (finalidade politica), constituindo-se, pois, um controle direto, para fins concretos, 0 que torna inviavel a concessio de liminar.” o privativo do Presidente da Republica (CF, art. 84, X), " MORAES. op ot . 597 ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4* REGIAO Verbo Juridico 8. AGAO DECLARATORIA DE CONSTITUCIONALIDADE 5.1, Consideragées iniciais Essa agdo tem previstio no artigo 102, I, a, im fine da Conslituigo. Foi introduzida pela Emenda Constitucional n° 3/1993, sendo posteriormente modificada pela de n° 45/2004. Sua finalidade consiste em afastar a inseguranga juridica ou o estado de incerteza sobre a validade de Ici ou ato normativo federal, buscando a preservago da ordem juridica constitucional, * Hé uma presungo relativa de constitucionalidade das leis e atos normativos, sendo possivel 0 afastamento de sua aplicagio através do controle difuso de constitucionalidade ou pela recusa a0 cumprimento por parte do Poder Exccutivo. Assim, a ADC tem por finalidade precipua transformar em absoluta a presungio de constitucionalidade através da vinculagio de sua decisio. E prossuposto para 0 ajuizamento da ADC a comprovagio da controvérsia judicial ~ nfo bastam entendimentos doutrinérios diversos, sendo exigivel prova da divergéncia judici: De outro lado, a ADC somente tem por objeto leis ou atos normativos feder: diferentemente da ADI que admite leis ou atos normativos federais ou estaduais wry | toe | Soe” 5.2 Procedimento A petigao inicial indicara: 0 dispositive da Ici ou do ato normativo questionado ¢ os fundamentos juridicos do pedido; 0 pedide, com suas especificagdes; a existéncia de controvérsia judicial relevante sobre a aplicagio da disposigio objeto da ayo declaratéria. A petigio inicial, acompanhada de instrumento de procuraglo, quando subscrita por advogado, seré apresentada om duas vias, devendo conter c6pias do ato normativo questionado © dos documentos necessérios para comprovar a procedéncia do pedido de declaragdo de constitucionalidade, "MORAES. op tp. 700 ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico A petigdo inicial inepta, ndo fundamentada e a manifestamente improcedente sero liminarmente indeferidas pelo relator, sendo cabivel agravo dessa decisdo. Proposta a ago declaratéria, nio se admitiré desisténcia, Nao se admitiré intervengio de terceiros no processo de ago declaratéria de constitucionalidade (inexiste sujeito passivo) Seré aberta vista a0 Procurador-Geral da Repiblica, que deveré pronunciar-se no praro de quinze dias. Vencido esse prazo, o relator langard o relalério, com cépia a todos os Ministros, ¢ pediré dia para julgamento. Na ADC niio haverii manifestagiio do Advogado- Geral da Uni Em caso de ni notéria insuficiéneia das informagées existentes nos autos, poder o relator requisitar informagées adicionais, designar perito ou comissio de peritos para que emita parecer sobre a questio ou fixar data para, em audiéncia péblica, ouvir depoimentos de pessoas com experigncia © autoridade na matéria, O relator poderé solicitar, ainda, informagies aos Tribunais Superiores, aos Tribunais Federais ¢ aos Tribunais Estaduais acerca da aplicagio da norma questionada no ambito de sua jurisdigo. Essas informagdes, pericias © audiéncias serio realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicitagdo do relator. sidade de esclarecimento de matéria ou circunstineia de fato ou de No mais, sc aplica a disciplina da ADI, inclusive quanto ao quorum para a decisio. F: possivel a concessio de medida liminar, em nome do poder geral de cautcla, com cficdcia ex nunc ¢ efeitos vinculantes erga omnes para assegurar, provisoriamente, a constitucionalidade da Ici ou alo objeto da ADC. E cabivel o manejo de reclamacdo para garantir a autoridade da decisio do STF 5.3 Efeitos da decisio ‘Segue a mesma sistematica da ADI - inclusive quanto ao diiplice efeito. A decisio tera eficdvia erga omnes e vinculante. 6, ARGUICAO DE DESCUMPRIME TO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. 6.1 Consideragies iniciais Nos termos do pardgrafo 2° do artigo 102 da Constituigéo, a arguigao de descumprimento de preceito fundamental ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da Ici. Trata-se, portanto, de norma de eficdcia limitada, a qual vcio a ser regulamentada pela Lei n? 9.882/1999. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico De avordo com essa lei, a ADPF sera proposta perante o Supremo Tribunal Federal, © tera por objeto evitar ou reparar lesio a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Pablico. A ADPE, portanto, poderé ser mangjada em carter preventivo ou repressive. Cabera também arguigdo de descumprimento de preceito fundamental quando for relevante 0 fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normative federal, estadual ou incluidos os anteriores i Constituigao”” (¢ 0 ponto controverso na doutrina ¢ jurisprudéneia © que vem sendo denominado como ADPF por equiparaedo ow arguigdo incidental”. Os legitimados so 0s mesmos colegitimados & propositura da ADI, valendo as mesmas observagies jé feilas naqucle t6pico. Apesar do veto do inciso II do art. 2° da Lei n® 9.882/1999, o parigrafo 1° do citado artigo refere que “na hipétese do inciso TI, faculta-se ao interessado, mediante represenlagio, solicitar a propositura de arguigdo de descumprimento de preceito fundamental ao Procurador-Geral da Repiblica, que, examinando os fundamentos juridicos do pedido, devidiré do cabimento do seu ingresso em juizo”. A ADPF possui um cariiter sub descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz. de sanar a lesividade (no substitui as ages constitucionais e nem ADI, ADC etc,). Pelo principio da subsidiariedade se exige o esgotamento de todas as vias possiveis para sanar a lesdo ow ameaga de lesfo a preceito fundamental (utilizando-se da linguagem do Dircito Penal: seria a ultima ratio). Todavia, © STF ja admitiu o recebimento de ADPF como ADIn.”! rio, ou seja, no sera admitida arguigo de 6.2 Procedimento A petigao inicial devera conter: a indicagio do preceito fundamental que se considera violado; a indicagio do ato questionado; a prova da violagio do preceito fundamental; o pedido, com suas especificagics, se for 0 caso, a comprovagio da existéncia de controvérsia judicial relevante sobre a aplicagio do preceito fundamental que sc considera violado. "Guano &possblaace de ADPF conta oreo prscenstticonal vide ADPF 5400, Rel Mn aco Aue, Informa 38. Te eerortGonstate esa do xn oF ri pr ed argc 1 nove va Ga gyro ce co agri a9 Spode sea $F ak) bom come let Elan race b109"308) ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico A petigao inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, sera apresentada em duas vias, devendo conter eépias do ato questionado © dos documentos necessérios para comprover a impugnagio. A petigao inicial sera indeferida liminarmente, pelo relator, quando nao for 0 caso de arguigdo de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos presoritos na Lei n° 9882/1999 ou for inepta, sendo cabivel agravo dessa decisio, no prazo de cinco dias © Supremo Tribunal Federal, por deciso da maioria absoluta de scus membros, poderé deferir pedido de medida liminar na arguigio de descumprimento de preceito fundamental. Em caso de extrema urgéncia ou perigo de lesio grave, ou ainda, em periodo de recesso, poderd o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno, c lator poderd ouvir os rgios ou autoridades responsavcis pelo ato questionado, ‘bem como 0 Advogado-Geral da Unido ou 0 Procurador-Geral da Repiblica, no prazo comum de cinco dias. A liminar poder consistir na determinagio de que juizes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisdes judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relagio com a matéria objeto da arguigio de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada. Apreciado © pedido de liminar, o relator as autoridades responsiveis pela prética do ato questionado, no solicitard as informa prazo de dez dias. Se entender necessério, poderd o relator ouvir as partes nos processos que enscjaram a arguigdo, requisitar informagdes adicionais, designar perito ou comissdo de peritos para que emita parecer sobre a questo, ou ainda, fixar data para declaragdes, em audiéneia pablica, de pessoas com experiGncia autoridade na matéria. Poderdo ser autorizadas, a critério do relator, sustentago oral © juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo. Decorrido 0 prazo das informagGes, o relator langard o relatorio, com cépia a todos os ministros, pedira dia para julgamento. O Ministério Pablico, nas arguigdes que no houver formulado, teré vista do proceso, por cinco dias, apés o decurso do prazo para informagoes, A decisiia sobre a arguigiio de descumprimento de preceito fundamental somente seré tomada se presentes na sessdo pelo menos dois tercos dos Ministros (quorum de instalagdo da sessdo de julgamento). Eventual declaraglo de inconstitucionalidade de lei ou ato normative dependeré de voto da maioria absoluta de seus membros (CF, art. 97). Julgada a ago, far-se-4 comunicagao as autoridades ou érgios responsiveis pela pritica dos atos ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico questionados, fixando-se as condig fundamental. jes € © modo de interpretagdo © aplicago do preceito presidente do Tribunal determinaré o imediato cumprimento da decisao, lavrando- se 0 acérdio posteriormente. Dentro do prazo de dez dias contado a partir do transito em julgado da decisao, sua parte dispositiva sera publicada em segdo especial do Diario da Justiga © do Diério Oficial da Unido. A decisio tera eficdcia contra todos (erga omnes) ¢ efeito vinculante relativamente aos demais érgios do Poder Piblico. Cabe inclusive reclam: para a garantia de seus efeitos Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normative, no proceso de arguisiio de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razGes de seguranga juridica ou de excepcional interesse social poderé o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois tergos de seus membros, restringir os efeitos daquela declaragio ou decidir que ela s6 tenha eficdcia a partir de seu transito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado, A decisio que julgar procedente ou improcedente 0 pedido em arguigo de descumprimento de preceito fundamental ¢ irrecorrivel, nio podendo ser objeto de agdo Cabera reclamagio contra o descumprimento da devisio prof Tribunal Federal, na forma do seu Regimento Interno. ida pelo Supremo IV. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS E ACOES CONSTITUCIONAIS *Considerasies Iniciais A expressio Dircitos Fundamentais indica que se tratam de siluagSes juridicas sem as quais a pessoa humana nio se realiza, nfo convive ¢, as vezes, nem mesmo sobrevive. A. todos por igual devem ser reconhecidos, conereta e materialmente, Sio direitos constitucionais na medida em que se inserem no texto de uma constituigo. Nascem c fundamentam-se no principio da dignidade da pessoa humana, © Titulo IT da Constituigao Federal trata dos direitos © garantias fundamentais, subdividindo-os em cinco capitulos: dos direitos © deveres individuais ¢ coletivos (art. 5°); dos direitos soviais (arts. 6°11), da nacionalidade (arts. 12 e 13); dos direitos politicos (arts, 14-16); ¢, dos partidos politicos (art. 17) ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4* REGIAO Verbo Juridico + Prestacdes Positivas, Negativas e de Tutela Transindividual Costuma-se apontar a existéncia de trés geragdes ou dimensdes de direitos fundamentais, as quais surgiram em momentos historicos distintos. Os direitos de primeira gerago correspondem aos limites impostos & atuago do Estado. Representam uma prestago negativa, um nao fazer do Estado, em respeitos aos dircitos individuais dos cidadios. Os direitos de segunda gerago dizem respeilo aos dircitos sociais (direitos de contetdo econdmico ¢ social que visam a melhorar as condigdes de vida e trabalho da populagao). Implicam uma prestagao positiva do Estado, Por fim, a terceira geragdo corresponde a mais recente forma de tutela de direitos fundamentais, qual seja, a proteso dos direitos difusos © coletivos, dos direitos que ultrapassam a esfera individual para abarear uma pluralidade de pessoas (direitos de solidariedade). Alguns autores como Norberto Bobbio defendem a existéncia de direitos de quarta geragao, consistindo naquela categoria de relagdes devorrentes do avango da ciéncia, em especial as questécs relativas a biostica. Direitos fundamentais | Direitos fundamentais de 2 | Dircitos fuandamentais de 3* de I? geragao geragio geragio Limites & atuagio do |Direitos de conteddo | Representam direitos que dizem Estado. Correspondem | cconémico © social que| respcito no mais as pessoas, a um nao-fazer estatal. | impdem ao Estado ndo mais | individualmente — consideradas. Sio as liberdades | uma abstengfo, mas uma | Sao os direitos transindividuais, piblicas ¢ aparccem no | prestagao positiva difusos coletivos. art. 5° da CF. Todas as constituigses brasileiras enunciaram direitos fundamentais, mas a Constituigdo de 1988 & a mais completa nesse sentido, inovando nos seguintes aspectos 8) trouxe os direitos fundamentais para o inicio da Constituigio, tratando-os antes mesmo da propria organizayio do Estado, realgando sua importincia na nova ordem demoeritica; b) tutclou direitos transindividuais (direitos da terecira geragio); ©) imps deveres ao lado de direitos. ANALISTA JUDICIARIO -TRT 4° REGIAO Verbo Juridico 1. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, * Consideragdes iniciais © art. 5° da Constituigio apresenta um rol extenso, mas nfo taxalivo, de direitos © garantias individuais e coletivos. Trata-se da emunciago dos dircitos de primeira goragao, exigindo uma prestasio negativa por parte do Estado. Os direitos dessa natureza surgem a partir das revolugées burguesas do séoulo XVII, inspiradas nos ideais iluministas, segundo os quais a pessoa humana possuiu certos direitos inerentes a essa condigdo e que ndo podem ser desconsiderados pelos entes estatais Os direitos individuais e coletivos do art, 5° sfo irrenuncidveis (ndo se pode abrir mio dos direitos individuais), inaliendveis (sio direitos intransferiveis, inegovidveis) impreseritiveis (nfo deixam de ser exigiveis pela falta de uso). No entanto, os direitos fundamentais néo so absolutos na medida em que possivel a ocorréncia de conflito de interesses resultante da colisao entre dois direitos fundamentais © desfecho nesses casos depende de aplicayo dos métodos de interpretagio constitucional a0 caso conereto. Nao se pode anular ou ignorar um dos dircitos fundamentais, mas tio somente mitigar sua carga de eficécia. Através do “principio” da proporcionalidade ou da razoabilidade é possivel sc encontrar uma solugdo ao caso conereto que envolver colistio entre dois direitos fundamentais. ‘Via de regra, os dircitos individuais tm cficdcia plena c aplicabilidade imediata, isto & nfo dependem de norma regulamentadora para poderem ser exercidos. Eo que se despronde do § 1° do art. 5° da Constituigao: Art. 6, § 1° - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicabilidade imediata, © § 2° dese mesmo artigo esclarece que os direitos © garantias enunciados no texto constitucional so meramente cxemplificativos, havendo o reconhecimento de direitos individuais ¢ coletivos fundamentais implicitos © também os decorrentes de tratados internacionais. Assim dispdc 0 § 2° do art. 5° em anilise: Art. 5°, § 2° - Os direitos e garantias expressos nessa Constitul¢ao néo excluem outros decorrentes do regime e dos principios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Reptblica Federativa do Brasil seja parte. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Com a Emenda Constitucional n.° 45/2004 foram incluidos outros dois pardgrafos ao artigo 5°. § 3° Os tratados e convengées internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congreso Nacional, em dois turnos, por trés quintos dos votos dos respectivos membros, serao equivalentes as emendas constitucionais. (Incluido pela Emenda Constitucional n° 45, de 2004} § 4° © Brasil se submete a jurisdicao de Tribunal Penal Internacional a cuja criagdo tenha manifestado adesio. (Incluido pela Emenda Constitucional n® 45, de 2004) Em que pese se encontrasse na doutrina que os Tratados ¢ Convengées intenacionais teriam equivaléneia 4s normas constitucionais, agora o constituinte derivado introduziu regramento proprio no texto constitucional no citado parégrafo 3° para que tais regramentos internacionais adquiram o status de Emenda Constitucional Jé 0 pardgrafo 4° consolida o disposto no art. 7° das ADCT. Assim, nos termos do art. 5° do Estatuto de Roma (que eria 0 Tribunal Penal Internacional), o Tribunal tera compet para julgar a) os crimes de genocidio; ') os crimes contra a humanidade: ©) 08 erimes de guctra;e, 4) 08 crimes de agressio. © Espécies de Direitos Individuais ¢ Coletivos Os direitos individuais © coletivos basicos so cinco: dircito & vida, & liberdade, & igualdade, & seguranga © a propricdade, Em que pese o texto constitucional fale em “brasileiros © estrangeiros residentes no Pais” (¢ por brasileiros compreenda-se os brasileiros nalos ¢ naturalizados), a doutrina ¢ o STF tem estendido tais direitos ao estrangeiro nio- residente no Pais, aos apétridas ¢ as pessoas juridicas. Importante: na prova, atentar com ‘muito cuidado para a redago da questo para se ter em mente se a pergunta versa sobre 0 que esté consagrado no texto da Constituigdo ou se busca o entendimento atual da doutrina © do STE. Cabe também destacar a diferenciagie entre direitos e garantias. Assim, di seriam bens ¢ vantagens prescritos na norma constitucional, enquanto que as garantias seriam os instrumentos através dos quais se assegura 0 exervicio dos aludidos direitos (preventivamente) ou prontamente 0s repara, caso violados. Dito de outro modo, direitos teriam natureza meramente declaratéria, enquanto as garantias possuem um cardter assecuratério, de instrumentalidade da tutela constitucional ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Art. 5°, caput - Todos sio iguais perante a lei, sem distingéo de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no Pais a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a seguranca e a propriedade. 0s 78 ineisos do art. 5°, que nio sfo taxativos, a prote igualdade, seguranga ¢ propriedade, Vejamos: que serio a seguir analisados, estabelecem em linhas gerais, j4 io dos cinco dircitos individuais fundamentais: vida, liberdade, L- homens e mulheres sao iguals em direitos e obrigagées, nos termos desta Constituicao; Expresso do dircito fundamental & igualdade, esse dispositive torna inaceitivel a utilizagio do critério sexo sempre que © mesmo seja eleito com 0 proposito de desnivelar materialmente 0 homem da mulher. Accita-se a diferenciagio, porém, quando a finalidade pretendida for atenuar os desniveis, em consonincia com a classica ligdo segundo a qual igualdade significa tratar igualm © desigualmente aos desiguais, na exata medida de suas desigualdades. era obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em Trata-se do prineipio da legalidade, qual diz respeito & seguranga do individuo em matéria juridica Tal principio visa a combater 0 poder arbitrério do Estado, constituindo, assim, necesséria manifestagio do Estado de Direito, Dessa forma, somente por meio das espévies normativas clencadas no art. 59 da CRFB/88, claboradas conforme 0 devido provesso legislativo, serio hibeis a oriar obrigagdes ao individuo, O individuo é, portanto, livre para fazer ou deixar de fazer qualquer coisa que néo esteja prevista em lei, Ml - ninguém sera submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; © referido dispositive tutela o dircito fundamental a vida © a integridade fisica, repelindo as praticas incompativeis com a vida com a dignidade humana, A tortura constitui crime, ¢ sua tipificagao legal encontra-se na Lei n. 9.455/97. O artigo 1° da referida lei define © crime de tortura, nos seguintes termos: Art, 1° Constitui crime de tortura: I constranger alguém com emprego de violéncia ou grave ameaca, causando-the softimento fisico ou mental: a) com o fim de obter informacao, declaracao ou confissio da vi pessoa; 1a ou de terceira ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico b) para provocar agao ou omisso de natureza criminosa; ©) em razao de discriminagao racial ou re Il. submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violencia ou grave ameaga, a intenso sofrimento fisico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de carater preventivo. Pena - reclusdo, de dois a oito anos. § 1° Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de seguranca a soffimento fisico ou mental, por intermédio da pratica de ato nao previsto em lei ou ndo resultante de medida legal § 2° Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evita- las ou apuré-las, incorre na pena de detencdo de um a quatro anos § 3° Se resulla lesao corporal de natureza grave ou gravissima, a pena é de reclusdo de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusao 6 de oito a dezesseis anos. Trata-se de um dispositive por meio do qual o legislador infraconstitucional reforya © combate & tortura, principalmente aquela oriunda das priticas do poder repressivo estatal, seja na colheita de provas, seja no tratamento carcerario, IV - é livre a manifestagao do pensamento, sendo vedado o anonimato; © pensamento, em si, ¢ absolutamente livre. A liberdade de expresso, por sua vez, constitui fundamento essencial de uma sociedade democratica A manifestagdo do pensamento, embora livre, niio pode ser feita de forma abusiva ou descontrolada. Os excessos porventura ocorridos no excreicio indevido do direito a liberdade de expressio sio passiveis de apreciagdo pelo Judicidrio, A Conslituigdo Federal assegura, de um lado, a livre manifestago do pensamento, ©, por outro, determina @ responsabilizagao por aquilo que & manifestado, Assim, veda-se 0 anonimato, ou seja, as pessoas sto obrigadas a assumir a responsabilidade do que exteriorizam, no podendo esconderem-se sob a forma do anonimato, V - é assegurado 0 direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenizagao por dano material, moral ou 4 imagem; Essa norma pretende a reparabilidade da ordem juridica lesada, seja através de reparago cconémica, seja através de outros meios, por exemplo, o direito de resposta. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Representa 0 exereicio do direito de defesa por quem foi ofendido com a manifestagao do pensamento de outrem, A pessoa atingida tem o direito de apresentar a sua resposta ou relilicagdo, oferecendo a sua versio dos fatos, em dimensées iguais & do escrito ou transmissfio que deu causa a esse ditcito. A Constituigio assegurou, também, a indenizago por danos materiais, morais © & imagem, consagrando ao ofendido a total reparabilidade em virtude dos prejuizos sofridos. Os danos morais ¢ matcriais so cumulaveis, segundo entendimento consagrado na jurisprudéncia (Siimula n. 37 do STI), VI - é inviolavel a liberdade de consciéncia e de crenga, sendo assegurado o livre exercicio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lel, a protecdo aos locals de culto e a suas liturgias; A liberdade de consciéneia é de foro intimo, intcressando apenas ao individuo, © nio esti sujeita a qualquer forma de controle pelo Estado. Essa forma de liberdade compreende liberdade de erenga, que nada mais é que @ liberdade de foro intimo em questécs de natureza religiosa, Assegura-se, assim, a liberdade de professar ou nio alguma religifo, de acreditar ou no em alguma divindade A Constituigo assegura, na forma da lei, a exteriorizagdo da liberdade de crenga, qual seja, a liberdade de cult. VII - é assegurada, nos termos da lel, a prestagdo de assisténcia religiosa nas entidades civis e militares de internacao coletiva; a previsio constitucional encerra um direilo subjetivo daquele que se encontra Internado cm estabelecimento coletivo, cabendo ao Estado a matcrializagdo das condigdes para a prestagio dessa assisténcia religiosa, Tendo em vista a total liberdade religiosa assegurada pela Constituigo, ninguém que se encontre nessa situagao poderd ser obrigado a utilizar-se da assist&ncia religiosa. VIII - ninguém sera privado de direitos por motivo de crenga religiosa ou de convicgao. filoséfica ou politica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigagao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestagdo alternativa, fixada em lei; A objegdo ou escusa de conscigncia consiste no direito de nao prestar servigo militar obrigatério ou qualquer outra obrigagao legal a todos imposta por motivo de crenga religiosa, filos6fica ou politica, Atualmente, na hipdtese de objegio de consciéncia, facultase a prestago de servigo social alternativo. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico IX + é livre a expresso da atividade intelectual, arti comunicacao, independentemente de censura ou licenga; A fim de assegurar a ampla liberdade de manifestagao do pensamento, a Constituigao Federal vetou a possibilidade de censura prévia (verificagio da compatibilidade entre um pensamento que se pretende exprimir © as normas legais vigentes) ou licenga (exigencia de autorizagdo de agente ou Srgio para que um pensamento possa ser exteriorizado), A liberdade de expresso, em todos os seus aspectos, deve ser exercida com a cssiria responsabilidade que se exige em um Estado Democritico de Direito, de modo que © desvirtuamento da mesma para 0 cometimento de fatos ilicitos possibilita aos prejudicados a indenizagao por danos materiais e morais, além do efetivo direito de resposta X - so Inviolavels a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizacao pelo dano material ou moral decorrente de sua violacao; A inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem das pessoas forma a proteyio constitucional & vida privada, salvaguardando um espago intimo intransponivel por intromissGes ilicitas externas. XI- a casa é asilo inviolével do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinacao judicial; Via de regra, ninguém pode entrar na casa sem o consentimento do morador, devendo- se entender como casa o lugar onde uma pessoa vive ou trabalha, no aberto ao piiblico, reservado a sua intimidade ¢ a sua vida privada, A propria Constituigao estabelece as excegdes a inviolabilidade do domicilio, Nesse sentido, & possivel entrar na casa sem 0 consentimento do morador nas seguintes hipdtescs durante o dia, em caso de flagrante delito ow desastre, pata prestar socorro e, ainda, por determinagao judicial; durante a noite, somente em situagdes de flagrante delito ou desastre para prestar socorro. A entrada no domicilio sem consentimento do morador por determinagao judicial somente podera se dar durante o dia, ‘Casos em que se permite entrar na casa sem o consentimento do morador Durante 0 dia Durante a noite * flagrante delito + flagrante delito # desastre # desastre + para prestar socorro + para prestar socorro + por determinagao judicial ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Xi - da correspondéncia e das comunicagées telegraficas, de dados e das comunicacées telefonicas, salvo, no ultimo caso, por ordem judicial, nas hipéteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigagao criminal ou Instrugao processual penal; © individuo precisa ter seguranga de que todas as suas comunicagées pessoais, tanto as feilas por cartas como as realizadas por telegramas ou (clefonemas, néo scrio interceptadas or outras pessoas. Essa inviolabilidade tutela, ao mesmo tempo, a liberdade de manifestagéo do pensamento ¢ 0 dircito a intimidade das pessoas, O inciso em andlise permite que as comunivagdes telefSnicas sejam interveptadas para fins de investigagao criminal ou instrugdo processual penal. A Lei n. 9.296/96 regulamentou a possibilidade de interceptaglo telefSnica na apuragio de determinados tipos de crimes © em certas ocasiées. Veda, por exemplo, a intereeptaso quando a prova puder scr obtida por outro meio ou quando o fato investigado for punido, no maximo, com pena de detengao. Xill - livre 0 exercicio de qualquer trabalho, oficio ou profissdo, atendidas as qualficagdes profissionais que a lel estabelecer; A liberdade de agio profissional consiste na faculdade de escolha de trabalho que se pretende exercer. E 0 dircito de cada individuo exercer qualquer alividade profissional, de acordo com as suas preferénvias e habilidades. Consagrow-se o dircito ao livre exereivio de profissio como norma de eficdcia contida, pois a Constituigio previu a possibilidade de edigio de lei que estabeleya as qualificagées necessirias para o seu exereicio. Ressalte-se que a legislagio somente poderé estabelever condicionamento capacitarios que apresentem nexo logico com as fungoes a serem exereidas, jamais qualquer requisito discriminatério ou abusivo. XIV - é assegurado a todos 0 acesso a informagao e resguardado o sigilo da fonte, quando necessario ao exercicio profissional; E 0 dircito constitucional de informar, de se informar ¢ o de ser informado. © dircito de receber informagdes ¢ um direito de liberdade ¢ caracteriza-se essencialmente por estar dirigido a todos os cidadaos, com a finalidade de fornceimento de subsidios para formagao de conviegdes relativas a assuntos piblicos No que se refore ao sigilo da fonte, quando necessério ao excreicio profissional, a Constituigéo apresenta a finalidade de garantir a toda a sociedade a ampla ¢ total divulgagio dos fatos e noticias de interesse pablico. O sigilo da fonte é indispensdvel para o éxito de certas investigagdes jornalisticas, e surge como corolério légico da liberdade de informagéo, ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico XV - livre a locomogao no territério nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; E 0 direito de ir. vir ¢ ficar. Apenas em tempo de guerra havera possibilidades de maior restrigo legal que, visando & seguranga nacional ¢ integridade do territério nacional, poderd prever requisitos menos flexiveis © remédio constitucional para tutelar o diteito de locomogdo & 0 habeas corpus, Importante registrar, ainda, que o dircito de entrar e sair do pais com seus bens nfo significa a concessfo de qualquer imunidade fiscal XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos a0 publico, independentemente de autorizagdo, desde que nao frustrem outra io. anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso a autoridade competente; © primeiro direito constitucional de manifestagio coletiva, Nao deixa de ser direito individual, pois pertence ao individuo, mas & de expresso coletiva porque pressupée uma pluralidade de pessoas para que possa ser exercido. Assim, 0 dircito de reunido & uma manifestaso coletiva da liberdade de expresso, exereitada por meio de uma associagio transitéria de pessoas e tendo por finalidade 0 interodmbio de idéias, a defesa de interesses, a publicidade de problemas ¢ de determinadas reivindicagdes. Trata-se de uma manifestagdo propria do Estado Democratico de Direito, apresentando os seguintes requisitos ou elementos: a) pluralidade de participant. ) duragao limitada, transitoria; ©) existéncia de determinada finalidade, a qual deve ser licita, pacifica ¢ sem armas; 4) realizago da reunido cm lugar dclimitado, XVII - é plena a liberdade de associagao para fins licitos, vedada a de carater paramilitar; XVIII - a ctiagdo de associagées e, na forma da lel, a de cooperativas independem de autorizagao, sendo vedada a interferéncia estatal em seu funcionamento; ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico XIX + as associagées s6 poderao ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisdo judicial, exigindo-se, no primeiro caso, 0 transito em julgado; XX- ninguém podera ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI_- as entidades associativas, quando expressamente legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudi Os incisos XVII a XXI regulam o direito de associagio, itorizadas, tém jalmente; A liberdade de assoviagio, assegurada pela Lei Maior, deve ser entendida como 0 agrupamento de pessoas, organizado ¢ permanente, para fins licitos. Abrange 0 dircito de associar-sc a outras pessoas para formagao de uma cntidadc, o de adcrir a uma associaglo ja formada, o de desligar-se da associagio, bem como o de autodissolugio das associagGes, As associagées podem ser criadas independen interferéncia do Estado em seu funcionamento interno, de autorizagio, sendo proibida a Somente poderio ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisao judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trénsito em julgado, As entidades assoviativas devidamente constituidas, quando _expressamente autorizadas, tém legitimidade para representar seus filiados, judicial ou extrajudicialmente, possuindo legitimidade ad causam para, em substituigdo processual, defender em juizo dircito de seus associados, Embora esteja assegurada a ampla liberdade de assoviagao para fins licitos, a Constituiso veda expressamente as associagdes de caréter paramilitar, que so aqueles que se organizam de forma analoga as Forgas Armadas. Isso porque o poder de cocrgao & restrito a0 Estado, sendo que a existéncia de organizagdes particulares organizadas de forma bélica nto se coaduna com a concepsio de Estado Demoeratico de Dircito. XXII -& garantido o direito de propriedade; Toda pessoa fisica ou juridica tem direito propriedade, podendo o ordenamento juridico estabelecer suas modalidades de aquisigao, perda, uso ¢ limites, O direito de propriedade, constitucionalmente assegurado, garante que dela ninguém poder ser privado arbitrariamente. O dircito constitucional adota uma concepgio ampla de propricdade, a qual engloba qualquer direito de contetido patrimonial, ccondmico, ou seja, tudo aquilo suscetivel de ser convertido em dinheiro ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Sao garantias do direito de propriedade: de conservagao (ninguém sera privado de seus bens fora das hipdteses previstas na Constituigio) e de compensagao (caso privado de seus bens, o proprictério deverd reecber a devida indenizaséo). XXII -a propriedade atenderd a sua fungao social; A referéncia constitucional fungdo social como clemento estrutural de definigo do direito a propriedade privada e da limitago de seu contetdo demonstra a substituigio de uma concepsio abstrata de Ambito meramente subjetive de livre dominio © disposigo da propricdade por uma concepgio social de propriedade privada, reforgada pela existéncia de um conjunto de obrigagécs para com os interesses da coletividade, visando também & finalidade ou utilidade social que cada categoria de bens objeto de dominio deve cumprir: A Constituigio, dessa forma, adotou a moderna concepgio do dircito de propriedade, pois ao mesmo tempo em que o consagrou como dircito fundamental, deixou de caracteriza-lo como incondicional e absolute, XXIV - a lel estabeleceré o procedimento para desapropriacdo por necessidade ou utilidade publica, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenizagao em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituigao; A transformagio que a idéia de um Estado social introduz no conceito de direito a propricdade privada, a0 assinalar uma fung30 social com efeitos delimitadores de sew contetido, determina uma importante revisdo do institulo da desapropriagao, que se converteu em instrumento posto a disposigio do poder piblico para o cumprimento de suas finalidades de ordenagao da sociedade com justiga social Desapropriagao é 0 ato pela qual o Estado toma para si ou transfere para terceiros bens de particulares, mediante © pagamento de justa © prévia indenizagio, Trata-se de forma origindria de aquisigio da propriedade. Enquanto forma mais dristica de intervengio do Estado na economia, somente é admissivel nas hipdtescs especialmente previstas na Constituigao. O inciso XXIV da Constituisio estabelece as hipdteses de desapropriacio, quais sejam: 8) por nevessidade piblica ~ a Administragio defronta com problemas de emergéncia, sendo a desapropriagio indispensivel para a realizago de uma atividede essencial do Sstado; +b) por utilidade piblica — a desapropriaglo, embora no imprescindivel, é conveniente para a realizago de uma atividade estatal. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico ©)_por_interesse social — hipdtese em que a desapropriagdo € conveniente para o progresso social, em razio da justa distribuigao da propriedade ou da adequagiio a sua fungao social ‘A desapropriaso sera realizada mediante indenizagao justa (de forma integral), prévia (pagamento deve ser anterior ao ingresso na titularidade do bem) © em dinheiro (pagamento em moeda corrente). Pagamentos em titulos piblicos somente sio admitidas nas hipoteses cexcepeionais previstas na propria Constituigao, XXV - no caso de iminente perigo piiblico, a autoridade competente podera usar de propriedade particular, assegurada ao proprietario indenizacao ulterior, se houver dano; Tratacse do dircito de requisigo. O Poder Pablico, em hipéteses de iminente perigo piblico, esté autorizado a ulilizar-se de propricdade alheia, sem necessidade de prévia indenizagao. Porém, se de algum modo o uso da coisa gerar prejuizo ao proprietirio, este tem garantido 0 direito a indenizagto. XXVI_- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela familia, nao sera objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; © referido dispositivo representa a protego constitucional & pequ. rural, Pretende-se, dessa forma, alavancar o desenvolvimento rural do Pai familia na terra, esse sentido, a pequena propricdade rural nio pode ser objeto de penhora para pagamentos de débito decorrentes de sua atividade produtiva, bem como deverd roccber recursos previstos em lei que financiem o seu desenvolvimento, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilizagdo, publicagdo ou Teprodugdo de suas obras, transmissivel aos herdeiros pelo tempo que a lel fixar; XXVIII - séo assegurados, nos termos da lel: a) a protecdo as participacées individuals em obras coletivas e a reprodugdo da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) © direito de fiscalizacdo do aproveltamento econémico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e as respectivas representacdes sindicals e assoclativas; ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Tratase da tutcla constitucional de propricdade imaterial, qual seja, os direitos autorais, Protege-se, assim, os direitos sobre a utilizagio, publicaydo ou reprodugao de obras artisticas Importante ressaltar que o autor da obra ¢ titular de direitos morais, inalienaveis © irrenuncidveis, © patrimoniais, estes transmissiveis ¢ renuncidveis. Sao direitos morais do autor, em sintese, o reconhecimento de sua obra ¢ o direito 4 sua integridade, Sao direitos patrimoniais a possibilidade de exploragao comercial da sua criagéo. © inciso XXXVIII do art. 5° da Constituigo tutcla os chamados direitos conexos a0 dircito do autor. Dessa forma, a Constituigo assegura também direitos aos que contribuem para uma major divulgagao de obras intelectuais. Sao os artistas, intérpretes, produtores © pessoas que participam da claboragio de obras coletivas. para sua utilizagao, bem como protegao as criacées propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos di: tendo em vista o interesse social e 0 desenvolvimento tecnolégico e econémico do Pai O dispositive cm questo representa uma norma constitucional de cficécia limitada que prevé a edigdo de legislagio ordindria garantindo aos autores de inventos industriais 0 privilégio tomporério para sua utilizago, bem como a protegio a suas criagécs industriais, & propricdade das marca, aos nomes de empresas ¢ outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social © 0 desenvolvimento tecnoldgico ¢ econdmico do pais. Atualmente, a propricdade intelectual cst regulamentada pela Lei n. 9.279/96. XXX - é garantido o direito de heranga; XXXI- a sucessao de bens de estrangeiros situados no Pais sera regulada pela lei brasileira em beneficio do cénjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que nao Ihes seja mais favordvel a lei pessoal do de cujus; Trata-se de dispositive constitucional que consagrou o dircito & heranga ¢ o dircito & sucesso, ambos decorrentes do direito de propriedade, uma vez que reafirma a propriedade privada mesmo apés a morte do titular dos bens, com a conseqiiente transmissio a scus herdeiros © inciso XXXI protege os herdeiros brasileiros, estabelecendo que na sucesso de bens estrangeiros situados no Pais aplica-se a lei que for mais favoravel a0 enjuge ou filhos brasileiros da pessoa falecida ANALISTA JUDICIARIO -TRT 4° REGIAO Verbo Juridico XXXIl - 0 Estado promoverd, na forma da lei, a defesa do consumidor; A previsio constitucional de defesa do consumidor denota a preocupayao do legislador constituinte com as modernas relagées de consumo, c com a necessidade de protegao do hipossuficiente economicamente, No contexto dessa preocupagio, sobreveio o Cédigo de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), regulamentando as relaydes de consumo © os mevanismos de protegio ¢ efetividade dos direitos do consumidor XXXIll = todos tém direito a receber dos érgaos piiblicos informagées de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serdo prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindivel a seguranca da sociedade e do Estado; XXXIV - so a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) 0 direito de peti¢ao aos poderes pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtencdo de certiddes em reparticdes piiblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situac6es de interesse pessoal; Os incisos XXXII © XXXIV do art, 5° da Constituigdo asseguram os chamados dircito de vertidao ¢ direito de petigao. O direito de certidao foi consagrado como direito Iiquido ¢ certo de qualquer pessoa a obtengdo de certido para defesa de um direito, desde que demonstrado 0 seu legitimo interesse. A esse dircito corresponde a obrigatoriedade do Estado, salvo nas hipoteses constitucionais de sigilo, em fornecer as informagdes solicitadas A alinea “a” do inciso XXXIV estabelece o direito de petigio, assegurando a qualquer pessoa fisica ou juridica, nacional ou estrangcira, a possibilidade de formular pedidos para a Administragio Péblica em defesa de direitos préprios ou alheios, bem como 0 de formular reclamagdes contra atos ilegais e abusivos cometidos por agentes do Estado. A finalidade do dircito de petigdo, 0 qual & gratuito (independe do pagamento de taxas), ¢ dar-se noticia de fato ilegal ou abusivo a Poder Pablico, para que providencia as medidas adequadas. XXXV - a lel ndo excluira da apreciagdo do Poder Judiclario lesdo ou ameaca a direito; ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Consagragio do principio da inafastabilidade do Poder Judicidrio. Esse principio garante a todos 0 acesso ao Poder Judicirio e decorre do monopélio da atividade jurisdicional pelo Estado. Decorréncia do postulado em questio & a inexisténcia de obrigatoriedade de esgotamento da instincia administrativa para que a parte possa acessar o Judicidrio. A Constituigéo afastou a necessidade da chamada jurisdigfo contenciosa ou instancia administrativa de curso forgado. Nao se exige, pois, © exaurimento das vias administrativas para obter-se provimento judicial. Uma excegio a0 amplo acesso ao Iudiciario é estabelecida pela propria Constituigao, no seu art. 217, § 1°, e diz. respeito a justiga desportiva, O artigo referido exige © prévio acesso as instincias da justiga desportiva, nos casos de ages relativas a disciplina © as competigdes desportivas, sem, no entanto, condicionar 0 acesso ao Judiciario ao término do processo administrative, pois a justiga desportiva teré o prazo maximo de 60 dias, contados da instaurago do proceso, para proferir decisio final (art. 217, § 2°) Outra excegio existente consiste no Habeas Data que igualmente requer pré esfera administrativa (art. 5.°, LXXII ¢ Lei n° 9.507/97). XXXVI -al julgada; i ndo prejudicaré o direito adquitido, o ato juridico perfeito e a coisa Tendo em vista a seguranga das relagdcs juridicas enquanto condigées que permitem as pessoas 0 conhecimento antevipado das consequéncias juridicas de seus atos, a Lei Maior estabelece que a Ici no prejudicara o direito adquirido, 0 ato juridico perfeito © a coisa julgada Sucintamente, esses trés institulos devem ser assim entendidos: ) alo juridico perfeito ~ 0 ato ja consumado segundo a Ici vigente ao tempo em que se efetivou, b) direito_adquirido - & © que pode sor exercido a qualquer momento, pois jé incorporado ao patriménio do seu titular; ©) coisa julgada ~ ¢ a decisio judicial definitiva, da qual néo caiba mais ree XXXVI - ndo havera juizo ou tribunal de excegao; LI - ninguém sera processado nem sentenciado senio pela autoridade competente; ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Os incisos XXXVII © LIII representam 0 chamado principio do juiz natural, estabelecido para assegurar a imparcialidade do Iudicidrio © a seguranga do povo contra o arbitrio estatal. © referido principio constitui uma garantia fundamental na administragdo da Justiga de um Estado de Dirvito, ¢ deve ser interpretado de modo a proibir a oriagdo de juizos ou tribunais de exceyfo (aqueles criados apés o fato, instituidos especialmente para julgar determinadas pessoas ou determinados crimes) e a exigir o respeito absoluto as regras de determinagio de c a. Assim, ninguém pode ser processado por uma autoridade especialmente designada para 0 caso. Pelo contririo, ha dircito fundamental de scr julgado por juizo ou tribunal previamente instituido e competente. XXXVIII - € reconhecida a instituigo do juri, com a organizacao que Ihe der a lel, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votagées; c) a soberania dos veredictos; d) a competéncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; A Constituigo patria reconhece o Tribunal do Jéri como uma prerrogativa demooritica do cidadio, que deverd ser julgado por seus semelhantes, © no por juizo de critério eminentemente téenico, prevendo, expressamente, quatro preceitos de observncia obrigatéria 4 legislago infraconstitucional que organizaré a instituigdo: a) plenitude de defesa - corolério légico do principio da ampla defesa previsto no inciso LV do art. 5° ») sigilo das votagdes ~ preserva a adogio de critérios de intima convieso por parte dos jurados; ©) soberania dos veredictos — a decisio dos jurados sera mantida, somente podendo ser modificada por meio de recurso previsto pelo diploma processual penal em que a nova, decisio seré dada por novo Tribunal do Jiri; 4) competéncia_para_julgamento dos crimes dolosos contra_a vida - como iiltimo preceito, a Constituigdo prevé a regra minima de competéncia do Tribunal do Jiri, nio impedindo que o legislador infraconstitucional Ihe atribua outras © diversas competéncias. Cabe ressaltar, ainda, que a competéncia do Tribunal do Jiri para julgar os crimes dolosos contra a vida nio & absoluta, A propria Constituigio a afasta em hipdteses de prerrogativa de fungi0 ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico XXXIX = ndo ha crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominagao legal; XL-a lei penal nao retroagira, salvo para beneficiar o réu; Consagraso constitucional do principio da reserva legal em matéria penal, © qual limita a amplitude do exercicio do poder punitive (jus puniendi) do Estado, Os principios da reserva legal ¢ da anterioridade no ambito penal exigem, para a configuragdo de um erime, [1] a existéncia de lei formal devidamente elaborada pelo Poder Legislativo, por meio das regras do processo legislativo constitucional: [2] que a lei seja anterior ao falo sancionado; ¢ [3] que a lei desereva especificamente um fato determinado. De acordo com esses preceitos constitucionais, nfo se admitem a criago de figuras penais ou cominagio de penas por medida proviséria c a retroatividade da lei penal mais severa. Contrario sensu, admite-se a retroatividade da lei penal mais benigna (mais favoravel ao réu), Por essa razio, 0 artigo 2° do Cédigo Penal estabelece que a lei penal, em regra, no retroagira, salvo para beneficiar 0 réu. XLI - a lei punira qualquer discriminagao atentatéria dos direitos e liberdades fundamentais; Tratacse de garantia constitucional de eficacia limitada, portanto no auto-excentavel ¢ dependente de legislayo ordindria, prevista como instrumento & protegio, basicamente, do principio da igualdade consagrado no caput do art. 5°. XLII - a pratica do racismo constitui crime inafiangavel e imprescri 4 pena de reclusao, nos termos da | el, sujeito O texto constitucional repugna a pratica do racismo, de modo a garantir a igualdade © 4 vedagio das disctiminagdes. O crime de racismo restou definido por meio da Lei n, 7.716/89, parcialmente alterada pela Lei n. 9.459/97. XLIII- a lei considerara crimes inafiangaveis e insuscetiveis de graca ou anistia a pratica da tortura, 0 trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evité-los, se omitirem; © legislador constituinte previu tratamento severo aos condenados pelos crimes de tortura, trafico ilieito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e por erimes hediondos. Os crimes hediondos so aqucles definidos no art. 1° da Lei n. 8.072/1990, com a redago dada pela Lei n. 8930/1994. Sao eles: [1] homicidio, quando praticado em atividade tipica de grupo de exterminio © o homicidio qualificado; [2] o latrooinio; [3] a extorsio qualificada pela ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico morte; [4] a extorsio mediante seqiestro © na forma qualificada; [5] 0 estupro; [6] estupro de vulneravel; [7] a epidemia com resultado morte e, por fim, [8] 0 genocidio, XLIV - constitui crime inafiangavel e Imprescritivel a aco de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democratico; Ao estabelecer mais um mecanismo protetivo da ordem constitucional ¢ do Estado Democratico de Dircito, o legislador constituinte pretendcu solidificar a idéia de democracia na Repiblica Federativa do Brasil, no intuito de afastar qualquer possibilidade de quebra da normalidade. No entanto, o sentido imperativo do texto constitucional nao exelui a necessidade de edigdo de uma lei penal descritiva da conduta criminosa. A norma constitucional nio definiu tipo penal, mas tio-s6 estabeleceu um instrumento de defesa da democracia © uma obrigatoricdade ao Congreso correspondente a edigdo de lei penal descrevendo a conduta delituosa, XLV - nenhuma pena passara da pessoa do condenado, podendo a obrigacao de reparar o dano e a decretagao do perdimento de bens ser, nos termos da lel, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patriménio transferido; Na ordem constitucional em vigor impera o prinefpio da pessoalidade da pena, segundo o qual a pena no passara da pessoa do delingiiente, nio podendo suas conseqiiéneias atingir terceiros. Somente o autor da infrago penal deve ser responsabilizado, sendo que a pena no deve ser estendida a teroeiros em geral XLVI - a lei regular a individualizagéo da pena e adotard, entre outras, as seguintes: a) privagao ou restrigdo da liberdade; b) perda de bens; ) multa; d) prestacao social alternativa; e) suspensao ou interdicao de direitos; © referido inciso compreende o principio da individualizagao da penal ¢ estabclece algumas modalidades de sango penal. O principio da individualizago da pena cxige uma estreita correspondéncia entre a responsebilizagdo da conduta do agente ¢ a sangio a ser aplicada, de mancira que a pena atinja suas finalidades de prevengio ¢ repressio. Desa mancira, a imposigao da pena depende do juizo individualizado da culpabilidade do agente. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Em outras palavras, deve haver uma estreita ligagdo entre a pena aplicada ¢ 0 grau de censurabilidade da conduta do agente XLVII - nao haverd penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX ; b) de carater perpétuo; ¢) de trabalhos forcados; 4d) de banimento; e) cruéis; A Constituigo consagrou como garantia individual do sentenciado a impossibilidade de aplicagao de determinadas eapécies de penas, quais sejam: a pena de morte, salvo em caso de guerra declarada; as penas perpétuas; a pena de banimento (retirada forgada de um nacional de seu pais); e, por fim, as penas er A vedagao constitucional dessas penas assenta-se na imposigo de respeito & dignidade da pessoa humana (art. 1°, IID) XLVIII - a pena sera cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito a integridade fisica e moral; L - as presidiarias seréo asseguradas condigées para que possam permanecer com seus filhos durante o periodo de amamentagao; Essas disposigdes constitucionais representam prineipios relativos execugo da pena privativa de liberdade, demonstrando que o texto constitucional revela uma grande Preocupagdo em assegurar o respeito aos direitos do preso durante a exccuyo da pena privativa de liberdade. LI - nenhum brasileiro sera extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalizagao, ou de comprovado envolvimento em trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; Lil - nao sera concedida extradi¢éo de estrangeiro por crime politico ou de 10; Os incisos LI ¢ LI do artigo 5° compreendem 0 tratamento constitucional do instituto da extradigio, que € © ato pelo qual um Estado entrega a outro uma pessoa acusada ou condenada pela pratica de uma infrago penal para que scja julgada ou para que cumpra pena em outro pais ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico A extradigio pode ser ativa, que & aquela requerida pelo Brasil a outros Estados soberanos, ou passiva, quando outros Estados a requerem do Brasil, ‘A Constituigo, prevendo autEnticos direitos fundamentais individuais, assevera que: a) © brasileiro nato nunca ser extraditado; b) o brasileiro naturalizado somente sera extraditado [1] por crime comum, praticado antes da naturalizagao ou [2] pela participagio comprovada em tréfico ilicito de entorpecentes ou drogas afin importando aqui se a participaglo se deu antes ou depois da naturalizagao; ©) via de regra, 0 estrangeiro poderd ser extraditado, salvo nos casos de crime politico ou de opiniio, ocasides em que é vedada a sua extradigao. Lill — ninguém sera processado nem sentenciado sendo pela autoridade competente, Ver inciso XXXVI. LIV - ninguém sera privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; Consagragdo constitucional do principio do devido processo legal , o qual configura uma garantia de protegao da liberdade © da propricdade do individuo, Segundo esse principio, © individuo somente poderd ser privado de sua liberdade ou de seus bens se obedecido um processo legalmente estabclecido garantidor da possibilidade de defesa. Busca-se, assim, tutclar 0 cidadio contra a atuago arbitréria do Estado. LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral sdo assegurados © contraditério e a ampla defesa, com os melos e Tecursos a ela inerentes; © devido processo legal tem como corolérios a ampla defesa ¢ o contraditério, que deverdo ser assegurados aos litigantes em processos judiciais (civeis ou criminais) bem como nos procedimentos administrativos. A garantia do contraditério c da ampla defesa significa que mio deve ser tomada, pela autoridade competente, nenhuma decisio sem a apreciaydo das razSes de todas as partes envolvidas, de forma a garantir a aplicagdo do principio da igualdade também no plano ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico LVI - sao admissiveis, no proceso, as provas obtidas por meios ilicitos; A Constituigdo, estabelecendo uma importante garantia ao cidadio frente & ayio perscoutéria do Estado, estabeleceu que so inadmissiveis no processo as provas obtidas por meios ilicitos, ou seja, aquelas provas colhidas em infringéncia as normas legais ¢ aos direitos fundamentais do cidadio. Com cfeito, a inadmissibilidade das provas ilicitas deriva da supremacia dos direitos fundamentais no ordenamento juridico, tornando impossivel a violagdo de uma liberdade piblica para obtengdo de qualquer prova Nesse sentido, a prova ilicitamente obtida (p.ex., confissdes feitas mediante tortura, interceptagées tclefSnicas sem autorizagao judicial) é absolutamente nula, no podendo gerar qualquer efeito no convencimento do juiz Com relagdo as provas decorrentes de uma prova ilicita, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que a prova ilicita originéria contamina as demais provas dela decomrentes, sendo nulas tanto as provas produzidas de forma ilicita quanto aquelas surgidas em decorréncia da prova ilicita, ainda que obtidas de forma regular. Trataese da aplicagio da tworia dos frutos da arvore envenenada (fruits of the poisonous tree), LVII - ninguém sera considerado culpado até o transito em julgado de sentenca penal condenatéria; Estabelecendo que “ninguém seré considerado culpado até o transito em julgado de sentenga penal condenatéria”, a Constituigio consigna o principio da presungio da inoeéncia, segundo © qual antes da condenagio definitiva em um processo criminal todos os cidadaos devem ser considerados inocentes. Dessa forma, hé a necessidade de o Estado comprovar a culpabilidade do individuo, que é constitucionalmente presumido inocente. Essa presung3o somente poderé scr afastada com a existéncia de um minimo necessério de provas produzidas por meio de um devido processo legal e com a garantia da ampla defesa. LVIII - 0 civilmente identificado nao sera subm salvo nas hipéteses previstas em lel; jo a identificagao criminal, © dircito fundamental expresso nesse inciso LVI do art. 5° consiste na impossibilidade de identificar-se criminalmente (provesso usado para se estabelecer a identidade de pessoas) a pessoa que ja se cncontre identificada civilmente. A pessoa que jé possui um documento de identidade civil valido, sem qualquer suspeita fundada de falsidade, nao poderd ser identificado criminalmente, Porém, a propria Constituigdo expressa a relatividade dessa norma, possibilitando exceydes previstas em lei ordinéria, ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Atualmente, é a Lei n. 12.037/2009, no sew art, 3°, que prevé de modo taxativo as hip6teses em que se dard a identificagio criminal do civilmente identificado, LIX - sera admitida ago privada nos crimes de ago piblica, se esta nao for intentada no prazo legal; No sistema juridico brasileiro, por forga do artigo 129, inciso I, da Constituiglo, © processo penal somente pode ser deflagrado por deniincia ou queixa, sendo a ago penal piblica privativa do Ministério Pablico. No entanto, nese inciso LIX se estabeleceu a ago penal subsididria da piblica, admitindo a ago penal privada nos crimes de agdo publica se 0 Ministério Pablico nio oferever demincia no prazo legal LX - a lei sé poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 0 Estado Democritico de Dircito exige a publicidade dos atos processuais, sendo que essa publicidade poder ser restringida por norma legal nas hipdteses de defesa da intimidade ou do interesse social. LX! - ninguém sera preso sendo em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judi competente, salvo nos casos de transgressao militar ou crime propriamente militar, definidos em lel; LXIl - a priséo de qualquer pessoa e 0 local onde se encontre serao comunicados imediatamente ao juiz competente e 4 familia do preso ou a pessoa por ele indicada; LXill - 0 preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendoshe assegurada a assisténcia da familia e de advogado; LXIV - 0 preso tem direito a identificagao dos responsavels por sua prisdo ou por seu interrogatério policial; LXV - a prisdo ilegal sera imediatamente relaxada pela autoridade judiclaria; LXVI - ninguém sera levado a prisdo ou nela mantido quando a lel admitir a liberdade proviséria, com ou sem fianca; A regra constitucional geral ¢ aquela que assegura a liberdade do individuo. A privagdo de liberdade & considerada medida excepeional, somente admitida nas situagdes previstas pela propria Carta Magna ANALISTA JUDICIARIO -TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Sendo assim, o individuo somente poderd ser preso: a) em caso de flagrante delito ou, ) por ordem escrita ¢ fundamentada de autoridade judicidria competente (nfo mais se admite © mandado de prisdo expedido por autoridade policial). O texto constitucional, além de prever as duas hipéteses em que se permite a prisio do individuo, elencou diversos requisitos para a validade da prisio: [1] a prisio deve ser comunicada ao juiz competente ¢ & familia do preso ou a pessoa por cle indicads; [2] 0 preso deve ser informado de seus direitos, inclusive 0 de permanecer calado (o siléncio do acusado nao pode Ihe causar nenhum prejuizo) © 0 da assisténcia da familia ¢ de advogado; [3] a0 preso devem se identificados os responsiveis pela sua prisdo ¢ pelo seu interrogatério; [4] a prisio ilegal deve ser imediatamente relaxada; [5] seré ilegal a prisdo efetuada quando a lei admitir liberdade proviséria, LXVIl - no havera prisdo civil por divida, salvo a do responsavel pelo inadimplemento voluntario e inescusavel de obrigacao alimenticia e a do depositario infiel; A prisio civil ¢ medida privativa de liberdade, sem carter de pena, com a finalidade de compelir 0 devedor a satisfazcr uma obrigago. A Constituigao veda a prisio civil por dividas, admitindo somente nos casos de inadimplemento (voluntirio ¢ inescusivel) de obrigago alimenticia ¢ do depositério inficl. Contudo, a stimula vinculante n° 25 editada pelo STF veda a prisio civil do depo fic Sumula Vinculante n° 25 - é Ilicita a prisdo civil de depositario inflel, qualquer que seja a modalidade do depésito. 2. ACOES CONSTITUCIONAIS LXVIII - conceder-se-4 habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameacado de sofrer violéncia ou coagéo em sua liberdade de locomogao, por ilegalidade ou abuso de poder; A Constituigdo assinala no capitulo destinado aos dircitos individuais ¢ coletivos os chamados remédios constitucionais, que s80 os meios colocados a disposigio dos individuos, para a protegio dos seus direitos fundamentais. Esses meios so utilizados quando o simples enunciado dos dircitos nao for suficiente para a sua verificagao pratica. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico © HABEAS CORP! agdo constitucional para a tutela da liberdade de locomogio, utilizada sempre que alguém estiver sofrendo, ou na iminéneia de softer, constrangimento ilegal em seu dircito de ir, vir ¢ ficar. Essa aso constitucional pode ser impetrada por qualquer pessoa, fisica (brasileiro ou no, cidadao ou nao, residente no pais ou nao) ou juridica, e ao Ministério Pablico, Paciente & a pessoa em favor de quem se ingressa com o habeas corpus. [. quem esti sofrendo ou na iminéncia de soffer coagio ao dircito de locomogio. © paciente, pois, s6 pode ser pessoa fisica. O pélo passive & assumido pela autoridade coatora, responsdvel pelo ato ilegal ow abusivo que federa a liberdade de ir ¢ vir do paciente. © habeas corpus & uma ago constitucional gratuita (isenta de custas) © constitui cléusula pétrea (art, 60, § 4°), néo podendo ser suprimido do ordenamento juridico, LXIX - conceder-se-4 mandado de seguranca para proteger direito liquido & certo, nao amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsavel, pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade publica ou agente de pessoa juridica no exercicio de atribuigdes do poder publico; © MANDADO DE SEGURANCA é a agio constitucional destinada & tutela de dircitos individuais liquidos ¢ certos, nfio amparados por habcas corpus ¢ habeas data. Assim, © objeto da agio mandamental se dé por exclusdo, ou seja, protege-se pelo mandado de seguranga dircitos liquidos © certos (aqueles que podem scr comprovados de plano) no amparados por habeas corpus ou habeas data, ‘Qualquer pessoa fisica ou juridica pode impetrar mandado de seguranga dentro de 120 dias contados a partir da ciéncia do ato impugnado. Sao pressupostos da agdo mandamental [1] ato de autoridade (de agente piblico ou de particular que atue em regime de delegagao do poder piblico); [2] ilegalidade do ato ou abuso de poder; [3] lesiio ou ameaga de lesio; e [4] direito individual liquido e certo no amparado por habeas corpus ou habeas data LXX - 0 mandado de seguranca coletivo pode ser impetrado por: a) partido politico com representacao no Congresso Nacional; b) organizagao sindical, entidade de classe ou associacdo legalmente constituida e em funcionamento ha pelo menos um ano, em defesa dos Interesses de seus membros ou associados; © mandado de seguranga coletivo & uma inovagio da CRFB/88 © repre instrumento para tutcla de direitos coletivos liquidos e certos, ndo amparados por habeas corpus ou habeas data, ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Attibui-se legitimidade processual para Srgdos coletivos para a defesa dos interesses de seus membros ¢ para o uso dese remédio para protego de interesses coletivos. Estas organizagSes coletivas substituem processualmente seus membros, © ndo precisam de mandato ou autorizagio expressa destes, Importante destacar que em relagio aos legitimados da alinca “b”, a exigéncia da constituiso c funcionamento ha pelo menos um ano se refere apenas as assoviagdes, Aos legitimados dessa alinea “b” se exige a observancia ao requisito da pertinéncia tematica. Por fim, oportuno consignar, ainda, que a interposigao de mandado de seguranga colctivo no impede a propositura de ages individuais LXXI - conceder-se-4 mandado de injungéo sempre que a falta de norma regulamentadora tome invidvel o exercicio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes 4 nacionalidade, a soberania e & cidadania; © MANDADO DE INJUNCAO é a ago constitucional para a tutcla de dircitos previstos na Constituigao inerentes & nacionalidade, a soberania ¢ a cidadania que nao possam. ser exercidos em razo da falta de norma regulamentadora, ¢ tem a finalidade de cfetivar concretamente um direito assegurado na Constituigo, no caso de nio-laborago da norma regulamentadora. A concesstio de mandado de injungao depende da existéncia de dois pressupostos a) existéncia de um dircito previsto na Constituigio néo auto-aplicavel;, }) falta de norma regulamentadora que inviabilize 0 exereicio do dircito previsto na Constituisao. Cabe mandado de injungo diante da omissio legislativa, da nfo-claboragio do ato legislative ou administrativo que possibilite ao cidadao 0 exervicio do dircito que Ihe & reconhecido pela ordem constitucional. LXXIl - conceder-se-d habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informagées relativas 4 pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carater publico; b) para a retificagao de dados, quando nao se prefira fazé-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; © HABEAS DATA € 0 remédio constitucional gratuito para a tutela do direito de informasio © de intimidade do individuo, asscgurando o conhecimento de informagics relativas a sua pessoa constantes de banco de dados de entidades governamentais ou abertas a0 piblico, bem como 0 direito de retificagdo desses dados. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Tratase da preocupagio em assegurar a qualquer cidadao o acesso as informag constantes em seu nome em banco de dados mantido pelo Estado ou por entidades de eardter piblico. O acesso ao poder Judicidrio somente ¢ vidvel quando houver recusa cm prestar as informagdes solicitadas ou a retificd-las (Sémula n.° 2 do STJ). LXXIIl - qualquer cidadao é parte legitima para propor aco popular que vise a anular ato lesivo ao patriménio publico ou de entidade de que o Estado participe, a moralidade administrativa, ao melo ambiente e ao patriménio histérico e cultural, ficando o autor, salve comprovada mé-fé, isento de custas judiciais e do énus da sucumbéncia; A ago popular representa @ ago constitucional posta & disposigo de qualquer cidadio (nacional no gozo dos direitos politicos) para a tutela do patriménio piblico ou de entidade de que 0 Estado participe, da moralidade administrativa, do meio ambiente ¢ do patriménio histérico ¢ cultural, mediante anulagio de ato lesivo. Tem como finalidade fazer de todo cidadio um fiscal do Poder Piblico ¢ de direitos fundamentais. Para incentivar a ago, esse remédio constitucional & isento de custas condenagio em honorérios para o autor, salvo se este estiver de mé-f. Como a legitimidade ativa esté asscgurada ao cidadio, tem-se que a ago popular somente podera ser proposta por brasileiro que esteja no gozo dos direitos politicos LXXIV - 0 Estado prestara assisténcia Juridica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiéncia de recursos; A Constituigo Federal, ao prever o dever do Estado em prestar assisténcia juridica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiéneia de recursos, pretendeu efetivar diversos outros principios constitucionais, tais como a igualdade, 0 devido proceso legal, 0 contraditério, a ampla defesa, o acesso a Justiga, ete Sem assisténcia juridica integral © gratuita aos hipossuficientes nao haveria condigdes de aplicagao imparcial © equinime de Justiga. Trata-se, pois, de um direito piblico subjetivo consagrado a todo aquele que comprovar que sua situayo econdmica nao lhe permite pagar 0s honordrios advocaticios ou custas processuais, sem prejuizo para o scu proprio sustento ou de sua familia LXXV - 0 Estado indenizaré 0 condenado por erro judic! ficar preso além do tempo fixado na sentenca; jo, assim como o que Trata-se de direito fundamental & indenizago por [1] erro judiciério © [2] excesso ilegal de prisio. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico LXXVI - sio gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) 0 registro civil de nascimento; b) a certidao de obito; Os servigos notariais ¢ de registros so exercidos em caréter privado, por delegagdo do Poder Pablico. Face ao cariter privado dos scrvigos prestados, haverd a possibilidade de cobranga de quantia remuneratéria, que reverterd em beneficio do titular da serventia, esse diapasdo, excepcionalmente a Constituigao consagrow o dircito ao registro civil de nascimento ¢ a certidio de dbito gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei LXXVII - so gratuitas as agdes de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessérios ao exercicio da cidadania. Por esse dispositive constitucional, 0 habeas corpus c habeas datas sero gratuitos, ou jo isentos do pagamento das custas judiciais, seja, Com relagio a gratuidade dos atos necessarios ao exercicio da cidadania, a questi encontra-se regulamentada pela Lei n. 9,265/96, O art. 1° da referida lei estabelece os atos necessarios ao exercicio da cidadania, nos seguintes termos: Lei n. 9.265/96, art. 1° - Sdo gratuitos os atos necessérios ao exercicio da cidadania, assim considerados: 1 os que capacitam o cidadao ao exercicio da soberania popular, a que se reporta 0 art, 14 da Constituicao; Il aqueles referentes ao alistamento militar; Ill = 0 pedidos de informagées ao poder piblico, em todos os seus ambitos, objetivando a instrugdo de defesa ou a dentincia a irregularidades administrativas na orbita publica; IV ~ as agdes de impugnagao de mandato eletivo por abuso de poder econémico, corrupgao ou fraude; V — quaisquer requerimentos ou petigdes que visem as garantias individuais © a defesa do interesse publico; VI 0 registro civil de nascimento e 0 assento de dbito, bem como a primeira certidao respectiva LXXVIII_a todos, no ambito judicial e administrativo, séo assegurados a razoavel duragdo do proceso e os meios que garantam a celeridade de sua tramitagdo. (Incluido pela Emenda Constitucional n° 45, de 2004 ES coee-. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico A partir da Emenda Constitucional n.° 45/2004 — também conhevida como Reforma do Judicidrio — 0 legislador constituinte derivado optou por introduzir no texto constitucional, no Ambito das garantias individuais, aquilo que vem a ser um dos maiores anscios da sociedade contempordinea: a celeridade processual. Dentre os mecanismos constitucionais que visam dar efetividade a tal garantia encontramos, conforme preleciona Alexandre de Moraes: “a vedagio de férias coletivas nos Jjuizos ¢ tribunais de segundo grau, a proporcionalidade do mimero de juizes a efetiva ‘demanda judicial e a respectiva populagao, a distribuigao imediata dos processos, em todos os graus de jurisdiga0, a possibilidade de delegagao aos scrvidores do Judiciério, para a pratica de atos de administrago © atos de mero expediente sem cardter decisério, a necessidade de demonstragio de repercussio geral das questées constitucionais discutidas no caso para fins de conhecimento do recurso extraordinério, a instalago da justiga itinerante, as sémulas vinculantes do Supremo Tribunal Federal.” 3. DIREITOS SOCIAIS Dircitos soviais so dircitos de contetido ccondmico-social que visam a melhorar as condiges de vida e de trabalho para todos. Caracterizam-se por determinarem, ao contrério das liberdades individuais, uma prestago positiva do Estado. Assim, os direitos sociais, como dimensio dos direitos fundamentais do homem, sao prestagdes positivas proporcionadas pelo Estado, dircta ou indirctamente, que possibilitam melhores condigdes de vida aos mais fracos. Sao, pois, direitos que tendem a realizar a igualizagao de situag: s sociais desiguais, Como bem assevera ALEXANDRE DE MORAES, “direitos sociais sto direitos fundamentais do homem, que se caracterizam como verdadciras liberdades positivas, de observincia obrigatéria em um Estado Social de Dircito, tendo por finalidade a melhoria das condigdes de vida aos hipossuficientes, visando a coneretizagao da igualdade social, ¢ sio consaprados como fundamentos do Estado democratico, pelo art. 1°, IV, da Constituigio Federal” Enquanto os direitos individuais tradicionais (CRFB/88, art, 5°) correspondem a um. no fazer do Estado, tendo sido consagrados nos textos constitucionais com a eclostio das grandes revoluydes liberais do século XVII, os direitos sociais surgiram somente quando se agravaram os conflitos decorrentes da relagao entre o capital e o trabalho, momento em que a intervengao do Estado na economia passou a set vista como necesséria Nesse contexto, os direitos sociais fazem parte da chamada segunda gerago de dircitos fundamentais, sendo que as primeiras constituigdes a prescreverem tais direitos foram a Constituigo mexicana de 1917 ¢ a Constituigo da Repiblica de Weimar, em 1919. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4° REGIAO Verbo Juridico Na CREB/88, os direitos sociais esto cnunciados, exemplificativamente, no art. 6° da Carta Politica, sendo melhor especificados no devorrer do texto constitucional. Este 0 twor do art, 6° da Constituigao: Art. 6° Sao direitos socials a educagdo, a sade, a alimentacdo, o trabalho, a moradia, o lazer, a seguranga, a previdéncia social, a protecao 4 maternidade e 4 infan é jarados, na forma desta Constituicao. Redacdo dada pela Emenda Constitucional n° 64, de 2010) Especificamente, preocupa-se a CRFB/88 em assegurar [1] 0 direitos sociais dos trabalhadores urbanos © rurais, considerados tanto individualmente (art. 7°) quanto coletivamente (arts. 8-11); [2] 0s direitos sociais relativos & seguridade social, abrangendo os dircitos & satide, & previdéncia social ¢ & assisténcia social (arts. 194-204); [3] os direitos sociais relativos educagio, a cultura ao desporto (arts, 205-217); [4] os direitos soviais relativos a familia, & crianga, ao adolescente, ao idoso ¢ as pessoas portadoras de deficiéneia (arts, 226-230); e, ainda, [5] 0s direitos soviais relativos ao meio ambiente (art. 225), © Direitos sociais dos trabalbadores rurais e urbanos a) Direitos dos trabalhadores individualmente considerados: © art. 7° da Constituigéo Federal cnumera os dircitos dos trabalhadores rurais urbanos individualmente considcrados, assegurando inclusive ao trabalhador doméstico, conforme a nova disposigio da Emenda Constitucional n* 72/2013, A anélise dos dircitos individuais dos trabalhadores previstos na CRFB/S8, para fins didaticos, nao obedeceré a ordem estabelecida na Lei Fundamental, CRFBI88, art. 7° - Séo direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condigao social: 1 - relagdo de emprego protegida contra despedida arbitraria ou sem justa causa, “nos. termos' de let complementar, que prevera indenizagao compénsatéria, dentre outros direitos; Consagra a Constituigao 0 dircito @ seguranga no cmprego, prevendo que toda a relagdo de emprego estard protegida contra despedida arbitréria ou sem justa causa. Disto se infere que toda a demisso precisard, necessariamente, ser justamente motivada Il - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntario; Representa um modo de protegio do trabalhador acaso despedido. ANALISTA JUDICIARIO = TRT 4* REGIAO a) | Verbo Juridico IIl-fundo de garantia do tempo de servico; Constitui nfo uma gerantia ao emprego, mas sim uma espécie de_patriménio individual do trabalhador, servindo para suprir despesas extraordindrias para as quais 0 simples salario ndo sc revela suficiente, como, por cxemplo, a aquisigio de casa propria, despesas com docngas graves, ete. XXI_- aviso prévio proporcional ao tempo de servico, sendo no minimo de trinta dias, nos termos da lei; © aviso prévio também representa uma forma de protego ao trabalhador em vias de ser despedido, uma vez que possibilita o planejamento do cmpregado para a nova situago que esta por vir. Esse instituto objetiva possibilitar ao trabalhador condigdes de obtengo de outro emprego antes do desligamento definitivo da relagao empregaticia atual. V-- salario minimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais basicas e as de sua familia com moradia, alimentagdo, educagao, sade, lazer, vestuatio, ne, transporte é Previdentia' social, éom realustes periédicos que Ine preservem © poder Equisitivo, sendo vedada sua vinculagao para qualquer fim? V" piso salarial proporcional a extensao ¢ a complexidade do trabalho; fedutibilidade do salario, salvo o disposto em convencao ou acordo 0; VIl_- garantia de salatio, nunca inferior ao minimo, para os que percebem remuneracao varidvel; Vill - décimo terceiro Salario com base na remuneracao Integral ou no valor da aposentadorla; X- remuneragao do trabalho noturno superior 4 do diurno; . X-- protegao do salério na forma da lei, constituindo crime sua retengao dolosa; XI - participacdo nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneracao, e, excepclonaimente, particlpagao na gestae ‘da empresa, conforme definido em Xil’- salario-familia pago em razéo do dependente do trabalhador de baixa Tenda nos termos da lel; XVI - remuneracao do servigo extraordindrio superior, no minimo, em cinguienta or cento a do normal, I - adicional de remuneragao para as atividades penosas, insalubres ou Rerigosas, na forma da el - prolbicao de diferenca de salarios, de exercicio de fungées e de critério de admissdo por motivo de'sexo, idade, cor ou estado civil; XA - projbigao de qualquer discriminagag no tocante a Saldrio e crtérios de admissao do trabalhador portador de deficiéncia; Os incisos aqui colacionados constituem o tratamento constitucional do salério ou da remuneragio do trabalhador. A Constituigio estabelece critérios para a fixayao do saldrio © para_a sua protegdo, tendo em vista que o sistema de remuneragdo constitui fundamental exigéncia para o estabelecimento de condigdes dignas de trabalho.

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