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Christiano Leonardo Gonzaga Gomes
TJ /SP ESCREVENTE
Aulas 01 A 13
Apresentação
Estimados alunos, estaremos juntos nessa caminhada! Sei o tanto que é árduo o
caminho, pois eu passei por ele depois de anos tropeçando. Mas, eu não desisti!
Estaremos firmes e fortes para conseguir alcançar o seu sonho! Contem sempre
comigo!
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Moeda falsa
Verbos: fabricar, que significa criar uma moeda falsa, ou alterar, que significa
acrescentar algo na moeda verdadeira, como aumentando o valor da moeda.
Falsificação de documento
Esse é o ponto mais cobrado em concursos públicos da área federal, pois é um dos
crimes que também mais ocorrem. Por isso, deve ser destrinchado tal tópico.
Antes, deve ser feita a diferença básica entre falsidade ideológica e material,
correspondentes às falsidades que mais são cobradas e que gera muita confusão.
Falsidade ideológica- art. 299, CP. O mesmo tipo penal conjuga tanto o
documento público quanto o documento particular falsificados. Chamada também
de falsidade pessoal. Agente falsifica o conteúdo das ideias. Há um vício sobre
as declarações constantes do documento. Materialmente o documento é
verdadeiro. Não há como provar tal falso por perícia, pois esta não conseguirá
descobrir qual deveria ser a verdadeira ideia lançada no documento, sendo
por isso que deve ser provado o falso por meio de prova testemunhal ou
depoimento do ofendido.
Falsidade material- art. 297 (público) e art. 298 (particular). Cada espécie de falso
tem um tipo penal específico. Agente modifica as características originais do
documento, por meio de rasuras, borrões, emendas, substituição de palavras ou
letras. Chamada também de falsidade externa. O aspecto externo do documento
é modificado, ou seja na forma em que ele se apresenta. O falso é provado por
perícia, pois um expert deverá analisar quais pontos do documento não
correspondem ao original.
Tipo penal recentíssimo e que foi criado em virtude das inúmeras fraudes a
certames públicos que ocorrem no Brasil. Como antes não existia uma
tipificação para o fato, era difícil a sua inserção em outra figura penal. Agora,
inexiste qualquer óbice para a configuração do delito.
Pela leitura do novel tipo, percebe-se que o legislador cuidou de punir qualquer
fraude a certame público, inclusive para ingresso em universidades
Objeto material. São as informações sigilosas acessadas pelo sujeito ativo para
beneficiar terceiro ou a si mesmo.
Sujeito ativo. Qualquer pessoa, não se exigindo que seja funcionário público. Se
este praticar o crime, incide uma causa de aumento de pena.
Pena. Cumpre ressaltar que a pena mínima prevista para tal tipo penal possibilita a
aplicação da suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9099/95).
CP, não sendo possível usar o conceito cunhado pelo Direito Administrativo, pois o
CP possui conceito próprio para tanto.
Peculato
Crime próprio. Cabe concurso de pessoas em tal tipo penal, nas modalidades
participação e coautoria, uma vez que a circunstância subjetiva “funcionário
público” é elementar do tipo penal, aplicando-se o art. 30, CP, ocorrendo a
Cuidado- se for Prefeito o sujeito ativo, ocorre o crime do art. 1º, Decreto-Lei
201/67. Este Decreto-Lei trata dos crimes cometidos pelo Prefeito, em
redação idêntica aos crimes previstos no CP. Logo, pelo princípio da
especialidade, aplica-se a referida legislação ao Prefeito.
Concussão
Cuidado: Tal tipo penal possui o preceito primário (caput) mais grave que o crime
de corrupção passiva (Art. 317, CP), mas sua pena (preceito secundário) é
menor. Muito candidato se confunde na hora da prova e confunde essas
questões, mas tudo isso por culpa do legislador que errou ao alterar a pena
dos art. 317 e 333, CP, para 2 a 12 anos e se esqueceu de alterar também a do
delito de concussão, que ficou em 2 a 8 anos.
Corrupção passiva
Art. 317. Lembrar que corruptor enquadra-se no art. 333, sendo exceção
pluralística à teoria monista ou unitária do concurso de pessoas, uma vez que
há concurso de pessoas, mas cada agente enquadra-se num tipo penal diverso.
Lembrar que não se necessita da bilateralidade necessária em tal tipo, ou seja,
para haver a corrupção passiva não deverá existir a corrupção ativa, podendo
subsistir um sem o outro. Ex: policial militar solicita certa quantia para não multar o
motorista, mas este não aceita o pedido de propina. Ocorre, assim, apenas o tipo
do art. 317, CP (Apn 224/SP, STJ).
Obs: Para que ocorra o crime em tela, necessário se faz que haja correlação entre
o ato almejado pelo corruptor e a função que o funcionário público “comprado”
exerça, isto é, de fato o corrupto possua competência para praticar o ato de
ofÍcio almejado pelo corruptor (REsp 825340/MG).
Verbos:
exaurimento, uma vez que ele não é exigido para falar-se em consumação do
crime. Inf. 690/STF.
Parágrafo 2º. Tipo penal privilegiado em que inexiste a citada vantagem indevida.
São os chamados “favores” administrativos, que não deixam de constituir
crime. Cede a pedido ou influência de terceiros, sem que receba qualquer
vantagem.
Tráfico de influência
Obs: Caso o funcionário público, sabendo dessa intermediação que estava sendo
feito nas suas costas, passe a querer a vantagem, ocorre o crime de corrupção
passiva por parte dele e a tipificação de todos modificará para corrupção
ativa.
Obs: Quem dá a vantagem não responde por nada, pois é delito putativo
(imaginário), uma vez que ele pensa que está praticando o crime de
corrupção ativa, enquanto na verdade tudo não passa de uma verdadeira fraude.
Apenas aquele que solicita, exige, cobra ou obtém a vantagem é que responde por
tal tipo penal.
Corrupção ativa
Primeira observação que muitos se esquecem é de que tal crime é praticado pelo
particular (crime comum) que quer comprar um ato de ofício do funcionário
público.
O verbo “dar” não foi previsto, sendo isso uma omissão do legislador. Na
prática, quando ocorrer o “dar”, o agente responde porque, em última análise, teve
que antes passar pelo verbo “oferecer”. Tal correção foi feita no tipo penal do art.
337-B, CP, em que se previu o verbo “dar”. Caso seja cobrado em concurso
público, cuidado se na questão estiver falando que o tipo penal do art. 333 previu a
figura do verbo “dar”, pois tal assertiva, de forma abstrata, estará incorreta.
Crime formal, sendo que a consumação não exige a entrega efetiva da vantagem
ou a prática do ato de ofício que se almeja.
Vantagem tem que ser oferecida antes da prática do ato. Depois não é crime,
podendo ser mero presente dado a funcionário público, respondendo este por
eventual ato de improbidade administrativa em virtude de presentes recebidos.
Obs: Também não é crime quando o sujeito ativo oferece vantagem para evitar
que o funcionário público pratique algum ato ilegal contra ele, uma vez que o tipo
penal exige que o ato seja de ofício, supondo, por óbvio, que este seja lícito. Ex:
oferecer dinheiro para o Policial Militar não prendê-lo, sendo que esta prisão era
motivada pelo fato de o P.M. ter “plantado” uma droga dentro de seu carro. Fato
atípico.
Pena. É mesma prevista para o crime de corrupção passiva, uma vez que, por
questões lógicas, não seria proporcional que o corruptor tivesse uma pena
diferente do corrupto. Lembrar que a pena desses dois tipos é maior que a do
crime do art. 316, CP, concussão, que é mais grave apenas no preceito primário.
Pena de 2 a 12 anos. Tal reprimenda foi exarcebada pela Lei 10.763/03, então a
dúvida seria a partir de quando ela deve ser aplicada. Ora, pelo princípio da
Contrabando e descaminho
Sujeito ativo é qualquer pessoa. Se for funcionário público que auxilia o particular
em tal crime, há o art. 318.
Sujeito passivo é União apenas no crime de contrabando, porque fala nos verbos
exportar e importar. Já no descaminho pode ser sujeito passivo União (Imposto de
Exportação ou Importação), Estados (ICMS) e Municípios (ISS).
Tipo penal em branco, pois Portaria do Ministério da Fazenda é que diz qual
mercadoria é proibida.
Parágrafo 2º: lembrar que também são punidas as pessoas que fazem
contrabando ou descaminho em sua própria residência.
Todo o pensamento aqui externado pode ser aplicado ao art. 318, CP, com a única
ressalva de que neste último que o comete é funcionário público.
Não se confunde com o art. 168-A, CP, pois neste o agente desconta a
contribuição previdenciária devida pelo empregado, mas a embolsa (apropriação).
No art. 337-A, CP, o agente simplesmente deixa de pagar a contribuição
previdenciária devida (sonegação), por meio das condutas suprimir ou reduzir.
Além disso, lembrar a observação feita de que o crime do art. 337-B, CP,
possui previsão do verbo “dar”, hipótese esta que não está prevista no art.
333, CP.
Crime de mão própria. Só caberia, em tese, participação, uma vez que nos crimes
de mão própria somente o sujeito ativo em si é que poderia praticá-lo, sendo
impossível, assim, dividir as tarefas com outra pessoa não qualificada para tanto.
Isso para a doutrina dominante. Todavia, STF pensa que pode haver sim
coautoria quando o outro coautor for advogado, uma vez que este possui o
chamado domínio final do fato e não pode ser apenado como simples partícipe
(HC 75037/SP, STF). Tal questão pensada apenas pelo STF já foi cobrada em
muitos concursos públicos e muitos se esquecem, pois estudam apenas doutrina,
enquanto que o pensamento dos Tribunais Superiores é que fazem a diferença.
Parágrafo 1º- suborno só se aplica se o perito for nomeado pelo Juiz, ou seja,
tratar-se de perito não-oficial ou particular. CUIDADO: Se for perito oficial
(funcionário público) responde por corrupção passiva (art. 317, CP), caso
receba o aludido suborno, sendo que aquele que ofereceu o suborno responderá
pelo delito de corrupção ativa (art. 333, CP).