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12 Tipos de Riscos em Investimentos que Você Precisa Conhecer

(Parte 3: Demais Ativos de Renda-Fixa)

Introdução (Riscos do Mercado de Renda-Fixa)

Bem-vindos de volta à série de postagens sobre riscos de investimentos.


Estive ausente nos últimos meses devido às finalizações de alguns
projetos, inclusive meu mestrado, mas cá estou para dar continuidade ao
estudo das diversas formas de riscos que podemos encontrar em nossos
investimentos pessoais.

Recapitulando, no primeiro post da série, foram mencionados diversos


tipos de riscos que devemos considerar, ou, pelo menos, estar cientes
de seu possível impacto em nossos investimentos.

Dentre eles, estão contemplados os riscos: de mercado – como da renda


variável, de mudanças econômicas e de câmbio; de liquidez;
operacional; dentre outras importantes modalidades.

Começamos a destacar os tipos de investimentos em Renda Fixa (RF) e


seus riscos associados, na segunda publicação da série.

Neste terceiro capítulo, fechamos a parte de RF com três importantes


segmentos de investimentos para nós, investidores pessoa física: títulos
públicos, debêntures e fundos de investimento em RF.

Uma observação se faz necessária nesse ponto. Seria impossível incluir


aqui todos os tipos de RF existentes, até mesmo porque há instrumentos
financeiros com maior complexidade que, em sua maioria, estão
disponíveis apenas para investidores mais qualificados e/ou
institucionais.

Alguns exemplos são: CCBs, CCEs, LFs e fundos de investimento em


direitos creditórios (FIDC).

Títulos Públicos
Os títulos de dívida pública no Brasil são negociados por meio do
programa Tesouro Direto, que, de acordo como o próprio site, é “um
programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas desenvolvido
pelo Tesouro Nacional, em parceria com a BM&FBOVESPA”.

Assim como outros títulos de RF, os títulos públicos (ou títulos do


Tesouro Nacional) são conhecidos por apresentar um risco – em termos
de volatilidade – geralmente menor que títulos de Renda Variável (RV).

Nos termos da Economia, os títulos públicos são mais seguros que os


outros títulos de RF (poupança, inclusive), dado o baixo risco de calote
de seu emissor: o governo.

Na prática, para o investidor pessoa física, esta afirmação sobre uma


possível “segurança” pode ser verdade ou não.

Quando os títulos públicos são comparados com a poupança, em termos


de rentabilidade e solvência do emissor (como veremos logo a seguir),
os primeiros são superiores e menos arriscados.

Por outro lado, em termos de liquidez e volatilidade, a poupança pode se


mostrar como uma alternativa mais adequada para determinados
investidores.

Risco de crédito

Isso nos leva ao primeiro risco a se considerar quando investimos em


títulos do Tesouro Nacional: o risco de crédito do emissor, ou seja, o
risco de quebra do órgão responsável pelo pagamento do título de
dívida.

Neste caso, o emissor é o próprio Tesouro Nacional. Portanto, no caso


de quebra do país – também conhecido como declaração de calote da
dívida externa –, seu investimento também poderia deixar de existir, ou
melhor, “viraria pó”.

Apesar de parecer assustador, a chance disto ocorrer de fato é remota,


dada a situação atual de baixo risco em que se encontra o Brasil. O
rating atual do país (pelo Standard & Poor’s) é BBB-, mas a perspectiva
é de não perdermos o Grau de Investimento.
Ou seja, no curto/médio prazo, dificilmente ocorrerá incapacidade de
pagamento da dívida externa no país.

Uma boa forma de analisar a capacidade de pagamento do país é


analisar o risco país. Um excelente artigo sobre o risco país, escrito pelo
Henrique, se encontra aqui mesmo no HC Investimentos, neste link.

Mesmo com tal perspectiva, é importante acompanhar e ficar atento à


situação econômica brasileira.

Atualmente, o país apresenta fraco crescimento econômico (baixo


crescimento do PIB) e uma política expansionista lenta, especialmente
nas áreas de infraestrutura e tecnologia.

Precisamos melhorar nestes aspectos para manter o grau de


investimento e ampliar a atratividade de investidores estrangeiros.

Um fato interessante a se notar é que, além de uma possibilidade


reduzida de ocorrência, um fenômeno como a quebra de um país
desencadearia uma série de problemas na economia, fazendo com que
empresas de diversos setores fossem afetadas e apresentassem
resultados desastrosos.

Levaria à quebra, inclusive (e principalmente), de bancos que fossem


emissores de outros títulos de RF, de grandes instituições financeiras e
de empresas de capital aberto na bolsa.

Enfim, um evento como este abalaria o mercado do país como um todo


e deixaria poucas alternativas ao investidor pessoa física. Restaria a
busca pela diversificação em, provavelmente, investimentos em câmbio
ou em ativos de outros países.

Demais riscos em títulos públicos

Dando continuidade, enumeramos aqui os riscos que afetam de forma


mais significante os títulos públicos, conforme visto a seguir:

Risco de liquidez: a compra de títulos públicos é realizada todos os


dias da semana. Em contrapartida, a recompra dos títulos pelo Tesouro
Direto é realizada semanalmente, apenas às quartas-feiras.
Tal fato pode ser incômodo para os investidores mais conservadores ou
aqueles que precisem de maior urgência em seus resgates.

Risco de volatilidade: os preços dos títulos públicos estão sujeitos a


variações de mercado, basicamente influenciados por variações em
taxas de juros e indexadores aos quais os títulos estejam atrelados.

Se a venda dos títulos for feita de forma antecipada, esta oscilação pode
ser negativa, podendo gerar perdas financeiras.

Conforme pode ser lido no próprio eBook Alocação de Ativos, o preço


dos títulos varia de forma inversamente proporcional à taxa dos
mesmos. Basicamente, dois fatores são cruciais para as variações de
preços (e taxas) dos títulos: mudanças em taxas de juros e inflação.

O risco de volatilidade, portanto, está intimamente ligado ao risco de


mercado, mais especificamente, ao risco de mudanças econômicas.

Enquanto o risco de volatilidade afeta todos os tipos de títulos do


Tesouro Nacional, cada papel apresenta uma peculiaridade na variação
de seus preços, conforme será exemplificado na próxima seção.

Um detalhe importante que deve sempre ser lembrado é que, caso o


investidor leve o título até o vencimento, este receberá exatamente o
aporte inicial, acrescido de juros e descontado de taxas e impostos,
independente da situação do mercado.

Riscos de mercado por tipo de papel

São basicamente 6 tipos de títulos públicos existentes no mercado hoje,


sendo um deles, a NTN-C, não mais vendido pelo Tesouro Direto. Tais
tipos de título, juntamente com sua forma de rentabilidade, período para
resgate e aplicação ideal se encontram na tabela a seguir.
Tabela extraída do blog Rico.com.vc

Os títulos prefixados, mais especificamente LTN e NTN-F, apresentam


alta de preços quando a taxa Selic cai e perdem valor quando a Selic
aumenta.

Portanto, o investidor deve ficar atento, pois, dependendo do cenário,


poderá perder dinheiro caso queira se desfazer dos papéis
antecipadamente.

De acordo com o artigo “Quando se perde dinheiro na renda fixa”, da


Exame, o preço de um título prefixado é determinado pelo Valor
Presente (VP) que ele deve apresentar hoje para que este montante se
torne um Valor Futuro (VF) de, digamos, R$ 1000, dada uma data de
vencimento e uma taxa de juros atual do mercado.

Sendo essa conta baseada na conhecida fórmula de cálculo de VF em


regime de juros compostos, sendo i a taxa de juros e n o número de
períodos:

VF = VP * (1 + i)n
Citando o exemplo descrito no artigo: “num exemplo hipotético, se a taxa
de juros do mercado totalizar 20% ao final do período do investimento, o
investidor terá que pagar 833,33 reais para que a LTN atinja 1.000 reais
no vencimento.

Se amanhã a taxa de juros subir para 30%, o preço daquele título cairá
para 769,23 reais, já que a taxa acordada no prefixado não pode mudar”.

Na prática, se um investidor compra uma LTN que pagará 12% ao ano e


a Selic subir para 15% ao ano, o papel vai se desvalorizar, porque
certamente a taxa deste papel será ajustada positivamente, de forma a
compensar o aumento da Selic.
Situação similar pode ocorrer no caso das NTN-B, título pós-fixado
atrelado ao IPCA – um dos índices que mede a inflação no país.

A remuneração destes títulos é dada por uma parte “fixa” (por exemplo,
5,5%) que é adicionada à inflação do período – determinada pelo índice
IPCA.

Diferentemente dos papéis prefixados, porém, a NTN-B tem a vantagem


de sempre apresentar rentabilidade real, isto é, acima da inflação,
quando carregada ao vencimento.

Há o risco, porém, desta parte fixa se tornar baixa em relação aos juros
de mercado, o que levaria a uma queda no preço do papel.

Por sua vez, os títulos pós-fixados atrelados à Selic, ou LFT, têm sua
remuneração atrelada ao desempenho da taxa de juros, reduzindo
significantemente seu risco de mercado. Apesar disso, este título pode
se desvalorizar, caso um dos casos ocorra:

 Se o mercado não compactuar com a decisão do Banco Central sobre


a taxa Selic. Com isso, o mercado poderia inserir um deságio na LFT
para compensar o descolamento da remuneração do título em relação
aos juros praticados.
 Se ocorre uma repentina elevação da inflação. Nesse caso, haveria
uma perda em relação à inflação na hora da venda do título antes do
vencimento. Mesmo assim, a Selic deveria ser corrigida rapidamente.

Debêntures
As debêntures são ativos de crédito privado emitidos por empresas não
financeiras.

Ao comprar uma debênture, o investidor está emprestando dinheiro a


uma empresa, geralmente com o intuito de financiamento de novos
projetos, sob a promessa de receber o montante corrigido por juros.

O mesmo risco do emissor presente em títulos públicos se apresenta


aqui e sua forma de análise é, em certos aspectos, similar.

É necessário entender o intuito da captação monetária, o nível de


crescimento de produção e lucro da empresa, o mercado no qual ela
está contida para então concluir se há boa probabilidade de a empresa
honrar com suas dívidas.

Felizmente, são raros os defaults de empresas que emitem debêntures


no Brasil. Um ponto auxiliar nessa questão é que a emissão de
debêntures pode ser efetuada com ou sem garantias, que podem ser
bens ou direitos bloqueados ou não.

Isso não significa, logicamente, que quebras não possam ocorrer. De


qualquer forma, ao investir em um papel como esse, é preciso prestar
atenção na solidez das contas do emissor e em sua classificação de
risco.

Apesar de mais evidente no contexto de crédito privado, todos os títulos


de RF que apresentam pagamentos periódicos também possuem um
risco de não pagar em dia os rendimentos sobre a aplicação, o
chamado risco de inadimplência, que não deixa de ser um risco do
emissor.

No caso de debêntures, esse risco é mais claro porque nem sempre os


projetos que tais títulos financiam dão certo ou são lucrativos para as
empresas no espaço de tempo predefinido por elas.

Bem como os títulos públicos, as debêntures também


apresentam riscos de mercado, em termos de variação de taxa de
juros ou de indexadores aos quais estejam atrelados.

Isso pode gerar volatilidade durante o período de vigência da debênture,


caso o investidor queira negociar o ativo no mercado.

Fazendo um link com o parágrafo anterior, há de se considerar um


importante fator de risco no investimento em debêntures: o risco da
liquidez.

Uma forma prática de analisar a liquidez geral desse mercado é verificar


os relatórios do portal REUNE (REgistros Únicos de NEgócios da
Anbima).

O REUNE é uma plataforma de registro de negociações de debêntures


no mercado secundário, que tem o objetivo de facilitar o processo de
formação de preços e contribuir com a liquidez do mercado.

Neste relatório (exemplo de jun/2014), são exibidas importantes


informações referentes ao grau de liquidez do mercado, a predominância
do tipo de indexador ao qual os títulos estão atrelados, setores que
distribuem um maior número de debêntures, além de diversas
estatísticas e gráficos.
Um exemplo pode ser visualizado a seguir, onde são listados os ativos
com maior liquidez nos últimos 6 meses:

Apesar de todos os riscos citados, uma das grandes vantagens do


investimento em debêntures é que ele apresenta rentabilidade
usualmente superior à dos títulos públicos, por oferecer mais riscos.

Com uma boa análise prévia sobre o emissor da dívida, é possível


almejar maiores rentabilidades em uma carteira pela inclusão de ativos
deste tipo.

Fundos de investimento em Renda Fixa


Os fundos de investimento de renda fixa (daqui pra frente, chamados
de fundos RF) são fundos de investimento que têm por objetivo buscar
rentabilidade através de ativos de RF, reproduzindo as variações das
taxas de juros do mercado doméstico e de índices de preço.

Basicamente, todos os outros riscos de RF podem afetar um fundo de


investimento em RF, dado que tais fundos investem, obviamente, em
ativos de RF. A diferença aqui é que há uma equipe de gestão
profissional para determinar quais papéis farão parte do fundo.

Se a equipe será competente e trará lucro para o investidor, só o futuro


irá dizer! =)

Podemos dividir os fundos de investimento de acordo com as seguintes


categorias:
 Curto Prazo: possuem a sua carteira de investimentos composta por
títulos de renda fixa, cujo prazo seja inferior a 360 dias, possuindo
assim um prazo médio menor.
 Referenciados: têm por objetivo proporcionar uma rentabilidade
atrelada a um indexador financeiro e a sua carteira de investimento
deverá ser composta por, no mínimo, 95% de títulos de renda fixa que
tenham rentabilidade atrelada a esse indicador determinado.
 Renda Fixa: possuem a sua carteira de investimentos (no mínimo
80%) composta por títulos de renda fixa prefixados ou indexados a
outros índices como os de inflação (IPCA ou IGP-M).
 DI: possuem a sua carteira de investimentos (no mínimo 80%)
composta por títulos pós-fixados, atrelados à taxa CDI.
 Divida Externa: têm a sua carteira de investimento composta por (no
mínimo 80%) títulos emitidos pelo governo brasileiro negociado no
mercado internacional.
 Direitos Creditórios (FIDC): possuem carteira composta, em maior
parte, por ativos de direitos creditórios, como por exemplo: duplicatas,
cheques, contratos de aluguel e outros créditos que uma empresa tem
a receber.
Dentre os citados, os fundos com menor risco são: os referenciados;
renda fixa; e DI. Já o que apresenta o maior nível de risco é o fundo
FDIC, pois se trata da compra de uma dívida de uma instituição, sendo
complicado analisar se o credor irá honrar com tal dívida.

Fora os riscos conhecidos sobre os ativos investidos pelos fundos, o


principal risco de perda de um fundo RF é, em minha opinião, o de
apresentar uma rentabilidade pior que a inflação registrada no período,
após a incidência de taxa de administração e de IR. Algo como um risco
de oportunidade.

Esse risco é especialmente alto em fundos referenciados DI, dado que


são mais conservadores e que investem, no mínimo, 95% de seu
patrimônio em papéis pós-fixados, de forma a acompanhar, direta ou
indiretamente, a variação do indicador de desempenho (benchmark)
escolhido.

Dada a proximidade com o benchmark e que ainda incidirão taxa de


administração e IR, é difícil que tal fundo supere com folga o mercado de
comparação escolhido.

Logo, um ponto interessante a se atentar é a taxa de administração


cobrada pelo fundo. Caso ela seja muito alta, dificilmente um gestor
conseguiria “se pagar” (pagar sua equipe de gestão) e ainda superar o
benchmark de forma consistente, no longo prazo. Isso, de forma
resumida, é o risco de gestão.

Ainda compõe essa categoria de risco a possibilidade de se aplicar em


um fundo que, por incompetência ou falta de sorte dos seus gestores,
aplica em outros ativos e perde dinheiro, de fato, ao especular com
títulos prefixados e indexados à inflação ou em maus papéis de crédito
privado.

É importante lembrar que, assim como os investidores pessoa física, os


institucionais também possuem direito às garantias oferecidas pelo FGC.
Hoje, o FGC garante até R$ 250 mil por CPF/CNPJ, por instituição.

Contudo, se o fundo tiver mais de R$ 250 mil aplicados em, digamos,


CDBs de uma única instituição – e certamente terá, pois este valor é
muito baixo para um investidor institucional -, nem todo o valor será
coberto em caso de default.

Custos e conclusão
É sempre importante levar em consideração o IR e os custos embutidos
na compra de ativos de RF, para efeitos de comparação entre as
rentabilidades de títulos distintos.

O IR cobrado nos títulos públicos, por exemplo, também segue a tabela


regressiva, similarmente a outros investimentos em RF.

Editado:
Além do IR, o Tesouro Direto possui duas (e não três, como havia
mencionado anteriormente) diferentes fontes de cobranças: uma taxa de
custódia para a BMF&Bovespa, cobrada anualmente, de 0,3% sobre o
valor comprado; e a taxa de custódia da corretora – variável por
instituição.

Portanto, sempre que for realizar uma comparação entre rentabilidades


de diferentes investimentos, inclua nas contas o custo de investimento
para uma melhor comparação e, até mesmo, para verificar a viabilidade
da aplicação.
E, claro, sempre tenha em mente os riscos associados a cada
investimento que você realize. E boas compras!

Deixo então a seção de comentários aberta para possíveis dúvidas,


elogios e sugestões sobre riscos do mercado de Renda-Fixa.

Não deixe de comentar!

No próximo post, eu volto com alguns riscos bem interessantes em


Renda Variável e, mais especificamente, em ações. Até lá!

Para conhecer o guia absolutamente completo sobre Tesouro Direto,


visite esse link aqui.

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