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ANNO I - NUMERO I 5 0 0 rs.

MAIO - 1928

Revista de Jfatropofa|ia
Direção de A N T Ô N I O D E A L C Â N T A R A M A C H A D O Gerencia de R A U L BOPP

ENDEREÇO: 13, RUA BENJAMIM CONSTANT - 3.° PAV. SALA 7 - CAIXA POSTAL N.° 1.269 SÃO PAULO

ABRE-ALAS ,— M A N H Ã

Nós éramos xifópagos. Quási chegamos a


ser deródimos. Hoje somos antropófagos. E foi
assim que chegamos á perfeição.
Cada qual com o seu tronco mas ligados O jardim estava em rosa, ao pé do Sol
pelo figado ( o que quer dizer pelo ódio) mar- E o ventinho de mato que viera do Jaraguá
chávamos numa só direcção. Depois houve uma Deixando por tudo uma presença de água
revolta. E para fazer essa revolta nos unimos
ainda mais. Então formamos um só tronco. De- Banzava gosado na manhã praceana.
pois o estouro: cada um de seu lado. Viramos ca-
nibais.
Tudo limpo que nem toada de flauta.
Aí descobrimos que nunca havíamos sido
outra cousa. A geração actual coçou-se: apare- A gente si quizesse beijava o chão sem formiga,
ceu o antropófago. O antropófago: nosso pai. A bocea roçava mesmo na paisagem de cristal.
principio de tudo.
Não o índio. O indianismo é para nós um
prato de muita sustância. Como qualquer outra Um silêncio nortista, muito claro!
escola ou movimento. De ontem, de hoje e de As sombras se agarrando no folhedo das árvores
amanhã. Daqui e de fora. O antropófago come o
Talqualmente preguiças pesadas.
índio e come o chamado civilizado: só êle fica
lambendo os dedos. Pronto para engulir os ir- O Sol sentava nos baricos, tomando banho-de-luz.
mãos.
Assim a experiência moderna (antes: con-
tra os outros; depois: contra os outros e contra Tinha um sossego tão antigo no jardim,
nós mesmos) acabou despertando em cada con- Uma fresca tão de mão lavada com limão
viva o apetite de meter o garfo no vizinho. Já Era tão marupiara e descansante
começou a cordeal mastigação.
Aqui se processará a mortandade (esse car- Que desejei... Mulher não desejei não, desejei...
naval). Todas as oposições se enfrentarão. Até Si eu tivesse a meu lado ali passeando
1923 havia aliados que eram inimigos. Hoje há Suponhamos, Lenine, Carlos Prestes, Gandhi, um desses !...
inimigos que são aliados. A diferença é enorme.
Milagres do canibalismo.
No fim sobrará um Hans Staden. Esse Hans Na doçura da manhã quasi acabada
Staden contará aquillo de que escapou e com os Eu lhes falava cordialmente:—Se abanquem um bocadinho
dados dele se fará a arte próxima futura.
E havia de contar pra eles os nomes dos nossos peixes
E' pois aconselhando as maiores precauções
que eu apresento ao gentio da terra e de todas Ou descrevia Ouro Preto, a entrada de Vitoria, Marajó,
as terras a libérrima REVISTA DE ANTRO- Coisa assim que puzesse um disfarce de festa
POFAGIA.
No pensamento dessas tempestades de homens.
E arreganho a dentuça.
Gente: pode ir pondo o cauim a ferver.
MARIO DE ANDRADE
Antônio de Alcântara Machado.

"ftli vem a nossa comida pulando"


(V. Hans Staden - Cap. 28)
Revista de Antropofagia

RESOLANA Poema
O mormaço é a fumaça da macega.
Ella vae sozinha, tropeçando nas colheitas.
Treme o longe diluído na quentura. Bate-lhe o sol nos hombros. Ella sente que um gosto.
O boi desce a recosta em procura da sombra humano
mas pára logo, abombado. deflora-lhe a bocca e illumina-a de absurdos.
Lá no alto, voando, voando, bebendo o azul, Parece que um choro quer sorrir dentro de si.
subindo sempre — urubu. Parece que o sangue dentro de si quer matal-a
Feliz... e jogar-lhe clarões por cima.
O calor queima a terra, ferve no ar. Aquillo é o universo que se despenha dos seus cabellos.
(Memória de marulhos
gosto de espuma limo areia branca) (Pará) ABGUAR BASTOS
A cabeça do alazão é uma chamma esbelta
cortando o campo a trote largo.
Vejo as orelhas agudas que se movem,
sinto o corpo fremente do cavallo. URA,
E ha tanta harmonia entre o choque dos cascos os films que a s s o m b r a m o m u n d o
e o meu tronco agitado na vibração febril,
que eu compreendo a gloria animal da carreira: REPRESENTANTE
vou!
enrolado na força do sol. Gustavo Zieglitz
(Rio Grande do Sul)
RUA DOS ANDRADAS, 42
Do livro "Giraluz"

AUGUSTO MEYER
S Ã O PAULO

Estão no Prelo Vacca Christina


LARANJA DA CHINA A vacca Christina, de madrugada,
DE
Vem de belengue no longo da rua.
Antônio de Alcântara Machado Uei,
Olha o leite da vacca Christina!
E

MACUNAIMA No Bango lambido de luzes escassas


Estira-se a larga madrugada molle.
DE Amontoa-se a garoa miúda. E lá adeante.
Mario de Andrade Roda a carroça do lixo da noite.
Uei,
Quem quer leite da vacca Christina?
A sair brevemente E a vacca bohemia, de pata pitoca,
Vae toda faceira, enfeitada de fita
M arti m - S e r e r ê Vae ver as comadres atraz dos tabiques
Uei,
VERSOS Viva as tetas da vacca Christina!
DE
Cassiano Ricardo E passa a patrulha noturna da zona.
E' a hora em que o Bango cansado cochila.
E Somente enche o resto da noite deserta
O belengue molango no longo da rua:
Republica dos E. U. do Brasil Uei,
POEMAS Quem que o leite da vacca Christina?
DE Jacob Pim>Pim.
MENOTTI D E PICCHIA Do livro a sahir: "Ai, seu Mé".
Revista de Antropofagia

MANIFESTO ANTROPÓFAGO
Só a antropofagia nos une. Social- pobre declaração dos direitos do Só podemos attender ao mundo
mente. Economicamente. Philoso- homem. orecular.
phicamente. A edade de ouro annunciada pela
America. A edade de ouro. E todas Tínhamos a justiça codificação da
Única lei do mundo. Expressão as girls. vingança A sciencia codificação da
mascarada de todos os individualis- Magia. Antropofagia. A transfor-
mos, de todos os collectivismo. De Filiação. O contacto com o Brasil mação permanente do Tabu em to-
todas as religiões. De todos os trata- Carahiba. Oú Villeganhon print ter- tem.
dos de paz. re. Montaigne. O homem natural.
Rousseau. Da Revolução Francesa Contra o mundo reversivel e as
Tupy, or not tupy that is the ao Romantismo, á Revolução Bol- idéas objectivadas. Cadaverizadas.
question. chevista, á Revolução surrealista e O stop do pensamento que é dyna-
ao bárbaro technizado de Keyserl- mico. O indivíduo victima do syste-
Contra toda as cathecheses. ing. Caminhamos. ma. Fonte das injustiças clássicas.
contra a mãe dos Gracchos. Das injustiças românticas. E o es-
Nunca fomos cathechisados. Vive- quecimento das conquistas interio-
Só me interessa o que não é meu. mos atravez de um direito sonam- res.
Lei do homem. Lei do antropófago. bulo. Fizemos Christo nascer na Ba-
hia. Ou em Belém do Pará. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Ro-
Estamos fatigados de todos os ma- teiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.
ridos catholicos suspeitosos postos Mas nunca admittimos o nasci-
em drama. Freud acabou com o mento da lógica entre nós. O instincto Carahiba.
enigma mulher e com outros
sustos da psychologia im- Morte e vida das hypothe-
pressa. ses. Da equação eu parte do
Kosmos ao axioma Kosmos
O que atropelava a verdade parte do eu. Subsistência. Co-
era a roupa, o impermeável nhecimento. Antropofagia.
entre o inundo interior e o
mundo exterior. A reacção Contra as elites vegetaes.
contra o homem Em communicação com o solo.
vestido. O cinema
americano informa- Nunca fomos cathechisados.
rá. Fizemos foi Carnaval. O indio
vestido de senador do Império.
Filhos do s o l , Fingindo .de Pitt. Ou figuran-
mãe dos viventes. do nas operas de Alencar cheio
Encontrados e ama- de bons sentimentos portugue-
dos ferozmente, com zes.
toda a hypocrisia
da saudade, pelos im- J á tínhamos o
migrados, pelos tra- communismo. J á tí-
ficados e pelos tou- nhamos a língua
ristes. No paiz da surrealista. A eda-
cobra grande.
de de ouro.
Catiti Catiti
Foi porque nun-
Imara Notiá
ca tivemos gram-
Notiá Imara
maticas, nem col- Desenho de Tarcilu 1928 De um quadre que figurará na sua próxima exposição de Junho
na galeria Pcrcier, em Paris. Ipejú
lecções de velhos
vegetaes. E nunca soubemos o que
era urbano, suburbano, fronteiriço e Contra o Padre Vieira. Autor do A magia e a vida. Tínhamos a re-
continental. Preguiçosos no mappa nosso primeiro empréstimo, para lação e a distribuição dos bens phy-
mundi do Brasil. ganhar commissão. O rei analpha- sicos, dos bens moraes, dos bens di-
Uma consciência participante, beto dissera-lhe: ponha isso no papel gnados. E sabiamos transpor o ínys-
uma rythmica religiosa. mas sem muita lábia. Fez-se o em- terio e a morte com o auxilio de al-
préstimo. Gravou-se o assucar bra- gumas formas grammaticaes.
sileiro. Vieira deixou o dinheiro em
Contra todos os importadores de
Portugal e nos trouxe a lábia, Perguntei a um homem o que era
consciência enlatada. A existência
palpável da vida, E a mentalidade o Direito. Elle me respondeu que
era a garantia do exercício da pos-
prelogica para o Sr. Levy Bruhl
O espirito recusa-se a conceber o sibilidade. Esse homem chamava-se
estudar.
espirito sem corpo. O antropomor- Galli Mathias. Comi-o
fismo. Necessidade da vaccina an-
Queremos a revolução Carahiba. tropofagica. Para o equilíbrio contra Só não ha determinismo - onde ha
Maior que a revolução Francesa. A as religiões de meridiano. E as in-
mistério. Mas que temos nós com
unificação de todas as revoltas ef- quisições exteriores.
isso?
ficazes na direcçâo do homem. Sem
nós a Europa não teria siquer a sua
Continua na Pagina 7
Revista de Antropofagia

SEIS ROETAS
PBDRO-JUAN VIQNALE — Sen- A ascensão de Jorge de Lima é «ma Henrique de Resende, Rosário Fus-
tímiento de Germana — Buenos delícia. De soneto Acendedor de lam- co e Ascanio Lopes — Poemas —
peSes ao poema Essa negra Fulfl. Su- Cataguazes — 1928.
Aires — 1927.
jeito inteligente como poucos soube pro- E' a gente simpática da Verde de Ca-
curar e achou. Abençoado Manuel Ban- taguazes.
Os versos são de uma ternura forte e
deira. Livro naturaline-nte desigual puxando
grave. Muito differente daquele picguis- para três lados.
mo rimado dos poetas que sussurram no Dos Poemas eu separo G. W, B. R.
Gostosura de lirismo vagabundo, alegre, Henrique de Rezende é o mais velho da
rimado dos poetas que sussurram no turma. Engenheiro rodoviário vai anotando
ouvidinho da amada. Pedro-Juan Vignale, levado dos diabos. Dá vontade na gente
de repetir a viajem tendo o poema bem nas margens do caderno de medições e
maestro e entomólogo, ama á moderna. de cálculos os aspectos dos caminhos que
E poeta á moderna. Seus ditirambos em guardado na memória. Separo esse por
ser o meu predileto. Mas não o único êle abre
honra de Germana não são declarações
de namorado bisonho: antes de que tem notável. Rio de Sáo Francisco também como um corda me de veias
me agrada bastante. Bala de Todos os no corpo adusto
fé convencida e invencível num senti-
Santos, Santa Dica, Floriano-Padre Cf- da terra inhospita.
mento muito alto mas palpável. Nada de cero-Lampeão' igualmente têm cousas
dúvidas cruciantes ou queixumcs suspi- que a gente não esquece. Principalmente Não sei se como engenheiro é bom
rados. Nenhuma alusão á morte salva- o primeiro. E do magnífico ChangA pula poeta. Mas sei que como poeta é bom
dora. um bodum danado, rebenta um ritmo engenheiro. Seus veisos são solidamente
Através da mulher o poeta ama a terra infernal. Inútil querer resistir. construídos sobre leito bem empedrado.
onde ela nasceu: esta terra. Sentir uma De vez em quando uma descaida sen- Nem falta o rolo compressor de uma
é sentir a outra. timental ou pueril, livresca, oratória ou auto-crítica severa. E esses caminhos têm
conceituosa que desaponta mas não as- sombras para a gente repousar a vista
En tus manos ávidas tonta da luz das paisagens. A ermida por
traes sombra. Porque não é assim tão facil-
mente que se Tompe com certos cacoetes exemplo: tão comovente e tão bonita.
los cielos dei Brasil literários. Não vê. A cousa é dura como Rosário Fusco é um menino. Está
quê. Não tem importância: Jorge de Li- dito tudo: mistura timidez com audácia,
Ouvindo a voz cállda de trópico é brutalidade com ternura, larga o esti-
que êle vê ma está ficando cada vez mais escovado.
Por isso duvido muito que em seus livros lingue para choramingar no colo de um
futuros apareçam versos como Oraç&o, afecto bom. Tem talento. Quanto a isso
esa tarde paulista não pode haver dúvida. Tem talento, von-
exprimirse Meninice, Poemas dos bons fradinhos,
<A voz da igrejinha e o Painel de Nuno tade de acertar e uma desenvoltura ótima
«obre ei Tietê na qual a gente não pode deixar de pôr a
hasta inundarlo Gonçalves sobretudo.
Agora Essa negra Fulô. E' das cousas maior das conf ianças. Eu gosto muito deste
O" que é positivamente lindo. poeminha — Sala de gente pobre — do
mais .marcantes que a poesia nordestina
Esse contracto de poeta, tão profun- nos tem enviado de muito tempo para qual tomo a liberdade de suprimir o últi-
damente vigoroso com o tema lírico Bra- cá. Essa negra Fulô sim. Bole com a gen- mo verso:
sil ainda nos dará (penso eu) muita cou- te. Pinica a'sensibilidade da gente. Em- Um banco.
sa ótima. bala o sensualismo da gente. Canção e Uma mesa.
história da escravidão sem querer ser. Um quadro: Nossa Senhora
JORGE FERNANDES — Livro de Poesia boa, cheirosa, suarenta, apetito- Outro quadro: São José....
poemas — Natal — 1927. sa, provocadora.
Um lampeão.
A poesia de Jorge Fernandes machuca. Nem ambição de mais coisas.
Ora se deu que chegou
Deante dela fica-se com vontade de gri- (isso já faz muito tempo) Os defeitos de Rosário Fusco são de-
tar como o próprio poeta na Enchente: no bangüê dum meu avô feitos de quem tem dezesete anos. Em
Lá vem cabeçada... uma negra bonitinha geral porque há alguns mais graves que
chamada negra Fulô podem virar crônicos se não forem cura-
E vem mesmo. Poesia bandoleira, vio- dos logo: linguagem meio cá meio lá,
lenta, golpeando a sensibilidade da gente quedazinha paTa o lugar-comum, imagem
que nam o tejú brigando com a cobra: Essa negra Fulôt
de efeito, final arranjadinho. E outros
Léxo! léxo t Essa negra Fulô! mais. Porém eu já disse e repito que em
Ao lado disso uma afeição carnal e Rosário Fusco a gente pode ter sem medo
selvagem pela terra sertaneja como de- muitíssima confiança.
monstra entre outras a explêndida Can- O' Fulô? O' Fulô?
(5o do inverno. E. feitio rjide de dizer (Era a fala da Sinhá Ascanio Lopes também é menino: me-
as cousas. Jorge Fernandes tem a mão chamando a negra Fulô) nino malicioso, gozador, cheio de suben-
dura: tira lascas das paisagens que caem Cadê meu frasco de cheiro tendidos. O principal defeito dele é o mes-
nas unhas dele. MSo de derrubar sem du- que teu Slnhô me mandou? mo de Rosário Fusco: a idade que tem.
vida. Aquella mesma trabalhadeira e lí- — Ah! foi você que roubou! Daí, apesar dele ser brincalhão, certas
rica Mio nordestina que dá o nome a Ah I foi você que roubou! puerilidades sentimentais, o desejo crian-
uma de suas poesias mais características. ça de SCT acarlnhado e o tema tristeza
soando falso nas poesias dele.
Outra cousa: Jorge Fernandes fala uma
língua que nós do Sul ainda não com- O Sinhô foi açoitar A mata é grande demais para o fogo
preendemos totalmente mas sentimos ad- sosinho a negra Fulô. pegar caracteriza bem a sua maneira boa:
mirável. Eu pelo menos não percebo tre- A negra tirou a saia Na modorra enorme do sertão
chos e trechos de várias poesias suas. e tirou o cabeção, os empregados trabalhavam nos eitos da
No entanto gosto deles. O poema Avoetes de dentro dele pulou [roça
por exemplo (não sei se por causa da nuinha a negra Fulô. Cantando cantigas ingênuas.
construcção particularfssima de certas Mas do lado da serra, lá longe, começou
frazes) espanta como o desconhecido. E Essa negra Fulô! [a subir fumaça
é bonito que só vendo. Essa negra Fulô! e as chamas tampaTam as arvores da
O autor do Livro de poemas eviden- [mata.
temente está passando por um período O' Fulô? O' Fulô? O feitor disse que era uma queimada que
doído de auto-crítica de que sairá melho- Cadê, cadê teu Sinhô [saltara o aceiro.
rado com' certeza. Êle mesmo reconhece que Nosso-Senhor me mandou? Ninguém pensou em apagar o fogo.
isso e caçoa de suas remmiscências par- Ah! foi você que roubou No céu os gaviões gritavam assustados.
nasianas. Daí uma porção de pequenos foi você, negra Fulô!
defeitos nas vésperas de completo- desa- _ Ascanio Lopes não deve abandonar
parecimento. Ou eu muito -me engano. Essa negra Fulô! - esse seu feitio de gozador a seco.
O pessoal da Verde é portanto uma
JORGE DÈ LIMA — Poemas e Essa negra Fulô. Pretinha do infermo. surpresa excellente e cuja excelência de
Essa negra Fido — Maceió — Essa negra Fulô. hoje em deante não mais surpreenderá
1927 « 1928. ninguém.
A. de A. M.
A. de A. M.
Revista de Antropofagia

POESIA

(Especial, pára a "Revista de Antropofagia")

FOME

Em jejum, na mesa do "Café Guarany",


O poeta antropófago rima e metrifica o amorzi-
[nho de sua vida.
Elle tem saudades de ti.
Elle quer chamar " t i " de: estranha — voluptuo-
[sa — linda querida.
Elle chama " t i " de: gostosa — quente — bôa
[— comida.

Guilherme de Almeida.

A L Í N G U A T U P Y — PLÍNIO V A L G A D O

A LÍNGUA TUPY mado como idêntico ao homen europeu, também. Liga-se o estudo dos Idiomas á
não resta a menor duvida. Basta ver-se própria historia do homem. Depois de
A língua tupy deve ser estudada com envergando o habito de Christo, e com o Lamarck, G. de Saint Hilaire, Darwin e
um novo critério. A contribuição de todos titulo de Dom, que lhe concede Felippe Spencer, estes assomptos tomam um ou-
os que escreveram grammaticas e dic- IV, o sr. Antônio Camarão, Poty de nas- tro aspecto. A ultima tentativa para redu-
cionarios do idioma falado pelos nossos cimento. .. Aliás, uma bulla papal jà de- zir o indio á forma européa, é, talvez, a
selvagens é certamente muito valiosa, e clarara, após a descoberta do Novo Mun- do nosso chamado indianismo, expressão
serve-nos hoje de inicio para as nossas do, que todos descendiam de Adão e Eva. do romantismo em nossa literatura. Mas
procuras curiosas. Mas os que estudaram Os que estudaram o tupy, desde aquelles essa preoecupação lamartinizante dos
o tupy, nos primeiros séculos da colo- tempos, não podiam ter outra orientação nossos poetas e romancistas teve a van-
nização inspiravam-se num critério arca- que não fosse a do seu século e a das ne- tagem de chamar a gttenção brasileira
dico, do mesmo modo que, considcando c cessidades prementes. para o bugre, cercal-o de uma sympathia
indio, tomavam-no sob o ponto de vista Muita gente depois veio estudando a através da qual pudéssemos chegaT a elle
da catechese. Período de Anchieta, depois lingua de nossos Índios, mas com um cri- e pesquizal-o melhor. E como esse mo-
de Montoya, de Filgueiras. E é preciso tério pratico. São subsídios curiosos. vimento de Gonçalves Dias e José de
notar o caracter, de utilidade pratica im- Abanheenga, quer dizer, lingua de homem, Alencar representa o primeiro passo para
mediata, desses estudos, naquella época. lingua de gente, chamavam os tupys á uma comprehensão melhor do indígena,
O jesuíta tinha necessidade de unificar, sua lingua. 0 missionário foi unificando, é justo perdoarmos a esses escriptores os
tanto quanto possive!, as línguas, num systematizando as pequenas modalidades prejuízos inherentes ao seu tempo. E é
typo geral que servisse aò imperialismo no nheengatú, ou seja lingua bôa. Donde preciso também registrar que, no meio
catechista. E a necessidade da compre- nasceu o tupy-guarany. As outras tribus de muita phantazia, ha expressões fieis
hensão urgente entre catechumenos e ficaram falando o seu nheengahyba, lin- da psychologia selvagem em muitos tre-
evangelizadores. Essa preoecupação uti- gua ruim. Ruim porque não se submettia chos da poesia e do romance românticos.
litária não podia ter sinão uma orien- á reducção clássica do nheengatú. A opinião do nosso historiador Porto
tação grammatical. E sendo o typo hu- Seguro (Vamhagen), tão hostil á pobre
mano dos conquistados reduzido peio do- O critério scientifico para o estudo
das línguas americanas procede de Mar- raça dominada, vem logo contrabatida
gma á equivalência intrínseca do con- pela sympathia de Couto de Magalhães,
quistador, passava para um segundo pla- tius e da sua classificação. O ramo bra-
sileiro, que vem denominado na classifi- de Barbosa Rodrigues, de Baptista Cae-
no o estudo do seu espirito e do 3eu ins- tano a cuja obra podemos juntar o que
tineto, e da lingua do gentio só se to- cação de Frederico Muller "grupo tupy-
guarany", é dividido por Martius em nove tem feito Theodoro Sampaio, Cândido
mavam as conclusões finaes, formas paci- Rondon, Alarico Silveira, e outros.
ficas passivas da traducção. Que o indio, galhos. Parece-me que ha, dahi por dian-
te, uma curiosidade maior em relação ás Novos aspectos nos interessam hoje
como valor psychologico e social era to- na lingua dos nossos selvagens O da «rl-
línguas selvagens. E em relação ao indio.
(Continua na pag. seguinte)
6 Revista de Antropofagia

A LINGUA TUPY - (Continuação)


gem, o da sua significação como expri- não simplesmente representativa de per- que também, com certeza, depois de feitas
mindo um estagio humano, e, sobretudo, cepções auditivas, mas como representa- as expressões iniciaes, a lingua selvagem
a intima communhão cósmica, essa espé- ção de relações entre os sentidos e os soffreu os metaplasmas a que nenhum
cie de intercomprehensão, de intersensi- dois mundos, c objectivo e o subjectivo. idioma póde-se furtar. Houve, por certo,
bilidade e correspondência dos elementos Donde se origina a generalização das si- transposições, elisões, figuras de dimi-
idiomaticos representativos dos objectos, gnificações, a analogia que vae ampliando nuição ou de augmento, modificações
(substantivo) das acções (verbos) c das a funeção representativa dos vocábulos, prosodicas sensíveis obedientes a ljis cli-
circumstancias, (adjectivos e advérbios) ou das syllabas. Analogia que obedece matericas, cósmicas e históricas, e de tal
que resumem toda uma syntaxe primi- a um sentido sensorial, ou a uma lógica forma que se contavam dezenas de diale-
tiva, que prescindia de -preposições e sentimental. Isso tudo estabeleceu muita ctos na época da descoberta. Accrescen-
conjunções, primeiras moletas da deca- confusão entrt os que primeiro estuda- te-se a isso a obra unificadora dos je-
dência na funeção creadora das línguas. ram as linguas dos nossos aborígenes. suítas, as influencias hespanholas, por-
A hypotese onamatopaica de Heber, a Porque não tinha sido interpretado o tuguezas, francezas e tapuyas. De medo
das interjecções de Horhe Tooke, a do sentido dessas línguas, de homens pri- que a documentação desta hypothese se
poder inherente á natureza humana, de mitivos, em plena idade da pedra lascada. torna mutto difficil. A hypothese é apenas
Max Muller, a matéria debatida por Con- para mostrar o espirito que possivelmente
Quando, com Raul Bopp, comecei a ine presidiu a formação da lingua tupy.
dillac. Leibnitz. Locke, são indicações interessar por estes assumptos, estimu-
curiosas para indagações mais remotas, lados ambos pelas nossas conversas com Pa, pe, pi, po, pu, traz sempre idéa de
e hoje, pelo menos, nos fazem meditar Alarico Silveira, demos para fazer varias superfície, ponta, extremidade, contacto,
sobre o acervo léxico das raças que fo- "descobertas". Não sei até que ponto contorno, revestimento, limite. Sendo su-
ram desapparecendo em nosso continente. podem ellas ter valor. Em todo o caso, perfície, também é tudo o que se refere
A própria origem do "honras americanus", são caminhos Dará melhores averi- a plano, por exemplo a pequenez, a cha-
pensamento que nos perturba diante da guações. teza. que s: confunde quasi com a su-
Lagoa Santa ou dos Sambaquis de Igua-
Por exemplo: onde entram as exnros- perfície. Donde peua, ou peba, que signi-
pe; ou na consideração phantasiosa dos
sões taj te, ti, to, tu, quer dizer que a fica chato, liso. Cachorro pequeno é
chronistas das possíveis migrações trans-
cousa é dura de tinir. Ita — pedr.t, fer- yaguá-peua, ou yaguá-peba. Mas expri-
oceanicas precolumbianas; o senso das
ro; ibitii, — montanha, de ibi-terra,'e tu, mindo esta consonância também ponta,
edades, a edade da nossa terra, tu Io isto
coisa dura, tesa; cunhatan-muihcr vir- extremidade, coisas tão relacionadas com
se prende, de certa forma, ao estudo do
gem, de cunhí-mulher, e tan-coisa dura, superfície, (é a lógica intima das inter-
nosso indio e da sua língua, e o assum-
tesa (os seios, naturalmente); taquara- correspondencias sensoriaes) o indio cha-
pto é hoje multo mais suggestivo.
canna de bambu, de ta-duro, e quara-ôco; ma a aza do pássaro pepu, as mãos do
Porém, principalmente depois das hy- tátá-fogo, provavelmente porque é do homem, po, ou pu, Pela mesma razão, as
potheses de Freud, da sua interpretação atricto de coisas duras que sáe fogo, e o cousas que revestem levam essa conso-
pela psychanalyse da vida social dos po- indio não conhecia mesmo outro proces- nância. Pelle é pe, ou pi. Como vimos,
vos primitivos ("Totem et Tabou"); de- so de fazer fogo, aliás velho processo que re-re, ou riri são formas do plural. Dahi
pois do cansaço das civilizações de que vinha desd« os primeiros sambaquis de vem piriri, ou perere, muitas peites, por-
a Europa presente è uma grande expres- Iguape, ou desde o homem de Lund; ou que a pelle quando irritada dá a idéa de
são; e ao despeitar de um século em que de Amegliino, segundo a descoberta feita que se multiplica em multas pellezinhas.
o senegatez confraternizou com o""pOilu", pelo incançavel Ricardo Croner. Pelo menos é a sensação que se tem,
e Josephina Backer lançou os requebros quando nos sentimos arrepiados. Por-
yankees do Zanzibar, — é depois de tudo Como sabemos, água é hy, ou ig. Quem tanto, perereca, ou piriríca significam es-
isto que ha. um novo interesse, e, por- nos dirá que pedra, ita, não vem da cir- tremecer. Ligada essa idéa ao ar, ao ven-
tanto, deve haver um novo critério para cumstancia de estar'sempre a pedra liga- to, ás folhas das arvores, e finalmente a
o estudo da nossa lingua tupy da á água, nas minas, nas grutas, no mar, outros rumores da natureza, temo.! a si-
ou em luçta, ou em paz? Seixos que gnificação também empregada de sus-
A doutrina da equivalência espiritual, rolam, pedregulhos, granitos e basaltos Isurrar, sussurro. Mas pe é, principal-
denominação que poderemos dar ao pon- emoldurando as cachoeiras, penedos no mente, a .expressão do contacto entre os
to de vista catholico do inicio da colo- mar, tocas onde nascem os córregos... sentidos e os mundos subjectivo e obje-
nização brasileira, assume hoje um novo ctivo. Donde a significação de super-
aspecto. E' a equivalência das forças ori- Espuma é tii. Porque a espuma se ori- fície, de contorno, de véo ou pell» Por
ginaes humanas, denominador commum gina de choques, de violências. E tudo o que isso, petuna (pelle ou véo preto) quer
de todas ai raças.. é forte, ardente, traz, por analogia, o t dizer noite. Mas é á noite que se repousa
Tal, raiz que arde, gengibre; tainha, den que se dorme, portanto, pituú é o verbo
, A tendência primitivista das nossas tes; tatarana, insecto que queima; tlqui-
artes modernas, como das formas da ci- repousar. E o dia em que se descança
ra,. aguardente, pinga; tainha, caroço, se- (domingo ou feriado) é para o indio tam-
viKzação moderna, o próprio primitivismo mente (analogia de dente); tacunhg,
desta éra nova, que Keyserling denomina bém pituú. Esta consonância,,exprime,
membro sexual do macho (tá, duro- também, por essas intimas analogias o
a éra do chauffeur, tudo isto nos jeva cunha, mulher); tacape, arma de ma-
ás mais intimas confraternizações com o rebentar das superfícies. Assim, temos
'tar, etc. pororoca, pipoca, pereba, puca, (quebrar,
elemento humano em suas expressões ini- i
ciaes. Vem dahi a comprehensão mais estalo de onde arapuca, ara-ave; e puca-
A consoante t, lembrando tudo o quebrar).. Pelo que vimos, pelle piriricada
perfeita que teremos da lingua dos po- que é duro, forte, violento, traz sempre
vos primitivos. quer dizer pele que salta irritada. Tudo
idea de atricto, como se vê em táti, fogo, o que salta, estrebucha, é perereca. De
A nossa Hngua tupy, não a devemos em tu, espuma. Por isso, tlquira. Pois tudo onde vem o Sacy-perere, ou perereg. Mais
estudar mais com um senso grammati- d que é qui significa coisa meuda. Ti é forte do que piriríca, é, porém, tirirlea,
cal, philologico, mas com um senso humano. violência que o fogo exerce para distil- P'Io que ja vimos do valor de t. Por-
0 idioma, ou os idiomas falados pelos lar a aguardente, que vae sahindo aos tanto, "ficar tirirlea", expressão que
povos americanos precolombianos repre- pingos, qui. E temós também Quiriri, ou usamos tanto, dá perfeitamente idéa do
sentam uma verdadeira eucharistia: o quirirlm, que quer dizer muitos metidos, estado do indivíduo que estremece com
homem commungando com a natureza. do mesmo modo que quirera. Como se violência, ou da pulos de raiva.
sabe. o plural em tupy, entre suas varias
E' sob este ponto de vista que deve- formas tem a da repetição de rere,
mos tomar os elementos verbaes poly- ri-n. '
Em outros artigos arranjaremos exem-
ryntheticos da lingua dos nossos selva- plos interessantes, não só do ponto de
gens. Veremos desdobrar-se aos nossos Isto dito, vejamos Mantiqueira, o nome
de nossa grande serra. Man quer dizer vista das analogias sensoriaes, como ago-
olhos através de cada palavra, de cada ra, mas das sentimentaes, que revelam
raiz, toda a alma do nosso indio. ver, enxergar. Tiquera, ou tlquira, quer
dizer meudos, pequeninos, razurado, pul- operações psychologicas mais difficeis.
Tenho observado — pelos pouquíssimos verizado. O indio, naturalmente, do alto
conhecimentos que tenho do tupy — que da serra, via tudo diluído na distancia „„?°Í e ÍO\ SÓ p a r a mosi™ <J"e * lin-
via tudo tiquera... gua tupy é uma lingua quasi em estado
a onomatopéa é, de facto, a origem mais nascente directamente ligada á natureza,
remota da linguagem dos índios. Não di- oriunda do contacto immediato entre o
rei precisajnente onomatopéa. segundo a E' preciso notar-se (e chamo a attenção
homem e o mundo.
pWsuropção de Herder, ou seja a imita- dos meus leitores para este facto) que
ção da natureza. Prefiro a onomatopéa nem sempre se encontrará a confirmação
destas hypothezes na lingua tupy. Por- , Plínio Salgado
Revista de Antropofagia

Manifesto Antropófago BRASILIANA


RAÇA
Contra as historias do homem, que De uma correspondência de Sarutayá
começam no Cabo Finisterra. 0 mun- (Est. de S. Paulo) para o Cottelo Paulis-
Contra a Memória .fonte do costu- tano, n. de 15-1-927:
do não datado. Não rubricado. Sem me. A experiência pessoal renovada. O Sr. Abrahão José Pedro offereceu
Napoleão. Sem César. aos seus amigos um lauto jantar com-
Somos concretistas. As idéas to- memorando o anniversario de seu filhí-
A fixação do progresso por meio nho José e baptizado do pequeno Fuad,
mam conta, reagem, queimam gente que nessa data foi levado á pia baptismal.
de catalagos e apparelhos de televi- nas praças publicas. Suprimamos as Foram padrinhos o sr. Rachide Mustafa
são. Só a maquinaria. £ os transfu- idéas e as outras paralysias. Pelos e sua esposa d. lorgina Mustafa.
sores de sangue. roteiros. Acreditar nos signaes, acre- O Sr. Paschoalino Verdi proferiu um
ditar nos instrumentos e nas estrei- discurso de saudação.
POLÍTICA
Contra as sublimações antagôni- tas.
Da viesma correspondência:
cas. Trazidas nas caravellas. O Sr. Rachid Abdalla Mustafa, escrivão
Contra Goethe, a mãe dos Grac- de paz, muito tem trabalhado para au-
Contra a verdade dos povos mis- chos, e a Corte de D. João VI o . gmentar o numero- de eleitores.
sk narios, definida pela sagacidade DEMOCRACIA
de um antropófago, o Visconde de A alegria é a prova dos nove. Telegrama de Fortaleza (AB):
Cayrú: — É a mentira muitas vezes A bordo do "Itassussê" passou por
este porto com destino ao norte, S. A.
repetida. A lucta entre o que se chamaria D. Pedro de Orleans e Bragança, acom-
Increado e a Creatura-illustrada pela panhado de sua esposa é filho.
Mas não foram cruzados que vie- contradição permanente do homem S. A. desembarcou, visitando na Praça
ram. Foram fugitivos de uma civi- Caio Prado a estatua.de Pedro II. 0 povo
e o seu Tabu. O amor quotidiano e acclamou com enthusiasmo o príncipe. A
lização qúe estamos comendo, por- o modus-vivendi capitalista. Antro- off.cialidade do 23.° B. C. e á banda de
que somos fortes e vingativos como pofagia. Absorpção do inimigo sa- musica cercada de enorme multidão,
o Jaboty. cro. Para transformal-o em totem. aguardou a chegada de S. A. naquella
praça.
A humana aventura. A terrena fina-
Compacta mana, acompanhou os dis-
Se Deus é a consciência do Uni- lidade. Porém, só as puras elites tinetos viajantes até a praça do Ferreira,
verso Increado, Guaracy é a mãe conseguiram realísar. a antropofagia onde o tribuno Quintino Cunha fez uma
dos viventes. Jacy é a mãe dos ve- carnal, que traz em si o mais alto enthusiastica saudação em nome da po-
getaes. sentido da vida e evita todos os ma- pulação.
Na volta para bordo, um preto catraeiro,
les identificados por Freud, males de nome Vicente Fonseca, destacando-se
Não tivemos especulação. Mas tí- cathechistas. O que se dá não é uma da multidão abraçou o príncipe dizendo:'
nhamos- adivinhação. Tínhamos Po- sublimação do instincto sexual. E' a "Fique sabendo que as opiniões muda-
lítica que é a sciencia da distribui- escala thermometrica do instincto ram mas os corações são os mesmos".
ção. E um" systema social planetá- RELIGIÃO
antropofagico. De carnal, elle se tor-
rio. Telegramma de Porto Alegre para a
na electivo e cria a amizade. Affe- Gazeta de S. Paulo n. de 22-3-927:
ctivo, o amor. Especulativo, a scien- Vindo de S. Paulo chegou a esta ca-
As migrações. A fuga dos esta- cia. Desvia-se e transfere-se. Che- pital o sr. Sebastião da Silva, que fez o
dos tediosos. Contra as escleroses gamos ao aviltamento. A baixa an- raide daquelle (Estado ao nosso, a pé,
urbanas. Contra os Conservatórios, tropofagia agglomerada nos pecca- tendo partido dalli em outubro.
e o tédio especulativo. O "raidman" tomou essa resolução em
dos de cathecismo — a inveja, a virtude de uma promessa feita a Virgem
usura, a calumnia, o assassinato. Maria, para que terminasse a revolução
De William James a Voronoff. A Peste dos chamados povos cultos e no Brasil. Quando se achava próximo a
transfiguração do Tabu em totem. christianisados, é contra ella que es- esta Capital, teve conhecim»iito do ter-
Antropofagia. tamos agindo. Antropófagos. mino da lucta, proseguindo até aqui,- alim
de cumprir a sua promessa.
Sebastião Antônio da Silva conta
O pater famílias e a creação da Contra Anchieta cantando as onze actualmente 35 annos de edade.
Moral da Cegonha: Ignorância real mil virgens do céo, na terra de Ira- NECROLÓGIO
das coisas-f falta de imaginação-r-sen-* De um discurso do professor João Ma-
cema — o patriarcha João Ramalho rinho na Academia Nacional de Medicina
timento de authoridade ante a pro- fundador de São Paulo. do Rio de Janeiro (Estado de S. Paulo,
curiosa. n. de 3-8-921):
A nossa independência ainda não O dr. Daniel de Oliveira Barros e Al-
E' preciso partir de um profundo meida nasceu num dia e morreu em outro,
foi proclamada. Frase typica de D. de doença de quem trabalha, coração can-
atheismo para se chegar a idéa de
João VI. 0 : — Meu filho, põe essa çado antes de tempo.
Deus. Mas o carahiba não precisava.
coroa na tua cabeça, antes que al- Entre os dois, correu-lhe a vida.
Porque tinha Guaracy.
gum aventureiro o faça! Expulsa- SURPRESA
mos a dynastia. E' preciso expulsar Telegramma de Curityba para a Folha
O objectivo creado reage como os da Noite de S. Pauio, n. de 2-11-927:
o espirito bragantino, as ordenações
Anjos da Queda. Depois Moysés di- Informam de Imbituba que o indivíduo
vaga. Que temos nós com isso? e o rap.é de Maria da Fonte. Juvenal Manuel do Nascimento, ex-agen-
te do correio, reuniu em sua casa todos
Contra a realidade social, vestida os amigos e parentes sob o pret:xto de
Antes dos portuguezes descobri- fazer uma festa. Durante o almoço, Ju-
e oppressora, cadastrada por Freud
rem o Brasil, o Brasil tinha desco- venal mostrou-se alegre e,-ao terminar a
— a realidade sem complexos, sem festa foi ao seu quarto, do qual trouxe
berto a felicidade.
loucura, sem prostituições e sem pe- um embrulho contendo uma dynamite, di-
Contra o indio de tocheiro. O ín- nitenciárias do matriarcado de Pin- zendo que ia proporcionar a todos uma
dio filho de Maria, afilhado de Ca- dorama. surpresa.
tharina de Medicis e genro de D. Todos estavam attentos e esperando a
OSWALD DE ANDRADE. surpresa q-uando, com espanto geral, o
Antônio de Mariz. dono da casa approximou um cigarro
acceso do embrulho que explbdiu, ma-
A alegria é a prova dos nove. Em Piratininga. tando Juvenal e ferindo gravcnuiite sua
Anno 374 da Deglutição do Bispo esposa e todas as pessoas que haviam
No matriarcado de Pindorama. Sardinha. assistido ao convite fatal.
8 Revista de Antropofagia

Portugal vestiu o selvagem. Cumpre despil-o. Para


A "Descida" Antropophaga que elle tome um banho daquella "innocencia conten-
te" que perdeu e que o movimento antropophago agora
A "descida" agora é outra. lhe restitue. O homem, (falo o homem europeu, cruz
O Autor credo!) andava buscando o homem fora do homem. E
de lanterna na mão: philosophia.
Ha quatro séculos, a "descida" para a escravidão. Nós queremos o homem sem a duvida, sem siquer
Hoje, a "descida" para libertação. O Dilúvio, foi o a presumpção da existência da duvida: nú, natural, an-
movimento mais serio que se fez no mundo. Deus apa- tropophago.
gou tudo, para começar de novo. Foi intelligente, pra- Quatro séculos de carne de vacca! Que horror!
tico e natural. Mas teve uma fraqueza: deixou Noé.
O movimento antropophago, — que é o mais serio (a) OSWALDO COSTA.
depois do Dilúvio — vem para comer Noé. NOE* DEVE
SER COMIDO. VISITA DE SÃO THOME'
Penso que não se deve confundir volta ao estado
natural (o que se quer) com volta ao estado primitivo Quando a Bahia não se chamava Bahia,
(o que não interessa). O que se quer é simplicidade e muito antes de Pedro Alvares Cabral, São Tho-
não um novo código de simplicidade. Naturalidade, não mé foi lá um dia.
manuaes de bom tom. Contra a belleza canonica, a bel-
leza natural — feia, bruta, agreste, barbara, iMogica. Não sei se foi por acaso ou para vêr. Mas
Instincto contra o verniz. O selvagem sem as missan- viu.
gas da cathechese. O selvagem comendo a cathechese. Viu e protestou contra as coisas que viu.
Os PEROS que ainda existem entre nós hão de Fez um discurso cheio de conselhos que os
sorrir por seus dentes de ouro o sorriso civilisado de indios escutaram de boceas abertas:
que, reagindo contra a cultura, estamos dentro da cul-
tura. Que besteira. O que temos não é cultura euro- Que era preciso adorar a Deus, fugir do de-
péa: é experiência delia. Experiência de quatro séculos. mônio, não ter mais que uma mulher. Conselhos
Dolorosa e páo. Cem Direito Romano, canal de Veneza, bons.
julgamento synthetico a priori, Tobias, Nabuco e Ruy. Emquanto falava, fazia nascer da terra a
O que fazemos é reagir contra a civilisação que inven- planta da mandioca e a bananeira que ainda
tou o catalogo, o exame de consciência e o crime de de-
floramento. SOMOS JAPY-ASSU': hoje dá bananas de São Thomé.
"Ce venerable vieillard Japi Ouassou fut merveil- Então os indios gostaram.
leusement attentif, comme tons les outres Indiens lá Quando São Thomé, cansado, sentiu que
presens aux discours susdicts á quoi il replique ce qui devia acabar, acabou com estas palavras:
s'ensuit. Je m'estonis extremement 'de vous voir et me —E não comam nunca mais carne de gente!
manqueray á tout ce ie vous ay promis. Mais ie me es- Então os indios não gostaram. Avançaram.
tonne comme il se peut faire que vous autres PAY ne
vouliez pas de femmes. Estes vous descendus du Ciei? Quizeram comer o santo.
Estes nays de Pere et Mere? Quay donc! n'estes pas Felizmente São Thomé corria mais do que
mortels comme nous ? D'ou vient que non seulement elles.
vous ne prenez pas de femmes ainsi quê les autres Fran- Chegou na beira da praia, deu um passo de
çois que ont trafique avec noüs -depuis quelque quarante meia légua e foi parar numa ilha onde não tinha
et tant d'années; mais ancore que vous les empechez
maintenant de se servir de nos filies: ce que nous esti- selvagens.
mions a grand honeur et grandheur, pouvans en avoir (Quem me ensinou isto foi Frei Vicente do
des enfans". Salvador...)
(Claude d'Abbeville—"Histoi-
re de Ia Mfssion des Péres ÁLVARO MOREIRA.
Capucins en 1'Isle de Mara-
gnan et terres circonvoici-
nes.") NOTA INSISTENTE

Contra o servilismo colonial, o tacape inheiguára, Neste rabinho do seu primeiro numero a
"gente de grande resolução e valor e totalmente impa- "Revista de Antropofagia" faz questão de repe-
ciente de sujeição" (Vieira), o heroísmo sem rosrta de tir o que ficou dito lá no principio:
Commendador dos carahybas, "que se oppuzeram a que
Diogo de Lepe desembarcasse, investindo contra as ca- — Ella está acima de quaesquer grupos ou
ravelas e reduzindo o numero de seus tripulantes" tendências;
(Santa Rosa — "Historia do Rio Amazonas"). — Ella acceita todos os manifestos mas não
Ninguém se illuda. A paz do homem americano bota manifesto;
com a civilisação européa é paz nheengahiba. Está no — Ella acceita todas as criticas mas não faz
Lisboa: "aquella apparatosa paz dos nheengahibas não critica;
passava de uma verdadeira impostura, continuando os
bárbaros no seu antigo theor da vida selvagem, dados á — Ella é antropófaga como o avestruz é co-
antropophagia como dantes, e baldos inteiramente da milão;
luz do evangelho." — Ella nada tem que ver com os pontos de
Como se vê, facilimo ser antropophago. Basta eli- vista de que por acaso seja vehiculo.
minar a impostura.
A "Revista de Antropofagia" não tem
Foram estas as conseqüências dos versos ruimzi-
zinhos que Anchieta escreveu na areia de Itanhaen: orientação ou pensamento de espécie alguma:
Ordenações do Reino, grammatica e ceia de Da Vinci só tem estômago.
na sala de jantar. E não houve ainda quem comesse A de A. M.
Anchieta! R. B.
ANNO I - NUMERO 2 500 rs. JUNHO - 1928

Revista de Antropofagia
Direcção de A N T Ô N I O D E A L C Â N T A R A M A C H A D O Gerencia etc. de R A U L BOPP

ENDEREÇO: 13, RUA BENJAMIM CONSTANT - 3.» PAV. SALA 7 - CAIXA POSTAL N.° I.269 SAO PAULO

INCITAÇÃO AOS CANIBAIS imenso: país descoberto por acaso é justo que
continue entregue ao acaso dos acontecimentos.
O atraente parteiro, professor, acadêmico e Mesníoj porque a gente não tem tempo para per-
orador doutor Fernando de Magalhães esteve há der com bobagens: Camões absorve todos os mi-
dias em São Paulo onde falou sobre o feminismo, nutos inteligentes.
deu uma lição de obstetrícia e concedeu uma Esse antropófago que vem desde o nasci-
entrevista. mento desta terra (há um testamento de ban-
É essa entrevista que merece ser conhecida. deirante escrito numa folha manuscrita do Os
O doutor Fernando fêz nela a apologia entusias- lusíadas) devorando com delícia as gerações
mada da Sociedade Brasileira de Educação. Socie- nacionais precisa por sua vez ser deglutido. É
dade benemérita, sociedade utilíssima, sociedade urgente pôr boi tão gordo na boca da sucuri bra-
isto, sociedade aquilo. A prova? Aqui está (pa- sileira. E que sirva de aperitivo a Sociedade
lavras textualíssimas): A biblioteca da Associa- Brasileira de Educação. Para. rebater, a sobre-
ção — acentuou — ê o que há de mais perfeito mesa será o doutor Fernanda que é manjar
no gênero, como ordem e como método na sua doce e fino. Antônio de Alcântara Machado
organização. Uma de suas secções, por exemplo,
a biblioteca infantil, exigiu um trabalho enorme O ESTRANGEIRO
de paciência e perspicácia. Necessitou-se de um
Eu encontrei um homem vermelho
inquérito entre as crianças para se saber quais 'os Falando uma lingua que eu não sabia...
livros preferidos, chegando-se a resultados estu- Pelos seus gestos entendi que ele achava
Minha terra muito bonita.
pendos. Uma criança de 12 anos, por exemplo, Apontava p'ra luz do sol muito f o r t e . . .
a qual perguntou-se qual o livro preferido, res- P'ras arvores muito verdes...
P'ras agitas muito claras...
pondeu, prontamente: "Lusíadas" de Camões. P'ro céo muito c l a r o . . .
Ora, ora, ora, ora. Que brincadeira é essa?
Então o raio do menino com doze anos de idade Eu tive vontade que cie entendesse a minha fala
P'ra lhe dizer:
já é assim tão imbecilzinho que prefere Camões
a Conan Doyle? E é isso que se chama resultado — Marinheiro provera Deus que você fosse
Pelos nossos sertões...
estupendo? Você via os campos sem f i m . . .
O doutor Fernando quiz troçar com a gente. As serras tirriives todas cheias de m a t o s . . .
Os rios cheios muito bonitos...
Não tem que ver. Menino que chupa Camões Os rios secos muito bonitos...
como se fosse pirolito de abacaxi não é menino: é Você comia commigo umbuzada gostosa...
monstro. Mas que monstro: toda uma coleção O leite com girimum...
Curimatan fresca com molho de pimenta de cheiro...
teratológica. É também para guris desse quilate Você via como a gente trabalha sol a sol
( e n ã o SÓ p a r a OS p e r a l t a s ) q u e existe chinelo Esquecido da fome e esquecido das coisas
i , . Bonitas de seus mundos..
de sola dura. Ver como vaqueiro rompe mato fechado
E se lasca perseguindo a rês
PÕe a gente triste verificar que um fenô- Por riba dos lagêdos
meno assim é como não podia deixar de ser bra- Chega os cascos federem a chifre queimado...
sileiro. Já nò grupo escolar a molecada indígena Ver o vaqueiro planta a mão na bassoura da rês
E ela virá mocotó...
ouve da boca erudita de seus professores que o
Brasil foi descoberto por acaso e Camões é o — Marinheiro, se você soubesse a minha fala
Eu haverá de levar você p'ro meu sertão...
maior gênio da raça. A molecada cresce certa
(Natal) . Jorge Fernandes
dessas duas verdades primarciais. Daí o mal
" E S P É C I E D E AFERRAÇÃO MENTAL, QUANDO
ANTROPOFAGIA: SE DÁ N O HOMEM CIVIL1SADO".
ÍDR FREI DOMINGOS V I E I K A - G R A N U E DICCIONARIO PORTUGUEZ)
Revista de Antropofagia

LÍRICA IDIL-IO
Um repórter modelo de certo jornal paulista, conse-
A ELEITO SOARES
guiu sensacional reportagem na cadeia publica. Para lá
O meu amor, rapazes, sntrar recorreu a um meio muito simples; boliu com
grilos (os mais pelintras, aqueles que usam polainas que
é uma lindeza de morena bonita
foram brancas e luvas furadas na ponta dos dedos)
das matas de minas gerais!
resultando para ele tremenda surra, seguida de alguns
De dia meu amor vai pro serviço cantando cantando! dias de cana brava.
e que friume não me faz por dentro, gente, vel-a cantar Vamos agora dar a palavra ao exforçado recordista
[assim! das reportagens sensacionaes:
Meu amor é mais alegre que o sol!
...e na mansão de dores moraes, talvez mais
Mais alegre que os córgos da minha terra!
profundas do que as dores físicas, deparou-
Mais alegre que a passarada da minha terra a cantar!
se-nos comovedor espetáculo. Formára-se entre
Meu amor disse que gosta muito de mim... as lobregas paredes, entre rexas de ferro e
Eu acredito — palavra! — mas desconfio também oortas inexoráveis, um doce, e puro idílio.
como bom mineiro que se preza como eu. O mais antigo dos presos, que pelo seu com-
Porém, portamento exemplar gosava de urna! certa
a gente não deve botar a mão no fogo não. Dizem... liberdade, apaixonara-se pela mais comportada
Eu boto! das detentas. Tinham combinado o casamento,
Isto é, eu toco üa mão no fogo para quando saíssem da prisão, e já escolhido
mas deixo outra de reserva... as testemunhas. Todos na cadeia se referiam
com simpatia ao projeto. Ela aí fora ter por-
(Cataguases) que cometera vários infanticídios, triste fruto
— do "Fructa-de-conde" — da época de depravação moral em que vive-
mos e da falta de proteção em que o governo
Rosário Fusco deixa as jovens incautas que a vida das gran-
des cidades rodeia de insídias. Êle matara as
duas esposas que sucessivamente tivera, a pri-
meira devido a deslizes conjugaes, a segunda
Homisio por incompatibilidade de gênios. Um dos
padrinhos cortara a mãe dele (padrinho) em
pedacinhos. Outro era especialista em1 assas-
sínios de tocaia: matara 20 pessoas em 10 dias,
até que a policia resolveu tardiamente — como
Para Raul Bopp sempre — cortar-lhe a vocação. Etc etc
Nesta baiúca
Coberta de sapé Continuava por aí afora o exforçado repórter. Não
resta duvida que ele revela um caso de conseqüências
Esteve homisiado o Caburé
inquictantes para almas sensíveis, visto aparentarem as
Que matou o Zé Jucá no vaiado. futuras solenidades nupciaes, desfecho possivelmente
Passava a passóca antropofágico.
E mingau de mandioca, Yan de Almeida Prado
Potranca sempre pronta no potreiro
Do terreiro. Arisco como uma paca,
Picava fumo com a faca,
Cuava café no tripé pra beber no coité. ESTE M Ê S :
Um cabo escondeu no serrado LARANJA DA CHINA
Com um soldado, e com cerrado tiroteio DE
— Tiro foi e tiro veiu —
Deram cabo, Antônio de Alcântara Machado
Cabo e soldado, E
Do costado do coitado.
MACUNAÍMA
Dos CANTOS MUNICIPAIS ' (HISTÓRIA)
(Minas) DE
Pidelis Florencio Mario de Andrade
Revista de Antropofagia

ENTRADA DE "MACUNAÍMA"
MARIO DE ANDRADE

No fundo do mato-virgem nasceu Ma- dormindo que a mãi principiasse o traba-' cunaima pediu um pedaço de curauá pro
cunaíma herói da nossa gente. Era preto lho. Então pediu pra ela. que largasse de mano porém Jigué falou que aquilo não
retinto e filho do medo da noite. Houve tecer o paneiro de guarumá-membeca e le- era brinquedo de criança. Macunaima prin-
um momento em que o silêncio foi tão vasse êle no mato passear. A mãi não quis cipiou chorando outra ves e a noite ficou
grande escutando o murmurejo do Urari- porquê não podia largar o paneiro não. bem diiicil de passar pra todos.
coera que a india tapanhumas pariu uma E pediu prá nora, companheira de Jiguè No outro dia Jiguê levantou cedo pra
criança feia. Essa criança é que chamaram que levasse o menino. A companheira de fazer armadilha e .enxergando o menino
de Macunaima. Jiguè era bem moça e chamava Sofará. tristinho falou:
Já na meninice fez — Bom-dia, cora-
coisas de sarapantar. çãozinho dos outros.
De primeiro passou Porém Macunaima
mais de seis anos fechou-se em copas
não falando. Si o carrancudo.
incitavam a falar ex- — Não quer falar
clamava : comigo, é?
— Ai 1 que pre- — Estou de mal.
guiça I . . . — Por causa?
E não dizia mais Então Macunaima
nada. Ficava no can- pediu fibra de cura-
to da maloca trepa- uá. Jiguê olhou pra
do no girau de pa- êle com ódio e men-
xiúba espiando o dou a companheira
trabalho dos outros arranjar fio pro me-
e principalmente os nino. A moça fez.
dois manos que ti- Macunaima agrade-
nha, Maanape já ve- ceu e foi pedir pro
lhinho e Jiguè na pai-de-terreiro que
força do homem. trançasse uma corda
O divertimento dele pra êle e assoprasse
era decepar cabeça bem nela fumaça de
de saúva. Vivia dei- petum.
tado mas si punha Quando tudo es-
os olhos em dinhei- tava pronto Ma-
ro Macunaima dan- cunaima pediu prá
dava pra ganhar mãi que deixasse o
vintém. E também cachirí fermentando
espertava quando a e levasse êle no ma-
família ia tomar ba- to passear. A velha
nho no rio, todos não podia por causa
juntos e nus. Pas- do trabalho mas a
sava o tempo do companheira de Ji-
banho dando mer- guê mui sonsa falou
gulho e as mulheres prá sogra que "es-
soltavam gritos go- tava ás ordens". E
sados por causa dos foi no mato com o
guaiamuns diz que piá nas costas.
habitando a agua- Desenho de MARIA CLEMÊNCIA — (Buenos-Aires) Quando o botou
doce por lá. No mo- nos carurús e soro-
cambo si alguma rocas da serrapi-
cunhatã se aproxi- lheira o pequeno foi
mava dele pra fazer festinha, Macunaima Foi se aproximando ressabiada porém desta crescendo e viruo príncipe. Falou pra So-
punha a mão nas graças dela, cunhatã se vez Macunaima ficou muito quieto sem bo- fará esperar um bocadinho que já voltava
afastava. Nos machos guspia na cara- tar a mão na graça de ninguém. A moça pra brincarem e foi no bebedouro da anta
Porém respeitava os velhos e freqüentava carregou o piá nas costas e foi até o pé armar um laço. Nem bem voltaram do pas-
com aplicação a murúa a poracê o torê a de aninga na beira do rio. A água parará seio, tardinha, Jiguê já chegava também
cucuicogue, todas essas dansas religiosas pra inventar um ponteio de gôso nas fo- de prender a armadilha no rasto da anta.
da tribu. lhas do javari. O longe estava bonito com A companheira não trabalhara nada. Jigué
Quando era pra dormir trepava no ma- muitos biguás e biguatingas avoando na ficou fulo e antes de catar os carrapatos
curú pequeninho sempre se esquecendo de entrada do furo. A moça botou Macunaima bateu nela muito. Mas Sofará agüentou a
mijar. Como a rede da mãi estava por de- na praia porém êle principiou choramin- coca com paciência.
baixo do berço o herói mijava quente na gando, que tinha muita formigal...e pediu No outro dia a arraiada inda estava aca-
velha, espantando os mosquitos bem. Então pra Sofará que o levasse até o derrame bando de trepar nas árvores, Macunaima
adormecia falando palavras-feias imorali- do morro lá dentro do mato. A moça acordou todos, fazendo um bué medonho,
dades estrambolicas e dava patadas no ar. fez. Mas assim que deitou o curumim nas que fossem! que fossem no bebedouro bus-
Nas conversas das mulheres no pino do tiriricas e trapoerabas da serrapilheira êle car a bicha que êle caçara!... Porém nin-
dia o assunto era sempre as peraltagens botou corpo num átimo e ficou um prín- guém não acreditou e todos principiaram
do herói. As mulheres se riam, muito sun- cipe lindo. Andaram por lá muito. o trabalho do dia.
patisadas falando que "espinho que pinica, Quando voltaram prá maloca a moça pa- Macunaima ficou muito contrariado e
de pequeno já trez ponte" e numa page- recia muito fatigada de tanto carregar piá pediu pra Sofará que desse uma chegada
lança Rei Nagô fez um discurso e avisou nas costas. Era que o herói tinha brincado no bebedouro só pra ver. A moça fez e
que Macunaima era muito inteligente. muito com ela... Nem bem deitou Ma- voltou falando pra todos que de fato estava
Nem bem teve seis anos deram água cunaima na rede Jiguê já chegava de pescar no laço uma anta muito grande j i morta.
num chocalho pra êle e Macunaima prin- de puçá e a companheira não trabalhara Toda a tribu foi buscar a bicha, matu-
cipiou falando como todos. E pediu prá mai nada. Jigué enquisilou e depois de catar tando na inteligência do curumim. Quando
que largasse da mandioca ralando na ce- os carrapatos deu nela muito. Sofará Jiguè chegou com a corda de curauá vazia
vadeii» e levasse êle passear no mato. A agüentou a sova sem falar um isto. encontrou todos tratando da caça. Ajudou.
mãi não quis porquê não podia largar da Jiguê não desconfiou de nada e começou E quando foi pra repartir não deu nem
mandioca não. Macunaima choramingou trançando corda com fibra de curauá. Não um pedaço da carne pra Macunaima, só
dia inteiro. De-noite continuou chorando. vê que encontrara rasto fresco de anta e tripas. O herói jurou vingança.
No outro dia eBperou com o olho esquerdo queria pegar o bicho na armadilha. Ma- Etc.
Revista de Antropofagia

UM ROETA
Cassiano Ricardo — MARTIM CERERE — S. Paulo — 1928.

Alartim Cereri não è livro inteiramente Cereri a isente verifica isso facilmente: do este ótimo poeminha chamado Lua cheia
novo. Há nele várias poesias do Vamos espirito moderno que é universal o poeta n. 1:
caçar papagaios (com uma ou outra modi- aceita pouca cousa. Mas o tema Brasil do
ficação ligeira) e outras cujos temas já modernismo o seduz. Boião d* leite
foram explorados pelo próprio poeta em que a noite leva
Por causa dele chegou a romper com o
seus livros anteriores. O mesmo acontece com mãos de treva
seu próprio passado literário. Na lista de
com certas imagens e certos achados pra não sei quem beber.
suas obras publicadas contante do livro
verbais.
de agora não figuram A frauta de Pan,
Isso mostra que Cassiano continua ba- Jardim das Hespérides e os outros dois Mas que embora levado
tendo na tecla Brasil. Permanece o poeta do volumes anteriores a 1925. Esse repúdio muito de vagorinho
descobrimento e da colonização sobretudo. aliás não tem razão de ser. E constitue vai derramando pingos brancos
Poeta oratório (o que denuncia sua brasi- uma injustiça: A frauta de Pan principal- pelo caminho...
-lidade), e descritivo. Quando oratório ou
mente tem versos que são dos melhores do
quando descritivo sempre fortemente elo- Gosto tanto dessa gostozura que ouso
parnasianismo brasileiro.
qüente. pedir a Cassiano que não se esqueça de
O caso de Cassiano Ricardo é um caso Pelo que já ficou dito lá no principio molhar seus livros futuros nesse mesmo
á i-arte na nossa literatura actsal. Cassiano é evidente a imposibilidade de criticar Mar- leite gorduroso e cheiroso. Puro lirismo
até 1925 foi inimigo violento da reação tim Cereri sem repetir uma a uma as cri- sem água.
moderna. Depois (era fatal) se conver- ticas (elogios e reparos) que já merece- Marfim Cereri foi impresso com bas-
teu. Houve nisso um missionário irresis- ram abundantemente Borrões de verde e tante cuidado. Além disso tem bonitas ilus-
tível : o Brasil. Se o movimento moderno amarelo e Vamos caçar papagaios. trações de Di Cavalcanti. Algumas mais
entre nós não tivesse assumido também Eu que mesmo nos novos sempre pro- que bonitas até: a da capa; a da página
uma feição nacionalista acredito que Cas- curo o novo, o que é novo na novidade 19 e outras.
siano continuase inimigo dele. No Marfim deles, me contento em reproduzir aqui A. DB A. M.

BRAZIL MATINAL
A tarde é uma rede vermelha e mole
E os nervos da gente esticados como cordas de violão
Vibram no fluido de volúpia que garoa devagarzitiho
Eu abri a janella
Das bandas meio escuras de onde o sol nasce...
Uma marrpoza começa a enlouquecer. a respirei fundamente a frialdade
(de quem será que eu tenho tanta sodade.)
Chorar.. .Ser homem! Não, homem não chora, nãol da manhã.
. . . a jaboticabeira se estorce
Ainda não arranjou pozição pra d o r m i r . . .
(a v i d a . . . ) Sob risadas de sinos,

Aquele mato deve estar cheinho de lobizóme... a cidade brincava de esconder


Dcrepente o primeiro apito da coruja! dentro da névoa.
Imobilidade.
(a gente suspira e pensa no destino...)
Silencio.
(Rio DK JANEIRO)
Mistério;
Os fantasmas vestidos de luar dansam...
Nossa Senhora, que medo!
MARQUES REBELLO
(Paraná)

BRASIL PINHEIRO MACHADO


Revista de Antropofagia

MADRUGADA
Do livro "Colônia Z e outros poemas"

A lancha da lenha vem chegando, ainda escuro,


mansa, com a sua tosse miúda de gazolina
e o seu motorzinho fumegando na popa.

Vem vindo na volta do rio.

Para traz, os matos cochilam na nevoa da madrugada


onde escorre a aza negra dos biguás.

Um silvo claro demora no ar.


Chegou.

A lenha veio coberta de folhas verdes, palmas, bambus,


e a lancha parou, em silencio, no meio do rio,
pequenina, esmagada, como uma formiga orgulhosa.

Rw Cirne Uma
(Porto Alegre) y

La irada úel amor paro


Hoy nuestras cabezas está» amparadas
por Ia sonrisa larga de los pescadores
y ei mistério de Ias guitarras
tremulas
en Ia fina oración de Ias manos.

Três marineros nos dan


Ia alegria de sus ojos azules
para Ia victoria audaz
de tu amor y el mio!

La frente de un violinista borracho


sostiene Ia inquietud de canciones
sonadas en el cielo de tu alma.

Las copas e esta noche


tienen el alto destino de los suefiosl

Que lámpara le robaré ai mar


para Ia gracia dei amor nocturno?

Datne, compafiera mia,


Ia fuerza de tu boca
que hace sonar Ia campana
de nuestras esperanzas!

(Mohtevideo)
/ FUSCO SANSONE
NICOLAS
Revista de Antropofagia

FIM DA UNHA SERENATA

Esse arrabalde chora. Cada casa € um


Alguém anda soltando a lua como um
leproso implorando a água, do cio. Bibó-
cas immundas, ranchinhos com cercas e balão cor de rosa lã nas ilhas fronteiras.
paredes de lata velha, remendados a tra- Evem a lua. Cáe balão 1 Não cie. A lua
pos, empastados de barro secco. Buracos vae passear no céo. O Guahyba, oleoso,
— ventiladores naturaes. Mas ha o con-
escuro, espera que a lua suba mais para
forto primitivo da liberdade.
Ao fundo, o morro vermelho engole imitá-la, invejando. Sobre o veleiro ador-
tudo na guela do barranco. mecido, um fanal sangra. Voz encacha-
Gira e vira a hesitação sentimental de çada arranha a noite:
um catavento que me faz recordar o Mar-
cello. Gama. Meu amô, meu triste atnó
Sobre uma cerca a impertinencia ama- Que jáááá morreu...
rella dos girasoes dourando tudo.
Olha o negrinhol Estuda a paisagem.
Riscou as canellas finas por causa das Serenata. Flauta, cavaquinho, violão.
motucas. Vem crescendo, tremelicando emoções
Curru páque pá páque. tremulas nas cordas, bambeando compas-
Anda a roda, criolinho-
sos bambos no violão, bebendo na flauta
Mulatas lavam roupa semeando no ar-
rolo nuvensinhas de sabão. um gole puro e melodiosa
Quando a gente vence a lomba, rola uma Alma dengosa da cidade, melancolia
chuva de seixos pela estrada e elles cahem mestiça, geme na rua a queixa dolente,
tó em baixo na lagoa morta com um mer- demdom.
gulho, nocturno: glu glu glu.
Longe, nos aratnaes, roupa lavada acena: A lua escuta, imraoveL Parece uma lan-
adeus... adeus... terna do cordão "Chora na esquina''.
Do livro "GAIMHSA Í S BOCA"

Porto Alegre

AUGUSTO MEYER

BREVEMENTE
EM TODAS AS LIVRARIAS:
REPUBLICA M arti m - Cererê
DOS VERSOS
DE
ESTADOS Cassiano Ricardo

UNIDOS
DO
BRASIL ESTA N O P R E L O :
Antologia de 4 poetas mineiros
VERSOS JOÃO ALPHONSUS
D E CARLOS DRUMOND DE ANDRADE
MENOTTI EMÍLIO MOURA
PEDRO NA VA

PICCHIA BELO-HORIZONTE - MINAS


Revista de Antropofagia

PORQUE AMAMOS OS NOSSOS FILHOS


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Ignacinho veio pedir-me uma victrola Fiz ver todas esas coisas a Ignacinho. lectivos. Na Faculdade de Medicina, até o
como presente do seu próximo anniver- Sem ferocidade, palavra- Minha intenção 6.* anno, seria o modelo dos candidatos a
sario. Os últimos acontecimentos não são era feril-o no seu orgulhosinho pubere, morticola. E na vida pratica — Ignacinho
de molde a justificar essa pretenção do de modo que elle renunciasse ostensiva- nesse momento chegou a pensar na vida
meu querido filho e companheiro. Presen- mente á victrola, poapando-me a dor de pratica — seria o morticola mais brilhante
tes de anniversario dão-se a meninos bem recusal-a. Eu sou feito do mesmo barro da sua geração, do seu paiz, ido seu con-
comportados., que não trocam as aulas de que se fazem todos os pães, e ás vezes tinente, do mundo. E tudo isso por um
pelo futebol, nem as vigílias do estudo meu coração amollece nos momentos mais preço tão pequeno I O preço de uma vi-
pelas do cinema. Ora Ignacinho tem sido sérios. Em minha consciência achava que ctrola Decca, das menores...
justamente o contrario desse typo de joven Ignacinho não tinha direito á machina Antes que o rapaz me promettesse maio-
exemplar, que é muito commum no "Co- falante. Mas e coragem para dizel-o? res absurdos, eu, desarmado, fiz como
ração" de Edmundo de Amicis e outros Ignacinho, achando futeis as minhas ra- Capablanca: entreguei-lhe os pontos. Mas
livros estrangeiros, mas que infelizmente zões, reforçou o pedido com a promessa frisei bem: não contasse commigo na hora
não parece ter-se dado bem com o clima de dois bellissimos exames parodiados no de comprar os discos.
do Brasil. Como pois solicitar-me festas? Gymnasio. Era victrola para lá, exames O capetinha deu uma gargalhada e con-
E dahi Ignacinho não é mais uma cre- para cá. Si eu fechasse o negocio, elle fessou, cynico:
ança. Membro do conselho fiscal do Cen- capricharia nas escriptas e se excederia — Não precisa não, papae. Os discos eu
tro dos Preparatorianos e collaborador das nas oraes. Adverti-lhe de que não faria já tenho. Mamãe me deu. Eu falei com
paginas de annuncio (as únicas que pres- mais do que a sua estricta obrigação, pres- ella que o sr. tinha me dado a victrola...
tam) do "Fonfon" e do "Para Todos", tando bons exames das humanidades (elle Astucia, teimosia e senso commercial da
elle adquiriu já uma personalidade social diz "deshumanidades") que si não estudara, alma infantil! Ignacinho explorou-me du-
e literária que não se coaduva com as devia ter estudado a fundo. plamente, é certo, pois peto menos- aqui
calças curtas nem com as regalias confe- Mas intimamente, e sem calculo, eu já no sertão, quem paga os presentes da
ridas aos frangotes de 13 annos. Rapazi- tinha cedido um pouco. mulher é o marido. Mas não são essas
nho de calça comprida não tem direito a Ignacinho prometeu mais. Prometeu pequeninas coisas que nos fazem amar os
mimos infantis. Sócio do Centro dos Pre- optimo comportamento durante as ferias, nossos queridos filhos?
paratorianos também não tem. Poeta ou e infatigavel applicação durante o próximo
prosador ainda que incipiente, também não. anno lectivo. Em todos os futuros annos (Bello HorUonte)

A LÍNGUA T U P Y
Ko meu ultimo artigo falei, em relação mais curiosas. Finalmente, transportando- originado da circumstancia de entrar no
á lingua tupy, do que poderemos chamar nos desses phenomenos que mais se refe- buraco e tapar a entrada da luz. Como se
as analogias sensoriaes, que são todo um rem á etymologia, aos da construcção das sabe, a consonância t exprime resistência,
mecanismo ampliador do processo onoma- phrases, iremos encontrar na syntaxe pri- cousa dura.
topaico, que assignala o período creador mitiva dos aborígenes cabedaes interessan- Vimos, no ultimo artigo, que fogo é
da linguagem, o primeiro commercio entre tíssimos para a pesquiza da formação dos tatá, e a nossa hypothese foi a de que
os cinco sentidos e os mundos obiectivo idiomas troncos. assim se exprime o elemento igneo, pela
c subjectivo. Estes apontamentos, quero repetir, não circumstancia de nascer o fogo do atricto
A formação da linguagem é, na verdade, são orientados' por nenhum methodo, nem das cousas duras. Mas o fogo é luz, clari-
um complexo de actos fixados de posse. seguem uma ordem rigorosa. São regista- dade, por isso a consonância * liga-se ao
Linguagem é apprehensão e determinação dos, apenas, de memória, sem a presença phonema a.
de phenomenos. Na variedade das circums- perniciosa dos livros e autores absorven- No tocante ás analogias psychologicas,
tancias. tes. Têm elles um caracter exclusivamente encontramos interessante material, que de-
Da synthese interjectiva o espirito agudo pessoal, de observações e conclusões pró- menstra a intima comunhão cósmica dos
da emoção retornou ao exame minucioso prias, e si no artigo anterior oceorreram homens primitivos. A lua, por exemplo, é
dos factores do conjuncto emocional. A alguns nomes, de autores, foram remini- Jocy. E jacy também quer dizer tristeza.
onomatopéa creou os grandes pontos de scencias casuaes de leituras antigas, que de E que é a tristeza sinão um luar da alma?
referencia, os elementos primordiaes das certa forma se ligam á matéria. Por outro Mas, temos ainda caruca, que é tarde.
expressões directas. A intercorrespon- lado, estas observações devem ser tomadas Vem, provavelmente, de caa, matto, e oc,
dencia dos sentidos nuançou essas expres- com as necessárias restricções, pois são ou uc, morar. O r é evidentemente eupho-
sões. Impressões auditivas e visuaes, olfa- apenas illustrações para orientar pesquizas nico. A tarde é, portanto, a que mora no
ctivas, palataes e tactivas, controverteram- talvez mais felizes de gente mais compe- matto. E, na verdade, mesmo quando o sol
se, cambiaram-se, ajustaram-se na entro- tente. é mais intenso, ha sempre debaixo das
sagem dos instinctos enriquecidos> de expe- Vejamos algumas curiosidades. O valor copas intrancadas da floresta, a sombra que
riências. E a expressão objectiva multi- das vogaes, por exemplo. Tenho que o se extende pelas raízes. Quando o sol se
plicou-se, prismando-se de acepções. phonema o, aberto ou atono,, significa põe, % sombra sáe devagarinho do matto,
Vimos, no ultimo artigo, que todas ás sempre proximidade e claridade. O dia e vae se escorregando, extendendo-se do-
cousas duras, resistentes, são expressas é ara. minando a paizagem. Ê a que mora no
pela consonância t; e que as cousas extre- O phonema u exprime distancia. As matto: caruca. Algumas horas depois,
mas, as pontas e as superfícies, tradu- cousas distantes são pretas ou azues, por- quando brilham as citatás (estreitos, mães
zem-se na linguagem nascente dos nossos tanto, M significa também essas cores. do fogo), a caruca se transforma em
índios pela consonância p- E, a seguir, Donde temos una. A noite é petuna, ou petuna que é o véo negro da noite.
desenrolámos todas as conseqüências desse pechtuna, ou pichtuna, que quer dizer véo, Aracy é a mãe do. dia, ou a aurora. Ê a
facto. Entre os curiosos resultados do ou pelle preta. mãe porque do seu clarão é que nasce o
processo formador da linguagem, encon- Porque buraco ou cousa ôca é qual 6 sol. Neste ponto a mythologia tupy se con-
trámos a consonância p, que significa ponta, possível que pelo seguinte: onde vae a funde com a mythologia grega.
extremidade, como designativa de baixo, consonância q, trata-se de cousa meúda, Entre as palavra» mais lindas dos nossos
rasteiro. A aza do pássaro, que attinge as pequena. Qui, é grão, é piolho, e quando índios, está, certamente o nheengare. Nhem
grandes alturas é pepé, e as cousas chatas, leva a desinencia frequentativa re-re, Ji é fala, falar. Nhengatú, lingua bôa; nhen-
que se confundem com o chão, se designam se sabe que é cousa meúda, em quanti- gahyba, lingua ruim, fala ruim. Gare è
por pe,pèua,peba. Porque o raciocínio se- dade; quirera. Mas, o que é um buraco, correr. Como se vê em igara (i, água;
guiu este caminho: Extremidade quer dizer sinão um espago pequeno, em relação aos gare, correr), que significa canoa, etc. Pois
limite; limite determina superfície; super- espaços em liberdade? Portanto, deveria nhengare quer dizer canto, cantiga, ou
fície significa revestimento; revestimento ser qui. Mas a vogai í significa mais seja a fala, a palavra éjue corre:
é conjuncto de 'planos. Portanto; planice, cousa fina, subtil. Um páo oü pedra per- Nhengareçãua é um canto collectivo. Nhe-
chateza das cousas que com ella se con- furados deixam, entretanto, entrar pelo engassú é uma fala grande, um discurso.
fundem. .. orifício o ar e a luz, donde vem quá. Muitos outros exemplos interessantes
Vastíssimo campo offerece este assum- Porque onde vae o a vae a luz. poderiam ainda ser aqui lembrados. A ur-
pto para estudos curiosos. Estas notas são Perguntaremos: porque ave, pássaro, i gência de entregar estas laudas improvisa-
apenas uma indicação de rumopara a apre- também ara} Ara é o dia, o conjuncto das das á nossa "Revista de Ahtropophagia"
ciação da lingua dos povos primitivos, que cores; óra. os pássaros trazem nas suas não me permittem continuar muito. E, por
temos, tão á mão. no Brasil. Agora, si pennas, também todas as cores. Por isso isso mesmo, por ser escripto á ultima hora,
passarmos das analogias das impressões o pássaro é o dia. E o dia é o grande o artigo perdeu em methodo, em constru-
para a analogia das emoções, e depois, até pássaro das sete cores... • cção: mas com isso ganhou por ter ficado
do raciocínio, indo sempre do mais simples O nosso bicho tatu (é uma hypothese menos preteaeioso...
para o mais complexo, as observaç6»s serão apenas) pôde ser que tenha o seu nome PIlHlo Salgado
8 Revista de Antropofagia

BRASILIANA
ii
BAHIA
IDEAL ASCENSO FERREIRA
De uma entrevista da actriz Margarida
Max para o Para todos do Rio, n. de
20.8.37:
Bahia — Vatapá!
"O meu ideal é ter o applauso das
Bahia — Carurú!
famílias." COMÉRCIO
Telegrama de Fortalesa para a Folha Bahia — Acaçá!
da Noite de S- Paulo, n. de 11.2.028: Bahia — Oxinxin!
"As padarias que se encontravam em
greve acabaram com essa situação. Mas — Abará!
prometteram que se forem multadas nova- — Acaragé!
mente, por qualquer motivo, mesmo que — Efól
seja fraude no peso do pão, voltarão a
fechar os estabelecimentos." — Carurú!
PRESTAÇÃO DE CONTAS Brasil de besteiras,
Declaração na secção livre do Jornal do Brasil travesti,
Commercio de S. Paulo, n. de 16.9.924:
"No dia 15 de Setembro de 1924, ás Brasil camouflé,
9,15 horas da manhã, encontrando-se, na Te damna Brasil!
praça Dr. João Mendes n. 6, lugar esse
onde o Snr. Ezequiel Martins trabalhava, Te damna Fetit-pois!
sendo até aquella data vendedor do Café Te datnna Macarrão!
Assembléa. Te damna paté-de-foie-gras 1
Encontrou um senhor que se chama
Paulo Morganti que é um dos proprietá- Viva o Carurú!
rios, com muita exigência relativamente YOYO!
a uma pequena quantia em que se achava YAYA!
atrazado- O dito reclamante (e dito por
ele atrazado), o Ezequiel quiz lhe pagar Eu quero é virar bahiano!
o dinheiro que tinha recebido da respectiva Eu comi hoje a alma bahiana, na mesa lauta da preta Eva!
freguezia, não querendo o Sr. Paulo Mor-
ganti recebel-a. Ficou por isso muito ner- Por isso sinto em mim graves tendências de orador!
voso, pegando nos talões de recibo e jo- Olhem, ou vou até fazer um discurso!
gando-os ao rosto de Ezequiel Martins. La vai tempo:
Ezequiel Martins vendo que eram arre-
messados os talões na própria cara, faz ver Meus senhores!
ao commercio em geral que nada fica de- Recife tem pontes,
vendo aos ditos senhores sob pena da lei.
Eu que o fiz e que o escrevo, e por Recife é bonito,
falta de tinta, no lugar onde me acho, Tem "Bois", tem Reisados,
pedi para um amigo, por muito favor, Tem Maracatús...
para me deixar reconhecer minha tão
digna firma, sendo isto.publicado no dig- Porém o Recife
níssimo "Jornal do Commercio". (a) Eze- Não tem mais as Evas
quiel Martins."
FESTA NACIONAL De chalés vistosos,
Circular da Sociedade Beneficente "Ami- Vendendo de tarde
gos da Pátria' de S. Paulo distribuída — Peixe frito,
este ano: — Agulha frita,
"Desejando fazer as festas nacionaes de — Siry cosinhado,
13 de Maio como nos annos anteriores
que constará: — Pirão de Aratú!
A commissão sahirá da sede social ás
8 horas da noite com o seu estandarte de Emquanto a Bahia
honra e bandeiras de diversas nacionali- Tem tudo e inda mais:
dades acompanhadas pela banda Musical Tem 365 Igrejas!
"S. A. Silex" que percorrerá as ruas cen- — As mais lindas Igrejas do Brasil!
traes, cumprimentando as autoridades e a
imprensa; em seguida irá para o salão da E tem
Rua Barão de Paranapiacaba N. 4, onde
haverá sessão solemne e a conferência — Vatapá!
feita por um benemérito; em seguida ha- — Oxinxin!
verá leilão de prendas. Terminará com um — Efó!
animado baile que se prolongará até ao
romper dá aurora, e cujo baile é por — Carurú!
pedido de sodas.
Offerece-se um convite a todos que au- Viva a Bahia!
xiliarem. — O Presidente-Fundador (a) — Canudos da tradição do meu Brasil!
Salvador Luiz de Paula."
ORATÓRIA (Recife)
Convite para uma conferência realizada
em S. Paulo: « E N T R A D A
Programma a escolher
1." Trabalhar é viver
'. O. S.
2.* Impressões da Amazônia
3.* Preta casou com branco e vice versa... A REVISTA DA ANTROPOFAGIA já tem para publicar em
4.' Saber fazer...? Saber amar...? Saber seus próximos números nada mais nada menos do que 37
viver...? poesias: não possue um único trechinho em prosa.
5." S. Paulo e o seu progresso
6.* Os burros também faliam... Ela dirige assim aos novos do Brasil este radlogama des-
Dia — 30 Outubro 1927 esperado. :
Salão—Associação 15 Novembro 22
Horas —15,16 h. S. O. S. SOCORRO. ESTAMOS NAUFRAGANDO NO AMA-
(a) LUIZ LEITE ZONAS DA POESIA. MANDEM URGENTE PROSA SALVADORA.
"ETHER" será o titulo de uma pro-
duccão' literária que de futuro terei de A.< D E A. IA.
escrever em S. Paulo.
'IOJOOO,"
ANNO I — NUMERO. 3 5 0 0 RS JULHO - 1928

Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerencia etc. de RAUL BOPP

Endereço: 13, RUA BENJAMIM COHSTANT - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - S Â O PAULO

C A R N I Ç A N O MEIO D O CAMINHO
Numa conferência há pouco realizada na
Faculdade de Direito de São Paulo Baptista
Pereira esguichou um pouco de Cruzwaldina
na epidemia positivista que assolou e ainda
hoje assola este país condoreiro. Pode parecer No meio do caminho tinha uma pedra
bobagem a gente ainda se preocupar com tal
cousa. Pode parecer só: porque não é. Nin- tinha uma pedra no meio do caminho
guém está claro vai se dar ao trabalho de com-
bater o positivismo hoje em dia. Mas é preciso tinha uma pedra
de uma vez por todas liquidar com esse cadá-
ver que enterrado desde muito na Europa foi no meio do caminho tinha uma pedra.
exumado por meia dúzia de fivelas e trazido
para o Brasil onde continua empestando o
ambiente.
Quási todas as tolices iniciais da Repú-
blica a gente deve aos austeros namorados
póstumos de dona Clotilde. Assim como entre Nunca me esquecerei desse acontecimento
nós sujeito mal cheiroso é para todos os efei-
tos filósofo bastava alguém fazer parte da na vida de minhas retinas tão fatigadas.
igrejinha Ordem e Progresso para ser consi-
derado logo sábio, gênio, armazém de virtu- Nunca me esquecerei que no meio do caminho
des, torre de honestidade.
Não digo que se coma semelhante carne. tinha uma pedra
E' cousa que já a cozinha ref ugou, o cachorro tinha uma pedra no meio do caminho
não quiz, os corvos não aceitaram protestan-
do virar vegetarianos caso insistissem. Tam- no meio do caminho tinha uma pedra.
bém deixar na dispensa envenenando as vare-
jeirxs não é possível.
Daí o melhor é pôr a carniça num tanque
de creolina e recambia-la para a Europa. Com
este bilhete: Preferimos sardinha. Que marca
vocês querem? Amieux, Philippe & Canaud (BELO-HORIZONTE)
ou aquela de saudosa memória d- Pedro Fer-
nandes inexplicavelmente desaparecida do
mercado desde 1556?
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

"A BARBÁRIE DURA SÉCULOS. PARECE


QUE SEJA ELA O NOSSO ELEMENTO: A
RAZÃO E O BOM-GOSTO NÃO FAZEM
SENÃO PASSAR"
D ' A L E M B E R T - Discurso preliminar da ENCICLOPÉDIA
Revístado^Antroppfa^^

B A L C Ã O INDIFFERENÇA
a Oawald de Andrade

Paris — Nova-York — Roma!


Cabarets — correria de casarões — arte?

A partir deste número a REVISTA DE O sol de meu paiz tem os longos cabellos de ouro
ANTROPOFAGIA publicará gratuitamente As palmeiras do meu paiz são verdes
íruto amar
todo e qualquer anúncio de compra e venda * eiios
de livros que lhe for enviado. N o s {roncos h u m i d o s d a s b a n a n e i r a s
vivem curiangos
~" nas folhas molengas
passeiam tatouranas cabelludas
LIVROS A' VENDA: Quintaes!
Amarellos
Na Livraria Universal (r. 15 de novem-
bro n. 1 9 — S . Paulo):
— S.Leopoldo — Província de S. Pedro VOuro sobre verde
erde e ouro sob azul
,
do Rio Grande do Sul - 2.' ed.
Monteiro Baena — Compêndio — Pará. c , , ,
Sob ns palmeiras do meu paiz
meu pensamento
busca sonhos
Nesta redacção:
como passos de namorados nas calçadas
— Blaise Cendrars — L'Eubage — Com _ , ,
5 gravuras de J. Hecht - 1/ ed. - ex. n. 698 ° so1 d o m e u p a i z t e m o s l o n g o s c a b e I l o s d e o u r o
— 1926 — preço: 15$000. (BELO-HORIZONTE)
— Jean Cocteau — Le gfand écart —
1924 — preço: 5$000. ACHILLES VIVACQUA
— André Breton — Les pas perdus —
1924 —preço: 5$000.
LIVROS PROCURADOS: sahiu e custa
A Livraria Universal (r. 15 de novembro ^\J\JXJ
n. 19 — S. Paulo) compra, pagando bom o FIOVO IÍVI"0 d e
preço:
— Revista do Instituto Histórico Brasi-
^-R^re^to1-22^»,». • « • • • • »f «LCAMAAA MACHADO
— Ruy Barbosa — Replica.
— Oliveira Lima — D. João VI no Bra-
sil — 2 vs.
Além disso, adquire bibliothecas.
Yan de Almeida Prado (av. Brigadeiro
LARANJA DA CHINA
Luiz Antônio n. 188 — S. Paulo) compra: —
— Balthasar da Silva Lisboa — Annaes
da Província do Rio de Janeiro — em bom
estado. n JIJ
— Mello Moraes — Chorographia Histo- ™ a i a o s P a r a
rica -^- 5 vs. . ,
CAIXA POSTAL
Esta redacção compra: KI A of&Q
— Simão de Vasconcellos — Vida de Jo-
seph de Anchieta.' S 9O P â UIO
R e v i s t a de A n t r oppooffaaggii a

CONVITE AOS ANTROPÓFAGOS

Meu caro Antônio de Alcântara Machado.

Vocês não estão cumprindo por exemplo, meteu-se a de- — "Alvorada dei Gracioso"
bem os seus deveres de antro- vorar o Mario, não digeriu e e o "Jeux d'eau". Lamenta-
pófagos. E' verdade que você revesou aquele ra eu, entretanto, que o
enguliu num átimo o dr. Fer- programma estivesse mes-
nando de Magalhães e que o 0 meu amor, rapazes, clado com aquelles produ-
nosso querido Mario, no espa- que me embrulhou o estôma- ctos de uma inspiração en-
ço de uma só manhã, deglutiu go de uma vez. Assim não se fezada, nascidos exclusiva-
perfeitamente Gandi, Lenin e pode comer! mente do calculo, sem que
Luis Carlos Prestes (com Mas o principal assunto por elles passassem os ef-
grande nojo do Graça Aranha, desta carta não c nada disso. fluvios do coração, è cujo
que viu nesse valor .único de-
petit déjeuner pende somente
canibal uma es-
candalosa con- de um execu-
fusão de valo- tante de brilho,
res) . Mas para a dotado de uma
sanha de quem technica como
via vindo a nos- a do temido vir-
sa comida pu- tuose, sob cujos
lando, confesse dedos aquellas
que é pouca a paginas alcança-
aferração men- ram um colo-
tal dos compa- rido que até es-
nheiros. te momento eu
0 jovem An- desconhecia."
tônio de Santa O dr. Imbas-
Engracia, reda- sahy é critico
ctor de sueltos musical do "Jor-
no 'Jornal do \ ^ " - -77 nal do Brasil".
ÂX/0c£
Brasil", tem ra- 77* r vixA^' p Há dez anos se
zão: os antropó- ' N 9ôLP' bate pela aspira-
aspira-
fagos estão abu- ção de ver le-
DESENHO de ROSÁRIO FUSCO de CATÁGUAZES vantada a tam-
sando da goia-
bada. O Brasil pa dos pianos
corre, neste momento de bra- Eu queria apresentar aos an- nos números de acompanha-
silidade modernista, o risco de tropofagos o dr. Arthur Im- mento. Tem, como se vê, in-
degenerar em Republica de bassahy, autor deste pedaço contestável competência em
Pesqueira. Ora, eu apesar de de prosa estampado no "Jor- assuntos musicais. Antropófa-
pernambucano, não gosto nal dò Brasil" de 28 de ju- gos, eu proponho a deglutição
muito da goiabada de Pesquei- nho: imediata do dr. Imbassahy!
ra: prefiro a de Campos que Verdade que a carne é du-
tem cascão. Admito a goiaba- "Cario Zecchi é um pia- ra. Mas pode-se entregar o
da (como sobremesa), mas nista de tão diamantina pior pedaço ao empresário Fe-
exijo o cascão. tempera que chega a fazer licio Mastrangelo, que tem
Convém, outrosim, chamar supportar sem enfado e até bons dentes, ar feroz ,e exce-
a atenção para a dispepsia pre- mesmo a se ouvir com cer- lente estomagp.
coce de alguns curumins an- to interesse aquellas duas Seu, muito cordealmente,
tropófagos. O Rosário Fusco, estravagancias de Ravel: MANUEL BANDEIRA.
Revistade^Antropofagia

3 POETAS E 2 PROSADORES

RUY CIRNE LIMA — Co- cual si fuera gaúcho altanado. Com cheiro de fléte
lônia Z e outros poemas un travieso cabrito.. • suado, estrupicio de rolo nos domingos
— Porto Alegre — 1928. Assim queira Deus. vadios, riso do chinaredo cosquilhoso,
Acho que Ruy Cirne Lima faz versos logros contrabandistas nos guitas da
JÚLIO PATERNOSTRO — fronteira.
como criança faz barquinhos de papel. Olha o café! — São Paulo
Distrai, não irrita ninguém e chega Se o estilo fosse menos acadêmico e
mesmo a interessar a gente. A água — 1928. mais humano, se o autor escrevesse
da chuva leva os barquinhos. Pronto: Diz Júlio Paternostro apresentando com o sabor que tem a fala de suas
desapareceram. De vez em quando um seu primeiro livro: Gosto de ver as personagens, a maneira dele fosse mais
deles dá voltas divertidas, a gente tor- cousas sozinho sem me apontarem. Tem directa de forma que os contos saíssem
ce — afunda! não afunda! —, vai pu- bom gosto. E é ótima regra para quem da pena dele e não da boca de um
lando que é uma boniteza. Não sai principia. Mas apesar da declaração a palrador entre duas mordidas no ma-
mais da memória. . gente percebe o dedo de Ribeiro Couto tambre sangrento (como quási sem-
mostrando ao autor as cousas ou al- pre acontece no livro) e ainda houves-
Paisagista simples da terra gaúcha o gumas cousas que estão no Olha o ca-
poeta detesta violências e alturas. Não se mais novidade nos assuntos e me-
se afasta do quotidiano sossegado, gos- fé! Mostrando só. Sem descrever. O re- nos adjectivos e anexos enfeitando- os
ta que se regala dos quadrinhos ino- cheio é mesmo de Júlio Paternostro. períodos, No galpão por mais de um
centes. Não entusiasma os leitores. E agrada. Mais de uma vez agrada motivo seria obra d« se lhe tirar o
Mas os leitores lhe ficam querendo bastante. Tarde começa assim: chapéu.
bem. Uma casa amarella Mas tal como é já marca a nankin o
Madrugada (que esta revisteca dos está parada nome do autor. Darcy Azambuja tem
meus pecados publicou no seu segundo deixando a faca e o queijo na mão.. O géito de
número) é excelente: a melhor cousa as jancllas pegarem fogo. cortar e servir a roda faminta é que
do Colônia Z. Mas o livro tem outras Assim acaba Zé Cabra o: decidirá de sua modernidade daqui pa-
cousas boas: Moleque, Negro velho. O sol vermelho ra deante. E' bom no entanto inda-
Canção dos pescadores, Lirismo. Os apertava o morro gar primeiro se êle faz questão de ser
poemas são quási todos assim: que nem o lenço carimbado moderno.
A veneziana deixa entrar o sol molhado que ANTÔNIO DE ALCÂNTA-
e o vento cheio de perfumes frescos. o Zé Cabrão RA MACHADO — Laranja
As aves acordaram, no quintalejo. tinha no pescoço... da China — São Paulo —
Ha revoadas varando o asul. Imagens e o mais do estilo não fal- 1928.
Ha marulhos de arroio nas folhas tam no livro. Paternostro é brasileiro. Alcântara ganhou fama (ou cousa
Depois é mocinho. Com a idade dirá as parecida) de gozador e de seco desde
verdes. 0 Pathé-Baby. Brás, Rexiga e- Barra
cousas mais directamente. E deixará
O galo vae cantar. esse lugar-comum da nossa poesia Funda não deu para desfazer essa fa-
As estilizações de Ângelo Guido não actual (já censurado por Mario de An- ma (ou cousa e tal). Bom. Vamos ver
me agradaram nem um pouco. drade): meninice. E outros lugares-co- agora o que dirão do Laranja da Chi-
NICOLÁS FUSCO SAN- muns: circo de cavallinhos, cidadezi- na. No fundo (desconfio muito) Alcân-
SONE — La trompeta de nha do interior, preto velho, Brasil tara não está fazendo questão de pa-
Ias vocês alegres — Mon- dos primeiros anos o assim por deante. recer seco ou molhado, gozador ou so-
tevideo — 1925. Das qualidades evidentes do poeta fredor. Além de ser e parecer quanto
0 livro é de três anos atrás. Mas destaco esta: Júlio Paternostro é mali- possível Alcântara acho que nada mais
como vem de fora pede ser considera- cioso. Vejam Escola c Bento Manuel o preocupa.
do novidade aqui. Ribeiro. Reproduzo aquela: Laranja da China tem um geito de
O poeta tinha dezenove anos quando Hoje houve casamento catálogo brasileiro. E' uma imitação-
o escreveu: diez y nueve trampolines de gambá com raposa! zinha de tipologia nacional. Isso não
de voluntad y de alegria diz Juan Par- E foi de tardezinha quer dizer que o desembargador La-
ra dei Riego num prefácio em que eu quando a guryzada marüne de Campos ou o guri Cícero
encontro frases que bem poderiam ter sahia da Escola... Melo de Sá Ramos (para só citar dois)
sido escritas por Graça Aranha. Porém E as meninas e os meninos sejam produtos privilegiadamente in-
isso .não vem ao caso. O que importa pareciam dígenas. Lá fora também nascem. Mas
é a maneira desenvolta com que o poe- uma porção de letras acontece çom eles o que acontece com
ta solta sua poesia o café: têm sabor quando são daqui.
a-e-i-o-u Dito isso está dito tudo sobre as in-
como una bandera dependuradas dansando tenções do autor (se é que houve in-
para que jueguen con ella nos fiozinhos de ouro tenções). Querer descobrir mais não
ei sol, ei viento y ei mar. do sol... adianta nada. Principalmente tratan-
0 livro tem mocidade até dizer che- Também havia do-se de histórias que podem ser tudo
ga: é exaltado, ágil, contente e baru- um guarda-chuva menos pretenciosas. O melhor portan-
lhento. Está cheio de imagens, de ar- era... a professora! to é aceitar o volume realizado sem
rancos, de odes. Em todas as suas pá- Fiozinhos de ouro do sol e horrível. procurar saber porque foi realizado
ginas há mar, há estréias, há frutas, Mas há no resto qualquer cousa que en- assim e nao assado. Depois quem pu-
há manhãs, crianças correndo, pássa- che a gente de esperança no futuro blica hbros trata primeiro de passar
ros voando. No meio de tudo isso Ni- poético de Paternostro. De forma que um pano nele para enxugar o suor que
colásjoga seu coração pára que tam- eu acredito que essa e outras descui- custou.
bém pule
das tenham o seu lado útil: tropeçando , O ponto de vista do autor desapa-
de vibrante ansiedad nueva é que se aprende a andar (não reivin- rece impressa a obra se esta é de pura
hasta encontrar dico para mim a paternidade da frase). invenção. Gosto ou não gosto é ainda
ei canto más sano que renueva A naturesa-alegre de Paim compensa o modo mais certo da gente dar sua
e impulsa Ia sangre y ia vida na capa a feiúra do título. opinião em matéria de arte. Eu que
en una carrera audaz. acompanhei a construção do Laranja
DARCY AZAMBUJA — No da China palavra por palavra não pos-
Naturalmente esse febre a estas ho- galpão — 3." ed. — Porto
ras já deve ter baixado um tanto. Essa so evidentemente separar o resultado
Alegre — 1928. — do caminho percorrido para chegar
força ainda incontida no La trompeta Obra coroada pela Academia Brasi-
dè Ias vocês alegres com certeza hoje até ele. Meu JUÍZO seria fatalmente par-
em dia se poupa mais è tem assim leira de Letras. No entanto a gente cial por várias razões de ordem afecti-
maiores reservas de energia para proe- pode abrir o livro sem medo. E' bom.
Muito bom até. Seria ótimo se tivesse n?A,í?íem a s s l s t l u a o e s f o r c ° aprecia o
zas futuras. • Seja como fôr poeta que produto sempre em relação a esse es-
começa desse modo é certo que conti- sido escrito mais ou menos pela época
nue sempre do Pedro Barqueiro de Afonso Arinos.
Em todo o caso não atingiu ainda vinte f j ? i £ ? 3 U e *?t* é i u s t a m e n t e uma das
saltando edições porque nem todos os dias apa- funções da crítica: desmanchar o brin-
todoB los obstáculos quedo para ver o que tem dentro. Podo
rece um Rui Barbosa camarada. ser. Eu nao entendo nada de criUca.
dei jnondç São historias puavas dos pagos do
A. DE A. ML
JRejfJ^adeAniropofaala

COMIDAS
MARIO GRACIOTTI

0 sr. Coelho Netto foi co- ra de palmeiras. Gosado mes- um Churrasco. Pra não des-
roado. Quem fez a bruta fes- mo. agradar a vista, mandei tirar
tança foi a redacção do Ma- Antes de comer a comida os pelinhos brancos. Assim,
lho. Botaram na cabeça delle principesca: a gente tem a impressão de
uma coroa. Dizem que é de "Meus irmãos. 0 dia de ho- coisa nova. E tudo o que é
príncipe. Tinha louros e espi- je é dia santo para as tabas. novo, inclusive carne, tem sa-
nhos cahindo pelas costas. Tem carne de príncipe. Ve- borosa attracção.
Depois, encheram os pés com lha, mas não importa. Nós te- Coroado, tornou-se comple-
perfumes. E um sujeito gros- mos dentes de aço. E o fogo tamente inoffensivo. Comido,
so lascou uma falação virgu- cozinhou que é uma boniteza. esse indivíduo, que andou fa-
lada, que ninguém entendeu. Pois bem, a gente comendo o zendo muita malandragem
Eu tive vontade de pegar Coelho Netto, sem allusão ao em papel innocente, não. tem
no pescoço do Coelho Netto e quadrúpede veloz das matta- mais razão de ser. Felizmente,
botar elle no espeto. Para as- rias, tem duas gostosuras: se desse estamos livres. Em-
sar, feito churrasco. E comer. enche a barriga e se presta quanto fazemos a digestão do
E dar a coroa de príncipe ao um servição, deste tamanho, sr. Coelho Netto, vamos espe?
Adelmar Tavares. Pra engor- ás letras nacionaes. Ha sujei- rar que o Adelmar engorde
dar mais o bicho. tos que tem só um destino: mais. Aquillo é outra comida.
Infelizmente, o Brasil teve serem comidos. 0 nosso prín- E das boas. Tem carne e ba-
um príncipe na prosa. Teve. cipe tinha esse, mas foi demo- nha que não acaba mais. E
Hoje, feito comida, elle está rando, demorando, até que ainda não tem coroas e espi-
ahi. E foi votadissimo. Se foi. envelheceu. Mas, agora, está nhos pela cabeça."
Aos milhares. Intensamente ahi, nuzinho, meio tostado, Rapazes, podem trazer os
votado pelos mirins desta ter- no espeto, quente que nem palitos!

A Revista de Antropofagia
publicará em seus próximos números trabalhos de:

Mario de Andrade. A. C. Couto de Barros,


Sérgio Milliet, Augusto Meyer, Antônio
Gomide, Henrique de Resende, Plínio
Salgado, Cassiano Ricardo, José Amé-
rico de Almeida, Carlos D. de Andrade
e outros.
B R e v i s t a de A n t r o p o f a g i a

SANGUE BRASILEIRO

As matas espessas eram noites escuras de breu E os homens novos ousados


com sacis cachimbando de cócoras. cruzaram os rios largos molengos
e sonharam com pedras verdes numa serra encantada
Os tições dos olhos de braza das onças pintadas e com ouro nos riachos cantantes
espreitavam por traz dos troncos das arvores. e com maravilhas no -mato assombrado.

Na beirinha dos rios as mães dágua traiçoeiras No sangue deles havia ímpetos violentos
penteavam os cabelos verdes molhados. e seus músculos de cordilheira ansiavam lutas tremendas
e o sangue deles quente ímpetuozo vibrante
E' butindo na treva um assombramento estuava nas artérias com rios encachoeirados reprezos.
enchia de pavor os índios hravios.
E o sol quente dos trópicos
Mas os homens de sangue azul saltaram das naus tornou vermelhinho esse sangue
•e pízaram o paiz encantado. temperou a alma dos homens heróicos
na fornalha escaldante da terra.
Um homem disse que a terra era boa
B que o. solo, virgem daria de tudo. Alma selvajem de lutas aventuras encanto.":
sangue selvajem borbulhante nas veias.
E 09 descobridores guerreiros de sangue azulado Sangue dos desbravadores da terra verde da Amazônia
misturaram seu sangue com o sangue
pasto dos negros retintds sangue dos plantadores de ruas alinhadas de café
como sangue vermelho nas terras roxas de Piratininga
dés'homens vermelhos de bronze. sangua dos cavaleiros dos pampas
sangu; dos cavaleiros heróicos das cavalhadas
sangue dos vaqueiros das correrias no sertão enorme
B do solo virj em da terra sangue herança dos negros dos borocotós
brotaram homens novos possantes sangue herança dos Índios dos pajés e Cunhambebe
oom músculos de cordilheira sangue dos homens que não possuindo terras
a Ímpetos violentos de luta no sangue asssnhado de febre. vieram arrancal-as do seio verde do mar.
E eles desceram pelas serras e rios Brasileiro!
dominando quebrantos
domando selvagens Esse é teu sangue
brigando com onças que circulou' nas veias dos domadores de indios
despertando sacis e dos bandeirantes sonhadores valentes
«sustando mães dágua e que estua que ruje nos nossos corpos amorenados pelo
varando florestas cheirosas sol vermelho e quente
pulando cachoeiras saltos e quedas. que ha de vibrar nas artérias de nossos filhos
para que eles possam continuar a obra imensa do domínio
Iam jogando sementes na terra da .terra
e'da sola áspera de seus pés as cidades brotavam. — a epopéa da raça.
As mães dágua fujiram da beira das águas
C acabaram os feitiços e bruxedos da terra (CATAGUAZES)
e o-negrume. negrinho das florestas escuras.

Só a mulo sem cabeça inda corria os caminhos... ASCANIO LOPES

>o^»o«»o«=>oc=:»o^^<: «O

Brevemente: LEIAM:

MACUNAIMA MARTIM " CERERÊ — versos de


(Historia) Cassiano Ricardo
de COLÔNIA Z e outros poemas de
MABIO DE ANDRADE Ruy Cirne Lima

e CANTO DO BRASILEIRO — (poema)


Augusto Frederico Schmidt
Antologia de 4 poetas mineiros
NO GALPÃO — contos de
JOÃO ALPHONSUS Darcy Azambuja
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
POEMAS CRONOLÓGICOS — de
EMÍLIO MOURA Henrique de Rezende
Rosário Fusco e
PEDRO NAVA Ascanio Lopes
J^v^stade^Antropofagia

(Episódio da revolução de 1924 em S. Paulo)


CAPITULO 1.*: por
YAN DE ALMEIDA PRADO
O JARDIM PUBLICO
Em S. Paulo, na primeira semana juntos seguirem em demanda de al- organizadas por gente, movida pela
de Julho de 1924, as noites aquecidas guma casa de tolerância situada em ambição e capitaneada por alguém que
por prolongada estiagem assemelha- porão ou cortiço das redondezas. já estivera no sul, e cs levas lamentá-
vam-se ás da primavera. Favorecida O mulherio freqüentado pela solda- veis dos que fugiam da seca e da- fo-
pela temperatura, acorrera grande desca, morava em quartos escassamen- me. Os primeiros tinham um esboço
afluência ao Jardim da Luz na ultima te mobiliados, com as paredes forra- de organização; as mulheres, os bens e
vez em que a banda da Força Publi- das de fotografias d.* amantes. Eram as vidas, iam garantidos.
ca tocava antes da revolução. Em re- do lugar, do Rio, ou de norte e sul do As caravanas, que eram enxotadas
dor do lago central. cruzavam-se ope- paiz, raarujos, soldados da Brigada Po- pelo perigo da morte, só tinham uma
rários e soldados com mulheres de to- licial, soldados do exercito, pessoal do norma: o direito do mais forte. Quem
da a casta, em que havia desde a me- Lóid, sós ou aos pares, muito sérios,, tem maior força ou valentia manda.
nina das visinhanças acompanhada' da na melhor farda, no cenário do par- Os fracos ou cobardes são escrãvisa-
família até pretas empregadas em ca- que publico onde um fotografo econô- dos; as mulheres pertencem ao senhor
sas burguezas, que depois do trabalho mico lhes tirara o retrato. Alguns eram do bando. 'O trajeto do extremo norte
vinham ali buscar amores. Outras ne- mais pródigos, tiravam fotografia num até S. Paulo representa um rosário in-
gras passeavam falando alto, mostran- "Fotografo de verdade" como diziam. finito de dores, de sacrifícios, de ini-
do aos homens o rosto enfarinhado de Pela parede havia morenos com cabe- quídades, abusos e martírio. Àquela
pó de arroz. Quedavam-se sob os re- los corredios brilhante;, como alcatrão gente nada possue, nem bens, nem
verberos da iluminação antiquada, nu- a luzir, mulatos degenerados ou robus- meios de vir a obtol-os graças a um
merosos soldados vintío-, <>•; quartéis tos; uns com a face re chupada, outros oficio ou conhecimento qualquer. Che-
circunvisinhos. Os que paravam de- de rosto largo, ambos sensuaes; bran- gam até a não dispor dos braços tal a
baixo das arvores ou sentavam nos cos loiros, castanhos ou ruivos sar- quantidade de mazelas' que os moles-
bancos, eram os veteranos freqüenta- dentos, junto da inextricavermixordia tam. Muitos da caravana não sabem o
dores do Jardim, que se contentavam de todas as cores e matizes do branco que é uma casa de tijolos, utensílio em-
em dirigir gracejos ás mulheres. Os com preto, preto com indio, indio com bora rudimentar de lavoura, padre,
novatos, pouco antes saídos do Corpo mulato, onde as vezts surgia um tipo igreja, par de sapatos. Entre eles ha
Escola, preferiam armar algazarra pelo atlético. Tinham também as raparigas senhores e escravos.
caminho dando encontrões nas "tias" amantes pretos que davam retratos, De' uma feita o dirctoi da hospedaria
á guiza de divertimento. Algumas riam, mas que as envergonhavam. Escondiam de Imigrantes do Brás, perguntou a cer-
outras zangavam-se revidando a ofen- essas fotografias, embora fossem me- to matuto porque se deixava dominar
sa com palavrões do bordel gritados nos rebarbativas do que as de muito por outro, por que razão consentia em
em voz aguda. Variava a intensidade portuguez, hespanhol ou italiano, des- ser despojado sem protesto nem velei-
do melindre pelo aspéto de quem o ageitados no trajo domingueiro que dade de defeza. A resposta foi simples:
causava. Si o gaiato caia na simpatia lhes apertava o pescoço numa gravata "Vancê me garante da faca dele? Si
da mulher, diminuíam os palavrões até amarrotada, c lhes cobria as mãos com não garante prefiro fica ansim mêma".
se diluírem num sorriso promissor; as mangas do paletó. Atravez dificuldades sem nome eles
então, ao se depararem novamente no A mobília das mulheres era preten- vêm a pé desde o lugarejo natal até a
decurso do passeio á roda do tanque ciosa e miserável. Sobre a cama a Baia, onde embarcam em imundas al-
dos cisnes, aparentava a rapariga um colcha pelintra, cheia de rendados e varengas que os levam pelo S. Francis-
resto de zanga para dizer "que não laçarotes, ocultava nódoas. Cobriam co á Pirapóra. Chegam esqueléticos de
repetisse mais aquela estupidez". Fin- as cadeiras mancas, requifes de cro- tantas provações, morrem pelo cami-
gia-se a principio ainda irritada, por chet semelhantes aos dos salões, cm nho, enlouquecem. Para se manterem,
fim abrandando até aceitar as propos- que as raparigas uma vez na vida ti- trabalham aqui e acolá a troco de ní-
tas de passeio ou de bebidas que lhe nham ensaiado trabalhar. queis ou de miserável alimentação.
faziam. Pelo aposento corriam baratas das Causa espanto que, no lugar perdido
Fechava o Jardim depois dos núme- frestas da parede ao soalho disjunto e onde nasceram, conheçam o nome de
ros da banda. Escoava-se a multidão sujo. Os muros caiados de cores ber- S. Paulo, e que no percurso não des-
aos poucos pelos portões do parque, rantes, levavam flores complicadas on- animem ante tanta dificuldade. Chega-
enchendo as calçadas próximas. Era o de havia sinal dos escarros dos "fre- dos refazem-se em pouco, fortificam-se
momento em que logo adeante, na ave- tes". Enlaçavam o fio da lâmpada elé- e civilizam-se. Assombram pela destre-
nida Tiradentes ou do lado das ruas trica rendados de papel enegrecidos za com que abatem florestas virgens e
da estação, iam se encontrar os que pelo pó e pelas moscas. O quebra luz resistem a tudo, ás maleitas, ás águas
tinham compromisso para "depois da de setineta, estava rasgado ao meio, salobras, á má alimentação. Houve o
musica". O soldado parava á esquina, devido ao projétil que numa noite de caso de um matuto acreano aprender a
junto de um.poste de bonde, á espera briga o atingira. ler, a guiar automóvel, e aparecer nas
da conquista que fizera. A conquista- Muitas das mulheres tinham vindo a ruas de S. Paulo no seu carro de alu-
da, vinha de braço dado com uma ami- pé do Nordeste, no meio de trabalha- guel — que pagava em prestações—
ga para mostrar o conquistador, todo • dores que se destinavam ás derrubadas dois anos depois de chegar numa leva
ancho na farda azul ferrete. Quando de matas em'S. Paulo e no Paraná. No de imigrantes analfabetos, sem outro
o militar percebia as mulheres, tufava principio tinham andado certo numero meio de vida do que os braços. Do mes-
a túnica ponteada de botões de metal, de leguas e descançado, para que os mo modo, ainda mais facilmente, a ca-
fazia tinir as esporas c rebrilhar as es- pés inchassem e desinchassem, a se- boclada que chegou com fome e com
camas do boné sob e luz das lâmpadas guir rumavam para o sul era jornadas os pés sangrentos aparece seis mezes
de arco. Despediam-se as amigas ao de dez leguas diárias tal como faziam depois com rouge nos lábios e meias
chegar á sua altura. Nesse momento os homens do rancho. Era diversa a de seda no Jardim Publico.
ele travava o braço da que ficava, para situação das que vinham em caravanas (Continua)
e Revista de Antropofai

B R A S I L I A N A FATALIDADE
III
ATITUDE — Sabes, Nanoca? Zé de Chanoca casou-se!
De uma correspondência de Santos para o Diário Na-
cional de S. Paulo, n. de 2-6-1928: — O que é, mulher de Deus! tão bandoleiro!!
" Circunstancia curiosa! Mau grado as enormes propor-
ções que assumiu a ventania, fazendo lembrar um verda- — Simsinhora... E o turumdumdum foi feio!...
deiro simoum, o Monte Serrat permaneceu impassível. Dir-
se-ia que elle só pretende cahir numa noite tranquilla, en- — Cala a tua bocca creatura... lá vem o homem.
luarada, cheia de estrellas.
Não deixa de ser interessante essa attitude fleugmati-
ca, britannica, do Monte Serrat."
MÚSICA — Hó-hó... que geito!
Anúncio publicado no Diário Popular de S. Paulo
(1928): — Mas homem de Deus, como foi isso?!
"A CRUZ DA TUA SEPULTURA ENCERRA UM MYS-
TERIO. — Valsa com letra; foi escripta junto a uma campa. — Ora lá como foi isso... tudo tem seu dia.
Vende-se á rua do Theatro, 26."
— Anh!... nem todo cão é sem dono, Zé de
CIVISMO
De uma correspondência de Tietê para o Diário Nacio- Chanoca...
nal de S. Paulo, n. de 3-5-1928:
"Em dias da semana passada, uma caravana do P. R. P., Nem todo cão é sem dono!
composta de alguns membros do directorio e de Antônio
Malagueta, cidadão lusitano, dirigiu-se com destino ao bair-
ro do Mato Dentro, na doce ilusão de encontrarem algum
Joaquim Silverio.
Lá, o sr. Luiz Gervonetti, que é membro influente do — Mas Zé de Chanoca
Partido Democrático, recebeu-os com altivez c depois de lhes
dar algumas lições de lealdade e de civismo, offereceu o Conta-me lá como se deu este successo...
livro de Affonso Celso "Porque me ufano do meu paiz".
Será que esses pretensos imitadores de Paulo de Tar-
so continuam com as suas caravanas?"
FILIAÇÃO — "Eu vou contar meu casamento como foi:
AVISO AO PUBLICO publicado na secção livre da
Folha da Noite de S. Paulo, n. de 6-9-1927: Amarrado pelo pé
"A firma do "Ao. Café Moka'^, dei Moro & Cia., não
se responsabiliza dé dividas feitas por seu filho Attilio Inquirido como um boi!
Del Moro. — Subscrevo-me, Nicolau Del Moro."
Amarrado pelo pé
LITERATURA COMERCIAL
De um anúncio publicado no diário A Manhã do Rio, Inquirido como um boi"!...
n. de 13-11-1927:
"Venci... ou não venci?
Venci, sim, pelo meu esforço e pela rainha honesti- (RECIFE)
dade.
Salve 8 de novembro!
E por isso a. CASA MATHIAS festejou mais um feliz JAIME GRIZ
anniversario.
Ha muita gente que encabula com o 13. Pois, amigos,
cabula não pega. Só pega nos cabulosos, que andam mes-
mo pesados, bufando ao peso da "Zizinha"... O dia 8 foi
um grande dia para a gloriosa CASA MATHIAS que com-
pletou o seu 13.° anniversario. Treze annos de lutas e de
bons negócios.
Lembram-se Vocês, oh! Lanfranhudos, Lambões e Pa-
tegos cabulosos, lembram-se Vocês do que diziam em 1914, A REVISTA DE
quando o Mathias, pobre e humilde, veiu abrir a sua casa
de negocio? Por certo que se lembram. Entre cusparadas
esvèrdeadas de inveja, aos saltos, e com risos de maltezes, ANTROPOFAGIA
Vocês disseram: — qual! Este não vae lá das pernas... —
Dentro de mezes estará fallido... — Vae dar com os bur-
ros n'agua... — Pedirá concordata no fim do mez... — PEDE A' GENTE NOVA DAQUI E
Vae dar um "Uro" na praça...
Assim faltavam os invejosos e attrazados. Novas bur-
ras da Balaão, queriam adivinhar o futuro! Oh! Zizinhas DE FORA:
estragadas! O Mathias não morreu! Tem os ossos duros!
Mas, apesar de tudo, eu venci. Trabalhei, lutei, esfor-
cei-me e .graças aos meus methodos de commerciar e á
minha honestidade, fui para a frente, venci todos os obstá-
culos e, para maior inveja dos invejosos, o Mathias tem COLABORAÇÃO (PROSA,
hoje um dos mais freqüentados estabelecimentos dó seu
gênero no Rio, não deve nada a ninguém e tem muito di- POESIA, DESENHO)
nheiro na burra...
Os invejosos devem se estar, comenda. Comidas, mi- ENDEREÇOS (ESCRITO-
nha gente!... Mas é melhor deixar esse pessoal engulir-se
sozinho. E' coisa tão ruim!
Para commemorar essa data vamos offerecer aos bons
RES, LIVRARIAS, JOR-
amigos uma novidade: é o BANQUETE SECCO, com todos NAIS, REVISTAS, ASSO-
os acepipes e pertences: Ficam todos á roda da mesa, nas
respectivas cadeiras, mas comidas... "no hay"J"
CIAÇÕES LITERÁRIAS).
ANNO NUMERO 4 500 RS. AGOSTO

Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP

Endereço: 13, ROA BEMJflMH COMSTflNT - 3.° Pav. Sala 7 - CBIXfl POSTM. V 1.269 - SÃO PAULO

A ENTRADA DOS MAMALUCOS SUCESSÃO DE SÃO PEDRO

Pode-se negar poesia á Illàda. E' impossível


negar a um anuário demográfico.
Há dias ando mergulhado no paulista de 1924.
Produz os três efeitos do céu de Curitiba (na opi-
nião da herma Alberto de Oliveira patinada a Ne- — Seu vigário I
grita). E mais um. Faz cantar, orar, sonhar e ins-
true Entre outras cousas a gente fica sabendo que está aqui esta galinha gorda
japonês não é atropelado^ apendicite não mata
negro, raio não gosta de mulher.
Então a parte dedicada aos casamentos (nu-
que eu trouxe pro mártir São Sebastião!
pcialidade diz o anuário) é uma gostosura que só
vendo. A estatística da Capital, Santos, Campinas
e Ribeirão Preto constitue nesse ponto um puro
madrigal á morena desta terra de mais homens
que mulheres.
Vão escutando. Em 1894 houve 456 casamen- — Está falando com ele!
tos entre brasileiros, 143 entre brasileiros e estran-
geiras, 127 entre estrangeiros e brasileiras, 854 en-
tre estrangeiros. O imigrante ainda andava arisco.
Está falando com ele!
Desgraçado. A parcela dos casamentos entre a
gente de fora batia sozinha as três restantes so-
madas. E o brasileiro (engraçado) tinha medo que
se pelava do juiz de paz.
Agora em 1924 o negócio mudou de uma vez:
4144 casamentos entre brasileiros, 627 de brasilei-
ros com estrangeiras, 1311 de estrangeiros com bra-
sileiras (estão vendo?), 1629 entre estrangeiros. O
pessoal da estranja se atirou feio na prata da
casa.
Mas êle é que é o comido. Antropofagia legí- (RECIFE)
rima. E para quando será o coro.amento da rainha
dos antropófagos?
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO ASCENSO FERREIRA

"O SOL ESTA' NO OCCASOÜ!"

LAURINDO RABELLQ - O Gênio e a Morte


Revista da Aih 11 o p o f a g i a

A N T R O P O F A G I A SÓ. N Ã O . AÇOUGUE
ORNITOFAGÍA TAMBÉM.
Alcântara:
Agora sou eu que venho fazer uma proposta a você —
A aatropafagí* venceu; na qualidade de chefe antropófago que você é — da deglu-
tição imediata de todo sujeito que falar em braailidade no
Não ha restaurante que se prese que não faça Brasil. Principiando mesmo pelos amigos (quanta comida
bôa esperdiçando aí em S. Paulo, hein?).
figurar em seu menu a saborosa carne humana. Pra inauguração do açougue o próprio Manuel Bandei-
O Matadouro Academia de Letras está deserto. ra, apresentador da ótima carnadura Imbassai, carece ser —
não digo comido porque assim perderíamos um dos nossos
Os acadêmicos foram quasi todos devorados. milhores comilões — porém mordido no cangote. E' uma
"simpatia" canibal: sujeito mordido no cangote perde o
E, para não haver falta de comida, arranjemos geito de falar da gente de sua tribu.
um succedaneo á carne humana. Pergunte ao sábio professor Laudelino Freire, da Re-
vista da língua portuguesa e comida aproveitável até. Po-
Que seja, por exemplo, a ornitofagia. rém precisamos guarda-lo pra sexta feira da Paixão. Bota-
E a comida, que vinha pulando, virá voando. remos êle enfeitado de vermelho pro meio da rua (minas
gerais) pra maior ecitação dos instintos devoraüvos —
Vamos comer esse sabiá que canta nas palmeiras... porquê pela abstinência enorme da Quaresma carne, de co-
bra toma gosto de presunto.
Vamos comer as pombas do pombal... Mas a milhor comida do mundo mesmo é a que te
Vamos comer "Albatroz, Albatroz, águia do apresento hoje na pessoa do meu simpático Fábio Luz
Pai. O meu amigo apesar de "critico" é bem fácil de ser
oceano..." pego.
E. viva a ornitofagia. Ficha de entrada prós compartimentos do talho:
— maio de 1928, chegada.
Sabia, pomba, jurity, albatroz e tudo mais, só para — idade presumível: 70 anos. Possível: 40 e tantos.
— côr: ?.
comida. — obs.: não é muito gordo não, porém carne bôa e
Para voar ha o aeroplano... macia está ali.
Abaixo, carta de indentidade dele apresentada por in-
E para rei do oceano, chega Lindenberg, até o dia termédio do Correio do Brasil de sete de maio.de mil no-
em que seja devorado também. vecentos e vinte oito:

"A revivescenqa de maus instinctos jacobinos;


JÔAO DO PRESENTE a hypereslhesia patriótica; a pretenção de crear uma
literatura brasileira, inteiramente á parte, sem in-
fluencia estrangeira, sem relações com as literaturas
de outros paizes: a tal brasilidade, não passam de
volta ao antigo, modificação do indianismo que do-
minou o romanismo no Brasil. E' em tudo o balbucio
infantil, eivado de todos os plebeismos em uso nas
diversas regiões do paiz, com todos os erros gramma-
ticaes commettidos pelas creanças.
"Timbram os futuristas — modernistas em ser
imperfeitos e defectivos na expressão, imperfeitos e
JA' SAÍRAM: negativos nas concepções, sempre simplistas e mui-
to menos interessantes do que os absurdos symbo-
listas, impressionistas e illuminados, pois são sem-
pre mais infantis e nem sequer pretendem dar côr
ás vogaes.

Macunaíma "Julgam sua arte (?) a maior expressão dos phe-


nomenos sociaes — e talvez a tenham como funcção
social. Mas tudo nelles é "tfassadismo"; nada inno-
varam, nem reformaram".
de Mario de Andrade — "Sua arte se caracterizará pelos assumptos na-
cionaes preferidos; porém não pela fôrma barbara
7$000 — pedidos para rua Lopes Chaves destes "poemas" (!) balbuciantes e pela prosa eiva-
da de solecismos e barbarismos. O que vivifica é o
espirito: a letra mata."
n. 108 — SAO PAULO
•"O Brasil não pode fugir ao contacto dos povos
mais civilizados e não pôde recusar a influencia das
correntes literárias das outras terras." Etc.

Daqui a alguns anos (antes que a gente comece a com-

Laranja da China
bater os brasilistas — chefes disso que ninguém entende
mas_ chama de brasilidade, como vai fatalmente acontecer
e nao sei quem já lembrou isso até), é preciso não ezistir
nem um desses idem entendidos pra remédio. E pra evitar
trabalhos maiores precisamos desde já ir comendo essa
de Antônio de Alcântara Machado — gente toda, antes que éla nos devore.
Espere mais.
6$000 — pedidos Curral cheinho que só vendo.

para Caixa Postal n. 1269 — (CATAGUAZES)

SAO PAULO
ROSÁRIO FUSCO
Revista de Antropofagia

CIDADE DO NATAL DO RIO GRANDE


LUIS DA CÂMARA CASCUDO

35000 patriotas. Fundada em 1599. lhão do Exercito. Item da Policia. Mu- Janeiro. Festa dós Santos-Reis. Gon-
Nasceu Cidade como filho de Rei é sica aos domingos nos jardins com gos com puitas e ganzás roucos e rar-
príncipe. Padroeira: Nossa Senhora da auto-gyros perennes de soldados e deadores.
Apresentação que veio dentro dum cai- creadas e vice-versa. Sorvete, piroli- "Acorda quem está dormindo
xote, lento e manso pelo rio. Século to, folhado. Uma livraria e duas casas na serena madrugada
XVIII. Tem um rio e tem o mar. Cam- de livros. venhão ver o Rei de Congos
po da Latecoere. Tennis. Cinemas. Au- general de nossa Armada"
— Já chegou o ultimo livro de Ar-
tos. Cinco pharmacias. Bispado. Dois dei? Dezembro. Lapinhas e Pastoris com
jornaes diários. As mulheres votam. O — Não senhora. Temos aqui agora musicas de cem annos teimosos e re~
Presidente guia automóveis e viaja de o grande Marden. cordadores.
avião. O secretario mais velho roda Não ha revista nem Academia de "A remigio bate o guUo
os quarenta annos. Sal de. Macau. Al- Letras. Cidade pintada de sol com soltando a voz mavioza"
godão do Seridó.
Cera de carnaúba. Bois. Bumba-Men-.
Couros. Assucar de Boi pedindo cinco
quatro valles largos dedos .para riscar em
e verdes. Boiadao papel aquellas toa-
histórico q u e em das maravilhosas.
1799 mandava dese- Novembro. Festa dà
seis mil cabeças para Padroeira. Irmanda-
Pernambuco. Insti- de do» Passos, 80-
tuto Histórico. Esco- lemmssima. Confe-
la Domestica nume- deração Catholica,
ro um no Brasil. Aé- Escola de Commer-
reo - Club - de - Na- cio. Atheneu. Colle-
tal com dois aviões e gio Pedro IL Luar
seis campos no ser- imnassivelmente ro-
tão. Grupo-Escolar, mantico. Serenata*.
grupo-escolar, grupo- Violões gementea a »
escolar. Todo sertão sanhando prurido*
se estorce no polvo nostálgicos.
das rodovias. O pneu
"Noites nunca hei ó>
amassa o chão ver-
ter como já tive
melho dos comboios
na escuridão polar
lerdos, langues, lin-
de teu cabello"
dos. Poetas. Poeti-
sas. Chronistas ele- Bú-nito! Greg &
gantes. A v e n i d a s fr^o; Magesric, Anaxi-
abertas para todos os mandroí Cova da On-
ventos. Sem escuros. ça. Riscos de navalha
Nem buracões sor- rombuda.
nentos de espanta-gu- G- — Nem me falei
ry. Arvores apara- Pois c-ste Jorge não
Desenho de ANTÔNIO GOMIDE — 1928
dinhas estylo Nurem- escreveu dizendo que
berg. Ruas calçadas, macias no escor-• uma alegria de dominga. Jornaes do dava a certidão do nascimento de Dom
rego das descidas. Raros-raros "mi dê Rio. Política. Sympathias furiosas aos Antônio Felippe Camarão por cinco
umesmóla". Associações de caridade. Prestes Júlio e Luís Carlos. mil pés de laranjas da Bahia?
Meia groza de grupos de Foot-Ball. Avenida Tavares de Lyra. Cafés pro-
— Você vai ver a saiáda de Minas... sa estirada á café manhoso.
Não ha Rotary-Club, nem Automovel- — Nem pelêge... — Gostei de seu artigo!
Club nem Street-Club. Radiomania. Noticias de trinta horas, via aza do — Qual?...
— E' o que lhe digo. Peguei os dis- Late. Sabbados monótonos com cinza — Homem, francamente... aquelle...
triste de nada — fazer. Feijoadas he- eu sei que li... não estou bem lem-
cursos de propaganda do Hoover. brado... aqueliv...
— O que está me dizendo?... róicas. Pescaria de cóvo. A' noite,
Bonds. Auto-Omnibus subindo. Pre-
Morros, areias, orós, mangues, cirys pesca de aratú com facho, nas praias gões. Para oeste olhos compridos na-
e aratús grudados nas pedras. Pesca- longes de Areia Preta. Cajueiros. Co- morando possibilidades de chuvei-os.
ria em bote com terra encoberta. Três queiros. Mongubeiras. Bailes do Natal- Por cima das casas zunselam, ronro-
Club. " E ' favor entregar esta sobre- nantes e zonzos,, motores roncando no
botes destes foram ao Rio. Centros caminho sem rastos dos aviões.
Operários. Discursos relatórios. Bata- carta na entrada." "Toüette preta".
(NATAL)
Revista de.Antropofagia

UM POETA E UM HISTORIADOR

çado e preguiçoso. E' brasileiro. Vai não era tão mau assim, uma noite re-
Canto do Brasileiro Augus- colheu na casa dele um cachorro doen-
to Frederico Schimidt — se entregando ao desânimo. Até o dia
em que endireita a cabeça e faz dis- te, usava umas luvas tão bonitas e as-
Rio de Janeiro — 1928. sim por deante. Depois quem é que
curso bonito c bravo. Depois bate no não tem dó de um réu (ainda infame)
No principio parece uma reação con- peito. Está entregue de novo. Mas ago- quando responde a júri? .
tra o nosso romantismo (ainda o de ra na mão de Deus que também é bra-
sileiro. Em todo o caso não deixa de indi-
hoje) í gnar a gente o facto de haver entre
E que gostosura em' tudo isso. E que nós (sempre o maldito positivismo)
Não quero mais o amor, cantador bom é Augusto Frederico I, quem para defender López procure, di-
Nem mais quero cantar a minha terra. o Rrasileiro. minuir o Brasil. O que o Império fêz
Poema bêbado. Culpa da cachaça (exigindo a queda do caudilho como
Não quero mata o Brasil nacional que a inteligência do poeta condição para a paz.) agora em 1918
distilou. os aliados fizeram igualzinho. Veja-se
Mas no meio de repente rebenta um o último capitulo do impressionante
ritme com onze pés que até lembra LUÍS DA CÂMARA CAS- Guilherme II de Emil Ludwig. Princi-
Gonçalves Dias: CUDO — López do Para- pia assim: As ciàco partes do mundo
Buay — Natal — 1927. reclamavam o afastamento de um ho-
Depois no silencio da noite serena mem. Os próprios generais alemães
Os homens pensavam nas lutas e Luis da Câmara Cascudo quiz .tam- (Hindenburg á frente) exigiam a ab-
guerras bém intervir nessa nova Guerra do dicação do imperador por ser essa a
Nas pescas e caças — que vida meu Paraguai (como disse alguém) ora ace- única maneira de conseguir o armis-
Deus! sa .pelos exumadores entusiastas de um tício.
Mas se tempestades tombavam medo- caudilho que já não tinha bom cheiro
nhas em vida. E entrou na luta com muita E ninguém gritou. Ninguém se lem-
E raios riscavam o céo sempre azul lealdade e bastante clareza. Disse o brou de xingar a Franca ou a Ingla-
Qne medos sombrios! Castigos medo- que queria dizer. E o que disse está terra ou as cinco partee> do mundo.
nhos! certo. E' preciso notar ainda que contra
Qne medos tamanhos sentiam então! Esse negócio de andarem endeuzan- López o Brasil não agia sozinho': eram
do López se explica muito facilmente. três a guerrear o bicho. -
E no fim é a contrição: E' a eterna história. O sujeito é ruim, Por tudo isso o depoimento de. Luis
não presta, vive brigando com toda a da Câmara Cascudo nesse processo
Meu Deus olhae para mim! póstumo do paraguaio é dos que des-
Meu Deus sou brasileiro! gente, acorda e dorme fazendo mal.
Mas morre. Pronto. Em volta do cai- afiam qualquer contestação honesta.
E' brasileiro. Seu lirismo é balan- xão começam logo os comentários: A. DE A. M.

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SÃO PAULO
Revista de Antropofagia

ROMANCE DO VELUDO
MARIO DE ANDRADE

Não sou folclorista não. Me parece E a veljjpta desconfiada ramente deformado e um refrão afro>
mesmo que não sou nada na questão De tão inocente santinha, brasileiro.
dos limites individuais, nem poeta. Resolveu ir vagarosa 0 texto é uma deformação de as-
Sou mas é um indivíduo que quando Surpreende-la na cozinha. sunto europeu. A idéia de, se apro-
sinão quando imagina sobre si mesmo (Refrão) veitando dos fenômenos da natureza
e repara no ser gosado, morto de curio- ou da vida, iludir na resposta a uma
sidade por tudo o que faz mundo. Ao chegar lá a velhota pergunta que desconfia dos nossos
Curiosidade cheia daquela simpatia Ficou toda adimirada: amores se satisfazendo, é antiguissima.
que o poeta chamou de "quasi amor". Nos braços do primo Joca Sei que vai pelo menos até á Idade
Isso me permite ser múltiplo e tenho 'Stava a moça recostada. Média. E se espalha tanto que a en-
até a impressão que: bom. Agora que (Refrão) contramos na Escandinávia, na Breta-
principio examinar cem o deficiente nha, na Itália, no sul da França, na
conhecimento meu, certos documentos Colhi este documento em Araraqua- Catalunha.
folclóricos que arranjei, tenho mesmo ra cantado por moças. Era coisa es- Em França temos as admiráveis réV

# gy^ioui^ GJL.

AhA.M

i^i^irii nu 'i -rqjrr. H M ^ ^ I éta.-4m.*C~<tJU ~y-~*~1 -'Jfc*,

>** Grato tzmstt^L+sf^. Si a/o 6er*~u> a^mJUL «"* ~i-«- r**0 e*%*JL..

"tí.»Lm %9i ^_ atj*. em.i+ t**P

que afirmar estas coisas verdadeiras. cutada na infância, da boca dum pa- zôsische V.òlkslieder" cd. Schott, n,*
Não é humildade protocolar não. São lhaço preto que ás vezes portava na 555) principiando assim:
coisas verdadeiras. Provam meu res- cidade. Como chamava o palhaço não
peito pela sabença. alheia e afirmam sabiam. Cresceram c nunca mais que — Qu'allais-tu faire à Ia fontaine?
meus direitos de liberdade. o viram. De certo morreu. Corbleu, Marion!
Eis o Romance do Vciudo: Falo "de certo" porquê é muito pos- — J'étais allé' quérir de Peau,
sível que se tnate do famoso palhaço Mon Dieu, mon ami!
— Netinha, que estás fazendo Veludo. Si é o mesmo devia de estar
velhusco pelo menos, quando as mo- — Mais qu'est-ce donc qui te parlait?
Calada ai na cozinha? Corbleu, Marion!
— Estou pondo água no fogo ças o escutaram nos primeiros anos
deste século. Porquê indagando inda- — Cétait Ia filie à nofvoisine,
Pra café, minha avozinha. Mon Dieu, mon amit
— E vivo aqui todo sarapantado gando, sube que bem na Monarquia
Como gambá que caiu no melado... andou pelo estado um palhaço preto (etc.)
cantador, equilibrista, saltador, um
faz-tudo muito apreciado, se chaman- Um texto catalão (Grove's Dictiona-
— Netinha, tu deste um beijo do Veludo. Pelo menos é certo que ry) principia assim:
Ou eu estar enganada? este conhecia o refrão do Romance e
— Vozinha, é o estalo da lenha o cantava no lundu bem espalhado, de — Maré mia, maré mia, sento gran
Que está no fogo molhada. que falarei no próximo número da ruido.
(Refrão) Antropófaga. Ora como este lundu, — Ne son Ias cambreras que salten y
tratando da vida do escravo, já não riuhen (etc.)
— Netinha, tu não me negues, podia interessar muito os freqüenta- Em Portugal a idéia aparece algu-
Com quem estás conversando? dores de circo do século vinte, muito mas feitas. Na "Dona Aldonça" (Th.
— Vozinha, é a chaleira possível que Veludo o tenha abando- Braga, "Romanceiro Geral Português"
Que está no fogo chiando. nado, intrometendo o refrão dele nou- 2." ed. vol. I, pg. 389) a criança de
(Refrão) tra cantiga se prestando a isso. pecado é disfarçada assim:
Mas do Veludo ou de outro palhaço
— Netinha, que modo é esse! preto, o Romance continua um do- — Ai, dize-me, oh Valdivinos,
Responde-me assim brejeira? cumento literario-musical interessante Que levas na aba da capa?
— Vozinha, eu me queimei, ai! do nosso populario. Se ajuntaram.nele —• Amêndoas verdes, meu tio,
Nesta maldita chaleira. um texto tradicional português iatei- Desejo de uma pejada, (etc.)
(Refrão) plicas de Marion (H. MôHer, "Fran- (Com. na p» 6)
l e v i s t a de Antropofagia

ORAÇÃO AO NEGRINHO DO PASTOREIO


(PORTO-ALEGRE) AUGUSTO MEYER

Negrinho do Pastoreio, Ha sempre um novo clarão. Negrinho, Você que foi


venho accender a velinha Quem espera acha o caminho amarrado num palanque,
que palpita em teu louvor. pela voz do coração. rebenqueado a sangue pelo
rebenque do seu patrão,
A luz da vela me mostre Eu quero achar-me, Negrinho! e depois foi enterrado
os> caminhos do meu amor. (Diz que Você acha tudo.) na cova de um formigueiro
Ando tão longe, perdido... pra ser comido inteirinho
A luz da vela me mostre Eu quero achar-me Negrinho: sem a luz da extrema-uneção,
onde está Nosso Senhor. a luz da vela me mostre se levantou saradinho,
o caminho do meu amor. se levantou inteirinho!
Eu quero ver outra luz Seu riso ficou mais branco
na luz da vela, Negrinho, Negrinho, Você que achou de enxergar Nossa Senhora
clarão santo, clarão grande pela rríão da sua Madrinha com seu Filho pela mão!
como a verdade e o caminho os trinta tordilhos negros
na falação de Jesus. e varou a noite toda Negrinho santo, Negrinho,
de vela accesa na mão, Negrinho do Pastoreio,
Negrinho do Pastoreio, (piava a coruja rouca Você me ensine o caminho
diz que Você acha tudo no arrepio da escuridão, pra chegar á devoção,
si a gente accender um lume manhãzinha, a estrella d'alva pra sangrar na Cruz bem dita
de velinha em seu louvor. na voz do gallo cantava, pelos cravos da Paixão.
mas quando a vela pingava,
Vou levando esta luzinha cada pingo era um clarão) Negrinho santo, Negrinho,
tfeme-treme, protegida Negrinho, Você que achou, quero aprender a não ser!
contra o vento, contra a noite.., me leve á estrada batida Quero ser como a semente
E' uma esperança queimando que vae dar no coração. na falação de Jesus,
na palma da minha mão. semente que só vivia
(Ah! os caminhos da vida e dava fruto enterrada,
Que não se apague este lume! ninguém sabe onde é que estão.) apodrecendo no chão!

ROMANCE DO VELUDO
( Cont. da pag, S)

A idéia volta no romance do Frei — Maria, chlia egli 0 tuo letto che 12.° compasso, é realisada com um
João. Na versão de Pedro F. Tomás schianta come canna? apressando, característico da música
("Velhas Canções e Romances Popu- — Mamma, una pulce m'ha morso ai popular brasileira. O tempo fica na
lares", Coimbra, 1913, pg. 51) a mu- capezzolo delia zinna. realidade diminuído da semicoícheia
lher secunda pro amante que não po- — Matta, pulce non era, ma gli era un que devia de estar logicamente no 1.*
de abrir a porta porquê tem "o meni- giovanetto, som dele pra que o motivo rítmico do
no ao colo" e o "marido á ilharga". Era il giovane che fama, il giovane tempo anterior se repetisse. Esse
Este acorda porém, e o texto corre: che ti piglierá. apressando é um dos tiques curiosos
— Mamma, non immalizire; mamma, e sistemáticos do nosso populario e
— Quem é esse, mulher minha, noi prendere a male: ocorre até em danças. E* uma aubtile-
A quem da-las tuas falas? D giovane che me ama, é lontano in za rica da nossa música e proveio na-
— E' a moça a perguntar terra straniera. turalmente do cacoete popular que,
Si cozia si amassava, (etc.) facilitado pela ignorância, leva os can-
Quanto á música, o Romance do Ve- tadores a diminuir o valor dos sons
ludo éna estrofe um documento luso- compridos difíceis da sustentar. Sis-
Frei João infelizmente veio namo- brasileiro com base rítmica e melódica tematisado no Brasil em elemento ex-
rar também as cunhas do Brasil. A pressivo e corrente, de certo foi a cau-
intimidade foi tamanha que elas até na habanera e no refrão é tradicional-
sa das antecipações sincopadas nos fi-
botaram nele o diminutivo dengoso de mente reconhecido como afrobrasilei-
nais de frase, coisa vulgarissima (co-
Frei Joanico, numa das versões que ro. E' delicioso. E bem familiar prós
que sabem um bocado a música... cos, martelos, emboladas, maxixes,
Pereira da Costa dá no "Folclore Per- brasileira do século dezenove. sambas) e- também ocorrente nos "Spi-
nambucano", (pg. 326). ntuals" e peças de jazz afro-iânques.
O mais desagradável pra mim é que sa.A Possui
primeira frase da estrofe é curio-
um salto de quarta justa De fato: depois do apressando as mo-
não acho nos meus livros o romance difícil de entoar. ças faziam uma paradinha no ré ime-
portuga donde saiu o do Veludo. Dei- ça menor pulando0 pro natural era a ter-
diato, de maneira què o movimento,
xo isso pra quem tiver mais livros e Um dos temas espanhóissol. De fato:
empregados prejudicado um instante, se normali-
mais conhecimentos. Na certa que por E. Lalo na "Sinfonia Espanhola" sava outra vez.
existe lá pois que Eugênio de Castro (1875) principia por uma frase que é
o parafraseou lindamente do Roman- exatamente a do nosso Romance como 0 Romance do Veludo é um do-
ce que vem em "Silva": arabesco melódico. Também a frase cumento curioso da nossa mixórdia
inicial na estrofe do "Balance" portu- étnica. Quer como literatura quer co-
— Quem é que anda abrindo portas, guês, repete sem arsis o mesmo dese- mo música, dançam nele portugas,
Filha, aqui ao pé de mim? nho. Ambos os documentos trazem o africanos, espanhóis e já brasileiros,
— Senhora mãi, é o vento salto de terça menor porém. O fato é se amodando com as circumstancias do
Que abre as -portas' do jardim, (etc.) que as moças cantavam a quarta justa Brasil. Gosto muito desses cocteils.
e essa dificuldade rebuscada que não Por mais forte e indigesta que seja a
sei, nem elas, si era do Veludo ou de- mistura, os elementos que entram nela
Entre os cleftas porém (Canti Popo- las, apesar da tendência natural do armai são todos irumoguaras e a dro-
lari GrecL N. Tommaseo, ed Sandron, povo pra facilitar as coisas, concorda ga é bem digerida pelo estômago bra-
pg. 123) a "Maria", violenta como era curiosamente com a melódica brasilei- sileiro, acostumado com os chinfrins
Justo qne fosse entre aqueles canga- ra das modinhas, tão torturada no ge- da pimenta, do tutu, do dendê, da ca-
ceiro!, se aproxima bem do nosso ro- ral. ninha e outros paliinpsestos que es-
mance: Quanto á terclna que apareci no condem a moleza nossa. Esta imagem
saiu completamente pretencios*.
Revista da Antropofagia

(Episódio da revolução de 1924 em S. Paulo)


CAPITULO 1.' TAN DE ALMEIDA PRADO

O JARDIM PUBLICO
n

Algumas da mulheres provinham do barcavam com as famílias em Porto dos triRuwam o moiino caminho para
Norte, de Pernambuco, Paraíba, e mais Alegre, Itajai, S. Francisco, Florianó- o Interior, depois vinham ter de vol-
longe, desde o Ceará até o Maranhão. polis, Paranaguá, destinando-se ao ta á cidade, sendo «substituídos na ro-
De certo ponto em dcante escasseavam emprego nas casas burguezas da ci- ça pelos brasileiros que chegavam, dos
as negras. As poucas que ai restavam dade. Formavam a camada superior do outros Estados. Era um vae e vem
si viessem a S. Paulo encontrariam mulherio, em virtude do seu estado de continuo, sempre repetido, sem parar
os parentes que no fim do Império os civilisação mais adeantado e também sem descanço.
cearenses tinham vendido aos paulis- porque rapariga branca e nova era O Jardim ás quintas e domingos
tas. Inversamente eram numerosas na titulo de ufania para o amasio* Havia quando tocava a banda, era o ponto
Baia e Estados vizinhos, onde não exis- algumas que usavam chapéu nos bai- proferido por aquela multidão para
te morféa e os traços das pretinhas les dominicaes do Jardim de Aclima- espairecer. Enchiam-se as alamedas
são delicados. Do Ceará havia o tipo ção: eram as que vinham dos gran- com os moradores dos bairros operar
branco puro, o caboclo de cabeça re- des centros. As outras, mais modes- rios, letões, norte-aniericanos, centro-
donda e nuca chata, e o índio. Nos Es- tas, que mal sabiam português, não americanos, platino*, que sé acotove-
tados imediatos pouco variava o cal- perdiam a musica do Jardim Publico; lavam com raças indefiniveis, judeus
deamento das duas raças, quasi não eram as descendentes de polonezes, da Alsacia, Transilvania, Posnania,
havia intervenção de terceira. Mais ap alemães e vênetos, que no Sul vivem Galicia, Síria, Palestina. Havia raças
Norte ficavam os mestiços do índio, insulados dntre si como os antigos turbulentas, montanhezes álbsnezes,
mais a Leste os do negro, em ambos se aborígenes do lugar. Apezar de du- montenegrinos, bessarabios, persas.
juntava o branco. plamente privilegiadas, as primeiras Havia também raças que ainda estão
prezavam militares, sem exepção de escravisadas, libanuzes. armênios, vil-
Algumas das raparigas tinham ido a
mulatos e negros. Em compensação, nenses, tirolezes, que no parque se di-
pé do sertão natal a sede do Estado,
homens ruivos, agigantados, com ca- vertiam em definitivo socego. O mes-
de onde seguiam por mar ao Rio de
tinga peor do que a dos pretos, falan- mo faziam trânsfugas do próximo e
Janeiro e dai eram atraídas pelas, di-
do línguas arrevezadas, percorriam o longínquo oriente, fugidos, de regiões
versas cidades do Estado de S, Paulo
Jardim atraz de crioulas. Eram os onde ainda existem párias.
em que o súbito afluxo de homens de-
maiores rivaes das praças de pré, com Ali o brasileiro nem sempre é maio-
terminava falta de mulheres. A maior
que os quartéis vizinhos abasteciam o ria e o paulista é raridade.
escala no percurso era feita na rua da
o lugar de caçadores de mulheres.
Cruz Branca, em seguimento da rua Entre a gente de côr que passeava
Na multidão a passear á roda do
Martim Affonso, em Santos, que tinha havia muitos vindo de longe, pretos
coreto, viam-se amo&tras de todas as
sinificação de despedida da marinha- de Barbados, mulatos perigosos de Ca-
nacionalidades do mundo que em pro-
gem. O adeus por vezes custava, por- bo Verde, indús dos grandes portos da
porção crescente tinham afluido á ci-
que vinha de longe o convívio, desde índia Inglesa, africanos que viajam
dade depois da grande guerra, ale- pelos mares nas carvoarias dos na*
o embarque no Ceará, Cabedelo, Reci-
mães enxotados pela ocupação militar vios.
fe, Maceió, Baia, que insensivelmente
do Ruhr, imigrantes menos desejáveis,
as tinha familiarizado com os maríti- Os que tinham chegado por ultimo,
russos do exercito branco de Wran-
mos da viagem e dos portos. se misturavam sem se mesclarem com
gel, aportados após sofrerem tifo na
Nem todas, depois de estarem em Criméa, cólera em Constantinopla, fi- estrangeiros aclimados. os de todas as
S. Paulo, freqüentavam o Jardim Pu- nalmente em Santos, dai seguindo pa- províncias da Itália, Portugal e da Es-
blico. Algumas só raramente lá iam, ra a Noroeste do Estado onde se panha, jà confundidos com o lugar.
transpondo os portões quando impe- iam tornar maleitosos. Também dai Reprovavam os mais antigos a vinda
lidas por curiosidade, ou ciúmes; po- chegavam aos milhares na esteira dos dos outros, sentiam-se espoliados, e o
rém estas eram as mais apegadas aos russos, os antigos protegidos gente dos mosaico que todos perfaziam sob as
fusos de sanfona, violão, cachaça e Balkans e adjacências, rumenos cora arvores parte nacionaes parte exóti-
soldados. trajos bordados e perfis angulósos, ser- cas do Jardim, refletia na noite mor-
na toda a ambição, cobiça e miséria
As raparigas claras tinham vindo vios, croatas, búlgaros, gregos, acom-
da Terra.
dos grandes centros, ou das aldeias panhados dos antigos opressores, tur-
europeas do Sul do paiz, do Paraná, cos, austríacos, daimatas, ungaros de
de S. Catarina, do Rio Grande. Em- cabeça rapada e bigode á Carlito. To- (Continua)
8 Revista de Antropofagia

B R A S I L I A N A B A L C Ã O
IV LIVROS A' VENDA :

Na LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem-


CATECÚMENOS
bro n. 19 — S. P a u l o ) :
Anúncio publicado no Estado de S. Paulo, n. de 24-6-28:
"Em S. José do Alegrete, districto do Município de Pe- — S. Leopoldo — Província de S. Pedro do
dra Branca, Sul do Estado de Minas Geraes, logar aprazí- Rio Grande do Sul •— 2." ed.
vel, tendo um clima optimo, com excellente água. potável, — Monteiro Baena — Compêndio — Pará.
boa illuminação electrica, pharmacia, casa parochial, povo
civilisado e ordeiro, precisa-se de um padre, havendo para
esse f.m ordem de sua Reverendissima o Sr. Bispo de Cam- Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. JO
panha. — S. P a u l o ) :
Além de todas essas commodidades, o padre que desejar
vir para essa terra, terá uma subvenção por parte dos seus — Archivo Pittorrsco — 11 vs. ene.
parochianos. • — Panorama — 17 vs. ene.
As demais informações devem ser pedidas ao Sr. Cel.
— Lusíadas — coment. por Faria e Sousa.
Deolindo Daniel de Carvalho, que também fará todas as
despesas de viagem e mesmo as de regrosso, caso o vigá- — Vieira — Sermões — 16 vs. e n e , sendo al-
rio não deseje permanecer no logar." guns em 1* ed.
— Innocencio F. da Silva — Diccionario Bi-
VOCAÇÃO HEREDITÁRIA bliographico — 19 vs. ene.
— F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Var-
De um artigo da Gazeta dos Tribunaes do Rio de Ja-
neiro, n. de 5-6-28: ria Historia — 1660.
"Filho de um grande medico, a ninguém surprehen- — Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana.
deu os pendores que bem cedo o dr. Pedro Paulo revelou
pela nobre profissão paterna. Dir-se-ia que sugara, ainda
no berço, com o leite-materno, o entranh&do amor a esse LIVROS PROCURADOS:
incomparavel sacerdócio que tanto havia de nobilitar e
engrandecer." Pela LIVRARIA UNIVERSAL:

SOCIOLOGIA — Roquette Pinto — Rondônia.


— Ruy Barbosa — Replica.
De um discurso do dr. Granadeiro Júnior proferido na — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil ~~
Escola de Comércio de Taubaté (Est. de S. Paulo) em 2 V3.
1926:
— Revista do Instituto Histórico Brasileiro —
'/Fazendo praça de faculdades aprehensoras, que só o
esfudo meticuloso da Biologia, como cupola dos conheci- tomos ns. 20, 21, 22 e 32.
mentos nos outorga, não é sem desgosto que assisto ao
seu transporte para o domínio das sciencias transcenden- Por YAN DE ALMEIDA PRADO (av. brig.
taes. Não é sem um protesto que ouço a ímpropriedade da Luis Antônio n. 188 — S. P a u l o ) :
phrase: o indivíduo é cellula no organismo social. Nada
mais impróprio como alcance; l.«) porque o indivíduo, no — Manoel Calado — Valeroso Lucideno.
caso, é "Homo sapiens" e este é um aggi egado de indiví- — Duarte de Albuquerque Coelho — Memó-
duos que são as cellulas; "porção autônoma de protoplas- rias Diárias.
ma"; — 2.') porque si a referencia se fizesse á cellula, a
sociedade seria o indivíduo. Admitto que esteja eu em erro, — Alvarenga Peixoto — Obras em 1." ed.
mas, convenho que sou desassombrado confessando a fei-
ção da minha visão, e, talvez por ser yisão um substantivo
feminino, é quasi certo se deleitará em alterar o visado
para teu eterno sentimento: — a contradicção."
Assinatura anual
ORADOR EM MEDICINA

Trecho final de um discurso do dr. Abreu Fialho, di- da


rector da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, publi-
cado na Folha Acadêmica de 16-2-28:
"No salgueiro que lhe ha de cobrir a quieta pousada
R E V I S T A DE A N T R O P O F A G I A
pendurarei a minha regaçada de roxiscuras saudades, e
diante da sua tumba pedirei a Deus que vele pela sua alma
custa
e o tenha em paz e réquie!"
RS. 5$000
SOCIEDADE
Pedidos acompanhados de vale postal
Da Gazeta do Sergipe, de Aracaju', n. de 12-7-28:
"MADAME BRANDÃO — Deu-nos hontem o prazer de para
sua visita a exma. Madame Brandão, cartomante, presente-
mente nesta capital nq exercício da sua profissão. Caixa do Correio n. 1269
Agradecendo a visita da distineta senhora, de$eja-
mos-lhe feliz permanência nesta capital,"
SÃO PAULO
ANNO 1 - NUMERO 5 SOO RS. SETEMBRO - 1928

Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL ROPP

Endereço: 13, RUA BENJAMIM CONSTAM - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAI N.° 1.269 - SÁO PAULO

PACTO DO DIA NOTURNO DA RUA DA LAPA


Responsável por este restaurante antropófago A janela estava aberta. Para o quê, não
venho hoje oferecer ás queixadas calecúmenas uma sei, porém o que entrava era o vento dos lu-
comida de arromba:
panares, de mistura com o eco que se partia
— Salta o pacto de Kellog com molho de hipo-
nas curvas ciclòdais, e fragmentos do hino da
crisia norte-americana!
Pois os senhores já viram imbecilidade mais bandeira.
revoltante? Não posso atinar no que fazia: se medi-
Reunem-se em grave assemblea os conhecidos tava, se morria de espanto, ou -se vinha de
bandoleiros Janjão Taco, Neco Facão, Prazer das
muito longe.
Morenas e Totó Sururú. E que ê que resolvem?
Nesse momento (oh! porquê precisamen-
Declarar o assassínio e o roubo fora da lei. E o
mundo inteiro aplaude o pacto solene. te nesse momento?) é que penetrou no quar-
O norte-americano que inventou essa obra- to o bicho que voava, o articulado implacá-
prima de cinismo e falsidade é o mesmíssimo nor- vel, implacável!
te-americano que intervém na Nicarágua e aumen-
Compreendi desde logo não haver possi-
ta todos os dias a sua força guerreira. E a Europa
bilidade alguma de evasão. Nascer de novo
que nessa obra-prima colaborou é a mesmissima
Europa que trucida chineses e africanos e vive há também não adeantava. — A bomba de flit!
muito tempo lavando a sua roupa ensangüentada pensei comigo. E* um insecto.
em publico. Quando o jacto fumigatorio partiu, nada
O Brasil foi convidado para aderir a essa pou- mudou em mim, os sinos da redenção conti-
ca-vergonha. Mas antes de pôr o seu jamegão no
nuaram em silencio, nenhuma porta se abriu,
pacto deve perguntar aos pândegos se só agora
descobriram que a guerra é uma infâmia. E se
nem fechou. Mas o monstruoso animal FI-
quizer participar da pagodeira que vá até Paris COU MAIOR. Sentj que êle não morreria
munido de máscara contra gazes asfixiantes. Com nunca mais, nem sairia, comquanto não hou-
gente de tal ordem toda a precaução é insufi- vesse no aposento nenhum busto de Palas,
ciente. nem na minh'alma, o que é pior, a recorda-
Quanto a nós, deglutido o pacto de Kellog, ção persistente de alguma extinta Lenora.
atacaremos a pombinha da paz.

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO MANUEL BANDEIRA

« E S T A T E R R A E' N O S S A EMPRESA,
E O MAIS GENTIO DO MUNDO.»
MANOEL DA NOBREGA
R e v i ata de Antropofagia

DESLUMBRAMENTO POEMA BRASILEIRO N. 2

(do Meia-pataca) Eram doze touros novos que vinham vindo


de longes pastos separados
ao Mario de Andrade — aboiados
por treis negros vaqueiros amontados
em velhos pungas desengonçados.
Morena batuta
de seios de fruta
no vinha que dóe. E eram doze novilhas — já no ponto — viciadas,
Morena batuta ha muito tempo separadas
em outras pastagens afastadas,
segura essas frutas e, agora, na Fazenda, encurraladas.
segura que caem.

Os doze touros novos vinham vindo,


Meus olhos cobiçam — com ruidoso estrépito —
delicias assim as palpebras caldas sobre os olhos '.úmidos,
em urros bravios e mugidos tétricos,
que a fome chegou. ora afundando os chifres grossos nos barrancos
Meus olhos cobiçam. húmidos,
E doidos nem vêm ora erguendo, no alto, nuvens espessas pela estrada
que são temporans. poenta.

E quando a porteira do curral se abriu,


Morena batuta e aqueles doze touros, numa fúria, se confundiram
de seios de fruta com as doze novilhas viciadas,
novinha que dóe. os vaqueiros, num Ímpeto, se acocoraram no velho
cocho da Fazenda em ruínas,
pra gozar a testança da boiada.
(CATAGUAZES)
(CATAGUASES)
GUILHERMINO CÉSAR.
HENRIQUE DE REZENDE.

JA' SAÍRAM: PETROPOLIS


Cidadesinha do monumento de Pedro o Imperador
Udadesinha férias
e "Frigidaire"

Macunaíma O verão alegre e fresco


banha-se no Piabanha
e enxuga-se na sombra do arvoredo
de Mario de Andrade - Cubos brancos e de tons vivos
VÍV3S
7$000 — pedidos para rua Lopes Chaves ao quadrado azul do céo ^°
No ar ha gorgeios maduros
n. 108 — SAO PAULO d'aqui
da pontinha
e Villas de cariocas neurasthenicas
com grammados pensativos
e hortensias

Laranja da China hortensias


recolhem-se silenciosas h ° r t e n s i a s í o d a a v
*a
e repousam
de Antônio de Alcântara Machado .—
Carruagens estremecem apavoradas
6$000 — pedidos sobre a s pontes de madeiía trovejantes
A paysagem abacate
para Caixa Postal n. 1269 — faz um esforço banbanban para se parecer
com os quadros de Baptistada Costa
(RIO DE JANEIRO)
SAO PAULO
ALRERTO DÉZON
Revista de Antropofagia

SCHEMA AO TRISTÃO DE ATHAYDE

Oswald de Andrade

Saberá você que pelo desenvolvi- fala que o divorcio existe em Portu- Ahi está a lição do nosso Direito. De-
mento lógico de minha pasquiza," o gal desde 1910, respondem: — aqui vemos nos plasmar nessas origens his-
Brasil é um grilo tie seis milhões de não é preciso tratar dcsSas cogitações tóricas.
kilometros, talhado em Tordesilhas. porque tem um juiz em Piracicapiassú Revisão da religião. O nosso povo
Pelo que ainda o instincto antropofa- que anulla tudo quanto é casamento tem um temperamento supersticioso,
gia) de nosso povo se prolonga até a ruim. E' só ir lá. Ou então, o Uruguay! religioso. Não contrariemos. Vamos
secção livre dos jornaes, ficando bem Prompto! A Rússia pôde ter equipara- crear a santoral brasileira: Nossa Se-
como symbolo de uma consciência ju- do a lamilia natural á legal e. suppri- nhora das Cobras, Santo Antônio das
rídica nativa de um lado a lei das do- mido a herança. Nós já fizemos tudo
Moças Tristes, tudo isso...- Admittir
ze taboas sobre uma caravella e. do isso. Filho de padre só tem dado sorte
a macumba e a missa do gallo. Tudo
outro uma banana. Da mesma maneira entre nós. K quanto- á herança, os fi-
no fundo é a mesma cousa. O instin-
nós todos com o padre Cicerp á frente lhos põem mesmo fora!
cto acima de tudo. O indio como ex-
somos catholicos romanos. - Romanos Ora, o que para mim, estraga o. Oc-
pressão máxima. Educação de selva.
por causa do centurião das procissões. cidente, é a placenta jurídica em que
Sensibilidade aprendendo com a ter-
Não foi inútil vermos de olhos de âe envolve o homem desde o acto de
ra. O Amor natural fora da civiliza-
cçeança a via-lactea das semanas san- amor que, aliás, nada tem que ver
ção, apparatosa e polpuda.- índio sim-
tas emparedadas com o soldado e a le- com a concepção. Filhos do totem! Do
gião, atraz da cruz. O Christianismo Jtispinto Santo! Isso sim! Como aqui! ples: instinetivo. (Só comia o forte).
absqrvemol-o. Sc não! Trazia dois gra- Viva. o Brasil! E' a communhão adoptada por to-
ves argumentos. Jesus filho do totem Mas vamos a factos. Sahiram dois das as religiões. O indio commungava
e da tribu. Ü maior tranco da historia livros puramente antropoiagicos. Ma- a carne viva, real. O catholicismo ins-
no patriarcado! Chamar São José de rio escreveu a nossa Oayssea e creou tituto a mesma cousa, porém acovar-
patriarca é ironia. O patriarcado eri- ciuma tacapada o neroe cyclico e" por dou-se, mascarando o nosso symbolo.
gido pelo- catolicismo com o espirito- cincoenta annos o «morna poético na- Veja só que vigor: — Lá vem a nossa
santo como totem, a annunciação etc. cional. Antônio de Alcântara Machado comida pulando! E a "comida" dizia:
Dona Sebastlana vae pular de gana! deu uma coisa tao gostosa é profunda come- essa carne porque vae sentir
Mas o facto é que ha também a antro- como a secção livre do Estado. nêlla o gosto do sangue dos teus ante-
passados.
pofagia* trazida em pessoa na commu-
nnão. Este é o meu corpo, Hoc est NOTA — (Só comiam os, fortes). Hans Staden
corpus meum. O Brasil indio não podia salvou-se porque chorou. O Club de
A secção livre do Estado é o campo
deixar de adoptar um deus.filho só da Anthropophagia quer agregar todos os
mãe que, além disso, satisfazia plena- onde se debatem com tesouras D. Chi-
elementos sérios. Precisamos rever tu-
mente guias atávica,. Católicos roma- quinha DelPOsso e D. Maria F. Bran- do — o idioma, o direito de proprie-
nos. dão. A Grécia tinha as suas escolas de dade, a família, a necessidade do di-
philosophia. Nós temos as de corte. vorcio —, escrever como se fala, sin-
O facto do grilo histórico, (donde
sahirá, revendo-se o nomadismo ante- ceridade máxima.
rior, a verídica legislação pátria) af- (O macunaima é a maior obra na-
firma como pedra do direito antropo- cional. Você precisa lêr. Macunaima
Ha homens, meu caro, no Brasil no-
fagico o seguinte: A POSSE CONTRA em estado de ebulição. Depois isso
vo. Acabo de conhecer Edgard San-
A PROPRDSDADE. Como prova, huma- côa-se. Toma festim moderado,, com
ches, lente de philosophia do direito
na de que isso está certo é que nunca saldo a favor). Vamos-fazeR. um levan-
na Faculdade da Bahia. Um homem fe-
houve duvida sobre a legitima accla- tamento topographico cia ' moral bra-
cundante. E estupendo. Outros são a sileira, a funda sexualidade do nosso
mação de Casanova (& posse) contra
mocidade de Martinelli e Outros Arra- povo. Vamos rever a historia, daqui c
Menelau (a propriedade). Isso nos Es-
nha Céos. Daqui! Eduardo Pellegrini, da Europa. Festejar o dia 11 de Ou-
tados Unidos foi significado ainda ul-
Paulo Mendes e Américo Portugal. E tubro, o ultimo dia da America livre,
timamente pela defcza de> Rpdolpho
Raul Bópp? E' um colosso! A elle devo pura, descolombisaUa, encantada e
Valentino, produzida pela gravidade de
imitienso! A rede telegraphica mais brafvia".
Mencken. Tinha muito mais razão de
possante da verdade brasileira. Eis um
ganhar dinheiro do que os sábios que
trecho de carta sua a propósito da fun-
vivem analysando escarros e tirando Quanto ao equivoco de se pensar
dação que ora tentamos de um Club de
botões dos narizes dos bebês. Muito que eu quero é a tanga, affirmo e
Antropofagia e de uma grande festa
mais! Porque afinal é preciso se pe- provarei que todo progresso real hu-
que proponho para a véspera de 12 de
sar a onda de gozo rcmantico que elle mano é patrimônio do homem antro-
Outubro. E' uma carta a Jurandyr
despejou sobre os milhões de vidas das pofagico (Galileu, Fulton etc). De
Manfredini, de Cúrttyba, publicada a
senhoras dos caixas e dos burocratas. resto, Bernardi .Shaw já disse:. Está
2 de Setembro na Gazeta do Povo, dali.
Isso é que é importante. mais próximo do homem natural quem
Depois de detalhar os argumentos do
No Brasil chegámos á maravilha de grilo — base do direito pátrio eil-o come caviar com gosto de que quem
çrear o DIREITO COSTUMEIRO AN- que diz: se abstem de álcool por principio.' E*
fl-TRADICIONAL. L quando a gente "Comemos o resto do Território. isso!
Revista de Antropofagia

UM POETA E UM PROSADOR

MANUEL . DE ABREU — a Deus que apareça um livro bom só Paulo Prado, cm conversa costuma
Substância — Rio de Janei para poder dizer aos autores de livros caçoar dessa mania que muito novo
ro — 1928. maus: Assim é que vecês deviam ter (ou" pretendente a tal) tem de gritar
feito. esmurrando o peito: Eu sou brasileiro!
Uma das poesias podia dar o .título Macunaima tom esses dois valoreS: Eu sou brasileiro! Eu é que sou o ver-
ao livro:'Are you ready? Porque Subs- é um livro bom (não sei se já repara- dadeiro brasileiro! Burrice, moço. Se
tância é um jogo de tenis entre autor ram na força que há nessa palavra: você é brasileiro não precisa gritar
e leitor. As bolas vêm violentamente, parece um tiro de canhão) e é um li- que^é: a gente vê logo.
sem parar, num bats-pula danado. Nem vro oportuno. E' o bem oportuno por- Mario de Andrade (• dos que não gri-
tempo para respirar a gente tem. tanto. Chegou na hora. Veiu pôr no seu tam nem fazem questão de parecer.
Tudo é mais ou menos deste geito: devido pé a famigerada brasilidade Pois c l e é ainda quo não queira.
atrás da qual correm suados e errados Macunaima tem tanta moleza, tanta
Sinto em mim uma Cidade desde muitos anos o:; escritores deste senvergonhjce, tanta basófia bem nos-
jardins Brasil tão imenso mas tão arraial ain- sas e talvez só nossas que dá vontade
lirismo da minha da. da gente se estirar nas páginas dele
raça os arranha-céus da ilusão Há que tempo Maohado de Assis di- como numa rede e balanço vai balan-
piscam. zia por outras palavras que ser escri- ço veni se abandonar e se esquecer na-
na via-láctea das vidraças tor brasileiro não ü tãc simplesmente quela gostosura.
arrabaldes cantar o índio e bolar numa paisagem Rapsódia nacionar icom o r bem ro-
debalde! ipês cm flor. O Brasil não é isso só. lado) de lendas, de anedotas, 'de chei-
Ou melhor: o Brasil não é isso. Qual- ros, de tudo. A língua então é a- mais
£ tomem bola. quer estrangeiro é cbpaz de fazer um poética possível. Pareci- uma música.
Nesse fogo e nêsse arrojo não é di- romance muito bem feitinho com per- O violão sempre acompanhando.
fícil descobrir talento* c sensibilidade. sonagens desta terra movendo-se nesta E o mais bonito é qui Mario se mos-
A poesia de Manuel de Abreu não terra. Agora o romance da terra só tra inteirinho no livro (o que aconte-
possue colorido brasileiro algum. E* um brasileiro pode escrever. E há de ce em todos os que publica aliás). Pou-
internacional. Europca talvez seja escrever passando além do visível e cas vezes tenho visto. tamanha falta
mais certo. Cousa que hoje em dia e do palpável. Não se contentar com de respeito humano. Há páginas em
entre nós constitue originalidade. E iquilo que a terra oferece e mete pelos .que a gente se contem para não dis-
quem sabe qualidade. Porque afinal de dhos da gente a dentro. Mas sofrer o parar com o autor: Saia daí, diabo.
contas sempre é meihor tomar um ex- sofrimento da terra, gozar o gozo da Como êle mesmo fêz no Amar, verbo
presso-internacional da que o mixto de :erra, rir o riso da terra, viver a vida intransitivo.
São Pedro do Caríri. Leva onde se da terra.
queira. Inclusive á própria terra em Percebe-se claramente que Mario
Só este refrão de Macunaima — Ai! ama o herói a -tal ponto que quer ser
que a gente nasceu.
que preguiça!... — vale como brasili- o herói. Mas é bom que a gente o des-
MARIO DE ANDRADE — dade mais do que todas as ruazinhas iluda. Mario é um pedacinho do herói.
Macunaima — São Paulo — de arrabalde,'todos os tutús de feijão, O herói somos nós todos juntos. Até
1928. morenas de chita c tal que enchem os eu, porque não?
versos dos nossos curumins contempo-
A's vezes a gente em literatura pede râneos. A. DE A. M.

LEIAM C A E T E S

Augusto Meyer — Esta é de um sábio que cultiva em S. Pau-


GIRALUZ (versos) lo a sciencia e a blague:
— Pedirei, com devoção, ao Senhor de
Bonfim, Santo bahiano que realizou o mila-
Manuel de Abreu — gre de nunca fazer um discurso, que resuscite
SUBSTANCIA (versos) os caetês, porque assim como devoraram o bis-
po Sardinha, que construiu a memorável
igreja que agora se quer destruir na Bahia,
BREVE: devorem o sr. Arcebispo, que a quer botar
abaixo...
Menotti dei Picchia — Talvez os caetês — illuminados ! — co-
E. U. DO BRASIL (versos) meram Sardinha por ter erguido a santa igre-
ja. Previam a heresia 1928 do antistite. Sá-
bios videntes os nossos pães de tanga !
F. T. Peixoto e Guilhermino César —
MEIA - PATACA (versos) MENOTTI DEL PICCHIA
Revista de Antropofagia

LUNDU' DO ESCRAVO

MARIO DE ANDRADE

Tendo colhido aquele Romance que Mais outra senhora de Araraquara III (S- Paulo)
dei noticia no último número desta mais uma estrofe também. E foi da
"Antropófaga", como falei, sube da memória dela que Veludo renasceu Quando mia sinhô me disse:
existência do palhaço preto Veludo. com as macaquices nome cor e tudo. — Páí Francisco, venha cá;
Pelas coincidências deJe ter portado Finalmente minha, felicidade me le-
muita feita em Araraquara, ser preto e Vai corta as tuas unha
vou pra um senhor velhuco já, com Que tu tá para casa,
as moças guardarem o Romance da memória de genipapo indelével, voz
boca dum palhaço prelo de Araraqua- musical e bondade como ninguém. Este
ra mesmo, achei que de certo o Velu- senhor foi praceanu aqui da capital E eu fiquei todo contentado
do é que cantava o documento. toda a vida e ali por 1876 vasava as Como gambá que saiu do laço!
Sei com firmeza mas é só que esse energias de curumim freqüentando o Seu bem me dizia (ter)
palhaço tirava um lundu,em que vinha circo da companhia Casali que parava Que eu havia de casáí
o refrão do Romance, com variante sempre meses no largo de S. Bento,
mirim: Depois o menino tomava sorvetes na IV (Minas, D. Alexina- de M. Pinto)
confeitaria perto. Pois nessa compa-
"Eu fiquei todo saraptmtado nhia é que estava o. Antoninho Cor- Quando meu sinhô me disse:
Como gambá que caiu no melado". reia, palhaço brasileiro de cor bran-
— Pai Francisco, venha cá;

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Esse lundu é bem da nossa tradição ca. Sc pintava de prelo c tirava tam- Vá lava tua zipé
pelo menos no Brasil central. Dona bém o lundu. E pude ajuntar. mais Que tu tá Dra te casa,
Alexina de Magalhães Pinto ("Canti- uma estrofe e a versão musical com- (Refrão)
gas das Crianças e do Povo", ed. Al- pleta que vai aqui junto. Com mais
ves, pg. 82) dá uma variante da mú- outra estrofe me dadf por uma senho- V (Araraquara)
sica em qué também o refrão se mo- ra de S.. Paulo, reuno um Lundu do
difica assim: Escravo, já bem satisfatório -no tama- Quando mia sinhô me. disse:
nho. Assim: — Pai Francisco, venha cá;
Vai lá na sanzalaria
"Iô ficou tudo espahtarrado Que tu tá para easá,
Como um pintinho que caiu no me- 1 (Araraquara) (Refrão.)
lado".
Quando mia sinhô me disse: VI (Tietê)
— Pá (i) Francisco, venha cá;
(Também a versão de S. Paulo ca- Vá íá na sanzalaria Quando mia sinhô me disse:
pital, que vem adiante conserva "es- Zicuiêra (recolher) us criurinho. — Pai Francisco, venha cá;
pantarado"). Vai busca, pape e tinta,
Das estrofes da que chama "cantiga Pra você se escreviiihá,
de palhaço" dona Alexina de Maga- Eu fiquei todo espantarado (Refrão)
Como gambá que caiu no laço!
lhães Pinto dá -só uma. Seu bem me dizia (ter)
Um senhor de Araraquara, junto Que eu havia de paga! Como estão vendo, os passos prin-
com outra estrofe me restabeleceu o cipais -da vida do escravo vêm ai to-
refrão em fala mais típica: dos. (Aliás a última estrofe interpre-
II (S. Paulo) tei por mim como alforria). Trabucou,
"E iô fico todo assarapan-tado recolheu os criolinhos, levou bacalhau
Como gambá que caiu na raçada". Quando mia sinhô me disse: que não foi vida mas porém, na san-
— Pai Francisco, venha cá; zalaria se arregalou tirando úma li-
Vai chama sua feito nha çom as boas, lavou o pé, cortou r
("Raçada" com r brando é laçada). unha, casou, casou, casou! Casou por
Outro senhor do Tietê trouxe pra Que tu tá para apanha,
mim mais uma estrofe, escutada lá. (Refrão) (Cont. na p..6)
Revista de Antropofagia

Um pedaço do meu poema A VOZ TRISTE DA TERRA


Eu devia ter ficado Agora é que eu quero
perdido nos meus terrores a alma ingênua que a terra me deu
pra sentir pra gozar isto tudo
Não me deviam ter dito isto tudo que vejo juntinho de mim.
os nomes das coisas bonitas
que os barcos trouxeram de longe Voltar! Mas agora que eu devo ir buscar
nem a natureza de tudo o que eu %ia. a alma forte
Deviam ter deixado que eu adivinhasse... a alma pura
Eu adivinharia! a alma simples de outrora
agora meu Deus eu não posso voltar!
E nem me ensinaram & amar
as coisas tão simples e puras Os rumos são outros.
que eu tinha na terra. Não sei pra que lado ficou meu p e s a d o .
E deram-me uma alma Já nem sei como andar.
mais Velha e mais triste que a minha! Me perco no tempo.
E eu que era menino Me perco no espaço.
dei para pensar E soffro esta angustia sem fim de ficar!
e envelheci esquecido de mim mesmo. E ha tantos caminhos que fogem chamando 1

Agora é que eu vejo que não vivi Mas agora meu Deus é impossível voltar!
que estou entre coisas immensas e bellas
que a terra desprende um aroma excitante.
Agora é que eu vejo que ha vida (PARAHYBA)
em torno de mim.
PERYLLO DOLIVEIRA
E eu sinto em desejo febril de vivar.

LUNDU' DO ESCRAVO
(Cont. da p. 5)

-três estrofes dando tempo prá velhice meü-Boi, embora discrepando do as- chapar a invenção dêstc povo pregui--
chegar. Pois então depois duma quar- sunto anterior. (O que aliás concor- ça.
ta-feira em que geou na cabeça dele da com a arquitetura da trilogia gre- Quanto especialmente ao documen-
Francisco virou Pai Francisco e o do- ga terminando com uma comedia.) No to que revelo hoje, o principal valor
no p alforriou. E essa vida os palha- meu próximo "Ensaio sobre Música critico dele está na liberdade rítmica
ços eternisavam no circo pra divertir Brasileira" "dou uma versão paulista da estrofe cantada. Si não botei com-
fiHio de branco. "Fio dim baranco" do "Sapo Cururú" em que o texto e passo pra ela foi pra caracterísar mais
os Pais Franciscos falavam... a música- vêm acrescidos dum refrão isso. O primeiro verso vai bem batido
mas discrepante por completo. Nas ro- no ritmo e no tempo. Os outros três
("Quando iô tava na minha terá das infantis brasileirasè comum esse vão com uma liberdade prosodica, um
Iô chamava capitão, processo de encomprfdar a cantiga rubato de expressão oratória, impos-
Chega na terá dim baranco pela junção de várias rodas. sível da gente registrar com os valo-
Iô me chama Pai João") A forma musical da Suite é positi- res da grafia musical tão deficiente.
("Canções Populares do vamente uma das preferidas pela nos- Me parece que os nossos compositores
Brasil", Brilo Mendes.) sa gente. Está nos fandangos de Ca- deviam de estudar mais essa tendên-
nanea, se manifesta no Congado, no cia pro recitativo de expressão proso-
Na versão, musical que registro pa- Maracatú, no Samha-do-Matuto, no dica e pro ritmo livre. de muito do-
rece ten junção de música diferentes Boi-Bumbá, no Pastoril, etc. Essa ten- cumento popular brasileiro. Porquê
ou pelo menos acrescentamento de dência foi em parte, me parece, o que na composição artística, os que estão
parte. Com efeito nem dona Alexina impediu maior gencralisação dos do- inventando já dentro da espécie brasi-
de Magalhães Pinto nem ninguém, a cumentos musicais pelo pais. As pe- leira, permanecem por demais dentro
não ser o menino que comia sorvete ças eram compridas por demais pra da forma quadrada. Isso dá prá' obra
espectaculo acabado, conhecia o dís- ser fácil a transmissão oral de texto deles uma essência de pasticho muito!
tico: e música. Si essas danças por serem Do mesmo geito que, dos nossos ro-
dramáticas e por isso com entrecho mances tradicionais a poesia artística
"Seu bem me dizia mais ou menos obrigado, forçavam a poude tirar uma liberdade estrofica
Que eu havia de paga (ou, casa)". que no texto se desse apenas varian- em que a gente fica bem cômodo (foi
tes dum modelo inicial, ficou hábito a solução de Catulo Cearense; ver
Porém essa parte, falando musical- cantarem êle com música nova, in- também a "Oração ao Negrinho do
mente, não discrepa do resto do re- ventada no lugar. Lá no norte onde Pastoreio" de Augusto Meyer, n.° 4
frão e parece de origem africana tam- principalmente o Bumba-meu-Boi é re- desta revista); do mesmo geito os nos-
bém. presentado todo ano (no nordeste pelo sos compositores podem conceber nor-
A reunião de documentos musicais Natal, na Amazônia pelo S. João) a mas muito caracteristicamente brasi-
distintos é muito comum no populario música muda de cidade pra cidade, de leiras de criar melodia infinita. Nas
brasileiro. Pode ser tendência nossa engenho pra engenho até.' Em certos emboladas, nos cocos, nos dejsafios,
prá... engrandecer as coisas... Ah, lugares como em Belém com o Boi- nos pregões, nos abôios, nos lundus e
rapazes! vocês nnnca não verão país Bumbá e no Recife com o Maracatú até nos fandangos n gente colhe for-
nenhum talequal ò nosso!... Exemplo a música muda de ano pra ano, pelo mas de metro musical livre e proces-
típico desse engrandecimento foi no que me informaram. Não digo que sos prosódicos e fantasistas de reci-
nordeste (Silvio Romero) a mania de seja bem nem mal isso porém levou tativos que são normais por ai tudo
finalisar qualquer chegança ou reisa- o pessoal prá utilisação de foxtrotes no país. Isso os artistas carecem ob-
do com a representação de Buraba- e maxixes importados, o que pode; aca- servar mais.
Revista d e A n t r o pp oo rf a g i a

OS TRÊS SARGENTOS
(ROMANCE)
YAN DE ALMEIDA PRADO
0 JARDIM PUBLICO
in

No parque havia duas zonas de amo- convites atrevidos, tentando os mais. reto. Não era acontecimento único no
res completamente diversas — a das ousados, esbarrões que- ela evitava su- Jardim —• nem, tampouco comum —
meninas da visinhança que namora- bindo no canteiro. Entretanto o re- mulheres provocarem de forma tão
vam, è a das mulheres da vida a cata ceio não lhe impedia de mariscar na descarada os homens que Uies apete-
de fretes para conseguirem pagar a multidão homem que a satisfizesse ciam. Porém mesmo as mais desfavo-
diária do bordel. A primeira zona naquela noite. recidas, as. que .tinham noção de se-
consistia nas duas avenidas que es- O olhar furtivo e repetido com que rem as ultimas entr«; a peior negra-
quadrinham em angulo reto o core- repassava soldados e paisanos, depa- da, só davam demonstrações diretas ao
to; a segunda era delineada pelo ca- rou em certo momento Ires sargentos homem que viam pela primeira vez,
minho que dá volta ao tanque. 0 ca- da Força Publica que Caminhavam quando fortemente tocadas de pinga.
pão de altas arvores cuja ramaria for- juntos. Diversos na tez e na corpu- Em outra ocasião a vaidade femini-
ma toldo sobre a musica era o limite lencia, regulavam a mesma altura. 0 na impedia que elas se oferecessem
das duas e a linha divisória. primeiro. robusto, castanho e claro, o deante das. outras. Somente a certe-
Na zona das meninas os almofadi- segundo ossudo e moreno, o ultimo za de êxito podia (eval-as a praticar
nhas do bairro pararam na beirada o contrario, tratando-se algum recru-
também trigueiro, provido de ampla
ta novo, que desprovido de dinheiro
das largas avenidas, enquanto as na- musculatura a modelar a túnica do
e cheio de seiva, aceitava qualquer
moradas transitavam dea:it- deles e uniforme. Representavam a mescla da
mulher. O rapaz aceitava e esquecia
com eles comunicavam-se apenas por milícia do Estado, onde elementos vin- com igual rapidez; era o mesmo que
meia de olhares e risos. Muito dife- dos de tão longe, ii tão diversos, os uma necessidade aliviada atraz de um
rente era o trecho reservado às mu- do Norte diferindo dos do Sul até na muro. Não faltavam então nem siquer
lheres da vida. A exiguidade do pas- origem da raça branca; no Pará ou os transeuntes para surpreenderem o
seio mal dava para elas se esgueira- no Maranhão descendentes de alente- coito (no recanto do Canindé onde o
rem quando nos dias de muita afluên- janos, no Rio Grande de imigrantes par tinha ido depois do Jardim), e
cia ôs homens enchiam o caminho. das Ilhas; confundiam-se entretanto que não resentiam do espetáculo mais
Nessas ocasiões, ao se encontrarem num molde único — a farda azul fer- espécie do que si fosse de cães nó
dois magotes — um composto de des- rete largamente listada de encarna- cio. A gente do bairro estava íami-
ordeiros e outro de mulheres fáceis do. liarisada com a scena, freqüente pelos
— resultavam correrias que escanda- Ao passarem os rapazes perto da terrenos reunos e atraz das cercas'
lisavam os burgueses extraviados no mulatinha- coincidiu chegarem também desde a boca da noite até o alvorecer.
lugar. O habitante do Interior por ali as companheiras. Formou-se bolo em Todos sabiam que quando alguém pa-
a passeio com a mulher e filhos, de volta da rapariga, que estimulada pela rava e aproximava, não era por troça
repente percebiam atravez da inexpe- presença das outras disse alto para ou por curiosidade, era na realidade
riência, quanto as margens do tanque ser ouvida de longe: outro macho que vinha buscar o seu
eram mal freqüentadas. Via com pas- — I . . . Dita, era uni moreno assim quinhão. Si o primeiro consentia tudo
mo na confusão provocada pelo cho- que me servia... se passava sem maiores novidades, na
que de homens e mulheres, os apal- Mas quem devia receber a indireta, maior camaradagem, do contrario, re-
pões dos gaiatos obrigando as mula- não a ouviu. Quando o mais ossudo gistavam os jornaes do dia seguinte
tas e pretas a fugir no meio de gri- dos três adyertio-o a rir, já iam longe mais um caso policial de ferimentos
taria e gargalhadas. O sertanejo (vin- das mulheres que tinham parado no oú morte na várzea
do de onde ainda existe receio da far- mesmo sítio.
da), extranhava serem os mais baru O rapaz que reparara caçoou com As mulheres que nãi> pertenciam á
lhentos entre a molecada os soldados o distraído. ultima categoria — das que nem teto
da policia, que não respeitavam mu- — Gostei agora do Candidq, anda possuem para recolher homem — não
lher alguma encontrada a passear em tão farto de rapariga que já nem liga careciam de se dirigir primeiro para
redor do tanque. Ao burguez antigo da para gadinho miúdo, de hoje em dian- o indivíduo que as impressionava. Era
cidade (mormente o paulista legitimo, te só franceza... suficiente pisar no caminho do tanque
que sempre arrenegou militares), o para sentirem-se seguidas de matilha
Pouco antes queixara-se Cândido
efeito causado era diferente. Lembra- infinita, perseguindo-as com propos-
da falta de mulheres bonitas no Jar- tas c ditos pesados como pancadas
vam-lhe os excessos da soldadesca, os dim, de sorte que a reflexão provo-
tempos da "Guarda Urbana", compos- Quando a brutalidade dos homens ul-
cou gargalhadas. trapassava certos limites vinha a res-
ta do rebotalho das tropas da cam- — Onde é que você está enxergan-
panha do Paraguai, que pela tradição posta na mesma forma, bocas desden-
do gado? tadas ferviam num dilúvio de insultos,
popular, tornava perigosa a visinhan- — Olha aquela vestida de branco, quando a crioula não repelia com o
ça dos quartéis. Dizia-se então, que ali na esquerda perto da arvore, braço os mais atrevidos. Por outra, ao
só criaturas feias >.: aventuravam de ali homem... não está vendo! Ela aceitarem alguém, riam de modo que
propósito á noite, nos lugares freqüen- quer alguma coisa com você... o perseguidor logo comprendia. Daí
tados pelos "urbanos". por. deante ele não largava mais da
O interpelado voltou-se logo que o
Uma mulatinha que desgarrara das companheiro falou, olhando na dire- saia que a poder de encontrões ia va-
companheiras, atemorisada pela bru- ção apontada, mas poude apenas vis- rando a multidão, e apoz algumas vol-
talidade dos homens, refugiou-se no lumbrar na turba o rosto da mulata tas dadas á volta do tanque apareciam
extremo do caminho entre uma nesga que lhe pareceu bonito. na rua com trato feito e destino certo
A exclamação da moça iscou o in- para o resto da noite.
do gramado e o gradil de uma ponte.
Apezar do retraimenlo era alvejada teresse dos rapazes que resolveram es-
com piadas grosseires, obcenidades, peral-a mais as outras perto do co- (Continua)
8 Revista de Antropofagia

BRASILIANA B A L C Ã O
V LIVROS PROCURADOS:
EAU - DE - VIE
Por YAN DE ALMEIDA PRADO (Av. B. L.
De uma nota intitulada Extraordinária Antônio 188, S. Paulo):
díffusão do alcoolismo na Rússia, publicada
pelo Estado de S. Paulo, n. de 6-IX-28:
"O mesmo jornal publica os resultados Accioli — "Memórias Históricas da Província
de um inquérito feito em duas escolas, a res- da Bahia." — 6 vols.
peito de alcoolismo.

Resultados: Guerreiro, Bartholomeu — "Jornada dos Vas-


salos, e t c . . . " — Lisboa, 1625.
8 p . c das meninas bebem água de vida;
92 p. c.-cerveja e vinho. Somente 11 p. c dos id. id. "Gloriosa Coroa e t c . . . " - Lisboa 1642.
escolares desconhecem a água de vida."
NEGÓCIO BRASILEIRO Cunha Mattos. "Memórias da Campanha de
D. P e d r o . . . " — 2 vols. Rio de Janeiro
De uma correspondência de interior do
Estado para o Diário Nacional de São Paulo, 1833.
n. de 13-VI-28:
"Na vizinha cidade de Cândido Motta, ha Lisboa, José da Silva (Cayrú). "Historia dos
dias, appareceu um indivíduo que se dirigiu Principaes Successos..." 2 vols. Rio de
a uma fazenda, offerecendo ao fazendeiro Janeiro 1826-1830.
umaIroca esquisita: offerecia 40 contos, que
queria trocar por 6, sem outras condições...
O fazendeiro, desconfiado, eritabolou ne-
gocio, emquanto mandava á cidade avisar o Nos seus próximos
delegado. 0 homem foi preso, mas, logo de-
pois, solto, pois o delegado não encontrou en- números a REVISTA DE ANTROPOFAGIA
tre os 40 contos nenhum dinheiro falso." publicará em fac-simile dois autógrafos de
POLÍTICA
KRISHNAM URTI
Da marcha O voto secreto, letra de Sidne>
Ávila e música de Donatilla Machado, á venda e
em São Paulo:
M A X JACOB
"Minas teceste em epopeas
D'um povo heróico a mais brilhante historia! trasidos de Paris por
Mansa e serena
No profícuo labor sempre em progresso, Oswald de Andrade
Escalas a pyramide suprema
Sem retrocesso
E hoje mais uma vez
Pelo dictame da consciência recto A assinatura anual
Sempre altaneira e liberal
Creas a sabia lei Voto Secreto" da
REALIDADE REVISTA DE ANTROPOFAGIA
De uma crônica de Gastão de Carvalho no custa
O Paiz do Rio, n. de 4-IX-28:
"E' por isso que os bons repertórios pos- RS. 5$000
suem Loreley, que além de conter linda musi-
ca, presta-se á phantasmagoria de uma ensce- Pedidos acompanhados de vale postal
nação que prende e seduz quando executada
como hontem o foi, com scenarios apropria- para
dos, excellentes jogos de luz e as visões exe-
cutadas com perfeição e verosimilhança tanto Caixa do Correio n. 1.269
quanto possível, aproximada do real."
SÃO PAULO
ANO 1 -- NUMERO 6 500 RS. OUTUBRO - 1928

Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP

Endereço: 13, RUA BENJAMIM CONSTAM - 3.° Pa*. Sala 7 - CAIXA POSTAL N.° 1.269 - S A O PAULO

VACA Bailada triste

Os portugueses do Rio de Janeiro ofere- Eu estou hoje inhabitavel...


ceram ao ministro brasileiro das Relações Ex- Não sei porque,
teriores uma vasta placa de bronze. Quize- levantei com o pé esquerdo:
ram com isso homenagear o homem que obri- meu primeiro cigarro amargou na' minha bocca
gou os membros de um congresso qualquer como uma colherada de fel.
a ouvirem discursos no grego de Camões.
Mais uma vez o Brasil defendeu o que A tristeza de vários corações bem tristes
em Portugal chamam de patrimônio comum veiu, sem que, nem porque,
da raça. Defesa que cabia aos lusitanos. Mas encher meu coração vazio... vazio...
não tendo mais força nem autoridade para Eu estou hoje inhabitavel...
isso arranjaram advogado convencendo-o de
que também tinha interesse na causa. De for-
ma que não pagam honorários. Contentam- A vida está doendo... doendo...
se em dar um presentinho de tempos em tem- A vida está toda atrapalhada...
pos. Estou sozinho numa estrada
Está tudo errado. A língua portuguesa fazendo a pé um "raid" impossivel.
não é patrimônio comum da raça. Primeiro Eu estou hoje inhabitavel...
porque não há raça mas raças. Segundo por-
que não há língua mas línguas.
O português diz que sim. Prega a uni- Ah! si eu pudesse me embebedar
dade e tal. E' a cousa de sempre: quando es- e cambalear... cambalear,
tava de cima só gritava eu, agora que está por
baixo faz questão do nós. e cahir, e acordar desta tristeza
Essa união luso-brasileira é que nem que ninguém, ninguém sabe...
aquela de Mutt e Jeff deante do cinema numa Todo mundo vae rir destes meus versos...
caricatura de J. Carlos: Mas eu juro por Deus, si fôr preciso,
— Vamos fazer uma vaca, Jeff / que eu estou hoje inhabitavel.
— Vamos: você entra com dez tostões e
eu entro com você.
Sem tirar nem pôr. íBELLO HORISONTE)

ABGAR RENAULT
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO

"De idea superior em idea superior, nós aca-


baremos por não ler mais ideas".
PRUDHON
Reriata de Antropofagia

POMO ROIDO LITERATURA


(do Nuvem de Gafanhotos) RUY CIRNE LIMA

Assim?!... Um dia, o menino pediu uma historia.


Não! eo não te quero mais.. Estava doente, aborrecido.
Ninguém se resolvia a contar uma histo-
Quando eu parti, deixei-te quasi verde ainda,
Pendente de um pequenino ramo ignorado.
ria.
Então, no seu inconsolavel desconsolo, o
Até te confundias com os renovos... menino doente começou a fazer uma historia
nova com pedaços de velhas historias. Só sa-
Mas o ramo cresceu, bia três: a historia do Negrinho do Pastoreio,
Vieste espiar a estrada, a da Bela-Adormecida e a da menina que os
E ahi amadureceste, rubra, ao sol de Julho... porcos comeram.
Os seus olhos amuados se velaram de
E, longe, uma luz, quasi sombra. Por acaso, todo mun-
— Quem via eu me esquecer daquella manguita do se calou em volta da cama.
quasi verde ainda, " — Não vê que o encantamento princi-
Que eu reservara para a volta?!... piava no nascer da lua. Todas as luzes do pa-
Não! eu não te quero mais.
lácio estavam acesas. E ficou uma chama de-
Ha vestígios de outros dentes na tua polpa...
finitiva na haste de cada vela.
Ora, o Negrinho do Pastoreio, que anda-
(FORTALESA) va pastoreando por ali a sua tropilha de tor-
dilhos, de longe, pensou que fosse promessa.
FRANKLIN NASCIMENTO
E lá se tocou, abrindo picada entre os espi-
nheiros, para saber o que é que se perdera.
Negrinho criado no mato, sem os costu-
mes da gente...
Entrou. E viu que ninguém perdera na-
ESTA REVISTA PUBLICARA' NOS PRÓ- da. Toda a gente dormia em pé, no palácio
da Bela.
XIMOS NÚMEROS TRABALHOS DE: Podia ser milagre de Deus. Podia ser
malefício. Depois, o Negrinho, que vive só
A. C, Couto de Barros de noite, não sabia o geito dos homens vive-
rem cada dia.
Prudente de Moraes, neto
De repente, pensou que tinha achado...
Mario de Andrade Fez o que achara para fazer, e se foi embora.
Jorge Fernandes E tinha feito o sonho, que e a vida den-
tro do sono.
Sérgio Milliet O velho rei, sonhando, se via só, no pa-
lácio vasío. Só. Com a lembrança da rainha
Jayme Griz e o sentimento do mando. (No entanto, o Cas-
Carlos Drummond de Andrade telo da Bela estava cheio de cortezãos, de da-
mas, de lacaios.)
A. de Lymeira Tejo Vai, o velho rei mandou que entregas-
L. Sousa Costa sem a rainha aos porcos como ceia.
Infelizmente, era sonho."
Rosário Fusco
Tan de Almeida Prado (PORTO ALEGRE)
RtTiata de Antropofagia

COMO ME T O R N E I ESCRIPTOR BRASILEIRO


JOSE' AMÉRICO DE ALMETOA

Lendo os escriptores es- tem dito que só faz por co- leiro ainda me faltava escre-
trangeiros (E note-se que de- nhecer países estrangeiros ver em brasileiro.
testo o paradoxo, a ironia e para ficar amando cada vez Ora, eu nasci num tempo
todas as deformações de sen- mais o seu pais. Mas dá cer- em que ainda se falava por-
tido). Lendo e pensando no to, a menos que o sujeito não
Brasil. Lendo e comparando. tenha senso objectivo ne- tuguês no Brasil.
Era ver a descripção de uma nhum nem discernimento. Inventei, assim, outro sys-
paisagem exótica, vinham-me Ou seja daquelles que, cui- tema: ler os clássicos (por-
á idéia as nossas paisagens. dando estarem pensando no que não posso deixar de ler
Achava logo a differença. Pa- Brasil, estão pensando é na Bernardes, frei Luís de Sou-

oSKasssasasasHsasHsasasasasaflsKiHSHsasa^^

oa2SE5as25asasasB5ESZ5asa5HS2S2SHS isã^asBszsESEsasasasESEsasHsasHsasasasasasssHsaszsasaszszsBSEsasEsasasESBszsEszso

ra fixar traços differenciaes Grécia antiga ou no mundo sa, etc.) por cima, como quem
não ha como pôr uma coisa da lúa. está traduzindo, fazendo de
defronte da outra. O methodo é, porém, de ap- conta que é castelhano, pro-
plicação difficilima. Quem se curando apenas o sentido.
E assim os costumes, as acha embebido em obra-pri-
paixões, etc. ma da estranja não tem ne- (Língua pega como visgo).
Quis adoptar o mesmo me- nhuma vontade de alternar a Não sei se dará resultado.
thodo no cinema, mas o cine- attenção, desse modo,- porque Mas o diabo é que, além das
ma tem pouca variedade. E a perde o fio da leitura, perde palavras, não acho nada nos
arte dos directores. Só os qua- o tempo e perde ainda mais clássicos...
dros nocturnos servem de se, por isso, se tornar nacio-
pontos de differenciação. nalista...
E' um processo pouco ori- E para ser escriptor brasi- (Parahyba do Norte.)
ginal porque muita gente já
Revista de Antropofagia

ROETAS
AUGUSTO MEYER — GI- Ficou tudo gelado arripiado no friume manha de um gato: brinca, brinca,
RALUZ — PORTO ALE- lunar. brinca, agarra o rato, a gente torce
GRE — 1928. O caminho branquinho mergulha na para que êle engula, êle vai e não en-
boca do mato. gole.
A poesia de Augusto Meyer tem uma Marulha a saudade gemente da pedra E faz tudo isso sem cansar o espe-
força que a gente sente logo de saida calcárea na fonte, ctador. Porque o jogo dele tem sempre
e fica respeitando. A linguagem bate olho d'agua glonglona e a cachoeira aspectos inéditos, o jogador é exce-
de chapa e não se esobrracha porque chora — uahl lente, a gente sente que a vitória não
dentro há um sentido á prova de fogo. lhe pode escapar. Atrai inelutavel-
Nada de canto do passarinho. Me- De noite na estrada as carretas vêm mente portanto. A assistência (nem se
yer quando desentrava a voz de ba- do outro mundo. discute) voltará para os jogos seguin-
rítono é para fim certo e medido. E Vagalume accende e apaga, pisca-piaca. tes cada vez mais numerosa e interes-
canta cousas robustas. Não é um ter- Corta o escuro o aseobio do gury sóli- sada. Façanha de que poucos são ca-
no. Ou melhor: não é um piegas. A to que foi para o povo. pazes.
ternura dele é máscula, Meyer sem- Assim o Republica dos Estados Uni-
pre domina as paisagens, os sentimen- E batuque batuca: dos do Brasil como todos os livros
tos, as cousas. Vai pelo mundo enro- negramina que dança que dança e que desse brigão da reação brasileira não
lado na força do sol mas não domi- dança é definitivo. Jamais se dirá para efei-
nado. toda a noite — uê! tos de critica que êle é o autor de tal
Há uma inquietação nos seus ver- poema, romance ou conto. Não pode-
sos que muito provavelmente Daniel O gailo cantou l i na serra, longe... rá ser julgado senão atravez de sua
Rops incluiria na quu êle definiu como lá... obra considerada em conjunto. Cada
moderna. Inquietação que apesar disso Parecia que tinha uma eetrella de or- livro é um pedacinho e uma continua-
te». _ ás vezes acentos antigos como valho na voz. ção.
aquele Mãe, eu quero o sol! já grita- Neste Republica a gente encontra to-
do pelo Osvaldo de Ibsen. Em todo o Mas batuque não cança e batuca toda das as qualidades do autor mas não
caso a tristeza atravez da qual essa a noite — uê! as qualidades inteiras do autor. Será
inquietação por acaso se revela é me- Negramina que dança que dança e que um quinto andar por exemplo. E só
dida como tudo no poeta. dança toda a noite — uah! Deus sabe quantos ainda virão. Fa-
Voz equilibrada que nunca desafina, zenda, Tarde Fazendeira, a terceira
capaz de agudos truculentos mas inca- MENOTTI DEL PICCHIA parte da Torre de Babel, Drama, A
paz de soltar um só para prazer das — REPUBLICA DOS ES- noite africana. Banzo, tanta cousa e
galerias, Augusto Meyer se afirma no TADOS UNIDOS DO BRA- tanto lirismo envolvente firmando Me-
sul brasileiro um dos valores mais SIL — S. PAULO — 1928. notti no lugar que êle conquistou na
certos da literatura tão embrulhada literatura nacional de agora e deixan-
deste pais e deste momento. O que me parece mais curioso e do adivinhar e desejar o que êle con-
Digo isso apoiado neste Ratuque (e mais clogiável nos livros de Menotti quistará querendo na de amanhã. E
há muita cousa igual no Giraluz): Del Picchia é que eles nunca satisfa- olhem que o homem não tem medo de
zem a gente. A obra de Menotti é uma nada: é poeta, é romancista, é jorna-
Negramina que morreu fita- «m séries. Quando vai chegando lista, é contista, é critico, orador, de-
currupáqoe pá páque! no momento gostoso pára: continua senhista (as figurinhas do Republica
dança batuque dança, no próximo livro. De forma que o in- são dele mesmo), é o diabo o diabo do
e o olho claro da lua espia na crista teresse está sempre alerta e insatis- Menotti.
da serra. feito, pedindo mais.
Sujeito por demais talentoso tem a A. DE A. M.

O HOMEM QUE EU COMI A PESCA MILAGROSA


AOS BOCADINHOS
(do Samburá)
EUe me amolava tanto que eu já o tinha de
olho para um churrasco.
Uma vez elle falou em "Amor por principio".
Eu achei que uma citação dessa merecia uma De primeiro,
dentada. E ferrei-lhe os dentes. eu ia lá pra biquinha
Outra vez sahiu-se com "A ordem por base".
— aquella biquinha tão boa da minha terra —
Eu me indignei tanto que mordi-lhe de novo.
De uma feita, passeando com elle, ouvi de sua arrumava o anzol nagua
boca "O progresso por fim". e ficava esperando o peixe.
Era demais!
Rasguei a carne do "cidadão" a custa de den-
tadas. Acontece, porem,
Agora elle anda branquinho por causa da que o peixe não vinha nunca.
brancura do esqueleto.
Eu comi toda carne d'elle e somente deixei
a língua avermelhando na alvura da caveira. Mas, mesmo assim,
Eu deixei a Inigua de propósito. todo o dia eu ia pra biquinha,
E quero ver si elle tem coragem de me dizer mesmo sabendo que o peixe não vinha nunca,
"Viver para outrem, viver ás claras".
Si elle disser, então morrerá como peixe: pela só pra ter aquella esperança,
boca. aquelle prazer de esperar o peixe.
O coitado é positivista, e talvez por isso esta-
va com a carne mesmo no ponto de ser comida. (RIO DE JANEIRO)
E eu comi.
JOÃO DO PRESENTE AZEVEDO CORRÊA FILHO
R e v i s t a de Antropofagla

CARTA A ORR1S BARBOSA

Você é um sujeito intelligen- golo, ou do mangolo, ou da mo- Tem Maracatús... — 5


te, e, por isso, vae merecer que léstia do a r . . . Porem o Recife — 5
eu perca alguns instantes de mi- Mas, como ia dizendo: comi as Não tem mais as Evas — 5
nha vida exgotada mode lhe di- comidas gostosas da Bahia e dei De chalés vistosos — 5
zer duas palavras como respos- um berro de enthusiasmo!
ta á parte que me toca no seu O diabo da literatura, entre- Vendendo de tarde — 5
artigo sobre a Revista de Antro- tanto, me estragou o poema, que Peixe frito — 3
pofagia. teria sido excellente, como obra Agulha frita — 4
Primeiro que tudo eu estou de de modernidade, se eu tivesse Siry cosinhado — 5
pleno acordo com você: — o posto em jogo nelle apenas um Pirão de aratú! — 5
meu poema Bahia é uma jos- sentido: — o do paladar. Emquanto a Bahia tem tudo e
s a ! . . . Mas não é uma jossa pela Por isso é que elle é ruim; pela inda mais! — 11
questão-ritbmica que você julga, métrica não.
erroneamente, influenciada por Porque a sua afirmativa de Essas alternativas, e sobretu-
João de Deus. que é de João de Deus a métrica do as passagens por mim reali-
Elle é uma jossa porque foi de cinco sílabas nelle usada por sadas dos rithmos mais marca-
uma simples brincadeira que eu mim, só serve para comprovar, dos para os rithmos mais disso-
fiz só para meter o páo nas ten- mais uma vez, quanto essa mania lutos, são o que constituem algo
dências oratórias dos bahianos. de cultura estraga a mentalida- de modernidade em meus poe-
Eu passei lá e comi aquellas de do brasileiro. mas.
comedorias gostosas que valem Ora vejamos: Você tem ahi Antes de você ler João de
mais do que qualquer literatura cantando no pé do ouvido os Deus, bichão, cuja única appro-
minha, sua ou seja lá de quem versos do Martelo: ximação com minha poética é
fôr... ter sido um cantor popular em
uma língua de onde a nossa lín-
E vi o bahiano discursando em "Lá no meu sertão, gua nasceu, precisa prestar at-
vez de comer! Perdendo tempo. Tem muita quixaba, tenção ao modo de versejar dos
Ora, quando a creada diz a vo- Que é cume de caba, cantadores da zona da matta e
cê: "Seu Orre a janta tá na me- Também de cristão... do sertão, e, bem de pressa, se
za", estou certo de que você, nor- Faz massa na mão, convencerá de que, em meio do
destino como eu, e, como eu, fi- Dá dô de barriga, modernismo brasileiro, eu cons-
lho de três raças gulosas, das Tem caba do aço tituo um caso aparte.
quaes duas antropófagas e uma Qui morre e não brigai" Um caso ruim, convenhamos,
que fazia pratos pra comer do mas, em todo caso, sempre um
tamanho da lua cheia no nasce- e vem falar de João de Deus, o caso...
dôro, não ha de continuar com qual escreveu, realmente, alguns Deixe, pois, João de Deus em
os olhos fitos no papel (caso es- versos de cinco sílabas, todos paz para escutar violas, meu
teja produzindo) para deixar a quase, entretanto, ajustados em bem, depois entre na carnifici-
comida ficar fria. quintilhas, emquanto a forma do
Martelo é sempre de oitavas! na que a mocidade brasileira es-
Não; parece que estou vendo Alem disso você não notou que tá fazendo para banquete da ge-
você avançar pra cima das bu- eu vou fazendo alternativas pa- ração de amanhã.
xadas, dos mocotós, das feijoa- ra outros metros, continuando, Mesmo porque, se você não en-
das com tripa de porco e cabeça comtudo, absolutamente rithmi- trar na dança entra na faca!
do dito, que é aquella desgracei- co o conjunto: Vamos!
ra! Pega o pirão, esmorecido!!!
A menos que você não seja Recife é bonito, — 5 (RECIFE)
empalemado, ou sofra de sezões, Recife: tem pontes, — 5
ASCENSO FERREUtA
ou de espinhela caida, ou do tan- • Tem 'bois" tem Reisados, — 5

JA' SAÍRAM: VAO SAIR:

Menotti dei Picchia: Republica dos Estados Paulo Prado: Retrato do Brasil (ensaio sobre
Unidos do Brasil (versos) a tristesa brasileira)
Augusto Meyer: Giraluz (versos)
João Alphonsus, Carlos Drummond de An-
Mario de Andrade: Macunaíma (historia)
drade, Emílio Moura e Pedro Nava: Antolo-
Antônio de Alcântara Machado: Laranja da gia de 4 poetas mineiros
China (contos)
José Américo de Almeida — Bagaceira (ro-
Guilhermino César — Meia-pataca (versos)
mance)
Revista a* Antropofagia

DIABO BRASILEIRO
JORGE DE LIMA

Enxofre, botija, gallinha preta. terno de casemira pra quando Zefa me vêr.
Credo em cruz, capeta, pé de pato. Capeta, pé de pato, tome gallinha preta!
Diabo brasileiro, dente de ouro, botija onde está?
Credo, capeta, pé de pato! Capeta, pé de pato, dente de ouro, quero dente de
ouro,
Diabo brasileiro quero saber quando dá quero capa de borracha, punho engommado,
a dezena do carneiro! camisa,
Enxofre, botija, gallinha preta. bengalla castão de ouro, capeta, pé de pato,
Credo em cruz, capeta, pé de pato. tome gallinha preta!

Capeta, dente de ouro, tome gallinha preta, Quero saber suas partes, suas sabedorias,
quero dormir com a Zefal quero saber mandingas,
Capeta, bode preto, quero dormir com a Zefa! Capeta, pé de pato, tome gallinha preta,
que eu quero quebrar banqueiro, que eu quero
Capeta, diabo brasileiro, só lhe dou gallinha preta! tirar botija,
Capeta quero casar com a Zefa, quero que sêo que eu não quero é trabalhar, que eu também sou
Vigário brasileiro!
me case logo com a Zefa!
Capeta, tome gallinha preta,
Capeta tome gallinha preta! que eu quero saber embolada,
Capeta, diabo brasileiro, quando dá quero saber martello, quero ser um cantador,
a centena do macaco? capeta, quero dizer a Zefa, essa quentura de amor!
Quero quebrar banqueiro, capeta damnado, pé de Capeta tome gallinha preta, que eu quero casar
pato, com a Zefa!
dente de ouro, cheiro de enxofre, tome gallinha Por Deus, que eu quero, capeta, pé de pato!
preta! Tome gallinha preta!
Capeta, pé de pato, quero acertar com o bicho,
quero comprar gravata, botina de bico fino (MACEIÓ")

í525E525ESZ5E5E5Z5ZSESasa52525a5a5H51S25E5ES2Sa5asSS2^

O TRAVO
SEBASTIÃO DIAS

Talvez não fosse só o capricho. De- zoluvel? Não lhe importava por em- de seus mestres verificava de visu ha-
mais, se confessava impotente pra ana- quanto que não lhe tinha sido pro- ver algo alem dos números.
lisar seu drama intimo. posto. E se admirou disso não ter si- Estudou com afinco muitas matérias.
Dizia drama conscientemente: ain- do ainda objeto de suas cojitações. Se esqueceu de métodos e catálogos.
da acreditava que o theatro e a vida Falava assim "disso" com certa su- Só tinha uma preocupação. Um dia
se plajiavam mutuamente. O cinema perioridade especialmente com os ou- deu adeus á vida e se recolheu na so-
seria assim uma espécie de gigolô de tros. Se decidiu a se por em equações litude:
ambos. Nunca lhe importara quem fos- e se solucionar com presteza. Depois Muito tempo. Sempre a pensar no
se o coronel. pi*o que viesse aplicaria a formula magno e único problema. Tinha fuji-
A principio quiz fazer sua vida. Or- conseguida. Seria, quando-muito uma do dos homens mas a humanidade não
denou-a, catalogou-a c preparou-s.e pra simples prova: real ou dos nove. lhe fez o mesmo. Aquela complicada
realisa-la. Como tinha algum tacto, bo- Não acertou a principio. Recome- maquina social e administrativa que
tou na conta imprevistos e acidentes. çou. Com paciência, com método, até conhecera nos livros puzera seus ser-
Mas sem particularisar ou discriminar. que enfim se convenceu da inutilida- vidores na sua pista.
E foi se agüentando algum tempo. de pelo menos atual das matemáticas. Foi para a prizão. E fizeram-lhe per-
O primeiro mez, o segundo... Apenas Todas elas. Sem excetuar mesmo a ta- guntas. Como ha muito não utilizasse
uma coisa sem importância: uma que- boa de Callet, o calculo das probabi- da linguajem articulada, porque esti-
da. Algo perigosa: ficou em estado de lidades e as vertijinozas geometrias vesse fora do trato de seus semelhan-
choque, passou uns dias de cama. não euclideanas de( Riemann, Loba- tes, não os compreendeu nem lhes
Ficou radiante porque comemorou o tchewsky e epígonos. poude responder. Fez sinal que escre-
aniversário na data justa que havia Nova admiração. Então o negocio vessem.
marcado: 8 de novembro, puxa! não não era tão sinjelo. Exorbitava das
houve nenhum contratempo e por Leu então que lhe inquiriam do seu
ciências exatas. Falar verdade não en- nome, idade e sexo.
cumulo de coincidência o dia 8 de no- contrava a minima partícula de amor
vembro caiu numa si-xta-feira. Tal- Olhou com profundo espanto pra
naqueles estudos. Mas procurava se todos aqueles fieis cumpridores da lei,
qualmente havia previsto. convencer modestamente que não pes-
Mas quando chegou neste ponto, per- pra todo aquele aperuto solene de re-
quizára bem, pra salvar, o prestijio cepção e mudando o semblante pra
cebeu uma coisa seria: o amor. Aliás dos números.
todas as coizas lhe pareciam sérias e uma encantadora injenuidade e pie-
Se dirijiu com ardor prás ciências dade indizivel, escreveu três vezes com
respeitáveis, inclusive as Circunspe- biológicas. Necessariamente elas ha-
ctas propriamente ditas. Propriamente uma bonita letra, clara e separada:
viam de lhe esclarecer qualquer coi- NAO SEI.
ditas pelo dicionário, pelas pessoas za. Não se ia adiantando quazi nada.
mais velhas ou livro de máximas. Mas se satisfazia pelo pasmo quotidia- Em seguida na mizericordioza supo-
Depois, antes mesmo de escrever no de descobrir navas sendas da sa- sição que não entendessem todos tra-
qualquer regulamento sobre a nova bedoria humana. Se conteve pra não duziu a inscrição em dezoito idiomas
descoberta, pensou que o amor não publicar com escândalo suas desco- e dialetos.
era. uma coizá, mas um problema. Re- bertas; muito ao contrario do pensar
(RIO)
Revista de Antropofagia

OS (ROMANCE)
NTOS
YAN DE ALMEIDA PRADO
O JARDIM PUBLICO
IV

A timidez da rapariga, ainda mal fa- O mais conhecido era a historia da Eu também, mas vamos esperar
miliarizada com o lugar, fizera com onça. Circulava pela rapaziada, bran- ainda um pouco.
que um impulso repentino a nivelasse ca ou mestiça da "Força", a graça' que — Que'sperança, já passaram, perto
com as mais reles freqüentadoras do asseverava odiarem as onças aos pre- de nós mais de um par de vez. Ficar
passeio. Quando a mulher se oferecia tos. Diziam concistir numa terrível aqui comendo mosca não é comigo, si
tanto, o homem inversamente se retra- ogeriza, sempre crescente desde a ho- vocês quizer ficar fique, eu vou emr
ia e a aproximação perdia-se. Naquela ra em que uma cangnssu' vira um pre- bora.
feita, embora com decréscimo, a mu- to mina. Dai esclamava logo o solda- Era costume da banda terminar o
latinha obteve mais êxito do que es- do ao ver a negrada atulhando o par- concerto com musica de dança, que no
perava apezar do repente que lhe es- que, "Imagina uma onça solta agora, momento estivesse em moda. Muitas
capara; seu aspéto infantil, novidade não ficava nem uma lia para amos- pertenciam ao regente Lorena, que
na zona duvidosa, causou grande in- trai", e por mais que repetisse a mes- grangeara fama graças á difusão dos
teresse no grupo dos sargentos. ma cousa, sempre em lorno dele ecoa- seus trabalhos em revistas de teatros
Para cercarem o rancho das mulhe- vam gargalhadas. Alguns acrescenta- populares. Quando os soldados da po-
res foram os rapazes até o melhor pon- vam modificações ou imaginavam va- licia a ele se referiam davam-lhe um
to de espera do percurso, na encruzi- riantes, "Qual o quê, tem cada cara no "Êta" admirativo ante» do nome, que
lhada fronteira ao coreto. Alinhados meio dos joão que si a onça enxer- deste modo entrada no rol das cousas
pelo cotovelo como si estivessem na gava erá capaz de morrer de susto!". admiráveis da Força Publica. Também
revista, ficaram á espreita na beira Decorrente desta modificação nascera os sargentos partilhavaln da admiração
do caminho onde tinham subido para outra inventada por um soldado nor- dos- colegas porém o insucesso da es-
enxergar melhor. Resistiam aos en- tista, fazedor de quadrinhas e contos, pera tornara-os mal humorados.
contrões no anceio de distinguir a ra- que percorriam o quartel em que ele A insistência de uni deles venceu a
pariga e as companheiras na turba que estava indo até aos oficiaes. Narrava resistência dos outros. Dirigiram-se
passava, esforço cada vez mais cus- a historia do domador de circo que devagar em direção da ' saida percor-
toso devido á afluência cada vez mais pretendeu alimentar enorme onça com rendo com a vista todos os vultos fe-
densa de gente naquele momento. A as negras do Jardim. Para aquele "ar- mininos que alcançavam.
dificuldade do exame ainda era au- tista", (denominação que o povo dá — Eu conheço aquele pessoal, é
mentada por causa dos colegas espa- a todos que se exibem em publico) rampeiro, não vale a pena perder tem-
lhados pelo parque, passeando ocio- conseguir seu intento foi preciso tra- p o . . .
sos, e que se juntavam aos sargentos, zer a onça perto do tanque, onde sol- — Ah! Você conhece? Indagaram os
demorando-se em contar ou trocar pi- ta investiu confra as mulheres que outros interessados.
lhérias antes de seguir na esteira de passavam. Não demorou muito voltou — Já estiveram de-já-hoje por aqui.
alguma saia. Estavam por ali, como o bicho fugindo apavorado de uma pre- Eu estive manjando elas, tinha um
todos, á procura de aventuras. A pro- ta que gritava, "Que onça linda, meu grupo pronto para entrar na conversa,
sa com os militares encontrados pelo Deusl Mais bonita do que defunto Bi- quando chegou o grude do Colatino
caminho não passava de pretexto para nidito meu marido...", ao passo que que estragou tudo. Fiquei com uma
esperar alguém que desejavam desco- a perseguida apelava para o dono afim raiva...
brir no redemoinho. de que a .protegesse da mulher. A — Será então o pessoal do vinte-
historia, e semelhantes, estava afina- quatro? A Mariasinha me disse que es-
Nessa altura o modo como um co- da á ingenuidade do auditório, na tava esperando as raparigas que esti-
nhecido se abeirava de outro não va- maior parte, composto de homens vin- veram no mez passado em Campinas.
riava, era sempre alusivo ao que am- dos da roça ou de sertões longínquos. Não é não. Eu passei lá hontem.
bos vinham fazer no parque. "Então Longe de onças e de perigos demo- E' outro pessoal, desconfio que foi a
pirata, sempre invocando?" "Que é que ravam as mulheres em aparecer. Com mais alta que pegou um fubá no Zé
está fazendo aí?" "Esperando a Deu- o tempo aumentou a impaciência dos Maria.
sa?". Ou, ainda, "Que tal hoje, vae ou rapazes. A desordem na multidão fize- — Qual é delas?
não vae?". A que o interrogado res- ra com que elas tivessem relado por
— A vestida de branco com sapato
pondia: "Fica firme, banca como eu diversas vezes o grupo sem serem per-
o Firmiano Pinto." preto.
cebidas. — Qual o quê, não é essa não, essa
Havia por esse tempo o costume de
dar o nome do prefeito da cidade a A demora irritou o mais magro dos que você fala já sei quein é, estava por
uma porção de significados de firme- sargentos que acusou os outros do aqui mesmo, mas tinha uma gola ver-
za, calma, espreita, c palavras pareci- desencontro. melha na blusa...
das. A razão não provinha de qual- — Nós devia ter falado logo com Todos riram.
quer ato extraordinário praticado pelo elas. Vocês são lerdo mesmo. Assim — Da pirataria nem rato escapa,
administrador, que foi dos apagados não dá certo, quem faz cavação não nem a blusa vermelha da tia! O gadi-
que S. Paulo teve, porém tão somente dorme. nho que rodeia o tanque é a mesma
pelo que sugeria a assonancia de Fir- Da censura partiram apreciações ob- coisa que malandro que tira escacha
miano. Durante muito tempo o lingua- cenas feitas por todos do grupo acer- na rua 7 de Abril.
jar paulista fez deste nome um adjeti- ca das mulheres em geral, e daquelas — Vamos voltar?
vo, que se tornou corrente e durou que esperavam no momento. Cé doido homem, vamos embora.
além do governo daquele prefeito. — Vae ver que já foram embora. O mais corpulento dos três apoiou
— Parece mesmo... o convite.
Entre os freqüentadores do Jardim
— Vamos então esperar até o ma- — Na véspera de riscar o punga a
havia também familiarismos mais res-
gente afia a espora na cama...
tritos, que giravam incansavelmente! xixe? 1
entre a soldadesca afeiçoada ao par- — Eu não espero. Até o maxixe é
muita coisa, vou embora. (Continua)
que.
Revista de Antropof«gl»

A L C A O
BRASILIANA
vi
FOLHETIM LIVROS A' V E N D A :
Do romance O aoldado desconhecido (O heróico legio-
nario braaileiro), de Zenato d'AIvamilo, ed. da Casa Edito- N a LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem-
ra Vecchi do Rio de Janeiro, fase. n, cap. XXIII intitulado
bro n. 19 — S. P a u l o ) :
O guerrilheiro Ab-EI-Akrim, p. 171:
"O guerrilheiro, acostumado ao seu dominio absoluto,
estranhou a resistência inesperada daquella jovem- e per- — S. Leopoldo — Província de S. Pedro do
guntou friamente: Rio Grande do Sul — 2.» ed.
—• Quem és tu e de onde vens? — Monteiro Baena — Compêndio — Fará.
Nélia, num tom firme que surprehendeu a todos os pre-
sentes, immediatamente respondeu:
— Chamo-me Nélia e sou noiva do Soldado Desconheci- Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40
do; quanto ao logar de onde venho, basta que saibas que fui — S. P a u l o ) :
raptada covardemente pelo teu bando de malfeitores!
Aquella captiva era a noiva do Soldado Desconheci- — Archivo Pittoresco — 11 vs. ene.
do!. — Panorama — 17 vs. ene.
Que maravilhosa presa I" — Lusíadas — coment. por Faria e Sousa.
CIVISMO — Vieira — Sermões — 16 vs. e n e , sendo al-
Circular distribuída pelo Grêmio Silva Jardim de Ni- guns em 1.* ed,
terói (agosto de 1928): Innocenoio F. da Silva — Diccionano Bi-
"GRÊMIO SILVA JARDIM bliographico — 19 vs. ene.
entidade cívica nacional — F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Va-
(Seeção do Estado do Rio) ria Historia — 1660.
Sede — Rua da Conceição, 2 sob. — Tel. 2177 — NITHEROY Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana.
O GRÊMIO SILVA JARDIM HOMENAGEIA O SEU
PATRONO — APÓSTOLO DE BRAVURA CÍVICA — LIVROS PROCURADOS:
Homenagens no dia de seu natalicio —18 de agosto.
(Não haverá discursos; mas, exaltação cívica). Pela LIVRARIA UNIVERSAL:
SELVA JARDIM nasceu em Capivary no anno de 1860
e morreu em 1." de Julho de 1891, no Vesuvio, o vulcão
italiano em Nápoles. — Roquette Pinto — Rondônia.
EM NITHEROY — Ruy Barbosa — Replica.
(A*s 10 1|2 hs.) — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil —
— Romaria ao monumento da Republica (Praça Pa- 2 vs.
dre Feijó) onde se encontra a estatua de Silva Jardim — Revista do Instituto Histórico Brasileiro —
(barca de 9,50 e de 10,10 nó cães Pharoux). tomos ns. 20, 21, 22 e 32.
O GRÊMIO SILVA JARDIM precisa dos brasileiros
(que têm orgulho deste nome) em torno do brasileiro que Por YAN D E ALMEIDA PRADO (av. brig.
mais expdz a vida pela Pátria, empunhando esta arma — Luis Antônio n. 188 — S. P a u l o ) :
o seu civismo incomparavel.
NO RIO DE JANEIRO — Manoel Calado — Valeroso Lucidemo.
(De 4 1|2 até 5 e 15) — Duarte de Albuquerque Coelho — Memó-
— Sessão cívica na Associação Brasileira de Educa- rias Diárias.
ção (Rua Chile 23, 2.° andar). Devem comparecer o Em- — Alvarenga Peixoto — Obras e m 1.' ed.
baixador italiano, o aviador Ferrarin, o jurisconsulto Clo-
vis Bevilacqua, condiscipulo do patrono do Grêmio e seu
único irmão sobrevivente, Gabriel da Silva Jardim. Em
plena sessão, ao antigo escoteiro Armando da Silva Maga-
lhães, (que salvou o aviador Ferrarin) — será conferido o
primeiro "Prêmio EUCLYDES DA CUNHA: valor braailei- A assinatura anuas
ro", creado pelo G. S. J. no dia euclydeano, 15 ultimo. (Esse
prêmio é um volume de "OS SERTÕES, o livro da raça bra-
sileira, escripto pelo mais brasileiro dos brasileiros"). da
(A's 5 1|2 hs.)
R E V I S T A DE ANTROPOFAGIA
— Romaria á casa n." 17, da rua Silva Jardim (antiga
travessa da Barreira) onde existiu a Soeieté Françaiae de
Gymnastiqne, ponto obrigatório de reunião, para os pro- custa
pagandistas entre élles — SILVA JARDIM.
Trata-se, apenas, de solennidade cívica. Foi supprimido RS. 5$000
qualquer caracter festivo; isto em homenagem a Del Prete
— "peregrino audaz": filho da Itália, fallecido no BrasiJ,
O G. S. J. assignala: Silva Jardim também foi "pere- Pedidos acompanhados de vale postal
grino audaz": fiüio do Brasil, fallecido na Itália.
A epopéia italiana de hoje lembra a grande tragédia
brasileira de 1891.
para
Gloria a DEL PRETE — nas alturas!
Gloria a SILVA JARDIM — no seio da terra italiana! Caixa do Correio n. 1.269
AVEi LATINIDADE!
AVEJ BRASILIDADE!" SÃO PAULO
ANO | - NUMERO 7 *oo Rs. NOVEMBRO - . 9 2 8

Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerê„ci, „e BQpp

Endereço: 13, RUA BENJAMIM COMSTflHT ~ y r » . Saía 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SAÕ~PÃULO

CONCURSO DE LACTANTES R E P U B L I C A

Estão tratando de erguer não sei onde Deodoro todo nos trinques
(mas sempre aqui no Brasil) um monumen-
bate na
to á mãe preta. Os denodados que para isso P o r t a d e D ã o P e d r o 2-°-
trabalham querem confessadamente prestar S eu Imperado, dê o fora
uma homenagem de gratidão ás amas molha-
das e secas mas sobretudo molhadas da linda 9ue nos
queremos tomar conta desta bugi-
côr do urubu. E atravez delas á raça escrava.
Eu acho isso muito bonito e comovente
Mande
porém perigoso. Marmorizada ou bronzeada vir os muzicos.
a preta, as mulatas e as brancas protestarão n T J J J
„„ M7 „ , . ^ O Imperador camarada responde
na certa. E será preciso erguer outros monu-
mentos. Um para cada côr. Depois um para Pois não meus filhos não se vexem
cada nacionalidade. A homenagem provocará , . , ,. ,
me
uma <.nmnA+j,.s» A* -««„,. J • x' J deixem calçar as chinelas
uma competição de raças, de origens, ate de
tipos de leite. Por fim os fabricantes de leite podem entrar á vontade.
condensado também reclamarão a sua está-
S ó p e ç o q u e n ã o n i e b u l a m Das o b r a s cora
tua e com toda a justiça. E haverá o diabo PIe-
quando o governo holandês exigir uma para tas de Vitor Hugo.
as vacas suas súbditas.
Eu não estou ofendendo. Eu estou pre-
Vfinmd0
' (RIO DE JANEIRO)
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO MURILO MENDES

SAIBAM QUANTOS
Certifico a pedido verbal de pessoa interessada
que o meu parente Mario de Andrade è o peor
critico do mundo mas o melhor poeta dos Estados
Desunidos do Brasil. De que dou esperança.
JOÀO MIRAMAR
Revista de Antropofagia

PR O F A N A Ç Â O O NORDESTE DO SR. PALHANO


Ha diversos nordestes entupindo livrarias. Uns, since-
ros. Outros — e é o maior numero — exagerados. Para
A cathedral de Ribeirão Preto no tempo em que mais ou para menos. Conforme a capacidade de exagerar
de cada um. O do snr. Palhano de Jesus não é insincero. E'
eu era menino apenas interessante. Mesmo ha muito de sinceridade em
Tinha um aspecto respeitável de volume s. s. afirmar nada entender da terra carrasco e dos seus
problemas. Cousa desculpavel aliás, dado o motivo sim-
E uma côr gothica de tijolo plesmente burocrático do seu cargo. E é pena. Porque si
alguma justiça ha de se fazer neste artigo, é reconhecer a
Que bastava para definir a sua intenção silenciosa sua bela atividade. Graças a ela ficamos conhecedores da
de humildade. existência de todo um complicado serviço de indiferença á
fome. O que já é muito para o inferno das boas intenções.

Agora,
0 engenheiro snr. Palhano de Jesus ouviu dizer que
N a s y m e t r i a civilisada d u m j a r d i m havia chuvido no Nordeste entre Fevereiro e Março. E o
engenheiro mezes depois de acurados estudos correu á im-
P i n t a d a d e vivo prensa para comunicar o resultado das suas investigações.
E emmagrecida pela ambição condoreira de sua E os linotipos e os telégrafos espalharam a bôa nova.
"O competentissimo snr: inspector da zona nordestina
torre diz que a seca atual é atenuada.
Choveu no principio do ano. Que saibam todos os ser-
A c a t h e d r a l d e R i b e i r ã o P r e t o q u e eu t e m i a em tanejos."
Foi um reboliço. Houve até salvas de bombas reaes.
criança Atenuada!... E muita gente começou a respirar satisfeita-
mente. Que beleza!
T e m a elegância galga e n o b r e de u m a pose. Si porem o snr. inspector houvesse levantado gado
magro, batido macambira, levado na pele para a terra ca-
rioca o vergão do sol e a marca das juremas; tivesse comi-
do- carne de ceará com rapadura, armado a sua rede nos
E n o sétimo d i a de descanso galhos dos umbuzeiros, marchado no trote duro de burros
U m a alegria m o ç a de r e l i g i o s i d a d e estropiadps, léguas e mais léguas atraz de pasto, não teria
o atrevimento de tamanha eresia. Porque, contra todas as
Vae suas previsões, a seca começou depois das chuvas. E' que
essas chuvas caíram depois de um longo ano sem pingar.
Intimamente E caíram espaçadamente. Até então o único recurso do
Desafiar as cores d e sua igreja sertanejo para conseguir ter de pé os seus animaes, era
queimar espinhos. Bater macambira. Com as chuvas a ma-
Com a festividade colorida de seus vestidos cambira enverdeceu. Não queimou mais. E a rama que nas-
ceu era fraca. O gado começou a cair. Os giraus e os tan-
guês foram armados nos revêsos. E pelas estradas poeiren-
( S . PAULO) tas, debaixo de um sol de endoidecer, começou o -sacrificio
das retiradas. Retiradas vagarosas de animaes exaustos • c
de homens abatidos. Tinha levantado o tempo, definitiva-
A. DE ALMEIDA CAMARGO mente.

Snr. Palhano, leia isto para quando quizer fazer mais


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SasaS25ES2SaseSZSSSaSHSESH5HSasaSE5aS2SE5aS25S5asa5E525E5
uma gostosa pilhéria.
Não sãos os açudes e as estradas que resolvem as nos-
sas eternas questões. Não deixa de ser isso. Mas são sobre-
tudo métodos regionaes de educação, medidas inteligentes
de aproveitamento. Para fazermos verdadeiramente obra de
construção, temos que enxergar o Nordeste como uma re-
LEIAM: gião á parte. E especialisar então para ela educação, insti-
tuições sociaes, administração. E isso simplesmente. Uma
simplicidade primitiva é o que exigem os problemas da vida
primitiva, diz Chesterton. E nada mais primitivo que a vida
nos nossos sertões. Querer, por exemplo, alfabetizar essa
gente antes de educal-a na pratica do trabalho da sua terra,
Vargas Netto: Gado chucro (versos) é incorrer na eterna questão de começar pelo fim. Porque
o sertanejo só é preguiçoso nos sertões. As fazendas de café
enrS. Paulo, e os seringaes do Amazonas não tiveram braço
mais forte. Explica-se isso pelo completo desconhecimento
Augusto Mejrer: Giraluz (versos) dos recursos da terra por parte deles. A criação é mais um
divertimento — é a sua coleção de selos. Criar bois não é
cousa que deva ser enxergada como factôr econômico posi-
tivo no. nosso futuro. As secas não o permitem. E quando
Mario de Andrade: Macunaíma (historia) nao fosse isso a criação em larga escala no sul do paiz,
trará muito em breve para a industria da carne, um merca-
do amplo, mesmo mundial. Como factôr de desvalorização
nao se pode desejar mais poderoso.
Ruy Cirne Lima: Colônia Z e outros poemas O nosso recurso fabuloso é o algodão. E imposto por
(versos) lei o sistema da pequena propriedade, ter-se-á atacado o
problema capital da nossa economia.
Enxergar a* necessidades do Nordeste como de criado-
res de gado, é malhar em ferro frio. Só acabando com as
Menotti dei Picchia: Republica dos Estados secas. Os açudes não o conseguirão. São apenas medida
preventiva. Medida para a agricultura. E' verdade que nos
Unidos do Brasil (versos) descampados vastos dos nossos sertões, a humidade dos
açudes, diminuindo a marcha dos ventos, força a queda das
chuvas. Não deixará, porém, de entrar como influencia po-
derosa, o capricho climaterico.
flassiano Ricardo: Martim Sererê (versos) RECIFE) A. Dfi LIMEYBA TBJO
Revista d e A n t r o p o f a fi«
*L
ABRI DEI RA
MATEUS CAVALCANTE

A America acaba de receber recebeu o Novo Continente diz esse indivíduo se haverá no des-
uma grande missão: a missão do respeito á actividade espiritual empenho do mandato.
entusiasmo. Delegou-lhe a incum- dos seus habitantes. Ora, nessa Imaginemos um poeta ameri-
bência o fino poeta Ronald de matéria principalmente, o qué cano estalão. Ele recebeu a pa-
Carvalho, numa conferência so- verdade para o todo, é verda.de lavra de ordem: "Entusiasmo,
bre a moderna poesia america- para cada uma de suas partes. hein ! Muito entusiasmo!" O
na. Em nome da mandatária Alem do mais, falando em "poe- poeta americano é brioso. Não
aceitaram o encargo, agradecen- sia americana" o sr. Ronald de é preciso insistir. Ele dará conta
do a honra da escolha imereci- Carvalho usava, evidentemente do recado. Empertigou-se. Res-
da, S. Exa. o sr. embaixador pirou—l. Espirou—2. Outra
Morgan c a selecta assistência. vez : 1—2. Bem. Bateu no pei-
Segundo todas as aparências to (com força). Fez um olhar
o que ditou tão sabia decisão sobranceiro. Pegou no chapéu
LUNDU' DO ESCRITOR DIFÍCIL
foi a necessidade em que se num gesto ágil e elegante. Saiu
viu aquele poeta modernista Eu sou um escritor dificil
seguro de si, pisando duro.
de definir o espirito america- Que a muita gente enquisila Lá vai êle, dominador, alti-
Porém eaaa culpa é fácil vo, com uma chama estranha
no no que êle tem de original De se acabar duma vez:
e inconfundível, para, pesqui- E' aó tirar a cortina a perpassar nos olhos deslum-
Que entra luz nesta escnrez. brados.
zando as diversas modalida-
des desse caracter geral em Cortina de brim caipora —Quem é aquele camara-
Com teia caranguejeira da ?
cada um dos grupos étnicos E enfeite ruim de caipira,
deste continente, astoignarlar- Fale fala brasileira —E' um americano, o poeta.
Que você enxerga bonito
lhes uma voz á parte no coro Tanta luz nesta capoeira —Ah ! é um americano ! é
das civilizações contemporâ- Tal-e-qual numa gupiara. o poeta 1
neas. Pára isso era preciso Misturo tudo num saco A multidão se curva á pas-
perscrutar as tendências inti- Maa gaúcho maranhense sagem do vate. Lá vai êle do-
Que para no Mato Grosso
mas da América, que devia Bate este angu de caroço minador, altivo, com uma cha-
sentir-se á vontade no seu pa- Ver sopa de carurú; ma estranha a perpassar nos
A vida é mesmo um buraco,
pel, destinar-lhe uma funcção Bobo é quem nio é tatu! olhos deslumbrados.
compatível com a sua Índole: —"Alô, poeta I
Eu sou um escritor dificil
"The right continent in the Porém culpa de quem él —Ale-guá guá guá ! Ale-guá
right place". Reservando-lhe Todo dificil é fácil guá guá ! hurrah'! hurrah !
Abasta a gente saber.
a missão do entusiasmo, o es- Bagé piche chué, ôh "xavié", America !
teta dos "Epigramas", coe- De tão fácil virou fóssil, —E's do campeão.?
O dificil é aprender!
rente, aliás, com os seus pre- —Não.
cedentes intelectuais, reconhe- Virtude de urubutinga —Quem é esse então, poeta?
ceu "ipso facto" em tal missão De enxergar tudo de longe!
Não carece vestir tanga Agora reparo nessa chama es-
o procurado caracter diferen- Pra penetrar meu cassange! tranha a te perpassar nos
cial. Para êle a poesia ameri- Você sabe o francês "singe"
Mas não sabe o -que é guariba? olhos deslumbrados. Que é
cana será a poesia do entusias- Pois é macaco, seu mano, que tu tens hoje 7
mo ou não será. Essa lhe pa- Que só sabe o que é da estranja-
—Entusiasmo !
recendo a sua finalidade na- MARIO DE ANDRADE —Viva ! Pegaste a centena (

L
tural, foi disso que êle a in-
Escreveste a obra - prima I
cumbiu, oficializando assim Amas e és amado ! Amar e ser
uma situação de facto ante- amado, ó que ventura !
rior. —Néscio !
Os quadros vastos dificultam de uma abstracção, que e preci- —Então ? Fala, meu louro. Me
a compreensão das coisas. Nin- so entender-se no seu verdadeiro diga o que h a . . .
guém pôde ter uma visão total sentido de "poesia dos america- —Não sei não, uái ! São ordes."
nos, de cada americano, consi-
da América sinão na escala das
derada em conjuncto". Canibal, meu nego, que fas-
cartas geográficas. E não é ne-
Para milhor compreender o
cessário dizer quanto é difícil re- tio é esse. onde estavas tu á ho-
alcance da missão devemos, por-
conhecer na realidade o que só ra da conferência ?
tanto esamina-la do ponto de vis-
se conhece através dds mapas,
ta do indivíduo americano. Desse
ainda que sejam em relevo. Por modo tudo se reduz a saber como (RIO DE JANEIRO)
outro lado a incumbência que
Revista de Antropofagia

2 POETAS E 1 PROSADOR
A. DE A. M.
VARGAS NETTO — Gado isso de glorificar em verso o passado Et sur le ventre de Ia mer
chucro — Porto Alegre — brasileiro. O talento de Vargas Netto d'un coup sur et soudain
1928. não tem precisão de bater no bumbo luit le bistouri tranchant du phare
patriótico para mostrar que aqui nas- en tour de force laparatomique,
O poeta mesmo confessa no fim do ceu.
volume: o que cantei meu coração Dans le bas-ventre horizontal
mandou. E como é coração gaúcho CHARLES LUCIFER — Cy- coule sur ia concavité de' Ia plage
ditou versos gauchescos. O que não é nismes suivis de Sensualis- Ia pléthore blanche
rigorosamente lógico mas explica o re- mes — Paris — 1928. de Ia leucocytose nébuleuse des lu-
gionalismo do Gado chucro. mières.
Aliás um regionalismo que se en- Escrevendo em francês o poeta bra-
tende, sem abuso de expressões e alu- sileiro que adotou o pseudônimo de Opinião provinciana talvez: a poesia
sões locais. Charles Lucifer pegou a ginástica poé- de Charles Lucifer é um exercício.
Vargas Netto exalta a paisagem e a tica lá da França. E com essa ginásti- Opinião não provinciana talvez-: a-
vida heróica e trabalhosa dos pagos. ca o desprezo alegre pelo mundo, sua poesia de Charles Lucifer é um saxo-
Com o entusiasmo e a força a que já gente e suas cousas. Fala da tarde que fone.
nos habituaram os poetas do sul. No Está claro que niguêm (nem eu mes-
autor de Joá porém a inspiração é .. .finit come une dépêche mo) é obrigado a adotar uma das duas.
mais popular, o troveiro se manifesta sans .signature
de modo mais flagrante. Além disso MONTIEL BALLESTEROS
o ritmo quási sempre é marcado, a pour le rendez-vous du couchant, — Montevideo y su cerro
poesia vira canção sem querer. Montevideo — 1928.
A gente cantarola com gosto cousas do dia que se vai e que
assim: São contos sincopados com um pou-
. . . se moque du monde co de sátira c um pouco- de invenção-.
Tropa crioula de gado sem costeio, et en prend congé par simple politesse, Pensando bem: mais de invenção do
de pello desigual... que de qualquer outra cousa.
Tropa de gado que não viu mangueira do crepúsculo
nem laço jamais... E' o sétimo livro do autor de La
ou brille 1'astérique de Vénua Raza. Autor inquieto e apressado. Prin-
rappelant un soleil mia au bas de Ia cipalmente de um bom humor que não
Ou então: page, tem fim. Passa gozando por todos os
assuntos. O conto chamado 20 Blasco
Negrinho do pastoreio, para depois concluir: Ibánez é bem característico de sua ma-
que malvado é teu patrão! neira: nem é propriamente conto nem
Vae te picando miudinho On s'en passe... deixa de o ser.
depois te amassa na mão;
e te enrolando na palha, Ignoro se Montiel Ballestcros é jor-
De modo que a gente deve conside- nalista. Se não é devia ser. Tem quali-
com cuidado, de vagar, ra-lo como francês é não como brasi-
encosta o fogo na ponta, dades ótimas de cronista. Escreve com
negrinho, pra te pitar! leiro traduzido. Porque êle pensa e extraordinária facilidade, põe logo o
sente em francês. Do contrário Copa- negócio em pratos limpos, parece ser
cabana não lhe sairia assim: um vivido.
Gosto menos da parte denominada
Poema das Missões. Não porque nela Montevideo y su cerro tent cousas
Le promontoire chirurgical que nós do Brasil não podemos enten-
tenha sido infeliz o cantador. Mas por- surgit parmi 1'ouate des compresses
que acho pau e já surrado por demais der. O que não impede que se goste
du portefenille de ce soir opératoire, do ritmo «-.^udido do livro.

<)^)<=X)G»OC»)OOC=>OC30'
ngaivgrsn. ^

N A M O R O

Um arsinho frio iMPíEZilMLHICA LTDA


fazendo frufrú na cara da gente
e a gente fazendo calentura
LIVROS. REVISTAS,
de beijos na noite friorenta EDIÇÕES DE LUXO
- SERVIÇOS -
— Tá com as mãos frias? meu bem $ • • »
COMMERCIAES <8>
— Mas tou com o coração quente, amorsinho!

(KIO DE JANEIRO)
RUA SANTO ANTÔNIO, N 17
TELEPHONE 2-6560 s. PAUL0

JOSUÉ' DE CASTRO
Revista de Antropofagi.a

A TARDINHA EM VIAGEM N O SERIDÓ

JORGE FERNANDES

0 meu carro vae rodando nas estradas luz do sol se acabando nas coreundas das
de areia barrenta ou de cascalhos e eu vou serras, verdes... verdes...
vendo o verde longe e o verde perto das ju- Outras pedras agrupadas e enfeitadas de
remas junto a estrada... facheiros vão passando na ligereza da via-
As caatingas vão se tornando escuras es- g e m . . .
E o carro corre entre arvores e serrotes
fregando os olhos, com somno... até que a bôca-da-noite — chega agasalhando
Na carreira do carro aparece de sopetão tudo acendendo os olhos dos bacuráus, das
um serrote, as vezes com uma pedra fina e rapôzas, das tacácas, antes que o meu carro
sisuda apontando o céo. Outros com pedras abra também os seus olhos atrapalhadores
também parecendo dedos muito grandes dos bichos que precizam ganhar o seu pão, a
apontando: — Olhem aquilo ali — E eu olho noite, farejando nas estradas...
e vejo só desertos de serras e um restinho de (NATAL)

ç£usrL<xoc der &AXA-OArO


l.?Z, "Racu-tõncío

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U Ull.il l' H S LJLJUIJF^S*

•axtk, QhottvJy*»iaj ela. /****}*• "

Por ter saido com incorrecções no n. 5 re-


produzimos o "Lundu do Escravo" que fará
parte do "Compêndio de Historia da Música"
de MARIO DE ANDRADE já no prelo.
Revista de Antropofagia

O POEMA DA ESPERA

MARIO GRACIOTTI

Hontera, eu fiquei na esquina. Paradi- Esperei. Eu parecia até a sombra imagi-


nho. Feito lampeão de bairro pobre. Só prá nária de um poste que não existia. Quando
esperar você. Acho que levei mais de uma você rumou prá cidade, eu fui atrás. Mas, vol-
hora, e o solzão do meio-dia cantando no meu tei depressa. Zuniram nos meus ouvidos as
lombo, que nem cigarra, uma canção que até taes: "Você não enxerga, seu convencido l".
doia. Mas, eu firme. Não arredava pé. Você Passei, na volta, tão tonto pela esquina,
tinha entrado e tinha que sahir. A' muque. E que levei uma trombada de automóvel. Escar-
saboreando você como se você fosse coisa bôa rapachei-me no asfalto quente. De bruços.
e gostosa pro meu paladar. 0 grillo da rua — Com poeira na boca. E o grillo — aquelle
um húngaro todo azulado — me dava cada mesmo hungarão todo azulado — deu tama-
grellada que eu até estremecia por dentro. nha gargalhada que botou ruas e praças nos
Mas, firme. Eu me lembrava, romanticamen- meus pés.
te (e o sol queimando no lombo...) daquelle Também, nunca mais!
olhar meio-doce que você mandou quando
entrou na casa amarella. (S. PAULO)

PAIZAGEM DE MINHA TERRA


BRASIL PINHEIRO MACHADO

Manhã de domingo de sol reto.


A grande igreja sem estilo
Decorada por dentro por um batismo de Cristo
Feito por um pintor ingênuo
Que quiz ser clássico e foi primitivista.

Missa internacional
Com gentes de todas as raças
Ouvindo o padre alemão rezar em latim.

Agente nem tem vontade de olhar o crucifixo dezolado


Nem de rezar
Porque tem lá dentro tanta menina bonita
Que não reza também
E fica sapeando agente com meiguice...

Só os polacos de camiza nova por ser domingo


Que vieram com as famílias de carroça lá das colônias
Rezam fervorozamente
Emquanto nos seus quintaes
Os chupins malvados e alegres
Comem todo o centeio
Cantando glorias pro sol de domingo.

(PONTA GROSSA)
Kovlata de Antropofagia

OS TRÊS SA N
(ROMANCE)
YAN DE ALMEIDA PRADO
0 JARDIM PUBLICO

Devagar tinha chegado o grupo de praça de pré não sae de certa roda, menina que so quer casar, e coisa que
sargentos á avenida Tiradentes, exa- composta do primeiro soldado que co- eu passo.
minando sempre as mulheres que viam nheceu, dos amigos deste e de todos — Nem comprendo como o Tito gas-
pelo caminho. Ainda era possível to- os amigos dos amigos deles que veio a ta tempo nessa bobagem. Ele conta
par com as raparigas que de noite va- conhecer com o tempo. Quando a ca- muita garganta mas eu sei como é a
gueavam pela rua João Theodoro até a bocla, mulata ou negra, deixava os bra- escrita. Eu também já namorei muito
beira do Quartel. Eram de fácil con- ços de um infante era para cair nos de noutro tempo, quando eu era anspes-
quista, bastando poucas palavras para um cavalaria, ou bombeiro, chegando sada. Sei o que é essa cavação, não se
ajustar passeio á Ponte dos Amores, muito raramente ao extremo de se araa- pôde sair para longe porque a mãe não
ou coloquio no quarto de um compa- siar naqueles tempos anteriores á re- dá licença, não sç pôde fazer nada por
nheiro camarada, situado nos cortiços volução com guardas civicos. Estes essas ruas porque tem sempre uma
da redondeza. Pararam os rapazes du- eram os "galegos", como lhes chama- amiga ou conhecida que está vendo,
rante alguns momentos na larga espla- vam na gíria, na quasi totalidade por- para dar um beijo é a mesma éoisa que
nada que forma a avenida naquele tuguezes bigodudos, antigos moços da acertar no milhar. Só mesmo num dia
ponto. Do lado da estação o movimen- lavoira, grande apreciadores de mulhe- de chuva, escondido na porta da casa
to de gente era intenso; do lado opos- res de côr, porém aquartelados em ou- dela, quando não passa ninguém, mas
to iam rareando os transeuntes á medi- tra zona muito diversa, nos confins pertinho da família,'de relance, é que
da que se adiantavam pela zona mili- da várzea do Carmo, longe da sede da a gente chega perto e isso mesmo com
tar. Antes de transpor o último trecho Força Pública. muito luxo. Não me serve, não.
do caminho e chegar á rua que de-
Os três sargentos parados na avenida — Tem casos diferente. Uma vez na
mandavam, correram os sargentos a
demonstravam pouca pressa em cum- vila Sá Barbosa eu fui atrai de um mu-
vista pelo espaço diante deles, numa
prir a resolução de se recolherem ce- ro e dei de cara com dois que estavam
derradeira tentativa de enxergar al-
do. Recomeçaram a caminhada de má ali de pé. A moça quando me- viu deu
guma rapariga fácil.
vontade, arrastando os pés, esmiuçan- tamanho pinote que até os grampos do
Ao soldado só não convém mulher do o exame das mulheres que passavam cabelo desprenderam caindo no chão.
contaminada por doença venérea: a ao alcance da vista. Ao ver de longe O rapaz era um cabo do segundo que
còr, idade ou formosura são pormeno- duas raparigas que iam em direcção ã achou ruim. Eu fui, disse para ele que
res que desaparecem devido á escas- rua Ribeiro de Lima, um dos rapazes não me incomodava com a vida alheia,
sez do soldo que tudo reduz a uma convidou os outros para seguil-as. que até si ele quizesse podia continuar
questão, de saúde. No entrar para o — Vamos ver si ainda pegamos á vontade que eu nem olhava.
quartel, os recrutas aprendem, pelo aquelas. — E continuou?
exemplo quotidiano e pelos commen- —. Vá você. A esta hora, já quasi no — Qual o quê, a moça corria que
tarios que ouvem a todo momento, a alojamento, sem ter certeza, não vale a nem doida. Sumiu numa travessa e
aproveitar qualquer saia-que lhes che- pena. Vá você sozinho si quizer. nunca mais vi ela.
gue ao alcance. Procuram as raparigas Todo soldado daquela zona conhece — Então você empatou o cabo...
mais caras e melhores para os dias do o desânimo de certos momentos da noi- — Foi mesmo. Mas também quem
recebimento de soldo, deixando as ou- te, depois de muito tempo passado á mandou naquele lugar. Ainda eles ti-
tras para o fim do mez, quando está cata de aventuras. O tempo -vae pas- veram sorte que não foi o Cassiano em
vazia a algibeira. Resulta do costume sando, cada vez mais enervaD*e e va- vez de mim.
ser freqüente o espetáculo de um par zio á medida que se aproxima a hora — Mas isso acontecia lá para os la-
em que a mulher aparece quasi repu- de entrar para o quartel. dos da Vila. Aqui com esse movimento
gnante ao ludo de um jovem soldado Continuaram os outros o trajecto, c pessoal que traz de noite a cadeira
no viço dos vinte anos. Ela, sem asseio chegando aos poucos á rua João Theo- para sentar mi calçada, nem é bom'
porque no bordel em que mora ha fal« doro, que desceram lentamente. A* es- pensar nisso.
ta de água (antigamente nos bairros quina da primeira travessa estava um Continuaram os rapazes a comentar
pobres de S. Paulo as torneiras para grupo rumoroso de meninas da vizi- a dificuldade da conquista de'mulhe-
nada serviam durante quasi o ano in- nhança (italianinhas como lhes cha^ res para quem não dispõe de fartos re-
teiro). Ele, asseiado pelo banho diário mavam por causa do sotaque carrega- cursos. A certa altura o mais cançado
obrigatório do quartel, de onde tam- do) que falavam e riam alto. perguntou si não iam embora. O outro,
bém o não deixam sair com a farda — Você si alembra Celestina, do ca- que estava apreciando o grupo das me-
em desalinho. Apezar das diferenças narinho que eu teneva? ninas apezar de tudo que tinham dito,
de condições, continuavam por 1924 (e — Me alembro sim. Quedele? insistiu para que esperassem ainda um
não terá mudado muito) os amores en- — Si deixo comer o gato... pouco.
tre soldados limpos e mulheres mise- O habito de ouvir falar daquele mo- — Vamos esperar o Antônio: não
ráveis, sem interrupção, sempre na do impediu que os sargentos achassem demora ele está ai.
mesma, atravez das levas de homens extravagante a conversa das moças. — E' capaz de demorar.
que se sucediam no Corpo" Escola. Por Olharam atentamente para o grupo — Qual! Ele corre, corre, banca o
vezes, naquele meio militarisado, apa- das meninas, exuberantes de saúde e pato atraz das gansa « depois volta
recia a informação de que tal mulher vida em que havia tipos verdadeira- com um bruto carão! Aquelas vagabun-
estava "pegando moléstia", porém só mente lindos de beleza popular. das que ele está perseguindo já esta-
lhe davam crédito deante de provas do — Para mim esse negocio de meni- vam de trato com os infantaria da es-
anunciado acidente. Não sendo assim, nas de família não vale nada. quina.
supunham decorrer a informação de — Para miro também. — Você tem certeza?
algum despeito ou rusga, vulgares no — Pode ser bonita como quizer, dá — Tenho. Eu não sou cego, si não
invariável circulo formado pelas de- no mesmo. Namorar por ai atoa, pas- disse para ele foi só de mau.
caídas e seus freguezes. A mulher da sar as noite» arretando era seco com (Continua)
Revista de Antropofagia
8

BRASILIANA B A L C Ã O

VII LIVROS A' VENDA:

Na LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem-


MÃE bro h. 19 — S. Paulo):

— S. Leopoldo — Província de S. Pedro do


De um artigo de Manoel Victor na Folha da Rio Grande do Sul — 2.' ed. (
Noite de S. Paulo, n. de 28-9-28: — Monteiro Baena — Compêndio — Para.
"A qualidade de ser mãe não exige distinção
de raça, de classe ou de côr".
Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40
— S. Paulo):
GOVERNISMO CEGO
— Archivo Pittoresco — 11 vs. ene.
Noticia do Minas Geraes de Bello Horizonte, — Panorama — 17 vs. ene.
11. de 8-9-28: — Lusíadas — coment. por Faria e Sousa.
"Realizou-se no Instituto de Cegos São Ra- — Vieira — Sermões — 16 vs. e n e , sendo al-
phael, de modo singelo e significativo, um momen- guns em l. a ed.
to civico em commemoração á gloriosa data da in- — Innocencio F. da Silva — Diccionario Bi-
dependência. bliographico — 19 vs. ene.
Na sala de palestra, com a presença dos func- — F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Va-
cionarios do Instituto, iniciou-se a cerimonia dom ria Historia — 1660.
o Hymno Nacional, cantado pelos alumnos e acom- — Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana.
panhado ao piano pelos professores João Freire
de Castro e José Ferreira de Oliveira. LIVROS PROCURADOS:
Para melhor conhecimento dos ceguinhos alli
reunidos, o director do Instituto leu no "Minas Ge-
raes" o movimento patriótico de Bello Horizonte Pela LIVRARIA UNIVERSAL:
em commemoração á gloriosa data.
Depois de terminar a leitura na parte refe-
rente á resenha administrativa do 1." e 2." annos — Roquette Pinto — Rondônia.
do actual governo do Estado, os ceguinhos, alegres — Ruy Barbosa — Replica.
e satisfeitos, proromperam em vivas ao governo. — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil —
Ao encerrar o momento civico, foi cantado o 2 vs.
Hymno á Republica". — Revista do Instituto Histórico Brasileiro —
tomos ns. 20, 21, 22 e 32.

PROGRESSO Por YAN DE ALMEIDA PRADO (av. brig.


Luis Antônio n. 188 — S. P a u l o ) :
De uma correspondência para O Guarará (Mi- — Manoel Calado — Valeroso Lucidemo.
nas Geraes), n. de 1-7-28:
— Duarte de Albuquerque Coelho — Memó-
"Acaba de fazer acquisição de uma excellcnte
victrola ortophonica, o nosso distincto amigo ccl. rias Diárias.
Bcrtholdo Garcia Machado. — Alvarenga Peixoto — Obras em 1." ed.
Graças á divina inspiração deste amigo, e ao
espirito elevado e culto de Bianco Filho," represen-
tante da Empreza Ortophonica, o Maripá colloca-
se á vanguarda do progresso com a chegada da
victrola, portadora das producções musicaes dos
mais afamados maestros. A assinatura anual
Muito gratos, somos ao cel. Bertholdo Macha-
do, pelos agradáveis momentos qtie nos tem pro- da
porcionado com a sua excellente Ortophonica."
R E V I S T A DE ANTROPOFAGIA
ABDICAÇÃO custa
Telegrama de Curitiba para a Folha da Noi- RS. 5$000
te de São Paulo, n. de 7-7-28:
"A senhorita Rosinha Pinheiro Lima acaba de Pedidos acompanhados de vale postal
dirigir um officio aos directores da Federação de
Acadêmicos do Paraná, renunciando o lugar de
"Rainha dos Estudantes Paranaenses" que desem- para
penhou durante dois annos.
Tem sido muito commentado, nas rodas es- Caixa do Correio n; 1.269
portivas e sociaes, essa determinação da senhorita
Pinheiro Lima." SÃO PAULO
ANO I - NUMERO 8 500 RS. DEZEMBRO- 1928

Revista de Antropofagia
Direccão de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP

Endereço: 13, RUfl BEHJflMIH COMSTflMT - r Pa». Sala 7 ~ CAIXA POSTAL I . 1.269 - SÃO PAULO

P E S C A R I A ANECDOTA DA BULGÁRIA

Hoover vem aí. Quando êle se candida-


tou á presidência norte-americana o Brasil
cafeeiro vetou seu nome. Foi das cousas mais
engraçadas desta terra tão engraçada além de
essencialmente agrícola. Agora estão sendo Era uma vez um kzar naturalista
preparadas manifestações oratórias. Está cla-
ro que está certo. que caçava homens.
Hoover vem aí e vem pescando. 0 bata-
lhão de jornalistas que o acompanha radio- Quando lhe disseram que também
telegrafa todos os dias contando os sucessos
da pescaria. Nem tubarão tem refugado dean- se caçam borboletas
te da isca. E o presidente sorri cada vez mais e andorinhas,
contente da vida.
Hoover vem aí. Vem pescando no mar. elle ficou muito espantado,
E desce de anzol feito bengala. Na terra con-
tinua a pescaria. Daqui a pouco a costa sul- e achou uma barbaridade.
americana do Pacífico está no papo. E' só
substituir a minhoca da isca. 0 pessoal todo
já abriu a boca esperando as comidinhas irre-
sistíveis: panamericanismo, fraternidade con-
tinental, a América dos americanos.
Hoover vem aí. Vem aí e vem pescando
perguntar que fim levaram as nossas tradi- (Belo-Horizonte)
ções antropófagas.
Brasil, meu amor, você também virou
peixe?
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

"A'S VEZES ASSENTAVA-ME SOBRE UMA PEDRA OU SOBRE ALGUM TRONCO


DE MADEIRA RODEIADO DE TRINTA OU QUARENTA ÍNDIOS. CONTAVA COUSAS
DA EUROPA PROCURANDO EXPLICAR-ME POR MEIO DE IMAGENS. ELLES IMA-
GDNAVAM QUE O BRASIL FOSSE TODO 0 MUNDO; ADMIRAVAM-SE POIS OUVIN-
DO DIZER QUE ALEM DO GRANDE RIO (OCEANO) EXISTIA A EUROPA DIVIDI-
DA EM MUITOS PAIZES DE LÍNGUAS DIFFERENTES ETC; O CUMULO DE ADMI-
RAÇÃO ERA SIGNIFICADO POR SONORA GARGALHADA."

P. Nicolau Badariofti - Exploração no Matto Gorsso - p. 6 9


Revista de A n t r o p o f » 8 ' a

A ANTROPOPHAGIA EM
M ANHÃSINHA
CAMPINAS
Um homem. Dois homens.
Três homens.
Os parallelepipedos lustrosos Dizem os tolos que a anthropophagia desap-
escorriam água pareceu de nossa boa terra brasilica.
dos autos barulhentos Que sarambés e que sarambelões! Se ha cousa
da Prefeitura Municipal. vinculada á alma brasileira é este pequeno e in-
Quatro homens. nocente vicio guloso que levava a velha india con-
Cinco homens que gastam 4.000 calorias vertida a pedir in extremis ao seu confessor um
entraram na Fabrica. dedinho de curumim a chupar!
No 6.° Andar Ouçam os povos a veridicissima historia cam-
uma mulher debruçou-se na sacada pineira que lhes vou contar. E reflictam: a voz da
com o corpo quente infância é a voz de Deus! e a voz da Deusa que,
amassado numa cama de f e r r o . . . na opinião dos horripilantes e felizmente defun-
O dia vinha chutando tos gregos e romanos, habitava o fundo dos poços.
Assim, um infante campineiro, pelas palavras
OXYGENIO da sua innocencia, trahirá esta preoccupação ra-
cial intensa da gente do Brasil (com s e com z): A
no fim da r u a . . . ANTHROPOPHAGIA.
O chaminé da Fabrica Assassinaram ha tempo um coitado de um cam-
preto esguio pineiro que deixou enorme filharada numa pinda
que tinha jogado petéca "disgraciada" ou antes "indisgraziata" como nos
a noite inteirinha
ensina o nosso grande Juó Bananére, brasileiro
com a lua de couro
"inlustre".
soltou uma fumaça parda.
Um de seus pequenos foi recolhido á casa de
bom e rico parente que deu optima vida ao tal
(Rio de Janeiro)
crila. Tinha elle seus três annos. Passados uns me-
zes foi o pequeno reclamado por um tio paterno
JÚLIO PATERNOSTRO que pediu lho mandassem, por uns dias, afim de
que conhecesse os p r i m i n h o s . . .
Poz-se o typinho a urrar desesperadamente, no
auge do desespero. "No ultimo!" como se diz no
Oeste. "Não quero ir para a casa de Titio! Não
quero! Elle não tem o que comer! Elle não tem o
que comer!"
Ficou o protector abysmado com a attitude do
pequeno! — Sim senhor! Que guela se preparava
S o c i e d a d e Capistrano alli! Que sujeitinho interesseiro e safadinho! Que
águia! Resolveu pois interpellal-o:
de Abreu — Que historia é esta? Porque não quer você
ir para a casa de seu tio, seu diabinho?
(45, rua Capistrano de Abreu — Derretido em lagrimas poz-se o menino a ber-
rar, esperneando como o clássico possesso:
Rio de Janeiro) — Foi Você mesmo quem disse que elle não
tem o que comer. Se elle não tem Q que comer é
capaz de me comer! E' capaz de me comer! E' ca-
está publicando o edital para o paz de me comer!
Era a voz dos ancestres! Era a voz da velha
CONCURSO DE 1929 do curumim! Era a voz grave e magestosa do ve-
lho Brasil que resurgindo echoava em Campinas!
com a tese E diga-se depois disto que a anthropophagia
desappareceu do Brasil! que não é a única legiti-
ma manifestação destes Brasis hodiernos!
"O RIO SÃO FRANCISCO E que nestes não ha lugar, para a Revista da
Anthropophagia. Tantans! Bucuvas! Sarambés!
NA Sararás!
(CAMPINAS)
HISTORIA DO BRASIL" UBALDINO DE SENRA
ievista de Antropofagia

UMA REZOLUÇÃO HERÓICA


SEBASTIÃO DUS

Entre o chirriar insistente com outros poetas. que o relojio fosforecente dtte
dos grilos, o coaxar das rãs e Dezanimado me sentindo in- marcasse.
a segunda soca dos canaviais me capaz de pensar coizas absurdas Pensei nas cauzas da minha
situei ha um mez. Nos limites rezolvi escrever uma carta cujo atual vacuidade de espirito; a
da horta jardim e a encosta do tema fosse um que eu vira num auzencia da possibilidade próxi-
monte ha também o barulho do Secretario Universal "a um pa- ma duma aventura amoroza
riacho que se despeja pela bica rente transviado aconselhando-o mais ou menos complicada de-
no banheiro arruinado. voltar a trilhar a senda do bem". via contribuir mais que a falta
Como tudo ali ele recorda a Escrevi 29 linhas sem entrar no de sensações daquela vida mo-
época de tempos outros que de- assunto. Receei bater o 31 ou a nótona.
veriam ter sido melhores. Havia 31 sem conseguir principiar. Ten- O candieiro por cauza do
nas coizas um ar abatido respi- tei recordar todas as primeiras pouco querozene ameaçava apa-
rando melancólica rezignação: frazes dos romances que eu já gar e a noite me enguliria com
só o terraço alto persistia altiva- tinha lido. Comecei pela "Volta toda a sala e mais a caza. A luz
mente nobre mau grado os an- ao Mundo por Dois Garotos" (4 era portanto necessária. Era a
drajos de cimento que lhe en- Vols.)- Não me lembrei. Segui única defeza que eu possuia na-
chiam as fendas. prás "20 Mil Léguas Submari- quele instante contra a ameaça

A sala ampla que devia ter nas" de Júlio Verne. Nada. "Da- na minha integralização nas
sido de vizitas onde eu dormia vid, Copperfield" de Dickens, "O trevas.
com meu irmão em redes, qüe Estigma Rubro", romance cine- Sim, porque nenhuma vela
pela manhã enrolávamos e pen- policial; também inútil. eu possuia no momento.
durávamos nos próprios tornos Então pensei na primeira Perhaps next season my
estava fria na noite humida. palavra de cada um desses e ou- great delicious dream be alrea-
Fora o sereno ia apagando tros romances. Em vão. Compro- dy dead.
inexoravelmente uma por uma vada a minha esterilidade men- Quanto eu dezejaria ter es-
as luzes dos cassacos. tal naquela noite procurei con- crito estas palavras, embora
Algumas recalcitravam mas versar : ninguém, fora meu irmão mesmo se em vez de perhaps eu
tinham de ceder á força maior que estava entra não entra no puzesse suponhamos surely. Mas
da obrigação do trabalho mati- sono, estava acordado. foi a Deirdre que escreveu. Só
nal. Antes disso abri a janela, o prazer de ter uma iluzão. De-
entrou aquela friajem e eu só cididamente o único remédio se-
Diante do candieiro a gaz o
vi no bloco cerrado da noite a lu- ria o sono que custava. Puz n
romance não conseguia me in-
zinha da cáza do vijia. Com; boca fora da janela e recolhi 15
teressar. Levantei a cabeça, tirei
pouco mais êle havia de bater gotas de orvalho; em seguida en-
os óculos, fechei os olhos e fiz
com a maçaneta de ferro no pe- guli-as, dei graças a Deus e ador-
força pra dizer um soneto de
daço de trilho pendurado na meci profundamente.
Cruz e Souza. Não consegui. Fiz
a mesma experiência improficua frente da caza grande as horas (RIO DE JANEIRO)
Revista de Antropofagia

2 ENSAÍSTAS
Mas surge Paulo Prado. Então é indispensáveis. Aqueles^ em que o au-
PAULO PRADO — Retrato tor sabe colher mas não sabe comen-
do Brasil — S. Paulo — uma inteligência acima de toda e qual- tar. O que é dos outros é bom. O que
1928. quer suspeita (como certas virginda- é dele não presta.
des) que descobre as mazelas. E o
mal impressiona porque o médico tem Mário de Andrade com um método
Este ensaio sobre a tristeza brasi- e uma paciência fora do comum an-
leira não tem nada de alegre. Tam- inegável autoridade. Não se trata mais
de um anônimo ou de um isolado con- dou pegando na cidade c no mato os
bém não se pode dizer que seja tris- motivos raciais da música brasileira.
te. E' severo e mais nada. finado em seu isolamento. Porém de
uma individualidade pioneira que sa- São mais de cem melodias populares,
Se Paulo Prado tivesse se contentado música e canto. Trabalheira benemé-
no seu quadro impressionista em de- be o que diz e sabe como diz. Depois
a maravilha se repetiu: estudado co- rita de folclorista. Do gcito que êle
senhar o grupo das quatro desgraças fêz ninguém entre nós fêz ainda. E'
— a luxúria, a cubiça, a tristeza, o ro- mo foi o tema ficou novo. Dai o es-
mantismo — o livro não provocaria o cândalo. uma exposição (como êle chama) mui-
protesto dos patriotas. Mas quiz con- to ordenada e muito clara. Tudo ca-
O Retrato do Brasil tem para mim talogado, fácil de achar e discutido
cluir, devia concluir. E a conclusão outro grande valor: é o testemunho de
amargou na boca dos tristes. com sabedoria.
quení pertenceu á geração do Brasil-
O doente não tem medo da doença. primeiro pais do mundo c esse teste- Livro indispensável portanto e no-
Tem medo do diagnóstico e pavor do munho concorda com o da geração do tabilíssimo. Notabilíssimo graças em
tratamento. Você se queixa disto? E'. Brasil — todo errado. Muita gente de grande parte á introdução onde Mario
Sente isto? Sinto. Sente mais isto? minha idade vai agora dizer que não. discorre sobre os problemas essenciais
Também sinto. Então tem isto. Não, Mas será fácil provar a incoerência. e actuais da música brasileira. E' uma
não tenho, não é possível, não estou Geração revoltada que tem feito se- cartilha qué devia ser adotada nos
assim tão ruim que diabo. não destruir, combater, renovar? Vo- conservatórios.
Toda a gente confessa que o pintor cê na literatura. Você no jornalismo. Eu digo cartilha mas de facto é tra-
foi muito feliz no pegar a boca, os Você na política. Você na critica. Vo- tado. Há mesmo umas afirmações de
olhos, o nariz, a testa, o queixo do cê na música. E assim por deante. Mário que transbordam da matéria do
modelo. Mas o rosto não saiu pareci- *Paulo Prado escreveu um livro ad- livro e merecem meditação na litera-
do. tura e no mais. Infelizmente o espaço
A feiúra do retrato era sabida de mirável. Se for preciso gritarei e com
certeza repetirei. aqui não chega para a gente se afun-
todos. Nos jornais e nos congressos dar em certas frases do Ensaio.
não há dia em que ela não se apre-
sente até deformada para peor. Mas até MARIO DE ANDRADE — Em todo o caso eu sempre quero
agora não havia aparecido integral- dizer que Mário não faz só literatura
Ensaio sobre música brasi- de acção como êle diz. Toda a litera-
mente. Um gritava contra a política.
Outro contra os costumes. O lavrador leira — S. Paulo — 1928. tura dele é de acção não tem dúvida.
falava das aperturas da lavoura. O Mas não só de acção. A's vezes o ar-
educador dos absurdos do ensino. Tu- E Mário de Andrade escreveu outro tista puro aparece sem querer. O que
do isso parceladamente e nem sem- indispensável. Chego até o superlati- em geral é raro mas sempre bom.
pre com conhecimento exacto das vo: notabilíssimo.
causas. Há livros ruins como cobra porém A. DE A. M.

LEIAM :

PAULO PRADO — RETRATO DO BRASIL (ensaio sobre a tristeza brasileira)

MÁRIO DE ANDRADE ENSAIO SOBRE MUSICA BRASILEIRA

TRISTAO DE ATHAYDE - ESTUDOS (2.' série)

VARGAS NETTO — GADO CHUCRO (versos)

AUGUSTO MEYER - GIRALUZ (versos)


Revista de Antropofagia

O JAPONEZ SYLVESTRE MACHADO

Deprehende-se das estatísticas transeuntes desprevenidos. Uma A nossa gente culta tem uma
policiaes que o japonez não é la- vez parou na minha frente um cultura tamanha que geralmente
drão, nem bêbado contumaz, nippão. Fez três profundas reve- ignora que os nossos bugres são
nem tampouco desordeiro ou pa- rências e pediu se, por favor, eu de raça amarella. Ha por ahi
triota em excesso. Esse ser ex- lhe podia fornecer u m . . . phos- muito brasileiro puro sangue, le-
cepcional, pequeno de estatura, phoro. gitimo e indiscutível descenden-
não soffre do câncer. No Japão, O japonez é o único immigran- te de índio, olhos em amêndoa,
dizem que essa doença é desco- te que se nacionalisa em pou- pelle oliva, estatura baixa, que
nhecida. Deve-se attribuir isso cos annos. Os filhos são brasi- não admitte o japonez, porque
ao chá, ou senão, ao arroz. Esses leiros sem discussão na casa pa- este viria estragar o nosso pa-
dois productos são enormemente terna. Aos poucos vão se tor- drão eugenico. Não se enxerga.
consumidos no Japão, segundo o nando catholicos, o que é essen- Eu só desejo mais clarividen-
testemunho irrefutável do snr. cial para a sua integração na ra- cia nos caciques que mandam
Aoki, pintor de paredes, que in- ça brasileira. As nossas tradi- no Brasil.
troduziu em S. Paulo a pintura ções e festas são todas catholi- Que façam uma" viagem a
á esponja, e que pintou as pare- cas. 0 nosso passado é catho- Iguape, peguem num japonez e
des de minha casa ha doze an- lico e somos ajtavicamente im- num bugre puro sangue e com-
nos, quando eu tinha doze annos. pregnados de catholicismo, re- parem.
Affirmativa tão retumbante, gra- zas, procissões, velas, confrarias, Ora se o japonez é de raça
vada na mente em tão tenra ida- dia de S. João, etc. mais brasileira que os "brasilei-
de, da mente não ha de mais sa- Mas os nossos illustres médi- ros" descendentes de portuguez,
hir. Nem que me venham pro- cos, que não quizeram receber negro, italiano, espanhol, etc,
var o contrario os propagandis- Voronoff, acham que o japonez porque resmungar á sua entrada
tas do café paulista. não é typo "eugenico". 0 italia- na terra do guarany? 0 guara-
Além de não ter os defeitos ar- no-malaria, o espanhol-tracho- ny é um irmão mais velho delle,
riba apontados, o japonez tem ma, o bessarabiano-torre-de-ba- que se installou em sua terra o
qualidades, uma das quaes é de- bel e outras migalhas de raças Brasil, quando os brasileiros do
liciosa, numa cidade como São balcânicas, assim como os rus- litoral ainda se achavam em
Paulo, em que ha multidão de sos cheios de vodha, são, ao ver projecto nas espanhas, portu-
grosseiras aves de arribação, que dos nossos sábios, raças sãs e gaes, italias e bessarabias.
guélam a torto e á direita, pi- fortes, que virão formar a bella
sam e cospem sem cerimonia nos raça brasileira de amanhã. (CAMPINAS)

A sair brevemente:

MÁRIO DE ANDRADE — COMPÊNDIO DE HISTÓRIA DA MÚSICA

OSWALD DE ANDRADE — SERAFIM PONTE-GRANDE (romance)

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO — LIRA PAULISTANA (colecção de mo-


dinhas)

RUBENS DE MORAES — UMA FAMÍLIA ESSENCIALMENTE AGRÍCOLA


(contos)
Revista de Antropofagia
6

R O M A N C E D E UM MENINO TRELOSO
L. SOUSA COSTA
(Para o Jorge de Lima)

Quando eu era menino Um dia o bichinho


Vivia fazendo gaiolas Passava á larga
De tabocas E ia dormir empapado!
De ponteiros Outro jejuava, jejuava, piava, piava
De barbas de bode E eu não ligava...
Para um gallo de campina
Que um dia "Ou menino marvado:
Num cajueiro — Dizia a mãe preta —
Fui encontrar num ninho! Na Semana Santa
E esse treloso
Eu era menino Judiando com os passarinhos!"
E elle também...
Eu porem
Piu-piu! Piu-piu! Piu-piu!
Gostava de procurar E minha mãe dizia:
Ninhos de passarinho
De matar rolinhas de bodoque "Menino, vae dar pirão ao gallo de campina!"
De fazer gaiolas
Pro meu gallinho de campina 1, (PARAHIBA)

ENCANTAMENTO
0 sacy pererê do alto da serra
entrou na taba rasteira
do pagé de pelle de cobre,
e roubou a filha do velho.

E levou ella para a matta verde


para a festa paga das mães-dagua Empreza Graphica Ltda.
que tavam dansando
no limo verde da lagoa parada
a dansa tapuya do véo encantado. Livros, Revistas
E a moça começou a dansar Edições de luxo
sobre o vidro verde da lagoa parada
e os olhos vidrilhos do anhanguéra
encantaram a moça morena.
serviços
E a tribu morena commerciaes
perdeu a virgem morena de cabellos verdes.
E de noite as uyáras verdes
cantaram na noite cinzenta
no limo verde da lagoa parada
Rua Sto. Antônio, 17
debaixo da sombra verde do jequitibá.
Teleph. 2 - 6 5 6 0
E mais uma uyára cantou.

(MINAS)

CAMILLO SOARES ÜÜ2E:::S£E::E *»•••••••••••••? •»••••••••••«•••••••«


ReviBta de Antropofagia

Capitulo 2,°
OS TRÊS SARGE NTOS
(ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO
A PONTE DOS AMORES

Os sargentos pararam á es- 0 dono do botequim julgou o lutador? — perguntou o gi-


quina. J á estavam alguns minu- que devia protestar; nasta.
tos á espera do companheiro — Nam sinhoire. Os doces — Temos muitos milhores.
quando chegou um conhecido de cá sam feitos com leite du Vou mandar vir o mano Maneli.
pertencente ao corpo de monito- milhoire e ovos frescos. Vocês vão veri, aquilo é que é
res da Força. Vinha todo satis- — Qual seu galego, vá con-
feito aparentando envaidecimen- hómm, hómm.
tar isso para outro. Pensa que — Vá, deixe de gargantas fa-
to por algum facto lisongeiro que eu não vi você comprar na feira
lhe acontecera. Cumprimentava miliares, e traga mais uma cer-
ovos quebrados porque sae mais veja — interrompeu Cúndido.
prazenteiramente as relações que barato...
encontrava e, ao deparar os ra- Augmentara a barulheira em
Desandaram numa discussão torno dos sargentos. Era um troar
pazes que estavam á esquina, ex- amistosa acompanhada de tapas
pandiu-se em grandes manifesta- de chamados, bulha intensa de
na barriga e empurrões, cujo re- chícaras e assucareiros, pragas
ções de amizade convidando-os sultado foi o portuga derrubar
a entrar no botequim fronteiro. e troças, que apezar do alarido
uma mesa e se espichar com es- pareciam atravessar a custo a at-
— Vamos pessoal, eu pago. trondo no chão. mosfera espessa do lugar. 0 bo-
Vamos ver qualquer coisa, an- — Má r a i o s . . . quasi que me tequim enchia-se cada vez mais
da... parte as cadeiras... Olha, caí de militares — os graduados nas
— 0 q u ê . . . você está em- porque nam te quiz machucaire, mesas, os inferiores em grupos
bandeirado hoje! sinão quando Ievantavas da me- deante do balcão o u . d a vitrina
— Talvez. Aconteceu um ca- sa eu te passava uma rasteira das comidas. No ambiente turvo,
so que depois eu conto para vo- quétatirava no barracão du pi- reuniam-se homens vindos dos
cês. Vamos e n t r a r . . . c a d e i r o . . . — dizia o homem ofe- quatro ângulos do paiz, do Nor-
— Nós estamos esperando o gante, ainda atordoado da que- te, Sul, Leste e Oeste. — As suas
Antônio. da. vistas, antes de ver a scena que o
— Sae dai, seu. Onde é que quadro da tasca apresentava, ti-
— Não faz mal, não tem im- portugueiz sabe dar rasteral Vá
portância, de ali dentro mesmo nham pousado sobre a margem
nós chamamos ele quando ele contar garganta para os trouxa... de todos os rios, que correm pa-
aparecer. Vá contar isso para teus patrí- ra o mar ou para o interior, des-
cio. . . de a Amazônia até o fim do Rio
Vencidos pelo argumento, os O outro foi atender um fre- Grande. Tinham contemplado as
cavalarias aceitaram o convite do guez arrastando a perna. Expli- monótonas coxilhas onde por ve-
ginasta. Entraram todos no bo- cava ao cliente com riso um tan- zes se arredondam capões circu-
tequim. Abancaram-se á roda de to amarelo: lares de araucárias, ou a caatin-
uma mesa de onde podiam de- — Isto são rapaziadas, co- ga reles, ou a floresta dominada
vassar a rua. Atraz deles estava nheço o sargento Cândido desde pela Sumauma. Tinham visto
o balcão do portuguez, dono da que ele apareceu por cá recruta. Riribas, Chiriubas, Guaximas,
tasca, e ao lado a inevitável vi- E' muito bom rapaz, é camarada Aningas, Andirobas, Assacús,
trina com doces e pasteis, exis- que inté parece portuguez. Pre- Anonas que sombream á ventu-
tente em todos os "botecos" de firo assim a certos tipos, que que- ra Goarás vermelhas ou Jaguari-
igual categoria. Na sala atravan- rem ser óficiaes, que já arrotam tés — unas, ou sussuaranas côr
cada era um vae-vem de solda- galões, todos cheios de novhoras, de óca. Tinham visto o leque e a
dos que iam ou voltavam dos a bancarem os neurasténicos an- palma do Ruritizeiro, Assai, Gua-
quartéis. Antes de entrar de tes do tempo! cumam, Carnaúba, Muriti, sobre
guarda, as praças costumavam — Não teria acontecido o os quaes voejam Sanhaços, Tu-
comer um bocado ou beber um tombo — dizia o Cândido — si canos, Periquitos, Arara verde e
trago, quando não se abasteciam estivesse • aqui o Joaquim. encarnada, Piranga azul e ver-
com qualquer cousa para comer — Pruquê? melha, Unas azul claro e azul fer-
de manhã cedinho. Um infanta- — Porque quem caía era rete, e Canindés amarelas e azul
ria louro, moço conhecido dos ele... celeste. Tinham visto de longe o
sargentos, fez menção de tirar — E' verdade — indagou o cimo verdejante e sem fim da
uma cocada da vitrina. O gra- outro sargento, que fim levou o mata, em que as ramarias das ár-
duado espantou o rapaz: Joaquim, teu patrício? vores disputam a altura para al-
— Não coma essa porcaria, — U que é feito dele? cançar luz e calor e a base afun-
Hugo. Você morre hoje! — E\ da na serrapilheira impenetrá-
— Por que? — Despedi-o pruque nam ti- vel. Tinham visto também a Ca-
— E' veneno. No outro dia nha presença de balcão. róba em flor, a Suinam e a Pai-
fiz a besteira de comer um des- — Eim... neira gigantescas, a Canafistula,
ses t r o ç o s . . . I . . . rapaz! Vomi- —- Incomodava-me ver ao pé o Ipé roxo e amarelo, o Canudo
tei naquela árvore ali em frente, de mim aquele gajo enfezado, se- de Pito e tantos outros em que so-
que até o sargento Aquino pen- co a modos de truberculoso. Eu be a Rougainvilia, e onde se ani-
sou que eu estava no porre! quero é um tipo legitimo, genuí- nham Oncidiums juntamente com
— Não diga, seu sargento... no lá Ia minha terra Mirandela, catléias El-Dorado ou alélia Te-
— E s s e s . . . de portugueis só gente valente de Traz-os-Montes. nebrosa. Cada retina daqueles
pensa em ganhar dinheiro enve- Um pimpão que agrade ás donas, homens guardara um trecho da
nenando a humanidade. Si você e si calhar saiba partir a lata sua terra, e a reunião de todas
soubesse como isso é feito, você dum hómm. formava o paiz inteiro.
nem olhava para a vitrina. — Reforçado que nem Dudú. (Continua)
Revista de Antropofagia
8

BRASILIANA B A L C Ã O
VIII
AVIAÇÃO LIVROS PROCURADOS

De uma nota da redacçãn do Diário Popular de S. Por Yan de Almeida Prado (avenida brigadei-
Paulo, n. de 17-8-1928: ro Luis Antônio, 188 — S. P a u l o ) :
"Com o mcsino sorriso com que abraçou os companhei- — "Poesias" oferecidas ás senhoras brasilei-
ros ao deixar Roma para a travessia memorável até Natal, ras por um baiano (1830) — 2 vs.
Del Prete despediu-se de todos, no leito de dor da Casa de — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin-
Saúde, rumo á derradeira viagem. Para elle não tinha im-
portância aquclla partida c se viesse a ter, era como a cipaes suecessos" — 2 vs. — 1826-1830.
prova maior, pois, quem percorreu a distancia enorme, li- — "Sermões" de Antônio de Sá.
gando, em horas, a Itália ao Brasil, só a travessia da Vida Compra livros raros em geral sobre o Rrasil.
á Morte, poderia superar o seu grande record."

LITERATURA LIVROS A' VENDA

Sub-titulo de uma noticia publicada pela Gazeta de Ser- Arthur Findeisen (rua general Osório, 61 —
gipe de Aracaju, n. de 14-9-1928: 3." andar — apart. 4 — S. Paulo) vende:
"Lindíssimas "gcishas" de olhos de velludo negro en- — Rugendas — ed. alemã.
cherão as alléas do parque "Theophilo Dantas" da graça
— Príncipe de Neuwide — ed. alemã — 2 vs.
sumptuosa dos."kimonos" esvoaçantes."
de texto e a colecção completa de gravuras.
RELIGIÃO — F. Denis — ed. alemã. — 2 vs.
Tem também á venda grande número de gra-
De uma nota intitulada O meteorito "Santa Luzia de vuras soltas de Rugendas e retratos em marfim
Goyaz" publicada pelo Triângulo de Araguary (Minas Ge- dos imperadores brasileiros.
raes) c transcrita pelo Diário Nacional de S. Paulo, n. de
22-11-1928:
Na LIVRARIA UNIVERSAL — (rua 15 de No-
vembro, 19 — S. P a u l o ) :
"Na ponta do "Corumbá", o sr. Ney Vidal, naturalista
do Museu Nacional que o acompanhava, resolveu levar a
effeito o baptismo do meteorito — para o que convidou o dr. — S. Leopoldo — "Província de S. Pedro do
Americano do Brasil, para padrinho, c a senhorita Esco- Rio Grande do Sul" — 2.» ed.
lastica Ribeiro, para madrinha. Deram-lhe o nome de "San- — Monteiro Raena — "Compêndio" — Pará.
ta Luzia de Goyaz". Desse acto foi lavrada uma acta."

Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40 —


NECROLÓGIO S. P a u l o ) :

De um discurso pronunciado pelo snr. Anastácio Viei- — Innocencio F. da Silva — "Diccionario Bi-
ra Machado no enterro do snr. Balini Serafini c publicado bliographico" — 19 vs. ene.
pelo Machado-Jornal de Machado (Minas' Geraes), 1928: — F. Manoel de Mello — "Epanaphoras de Va-
"Srs. ria Historia" — 1660.
"Bem aventurados os humildes, os mansos de coração, — "Lusíadas" — comentado por Faria e Sousa.
porque delles é o reino dos céus", disse Jesus quando — Vieira — "Sermões" — 16 vs. e n e , sendo
desceu a este valle de lagrimas, a que chamamos mundo. alguns em 1." ed.
Que poderei eu dizer, pensarcis vós, sobre este humilde
operário, cujos despojos aqui presentes vão, dentro em
pouco, servir de pasto aos vermes da terra?

Direi do morto presente que foi talvez um fraco, que


tropeçou algumas vezes, muitas vezes mesmo no caminho
do vicio... A assinatura anual
Srs.: o morto presente, como disse, teve os seus des- da
tinos, mas, a esta hora, decerto, a sua alma desprendida
dos laços da matéria, contricta e arrependida, curva-se .tos R E V I S T A DE A N T R O P O F A G I A
pés do Creador. Entretanto, elle foi também um collabo-
rador nesse certamen a que chamamos progresso; sim, Bel- custa
line a par de suas fraquezas, foi mn lutador, concorreu com
o seu braço, com a sua mão callosa para muitas obras que
aqui ficam para attestar sua operosidade. Haja vista aqucl- RS. 5$000
las bem talhadas pedras que formam a plataforma de nos-
sa Estação da estrada de ferro, as quaes atlestam bem o Pedidos acompanhados de vale postal
esforço de seu trabalho; porquanto foi elle quem, já bas-
tante doente, conseguio com o seu ponteiro de aço c o es- para
tupim da dynamite, arrebentar c apparelhar aquelles enor-
mes blocos de granito, que lá ficam para perpetuar o seu
nome modesto e humilde de apóstolo do trabalho. Caixa do Correio n. 1.269
Paz á sua alma."
SÃO PAULO
ANO I - NUMERO 9 500 RS. JANEIRO - 1929

Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP

Elfcrtw: 13, RIU IHMWI CMSHIT - V Piv, Sill I - MIM rOSTIl I.' 1.289 - S Ã O PAULO

CHACO
O conflito entre a Bolívia e o Paraguai
a propósito do Chaco teve até agora pelo me- CORO DOS SATISFEITOS
nos uma vantagem: mostrar a inutilidade
absoluta da Sociedade das Nações. ACOMPANHADO PELO ZÉ
Quando a macróbia Europa soube que P E R E I R A D O BOM S U C C E S S O
dois meninos sul-americanos estavam se pre-
parando para um sururú de verdade pensou (dos Poemas de Bilu')
muito convencida: Eu arranjo a cousa em
dois tempos. Briand, o cabeludo (como diz
Daudet) se incumbiu de redigir e assinar o
telegrama pacificador. O telegrama partiu.
Briand deu entrevistas em que declarava Confraria somos nós
terminado o incidente. Quem tem prestígio da Beata Satisfação.
é assim. Acabem com essa briga, seus borri- Viva nós e fora vós !
nhas. Os borrinhas com medo do chinelo Tudo é mesmo muito bão.
abraçam-se cordealmente. Pois quem foram que disseram
Mas a Bolívia e o Paraguai receberam que esta vida é coisa feia ?
o despacho, leram e continuaram a trocar Quem falaram não souberam
beslicões: Nem ligaram. Briand encabuloü. como é firme a pança cheia
A Sociedade das Nações encabuloü. A Euro-
pa (que soube do negócio) encabuloü. Fora vós e viva nós !
Só depois que o pessoal da América se Tudo é bão tudo é bão !
decidiu a intervir é que as cousas tomaram Tudo é mesmo muito bão,
melhor rumo. A' voz da casa os briguentos muito bão bão bão !
cruzaram os braços. E tudo parece acabar
em santa paz.
Assim está certo. Com a intromissão da
Europa estava errado. Era quási preferível (Porto Alegre)
fazer a guerra. Só de pique.
AUGUSTO MEYER
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO

"Ya só Pindorama Kotí, itamarána


po anhantin, yararama ae recê f f
(grilo de guerra dos tupis para a conquista do Brasil)
Revista de Antropofagia

PREFERENCES

Moise tu as fait couler les flots de ta barbe.


Je n'aime pas les troupeaux de brébis qui EDUCAÇÃO SENTIMENTAL
déplacent les hanches du paysage.
Car j'ai vu Goya peindre Ia maja
à 1'egal des juifs qui auraient lapide
Mariquita fechou o Escrich
1'adultère.
e teve vontade dum hespanhol
Tu aimes comme moi, ô aimée! Ia nacelle
com seu punhal
des avions
para matal-a.
qui ont apporté d'un seul coup
le chou, Ia brebis, le lion? (Minas)
(Rio de Janeiro)
PEDRO NAVA
CHARLES LUCIFER

A Festa do guarda-chuva

Quando S. M. Mau Gosto úni- de pluma e praia despencaram da gosta de continha. Só depois
co volta de uma das victorio- pelas ruas, santo Deus! de almirante é que não gosta
sas campanhas em que se lança Primeiro teve uma vaia. Mas mais.
pelo espirito humano afora, vaia no Tempo, que estava pas- Hum!... Aquellas m o ç a s . . .
traz um bando immenso de tro- sando*, pra lá, pra cá. Só depois e uma ia que nem vêr jardim
pheus e prisioneiros para mos- delle começava o desfile. Den- suspenso, ou viuva fiel em dia
trar á gente cá da cidade. Aqui, tro duma bandeja alta offere- de Finados. Antropophagia esta-
junto da Guanabara, onde elle .ceram os taes poetas melhores e va accesa, isca saltando na fren-
collocou a capital, sempre que jornalistas desta piquiri. S. M. te que parecia manjuba na ria.
se celebram esses triumphos Mau Gosto único,.estava em to- Os poetas melhores e os jorna-
Mau Gosto sente cheio de pra- do logar, espiava tudo, fiscali- listas da terra, marcavam opi-
zer, o vigor, a seiva com que sava todos, parecia o dr. Was- niões com um lapisinho. Uma
lhe cresce o império: Não fal- hington Luiz! Afinal começou a manta vermelha de pelos gran-
tam nunca as platéas. S. M. que parada. des.. Canibal não poude. — "Dá
não é mais, está claro, aquelle Xi! Que coisas tão boas que licença!" Furou o povo, saltou
rei semi-nu' coberto de ouros. e elle trouxe, meu Deus! de um pulo no meio da calçada,
armas, vem de fraque e chapéu — "Aquillo tudo é prá gente agachado, com geito feroz. Mui-
de palha. 0 sol, electricista em pôr no pescoço?" ta moça correu. Canibal avan-
chefe, derrama todo o calorão A gente estava se enthusias- çou pra uma, deu uma dentada
das apoteoses de rua. Desfilam mando. Trouxe pavão da ango- gostoza no cotovelo. "Ai!" Pâ-
os trophéus. São as coisas precio- la, trouxe tapete da pérsia, trou-
sas que elle abiscoitou na con- nico. Tumulto. Calçada ficou va-
xe negrão escravo pitando no zia. E Canibal rindo, dansou:
quista. E nem faltam os melho- sedenho. E outras coisinhas ama-
res poetas e jornalistas que vêm Cálçadinha é minha, calçadi-
rellas, vermelhas, azues, contas,
para julgar e applaudir. nha é minha,
lacinhos.
Não é dos outros.
No ultimo triumpho de Mau Canibal velho agachado por
Gosto, houve mais calor e mais debaixo das pernas, eh! Canibal (Rio)
brilho que nos outros todos. sabido!, estava salta não salta
Nem imaginam que trophéus em cima daquillo. índio toda vi- F. de San Tiago Dantas
Revista de Antropofagia

LAR BRASILEIRO
RUBENS DE MORAES

Meu "primo João foi á Europa ficou na epocha terceira e ulti- gosta". E com uma segurança,
estudar. Voltou faliando fran- ma da vida delle: a mulher gor- vê dentro do pastel e espeta
cez. Só. da. com um olhar penetrante, ella
Foi essa a primeira epocha da aquelle que não têm azeitona. E
vida delle. elle pensa: "Aquelle pastel tos-
Depois veio a epocha do dedo tadinho estava bem mais apeti-
espetado. A propósito de tudo, Ella é gorda, elle é gordo, elles toso, apczar da azeitona... Azei-
do menor caso, o primo João são gordamente felizes. Ella é tona?... Será que eu não gosto?...
espetava o dedo e exclamava : feliz porque elle é feliz. Mas E'„. é isso mesmo, eu não gos-
"Em P a r i s . . . na O r ó p a . . . " De- elle, o famoso primo João, o ho- to..." e mastiga com convicção.
pois elle cançou e socegou. Quan- mem das aventuras memoráveis, Ella sabe que elle não gosta
do assustou estava casado com o elegantissimo primo João que que lhe passem a mão nos ca-
a prima Yaya. Foi essa a ultima esteve na Europa, porque é elle bellos. Ella não se zanga quando
epocha da vida do meu primo. tão feliz? ella vêm toda carinhosa e elle
E' irremediável. Não haverá ou- E* porque ella sabe que, para diz: "Não amolle..." Ella borda
tra. A vida delle acabou ahi. o João, sahir sem sobretudo nas camisas de dormir mais curtas
Hoje, elle não conta mais ca- noites de neblina não tem im- na frente, com uma fenda de
sos de bigode e chapéu coco, pas- portância, mas saltar da cama cada lado para elle poder cocar
sados em Paris. Quando se co- sem chinelos é um espirrar quo a perna distrahido, pensando em
menta o Brasil, elle não espeta não acaba mais. E' porque ella negócios emquanto elle conta
o dedo e conta cousas da Euro- sabe que um quadro na parede cousas da casa.
pa. Não compara mais a Europa um millimetro enviezado é mui- Ella sabe que terça-feira é dia
e o Brasil. Meu primo João en- to mais grave que deixar esfriar de pocker em casa do Maneco.
gordou, minha prima Yaya estu- a água do banho. Minha prima Ella se lembra de todos os anni-
fou. Ha mais um casal feliz nes- Yaya depois de longos e pacien- versarios e avisa o marido logo
ta terra essencialmente agrícola. tes estudos compreendeu que as de manhã cedo para elle não se
De vez em quando um amigo guerras napoleonicas e o Brasil esquecer de dar parabéns.
assombrado sacode a cabeça: Hollandez do collegio de Sion Depois do jantar quando elle,
—"0'ra veja, o João, hein? Quem não fazem a felicidade no lar. sentado na cadeira de balanço,
diria que elle havia de dar tão Minha prima Yaya compreendeu depois de ler os jornaes da tar-
bom marido? Um homem que que toda a felicidade está em de, começa a assoviar baixintu
pintou o caneco em Paris, que mudar ella mesma os botões da e desafinado, ella diz:
gastou uma fortuna em pânde- camisa do marido antes dello — "Faz hoje dez annos que Nhô-
g a s . . . óra, sim, sim s e n h o r . . . " sahir do banho. Ella sabe que, nhô morreu... Se elle ainda vi-
Então o amigo philosopho, -o muito mais que os dez manda- vesse estaria com cincoenta an-
homem de grande experiência, mentos da lei de Deus, vale este nos...".
solta o aphorismo definitivo: que ella aprendeu duramente: Silencio...
— "Os melhores maridos são "Não tirar as cousas do lugar". "Do que foi mesmo que elle
aquelles que foram mais pânde- Ella diz cousas assim: "Não morreu?..."
gos em solteiro". sente ahi que Vce. fica com as
— "Os médicos disseram que foi
E o amigo que concorda sem- costas no vento". Ella sabe até
pedra nos rins, mas para mim,
pre encerra o assumpto com um: que ponto é precizo contradizer
não foi. Foi de typho que elle
— "E' isso mesmo..." o João, e, com um instincto in-
apanhou numa viagem que fez
Talvez o philosopho tenha ra- falível, ella concorda no momen-
a São Paulo para buscar as me-
zão. Mas não é só por cançaço to exacto em que elle ia zangar.
ninas no collegio".
que o meu primo João socegou Ella sabe de que pratos elle gos-
— "Ahnnn..."
e engordou."Todos nós temos na ta e como elle gosta. Quando elle
Silencio...
vida a epocha da mulher gorda. vae se servindo de um pastel
Minha prima Yaya entende
Muitos passam, vão para diante pançudo, ella intervém: "Não ti-
profundamente de parentescos.
re esse, têm azeitona, Vce. não
ou voltam, outros ficam. João
(do livro de contos Essencialmente agrícola.)
Revista de A n t r o p o f a g i a

1 CRÍTICO E 1 POETA
TRISTÃO DE ATHAYDE
— Estudos — 2* série —
Rio de Janeiro — 1928.

Tristão de Athayde é o critico homem no teatro do siciliano é Com os limitados recursos de


do Brasil novo. Mais me conven- demonstrada e analisada com uma tipografia de Passa-Quatro
ço disso quando leio os ataques inteligência e uma força crítica Heitor Alves desenhou um raio
furiosos que êle recebe a cada invencjvel. Outro ensaio exce- de todas as cores na capa do li-
instante dos críticos do Brasil lente é o dedicado a S. Francis- vro separando as letras de seu
velho. Porque vê as cousas do co de Assis. nome e do titulo, letras amare-
passado sem a lente de aumento Não cito esses dois para desta- las, vermelhas, verdes, azues.
do tradicionalismo e do fanatis- ca-los do resto do livro. Quando O movimento de 1922 levou
mo e vê as cousas do presente a gente não concorda com Tris- assim alguns anos para chegar
com olhos desprevenidos, tem tão tem vontade de discutir. Os a Itanhandu'. Em compensação
sido xingado á vontade pelos que seus pontos de vista nunca teve um desembarque de arrom-
vivem ás avessas. Isto é: nas- deixam o leitor indiferente. ba. Heitor Alves sozinho se in-
cem em 1890 e daí a vinte anos Abrem debate. Forçam o aplau- cumbiu do hino nacional, dos
não estão em 1910, mas em 1810 so ou a contradita. foguetes, dos arcos de triunfo,
e assim por deante. Vão remon- Os volumes dos Estudos serão do vivório, dos discursos e do
tando velozmente. Assim se ex- uma história da literatura actual resto. Tamanha actividade fes-
plica o facto de haver contem- sem a paulificação das datas e tiva só podia partir de um con-
porâneos de Apoio entre nós. dos cargos públicos exercidos vencido. E o autor de Sons além
Esta série dos Estudos revela pelos poetas. Neles a aproxima- de ser um sem dúvida alguma
o mesmo estudioso infatigável ção não será imposta pela or- tem muito geito para catequista.
da primeira, o mesmo espirito dem cronológica, mas pela iden- Convenceu-se primeiro. Quer
ao corrente de tudo quanto se tidade ou mesmo disparidade de agora convencer os outros. De
passa aqui e lá fora, ontem e pensamento ou tendências. forma que é muito provável uma
oje. Como juiz da litertura nova Acho que Tristão está se tor- escola itanhanduana de poesia
é excelente porque vive de pé nando indispensável. Não é pos- revolucionaria dentro de pouco
atrás. Não quer isso dizer que sível dizer mais. tempo. Assim essa cousa ainda
seja um desconfiado. E' um ho- HEITOR ALVES — A vida indefinida mas j á palpável que
mem que anda com o movimen- em movimento — Passa- é a literatura nova vai ganhando
to (ás vezes até na frente do Quatro — 1927. o Brasil inteiro.
movimento) mas não no movi- No quilômetro 47 da Rede de Quem como eu publica um jor-
mento. De tempos em tempos Viação Sul-Mineira fica Itanhan- naleco ás vezes é surpreendido
se volta para medir o caminho dú. Em Itanhandu' tem um gi- por uma carta das profundas de
andado. násio e nesse ginásio ensina fí- Goiaz por exemplo em que o re-
Possue ainda a vantagem de sica e química um engenheiro da metente disserta sobre Max Ja-
ser um apaixonado. Está satis- Politécnica do Rio, chamado Hei- cob e manda uma poesia onde
feito na sua terra e na sua épo- tor Alves. ao menos vale a intenção. O que
ca. Não diz friamente porém se Na cidadezinha de queijos esse talvez não seja um bem (porque
deixa empolgar pelo que diz, moço nervoso fundou a revista desse geito a cousa vira moda)
acumula argumentos, discute, lu- Electrica e escreveu o livro de mas sempre pode trazer umas
ta, insiste. Depois não tem me- versos A vida em movimento. revelações boas e até ótimas. Ve-
do de afirmar. Duas façanhas. Porque tanto o jam Cataguazes.
O estudo sobre Pirandello por livro como a revista fazem ques-
exemplo é ótimo. A ausência do tão de gritar seu modernismo. A. DE A. M.

LEIAM:
P A U L O P R A D O — RETRATO DO BRASIL (ensaio sobre a tristesa brasileira).
T R I S T Ã O D E A T H A Y D E ~~ ESTUDOS — 2." série (critica).
M Á R I O D E A N D R A D E ~ ENSÀI° SOBRE MÚSICA BRASILEIRA (critica e folclore).
A U G U S T O M E Y E R ~ GIRALUZ - (versos).
V A R G A S N E T T O — GADO CHUCRO — (versos)
JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA ~ A BAGACEIRA - 4.' ed. - (romance).
Revista de Antropofagia

CANÇÃO DO RETIRANTE
ENTROU JANEIRO 0 VERÃO DANOSO
SEMPRE AFITIVO PELO SERTÃO...
CACIMBAS SECAS NEM MEREJAVAM...
0 MOÇO TRISTE DISPERANÇADO
FEZ UMA TROUXA DE SEUS T E R E N S . . .

DE MADRUGADA — SEM DESPEDIDA —


FOI PRA SÃO PAULO PRAS BANDAS DO SUL
A MOÇA TRISTE SE AMURRINHOU
FICOU BIQUEIRA
VIROU ISPETO
— ELA QUE ERA UM MULHERAO —
INTE' QUE UM DIA JA' DERRUBADA
DE MADRUGADA
FOI PRA SÃO PAULO...

PRA UM SÃO PAULO QUE NINGUÉM SABE NAO.

(Natal)

JORGE FERNANDES

ASSUMPTO RESOLVIDO
FORMAÇÃO
Não comprehendo porque é que muita gente tem a ma- O homenageado tinha intelligencia e uma vas-
nia de esconder que a antropofagia é uma instituição tra- ta cultura, tanto que sua mulher de humildade
dicional entre os índios americanos.
E' uma cousa tola e que recommenda mal os que vi- medrosa de admiração além da mudez dava-lhe
vem gritando que o indio brasileiro não comia gente. Co- filhos.
mia e muito bem comido.
Não bastassem os depoimentos de Hans Staden e Jean Também só lia — e ahi havia engano — com
de Léry e teríamos ainda mais rail,e um indícios seguros. a recommendação de capricho:
Outro dia eu conversando com' o dr. Juan Francisco
Recalde, que na minha opinião é um dos mais entendidos Liste de bons livres á lire
indianistas modernos, ouvi delle esta monstruosidade: "que E não discutia para não offender susceptibi-
no território actualmente oecupado pelo Brasil, Paraguay
e Uruguay, nunca houve índios antropófagos". lidades.
Agora é um senhor Luis Bueno Horta Barbosa que Mas n o momento preciso sabia fulminar com
escreve ao "Diário da Noite" para rebater a affirmação
de que existam selvicolas brasileiros antopofagos. monossylabos e destruir prazeres.
E que existam... Que tem isso 1 Mais tarde para conquistar novas amisades fez-
Acaso a antropofagia não é uma instituição elevada e
praticada em quasi todas as religiões ? se pensador e ás vezes, de dó, illustrava o próxi-
Muito bem andou Oswald de Andrade quando disse que mo com citações fallecidas em laboratórios scien-
a antropofagia no catholicismo estava acovardada no pão
e no vinho — representantes da carne e do sangue — tificos.
Está provado e é geralmente acceita a antropofagia co- A's vezes também era nacionalista do mais pu-
mo sendo a communhão da carne valorosa.
Os índios não comem a carne de seus inimigos ou che- ro e dizia phrases.
fes com intenção gastronômica. E tinha convicções indígenas:
Comem porque pensam mastigar também o valor do
comido — comidos voluntários, quasi todos — — Sou bravo, sou forte !
Por isso o sr. Horta Barbosa deixe de querer roubar
do pobre e já tão expoliado indio o seu maior e melhor O outro que não era trouxa garantia-se.
patrimônio: — AHN !
0 bom gosto de comer carne humana — carne valorosa. (S. Paulo).

CHINA A. de Almeida Camargo


Revista de Antropofagia
6

OBJECTIVO
<DOS POEMAS CONCENTRICOS) WALTER BENEV1DES

A silhueta do teu corpo


inda fazia mais distante
a paisagem desmaiada.

Emquanto o sol se divertia


numas ultimas variações de vermelho sobre as nuvens,
Você alli inerte
era a crystallização de todos os teus cansaços,
porque o teu braço rectissimo
que se acabava no gramado
era a prova maior da tua alegria,
alegria de se sentir
numa pausa salutar do sentimento,
alegria de se sentir fatigada
das minhas palavras inúteis.

Depois,
quando as sombras tomaram conta daquellas arvores folhudas,
eu não creio que Você se livesse retirado,
por causa do sereno,
nem que eu me tivesse aborrecido
de só te ver assim immovel;
— nós ficámos mesmo alli :
Você embevecida de estatuaria,
eu sedento de pesquiza,
ambos perdendo a cantiga dos griüos
que se esforçavam á tôa.

(Rio de Janeiro)

Brevemente: Empreza Graphtca Ltda.


ALCÂNTARA MACHADO — O bandeirante na
intimidade — (estudo sobre os inventários
Livros, Revistas
paulistas do século 17).
Edições de luxo
MARIO DE ANDRADE — Compêndio
da música.
de história
serviços
RUBENS DE MORAES — Essencialmente agrícola
commerciaes
— (contos).

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO — Lira Rua Sto. Antônio, 17


paulistana (coleção de modinhas).

OSWALD DE ANDRADE — Serafim Ponte-Grande


Teleph. 2 - 6 5 6 0
(romance).
Revista de Antropofagia

(ROMANCE)

Capitulo 2.°
A PONTE DOS AMORES YAN DE ALMEIDA PRADO

li

Ali estavam todas as raças que ti- soalho. Nos intervalos das músicas inferioridade da raça preta nas cida-
nham vindo para a terra da promis- cantam em coro melopeas ásperas e des. Apezar de ser minoria nas aglo-
são. Cada homem que entrava na tas- monótonas, entremeiadas de surtos merações urbanas paulistas, 80 »\° do
ca augmentava o contraste existente de bebedeira em que disparam os re- pessoal dos prostíbulos operários
entre os que ainda representam os pri- vólveres para o ar. O rumor da festa coinpõem-se de pretas e mulatas. Es-
meiros povoadores do paiz. Mais tarde, atrae outros estrangeiros inimigos sas mulheres caíram na VIDA por-
no espaço de algumas gerações, ha de que se mostram tanto mais rivaes que quasi não casam, não constituem
surgir um tipo mais uniforme, amol- quanto mais se parecem com os con- uniões regularcs, servem para as ne-
dado pelas mesmas necessidades de correntes. Todos louros, grandões, cessidades de todo homem que as
vida que todos partilham e que traz abrutalhados. Porém uns são ungare- persegue. Recebem do traunseunte
aos poucos um ar de parentesco aos zes (como são conhecidos do povo) e ou do negro companheiro a sifilis.
nativos de uma região qualquer. Nes- outros estonianos, não menos turbu- Junta-se á lues o tilcolismo, e ambas
ta, onde afluiram correntes imigra- lentos, que moram nas redondezas e as cousas predispõem aqueles orga-
tórias de toda a parte, por força das odeiam aos vizinhos. Começou a rus- nismos, que vivem muitas vezes ape-
cousas, o caldéamento será mais ex- ga por uma insignificància, namoros nas alimentados, á tuberculose, á de-
traordinário do que em outros paizes que foram degenerando em provoca- generesencia, á loucura. O antigo
do mundo. A mistura foi mais intensa, ções, para terminar em pancadaria. atleta africano, que, trabalhava no
quando não o amálgama mais fácil, De desavença a desavença vão se cito das fazendas, não deixou descen-
e, antes que a influência do clima, tornando mais inimigos. A' briga iso- dência. Não podemos considerar co-
costumes, vícios ou virtudes venha lada sucede outra briga, em que to- mo sendo seu neto o aborto desden-
uniformisar o produto humano do fu- mam parte dois ou três, e as desor- tado, corroído de mil mazelas, de
turo, teremos quantidade de pequenos dens que começaram a murros, aca- peito fundo e pernas bambas, que se
núcleos espalhados pelos bairros que bam a cacete ou faca. Ha encontros arrasta pelas ruas a procura de em-
so poderão ser de pronto distingui- de grupos seguidos de encontros de prego leve que lhe permita satisfazer
dos pela gente mesmo do lugar. Se- bandos. Não é raro, na estrada do as suas únicas ambições: a dança, a
rá como o sotaque da sua linguagem. Oratório, enfrentarem-se depois duma preta e a bebida.
Formarão ainda um paradigma mis- série de conflitos duas joldas compos-
tas de quarenta ou sessenta homens No botequim apareciam amostras
terioso (quasi oculto de tão imper- armados. Enquanto tarda a cavalaria, da transformação das raças espalha-
ceptível) e que no entanto sentiremos os adversários disparam as armas das pelo paiz. Alguém, com prática
como si fosse concretamente delinea- que ainda conservam da grande guer- do recrutamento da Força, podia pôr
do. Bastará um certo modo de falar, ra, pistolas automáticas, revólveres rótulo, indicando a origem, em cada
ou conjunto de traços no físico, ou de grande calibre c até mosquetes miliciano que entrava na tasca. A'
em ultimo caso mandira de vestir, dos antigos regimentos de dragões, excepção dos pretos, era fácil reco-
para adivinharmos a origem deles. lanceiros ou ussares da Áustria, Rús- nhecer, por exemplo, o mineiro do
Em certas regiões do paiz ficaram sia ou Alemanha. São o pesadelo da nortista. Um tem traços grandes, fi-
insuladas aglomerações humanas. 0 policia. sionomia calma, quasi impassível, ati-
tipo que produziram, quando chega tude retraída. O outro, traços peque-
a S. Paulo, apresenta-se tão inteiriço O nacional vindo de fora, de muito nos, o nariz, a testa, a cabeça, o cor-
no seu aspéto como o estrangeiro longe ás vezes, não sente necessida- po, tudo é arredondado. E' mais tron-
pertencente a uma raça de ha muito de se ajuntar em chusmas: não está cudo, traz no físico a mestiçagem do
formada. preso pelo idioma, não está isolado. branco com o indio, que ainda é mais
Tal é o cearense para os primei- Foge do conterrâneo recém-chegado acusada nos pometos e nos olhos, ne-
ros, tal é o alemão para os segun- (que logo o chama de primo) para gros e brilhantes como jabuticabas
dos. Ao desembarcar vão se locali- evitar as "mordidas". Aflue para as de Sabará, tal a vivacidade ladina,
sando ao acaso, os nacionaes por to- bandas da Luz. Alguns que desgarra- curiosa ou perserutadora que demons-
da a parte, os estrangeiros de prefe- ram da leva, que veio do Norte ou tram. Não tem como o mineiro, do-
do Sul, voltam das fazendas do Inte- no das jaboticabas, a velhacaria ocul-
rência onde encontram patrícios. Dai ta sob aspéto inofensivo. O ânimo
surgem bairros de Ietões no Oratório, rior e procuram ingresso na Força
Pública do Estado. Lá não ha estran- bulhento do nortista torna-o, alter-
de austríacos e alemães no Mandaquí, nadamente, atraente ou indesejável
de úngaros no Buraco Quente dos geiros, os filhos de imigrantes são
relativamente escassos, o que mais se como si fosse uma criança.
Campos Escolástica, portuguezes _ e
espanhoes no Arincanduva e Califór- vê são caboclos, negros ou mestiços, O carioca, também numerosíssimo
nia. Mas as necessidades da vida e ainda novos e solteiros, em que pre- na Força, anuncia-se pela fala. No
os ditames do sexualismo irão aos dominam os que vieram de outros proletário do Rio ha um sotaque e
poucos aproximal-os. No começo, o Estados. Nestes, por sua vez, sobre- linguagem inconfundíveis, tão carate-
contato entre eles era feito somente saem, pela quantidade, mineiros e rísticas quanto a do paulista do Be-
fora de casa, no trabalho e nos diver- nortistas. A origem é como o índice lemzinho ou Bom Retiro, porém in-
do adeantamento ou atrazo da zona finitamente mais agradável e interes-
timentos. Era eterno. Mais tarde, que deixaram. Quanto mais numero-
realisou-se mais intimo para os filhos sante. E' ameno c cantante, doce e
sos são de um lugar, mais este é in- amável como a população infantil e
na escola, no serviço militar e no feliz e pobre.
lar. Logo que desembarca, o imigran- desocupada, que se espreguiça lazza-
te junta-se aos que partindo da mes- Antigamente, quando passava atra- ronicamente pelos morros c praias da
ma proveniência, chegaram antes vez da rua do TRIÂNGULO a guar- mais linda baia. E' um prazer ouvil-
dele. Passam a morar em casinhas, da do palácio (ha dez ou doze anos os dizer "...cherguei o Otávio lááá
misturados adultos e crianças de qual- airaz), os homens mais encorpados do fim da avenida Poóóólista...".
do piquete eram os pretos. O' resto, Muitos que têm esse sotaque na For-
quer sexo, em número de seis, oito, ça Pública fizeram apenas um está-
dez no mesmo quarto, destinado a um composto de caboclada mais clara,
era o rebutalho da escória humana gio no Rio. São rapazes de Estados
casal só. Nas festas bebem no bar do diversos, que usaram a farda do exér-
conterrâneo e dançam na sociedade que vae ter ás cidades. Perto deles
os negrões faziam vista. Hoje vemos cito, da armada ou da brigada mili-
recreativa da colônia situada no bair- tar, antes de virem para os batalhões
ro. Aos sábados ou dias de pagamen- com espanto, num lapso de tempo
curtíssimo, degenerarem com incrível ou regimentos da Força.
to, durante a noite inteira, quem pas- rapidez. Dá-se agora o contrário: os
sa na rua ouve o baque dos pares melhores da tropa são os brancos.
que dançam e que a espaços, caden- A causa desta fulminante degenere- (Continua)
ciadamente, pulam e batem com es- cência está na condição de extrema
trondo os sapatos grossos sobre o
Revista de Antropofagia
8
B A L C Ã O
BRASILIANA
IX LIVROS PROCURADOS

BRASILIDADE Por YAN DE ALMEIDA PRADO (avenida bri-


gadeiro Luis Antônio, 188 — S. P a u l o ) :
De uma noticia sobre o Convênio da Imprensa Norte
Paulista, realizado em novembro ultimo na cidade de Tau- "Poesias" oferecidas ás senhoras brasilei-
baté, publicada pelo "Correio Popular" de Guaratinguetá, ras por um baiano (1830) — 2 vs.
n. de 25-11-928:
|'A's 12 horas, no Hotel Lino, foi servido um almoço — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin-
regional aos jornalistas, offerecido pelos exmos. srs. Depu-
tado Euchario Rebouças de Carvalho e Álvaro Marcondes cipaes suecessos" — 2 vs. — 1826-1830.
de Mattos, Vice-Prefeito da cidade. "Sermões" de Antônio de Sá.
Em brilhante discurso, cheio de profundas considera-
ções e perfeitamente burilado, proferido com calma por — Manoel Calado — "Valeroso Lucideno".
quem é mestre na oratória, o Deputado Euchario Rebou-
ças offereceu o banquete. — Duarte de Albuquerque Coelho — "Memó-
Agradecendo usou da palavra o jovem jornalista, mas
talentoso, sr. Luis Sampaio Penna. rias Diárias".
Durante o agape tocou a renomada orchesjra do pro-
fessor Fego Camargo. — Alvarenga Peixoto — Obras em 1." ed.
São dignos de mensão dois factos que muito nos agra- Compra livros raros em geral sobre o Brasil.
daram e avivaram o nosso amor á terra em que nascemos,
fazendo-nos lembrar d'"0 Brasil e a Raça" de Baptista
Pereira. Os srs. deputado Euchario Rebouças e José de Por MANUEL BANDEIRA (rua do Curvello,
Moura Rezende em testemunho de seu espirito de brasi-
lidade timbraram em offerecer-nos banquetes á brasileira 51 _ Santa Teresa — Rio de J a n e i r o ) :
não permittindo ir á mesa uma só iguaria de nome estran-
geiro. Lá tivemos o nosso tutu com torresmo, o arroz, o Mac-Carthy — "Viagem na China".
frango assado e outros pratos genuinamente nacionaes.
Ainda mais, as musicas eram todas brasileiras. E pudemos
apreciar "O Guarany" e "Salvador Rosa", de Carlos Go-
mes, além das muitas outras cuidadosamente escolhidas
pelo maestro Fego Camargo. Não precisamos ir buscar :
inspirações na velha Grécia ou na antiga Roma: temos LIVROS Á VENDA
aqui o nosso Parahiba do Sul, as serras do Mar e da Man-
tiqueira, as nossas mattas, e as nossas campinas e a nossa Na LIVRARIA GASEAU (praça da Sé n. 40
igara. Bastam!"
— S. P a u l o ) :
MESTRE NA ORATÓRIA
De um discurso- proferido pelo deputado Euchario Re- — 'Archivo Pittoresco" — 11 vis. ene.
bouças de Carvalho num banquete offerecido ao senador — "Panorama" — 17 vis. ene.
Dino Bueno em Taubaté e publicado pelo "Jornal do Com-
mercio" de S. Paulo, n. de 14-7-926: — Vieira — "Sermões" — 16 vis. e n e , sendo
Senhor senador Dino Bueno, eu me sinto bem onde alguns em 1.* e d .
estou, porque ainda tenho bem dentro de mim o reboar
longínquo da voz de meu pae, José Rebouças de Carva- — Innocencio F. da Silva — "Diccionario Bi-
lho, do meu avô Barão do Jambeiro, que propugnaram
nesta tenda de trabalho e foram vossos amigos. Eu ainda bliographico" — 19 vis. ene.
tenho nítidas e rutilantes as imagens da minha infância
aqui vivida c por isso mesmo sou capaz de auscultar em
alto diapasão e transmittir o sentir quente e robusto da
gratidão deste povo, que é o meu povo e do qual eu sou
uma legitima molécula.

Que esta festa, entre os embates de vossa vida, seja


um murmuroso oásis bemfazejo, a reflorir nos applausos
de vossos concidadãos, consagrando o acerto da vossa di-
A assinatura anual
rectriz política; que ella seja a nota incentivadora das
vossas energias políticas, assignalando para nós outros a
rota luminosa a palmilhar.
da
Exmo. senador Dino Bueno, se soerguerdes um pouco o
vosso busto por sobre o oceano agora calmo, e antes en- R E V I S T A DE A N T R O P O F A G I A
capellado, do povo taubateano e procurardes divisar o
porque da calmaria, encontral-o-eis em alto relevo na
vossa attitude para com elle, na vossa solicitude, nos vos- custa
sos conselhos, no vosso concurso para o triumpho decisivo
e consolidação da actual política progressista de Taubaté.
Pois bem, é essa mesma attitue, é a lembrança desses
assignalados serviços que heis prestado, que de novo o RS. 5$000
fazem se encapellar em irreprimíveis ondas gigantescas,
que, para vos saudar, vêm quebrar-se bem junto de vós,
nas brancas espumas de sua gratidão." Pedidos acompanhados de vale postal

BOAS FESTAS para


Cartão distribuído em dezembro de 1928 no Theatro
SanfAnna de S. Paulo: Caixa do Correio n. 1.269
"Os" indicadores dos camarotes
CRISTOBAL e Dna. NICOLINA
Desejam aos seus distinetos espectadores SÃO PAULO
Boas Festas e feliz Anno Novo."
ANIMO I — NUMERO ir> 500 RS. FEVEREIRO — 1929

Revista de Antropofagia
nírAi*itSn
Directao «de
IAÀ V T A V T A
ANTÔNIO DE F \ * I È. * <t t « m . . . .
ALCÂNTARA MACHADO ._
Gerência etc. de RAUL BOPF

Endereço: 13, RUfl BENJAMIM COMSTflMT - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SÃO PAULO

Ascanio Lopes BANZO


Com vinte e dois anos Ascânio Lopes morreu
no dia 10 de janeiro em Cataguazes. No dia 9
(como Carlos Drummond de Andrade me lem-
brou) eu dizia no Diário da Noite de São Paulo Subiu a toada
que o menino-poeta tinha futuro garantido. E ti- dos negros mocambos
nha mesmo- O que mais me agradava nele era Sahiu a mandinga
a timidez misturada com a malícia. Atravez de de pretos retintos
suas cartas e de seus versos eu percebia um Ascâ- vestidos de ganga.
nio bom, muito bom mesmo. Porém essa bon-
dade êle guardava e escondia. De forma que os Quillengue, Loanda,
de fora a ignoravam. E embora a culpa fosse sua Basuto e Marvanda
ou não fosse de ninguém, Ascânio se vingava com fazendo munganga
a malícia. Êle mesmo deixou transparecer isso tentando chamego
comoventemente numa poesia chamada Ambiente cantando a Changô.
de infàcia.
O pouquinho que Ascânio escreveu dá de sobra Escudos de couro,
para a gente lastimar o que deixou de escrever. pandeiros, ingonos,
Foi embora quando ainda estava no começo e a batuques e danças.
gente sente saudade daquela esperança. Acredita- Palhoças pontudas
va na literatura e na literatura do Brasil. De vez com ferros nas lanças.
em quando se metia a estudar assuntos graves.
E nunca brincou. Não via na poesia moderna Terreiros compridos
(como tantos) apenas um pretexto para ousadias de barro batido.
engraçadas e molecadas cínicas. Trabalhava ho- Cantigas e guerras
nestamente. Sabia o que fazia e queria fazer di- com sobas distantes.
reito, fazer sempre melhor. Caçada ao l e ã o . . .
Outra cousa que êle também sabia era sofrer.
A doença que o matou em certos períodos não Caninga de choro
lhe deixava tempo senão para acompanhar passo zoada de grillo.
a passo a aproximação do fim. Há 41 dias que Campina de canna
estou de febre brava (assim me escrevia em maio com água trahquilla. •.
. . . a voz do feitor.
de 28) e estou proibido de ler, escrever, levantar,
mexer, etc. E acrescentava: Agora mesmo a fe-
bre aumenta. Isso com uma letra que ia crescendo Mucanas cafuzas
como a febre dele. moleques zarombos.
Na noite retinta
Rosário Fusco escreveu antes dos versos do
a toada subia
Fruta de conde: ... e que ninguém nunca se es-
dos negros mocambos.
queça de Ascânio Lopes. Pois é claro que quem
o conheceu não poderá esquecer, Rosário Fusco.
(Natal).
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO LUÍS DA CÂMARA CASCUDO.
Re v i s t a de Antropof»*i»

•RETRATO DO BRASIL
DORES DO INDAYÁ

Uma rua velha e vazia, O que mais me admira no Brasil

uma casa velha e vazia, não é o rio Amasonas — o maior do mundo !


uma vida velha e vazia.
E nem as florestas e as riquezas,
A poesia das cousas humildes
as maiores do mundo !
morrendo, morrendo...
O que mais me admira no Brasil
(Meu Deus, fazei com que o dia de amanhã
seja differente do dia de hoje!) é a preguiçosa confiança que nós temos

morrendo com o nessas coisas todas — as maiores do mundo!...

habito.

(Minas) (Bello Horizonte).

EMÍLIO MOURA. JOÃO DORNAS FILHO.

SMí5Z5K25É3aSH5KHa5?5a5E52525H525a5a5H5a5Z5a^^

LEIAM:

— RETR D0
PAULO PRADO ATO BRASIL (ensaio sobre a tristesa brasileira).

EST
TRISTÃO D E ATHAYDE ~ VDOS — 2.» série (crítica).

M Á R I O D E A N D R A D E ~ ENSAIO SOBRE MÚSICA BRASILEIRA (critica e folclore).

A
JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA ~ BAGACEIRA - 4.a ed. - (romance).

GUILHERMINA CÉSAR e FRANCISCO PEIXOTO — MEIA PATACA — (versos)


FRUTA
ROSÁRIO FUSCO ~ DE CONDE — (versos).
Revista de Antropofagia

Uma adesão PEDRO DANTAS


Como quer que se julgue a gira em torno do objeto. Limi- sr. Oswald de Andrade era a fal-
obra do sr. Tristão de Athayde ta-se a observa-lo do lugar onde ta de confiança que este lhe ins-
e a sua posição intelectual, não está. A conseqüência direta des- pirava, aquela continua impres-
é possível negar a singular im- se modo de ser é uma tendência são de terreno movediço, que
portância que têm na nossa vi- instintiva para impor o seu pon- perturba e arrasta ao desequilí-
da literária as suas atitudes e os to de vista, pela estranheza que brio. E êle censurava a eterna
seus pronunciamentos. A autori- lhe causa o que se vê dos ou- brincadeira em que se compraz
dade moral, a cultura e a inte- tros. Para impor, digo mal, mas o sr. Oswald de Andrade, espro-
ligência do critico souberam fa- para considera-lo como o verda- bava-lhe a leviandade das atitu-
zer-se respeitar do publico difí- deiro, o único legitimo. Dai des, a alegria, o bom-humor. Ti-
cil que lê as crônicas literárias certa feição evangelizadora da nha saudades do Oswald precio-
dos jornais (autores, amigos dos sua critica e o receio que lhe so e tétrico dos "Condenados".
autores, inimigos dos autores e infundem os que êle considera Achava uma pena, um sacrifício
ás vezes o cidadão ingênuo que "germens d edissolução" do es- inesplicavel que um homem co-
procura se pôr ao par da lite- pirito porue ameaçam a unidade mo o sr. Oswald de Andrade ca-
ratura francêza contemporânea" e a segurança da construcção do paz de lagrimas e desgraças,
o sr. Bernard Fay deu ao capi- seu sistema pessoal. Tais ger- andasse pelo mundo, tranqüilo
tulo sobre Barres o titulo de mens êle os combate como é e sem remorsos, se divertindo.
"Maurice Barres ou La littéra- possível, mas improvável ue Eu- E traçava do autor de João Mi-
ture hausse le ton". Da mesma clides combatesse as geometrias ramar retratos pessimistas, mos-
forma, quem quizesse traçar um não-euclideanas: em legitima de- trando-o frívolo, inconstante,
panorama da nossa literatura "blagueur", modernista snob, cir-
fesa. Não podendo admitir, por culando entre os salões ricos de
neste primeiro quarto de século, instinto de conservação, ue ou-
poderia dedicar ao sr. Tristão S. Paulo e os cafés literários de
tra visão do mundo se imponha Paris, tomando a sua "water-
de Athayde um capitulo intitu- em detrimento da sua, imagina
lado "A critica literária levanta manzinha" para escrever.., 0
que o que se perderia por amor "Retrato de mim por Tristão de
o tom". Efetivamente, si refletir- dessa outra havia de ser o mun- Athayde", em suma. E concluía
mos no que era a critica brasi- do mesmo e não somente a sua pelo perigo de vir a mocidade
leira ha pouco mais de dez visão. incauta a seguir um homem co-
anos, não poderemos deixar de Todas essas observações não mo esse, que substituíra o nosso
reconhecer que o biógrafo de querem dizer que se trate de um habitual ecesso de literatura por
Afonso Arinos realizou uma obra espírito intolerante ou precon- uma infra-literatura e que, a
relevante" de modernização e de ceituoso. E' simplesmente um pretesto de corrigir um erro, o
aperfeiçoamento. Muito antes sistemático. Também não seria substituíra por outro, de sinal
dele já Unhamos, é certo, a lu- esato pensar que èle não muda contrario.
cidez admirável de João Ribei- de opiniões e de filosofia. Tem
ro. João Ribeiro, porém, é dupla- mudado até muito. J á atraves- Agora, porém, escrevendo so-
mente filósofo, tanto no sentido sou o estado de espirito de umas bre o "Retrato do Brasil" do sr.
próprio da palavra como no po- três gerações, no mínimo. Mas Paulo Prado, o sr. Tristão de
pular, talvez mais, até, neste ul- comporta-se daquele modo rela- Athayde, citando o inquérito so-
timo: não liga muito á critica. tivamente a cada posição. Va- bre a civilisação americana, a
Si nunca deixou de assinalar os riam os seus pontos de vista, que se procedeu ha alguns anos
seus lugares aos raros livros mas cada um é como si fosse nos Estados Unidos, concorda
bons que de longe em longe apa- o único- E de cada vez êle deve com as conclusões de Harold
recem, teve e ainda tem muitas pensar comsigo: "Agora sim, Stearns, que o organizou, e apli-
vezes condescendências culposas acertei". cando-as ao Brasil, diz testual-
para os imprestáveis e os me- Por tudo isso a atividade do mente o seguinte: "Penso ape-
díocres. E' partidário do "lais- sr. Tristão e Athayde vem sendo nas que não devemos nos aban-
ser faire, laisser passer", ao me- empregada de preferencia no donar ou recorrer com êle (Pau-
nos em literatura. O sr. Tristão ataque aos ditos elementos dis- lo Prado) ás soluções do deses-
de Athayde, ao contrario do de- soKentes. Dentre eles a perspi- pero e sim fazer como esses trin-
fensor teórico da lingua nacio- cácia do crítico logo destacou ta norte-americanos sinceros e
nal, já pôde ser justamente qua- o sr. Oswald de Andrade e seus corajosos — rirmos de nós mes-
lificado de "homem sem malí- companheiros de antropofagia e mos".
cia" (1). A sua tendência é pa- pau-brasil, como os mais peri- Mas não é precisamente essa
ra o trágico, o sombrio, o dolo- gosos e temíveis. E é principal- a solução do sr. Oswald de An-
roso, o difficil. E' um homem mente a esses que costuma opor drade e o que êle tem realizado
que timbra em levar tudo pro- toda sorte de valores, embora na ultima parte da sua obras ?
fundamente a sério, a começar infinitamente menos interessan- Si essa tendência não esplica
pela sua funcção de crítico. Isso tes, (a terceira corrente e outras por si só toda a riqueza huma-
importa em dizer que êle não do mesmo gênero) por serem na e o lirismo intenso do poeta
sabe passar sem, ao menos, um mais estáveis, pois o sr. Tristão do Esplanada, é entretanto a si-
pequeno ativo de convicções fir- de Athayde acredita na virtude gnificação mais imediata e evi-
mes, sem um ponto de vista e da estabilidade. E é, da mesma dente de seus livros. Está, pois,
de apoio, de onde se lhe apre- maneira, a esses, que êle vive de parabéns o sr. Oswald de An-
sentam deformadas as coisas, pregando uma acção construtora drade, por mais essa valiosa ad-
que êle julga, entretanto, pelo certamente a tornar-se conserva- esão. Pois é fora de dúvida que
aspecto parcial, unilateral, que dora e lhe parece de necessida- com aquelas palavras o sr. Tris-
conhece. Para empregar uma de urgente. tão de Athayde entregou os pon-
imagem cara a Cocteau, êle não 0 que mais o preocupava no tos. Nem mais nem menos.
(1) Sérgio Buarque de Holanda, «Digo no "Jornal do Brasil".
(Rio de Janeiro).
R e v i s t a de Antropofagia

4 POETAS

GUILHERMINO CÉSAR E nheceu a poesia muito criança bendo em dezoito páginas ape-
FRANCISCO I. PEIXOTO e ainda não tem por ela o devi- nas. Dirão que Rosário Fusco é
— Meia-Pataca — Catagua- do respeito. Por enquanto são bastante moço ainda, tem muito
zes — 1928. namoricos sem conseqüência. Lá tempo deante dele, tem muito
de vez em quando um gesto talento dentro dele, podia espe-
Meia-Pataca é o nome de um mais cheio de intenções deixa rar mais um pouco e publicar
riozinho de Cataguazes. Nos adivinhar a ligação brava de cousa de outro porte. Mas eu
tempos antigos tinha ouro. Ho- amanhã. Então o verso virá fei- compreendo isso muito bem.
je é água e mais nada. Mas a to agarrar a gente. Quem progride tem uma pressa
água possue lá a sua poesia que Rosário Fusco fêz um desenho danada de mostrar que está pro-
é a de Guilhermino César e na capa que eu acho bem inte- gredindo. Não se contém: vai
Francisco I. Peixoto. ressante. logo na rua passear o jaquetão
O primeiro ainda não se livrou novo.
daquella tristesa sem fundamen- HUMBERTO ZARRILLI — Fruta de conde apresenta de
to visível dos poetas que prome- Libro de imágenes — Mon- facto menor número de defeitos
tem. Tristesa que a gente não tevideo — 1928. e qualidades bem mais acentua-
pode levar a sério. Os versos de- Humberto Zarrilli é co-autor das do que a parte do autor
le têm sempre uma interroga- de uma série de livros de leitu- nos Poemas cronológicos. A pro-
ção, uma dúvida, uma pergunta ra para crianças que conquistou va está patente neste Poema-
de descrença ou desconsolo- O o primeiro prêmio no concurso
assunto não difere do comum organizado faz pouco tempo pe-
brasileiro e actual. Porém o que Na tarde clara sem ventilação
lo Conselho Nacional de Ensino eu estava bem refestelando a
está dentro é bom anunciado me- Primário e Normal do Uruguai.
lhor. A fala por exemplo é cla- vista
No Libro de imágenes a gente na roçaria de bom trato.
ra e forte: percebe ás vezes o escriptor-pro- Gente vinda do serviço gazoava
Campeiro queimado de sol fessor inteligente. A's vezes só. alegre
vai ver o trabalho dos seus com- Porque quási sempre a poesia pelo caminho endomingado e
panheiros adulta fala seus desejos, desejos limpo.
nas galerias de ar frio maduros :
na noite constante l Um cheiro bravo vinha vindo
Era mi enorme pena ei no tener solto da aragenzinha
Mineiro das minas gerais
você não acorda ? ninguna e a gente suspirava èle banzando
Vai ver o trabalho dos outros Recibe. mi tristeza como un hués- gostoso como quê !
mineiros ped alegre.
dos mineiros-mineiros enterra- Zurrilla é terno, ama as cou- Paz de distâncias...
dos na mina sas da rua, saúda contente os Necessidade de coisas não era
ouvindo os patrões em fala es- quinze anos da vizinha preciso não
trangeira ! e a gente percebia que a vida,
que están repicando por toda pensando bem é boa mesmo.
Sensibilidade alerta, maneira Ia casa, Quási que eu falei zuretamcnte:
pessoal ainda não muito defini- fica embevecido deante de uma EU VIVO!
da mas reconhecível, desemba- criança que mama, abençoa a
raço, procura, gosto lírico, tudo mulher grávida cujas Não era preciso desejo nenhum
isso a gente encontra e chupa naquele momento.
que nem uma bala na poesia de .-.caderàs tienen ondular de cuna Porém meu sexo forte desejou
Guilhermino César. tanto você
Francisco I. Peixoto é mais fala a cada instante do céu, das
nuvens, do ' vento, das estrelas, que eu senti na tarde clara sem
irreverente e gozador. O que ventilação nenhuma
não impede o desejo que tem canta o vinho, as mulheres e a
sua cidade, você encolhida, se encostando...
de um
Ia dei rio como mar. Há ai alguma cousa diferente
...coração mais forte
Mais resignado, mais cheio de Tem até repentes de violeiro: daquele brasileirismo infantil
paciência que é o sarampo da nossa me-
Pra poder aturar de cara alegre Nube ausente de Ia tierra, ninada poética. Os versos vêm
tanta amolação hoy tu destino comprendo: mais pesados e como o peso é
E pra agüentar com o peso in- El água por Ia que vives, de poesia mais ligeiros, envol-
fame dos Ia das un dia muriendo. ventes, simpáticos- E' a idade
pensamentos futuros... Poeta amável a quem a gente que vai aumentando, ganhando
retribue com a mesma simpatia sensações novas, se abrindo para
Mas no geral laz perguntas novos desejos. Rosário Fusco
embaraçosas a Jesus, Fernão dele por tudo e por todos deste
mundo. não precisa se afobar. O pássa-
Dias Paes Leme e ás namora- ro está voando sem dúvida, mas
das. Está no período de caçoa- ROSÁRIO FUSCO—Fruta o poeta tem na palma da mão
da e tem medo dos que virão de conde — Cataguazes — a fruta que êle procura.
depois. E* bem desse grupo me- 1929.
nino de Cataguazes ainda brin-
cando no colo do futuro. Co- O livro são oito poesias ca- A. DE A. M.
Revista do Antropofagia

ANTROPOFAGIA?
MARIO DE ANDRADE

Ando lidando bastante com — Eu já sigurei uma jara- ça... Mas não se invoca mais!
feitiçaria aqui no Nordeste e raca pr'êle cega ! — Mas ás vezes aparece,
acho que esta communicação — .. .foi discipo do gran- não ?
que segue pode interessar aos de malfeito Antônio Tirano — A's veiz . . .
cultores da antropofagia... (eu escrevendo) que para a — E quando aparece faz
filosófica paulista. Se trata gente tê trabalho dele tinha- estrepolia ?
do Mestre (Santo) Antônio se que dá pr'êle um filho, Nova e sempre muita hesi-
Tirano. Eis a scena que se uma... uma pessoa da fami- tação. Respondeu com má
passou entre mim e os dois Iha assim... vontade:
feiticeiros meus informan- Parou. — Faiz, sim sinhô...
tes, gente sarada dos catim- — Mas como é ? . . . Tinha- — Pede sangue ?
bós de Natal. se que matar essa pessoa, é ? — Pede, sim sinhô...
Eu escrevia na pauta as re- Os dois estavam desapon- — Pede pra beber?...
zas que os dois juntos me tadissimos, rindo amarelo. Arrancou :
cantavam e tomava em segui- —Não sabemos não sinhô... — Eu num sei, não sinhô!
da as informações sobre o — Esse nem tem linha (re- Esse a gente não invoca não!
Mestre a que a reza perten- za cantada)... Não se invo- Eu escrevendo textualmen-
cia. Os dois catimbozeiros já ca não... te como está. O outro, mais
estavam com a língua solta, Voltei a escrever pra evitar palavroso, mais esperto, que
sem cerimonia, depois de vá- aos dois a sensação de exami- cursara até o terceiro ano do
rias horas de conversa e al- nados. Ateneu, de Natal, se calara.
moço bom no meio. Eu es- — E' lógico que vocês não Parei de escrever, insisti, per-
crevia. invocam êle, sei bem. Mas guntei. Não foi possível ti-
— . . . porque Turuatá é podem me contar. Minhas rar mais nenhuma informa-
também Mestre caboclo (in- notas são pra estudo, que o ção útil ao meu amigo Osval-
dígena) frexador malevo Mestre seja bom ou ruim não do de Andrade. O outro mais
Bem pata cegar os outros... tem importância não. Então humilde e mais feiticeiro tam-
Gosta de trabalha cum cobra. êle obrigava o mestre a sacri- bém, se fechara em copas
Fura o oio da cobra na inten- ficar alguém... meio desconfiado. Voltei a
ção da pessoa a quem qué — E \ .. exigia sempre san- escrever. Esse, o mais humil-
cega e cega. Chega a cume gue humano... de, acrescentou reflexivo:
pedaço de cobra, cru, mais — Sinão não trabalhava, — E' uma biografia des-
cauim (por aqui, nos catim- heim! que safado! graçada . . .
bós, qualquer álcol forte) — Prifiria sangue de crian- (Natal — janeiro 1929).

ACHILLES VIVACQÜA

Na noite bonita o mastro enfeitando


acordam cantigas : de fitas rodeiam.
— (Vamos vê planta vassoura O arco se curva.
minha Yayá) A flecha faz que vae
Mulatos sarados mas não vae não
com longos penachos. — (Ao redó de seu balão
Mulatos dengosos minha Yayá)
em bambos requebros pra cá
—plafff
— arco na mao pra lá
—pra lá — plafff
—pra ca Na noite bonita
— (vassourinha de botão
minha Yayá) dormem cantigas
(Ya-yá...)
Corpos de usucum
com tangas de pena Mulatos cançados.
— mulatos suados Tangas de pena.
— (ao redó de sua saia Mastro de fita.
minha Yayá) (Belo Horizonte)
Revista de Antropofagia 6

QUANDO EU MORRER
A Alceu Amoroso Lima AUGUSTO SCHIMIDT

Quando eu morrer o mundo continuará o mesmo.


A doçura das tardes continuará a envolver as coisas todas,
Como envolve neste mesmo instante.
O vento fresco dobrará as arvores esguias
E levantará as nuvens de poeira das estradas —
Quando eu morrer as águas claras dos rios rolarão ainda'
Rolarão sempre alvas de espuma...

Quando eu morrer as estreitas não cessarão de se acender no lindo céo nocturno


E nos vergeis onde os pássaros cantam—as frutas continuarão a ser doces e boas.
Quando eu morrer os homens continuarão sempre os mesmos
E se hão de esquecer do meu caminho silencioso entre elles.
Quando eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão
Todas as ancias e inquietudes do mundo não se modificarão.
Quando eu morrer a humanidade continuará a mesma
Porque nada sou — nada conto e nada tenho
Porque sou um grão de poeira perdido no infinito.

Sinto porém, agora, que o mundo sou eu mesmo


E que a sombra descerá por sobre o universo vasio de mim
Quando eu morrer...

Brevemente:
Empreza Graphica Ltda,
ALCÂNTARA MACHADO — O bandeirante na , ,
intimidade — (estudo sobre os inventários LlVfOS, r\6VISt3S
paulistas do século 17). r— i . - , .
Edições de luxo
MARIO DE ANDRADE — Compêndio de história
da música. serviços
RUBENS DE MORAES _ Essencialmente agrícola COITimerCiaeS
— (contos).

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO - Lira Rita, S t O . AntOflíO 1 7


paulistana (coleção deA*modinhas).
uaulistana (c.ri\pr*n mnAir,\%aa\ '

OSWALD DE ANDRADE - Serafim Ponte-Grande


Teleph. 2 - 6 5 6 0
(romance).
S. PAULO
R e v i s t a de Antropofagia

(ROMANCE)
Capitulo 2." A PONTE DOS AMORES YAN DE ALMEIDA PRADO
m
«
O ponto onde aquela gente re- do primeiro ciclo da Força Pu- Questões semelhantes apaixona-
flue, é quasi na certa, o bote- blica. vam a soldadesca, que volta e
quim. Veio de longe a onda imi- Naquele mesmo botequim da meia, levantava tremenda bulha
gratória, compacta e profunda, esquina, costumavam se encon- a respeito da superioridade de
até se desfazer e sumir no tér- trar os três sargentos, desde o uma arma sobre as outras, de ca-
mino, que é o destino. Porém, começo da vida militar na mi- valarianos sobre infantes, bom-
depois de desfeita, ainda conse- lícia, quando eram soldados e beiros sobre músicos, pessoal do
gue por mil percursos, rebalsar fugiam da presença dos superio- Gorpo de Saúde sobre os cozi-
na tasca em que se vende parati. res, tal qual como agora os su- nheiros, e vice versa até o infi-
Entre a soldadesca, que repre- bordinados se afastavam deles. nito.
senta a maior clientela da ven- O mais corpulento dos três, o — Eu de muito moço, dizia o
da, dá-se o caso de existir ge- que tinha tez clara e cabelos ginasta, entrei para a policia de
rarquia até nas bebidas. Quando castanhos, chamava-se Antônio, Sergipe...
são recrutas ou praças razas, era sulriograndense. 0 mais ma- — Ué você foi praça no Nor-
costumam entornar diariamente gro e moreno, Cassiano, viera da
alguns cálices de caninha pura, te? Perguntou Cassiano, admi-
melhores cavaleiros do regimen- rado de vir a saber somente na-
e porfiam em ver quem bebe Baía, e era tido como um dos
mais. A' medida que se vão gra- quela noite um pormenor de
to. O último, Cândido — fora pessoa que conhecia ha muito
duando, ao subir de cabo á sar- batizado em Minas por gente
gento, já substituem a pinga por tempo.
devota sob auspício daquele ad- — Sou filho de Sergipe.
cerveja. Por fim, o indício da as- jetivo para ser puro na vida
cenção a postos superiores, é o — Eu andei por lá, também
— era de todos o mais mulher- fui praça no Norte, na polícia
uso de copos de leite, á noite, engo e feliz em namoros.
antes de recolher. de Alagoas, mas aquilo era uma
Antônio largara dos amigos, p de policia que passava
Demonstra com antecedência, para perseguir as mulheres da mezes sem pagar a gente.
o pretendente aos galões, o de- avenida Tiradentes. Cândido fo- — Em Sergipe é a mesma coi-
sejo de seguir as pegadas dos of- ra provocado pela mulatinha do sa. Pois como eu ia dizendo,
ficiaes, que ele viu se transfor- Jardim-- Cassiano percebera o de mocinho sentei praça na po-
marem de soldados magruços e negacear da rapariga, e avisara licia onde tinha um tio que era
maltratados, em tenentes e ca- o companheiro que não vira fi- sargento. Você que andou por lá
pitães de tez clara e corada, ta. Justificava o baiano, o faro sabe o que é aquelas caminha-
apertados- na farda cinzenta pe- que lhe atribuíam em surpreen- das, quando a gente sae por ali
las banhas de burguez prospero. der olhares, combinações, reca- afora em diligência que não aca-
Seguindo o costume do meio, dos, começos de "simpatia", e ba mais- Aquilo é só andar, an-
os sargentos de cavalaria mais tornava-se o pavor dos que, per- dar, debaixo do sol, no fim a
o ginasta, bebiam cerveja (já ti- to dele, tentavam "cavações". gente fica com as pernas que é
nham aspas douradas) a espera Costumava atrapalhar os outros, só nervo.
do companheiro. Conversavam achando enorme graça quando — E' mesmo, condescendeu o
sem reparar a desordem do lu- estorvava ou estragava o namo- baiano que em rapazelho fora
gar. Estavam acostumados a con- ro de alguém, ou então, prote- próprio de recados.
fusão dos botequins no começo gia a aproximação, e depois es- — Bem. Aqui, no Pavilhão, é
do mez, depois do pagamento. palhava para meio mundo o ca- a mesma coisa. Nós na ginásti-
Fingiam não ver os soldados, so que surpreendera colocando ca começamos com ginástica
que a sua presença repelira pa- num embrulho danado a vítima sueca...
ra o belcão do portuguez, cuja e o çróe. Ao sair do parque, ele — Não desenvolve o corpo.
presença era-lhes constrange- percebera que as mulheres da — Como não! Do primeiro
dora; abreviavam a demora e avenida estavam de trato feito dia que eu cheguei, eu estava
Iógo saíam. com o grupo de bombeiros da ainda mais ou menos acostuma-
Quando o recruta entra para esquina. Deixara propositalmen- do a andar muito, o patrão na
o quartel, não tem nome, não te Antônio se atirar a elas, afim roça muitas vezes me mandava
merece atenção, representa ape- de '"gosar", como dizia, o aspé- rodear o sitio, depois, tinha tam-
nas um autômato, é um número. to desanimado e divertido do bém trabalhado de enxada ai pe-
A seguir, aos poucos, nas inter- companheiro quando voltasse da lo Interior, fiz muita carpa, não
mináveis palestras do ócio mi- infrutífera caçada. estava de corpo mole não. Mes-
litar, é que dá a sua origem, Enquanto esperavam o rapaz, mo assim fiquei quebrado. Logo
bom ou pérfido, honesto ou ma- continuavam bebendo. Cândido que acabou o passo acelerado em
landro, e comunica as ambições silencioso, distraído pela lem- volta do barracão, comecei a sen-
ou desalentos que o animam ou brança da mulatinha que lhe tir canceira, que foi indo, foi in-
infelicitam. Porém é principal- ficava viva e irritante na me- do, chegou de noite estava que
mente no botequim, á roda da mória, não ligava para os visi- não podia mais mexer.
mesa ou deante do balcão, que nhos. O ginasta tinha-se empe- — Sim, era falta de exercício.
readquire nome e personalidade. nhado em tremenda discussão — Ai é que está. E nós fazia
Com o decorrer do tempo, rece- com Cassiano, a propósito do aquilo todo o dia, cada vez che-
be divisas, deixando de ser um que mais podia desenvolver a gando no mais duro, enquanto
número para se tornar o cabo musculatura de um homem, o re- vocês, nem tem comparação...
fulano ou o sargento sicrano. gime da cavalaria ou o do "Pa-
Volta a ser gente. E' a conclusão vilhão de Educação Physica". (Continua)
Revista d e A n t r o p of a 8 i »
8 M M M
— — — — ^ — ^ " -

BRASILIANA BALCÃO
PURITANISMO LIVROS PROCURADOS
Telegrama de Santa Lusia (Goiaz) para O
Globo do Rio de Janeiro, n. de 7-1-1929: P*or YAN DE ALMEIDA PRADO (avenida
"Acaba de ser expulso do tiro de guerra de Brigadeiro Luis Antônio, 188 — S. Paulo):
Santa Lusia o Sr. Nagibe Salomão Filho, syrio na- — S. L. J. — "Historia de El-Rei D. João VI".
turalisado, pelo motivo de ter tido uma amante
até ha poucos mezes. O caso tem sido muito com- — Zaluar. E.A. — "Peregrinações pela Pro-
mentado, fazendo-se necessária a intervenção do víncia de S. Paulo".
ministro da Guerra."
— Tilara. L. dos Santos — "Memórias do
RESPEITO Grande Exercito Alliado".
De uma discrição do presépio armado em ca- — Alvarenga Peixoto — "Obras" — em pri-
sa do sr. José Maria do Espirito Santo Filho, fei r meira edução.
ta pelo Minas Geraes de Bello Horizonte, n- de
1-1-1929: Duarte de Albuouerque Coelho — "Memó-
"No presépio, propriamente dito, bem dispos- rias Diárias"-
to, com naturalidade, vê-se sobre palhas o corpo — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin-
débil do Menino Deus recemnascido, tendo a ado- cipaes suecessos". — 2 vols. 1826-1830.
ral-o Maria Santíssima e S. José, bem como os
pastores que haviam acudido á voz do anjo an- Por MANOEL BANDEIRA (rua do Curvel-
nunciando o miraculoso facto. 1 0) 5i _ sta. Tereza — Rio de J a n e i r o ) :
Encontram-se alli, como que em attitude res- — Mac-Carthy — "Viagem na China".
peitosa, como se tivessem podido comprehender
o alcance do que se dava, diversos animaes." Por RUI NOGUEIRA MARTINS (Caixa Pos-
PARABÉNS tal n. 1414):
Noticia publicada pelo O Gladio de Quipa- — J. .1. Machado d'01iveira — "Geographia
pá (Pernambuco), n. de 7-1-1929: da Província de S. Paulo".
"MANOEL GOMES ROSA — Esse nosso ami- — J. J. Machado d'01iveira — "Quadro His-
go tem, na data de hoje, um grande regosijo pe- tórico da Província de S. Paulo".
la passagem do seu anniversario natilicio. Espiri-
to lúcido, inspirado poeta, ágil prosador e um dos Primeira edição.
mais progressistas industriaes deste município, é — Simão de Vasconcellos — "Vida de An-
grande c invejável o conceito que frue na socieda- cliieta" — Em bom' estado.
de quipapáense. O Gladio parabemnisa o illustre
anniversariante." — Manoel Monteyro — "Compêndio Pantgy
rico do P- José de Anchieta" — 1660.
CONDOLÊNCIAS — Massena — "Poesias do Veneravel P. Jo-
Noticia (respeitadas a ortografia e a redac- sé de Anchieta". — Roma — 1863.
ção) publicada pela A Liberdade de S. José dos
Campos (S. Paulo), n. de 24-1-1929:

"JOÃOSINHO — Falleceu no dia 18 o filho


do nosso prezado amigo João de Oliveira Costa
e sua d es ti neta senhora, o joãosinho como éra ge-
ralmente conhecido, apezar de pequeno éra um
homem, infelismente após uma breve infermida-
de, zobando da sciencia falleceu rodiado dos A assinatura anual
seus, o seu sepultamento deu-se no dia seguinte,
acompanhado de grande numero de amigos da
família, notamos entre outros o Snr. Cel. Cursino da
presidente do Directorio Republicano, o snr. Eli-
ziario Guimarães e outros, a morte do Joãosinho R E V I S T A DE ANTROPOFAGIA
foi muito sentida, a família ilutada apresentamos
lhe as nossa sentidas condulencia."
custa
CARNAVAL
De uma correspondência de Maceió (Ala- RS. 5$000
goas) para O Paiz, do Rio de Janeiro, n. de
30-1-1929:
"O carnaval deste anno promette grande ani- Pedidos acompanhados de vale postal
mação. Formaram-se já diversos grupos familia-
res e entre elles o dos Gondoleiros, especial da fa-
mília Alexandre Nobre e do qual faz parte o pró- para
prio governador Álvaro Paes e além de muitas
outras pessoas de destaque, que se reuniram na Caixa do Correio n. 1.269
residência do Dr. Gama Melcher, gerente da Fa-
brica Progresso Alagoano."
SÃO PAULO
^«^•^s»

SOL e antropofagia SANTA RITA DURÃO


I I «a> i para Raul Bopp e Oswalã d'; Andrade
l'oda ' no qualqui r
Sol aqui i os nem rae- vei lidi ' ii idade l |UC a p e l i d o
i ie você andar D ei uzadn
Suma hora de 10I ' nios "Mci anisi Ia introvi si di ixora OU I
o homeii nlbigi . H unuru do hs
do o Brasil loa. Pluraliza e Inventa o con- rem escutai minha \ iti idadi extei ior ou me
So encontra sol ibre o ' "ii' eito i ias. si ia a i BI i te que hei de con- lhor a "interdição climal 1
i \lt vMURÍ
i ria o labá, MI ti l os! \ historia cinit.i que • ' " laliu.
nc i nem noi lc, nem no teu maio
li.i -.,,1 em Porto Calvo do qui a cacete: muito Que d
li,i sol i rn Ponta Porá Quando ha í timão!
,• |. ,i ,i o plano i eal, di si e Iro- oi reu. do anil
pols que i Tabu era tem I
No mar • l• t.• Não lia religião ou ideal A propi'Mio, o• lesuiti
Ma sul o mulol . i.
mais alta que n io discuta loria d e n o s s a t e r r a , f o r a m Também não tomamos a paia não li ni n a d o , SÍO Durão!
llistorii amente. exterminados pelos rudes ho i ra "i KOJ lia1 • ntido i ias
• I mar ruens de São Paulo — pre
Nos acreditaríamos num pro uihos nio ha mal me qi
1. fôr naquelas cidades da Espanha gresso humano sr a creança nas res di Pascal, de Pombal e de Lennan, Speni ei. üillcn, I
Ksta assün de sol ura-de botão,
II iii h-.hii. Mas emquanto i linii nte l i na \isio do perigo ' .1 .IN I l l l l l l | • 11
riia aparo er no mundo, como loyolisla — os jesuítas arrogam- i ioi O himera Icfhpo dep t i n h a e |oa c a m i n h o q u e I J
l. por toda o Meditcrt ani i ha sol os quarenta séculos sr a n u l a h o j e , o p a p e l d e C01I1- Einstein £ feito de momen I não pode
nica ' onhci ida, nasce na- i'i' ' da liberdade do Índio. E o são sjnl
K no i turalmi nte na edade da pi livro Montoya onde se narram . ada um dessi I
r nu deserto abi ficaria, primitiva e nhambi- .is i. i desse campeonato i na- mento i o pelo numa c i h . t r , , que |
Daquelas terras quara, se nio a deformassem ma-se "Conquista Espiritual". Be- aventui i Realizada a As in.r rrula.i ii
heia de sol imediatamente Nio ha motivos la liberdade I síntese, ele a integra como ,, [enft i
• ter saudades das edades ameba ínli mio c busi a
SM
liticas, Todos os dia i na u em mi- Nos .. mOS c o n t r a <>s f a s c i s t a s outra .iMiih.'.. i v. gamica. •

De noite lhões de homens prehistoricos, ilquer espécie e contra os leite,


IV Todo nosso julgamento obede- in tropo logos não \ iram na
boli n< ^ ístas tombem de qualquer ia senão uma lei tribal, que verte sai
(i.T n i o i iterio biologii o. \ adje- espécie, O que nessas realidades Om tabÚ, E' u m a s i m p l e s l a t a l i -
Ha sol que nci IKH In, iodas as luas,
ctivação antropofagica é apenas politii as houver de favofavel ao dade. i m fai to humano. não têm peitinhos de jarai
o desenvolvimento da1 constata- homen I deran não IMU heiios de maracujis-dc estalo,
o que o nomera faz biol
OSWALD DE ANDRADE ção <l" que é favoia.w- c do que bom. i.' nosso, . o faz no > íclo. Anti ÔãO téin unhes
e desfavorável no homem biolo- chupando troni os de barao
gicamente considerado. Ao tente.
a nossa atitude era face O desejo di ei traz a prclas-minas!
favorável chamaremos bom, jus- do ''Primado do Espiritual" só i n f r a ç ã o do talai.
COMIDAS to, hygienico, gostoso, Ao que é
desfai oravel i h imaremos peri-
goso, besta, etc
irespeitosa, a nossa Psicologii amente, a antropofa-
atitude perante o marxismo sei i- gia elucida a douti ina da queda e
rio será lambem de-combate. a formação da idéa de pi
I us quinlacs não têm piai I
n u m i Bi o d e
ura pé de saudade-rôxa
panela.

E' a única introversão que nos Porque virou força negativa da O que esta .a i ado £ a solução pra '' enterro dos manezinhos
liv re expansão humana do ih rc conti ita, transferida para a ab n, quem sabe, SPo Dnr?o?
O HORIZONTE RETO permitimos, o índio não linha o
verbo sêr Dahi ter escapado ao planeta. • na comunhão. A anlro- i
METODICAMENTE metafísico que lod
dias faz iio homi ra paleolitii o ura
Quanto a Mai K, consideramol-o
um dos melhores "românticos d i gico. Al
I ordena 0 jentalo hiolo
i i n e direta- • i an iinlios pi .i ;l' n i i oe Deus'
JANTOU cristão de chupeta, um n
lano, um budista, emfim um ani-
Antropofagia". Tem
que ele errou quando colo
mente o Tabu. amen!
O SOL mal moralizado. I fm sabiozinho
Isso i
problema econômico no chavão zido p o r t o d a s as m o r a i S inte-
ixera p r o d u -
J O R G E DE LIMA
ido de doenças. dos "meios de produção". Para r i o r e s .
julio paternostro Dessa divisão das humanas' lú- nus o que £ interessante £ o "< un
i oteses (filosi i s) era — a finalidade da produ-
ção. Simplesmente. Dahi a nossa — F. as moraes exh rioi
Maceió, 19 de fevereiro cie 1S23.
forças,positivas e forças negati-

REVISÃO NECESSÁRIA vas, forma-se o nosso }ul|


io < ti o e. estetii o
teoria (resposta a outras teo- — A antropofagia nio reluta
rias i da posse contra a propi le- em estimal-as geraln i
expediente
i K factos histoi icos nSo podem cellentes virtudes blasonava. <> çai i .i '
Nio que ii
gum. Mas .precisamos dar solu-
ti na al-
i lemas ergui-
d a d e . O c o n t a d o c o n t r a o t i t u l o reis. B" unia questão de diverti-
moi ti ' fosse o Bra- mento, d< jogo, de i erimonial, 11
sil o maior grilo da historia b o m h u m o r d o s , liiric/es £ Ulll
da
PÊRET
lada! atestado. i
ser tomados isolada] pai i Mexandre VI era, então, o dos no Ocidente u no Oriente. Alias o homi em brin-
i,.i :.i aneedotica não nos ü typo naturalmente representativo 0 Equador, na descida revista de antropofa- ni . |- iri ii
is do popto de vista da i s costumi s". Giulia que annunciamos, utiliza- — O faa ftrao nio tem nada de car di \ ida hisl •
sua maior ou menor capacidade Parnese, "i oncubina papai", des- bem inciiaihado! as de alta bom? i íca. Pri cisa de se i obrii • gia sur-
de resonanci _ da sua — Tem: O congi i nas. Não ha mal ms realismo l um do • i ei: r»res mo-
lumbrava o Vaticano e a santa cos. A
. i) proGlcma que de*, e religião, intervindo — escreve ii\o. \,\ 1'iução da ih\isio do Ira- so, se não quando era favor de (2. dontição).
Até hoje, ninguém viu um bui - biillio social (social não, tribal) I ii p r e - 3o do hòmei i i umo tal,
resolver a critica historii Portigliotti — "a tuite lc feste através do ditado do inconsciente
forma Pareto, ni o da critú a pubbliche a fianco «lei sessanta- guez por mais burguez, falar mal totemicos. cisa n o m t a r l
e de tnrbulenl
dos textos somente. Mas o de re- treanne pontefice". O povo cha- de Napóleão em família r th 11 n e r a l . VOCÍ I
constituir, com ,i imagem defor- mava-a de "sposa dl Criai um burguez alemão. Mas — K o budis '.' minha comadre.
E < em i lu\ itíu um doa
laria bem de Bismark. l. —O budismo quasi acertou. lar. < ' as pa- mais empolgai dos pa-
mada do objecto, o ohjecto mes- nossos histonadoi es, entretanto, açougueiro: Geraldo ra qualquer co nlropo>
mo. A nossa historia tem sido taram na lábia do roapeta. instinto antropófago, na intimi- Deus i o n.nia, onde nos inte- leoliticas.
• uma revisão. Va iure Tupan paratu Iruno yí dade da vida, \i oce tod gramos. Ora o nada é o contra- Ferraz pie nestes ultin
.
Somos ainda a terra "adonde na- moca çaiçupaua yá meen ar.nua peias Todas as falsas mi rio do tudo. O indio |á .sabia que Eles]
i cola*\ de Colom- m i B < ia remiu, Nós vimo o nio ha crisl Deus i: o elemento contrario. i ivilizado.
fai;! > oa\encer um sa-
bo \ i< limas i11 11 ^ stc ria litte- Deus no prato tirar esmo i ie ura bui i o, leitor I correspondência: Sc o manifesta de Br» ton ain-
i das catedraes ti A palavra íntroversio não ti da res] i s Btra* < / de
pois. um histi
Etei li .
pistrano . de comer ao po> o, i • ramos de Yung, que divide os ho- FREI Dlltli o cai a postal, 1269 pulmões cristãos, se o lirismo
bleuff no sr. Paulo Prado, de quasi todos os sm > i
o m.il dos nossos escriptores é
estudar o Brasil do ponto de \ is

revista de antro
i.i. falsi . da falsa i altura e d i esse gi
no emtanto n
lalidadu rcinol, de que nSo se li" que um
:n. (• que os leva ciai dos últimos i
erro. Nas mios do índio pu dentnés,
um terço e o catheeismo e qui- Foi i numa
qoe ellc cantas i
abanhi i i Eleison. Na (2. dentição — /. numero) (órgão do clube de antropofagia) s idades Buropcas: "Au
innoccneia delle »Iram o fantas- n o m m ê m e de v o l r e logique, ROua
ma do peccado sexual, corrup- rooa disona: La rie pue, Hee-
íos nefandos. dizia o jesuita ao Indio. 11 ( A i i: [i . Bieara. Regardez un inatanl vos
Ora, os selvagens •• iviam M< om ficou c o m D e u s n o p r a t o , • i iin-.ilia ••/. i o- prod IÍU.
muito menos peccados que os esmolas desapparecei am. O ín- ' p e n t e a um \' travera le eribic de roa di-
giO da dio, então, perguntou: Mai lilomes, passe une j,-unei.se i f l a n -
missa i do i rvara de y a n é I a r a ? O n d e e s t a N o s s o Se- qnée, perdue. \ ooa Stea Ia piaie
Gouveia ás partes do Brasil. \» n h o r ? O j e s u i t a r e s p o n d e u : Mi- palavra de d'un m o n d e . Mi ssi. u r s . . . "
indius, testemunha o capuchinho Chucul i t r o n o o p ú p e r c a d o r et.i Nunca anti s
' • .

Claude d' \i>in••• ille, eram "si mo- çuhy. I.á está no seu thn este teu olho, confor- ' ufiiza-
destos ei retonues en leur nudité parado dos peccadores. Freud me ele tinha om ido, arn dos.
que l'on ne toW m i lies ny mau sentou os peccadores lambera no imediatamente contra os pro- Depois do -.ni ri orlfsino, so a
'. ny gçste, r.v parole, ny throno, o que os nossos histoi ia- antropol
••: chosi qui leonque qui dores Ignoram ainda» Outro pre- ' ia sua atitu-
pnisse offenser li s yeux", Befe- conceito Aellea e o da t r s ^ •, Montm a \ ide na "Bi
rindo-se ao rei men a qi i indio. O prejuízo nasceu daquella ICréaliste" os s e u s poemas
submettidas as cunhis após a bobagem velha de (ialliano epitafios, etc., os ínstantam i da
primeira menstruaçio, afim de o m n c animal post coitura triste OS ROM iNTICOS DA sua combatia idade» i uni i nlro*
preparai as para o casamento Ora, a marqueza de Santos res- . Buins de c a -
próximo, Monto] a dizia: itpu m ponderá. AN l ROPOFAGIA cique. O Brasil o n d e a p e n a s se
dera que os bi ptisados tora r do pintar a enorini- dissimulou o grande sentido
dos nio baptiaados esta maneira O Brasil oceidentalisado £, aventureiro - in.ho do hoir.ein —
de i bar .is filhas, tornando-as dade do egoísmo cora uma bi-
p o r t a n t o , u m c a s o d e pseudi so podia receber Pérel i om fo-
fortes". \ educaçio sexual, o ín- expressiva, lembrei-me guetes. A obra literária de 1'eret,
phosc histórica. (Consulte-se
dio j i a havia i esolvido. O que, Spengler). Só a antropo] desta: muita gente seria i • ditado, attinge varias
p o r é m , O m i s s i o n á r i o n ã o fez foi r ura homem para, com espécies de Í
d e s c r e v e r a o t u p y o q u a d r o da
consegue resolvel-o. Como
moral européa, de que tantas ex- • a graxa do morto, limpa' "Grand-Jeu" e do "Boulcvard
OSWALDO COSTA i 'm so escrúpulo Samt Germain" precisa ricar en-
tre nos onde alias . ; taba
salta s, T.I isso uma li i | .t I 1»,, I. ' -
' llollstoll.
do manifesto Schopenhaoer Cl Ml VMBEBINHO
A PEDIDOS Foi porque nunca tivemos
Ucas, nem COllaçoM de velhos MgS-
tae». E nunca soubemos o que era "tupy or not tupy, that is the question"
CARIDADE CRISTÃ urbano, suburbnno. fronteiriço e con-

Uma o
tinental. Preguiçosos no I
tripudia aohrc as do Brasil.
Oswald de Andrade.
Uma consciência partleipanti
deslgualdadca* humanas é aím duvida
I aglosa. Desenho de Tarsila
uma reltgtfio de caridade. Ora, nin-
guém Ignora o gesto grosseiro do Co- de se •
Ainda os românticos
A ano pofagla ]
légio de Slon. recusando a Inocente
fllhlnhn de Procoplo Ferreira »
registos. Agor» 6 em defeta desse gea-
•daUrawal unidade dl
na. Parece que a dei
Tabu quando i
CONFUCIO E O ANTROPÓFAGO i: # Dlaao que eu BM
da antropofagia

lo qu-' LSton Veiga (fi- no real restitue ao homem unia men.>. E agora KlOU, OUidadol NSo
dignidade ••um lentln i ra o a i i s p o s t a nSo Intlmldi"! B acreditar nas Tanto Imediata edrao <•.< •
losofo!) vi-in dlsendo «stei | admito una repUca tua! Tagm-,
Uinoa atingidos I cio que inslatlu em ser recebido. i • .is cos- mente o objeto mais \ ale,.o pai a
mhos de ouro por um Jornal:
altas escalas da aUtO até a .>••.' 'l-e uma — Que venha antiol diase Tehé. tas lanl bem ta embora, J4' o lioniem e 0 lioniciii. Mciliala-
Indio que fnlii ou QUI reverencia e disse: Io avançou saudando. TihA acaba» de d*ri - poder NAo m«r<>'-"s unils uniu palavra minha!
"Em : •• I • ' ' mente, |ioique nele ÇStSO acinnu-
tropofago de outro i — Eu KOI ; KiOU ti estendeu as pernas, colocou BOl algum i
manta e I.HI.IS as energias d
e a boca límpida d;> lar de i a aepada e Hneou oa oihos .•. metter. Além dias . nunca ' •
. Insinuações? dade que se abre, ra cm. , ' Como n o s a n i m a i - , q u e ' "
h* O E omo se fosso uma 01 governo •* onti • u nai ••• a achar o aa-
num chia ou qui* fasemos traballji
1 ,,i i , : • . |0 dl
" . . . n i o recuaando miretajito outraa, US, surrealista via Is?" ' • • ' • H •

O gli : inulailas as •
metro* tez a i" •• pria primeira toa, o rosto llvldo, apolou-S'
até pobn ••. D3M de famílias n •nfureoau-M de uü manaira i i d laseres coisas *ai ao aentou etal e neste es do solo,
a esplêndida historia que Dapoia Yao lecido ao enooial • n, am
alameiile da boa repu ollioa falsearam como estrelas e aeua igradam, virerdal KM ila I c l l . BgUO.
adlai,t< •

quanto Yen-hoel .-liicoteava i


' vada por um velho
cabelos ae erlcaram na cabíça
de levantar-lhe o gorro.
aérea uma palavra que me de«goste, admlnlati antaVo M fortea t) h o m e m é o M r ni.ns i nnclrii-
Utolita Ti i., K TM oprimem os fracos sob pretexto de go- mães Q
s a d o e m a i s BUaceptÍTcl dl
"Nenl — K — 1
tpr de LouT Diga-lha Isto •!' — Trea qualidades *ao apti poi i. Que' f«, taiiH-niii \' medida nuc c*ssa |
io bem moral de acua filblnhos ou fl-
parte: pele- homena, U n belo aspeto. o ea- kDUgOl malfel- cs, i.,\ni.,,,, i | mecâ-
Uiinii;i-' JamaJf p t n ilUrd mie i I amigos impe- i-in. Quem possuir uniu torea e ;. • nica do homem, fragmenta o ne»
aaerii por Compuibclroa habituaes nie- Cap. IV Religiões e i radores! Tu que vives de enganai o podo pretender BaNaador da
atnn.K D
cessidade de ptpropi -' -e »'*l«
da Cl .; - quan- ' ka. Ora, generul, • e vens .janguejo, sob. Qualquer
narlo no Tcuali —"Pag. | .. niaa as Ires! • Apo- •ria O m a l ' .
espiritualmente.
i. iniulo! adbtaea a profissão de iar de detaeUdo e ejipuleo ate toda
156 .d.. I oni.,111 entre o Qeni * — Da Btnjamln Poret» JoSSjC Si li,nu f.
ii i i
Sabn < TU q u i acabarão por agradar os homens e fa-
aoh a cnp.-i da piedade \lves i l ganhar-vos o rto a •

Inclpea. Serieis a huiiiannthd*

CARNL l-KIA NAO APAGA •••vaiido quatro séculos de carne de vaca, que horror!
,le inllbares d<
O FOGO tmaethoa que fa- gosta dl Oswaldo Costa.

sul do ao pload
De Pc/et. • •

' Tensaa
vida — ••
I J I M K I U I I P . fl. I ' M I II i i uuillliir-TT. -m—* i ' v i

( 2 / d e n t i ç ã o — 2." n u - I A CONFERÊNCIA
DE PÉRET
Foi i
mi-, lem mandado tanta i
t« que
de antropofagia Macapá molango . . .
MACAPÁ
ruim, ,i. < mlou uma , . 1 M.is ne- Pia de noite
, m ,|n io. Pérel trouxe a n ,• tuna i-, volui i" Ulei 1 ( 1 1 nhuma • ibretudo,
. de uma liberdade, ..,., i ii. \ , tu politic 1 Nem rcll- I • O murucututú
dentro de cerla glosa. 1 1.1 c tudo isso :HI mes- 1
cstetii a.dt cerla ti idiyjio que po ma tempo. Da ao homem o sen- duo. 1 . R. s. S, li Ruas escuradas. De chão V*M
té r e m o n t a r a GnosO. Mil* tido verdadeiro da \ Ida, cujo 1 da índio t"i A antropofagia kl< Compadre,
violento, brilhante, erudito. D de segredo esta —o que oa sábios mais inteligente. Pos " bidhi- con f lie to existente entre o Bi a-
i i Ignoram — na transformação duo 'in Funçfio «'a so< iednde I 1, verdadeiro, a o ou- e s s e luar escondido dá uma jurumenha na gente .
Km I,M % dele, doía feiozes Ini- do labõ em lotem. Por isso Ou 1 1< '..1. 11 loma "•• loclo* ó Irai o non 1
migos da \ ida, da Indept nd aconselhamos: "absorvei sem 1 cnli nderem). 1 II h a :i d i s t i n g u i r n ('.|j.
,. 3o talento: o i - ultor massa pre e diretamente o tabu". cei imonl il da c h i . ' , o t'-, péa, 'i" povo, brasilei- Então vamos espiar a fortaleza assombrada:
glsta Pinto 'I" Couto o o arqui- S)is|ni Sai dlnha. 1 outro bU« ti , contra
teta gram itlca Dada de Moi H • i-1 aquela. Era Funçfio do mamelu- Tocos de vela no canto de um rancho.
0 ir. Pinto d ulo, da luto co, do europeu descontente, do Pai de mandiga tá chamando o mato.
aliviado, pousou duai horai paia da A agir humanidade nunca dh I wu
o refi !i Li Ini — pio, bom aventureiro ibsoi
a estatua da Incomprchensào, 0 Conquista antropofagicaraente.
espiritual a cacete. pai c liberdade — não nos In • Ira 1 1 ntequese, Bocejam os brazeiros
ir. Dado pensou que tudo aqui teressa. Pão umus. Liberdade contra a mentalidade reinol,
Io era lobre Le Corbusler t ao- oema. Te Deum depois da carnlfl-
Katít • de lagi l- queremos, não a paz. Queremos Contra a • Ulturfl ocidental, con- Em cachimbadas largas
bre regência de verbos. Pensou liberdade para * omer a paa. tra o govei nador, conti .1 a es
idicol mas, muito sangue, -lá o Cristo
crivão, cunha o Santo Oficio, a diamba quebra a nostalgia do sangue.
B Teu,In apanhado doa modernis- "n comer
tas, decidiu n&o taltar mais a no* mundo o liomcru". (Mateus,
nhuma manifestação modei i .1
n&o (as lm- Cora pío.
"1 1 chlefl esl á moi, disalenl
res pauvres anfants; c'eal lá
K assim havemos He construir,
no !'. ali. a nação brasileii a. Uai orê-rê
Anda arranjando um com Ite pa-
ra o almoço de Piolln, 1 ma place au solcll. Vollá Ia que o tai-tai tá ahi
üi-i.nii Pensa que oa modernos n ,]<••< ipero europeu, lutai commenceraent et l^nuge de Sfio tios enganamos, conhe-
si> pensam nele! Sádico. SádicoI de claast tçâo cria- l*usurpatíon sur Ut V
cemos r mistiflcaçfio. Elo Iras As vozes se misturam em tamboreadas s e c c a s ;
Sádico!! Ma-so-chis-tatll ià da Idéa antropofa • 0 Como si' vê, Pascal nlo con-
11 Pinto do Coul 1 homens se < ornando em serie. testava o direito .soberano da um rotulo: S. .1. E outros ró- Zêre tem. Zêre tem. Zère tem
sete ttoa ite barba de ódio. Isso pi 1 1. até reconhecia, embo- tulos.

t sem compreenderI Se toubesM <>


que Pérel disse...
Xn"
Viva Pt
Non sunl príratss le^cs. Nul-
Ia terra sans sclgneur. A cgual-
dade política. A egualdade eco-
nômica. O Império, o Feudalis-
mo. a abolição dos privilégios,
ra com uma amargura besta,
i|lic

ara.
" o n ;i f a i l

Portanto, nem a justiça ra-


qu'il
.1 ia Force". Ara, ara,
soit juste
missa do pango de orê-paco de pagú.

a
Mis já di/i.i o nosso avô
Cunhambebe, comendo gostoso
pei 111 'le um portuguez:
Corra frouxo o tafiá
Ahi ta-fi-á
protesto e praga a produç&o como Finalidade. cínlialista ilc Huilsscii), nem a Jaúra leba. Pois dlxeni
Em nome doa povoa explora- Longas batalhas §e< alares de santa Justiça de Catharlna de bem nus, KUI netos: Não amo- Birí-birim Biri-bírim
dos, vendidos, difamados, entor- que o ocidental saiu mais omo querem os cató- lem. E' muito bom.
pecidos pela "conquista esplri* nu icravt 1, 1 oendo ^ anhaa, licos Franceses. Mus a Justiça Batá-cotô Batá-cotõ
tual" do ocidente, 01 antropófa- pei ando. Com o <• |

a
<)., tacape. Pio na 1 abi ça. Vo- J APY-MIltlM
gos de Sio Paulo votam s todas cheio de Idéaa vasias. cê comeu meu InnJ Quando tu veio eu tamLc:.
as mandingaa o Futuro da naçAo Emquanto isso, o índio fes a muni le c o m e sou eu. E a ale-
Batá-cotõ Batá-cotõ
que, Filha da liberdade que lhe taba. Muito caulm. Muita flauta grl 1 de constatar: l.á vem a mi-
mandamos com Rousseau, ainda de canela nha comida pulando! Plratinlnga, ano -17". da de-
suaa aprovar créditos para mis- de prisioneiro, E ne- glutição 'Io bispo Sardinha.
s&aa evangélicas. Que 1 des [r t( 1 nhum gatuno. Em redor da fogueira murcha
final 1 cubra, eomo <• rti as negras rengueiam de pé mordido
os clássicos da os documentos rebolando o ventre.
nchieta antropofagia
Ce qu*on noua dil de eaux da PAI \\ li IB Dl SAO DOMINGOS
antropofagicor.
Uai orê-rê

d
trésil, qu'ils ne mouraienl que AOS HSBBXBS DB ALBI
Na ultima metade do século se- sciencias, e todos os dias, a to- e vieillesse, on l*attrilme a Ia "Durante muitos anos, eu vos que tai-tai tá ahi
guinte apresentaram elles tos je- daa as ho de visões, sêrénité ei tranquilUté de leur
suítas) Anehiehi como candidato 1 e êxtases. Sendo um ame deschargée de lonte 1 exortei, com toda S doçura pos-
á santidade, e Situão de Vascon- santo, um prophcta, um Fazedor I iiion lendue ou sível, pregando, resando e cho- Escorrem vultos longos pelas fossas da fortaleza
celos, pio\InciaJ do Bi asll e bis- d e m i l a g r e s , u m v i c O - C n i i S t O , e r a desplaisante corame Meus qul rando. Mas como dis um provér-
bio de minha terra: onde aben- devorados na sombra.
da província 1 tanta •> sua humildade, que a sipassaient leur vie en une admi- çoar não vale nada, valem as
uma historia ou antes romance mesmo se chamava vil mortal e rable sunpllclté et tgnorance, paacadaal Nos levantaremos con- Então enche-se a noite mole
da vida deste homem, peccador Ignorante.
em que a sans lettres ei sans loy, tra \os pi Incipes e prelados que
sabedoria do missionário, os ta- O s e u S O l i d e O c u r a v a I o d a s a s sans rellglon quelconque. ontra esta terra naçõt s de uivos de carne mordida, fungando
lentos e serviços do estadista, os m o l é s t i a s i\.\ e d i e ç a , c q u a l q u e r >KiN 1 A M A I : e r e i n o s . . . e a s s i m ;is p a n c a d a s
trabalhos insanos rio metodisador dos seus duelos, i|ilal(|iier peca
produzirão efeito onde foram Toda a gente diz que é assombração de lua nova . • «
duma lingua barbara, formam a da sua vestidura era remédio cf- vãs a dOÇUra c a s b c :
parte mais secundaria da narra- Ficaz contra penaajnentos Impu- Davantage, si on en veul venlr
tiva, olhados pelo biografo como ros. AgUa derramada sobre uni á 1'action brutale de maa her ei Citado por Wells. Histo- . Míssa do pango de orê-paco de pagú
. menor momento: o d o s s e u s i i s ^ i s o b r O U m a i s d e manger réi llenu i 1 Ia chair hu- ria Universal. - Capitule
grosso do livro, cnclicm-11'0 mi- duzentos milagres em Pernambu- maine, ne s'en est-il poinl Irou- :\2 - l l c r i s t i a n i s m o e as
lagres. Uns. di/ co, mala de nul no sul do Brasil, • • . . . régions de par deçfi, eni/adas. RAUL BOPP
chamaram segundo Taumaturgo, e poucas gotas delia tornavam voire même entre ceux qul por-
outros segundo Adão, 1 • água em vinho como nas bodas tenl le Utre de chréllens, lesquels "1,' preciso constatar que to- (Pedaço da "Cobra Norato")
título mais conveniente, convlndo seus m i -
• 1 paa contentes d*avoír dos os povos civilisados condu-
que assim como houvera no mun- ommendam-se por mais enncmis, Fail cruelleraent mourir leurs ziram-se para com os naturaea
do velho uni Adão, bouvera no engenhosos, «• de gosto mais ele- courage, n'onl pu rassaxsier leur . . descobertos, com a nendava n 0 primeiro carnaval*
noMi outro, que Fosse cabeça do 1 gante do que os consignados na sinon eux mai 1 I d' mesma ferocidade: 1 | . o per- I rOUXe o padre unia cabeça
seus habitantes com a mesma au- hira. Finalmente, I Portugueses, Hotandett 11' l h e :

t - - Sem dui Ide. Emquanto eu das onze mil virgens, com outras
toridade sobre os ele c o m o d i s s e u m B i s p o Cl • I J I ; \ \ DE LíRz" , . I . \ l e i n " n s. A ri! 1 istadaa em um meio
anunaes da Amerb a, que o pri- panhia um an< 1 de ouro, e An- neira deshumana c assassina com . me rou- m 1 .. . • hero)
meiro possuirá i1 chieta a UU ]>• d que os Europeus lutai 1 bam a terra... \ . !•: le '• o s e s l u d a n -
os poderea »• graças de que fera livro em que loca asserçdes se almoçaremos Piolin e s s e s POVOS c q u e d e i x o u Imme Raoul Alller — Paicolo ;. lhe fizeram um grave e ale-
dotado o primeiro Adão concor- aventuram e que está 11 ioda a selvageria dos mesmos, gla da ConTeraie. Cap. 1. ebhnento: trouxeram as
riam pois cm rVnchieta, que oa toda .1 casta de milagres, rol li No dia 27,i de I nos comlu/ a uma cora lus&o an- s: 10 1 . i l l o g l q
goxou não temporariamente, mas cenclado pelos differentes censo, ias (2 • edição) Piolin será vas- tropológica que cm procissão solene, com ír.ui-
toda a vida, pelo que D res d a i m p n usa d e Lisboa, d e - j 1 importância: <> ahiumo que Re- usica de voses e d.ui-
mo nosso pai- i ommum, com ln- a n d o u m d r l i e s q u e c m q u a t l - Antropofagia, que assl para 0 eivillsade de chamado s. \ Sé, que < r.i um estudante
nocencia, unpassfbilldade, espiri- ciol a rse •alvagesa afio é tfio grande como 1 icamente vestido, lhe fes uma
to esclarecido e vontade recta, cariaradiih risae B publii açfio 1 i- 1
pareci . a tenl ento que tivera
Foi-lhe d,ido domínio sobre 01 neficíoa ose fieis privadoa de be- S a u d a r a a \ i l i m a , m i

o
o próprio Deus de substancii Gerland — Citado poi .!.i sua vinda; a Cidade Mie e n -
elementos s sobre tudo o que i.i i outo de Bai ros, V. — Antropologia. 1 naves; as outras duai
nelles \ Ive. A seu mau d • lusa cabeças já rü ti-
zia frutos á terra, restltubldo SoaUtey — BTIatoris do • •

até os mortos, para que, recobra- Braail — T o m o IV d a o , tudo foi a modo de


da 1 v ida, d.is mfios deite 1 ece- tradnCÇfio a n n o t a d a p e l o 1 oda a festa • usou
• baplismo. Para res- ConeKO lernaiide-í Ti
gnai dal o do sol lhe formavam n h e i r o — Cap< X X X — • o r r e u quasl lodo.
doce! sobre a cabt ça as aves Fábulas sttrlbaidas aos FERNAO CARDIM
doi-as. Nas rédea se lhe vinham leanll .
peixes, quando delti •
\s férjs da floresta <
A pedidos
o
acompanhavam nas |orn
vindo-lhe de escolhi. Obedeciam conquista espiritaual
á sua MI/ os ventos c as ondas. I : n l o <jue T * r á i l & d o Au l •
A' vontade delle desfazia o to- Olhei pai terlor da 1 • !•• Éj*draaw p m r i t i âo ai«-
go o mal que Fizera, c branco c v pela
p o r t a vi s o b r e u m a m e z a -r. P i n t o d o C o u t o e d a i-»;-
tenro se tirava do Forno o pão • 1:111 l e n ç o l o r a d a v i T

f
P M d e LeAo, t i v e o p r a z e f
ona a carvfio se »u*a reduzido do marido, paia o qual a tapuia d'saoatmente do i o
Tinha ellc poder sobre o boniem me apontas a. Q1M eles n â o K1
em todas as suas partes, na ca- — XáO Choras? N ã o sentes a UM ANTROPÓFAGO.
beça, nos olhos, na bocea, nos sua morte'.'
Itnm neoBdH
dentes;na garganta, no peito, Respondeu-me Ia Li&o <la T a b â .
nos lados, nas entranhas; naa tristonho:
mãos e nos pés, nos hens mun- — Y a n é a u g a VBU n a n a , tapuia cutro
11 d ' p i r a n h õ » n a . Oi l e g i s l a d o r e s q u e s a m o -
danos, na vida c na alma. Os se-
' : • . • • ' ' • ç a s d e n i e n o a d e 21 &noe i
gredos do coração lhe 1 puioa so têm corpo. . •• b a r e a e e a M l
tentes. Fôra-lbe dado o conheci- maia. (
Barbosa Rodrigues.
mento das coisas occullas e das é q u e leiclalRram s o b r e o
•: - j
trabalhar noa referidos sstsl ;-
Viver asceticamente é evitar os prazeres e n t r e t a n t o , q u e a, m e d i d a
afim de alcançar um prazer anormal. íol b u r l a d a . D M S d e s a s a m o c a a . q u o
a n t e s d a proIblçAo t r a b a l h a v a d e g « r -
Viver antropofagicamente é evitar os pra- QonstSi r e a o t v e u c o n t i n u a r I
d " . E c a a o u - a e . eoaa]
zeres anormaes. ••niiiiii ipai;.1o. E n h l é q u - I |
• l a m u u n . K i a rsfli
maa, c o m o comçBu i de optiralatno para a formação bre esae caso. gravíssimo e m a

üvrog/aíia
de alegria p o r v i r q u e o meu I o loergulmi ntO d a mentalidade t o a d e opIntAo q u e u
berço DStsl ale no>'u hniiíre- 1 om que os moços en- i i l e se t o r n a r Imoral, pola
qUS K v e m traram na sociedade. p e m l M burlar, :\ l e i
HSS P r e t a , \ "Revista do Globo" não fas *. l a t o #•. p e r -
proporcion:inilo-mc enaejo para . daa do lho e de São u m a I d i l e v o r e a ou
1ifr c e m esta P A - Paulo, tem desenhos, lem íoto- |iOO m a i s : v a m o s q u e i
"Primeira úê Janeiro", Manáos, n. I; "Feata**i GINA MÍNIMA no d ; 1,, C O n t O S , t e m c i n e m a . ilidO,
Rio, n. IS] T r a t a de cisa". Curitrba, 21 e 22. i> d o iniTiiimemo q u e tem declamadora, tem symbolls< i t i n u a r a b u r l a r a lei. r r u b a -
mo li • 1 annh i. larios, tem cri- >>nde b e m Iheis p
Estas duas revistas si "Primei o ds Jani I abando o pap< da tntrodutor 1 •• .

Brasil, tica. I-' completa. — Odjuavu.


(órgão do clube de • • Inclanasi spezar a p r e c i a v i I porque 1 dos houn 1 ( 1 •

. .ser feila 110 Hio, p o r Quer hi 1". dlel ! mio Prado, tci chi •

antropofagia) um grupo de vanguarda, dessa C a •' nas I-,


dminhtra- 1 o, da pequena proprie- serviço telegrafico


a felicidade dos dad '. do amor a 11.- tafisica, do


ir . m o d o d e v i d a QU
vanguarda que nian li 1 • iéa em bom a di 1 liefi politii o da
. para ai 1 esl 1 pé de meia, da n< • I •

expediente sa|),lln.s, ! 1 |it( 1.11 i'-.


l . n . l i r a , u m a h õ a b a n d a d e UB1-
terapêutica •

E nem 1 hego a ser Interessante Amazonas e ouli as figuras de • 1


LISBOA. 13 (U. P.) — A im
eomo tragédia individual pois se destaque, tiflo fali ndo I •.'•ea, t i o i l a s a u u * tSi .1 . . . pi, , publicas uma informação
da afirma c o m suficiência inefáveis postaes leu- l . l t l í U , 110 " l í e v i - t a d o G l o b o " , I ' o r - de v. nda ''a < 1 ra dizendo que •

grande di livo 1 localidade, a família de


revista de antropofa- Mia p r o C U I dada inte-
• 1 :, .
r i o r " , d o s •,hoi i/oiites d o e s p i r i - 1 1 1 cm que o Jultn W
1
to Alegre, n. 1. • que
; -e i ncontra actual

autor "do formidável Fl 1 Charla* Qaerenda, Renaacl-


.1

gia t o " , a " h i s s i l i d u d e u n h ei


colcha di
Ia",
I ului islãs e 1 •

nietito, r a m p a , (.ualivlia. Sul,I'i- tner. ha um ano, como remédio.


(2." dentição). 11 comum procura provar que o Nord< ite . qiM t . m -
ratin). os rapaze • de poi t<> Ale- ie dO ' adi * I i' de um ire. .--. I
• il e que ellc, o r. Jo - ; se d, idlram pelo me- i- de uma .
como sempre, 11 1
• ,\< . screver co- •
Bior, u franqueza de se declarar I Iam n t>r •'
tario de Indrade, •
unia de uma li-
açougueiro: Geraldo I 1 " p a i . u l i s l 1 " , . OIUO s e

v r o i a . A l i a s , :i
curiosidade
i d o d i a c, d a W

1 mei' lal i'^ 11 liti • alura esta. na •

Ferraz 1 di' O I M " , lios


••< S T .

l-eo

: •
1 1
quem tudo M Í radio Correia, o "!)•; •
Saúde >\.\ Mulher, o Bromll) que, •

correspondência: pfio de ma •
1


vu p" : nr '
. 1 ..
caixa postal, 1269 •'

' ícin[ie- •
• .

1,0. POili.nl
r*»g • r>p R PAI n o n.,mnr'n TT-1 1<120

meditação no r-c ' .1


Todas as arvores
o rtod o x i a
v antropofagia como movtmen-
1
!\fss Pio- os de M I
MAYANDEUA!
na fundo de i i
[impridc
Nossas florestas , •• MM .• melhoi . [no Iro tamfa
lia f : i / mente. bem. E l I unhem. i .des
Ten ten teu
TrUtio Outro desesperado. Harlo DO ii tempo muito de iltirrlTi
Todas as arvores d< tthaydi da Mario do Nordeste. JA se dc- uitara oa
de Andrade ou BQ de* | Murio: — : o prefacio de Palhé- nventer a preguiça dos peites!)
Ten ten ten u H enta da Antônio de Alcan- "Muitas alunas, nenhum <li< i Baby. PQI bo, ale Ia
bem. i ralu-se. Virou bnpoi tanta.o-, telhadoe sao da lodo rmsturado com brasas
Ten ten ten ten l;ii B Machado (vide CnnfeatiionB pulol
d'un enfant du aiécle). Salva-o "Maiuiiiinia". Provável CarlrM a. Não nos Intl i E ha UIIIR cobra invisível em cada uma das portas.
Todas as arvores evangelho de que ch: se nega a •—Quem que salie doi causoi na « KI idt por nome Muyandeua?
consciência. Porque? qnem «pie sal»e?
Quanto a Graça Aranha, nossa Os antropofaani < Mas na boca da Bosm <|ii.oilo u folhas rreanças estSo
Menos? opinião é difícil. O acadêmico têm daaaspero algum. Filhos do com sono, ia canoeuroa nua andam nagua medrosa
f um bomein confuso I Ultimamente, Álvaro Morcyra bandido t c h é escutam barulhos de festa
A do bem sem espirito, cuja inteligência tem feito poemas melhores que subindo
inutilmente se esforça cm atra- O valor de um ipai ei Lmente. •abindo
Oswalã de Andrade. palhar todas as nocoea conheci* ( 2 / dentição nu- Yan de Almeida Prado com "Os subindo
das, todas as noçoea copiadas. três sargentos" deixa longe tudo
(iraça Aranha não tem classifi- mero). nua a psb otogta •-' tentlflca de 11'onme Mn>and*iia é D H cidade encantada
cação Mario quis compor, Vau de Al- que o Picho do FundO
A revolta:
"Destrõc, pois toda a creaçAo
Tem d;i destruiçAo". — Mareei
do manifesto Antônio de Alcântara Macha-
do é o burguez brilhante. Sem
meida Prado cronista tom um
laborl Que diferença de Alean-
uardo Pellegrinl já al-
botou de caatigo na lama d» rio!)
ciovis DE ausiua
A magia e a vida. Tínhamos a cançara Alcântara (vide Martlna* [dl sucursal do Hio)
duvida. Ficasse na reportagem, e
relaçAo e a distribuição dos bens não nos daríamos ao trabalho da li e outros arTanhan i
physicos, dos bens moraes, dos põl-o no lugar. M.tl contador. Yan meteu o França não ha p^oble.-.as mais insoluveis do que os que
A asneira: bens dlgnarloa, E sabíamos trans-
. . . "Paix des peuples, puix des por o mysterio e a morte com o
rares", — Albcrt Sarrault, I a auxilio de algumas formas gram-
ministro das Colônias do Gabi
neta r^mearé).
(pie o documento Chiqulnha Dali1
Óso é arte. E ainda acredita em
Arte. Dois erros. Ficou sendo o
noaao França Júnior, como JA
disse Menotli. Mas pra quê mais
e Netto num chinelo oomo cronu
ta. Antropofagia Nos assisti-
moa. Conata tantos, Marcamos
pontos. Cinco para
Des para Penuaroby.
não existem.
Cmihauihe!»-.
Maurice Blondel ("A acção")

v
França Júnior? Não fazemos política literá- uma pergunta jornalismo provinciano
Resultado. Perdeu o bonde da ria. Intriga, sim!
canto antropofagico dos tupiniquins geração e está bancando o de- Unir todos oi em antoi da ri- E' um regalo para o\ cronis-
FREI DERICO da identifica, artística, voluluo- tas polll i [Uando m.ilam ;i|-
•aaparado. Piolin na scena do Plratlnlnga — ano 8
caminhão que passa sem ele pa ghttiçflo do bispo Sardinha. aa e religiosa ú serena guam. de ia lmente trata-se de
I)è 1'mbacraba che remiu rama mãe aniboe ç.-i da morte, eonserrar com a um assassinato covartle p^ir "mo-
ndc kanga JIKA c'ypotA curimé agilidade d« uni clown • Inerda tivos de honra". K' nm naa mais
che y anama pepike ki cha icú
renilê çoó che mokcn scrA coarney. serviço telegrafico • o reis d a intriga
de um cadáver "perinde ac ca-
dáver", penetrar-se rio
acabar de certo vocabulário an-
IÉ s. i.-ntifico incrível ua c i -
cios da Santo Ignaffto mesmo dade que se diz civiliza..a como
A li sueceda, minha comida, cuisa mA Sn maamo STan da Almeida
Tua cabeça cortar qw 1
Meus parentes vingar aqui eu estou
Tua carne moquearei de certo depois do sol posto.
m-jantas
Nús temos o China; ellcs têm i , ii capai de produzir atirando se no liimiih-. da- m-esta "Deshoorou", "dishones-
a perfídia que. conseguiu domin tiigaa políticas, a l e tara essa i tou", "cnxovallli»!!". etc , '"te.
go paaa ido perfeição e quasi i lanOdade da
perreri
Essa gente nã«i Babe que Freud
ficou velho de ensinar o con-

s
o Poland-China. Passou por atii o pharraaceuttco Alber- MAtlilCE BLONDEL — ("Atrario.
(Versão de Theodoro Sampaio. Extr. de Ha na direcção do sul, o sr, Angus to da OUvenra com Mario de An-
Sladen, ed. Logfren). Alcântara e outras ex a c â V ) '
to Frederico Schmidt — o gordo. pressões da tmmlez modernista
ou da modernidade tímida.

contra o s exercicios espirituaes d e Loyolla, o s exercícios físicos.


Yan. cria juizo!
ESTILISAÇÃO
O humor:
"A vontade de Deus pae não
ultrapassa, em França, a 4.810
metros de altitude, tomada do ní-
NA
o camarão
CIDADE t câmara quem te
reconhece!
A Câmara de São Paulo teve
um papel htstoríco fonnídave
nos séculos da formação bnisi
(PBOeU)
Os donos da tei, a fugiram pio mato, e sd
nos deixaram os modos ariaõoa.
Os outros plantaram na beira da praia a cruz
do senhor
nham.
e nos ensinaram a fala que ti-

vel do mar". — André Breton. abriu a boca leira. A sua decadência Iniciada Mais tarde chegaram oa pretos escravos, trou-
no século 1JH chegou agora ao xeram com ellcs batuques, macumbas e vimhas
quando viu a liga azul auge de legislar subvenções pa- dolentes.
o sol não brilha e não ra os iiquissimos templos cató- Os modos arlacoa, a cruz do senhor, a língua dos
da normalista da Praça. licos da capital! O povo paga
nasce para pessoa impostos para isso'
brancos, as dansas cantadas, tudo isso se uniu na
alma e no corpo da raça que rafas.
alguma — De Perét.
IDENTIFICAÇÃO
'disseram, e n t ã o : é leeitimo portuguez,agora lamenta-se e tem medo da morte".
Sylvio Coroi.

d Dl facto, depois da negociata


COm Mn.solini, Moina precisa do
dinheiro dos paulistas.
Raça brasileira : estilizarão'
Álvaro MOREYRA
(da sucursal do H> j

A pedidos a sucursa 1
Hans Staden.

e
Chegou ao meu conhecimento (clube de antropofagia DO rio de janeiro)
que o sr. arcebispo deste Esta-
do havia deliberado proibir que
As procissões concorram os me- sabença nacional
ninos vestidos de anjo e de san-
tos, como era velha usança, des-
de que me conheço por gente, prfeauçaoi exagero:
nesta terra piratiningana: (AliAs, Cachorro por se avexar nasceu Em terra onde a gente não vae
em todo o paiz). com os olhos tapados, feijão dá na raiz.
A noticia que me trouxeram vontade:
foi muito vaga. Entretanto, a Quen; quer ser grande nasce vi- lógica:
fonte de onde procede é bôa, e çoso. NAo ha dois altos sem uma bai-
eu a comentarei com a reservn influencia: xa no meio.
necessária nesses casos. O s r . Caranguejo só é gordo em mez preconceito:
arcebispo errou. E errou lamen- que não tem R, Negro em festa de branco é
tavelmente. Desconhece de todo argumento: derra-

t
primeiro que chega
a Índole do povo, e nAo calcula Cada qual enterra seu pae como deiro que come.
o mal que vae fazer A evangeli pode.
zacfio das classes humildes. A proteção: religião:
promessa era um derivativo. A Só o que bota pobre pra deante Homem que ajunla dinheiro nAo
ancamatln simbólica de um São é topada. tem fé em deus.
João num "manezinho" ou nnm
"pepino", ou num "basliãozinho"
mesmo, satisfazia a aacasaldads
(' aproximação dos íntimos da
corte celeste, que todo bom cris-
tão deve anhelor ardentemente.
Digo-o por expesieneJa pjh>
Religião brasileira r
pria. Quantas vezes me senti to-
de um santinho qualquer, que
"Mais alguns SantOS de catim- teiroa empregam as palavras
cado de graça aó aproximar-me bó pra acabar; "feitiço" e "feiticeiro" com sen-
jj é um pagé do Aina- tido depreciativo, designando as
era ao mesmo tempo o filho de Soaaá Mestre beiufazejo. coiaaa "da esquerda , isto é, do
minha lavadeirel Nunca a reli . Antônio Caboquinho da Jure-, mal) . Pois Tabatingu só trabullui
gião tivera meu mais pratico de | ma _ feiticeiro e pagão. Não foi "na esquerda", flexando e "li-
o
dar uma concrelisaçao completa batizado, e quando vivo era abso- gando" (fazer figas). Não acre-
do divino, nem exemplo maior lutamente ineretl. Ksrkria lista dita em Deus. Só trabalha no es-
de humildade! em questões e até brigas corpo- curo. Quando chega nu laaaan
A proibição que agora vem de rais. Tanto as resolve como fo- •vai logo apagando as velas. Vive
ser feita vae estragar dcfiniti- menta. E' bugre de Muto Grosso. Isolado com um só companheiro,
P FICHARIO ANTROPOFAGICO
Primeiro prontuariado
São os princípios que con-
duzem o mundo sem que o
inundo saiba por que è con-
duzido.

o
vãmente o pitoresco das festan- Certas feitas se enraivece tan- José Pereira, tão bronco ésle que KKNEST HKLLO
ças religiosas. Ameaço mesmo 0 to nas sessões que o pessoal to- nem tom "linha" (reza cantada, Iniciamos boje o nosso ficha- pátria. Entusiasmo cívico. 1'hni-
sr. arcebispo com a aparição de do foge, com medo dele. Se en- destinada especialmente a um no c pretendemos estendei o ;* Salgado e o "estrangeiro". Qua-
um padre Cicero paulista... Mas, raivece porque é desconfiado que santo, legitimamente o "nomos" todos os vultos celebrei das le- torze artigos de propaganda nos noticia do primeiro
não! O clero paulista, tanto da nem mineiro e briguento que dos gregos). José Pereira quan- tra» indígenas Al 4.1 STO FRE- joinaes, nas livrarias e n.is cal festim
capital como do interior do Es- nem brasileiro na pinga. JA tem do sueceda baixar na sessão, gri- DERU 0 SCHMIDT é 0 primeiro cadaa. Discuraoi cm praça publi-
, s. omido. 0 mali gordo a de ca. 1'linio o maior escritor da a Ojnforme no numero anterior

f
tado é disciplinado. Admitirá se batido coro outros espíritos, ta: "Maldito seja Deus! Maldito
sem discussão as ordens superio- cora o Príncipe da Jurema, com meu pai! Maldita minhu mãi! i aça i do Brasil gente havia anunciado, na
carnes mais macias. l"lai alas. quarta-feira santa almoçamos
res. E teremos despojada de um mestre Carlos e com a Tapuia Travas! trevas! trevas!... Sejam Renata Vtanna assinala aa vi- Ptelte (sr. Abelardo Pinto) pelo
de seus mais pitorescos aspétos, Caipora. A's vezes vence. l'ma hemditas as trevas!" Quando mi- O poeta na ma i Ida curta, lí-
s religião católica que se prati- feita massacrou um mestre de torialtsadO, José Pereira diz-que ter.n ia. ja atlaveSSOU por sets da aventurosu c inquieta do DOa- motivo do aniversário dele. O
cava em São Paulo. Mas espero sessão. matOU |>:«•. mãi. padrinho, madri- fases distintas e bem i ta uma nova etapa. A convivên- festim, primeiro dos antropófa-

a
que sua eminência lendo este es- nha, esposa I CUCO filhos. Quan- das. Vejamotas cia com o dramaturgo foi verti- gos, aderentes e simpati/.antes, se
crito, ungido de piedade e de reréca, Eeea Caipora e uma tapuia pa- do abrem sessão os pais-de-ter- A primeira fase da xvjfi* pode ginosa. Desviou o pensamento realizou-se no alto da Praça do
santo fervor, reconsidere seu "espirito pcquclitmlio, do reiro "bolam trave" (rezas de ser classificada de fase da pu-patriota do poeta paia i vida Patriarcha, sem as mlenldadaa
gesto lamentável. A palavra de tamanho dum dedo. Para no Ari- impccjlho) pafa José Pereira não berdade. Passeios longos á hciia Cosmopolita. A cidade só. Hio de da estilo.
s. eminência não é siquer a pa- puanã. Quando se acosta nal> aparecer. Deixa "mau encosto" das pratel de banhos. Curiosi- Janeiro a a sua crônica cmcina- Mastigou-se bem tudo o que foi
lavra de um r e i . , , Pude voltar guem, i pessoa tora ralvinhas, (sensação de abatimento, males- dade 00 "tn)toir". tica. So isso lhe interessava. \ l»ost<> nos pratos, e babau-M pm-
atras, e deve-o. "se trepa" toda e principia fa- lar profundo) nas ses A easa laaa se segue o conhe- sua colaboração esUmulaÜva tm g» como aparitivo e como pinga

9
zendo tudo QUantO não presta, cimento com o Inteietual e anti- romance do dramaturgo "m \ i mesmo. Peijao torresmo cainrona
a diablnha! E' Inconvenientíssi- Pia acabar estas comunica- qnai Io Cai los Frederico, Curio- roe| . " Maior do que Plínio. de Pi.din Na hora conveniente o
I1M PAE CKISTAO E QUA.SI ma, segundo as notas toctall do ções cito Mestre Zinho, feiticei-
ANTROPÓFAGO sidade estética, sadismo, nit.no A sexta e ultima fase tia vida orador, dr. Antônio Carlos (C- de
"Diário Nacional1*. Gosta de" tm* ro, atualmente inda "matoriabS cnlo. permanência no ti vaga pe- do rate místico 6 a mais iuqmr- It.) negou se terminanttinente ;i
b a b a r nua i di pernas pro ar Sedo" (Tiro).feTum ser perigo- los cafés ruidosos, grti tante. Começou por ser assai sermonar, pelo que eerinoou-aa
expediente que nem o GodiQUB, Uma falta so, nAo houve meios dos meai teatros, aplaudmilo músicos cc lado. am momentos da deeaape ura foge de empurra desempata-
"se acostou" numa mm Inha informantes me contarem onde ro, pelo demônio da Duvida. Noi- do pelo Alberto Araújo que falou
da não houve remédio, por mais que. que pAra. Trabalha com cachim-
fliaaiimi i sequeati ad bos enormes, AH vezes faz o bem
• lebres e "prinia-donas".
A esse periodo vicm a desoren- tes longas. Meditações sobre I multe bem, Noa loana batemos
revista de antropofa rasgou as roupas, ficou nua. B mas é raro. E" perversissimu e ça. O Bteunno, a Bjagacte, Crises vida c morte de Thomaz de Aqui- palmas Bom as mãos a|<idaiidiu-
rápidas pala diivitle. A rfligião no. 0 primeiro passo para Q iho- do 0 feito.
sría
( 2 / dentição).
mui Io danada. Arrepeia os enV jii matou três pessoas. O mano
belos, quebra pratos, e Batendo dele, Mestre Tronchinho, tamhein
na posição natural pula Bani pii- mda esta vivo. Su trahallui invo-
rada, arco e flexa nu mio. Cne- cando espiritei de cigano e é ti-
ga a tirar o juizo da peaSOl em iio Domo meniiroso. Mestra /.i
i catolicu como negação e obs- mismo. Jackson o limpara nessa Antes de terminar o (estun o
táculo É própria arte. 0 caso de crise. K' assistido tainUni por Pioltn uãrt falou Uai Étena i'i-
Cocteau, A sua caria, a curta de Hamilton Nogueira | PerilM ÜO- sie cantou na meia emoção "es-
Maritain. Nesta fui.e- o poela es- mes. Cântico do Piiisileiro. A piritual" da hora. Nós todea g>>s-
crevia poemas para as seções li- (lescoljerta de Mario: Cantos do tamoe e aplaudimos com o cora-

a
qllclo Si' nho poema um punhal temível vres das paginas literárias suple- Liberto. A evolução dffl pOOta ção contente u canção. As, Ba-
açougueiro; Geraldo Careca notar que oi espíritos chamado Satenai a • lamanada mentares, o poema *\-> ma eada- continuará. Caminha neste mo- lemos palmas com as mãos.
fcrninlnoi tanto se acostam nas Chavi da Vanguio que abre Io- mento entra Grieco i Tríatlo da i; lo.los foram para suas casas.
Ferraz o noa pais i a lei raii a. dai U portai encantadas do es Imha que íoi infelii iladu na
Vthavde... 1>. S — Aventou se a ide» da
Outro neutra malévolo é Ta- papo, (órgão do clube de rua quando sabia • passeio.
CALISTO ELOI da liga das •enhnraa al-
correspondência: bu tinga, Bumaraante perrerso, A quarta fuse por que passou
marío de ANORADE'' I lOlteaS, » qual não ilcvvrA ejBtV
ameríndio rei dos espiritei f<-í antropofagia) :0 poctu íoi mais u r u i . Viu a (.encarregado)
ter ScohCrugj
caixa postal, 1269 Ucairoii (Ho lernl M catimbó (Do "Turista aprendiz").
g u e r r a m o g u e m
Dessa i ura rcnomeno
Varia eonfoi me o i limo.
j4 o < "Eu nâo fui an
\iado senfta -'s ovelhas que pe
revista de antropofagia (2.* d e n t i ç ã o - - 4 . nu-
I Aperitivo

o h\ ro do ir, Paulo Pró*»


r w r » m da casa de Israel." i Ma ( ó r g ã o d o clube de prus'•' ando em todo " pai/. (-.


li,,,, i i \ Idéa rrlat» que
M |, ms funde no humano unls i r antropofagia) mero). Cin 0 laP. a mera pali ,..r..
sal, de Justino, é desse mudo In- Ja •! i nossa gente. \: u i n i h i a
teiramente balsa. Deus é um es- 0 qu. i sia reagindo contra o li-
pirito municipal. Jesus, desse \I.(.l MAS NOTAS SOBRE <> l|l li .1 V SE TEM n ã o i n t e r e s s a ) . 0 q u e se rjucr '" - i: - . i i i i , d l São He lha, contra a .supeeio idade du \ i n ilo -a . Pailla P r a d o é .< ui
ponto d( vista, era de uma In- nedirto, onde o negrn hrinca de .o i-u rroido pelo rii ío e p> leli -.- ii> ia nacional (> (ls ro é
i . i:i n» í M TORNO I' v NOVA DESCIDA a simplicidade e nfia mu novo |C UOl ' . n a . O l , e s t á
transigência fero/: "NÍO 6 I Nnturrili- bon a-' i, d i festa do 11 molea i das dccadciicfas o
lom ir i loa filhos e lançal-a ANTROPOFAGICA N \ NOSSA LITERATURA. nuai Iwm tom. CongO. O (JUC é. c. N ã o v: s Brasil pi celsa v o l h i r ao seu ei
1 hei., de injn ítiças C n n c r d . i d e s
( l í e n u tiniu- d a S u c u r s a l do Itio p r a c á ) i Isso. Nada <\- discor- cia elemi ntar e an pi i doininiu obn indo. Indigno do eape-
a ,,s cães", (Marcos, 7,27) 0 Contra a baleza canonica, a bele-
cm toso, porem, í 'i l | t ' " cristlo dam Eus Ni . [tonto, .i i i' moa dos sentidos. Criar por si nu rançnso c promissor talento do
za natural, feia, hrut t, .1.- "1'aulisli-
nismo acabou aa contentando com 11 "Antropofagia é o i ulto e u r o p e a . d o p o v o , In a s i l e i r o . 0 * barbara, ilógica. Instinto contra mo a e d a d e dO i n s t i n t o (le q u .
Os filhos não auto ;'i isi Ura instintiva da terra no- antropófagos preferem ficar com rernls. o selvagem sem as nu .i. r i . . Tudo aer- o exilaram." (Cloi Ia de (jusin in i : . ; . , ' . ' , de ubserva-
ii i cos, doa este, contra nqueln. Era lunvfti sangna «Ia catoqin te. 0 selvagem . na m e s m a fé o s ri- "Somos u fruto de uma dcfornia-
lilti de
saltei d e l e .
Aos c ã e s d e v e a Igl I
ídolos importados para ascensSo d 0 inaiuelui o, d o em o|ieil ih S i Mim ndo :i cab quésc. Sem a du t u a i s da iii.ii Itniba c da missa d o çflo Ín(|iiísitorial. t aduzida em
dos totena raciaea. E* •> própria contente, do 1 1 aventureiro vldn, sem dquer a presunção .ia .. Puul i P m !•• c não ha
moral sentimental, conti gnlo. < i • intinhos do ew |pula- português qulnbcnlUtn pela v lo- um .n lista, RUM um ar-
oi si i ai lonal da Piai • I terra da iroeríca filtrando, ex- •bsoi i Ido pelo Indto, »• contra a e x i s t ê n c i a d a d u v i d a : nu, n a l n - i io e iraquitan. Pode-se até, lenta ineiiiocrulaile 'to padre i u, wfreuor, que
ve a teoria atotea da prm Idcncia, pressando através dos terapera- mentalidade relnol, contra a cnl- mí, antropófago". Essa abstra- si \(»eés quixeran, aumentar o Vieira, afirma Uawald ilc An- ainda acredita na bcndodc h u -
dr que s .• apropriou Indebitamcn- mentOa v a s s a l o s d o s s e u s a r t i s - iHI B ., idcntol, conti D o gover- ção da duvida é que norteia a santoral brasileiro: Noaaa di ade. Mas a falsificação do it eternidada na ai te i
te, 0 seu p r i m e i r o " g n l o " . So tas." ( O s w a l d da A n d r a d e ! N a - nador, contra o escrh ao, conti H uai le, p o r assim d l / c r , hostlll , . Santo Antônio n o s s o t i p o n a t i v o h a v i a do aca- ii... bons costumes portugueses.
n â o d e v e .L sua i n t o l e r â n c i a . Ba- Cen m a i s d a n e c e s s i d a d e de um 0 S a n t o Oficio, E a s s i m têm a sadora da filosofia anlropofn em Maria bar c o m o BCOboa pela n I.' um espirito á niar«em do
s.i nasceu de ai mesma a ri ir povo do que dos requintes da certesa de construir, no Brasil, !,-,i. Poique a verdade «• que os rins M .1. ii i.. 11 cflboclu i ma inti L i ai antropo- srt nlo, e mdido, ingênuo, piedo-
. os p r i m e i r o s t e m p o s . J á I n t e l i g ê n c i a d e u m h o m e m . E a grandfl naçâO b r a s i l e i r a . |*oi anl opofagos não têm a pn ocu- ta m u i t a fé" Cin p r o m e s s a s de i c - fagia. K dahi essa relvindii ação so, in. a pai <ie devorar com pra-
Cyprl mo dizia: "Nulla talua ex- i itrar a sua verdadeira q u e I d e s c i d a a n t r o p o l i^ica n ã o eni ial da Ir conti a a compensns pai a depobj da mor- do espirito n a t u r a l a QJU0 se pu / I I e a ^oles de cauini u m a c a -
tra 11. lesiam." h i s t o r i a n a s p r ó p r i a s fontes d a e uma r e v o l u ç ã o l i l e r a r i a . N e m ' i que eles nfto admitem te, l ic pu fera aqui mesmo, a daria chamar 0 movimento rio
nela d o p r ó x i m o . A s i m p l i c i d a d e
nacionalidade. Porque de todoa social. N e m política N e m reli ,. a n ia e a fradarls com»chaves formula do "quero gosft1*, da Oa Imincm, paralelo .^0 m o v i m e n t o
* os m o v i m e n t o s q u e 0 l i r a s ; ! tem ^iosa. Ela é tudo isso ao mesma do "tudo" '• do "nada", Para eles waldo Cosia. Respeita o padre
i om que cie se n (erc. diciu 'le
da terra." A antropofagia, cor- hoi m i , ao pc( tido sc.vual <• a o s
tnoi d.i hiiarca. Aceita- t i d o a l e b o j e . a n t r o p o f a g i a é, t e m p o . I):i ao boiiiein o s e n t i d o "toda laglalaçJo é pai I e a policia, quando e pi < i rigiu a Impossibilidade do fecha- " v i c i o s n e í a i i d o s " d o i n d i o nã(i é
mos a guerra. Queremoa •' s e m d u v i d a , o «pie v e m de m a i s verdadeiro da \ ida, cujo segredo os proí s preconceitos lam- fmai de contaa o que nos separa mento dos portos pelo tilais m . é lini I i a, •' isso e qU«
i. "una loutea s"iii pniir f u n d o e q u e , p o r ISSO m o i n o , se está — o qua os sábios ignoram bem. Quando oa aelvagena brasl- du c a t o l i c i s m o cateijiu i genuo e brasHairo processo na ., Xi epoca de Freud, ela
li p e d i a ' dll l i é c l c d o n l nu- eleva rnaía alto. Não foi Inven- - n a t r a n s f o r m a ç ã o d o t a b u e m lelroa deglutiram l> Pedro Sar- tina, o l a t i m , o s e r m ã o , o S a n t o cionalisador qua i e«e da assl- [e v i s i t a d o r d o S intfl
t r e teigTfcur I h e u . p o t i r le pUgnir tado. Nem Importado. Foi dea- lidem. A autoridade exterior, "ti dinha nem suspeitaram que ele Oficio e o s m a l da cru/.. A p r o - milaçfto das qualidadem. Sá a co " i - - I a ria P a l m a t ó r i a , a b r e
[lerinet lea guerres, car amai le cobei to, aqui mesmo, por Oswald melhor a interdição clirnatcrica fosse bispo. Cornaram o emboa- pi ia c o m u n h ã o , em u l t i m a a n a - munbfto antropofagica 1 esolverf • • prega moral ao
m a . n t i e i i l I V s c r i p t n r c " , c o n f o r m e de Andrade, que emontrou A ma no mais largo w ntido, é " labo ha, o invasor. Boje, i orno bon- 11 .. , i, i.> é m a i s d o q u a uni BOtO o problema da formação da lln iro d a l u / a r i a , i n s i s t i n d o
as evenn a <• cand^dissimo Bonel e x p r e s s ã o v o c a b u l a r n a p i n t u r a Que é a antropofagia^ A absor- lem, os antropófagos nfto pos- de antropofagia acovardada num gua brasileira e OO Braall brasi cai m e t e r na CabeÇfl d e l e o d e s e s -
(_ . e a h i s t o r i a d o C r i s t i a n i s m o barbara a Inteiramente nova de ção do ambiente, suem questões de ronha pessoal •irabolo". lelro. Sem roupagens. Sem arti- | , e i o d o e u r o p e u p o d r e <í i iví-
sen," o a h i s t o r i a d a s g u e r r a s n e s - T a r a i l a d o A m a r a l . T e v e . i 0100 i i i orne, é a idéa. fícios. Cheio de areslas c de liznçno.
tea v i n t e s é c u l o s ? O p a p a A d r i a - escola <le I n a b i l i d a d e os seus H> _ o-, ntn | »l i oa nlo são
modernistas. Para eles se toma ti problema religioso já mara- III) — De tudo is... <• i. n personalidade. Porque o Índio II s i . P a u l o P r a d o t e \ e u m tio
no IV Já a f i r m a v a (pie t o d a s precursores. Gomo movimento , i o. a l i á s , uma f o r m u l a concilia -lue que ;t antropofagia é I i c despido é a imagem decisiva do : nir g l o r i a foi ( i g m u i 0-
plenamente Inútil rejuvenecer
ctei são j u s t a s . . . comtanto que geral de idéas nalivas e llbet la- uma mentalidade que nlo os sa- dora Raul Bopp, i tn tonj a car- volta da alnceridade n calcada Ingênuo, do sincero, do realmen- ,,. per lonagem princqial num
. i feitas aoll o s a u s p í c i o s da nas e aniço nos nossoa quatro durante quatrocentoa annos, A te Justo E' a expulsão de iodos pifio romance português, (Jut
tisfaz. (Todas as nossas reh>r- ta dtvulgad i ii" Paraná, por Ju-
'"Santa r e l i g i ã o " . séculos de existência. — " E ' o
mas, t o d a s a s n o s s a s r c a c o . s — randyr Manfredini, fala das "|4
reação da paisagem contra o os adornos que sobravam. E que, |,, ,i p a r a a l a i m l i a ! D a h i p o r
* garmao da tneoUlldade MUI Ira* Continua O s w a l d de A n d r a d e — bem fundas raisea do catolicismo t e m p o . Do n a t i v o c o n t r a 0 i m p o r - p o r isso m e s m o , n ã o fazem falia. d i a n t e o sr. P a u l o P r a d o . qu. ' i a
Profeta gostoso era laBUl c o m b a t e r na s e g u n d a g u e r r a con- t a d o . DO IngenUO c o n t r a 0 a r t i - um interessante rap.tz. se pei-dcu
C r i s t o ! V e m p a r a s a l v a r os ju costumam ser feitas dentro d*> no Brasil". V. condiu- adiante: í i c i o s o . Da c l a r i d a d e natural
K' a fisionomia q u e se c a r a t e n / a
inteiratnente. Ai nbott assim, so-
t r a esses m e s m o s e m b o a b a ] de
b o n d e da' ( i v i l i / a ç ã o i m p o r t a d a .
Mas, .om quatro seculoi da sol por M mesma, agressiva. Bárba-
d e u s e f o r a m o s puli-us OUtroa tempos, transf urinados c o n t r a a s o m b r a d a filosofia. Oa lo personagem principal.
e t . i m c n l e — os u n n o s ([uc n ã o agora em Ideaa, despidos da con Precisamoa saltar do bondai pre- d e s s a s l a t i t u d e s , Q n o s s o p o v o terra (que é nossa), contra a ra. Como a p r ó p r i a t e r r a . Mas a o erro gravíssimo 'te na
hu Iszcndo uma reacomodaçâo
quiseram ser salvos. tmgencia flaica e, assim, mais cisamos queimar o bonde). Mas aos catecismose sumas teologicaa e s t r a n j a (de o u t r o s ) ou <> infi- l e r r a b o i a n d o n a s lenda vida íoi (.apistrano. CapístraDO
Contra a moral convencional, i n f i l l r a n l e s , n o c i v o s B f o r t e s , l a m b e m n ã o s ã o p r i m i l i v i s l a s C r i o u uma rellglftO I sua seme n i t o ( s e m d o n o ) . Da sensação b r a g r a n d e e a i n d a com BOSWlc e r a roniO essas BVÒfl (|Ue a o s o i -
n-oral n e n h u m a . O p r o b l e m a d o ( J u r a n d y r M a n f r e d i n i ) " A n t r o - O s w a l d o Costa cs. l a i . e e : — N ã o ihança. CatoUcismo gostoso, com espontânea contra a moral, a
i m a g i n á r i o fio u m b e b c a l q u e a tenta a n o s a i n d a c o n s e r v a m J
europeu desesperado é não so- pofagia e o p r i n c i p i o da li.o io- se deve i onfundir rolta ao estado d i s c i p l i n a , o s i s t e m a . Da infe- i ,ia pubi i d a d e . E s a b e m
mceSSOeS p r o f a n a s . Com r i o r i d a d e d o m e s t i ç o q u e I r a b a - prendia ao Vocrungaua que c o
nalizaçao Inteletual *' moral da n a t u r a l d» q u e se q u e r ) c o m
frer. O nosso e ^osar. d a n h a t n o s f o g u e t e s e festas d o d i v i n o Com i i onlam casos. Com da-
loune. Sabemos que a Igreja nossa bribu Somente ela - - dl/. \ o l t a a o e s t a d o p r i m i t i v o í o q u e p r i n c i p i o m a i s longf d, t o d a s a s tas • c r l n s . T u d o c e r t o . Q u a n d o
um instrumento de

submissão á autoridade, do apos-


dominação
O s w a l d d e A n d r a d e — Identifica
p o l í t i c a , •' n a d a m a i s . D e s d e
o conflilo existente e n t r e o Bra-
sil ( a i iiha, v e r d a d e i r o , e o o u -
tolO P a u l o , a s u p l i c a a Mano
i r o q u e só t r a z o n o m e P o r q u a
Aurélio e Commodo, de Amena- n o B r a s i l h a a d i M i n u u i r a e l i t e .
de antropofagia n u m a r o d a se I d a Da m e m ó r i a
d e <;i( an in c a u . a v e l h i n h a v e m a
A n o :i7ã da d e g l u t i ç ã o do bis*- talhO de foice: — " I s s o U."i'i é
o Sardinha. un n o v e n t a e
no\ i- a n n o s , l e i u h r a v a - s e pcrfflSV
goras, fcs i rasadas, a inquisição. mente Perei-
D e p o i s t i v e m o s a hilla d e P i o r;i. I in c o l o s s o "
VII i; m o r a a a l i a n ç a " e s p i r i -
tual" com o fascismo. A nação
caraiba, de lacape na munheca,
LE BON VIEUX TEMPS LEIA SEMPRE ESTA
PAGINA P U T I R UM \ ( a p i s l r a n o faltou senso h i s -
tórico Eli n ã o '«'ve a m e n o r in-
do f e n ô m e n o b r a s i l e i r o ,
QUE SERÁ* A SUA N ã " p e n e i r o u o v c i d a d e i i o sen-
olha as c o m i d a s q u e v ê m p u l a n - (Especial- p r a nós) Vamos lá pô putirum
PAGINA tido da c o n q u i s t a " e s p i r i t u a l " d o
do. E f e r v e o eaiiini. G u l o s í s s i m a
* V a r i a l i o n s de Ia l u m i é r c
Putirum Putirum mupeta — simples instrumento
V.ic h a v e r p r a n t o s e r a n g e r d e EXPERIMENTE A SUA Eu vou lá comer tapioca de dominação política da Contra-
dans un sahot de corne Rcforma não compreendeu 0
dentes. Les nez en trompctte jouent um- marcbc hxoebrc INTELIGÊNCIA Putirum Putirum
i i n . to esseiRi.it (Ia a e t ã o í o r m i -
* et les t r é f l c s á q u a t r e ícuillc^
Casão das farinhadas grandes ((:iVC; dn liandciRÚTt-? - o p o l i -
a n n o n c e n t le b e a u t e m p s
O nosso trofco clássico: o cra- I r.moimco — não percebeu
n< o do i n i m i g o .
q u i a un rervcau d'enfant expediente Caboclas trabalham nos ralos na nossa i n q u i e t u d e i n c e s s a n t e a
et d t s . p a t t e s d e c a n a r d mastigando cachimbo
JAPY-MIRIM conune au temps des < • luta liomerica de libertação que
qm mangent du pain' Mane da Chia a caroeira nos tachos a Inlropofagin identificou. Não
Mandioca-puba pelos tipitis \ a l e um suspiro a soa Mataria.
quand ü ncige
À pedidos des ocufs aur Ia piai
q u a n d les p a t t e s d e s m o u c b e s
revista de antropofa-
— Joaninha Vintém conta um caso.
I i bom arehivista. Faltava-
Un rapucidada filosófica.
l':rra ;H r e d i t a r s e r v i l m e n l c e m
i n a r q u e n t le p a s gia — .Causo de quê? — Qualquerum Cnpistrano o que e doloroso
(com vários dias de atrazo) cn fabriquant des fautcuils de jaidni
Peine perdue 4. n u m e r o — Vou contar causo do boto mim h o m e m do seu talentf» i n -
Le lable précha a Ia porte des grands magazma Putirum Putirum rontcstavel — o sr. P a u l o P r a d o
reportagem sensacional o u les r u b a n s se f o n t ftêches d e premiei- o r d r e (2." d e n t i ç ã o ) . cometeu aqueles absurdo* ineri-
Na r e s i d ê n c i a do s r . Y. d e A . OU les e s . a h e r s I u ' t e 0 t * o n t i e d e s < o h q u e s he|iall(llies. Amor chovi-á • eis de a t r i b u i r a o o u r o c á lu-
P. A a v e n i d a B r i g a d e i r o ' Luiz Chuve riscou Uirui Iodos 0S nossos excessos
A n t ô n i o , re.i l i / o u - s e , ha dias, inlrililis.
L e s n c t t l s ( l i i e n s v o n t bieiltõt f a i r e Ia i^uerre Tava lavando roupa sozinha
u m a íesta cm h o m e n a g e m ao p o e - i a o si. Paula Pr.ido enião
ta w a d e n u c o A l b e r t o d e Olivei-
á Ia p o r t e d e s d e t l t i s t e s correspondência quando boto me pegou n â o existe o i n t e r e s s e e c o n ô m i c o . '
qui n'en ont pas. Om b o b a g e m 1 Mas a i n d a e x i s l e ,
r a . Ness;i festa t o m a r a m p a r t e o s
"modernistas" M a n o de Andra-
UKNJAMIN pi:nr-r. para: — ô joaninha Vintém p o r v e n l u r a , m e s m o d e p o i s de
de, P a u l o P r a d o . G u i l h e r m e de 1 i-eud "[.ceado sexual'".' Outra
São Paulo, 31 - 3 — 2'J. Geraldo Ferraz Boto era feio ou não?
A l m e i d a . C o u t o d e H a r r o s e An- bnbagiMi
— Ai, era um moço loiro, maninha, lado d i s s o , o l i v r o é dfl u m a
tônio de A l c â n t a r a M a c h a d o O
s r . A l b e r t o de O l i v e i r a d i v c r t í u -
Quem não tem a coragem d o seu sexo n ã o tem co- caixa postal, 1 2 6 9 tocador de violão ingenuidade pasmosa. Petas de
se iiu ns.uni ntc fi < u s t a d e l e s . ragem para coisa alguma. cronistas sã" tomadas como ri-
JABOTI GALEÃO C0UT1NHO. Me pegou pela cintura ^oiiis. ( s v e r d a d e s e p a s s a m c o m o
atletismo — Depois o que aconteceu? biubarys pelas maJhaa grossas
leiros chegaram a conclusão de tio critico pomo perspicaz Uabl
nós... pelas costas, ANTROPOFAGIA ipie n o s p r e c i s a m o s f o r m a r u m a o brasileirinho Gente, resultou a falsidade do " r e t r a t o
M o v i m e n t o d o h o m e m n a c i o n a - n o v a fala m u i t o n o s s a . F o r m a r passou remando firme Olha a tapioca embolando nos tacho:, d-, b r a s i l " , t i r a d o , n a t u r a l m e n t e ,
eu nós... cegos l i z a n d o t u d o o q u e a t e r r a uma ai te toda n o s s a . T u d o h o s - na curva do rio m m aquelas velhíssimas machi-
(1 sr. t n t o n k j d e A l c â n t a r a Ma- a i n d a n ã o t i n h a p o d i d o n a c i o - so. Pau-Brasill B já foi mala ou com um livro de Nietzsche Mas que boto safado noji de a p e r t a r n a b o r r a r l u n h a
chado, o nosso França Júnior, nalizar. menos dentro dessa f i n a l i d a d e debaixo do braço Putirum Putirum que us.un o s fotograf(ts d e mil e
eu revetl no *'l)iario d e S. P a u - que o nosso maior cérebro crea- quinhentos a duzía, do J a r d i m
No Brasil não pode haver mo-
(-'" um actüro sob o Unndaato ti- d e r n i s m o p o r q u e n ó s j a m a i s OOr, O a w a M A n d r a d e , c o n c e - e olhou de esgueio Raul BOPP ila L i a .
tulo de " N M «^ rias*. E" o caso heii o m o \ ImentO c h a m a d o An- pra uma alemâzlnha gostosa Norato) i, p o i s , q u e e s p a n t a c
(Outro pedaço de Cobra
i!u perguntarmos ao sr. Alcân- a l u i r unos •' uma c u l m i n â n c i a t r o ] . . . faKía. A n t r o p o f a g i a é a c o - que u mmulato magro ia e s p í r i t o s z a r o l h o s é
tara: que dei 1 ter revii ida. munhfto da carne paia o apro |USta. I m m.iu livro —
- Sós, quemi Noa, as caaw as Mas o predomínio da i bsunada veltamento das qualidadea fisi- espremia TODOS OS ESCRITOS prlni i p a l m e n t e <juan<lo b e m e s -
de ferro de Ancbleas? Nos, os mentalidade euclideana )á jogou CaS, i n t e l e t u a c s e moi a> s. 1-' o na margem esquerda do Tietê
do marquez d e S a d e DESTA PAGINA cripto n a o a g r a d a a nhlgueffli
( a i x a s d "óculos '.' N o s , o s m o r a - p o r l e r r a a p r o s a h e s u n t a d i n h a movimento do "llomcm" nado- julio paternostro SAO INÉDITOS.
\ o i n v e / d e c h e g a r á s sua^ COD>
dores da m a Sebastião P e r e i r a ? 8 finde de Machailo (le Assis C " A g o r a p e r g u n t o si é h t t t a ;i i Uis..es, <pu- são verdadeiras, por
nalisandp tudo aquilo que a "ter- OS QUE NAO SAO uieki de talsidades s*rm nenhuma
O r a . t i r e o e a v a l l o d a c h u v a . os -paslichamcnios antoniovieirls- r a " a i n d a n ã o t i n h a p o d i d o na- lei (pie o r d e n a fique te (pie n a d a
HKAZ B E X I G A mos dn nosso maior fantasma M a t a r n ã o é j a m a i s r o u b a r . — tem, o respeito da propriedade A GENTE AVISA i . , - . . . .le ser. o sr. PiunS» 1'iailo,
gramatical, cionaUzar M- nau fosse a snaia de '(-paler",
ciovis IIK I;I SM\(> 1 I)c Perít. ^ ^ ^ ^ d a q u e l e q u e tem t u d o . "
tis escritores realmente brasi- t e r i a d a d o , e e r t a m e n l e UIILI o h r a
dom de profecia C o l i g n y , o a l n u r a u t e ; ria s a p i e r a sua de» l a r a ç ã o d o s
d i g n a da sua i n t e l i g ê n c i a e d a
O -r. G u i l h e r m e dfl Almeida d c a c o b e r t a u m a t e n t a t i v a de c o - K r a u m sua cultura. S, encha, preferiu,
m e r c i o , os cil lUsadoS t r a f i c a r a m , Viltegaignon, o petnaunanto pro* direitos do bonsam.
pôdC n ã o ser p o e t a . Mas rpic c
p r o t e l a , é. N u m de seus p r i m e i -
ros atentados poéticos, o Pterre
historia do brasil Iranaportando para aa estranjas testanta...
aquela mercadoria. Mas sem usa-
lodi . > m grande cubtea, os lu-
E d a s b r u m a s d a nova t e r r a voltas efficascfl
foi surgindo a Franca Antarctl- hoinem." (Manifaato).
na dbn
entretanto, spoiar-sé ás muletas
A u n i f i c a ç ã o de t o d a s as re- da moral rnropeia, as muletas do
Santo Oficio, e o resultado C* Qjua
se revelou, como fotografo, uni
l.'iuis de celluloiile dtsSC a s s i m : ca. La Ravadiéra, (.lande d'Ab- X
" M o r r e r . . . Pelos caminhos.
sos não soiiheram tirar os pro- esplendido serinoiiista. (» índio
Ir . branOO, ir m u i t o f u o , li- em 10 tomos eeltos oufl poderiam advir desse
negocio -le tio boas parspa-
heville. Erfl o c n t i " bOCBlfl 'ir \ America r e v e l o u á E u r o p a p e c a n d o ! O s r . P a u l o P i a d u ti-
duas civilizações no desequilíbrio o borocrn s i m p l e s , o h o m e m n a - depoia de HavcllocJr El-
de roíipmha nova.
divas. t u r a l . I n t e g r a d o n a s u a m á x i m a li^' os limites d o ' n o r m a l " .
Aa mãos em cruz, o ornar da a Rocha Pombo IV
de a m a c u l t u r a .
e x p r e s s ã o de l i b e r d a d e . i oo rVrouehfl a l e o l a r -
v i d r o , oa p é s j u n t i n h o s : VIM 1- aqueles h o m e n s s i m p l e s m a n -
Ir assim para a cova!" ii Bi asil f"i d e s c o b e r t o a s c - chi P l y s n n d u ' é n n r i u a l . Do
i pediçSO c a r m a d o s d e morrões Os francezes advei llani ."'s d a d o s d o Hrasil ã c o r t e .1 l nBD largU do l ' a \ s a n d l l ' Vil d i a n t e é
Pois não foi assim mesmo qua \ iu por acaso a ler- i' roteii oa enfrentaram as águas guadfl reS pelos fram-ezes.
o sr. Guilherme foi para a cova: ra Portugal escondida a se apossou dela. marinheiras ainda povoadaa de V
lusos a significação OO DOVfl ca, na i oi o a ç a o do Hei, e s t r a nnui mal. Engraçadlssiiuo,
paiz.
I lido
d e r o u p i n b a n o v a (a " H a c a ") e Bssombraçde&i E tentaram en« abaram (pie se dignificasse o ho l i t e r a t u r a . T u d o pOTCJUe " sr.
A g e n t e lusa d e s o r i e n t a d a e m Foi entfiO q u a n d o o s i n i c i a d o s E Portugal despertou numa uiem fraco e u n r r a d o , d e i x a n d o Paula Prado tomou ;' sei i" •» sua
de pés junlinhos? • bar a lerra de Mente, mas ela t e n t a t i v a l a n g u m o l e n t a de ex- a seu l a d o o I n m e m [ o r l e q u e nobre qualid ide de sobrinho do
li. |,...i g i g a m q u e n i n g u é m é face d a q u e l e impi'c\ IstO 0 Í 0 pô- em I l i r p p c \ i r a m • c o n i p r e h e n
e r a m u i t o m a n d e de n a i s , Por- pulsão indo pôde, (Historia de França)- personagem principal.'
p r o f e t a em B U t'H i a' de i m a g i n a r o que e r a a q u e l a d e r un. Aquela h i r i IL
t e r r a . Cuia ilh i p e r d i d a RO m a r t u g a l e r a d e s p o v o a d o . Não I m h a Os franoeaaa abandonaram a B esse reflexo do homem forte I \ -1 VMI VliE*
JGLIO DANTI o habito da colonjxaçio, 1" oo- i , uma colonização defi-
bnenSO, Mas se a p o s s o u e c o m u - terra. c simples impressionou o espi-
tneçou a in.,n.i.ii a lobra da sua ciente era um paraíso de pro-
declaração n i c o u O feito ao v e n t u r o a o -Ma-
gente pai a a ilha e s t r a n h a . I Q- imssao. E Bfl íi/( rain ao hlSgO M..s o espirito galico ncou e rito dos fii.isníos Montaigne. E
i>. i :i•-(• desta
nuel, iodo c o n t e n t a no sonho
eacfto, onde g r a n d i o s o d a s c o n q u i s t a ' . Dl li -i I
ino condenada Poi .pie a tei r a íbiça das grandes clri- se Insinuou n a alma tt* nova ^ (pie e r a unia m e i a sUgCStftO, M a g i s t a d-:-.it
II g e n t e (pie se estava c a l d c u m l u . mais t a r d a se p o s i t i v o u numa
todos oa domingos vinha liando le A t l i a v d c . n a
s u a v a l i o s a c o l a b o r a ç ã o , BO InO-
da sua gente, que já bavia Ira- era longínqua e o ra <
p a d o an.ca. ;iv,l . . VI D o l o r o s a foi essa s e p a r a ç ã o campanha reh indicadora. o s , . Ti
l.i .le M.ilaticm
lailos d o IK pi ímitivoa d o n o s s e m se ScparaçÃo vilal, t r e m e n d a 1 A enciclopédia refWta esse sua ultima es
vfnaento, o pae da família cris- espirito. Rouaseau nBo poderia riç "O Jornal i ha na .. gentfl de
tão, nua c urii dos mala influiu Indico. (Is a n o s se p a s s a r a m l sperceberem <l" valor c grande- IX
Com «Per o contrato lOClal sem o "inagista". Agi ira cuiandu < onlea*
E a g o r a u m a c a s o lhe i r a / i a lusa rei» iosa foi -a abelrando za da t( i ra pow a importância
tes elemento! com que contara T e r m i n a d o u m ciclo c o l o n l a L exemplo dado pela simplicidade tarem " que ., M nl< afirma, ^
o o u t r o l a d o . T e m o s a r e g i s t a r , a QOVa de m a i s uma ( a c a n h a q u e dC uni lltOI ai M U I fim «' ,i poni o . novoi dommlos con começou a c o m u n h ã o do espi- logii i dos aborígenes. E assim s, p e q u e n a d a u • • •

de Intimo muito contentes, que cípulos foi alem da Imagbiaçfto dos dis- .• pow o f.u s1- estendendo para ( p n s t . i d o s . O d o m í n i o l u s i l a n o
em s.i^i es. r i t o f r a n c o - b r a s U e l r o . E >• Brasil explica a LlgaçAo filosófica da Inw ud
O r e f e r i d o fulano p a s s o u p a r a o o centro l de l d o a lado nqueta j nio i d e r i a i n t e r e s s a r a o s f r a n n ã o p o d e r i a s e p a r a r se em espí- P r a n c a e t e r n a ao Hiasil n o v o . ilixill
n o s s o l a d o . O p a e de família
Na frota i abralina \ iajava um gente percorria a grande terra, ceses, p o r isso q u e e r a d e s i n t e Depois dignm que não somos
•••a riba a • oldo pai a relatai rito do d a m ganio dos gauleses. mistérios...
agora convertido paaaaru a apa- sem se Qpereci er da sen tama- ressanti c áspero. B transpor os E a nossa h i s t o r i a se sucede ani-
denti - lorn ento os c nho c o que significai am tantai m n i s . ra unia e m p r e / a ai n-iad a <l " s n r r c a b s i u e " , (pie u m m o •

r e c e r em n o s s a s c o l u n a s • DID 0 m a d a aqui | ali p o r um vulto de manto ronuink on ao espirito


seu - v e r d a d e i r o n o m e . des daquelas j o r n a d a s . istensòfs, enormes c miaterio • d n.,,i pa: a tentar qualquer co-
ra. K relatou o que viu, No s< u mercio sistemático. E assim os França. Da século para século francei ;i uíais intensa \ ibraçftu, .,,. , . nduzem y n un-
A r e d a c i o d e s t a p a g i n a Consi- esse t r a ç o se a d c k a i a . M;is se jã existia no C a r a i b a c o m o n u m ,-smo antes t'e pi-stiiica-
mamorial dfl posse falou da ter- u VCIilielho J n / n l c o m o ano-- dobraram a •• colonização
d e r a a c o n v e r s ã o d o p a e d e fa-
iiulia cristão como tu11 dos pas- ii 11com ra ternura* molii o i p alugcstãi de luiui a. gran f| i,, , | lomOU cai a t e r m a i s
a c e n t u a , lini p r o f u n d i d a d e . •StadO l a t e n t e . ;,,,,- nu.a (te.o'- lütraçftO
Uma explicação antropofagica
ma niai. adiantada! ab hoje da- Kle aviu era deslumbrante i fn ca s( 1 i... osa.
dos no sentido da regi H logo que ela "ei a boa e
f e r m o s a " . K ih li se |)K ssa d e
I( ;.i um DOI " Ciclo. VII desvenda um mundo d'
O s w a l d d e A n d r a d e viu a i c -
adour 1'i.iar.l de Ia I
dos nossos costumes. E espera !• i i :i pr lll a CS p r e s s ã o CO Emrmsnlo Portugal nos envia- (d ratada co.»|.ar.ida
' ir q u e "cm se p l a n - eus i olonos, da Franca roluçAo Caraiba maior que a rc- |a Hiai 'ria da- Ri a>
que renham outros, qna este, o t a n d o (tal se a nela I n d o " . nomica que sui gla. Nem ludo que craace
primeiro, ja foi comida, tll v i n h a m a t e n o s o s seus m e l h o r e s voluçfto francesa. B acrescenta Um.-1
(ls h o t n . n s d e I c r r a h m . uiuilo 1 no manifesto antropol 1'errf.
P I i, mio |ue na- ..i dessa no' i I- iiity I m u i l
u m nos a velha Kuroí
F O R Ç A MOQUEM
(especial pra nós)
Olha o Mil II. Hora tToeuvre •

Com PBM rambri .»> lombo do morro. a propósito do teatro s e m n o m e entrevista d e Álvaro Moreyra

de I
Ha p*dav>- di' I n que ja voltaram. valor algum no
• •

De repente 0 a m p a r a r i a salta COmO 1"" d t d o de cal. (Especial l>ar» a Eevi-l» de Antro-


!

dele é 1
poUgiai 1 histórico, ' uai, num de dela
T u d o MVIidc a visão: •

i • lido,
tura para o r. oa que i nuvu nae
Mgutcho i i toe quando itismo, do pai
• 'I" limholismo, cntrctrfnto j.eiisainento velho de Íin]
• •

IIVII d o s jacarandás, • • , trabalham 1


ra um ia superior a Iodos eles ;
atropelo l e r m e l h o d o s telhado», 1 l a c t o , nina U n - erro ti
I •
• ;

\ preoi upaçl •
verde-gaio na lolhaRcm tremula. ita terra.
• hh. rlaçao, | •

• •

• 1
exclusiva. A ncnbi ina ]
Que ventinho moleque bulindo n a s lollias... •

slncei o Ele lirou de • por absoluta Incapai



i Q D
P a r e c e que o m u n d o nasceu de novo. •
Oa , i< •' tea deploráveis:
a poesia bra- a chave de ouro, i grui Ire nós, as
kdaa. abriu . dele Kle
B n n n olhar d o s mamilos admirados i, imoaos aluda xln- Coimbra, o respeito conselhcirtd profundas da n -
e a harmonia muscular d o abraço... : Dontada a plataaa não t i a • isa que a envoh e ( o-
do Rio. entusiasma nossa. Mas não comptf bci Iu de bichos c bolôi. '
• be muitipii- 1
U ram que tudo era
lleijo! ;. A i. novo) • I. ! • l

elite. Dewuipe um exemplo i de enfrentar os nosso '' abaixo. A rulsa arte,


Frente na fúria d o teu corpo a torça grande d a terra. I f- ... DOMO), r • . • aot pa- \ lalsa Istoria. .-\ falsa
i por O w n l d dt : I . i problemas, íteou no ocidental, no A falsa nanai Que o sentidu es-
Augusto MEYER. a , -. o anUO passado, o Pala- acessório, limitou-se a | i • íiü>
Andrade, l ' t tético da Vida, (nino lhes ensinou
, ntauea do Mtave á cunha. luçau <--.O-IM .1 1
•• • 1 U v u l i , 1 , I.
ntiece tam-
tia fmi_.'io
nacional. O T e a t c
t-r;i crim- no Brasil o pensamen- taram, nào corresponde

• . •

mas novoa. E ganhou um sucesso

yperungauc
fase da antropofagia. A primeira. Vi- humana, num

, ae viu em teatros indí- to novo brasileii -


• •

i . , . Para ele r a.ltM II inra como mesmo nmu


reunido de amboi > genas. imropou super-degi nei odo pi tu
Antropotaali ./. »erla a s t s : n l o müit, uao:
Raul Bopp. maior da lii • mal, o in- •

.ale a pe- — •J'lant;<.- do Santíssimo, * i mo- as guerras, as lutas


•Implai Teve
( DchUma, p i a . . Antigamente
.mural:
ntUloa planan n * vimento modernista foi, assim, I imonte, nuo
( p r i n c i p i a atwtim o l i v r o d o g e - Ninguém oe espe- pqua se com- compi 1 IVI ntureJru e
— ((uc harulhinho será eftle uma fase de trai
ncati doa neeeoa Indioa) »õ exis- •
.,ue aabem o que pica op< 1 ihecimen- o bandeirante. Nio atinara:
dentro do cai aço? actrtan f i
pouca ou as dolorosas conseqüências da
t\ o a C a b r a C r a n d e - sllidade. Do ' ... acredita em ai
to, e nada
Q n a a d a a C n h r a l l r a n d e HC — Dli aue • .i noite. Nós ra- enU nacional. E a sua der- .me as vantage,. . nenhuma influem [u ita espiritual da i
acordou sentia q u e aaUTa p a n d a . esoa lavando i noite de presente çadoe. Desses que a gente conserva tupy. Acceitaram uma por(
ceu sobre os espíritos i
• • •

pra Rlha di I ohra (irande. D á bòa vontade. Lá o ci- formulas idiota-: que iati i
tes da gcrnçâo,
— Quá (fu.i QuA respondei a
mala inteligente d

. io, aquilo é progi i

papo' Isso í historie. Tupy". Naa N*So ha In- Não perceberam o desespero do
ulirn-biluco, cho- tonai. Autos c BI sombra puderam
Foi quando reaolverean abrir o Bi
numa democracia de bonde da europeu, levado a esse estado de

causas. padre Anchieta. PregaçAo universal... artuaes. na comedi


carne.i. •

Penha, <» sr, Sei por vinte séculos de


. de partida de E n t ã o ;» n o i t e e s t o u r o u q u e ea« aels ou sete continuariam em •cana, tro Sem Ni superstição teológica, e o toma-
nãos força de c a r e c e u t u d o - Literatura. Burrice. J á nHquelle tem- E só tinham a lucrar nu i Hollanda i I de t . u - «ara si, quando paia aquele
A oídem, o mé- Valho, 0 s r . M a r i o dl

li M i n h o c a n d e u p u l o e foi fa- K ainda lia auam <llg» que o dos colega- povoa, Porque o mal peor todo, a di*--.|>luia anulam • i exprimia u m a crise de facto mi-
* z e r a c a s a nO f u n d o d o m a t o . O que nos (alta 6 a persiste' do teatro no Brasil e aer uma pro- ir, E nesie
e o a Ura ii
sr. Cuillierrac de Almeida, o idencia
\ ( abra Grande teve u m a R" M a l h o - t a p e r e i r a f u g i u . pios do teatro do pudie An tissáo apenas, o prol ponto mais ume identidade absoluta que no M-II
lha. B r a n c a t ã o b r a n c a q u e fa- "M v I IM 1 \ 1 IN 1 A T I N T A - "Temos emburgoa, dO) cabeça v a z i a . . . ' ••••• • ssanle é que organismo produzira I maleita
com a Antropofagia. O Instinto acl- movimento una amente ar listão católica. Num moenento am mas
zia p e n a . E n t ã o d e p o i s a r r a n j o u - X A " . a serdes deste tOBar] As peç.a-* chamadas regli
se mu n o i v . . p r a moça, I aram fazendeiro : itamenie -•< i um europeu, << sr. Olirier l.c-
do Teatn

'•(in
. Ombra, estalando, : •

I in.r .1" • •
cherel di i de nas • 1 • ue 1. iii.ni, spn .
i H «m explicar co- i de vozes estran- •

dar uma ohra m t i r.


Surgiu mais tarde a Cana da Opera ravallo e • i (."ma tia O dia da InaucuraeiO do Teatro 1 ij arrete dans Ia marche
|Q*lM lurg-rt guladas apenas interessanti, na minha
..- ruigaUa.
* no largo do Capim. O padre Vantura, Um vigar>' • rhefe po- Sem Nome
l>e repente
nascimento
opinião, ] • •
. (jU'll
Ida, de grandes Mas já no tampo d< padra Anchieta o • Infância. A oo- n*y a place pour aucnn sumatu-
•i ioda a inquietação flo- Ia ficar no largo do Capim., chegava da OOrte, • tranaalKM.., Prt- ST. Brccherct íol Iroí rei, ni en fait, ni en droit Sa
• .
A nova Opera. As féatlnl ,ei A filUa ; fagico. A • rei iiiMij„,ri • gée dn prétogiame
rio o labulari" »•'

i i di • tlorldade, vae ser 1 ios pastiches de Mes- t ploi


i n u n d o no sangue.
\ ,-iu o j a b u t i p r a t o m a r p a r -
.indo as ar- Barnaoe alegrava as BOltM •
l r o \ |c, ai le falsa, ,,. Lasses" — eles acredita-
t e n a f e s t a . Veiu (» a a p o cururu*. , B a grande festa de 20 pos o elemento cultura i mala neces- nenhuma expressão,
po, i vam no progresso continuo da
nam-M os horizontes bel-
Compadre eaatalilo rala laasbess. 'ta noite entrou na uri aua — Tíi laiiipo, que , j, ie o elemento terra. So •
uuiania .nus .,. ssaa
A a n t a n ã o pôde vir p o r q u e ti- 1 atado a um páo fazia as rezes de Sno ha de cres- o pernambucano Manoel Bandei-

modernistas i ido a
nha e m p r e s t a d o o s s a p a t o s . Sebastião, fingindo ser aaoll cava a aofrar e a espiar. Tiradas. Pa- cer mais saboroso, mais : ra insiste em desenhar c •• ir.
Sergc Milhei teimou era marchar \ que
H Dorsais. gramle aatlaXactO dos aap triotismo. A p u n I brasileiro. Páo Brasil.' I c falo. Nio •
Tem maram uujrunai de cidade. O luar. Oa a passos seguros "vers 1'uzur lu *
. •
l i ' - estão 1 optando o i aropess,
humana. Revela Viu na liçãf. das raízes n victorla e ternura," (Feraam Cirdlmt. terminava ou em luaad pelo l u m e i t x " e m e s m o o s r . RubetlS a quem a Europa-feia lançou nos
• vida (a • * alstema anil de Moraes se permitiu •> ' sans-
• •
da orte negra e uc todos
• • com o I 0 •
Unha. 0 pa.lre An- prometer um rdi- os exotismos. E' essa a pc
mein». mou-M para ser vindo. í'icou diferente. I b morreu de monotonia. Oi. chieta estragou e d nm tratado di i rracassados,
para o •vitima ex- nào sabe se moderna.



tem letras,
..iem • PUP i I •• o de agora é neor. is>" pela entrada padre An- * Mas <i moi Imento mo
não produziu coisa ulgi sem leis nem reis, como observou
O que na- igne. .' que ele ttossuia <•
Maa_ IÍ dn selva, íoram prepa- duziu. Produziu "M1 KO N MM \ " . exato, verdadeiro, da
t f u a n d o a feala ?e a c a b o u , . ã,n io de And
• „... • fi<-on c o m T a r g o n h a d e d o r - , i :: • i-r
DO MARQUEZ DE SADE il de transpor daa li ri- 0 s e n t i d o antl
an onhl sei i •• eo-
mir c o m o n o i v o p o r q u e a n d a das iim.i, 1
mde dlgauV
na., havia noite. * mo rim f- nulros, copiando-llies JI-
Então nualTiraai mandai iiua- OS TRÊS SARGENTOS 1 feita • de inislil i< ação, de uni fé. mesmo
lio de tal modo subordinadas B de esini' •• dade, It - bcvillc c demais cronistas i
eai i m o l e q u e e s t a v a e s c o n d i d a poética, o que torna o seu Ira- mcntnm. Os mod io n
, indo (o 11 ...•, da nati 1 eta inie as com- tcni-nV. vantadu, dl dra a pe- balho verdudciramenle numérico,
no fiii.do d o m a t o , d e n t r o d-- u m
igo fjoulinho cpje nunca voou) fornecidas pela lassem "hera pensan- no bom sentido. "MACÜNAiMA"

caroço de tucuman. Mas RÍO se veda neita crônica


Mai io d« \tvh :ulc i o nunca em s n o s s a s i d é a s sà(. i r - •
é o nosso livro •
1-0, .'• |Oatoao. M.l vezes in i MIN-, São 1'aula traduzido 1 me aos modernistas,
eom um ral." [ireseni dos objectON (JUL- rebanho covarde dlnnte 'I" espe-
• guerra HOS impressionam; que £ que táculo do genio.
• •

situação d., ".li mesmo norqnt ainda nfto disse


Deii!1 preguiço*! Q»« a t a r a dormindo
l M dentro do KnamM
idade. Só .1 dia- * i epn tentar n Mais di* dois sei ulos dnra ^ M\ri.\\IM\ pois,
tudo.. \ o h r a d e l e s foi iumien-
IIM certo ponto da viste.
I ; iu .• ,1 ittnizo.de < uiu Deus que é evidentemi
• pre&tam.
•'I-.' absurdo lerem sid
1 a \ irtude fe dnas na iilea SCI11 I I |
campanha contra Sade. (*) os antropófagos o re F. nio ha que 11 mparal os aos
para si o chrístianlsmo, que p a s s . . d i s t a s . E l e s .signifiram o
Um dta raaalreu laMaüa* a» estre- O silen i, a men li-
Os iluis ilustres Molinaroa do força anü-natural de resi^tenciii
las. Aaaopi
troa controlados, a praxo lixo. modernismo uatão vend às tendências que es mulheres * ra, :i asneira, ludO llie h
«it ., hí] Ia .i min, passando gem, encontra nele a pi
0 d e u m m u n d o DOTO. BoS-
lera muito iiüiis pi nnunciudas que quanto que os passadtstas erma
Plancln.i de plantio, obediente-. I.n- mente ameaçadas pela 1 ii. IU a sua obra pelo imbecil Snrdou e pelo uio- rapada séria que na sua cabeça Iene ia, tudo o que havia
Ihand-i para a aua própria gloria. Antropofagia as suas sistemáti- os lioinens, e essa injustiça é lau- pin ratfto do Irabatho que ela TIiMI:i v ei Dnnnunzio, todos, Iodos, , após os festins de l 1 e t o r p e n u m fim
Ont 1.-30 í b*al«. Árido e deslubrl- cas c marotas atas falsas, As to mais clamorosa quanto os ho- rusta c do tempo empregado cm "aadicoa", vêm com a •> be e outros I a borra d.i Buro-
cartinhas de nmoi para t latagua- mens its tornara incapates da re-
sistir á (orça de
* acha, " sebo c a pedi a. Nem o bastante i [onizante. Apenas quero
••] UM ria ' I J u i |á i*Ro arrep 0 Marquei de Sad< ita falta ;i Nenhum problema brasileiro borá Dai OS nossos c u r u -
o ao lado do cateclamo e ma- ras durante :i invasão militar. e depois as caati 1
em 1710. Morreu em 1814. Dos . Nfto e que ele achou resolvei ora a l*en ana de Arte 1 rarioa A fase de tran-
terial d« educação religiosa, achei tu- AIÍHS OS meninos de Minas pre- l e r e m chis Cedido 001 esforçOS
bonita a anedota das rosas ma- 1 correnti - dei ivatiras.
74 u n o s q u e * iveii, 27 | .1 paSSOU l"iitramtis, c o m
do ultra-pao. Bem graça. A herunça cisara se decidir, Literatura será que eles fizeram para provocar- na prisfto, pei wguido I' culadas c não pode deixar de Continuamos, ainda depois, ea- 0 pé d i r e i t o , i).. ciclo BOtl •
,: do ocidente n i o podia ae aco- i, amizade? Nfto hai• rã mes i queda". fazer a sua frasetinha? IPsycho- 1 Ocidente, escravos do
entre cies um Tiradentinhos :i" lia, pela religião, pela gico. Libertação. Para o canto ns
roodnr dcair.j • • ' desafo- "A Insurreição deve ser o es- ratolicismo, escravos da cultura
gados da ABNU , agem d • tado permanente de uma Repu- | i , . ,.i çfto o libertou da Etaa- pulhología Foietisei. Io di i di
diia.imãs esplríbjaea. O i[ut- vale
conspirar contra esse 11 I Por einquanto Sade espera que •
agora são as dentaduras.
l.meeiros. 1'roiuineioii | i a fogueira undo. . do o moderna se \ ottou pa-
O homam daqui unha a Sua con- Dona Maria, era nua se estava fúnebre de Marat B ileiro f"i para estüi- TAMANDAKE
• rellgloaa. lldOS vivendo era transformando • ofensiva mod»r- (|iie | achou conveniente inte cai-o, para deforma]
carne própria), nistai 1 iM" < ora talento: Nota ügiftO pOSSa s e r Útil no outro secu
\ legi ida do Marquei de 5a- RNO
P a r a vle no principio ao exlalla o 8. Nota 7, Dois erros no ditado. Tenhamos boas leis •. das obras mais per- índio, Dias â Alencar. \ uns-
aoL Três na pontuação. sa h i s t o r i a COntÜlUOU SL VÓS Mnnanecerdefl LIO
BeUoapennlk. Bftl pae. Sol queíman- o 1. Carlos Dru- crita ("in as patranhas dos pa- mim e ns minhas palavras per-
expediente
I • a terra Jovem.
[Turra einantada e broviu onde mo-
nsond de Andrade recebeu uma
curta de Sfto Paulo, na qual leal-
b e r r o da
dres, "]»ai\ maranduba". A nos- manecerem em vós, pcdireis
se libertou de nus |ut q u i i e r d e s e s e r - v o t -
rava a Cobra Orando), menu H - spli ava que, por mo- ( V P R O P Ó S I T O UK CM M O V I M E N T O D E " R E N A S C E M , • 1 .-ia de sal 1 ape precon- á feita
Aqui. a BOlte t". Celta especialmente •
E S P 1 R 1 T U A L I S M O " N<< tilt \<][ i 1.,(íi.u> d a antropofagia < eitos. Ao (nvea de poesia ea-
-
• unur. t:ai\;( d*Oculos tinha sido posto Mario Pinto Serva. ra d«- li-lrat»). que temos — na a s - Cristo (João, V. 1)
Nn i '-xor grilu.am, .1 margeni do moi intento antro- ."». n u m e r e
H mora ficou com vergonha do dormir pofagii 0. Cora muito prater, pois
Cora e •• • ' livre pensa-
O Entào a Cobra Orando foram enormes t- leaea os eafor*
lhante, Iam bavido ult i do] a. Na Europa, oa paizi • i atò- (2/ denti(Xo). BREVEMENTE
ique sabia de todos o.- segredo»; man- aos para faxel-o boiar. Maa o
alguns inteletuaes bi asili liros, Itália, Hes] anlui < Portu-
fundo do mato. 1 tho tinha uni vasta vi- ido, que preten- gal estilo muitíssimo mui eorreapoadeaela
suplemento da revista de antropofagia
cio de origem Vrístocrata filho
dem criar um moviraen! todos que os qu<


alto relev-i

hteatra o bomeni uicbigado á terra.


• dt- senador, neto de professor,
io ou católico em i m
bisneto de brigadeiro, Imposal
como uma necessfdadi
vt-i. ['referiu ficar nu literatura
nacional. Faria Brito,
atraz.
ilfabclis- caixa poetai, u*>í' A H O R D A
ICorlmamando a idí-u religiosa dentro
da sua geograíia. Dentro da totali-
i*;n-;i goto di ramilla. Você viu
de l- Iguei edo
que artigo lindo ele e* reveu Uo-
r\thaydc se apontam i •
Onde quer que órgão catoli-comemal
tolicismo dominando era um pais,
dade que o radi K-v 1 aquela bistoria do Birin-
proí 11 es da "•• este lem as .suas m a s revistofagia dedicado á defesa dos interesses Anna-
Nos livros m o n l r n i loajo apnreoeu gelal Que impagável' Talento! "Folha Acadêmica", Rio, ni
o pecado, com códigos de prolblçáo.
e moi Imento Importa completamente Lietrodas, 1. isto thomistas
Mal o homem tinha gozado um pou-
De n ito, acreditando 1 m 1 ar de \ RI ios mata Ioda n »ida intelehial 0 :.. ti r 7.

raatigo. Ordem de despejo.


pintaríi teatral, no p séculos, i ii retnx esso k Eda- facto e que pondo-se era dna> A "Folha" que um 1 i" de director: Tristinho de Ataáde
nchiets t no monstrengo mental de Media. E seria (, cumulo que c o l u n a s p a r a l e l a s , de Utl • \ ersltorios publica no
A ex.j.ulsáo. Um anjo com uma espada
que foi Capistreno de Abreu, n inteletuaüsmo brasileiro, que a lias as nai.i~.es CtllOÜCOS, e (le ou- RIO, ê u m d o s r a r o s s i n o s d e
aaca-roltia aoo>urdindo os innuilinos
ivencido que está lenda mentalidade nacional ricasse es- tro lado Iodas as naçdcs proles- rebeldia i abafada ADVERTI NCIA
dO [ T f 1 "
•atra n6s nio ha dlato.
brasileira! lerilizada no thomlsmo ou cousa • 1'niverso c coloi ando pelo ensino perdigolado d ia cá-
Ah;. 1 ISLI e do Mario: — "Vo- senielhante. o fa< Io ( qui B I na- ;i .iu eita de i ada paíi a respetiva tedras coloníaea por mastodonles
nfto desadarlu á terra. SeupensaiiiL-nto cê transformou a prosa brasilei- | icas estfio actualmente .
Diante dessi
le perguntarmos si a
A pedidos
f.l construído com material ra, dando-lhe mais concatenaçâo na retaguarda da civil! 11 MU progi ama universitário ii ii sexual cultural va- UASPITINADAS • •

matematicamente ao i 1 s. I iri-ceil-sc. afinal. 0 misté-


Dentre de uma Unha blo- eüologica e Ürando-lhe menos ropea E amei íi aua. (pela autonomia didática < adml impõe.
loglru. Sem 0 aentimento de terror. pause teleoclintca' Mc dá Iristador resultado couti •< <• ca- ni&trativa) í revolucionário co- rio que envolvia as •ugestivas fi-
dlsjag de obediência. (is grandes povoa modernos, Frcud guras do famoso nsongQ rnsaa
quem mi- dir. o contrariou mo será lodo pi ograramu de en-
Mu.*< ulou a Ide:» de origem com a l)e modo que agora nfto cou" dominadores íntelelual i mate-
rialmente, são (is Estados i iii- Assim, "H.. «•orid", de IB3S, Bi asll, Rasputin c da desventurada viu-
i da dos sexos, li • li V u m a a q u e sr p o d e u n p r i i u i r Quando todos sabei i que o vivos va de NsoolAo U. Batao aiuhos
. o Gênesis eottt ilos, protestante, i Mlenuuiha, dft um quadi o * omplcro do anal- t em Slu Paulo, axercend*
amor. os dois proti i.uite, a Inglaterra, protes- pnizes do ., nome de tecnlne, onde nio se im j.i ahi leme
ignora o conteúdo «Ias revoltas Porque o sôi a escultura, b e r c e n d o , vírgula.
* Yan que é o terceiro que os go- tante, o Japão, budista i ihln- mundo:
da índia, onde « dls-
I Porque ruuuMitin, gato valsa,
Vuando t,s Mahoa, que foram bus- ta, deci 1 tai ..o proí recolutai PORCENTAGEM Ht: ANALFABETISMO NOS PAI7.ES PROT1 - . utem Rssumtos
car a noite abriram o fruto do ttt> que nfto se deve mesmo sar ori-
mais ou menos gendram recipi manhosissuno, se oocupa sonissv
fANTES K < v fôLII OS " i u i o i a e s " COmO 0 " h r ü h te da p a r t e pidilh o-.hpl-.malira
aamaa, náo l.oci.t- ptUataBea nem ame- do nobre mister, obtendo dos p»r-
• Irrintitin^ntoe.
ginal Prs muitos nfto precisava ou incon\ enlenles como o slni-
Taxa da . Limes CUJO fim e .se.hi/ii'
I abe M M 11 \n<» Pali.t íirot.BUDt*, ana.lab.- fi< rido e n Ia donti Ina de
H li st notii iam as re- membros ti" i onselho p i burguesia Inexperiente. F.m-
voltas de \ enezuel i, onde, em coroa de ii"ies sobre quanto Lsso, sofrendo cora icsi-
CailtO dO PrisiODeirO qil? Vae I d e S c h o p e n h a u e r SM.lia. se |i> tis i u n e n ã o é 111- o túmulo do de. 1. ,,|r|
• --eu martírio, a i obra
Ifl . . li.n.. Itália . . 31.1 ' .lih rente cluimnrem-se as cousua I \ M U OI . unnn. . que e. de ftv to, o ves>
"S< i | i i . i p i , , |
ser comido
be. u o p n u c r é lupcrlor i dor Sue, Ia . . . .
Inglaterra . . I.« Ilcspuiiiia
Portugal • I. c p'u is>.. ind<> mie destoa,
, lendo sido d<
pelo si presidente do * onselho duo
um. o escultor do mis-
histórico, N • na

Eu nl h.'J ' ' •

morrem
M ip. n, • M < compensam, com* . .. 0,3 1 Rrasll . . publicidade di i : eira de Melo, Rey- amassando com n st'ii bb-
111 ; i " KM'MSM;I . . . Meslio . 70,0 Atividade burocrati n:.1.1.» Pm d Mim,-, de eximia *i li luosi' do
paiz de MUI inimigos 11 1,0 ' Cuba . . , • riu i ••! . Ihfi Nacional do Kn i • n i i " s <\A refei Ida ro- dcsliastador a gloi ia c a foi lu.ia
'i" ininul qu. di .1 outro, cora Iloland 0,7 ' Chile . . 10 ü i do monge \- BkSca
1 ", KD. e u i o " do mi. , di • 0- Ivi ,.|..s 1 nido 7,7 ' 1 '•i i i'n.p'.si.1 npi pscntnda pelo I'., n e s s e <in itro pagl- i e ( " ; i i i ' i ' M i i e / . d<
mi de i I i:,i|d."

• s e r i o n relebre casal.
(Dos I Vustroli . - í.s ' M.l ' • I
(do li, re "Dorei ,1-, • • n d e - ) . [ (il»Jl AVI l ' l \ i u CAU I Wl
P M i" niARro n r s. PAIM n Oliaita-frlrn. 24-4-1021

MOQUEM o ÍNDIO CIARÁ


111 Entradas por
>oal
ilmplei < amai adagein,
n s t l c o d o sr. G u i l h e r m e
o
revista cie antropoáo^ia Para Mano de Aninde (do Ceará)
d c A l m e i d a . qOO p o d e t e r ou t e r Yúyó escanchado nas ptrna»
Não u n b . i l i n d a Lerniinudo • oa g o s t o s , n ã o c o n t e s t o , (Desenho de Tarsila). '•) mãe preta matracava
c r ü i c u do movimento m o d i n i i s 11'incii t e v e .
Ia ajuendo O i r , M a r i o d c An-
(Juein n a m e s m a 001 I j Paracatu' Paracalu'
d r a d e M U I de l.ixi e m nu u H
• .mi n a egi eja de s u I
x i l i o , a p o i a n d o .1 i n l n h a U ••< 11
o n f c a s a n o CAIU) M A -
Vou pra serra dc muru'
t e s t e m u n h o (In i r , Mario d« An- comer carne com üngvf
1 11 \l>i 1 Quem a n d o u por aht
d r a d c ( vaftoao e r n s u a p a l t l a a i -
dlali i b u í n d o 1 1 •• e l t a a de l i r i s m o
aao Pi ta aua a u l o i idado em • • ..e acaso parava a carretilha
m o d e r n o , (La estS DO I N< H V\ A
• t i n t o s da pol Uca l i t e r á r i a Pala >lhando a cabinda pedia
e o r a g c m e o n QjiM M c o n f e s s a «iii "Del voa u n a 1 açoita N ã o talei
publico Peto i i n . i da ojnc <-st.i na p r o p o r ç ã o doa tagrodlentes "tie lhe contasse uma historia

r lHUWo c o m .-.< c s i i n l r i p o l n f l n s .
iter-.ito l.r.i.-.ih M-.. d i / c i e , COffl
m m l . i j u s l i ç a • (iilenla c c i n c o
S e r á " ) Qunm e s c r e v e n u m a pa-
LMI.I "a i i n p n l s â o l í r i c a é li-
vre, i n d e p e n d e n t e dc irns, i n d c
p o n d o do n o s s a tntelij I
e a preta respondia:
1 Võyo tu n3o me lembro dr nad?
p « r c o n t o 4 uiu I g n o m n t f t o 1 A gente vae ficando velha
KMJO d a DUrcfaa i I
ajn doalai K M I g n o r â n c i a , a n o E vae ficando lerda
q u e "IJUS d i s c u r s o s a t u a e a i u 10»
l a z a ajentt c o n f u n d i r t u d o , • q u e
t e m i l d o a c a n s a do v i v a r m o s n a tettgencla que pronuncia o tenho-
d l t o " . QUOin lioje afirma (|lie Mas «inhozinho pedia
Coniadnsmo mais r r r t n . mais H
f a d i n l x i , m a i s f a t i g n n t e , rjooiHlO " n a s aVOlUÇOCa w m COl ai dia n m - <t novo e escorria
O* aksui UM d o t e 1. íi\yd<- BftO inu- g u e m volta p a r * ati a a " >• v o l l o a , i'elo rosto crivado de bexigas da — ~ - » ~ i
em terceira, para o Pequenina
m e r á v e i s e «s d o Hrasil sim u r - O fio de prata de uma historia:
g r n l e s • do i m p o r t â n c i a lama- M o r t o . (Juem c h u a i l loou da U
n l t a h i w o o n \ i'io de p o o t a do i r . Yóyô o Índio ciará
n h u , • o r a o o o n t a Mario. I n Pipocou o ceu com flexaa
A l b e r t o d c O l i v e i r a . DO 0,11c, a l i a s .
ve, n ã o faço s e n ã o r o p o t l r , c o m
a s p a l a v r a s do p o e t o , o OVO BQJBÍ
a c e r t o u p o r q u e O t.n tuai ( u t i c o < i. o ceu ficou com mil olhos rasos dágua
isso m e s m o - pOOta dc OUVldo. E a noite ficou cheinha de estrelas
d i s s e ^ a o s l e i t o r e s DO d o i n i n y o
QUOBQ tn d i s c u r s o s ao s r . fjO-
p a s s a d o . F o i laaa a s o t o r o a n t o q u e
liro, c r e d o ! N ã o s o m o s (Uma flexa cravou-se na loa e nasceu o lua.
c o n d e n e i n o m o v i m e n t o niodei--
nos, n i t r o p o f a g o s , quo g r a ç a a 1
• l a t a : a sua a u s e i x i a d o U n i v e r - d o u i Qteratoa nfio •omoa, !•'.' o sr. •
so. coiiHi d i r i a ü DOdrO V i e n a , | O Índio ciara dançando o maracatu'
Mario de Andrade, o cortbro
•jdll Plínio I sua -IUSCIH 1:1 d o mais confuso da critica contem- Rasgou o sol com a ultima flexa
1 I. c o m o OSSonSM n ò e . a n t r o * porânea o \irgiln> Maurício E a terra ficou toda pintada de fogo
gOS, Me d i g a o s r . M a n o CM
d o a l e m ã n , Medindo DO l a p a / c s E o indio ciará fugiu
A n d r a d e ona a s s u n t o u a m a n d o
do C o n a e n i t o r l O i 0 Nilo Paço* Para a Amazônia com o cocar
r (|;n a s s u n t o d o B r a s i l r u s o l v e -
nh.i da l i t e r a t u r a n a c i o n a l , se- De penas de papagaio tingidas de sol
r o n 01 m a d a r n o c Pois n a d con- g u n d o o s r . M e n o l l i Mel P i c c l u a ,
t i n u a m o s a c o n f u n d i r t u d o , mim |ior signal tão horrivelmente
coinadr ismo i n d c e e n l e , v a l o r i / a n - HEITOR MARÇAL (Fortaleza).
d o m e d i u c r i d a d e s , COM 10 si um • q u a n t o alie,
a r t i s t a fosse COM ou ••fTtrar c r i s - l) s r . M.u 10 dO A u d i ti
t a l , t r o c a n d o e l o g i o s , bnpod lau-
do bobagens, misturando Uido-
Ira " o p r e c o n c e i t o d a s i n c e r i d a -
d e " e c o n t r a "o p r e c o n c e i t o i\.< REVISTOFAGIA A PEDIDOS
b r o c o m UnamuiiM? Quv e a p l r i t a i d x T d a d e " , p o r isso m e s m o . . . A
sinceridade • I liberdade da de-
novo trouxeram j nossa poesia,
p o r e x e m p l o , lu.n.ilil de (Carva- c i d a a n t r o p o f a g l c o são o d i a b o » ,
"ILUSTRAÇÃO PARA
N \ K N S K " , na. 1 « 2. \<*29
Assim laloo nosso padrinlio
manipulações etnológicas
l h o e t i u i l h e r m c do A l m e i d a , q u e Podem e n t o r n a r o esldo do Amo-
O sr- M a n o de A n d r a d e n ã o s e r i m . . . A s s i m , a d e u s mutlrfio da A uni hiMi d e s u s a d o n a sua lei Padre C*rero
cansa dc enaltecer, e como, quan- • a b e n ç a da m a Lopes ( bnvos, ção grafica, corresponde a pena-
d o e p o r q u e A n t ô n i o dc A l c â n - prinUfl d o i i i o d c i n i s i n o b r a s i l e i - Km e n t r e v i s t a a o " D i á r i o d a
ria n o r m a l nas revistas seme- Noite", o hitpo dc Bragança —
t a r a M a c h a d o r e f o r m o u a DOOU ro! Adeus Cotaguâfes! Vdons, l h a n t e s q u a n t o » a n o U d o d c (i»>
p r o s a ? Eis abi uma p e r g u n t a que adeus. A quest&u p i u n i t i v i s t a c o n t i n u a b a r á p o r se c o n v e n c e r d c q u e a scit-iitiiii as e n o r m e s u m i m p o s l o r i n n à o d o " p i n t o r " Virgílio Mau-
texto. rício — afirmou, d a n d o um t r i v
d e s e j a r i a n ã o v i r sem r e s p o s t a , desse t a m a n h o !
E c Umtietu c o n t r a a o r i g U U r a c t u a L Mais ... t u a l do q u e n u n - r e v e l a ç ã o m o s a i c a foi d a d a a o s C o m e ç a u m sr. H o u m r i o M a r - te e x e m p l o d e m d i c i p t i n n ao- asÉj
e m b o r a difícil d c r e s p o n d e r . Li- ca. .Só d e i x a i ã dc o s e r q u a n d o pigmeus E logicamente, o r a es- Havemos de comel-o. t i n s , c o m g c i l n d e j e s u í t a k pai&i-
terato brasileiro è um ignoran-
I le q u i dUHOj q u a n d o
ainda podia cair t m transe p a t a
fòr s u b s t i t u í d a p e l a q u e s t ã o a n - s a ! Ou e n t ã o ( 0 q u e p a r e c e UUO • na, p r e g a n d o as "viclorias da Fé
retwinho, q u e d e v e r í a m o s " a f i l i a r
p a r a hem ronge d e n o s e s s e s d o i s
tfio. D e f a c t o . C o n f u n d e t u d o . t r o p o f a g i c a . Vão v ê r ! está acontecendo) terá que es- A l i a s i i s o n à o parece d i f i c i l . lobrfl ns b r a v i a s almr<s d a A m e -
c o m p o r M A C L N A 1 M A , q u e "a m a l e s I m m e n s c s , «|ue o v e m s e n -
A - q o i - q u i . O sr. M a r i o d e An O n d e e s t a m o s em m a t e i ia du quecer completamente a ifvela- Além do m o n o p ó l i o da sotencis rica a l i o r i g i - n a " n o 1 ' a r a n a p a n c -
procura do novo, da originalida- d o p a r a a família e, r n n s e r n t r n l a -
d r a d e q u e r u m a p r o v a ? F a ç a BID ç ã o mosaica- A l i a s Jã o p a d r e p i g m o i d e , o q u e ellc t e m d e a p r o -
de, d e q u e se faz c a v a l o de ba- i c t e n d a , p r i m a l r v a i t a l A e a o d r i - ma, e as a n n a i "dos erolcos m e n t e , p a r a o p a i a , o e n s i n o lei-
exame de c o n c h n c i a , como bom Dtro DOS C tão m i s e r á v e l Ciemelti, c o m p l e t a m e n t e a f a s t a d o r c i t a v e l e i n s p i r a d o nos p e s q u i - guerreiros dc Sanlo Inácio" (a
t a l h a c o n t r a n ó s é d e s e j o legi- g o e o rnonanonto c r v t r Ainhoa
c a t ó l i c o q u e ê. E l o g i o s d r OBCD- da G ê n e s e , d e c l a r a o s e g u t n t a " 0 s a s d c iii.it Lm 1 . c r u z e u m v i o l i n o ) , e a voz de
timo que n a s c i ê n c i a s p r o d u z i u q u e a g e n t e é o b r i g a d a a o l h a r tóo leis l i r a s i l e i r n s . N 8 o fica
m e n d a a N a v a r r o da. GoatO, Fo- • • H ve d e q u e è i m p o r t a n t e d e se fixar 4 Mas d e i x e m o s ( i r a e b n e r e va- D e u s , e o " l u m i n o s o i d e a l d a s i-a-
guetes k poesia bõbalhona de toa e E t n s - bem. p o r t a n t o , a um s a c e r d o t e
tein e n a s a r t e s SofoclOa, ü a n l e , . mais o u oasnoa dividi- q u e a s c o n c l u s õ e s tios a n t m p o l o - mos, l i g e i r a m e n t e c o m p a r a r por- . i- o Ih PO dc M
A u g u s t o F r e d e r i c o S c l n m d t , po- p r e g a r a inMilxmtinaçAo a o s s e u *
dos, tiraebner, r/raoer, Levi- goa Doncordom em a f i r m a r que tos r c a u t t o d o s da r r i õ n r i a p í g - a s e a r a d o P a d r e R o q u e e a ta
guem na m a d e i r a . GotTespooden- C e i v a i l t e s , l . o n ç a l v e s D i a s . K«K- fieis. P o d e r í a m o s r r c a m h l a r o
1 tondol, e t c . ele. e s s a s t r i b u s d e P i g m e u s a as d o s nioidr- • t r o v a do d u a s d e c o r r e n - c o d a final no b o n d a l r a n t o . . . Uapo aoneta capitulo « n que o
c l a a m o r o s a c o m o q u e bfl de climidt", puxa!
Do OUtrO, m a i s ou m e n o s unidOO P i g i n o i d e s (pie se p a r e c e m 'un cioa de S c n n d d t . Depois, o ridículo monumen- a p ó s t o l o P a u l o non fata d a s u b -
m e d í o c r e na intclclu.ilidade do M a r i o d e A n d r a d e t e m , p o r - pela l>alma. OS p a d r e s Sclliuidl e l e s , c o n s t i t u e m o m a i s M I ligo Gemelli (de Milão) a f i r m o no tal: o d i g n o " p e n d a n t " da " c o - m i s s ã o ri mitocidanV E tanilirrn
B r a s i l i n t e i r o . Z u m b a ias a Al- t a n t o , r a z ã o e m a n d o , c o m i n v u l - ( V i e n a ) Ijemelli (MUflo) c o j e - p o v o que n o b i t o u a b L I A seu r n n h o r l d n U n o s o b r e a O r i - luna l i t o r t a " , a " c o h m s a S u p l i r a p e l o s crtsfJlfla, d e Ate-
c â n t a r a M a c h a d o e o u t r a s bexi- gai cora ibrir o peí- H es P i n a r d d e Ia Baui* • 1• ia f a m í l i a . " C n p . fil gem d a Família o seguinte: ensc":
g a s d a nossa B o r r a F u n d a lite- . bot< 1 neli 1 <••!• l a v e . O d e f e i t o do p r i m e i r o g r u - n a T o r a s . A tontos o^ rtnutorev, m -
Ora, é j u s ' m i e i . laao q w M03 " Q u a n t o á m o r a l s e x u a l , os P i g -
r á r i a . C o n s e l h o s tendeu- f o r ç a , d e s f i a n d o O IOU r o s á r i o p o é o d e f e i t o oci'l. nt.il Na h o r i s a n l o doota sua t o r r o , r h t s i v e Agoslinl>o e T o m a * de
orava. mt-UH i g n o r a m c o m p l e t a m e n t e a s
m e n i n a d a s e r e l e p e dc CotagttO rdaco do e u l p a a . L i t e r a t o b r a s i - d a d Pinheiro, de cem braços cru Vmino \' faronaa nula dc P i o
superioridade. Mentalidade d e p r a v a ç õ e » q u e e n c o n t r a m o s em
»es. T o d a css.i confusTn
comadrismo, de quem a n i n a i
leiro e UM sino o QUO ele è: oi-
tenta a 1 Inco p o r c e n t o I g n o r a n -
dc c o m p a n h i a do s e g u r o s . N ã o * • a t r o s povos".
i o d o s mi a / u i d " céu, a p a r e c e u *
lhe L-omo t U i n e n l o ideal c í i g u -
VII. E m f i m , A rlrMitrin» d a fgrejg
de n n c l.xlo porter l e m n o r n l e m a -
O r a , q u e m se b a b a d i a n t e d o s rpreeilde CJUS O h o i i a i n d e s d e Mas o p r ó p r i o cnefe d 1 eocota Mas o r e v e r e n d o S c b u m a c k e r iivo d a bolosa p a n o r â m i c a pa- na de Deus, que nele rtrmpre oa
i,.>. C o n f u n d e t u d o . 0 1 doi- q u e d e i x o u • a r v o r e , c t n h u i i e - dc Viena, o famooo d i r e t o r J e DUO e s t e v e de f a d o entre os
p a s l i i h e s c r e t i n o s dc BrochOTOl xei p r o v a d o . B e inútil, ciuno r a n a e n s e ; e m a i s t a r d e coroo s i m seus d e s í g n i o s , Rehemnrlo-ao c o n -
— arte de Saint Salpica, como COU p o d e r o s a m e n t e . A pTOVO e s - "Anlhropos". o padre ScbltÜdt P i g m e u s , vem 1 a o a eve o s e - bolo do orna I r t e sq; toe t o n a , iim- tra a a u t o r i d a d e r-rril e p r e g a n -
c o n t i n u o g p< r g u n t a r M N o u s a r a t a r coisa n i e l l a u . Num g u i n t e : "Oa eaaaaa ssoaea *ão g«-
d i s s e m u i t o bem F o s c a Oneni • oin c e n t e n u s e m e s m o p o t e n t a da n o l u ç o o do o d e s r e s p e i t o As mtm leis. sua
• roaultoo p a r a noa da pendtn .ido n.i "Expoali io Vali r n l m e n t e naonagaraoo afao <>* ve*
d e s t a c a , n a ex|x>sição dc A n i t a . m i l h a r e s de c i t a ç õ e s p o n d o e m e s p i r i t u a l <|i"' oo^il so reverendi^simfi s r rehela contra
de Vi le M o d e r n a ? Mi.-.oc-.", enfiou a Bi -I- lhoft lobon d a f l o r e s t a , e s t e s , t i -
o q u e nela h a v i a de r u i m , o Lá- v a l o r .1 a g i l i d a d e m o n t a i 1 1 su- e n v o l v e n d o . B RO m o t i v o 1'inlui- o e s p i r i t o da sua p r ó p r i a v e t a .
N ã o gostei] | " ' ! i tu, d a s a r n a r - sil i n l e i r i n h o n o ciclo pi| Ide! v e r a m t a n t a o c o a U o de a b a v r v a i
z a r o . (JiM-m b a r a l h a morn- perioridade moral dos homens 111 ele c o n c e b e u i o d o u m den- Maa v e j a m JdNvro a d i f e r e , r a .
• M a r i o pòz DO seu m m qUC n u n c a p e r i h r a m O 1 K com uma leviandade mrri'.ei a vida em t o r n o delea e de a p r a -
com aMgOriCO a s n e i r a gTOeaa i|tic e n v o l v i i m n l o de a r t e 0JUO i c l l c t e Bmnjuanto o i r m ã o d o s r . V i r g í -
fez, e m t e m p o , a s delicia-- de S g a u . M i n g a o D&O q u e r e m o s , Ma- m a i o . Veja-se e s t a rOSPOeta 00 n u m h o m e m cuja honestidade t i c a r , q u e de p r e f e r e m
i-in pnJcro f o r m a do b e l o t a a nrrva lio M a u r í c i o p r e g a n m o r r u / a -
P a u l o . Ujuem rtt\0 s a b e c r i t i c o d e no. QuaremOS amor. A q u e l e u m gru[K> dc p i g m e u s d o l a g o .ida. a l t e - ritlcm pela filosofia de S a l o m ã o
p a r a " r u t u r a es- da c o n t r a a s instifiiições rapo-
profissão e m b o r a , o q u e seja a m o r gostoaissu] 1 i onvilo insisleiile do rnou que DCOSO Ciclo, .1 laimli.i é n a velhice do ( entro
piritual da terra paranaenav. lilií a n a s . nos.so s a n t o p a d r i n h o
g r a n d e rOOllaOM am |JIII1IH;I. I toa DOJ aartrofci d o C A P O MA- m i s s i o n á r i o S c l m m a c k e r p a r a «jue n w n o g a m a , ofto ha aaanbra do Africano - M e m ó r i a lida na Se- C o m o o Duco c o n c e b e u u m a no- p a d r e r t e c r o di* o seRuinla
a r t e s p l á s t i c a s nem de m u s í ' a e m a n a I n t e r n a c i o n a l de C i m d n g i a
C H A D O . Mas lera o i n c e n s o d o se a p r o j ü m o a • Visauna c o l u n a p a r a a A r q i u l c t u - ( " J o r n a l d o C o m m e r e i n " . d o H#>
•eoneto p o r , s s í > a p a t a d a d e e l o - Macaco DOO dabui a n o r o o t a l b r i l h a uma " a a s e n c l a compleu R e l i g i o s a . Milão — S e t e m b r o — 1.1, asafan chV, de lífl d e mnt-co d e s t r a n o l :
c o r o d e S a n t a E f i g e n i a . Com a N 10 deaxa DMomol de canibalismo!"
g i a r um p t n t a m o n o s p e n s a n d o . ir a 11.:>• " O r o a a m e n t n raHaTfruw c uni sa-
que o d e b o c h a v a . Q a c m se I U U I I - p i m e n t a de MAC1 N \ 1 > L \ , com (i o u t r o g r u p o A s i n i s t r o : m a - O protesto dos anl. <Juem foi q u e m e n t i u ? cramento Indispensável, mas o
fostodo a a s i g n i f i c a ç ã o <lo l'i-
jfaa do i m i t a r Hilae c Vicente do q u e i m o u os b e l c c a gu- Dipula •* e t n o g i afia, tonrit 1 a dc São P a u l o (som a u t o r i d a d e al- nhi Ira -\-i sua b 1 n t o civil é • iri e a seant*
g u m a DOS c í r c u l o s e r u d i t o i fira PORONOMINARE
('..o v a l h o , o q u e t e m o s do petof losos da S a n t a M a d r e I g r e j a . .. to m-.lslii motivos arquiletunicis lealmente ranço do hmrilfa. N ã o a b e n ç o a
n a Boaaa p o e s i a . Quem n ã o se en- e m p r o v a r q u e os p i g m e u s for- aqui modestamente lavrado Mas • ; q u e m ruio c a s e p r i m e i r o no c i -
v e r n o u h a d c c b a m a r do i n f a l í v e l , I \ \ l I N DA R E ' m a m o m a i s a n t i g a ciclo b b t o - a l é m do p r o t e s t o fica é a r a i v a A n o 375 d a d c a b i t i e t o d o fafcpu vil." O n o s s o p a d r i n h o , Mu saV
d e se v e r g u i n d a d o a alturas Bata t e m e r á r i a a i m p o r t a n t e
r i e o c u l t u r a l d a h u m a n i d a d e aca- Sardinha rorentd d o m a n o dc Draaanca,
c o n c e p ç ã o a r t i s t í c o i etb
UOS DOO se p e n s e QUO a "Uu>- r o n r i n h a , c o m o se vê, fl p a s s o s
os incompreendido! A Revista de Antropofagia protesta contra qualquer manifestação l i a r u i " aao c "modernibla": o tarsos para n nntrooofagia
v i r a — e nílo l o n e e — em q u e
r>ia
. df-, AI> a n t a i a
p r e t e n d i d a i n t e l e t u a l a o b a r d o c a b e l e i r a F r a n c i s c o V i l l a e s p e s a q u e a Es- Maeliado l a d v o g a n o Cível e 00 A so c o m e r n • . | "iii-
ti v a t c M e n o t l i Del Pi AJll MUI mli o uiii.i .1 P o t t J c r u n c ) , a s s i n a nin s u b u t a n c i u w i Ifo, c p r o n t o . O c«iníIíto e n t r e o
s o n e t e i r o P r o n c l s i o Vfllaeaposa e M o r t a de Don J o ã o panha de hoje e a Europa de hoje repelem c o m o um monstrengo lamu- lenta sin mm.inisMin rr-,icinrtnrio r n r >. ti-
p a s s a r a m o d o m i n g o p a s s a d o ora — Esao és dei g r a n J u n q u e l r o , d i c o n c i a d a m a s s a l a l n í a inodor a t 3 o h m s i l r i r a alii e s t a e s h i t ç a -
S a n t o s n u m BOCegadO r e g a b o f e don I'i< rioso e i n f e l i z . N ã o s e r á n a A m e r i c a d e h o j e — a n ã o ser n a c r e t i n i c e Ia, em 19'J.H. Ini|mgiKiçóe.s, rlo- P r e p a r e m o s o m a x i l a r p a r a a
p a s s a d l s t a . P u d e r a I M e n o t t i , for- — N ó és v e r d a d , Don QbJquI dal O s i n d i c o é c a m a s n - m n s t l g o O u e o htt.n v n e s e r iros-
ç a d o .1 a d e r i r á o f e n s i v a m o d e r - t o ' i-'ui vo que Io I m b e n M ' coerente que também existe por cá — que esse desmentalizado poderá tOU\
da, r a c h a O c r e d i t o . . .
n a , sem o q u e p e r d e r i a 11 sua si- tou " i a oi - • e n c o n t r a r a s i l o e f e s t a s . V i l l a e s p e s a n ã o s i g n i f i c a c o i s a n e n h u m a n a Es- CORAINH4
Hi ns o lonba am soa s a n t a
t u a ç ã o , i n s u s t e n t á v e l com a xa- : és dal g r a n J ú l i o Dan
g u a j d a . i> r. Odlfan
ropada do Vaca Mulato", ha tas, !)(,n Li. I Dia ' panha e muito menos no mundo moderno. Nós m e s m o s já estamos N e g r i O (pio, na sua " N u i t e Hi a-
DSÚltOS a n o s qUfl n ã o ach.iva um — N o éa verd id, Don < hi<iui-
D Io li m i o o n d e c h o r a r a sua t o ! N o és •. a r d o d ! cheios e fartos de poetasiros do gênero D e s g r a ç a d o . Porque então não siUn.i", mostra certa vtrtuoai 0 olbfnho de Roma
I iiltiennc de Almeida. A p a r e c e u na s e ç ã o livre d o
a l e x a n d r i n i c e i t a l o - m i n e t r a - Vil- Bagas de suor poético caiam Bmflm, a m a t é r i a p a g a é m u i -
d e s e n t e r r a r a o s s a d a m a g n í f i c a d o sr. C a s s i a n o R i c a r d o ? " D i á r i o da N o i t e " u m m a n i f e s t o
Ia. s p e s 1 caiu d o ceu- F"oi u m a d a s d u a s r a b o c a s a u r e o l a d a a . D e » t o m a i s i n t e r e s s a n t e e »s enraaV
forra! poloraan-as ali nsesmo, DO caos, litero-politieo-pcroliico as-sísna-
b o n i t a s du P a r a n á s."' unia d o por almins meinheos dn colô-
11,,< m <••• <• !• d dc Ia Poo* aaneiras metrificadas loaurOí c o m o d i r i a o sr Mu nia italiana desta capital. Cheio
M.I, Don C n i q u i t o l
— E ' s e t e r n a . DOU PI
— Que a c h a DOtod d e e s t o s ter-
do v a s t o MOjultol d e c a d a u m .
Depois


E a o
trocaram

r a Don P i
cabidos

c c h i a ?
dis- berro Sabjectivismo —
c â n d i d o sr. M o t í a F i l h o
0 iie A n d r a d e .
ODJUAVU
de insulto-, ao BrosN » ;ios bsoot*
t r i r o s . E nos Bfneaçítn<lo c o m u r a
Mtissrdini-miRnon. ( O u e mo4lcs-
ribles modernistas?
8e um caUchrtma telurko nio noa tulçoea aocleturlaa em pleno e írago- confunde tudo. Depois n a l ) Vejo s r a p a z i a d a m i e m e v
Indibiduos peligroooal Unos
d i á b o l o s , Don P i c c h i a ! P r a d B
— A o r a . . . vamos a procurar
n u e s t r o e r m a n o M a r t i m - P i i e n t e s dér cabo do costado. \>< •, roao desmoronamento. PORQUE COMO mo d e p o i s d a lição g o s t o s a do
para n o s r a d f a r m o n o a o l r a v o i l de#Unai;Ao hletorico-cosmlca, Mrcmoa Nto iimla oa burladorea du noaao acha tudo confuso. Que " P t c c o l o " o fase ismo insiste eiu
m o s d l c é r q u e va a d e r i m o s ! em futars próximo um poro «uilnciiic. ideal da asceneflo para o prorreaso! 111 bldiO é QUO cru s ã o . O í n d i o estender ate nos as suas dct.cis
— Ya Io s é ! Ya Io s é ! D o n culpa temos n ó s ? c ijin aro iK.mcm. O i n d i o é q u e
B tomai am m o boi d i . Moa podetnoa fuwr que alnd» em Chicote com eiea! Nada de confiança e o Doaao m o d e l o ) .
g a r r a s . P ã o n e l e l PAo n e l e !
Chlquitol
1,1 I L H F K M i : l » \ rORRB mula brevea anoa noa toque, no con- noa barblchas Inaolanlcs e lni[>rtlci- o Indio n ã o linha p o l u í a , n ê e MENEL1K.
— Me d i g a u s l e d u n s o n c l i j o ,
DK M A R F I M Unentc e nu mundo, um doa taeapea áoa que Incapaaea d'outras fumjAea, a monogamia linli i n e a l i a i n e n l o s . n e m m o l é s - o m o r t o s e m p r e vivo
Don Piciluri' • poteiroa gotanuuni-ntaM!
mala peaadoa com que eonaorvemoa \ .10 da propriedade t i a s n e r v o s a s , n e m dotegOCia de
H iioiisoa "bona amigoa" Nada da CKperanças noa grltadores a a vontade de sua tranemlaa&o aos o r n a m social, nora v T g o n h a i k
|. . , I. ! • ' • ! M •• i I ...
revista de antropofa-
t u r f Não perdem por esperar MO MM aoarav bem ad de-
aejum comer blfea <tn noaaa carne. •Oatr dl !•• i fS • a
.ar» do aabloa Boa-
palhaços
nu ver.lade. o poder que.
I • monngitmla como guriaii-
l u a r p a l i a d o , nem luta d e c l a s -
ses, nem I ícaSi nem gia
II.1 um M u i o - d e A n d r a d e no nt dágua? • i.-irue legítimos e a llmlta- RQV I , I bo a, n< in v o t o s o c r r t u ,
1 Un* rupaOOS a g i t a d a s d n b a i r r o íris. da professores tniparhadoa de
• São P a u l o . diz O caboclo amatonlcii çAo destes a progenle atual do caaal.' m u i se u f a n a v a d o B r a s i l , noto
O u t r o n o n o r t e . Do I de S a n t a Cecília MI Mimam os
como o diabo. A lei do tacape è um besteiras arqueoloRlcus, de Intelvluaea - MUltGAN. 6.' n u m e r o
a r i s t o c r a t a , nem I
Mario dc A n d r a d e d o sul ê neuf» i n s t i n t o s no c x e m c o i •OSSO- (fito. ti quem uirrcRi» o mais lorM ' vagabundt'S. atai baformadoa do pouco "A l o n n a i m l l «ào aparece, pois, de (Órgão da antropo-
nal d a l i t e r a t u r a r o l ó l i e n . V. n o s que sol'' nem ChUHH
poeta modernista. o mais UaOSBOi o BHriS c. ira, a muis modo alga P o r q u e sei ftl
O d a q u i l a m b a m é p o e t a m o - a t a r a m p o r q u e n o s BlOStr OSSOS capoelrn, u que b«t>c a mllhor piui{H Neceaaltiunos de gente em tudo nova. . 111 i 1 mu O i n d i o n i o ora m o n o g a m o , fagia brasileira
e s q u e c i d o s " d o q u a n t o f i z e r a m a mastiga o mllliur cunluin nova, novlaalmat Nova d« Idade porque ilier. e multo menus airm

nem qnei ia BnUOT DUaCS ei am de letras)


P o d o ser a n o se e a n f u n d a r a os OH l e e u i t a s p e l o i n d í g e n a . - " A '1 fgull-o pronto? è a per- doa velhos ocoatumadoa a mlnaul se- lórnm mais elevada da fumllla. Ao seus filhos legltUUOS, nem ;u lia
nomes fnlla de e s p a ç o non I n bento, furjadores mórbidos de pati- contrario. Loira cm acena, sob a for-
Mas o dc lá não tem obriga- r e o p o n d e r , h o j e m e s m o , á e x a l t a -
gunta UM)
faiiaa polltlcaa. nfio é [KIWH
I a QjUd I t.iinilia era B peilia ali- correspondência
• l u t o e draailco ae ma de sujeição de um sexo pelo ou- g u i a r da s o c i e d a d e .
|fl mudar o nome. ç ã o c u t e q u i s t a da BOave r a p a z i a -
Ba BI pOa
0 venllílorii rio fulurol Nova noa IPO, da proclamaçao de um aaaflna
Porque caixa postal, 1269
Nem o daquJ tom S I d a . N o p r ó x i m o n u m e r o , entro» Ideuea porque da mocldade de peneM- entra oa aexoa, deaconhecido, ate cn
de mudar o nome. t a n t o , d i r e m o s aoa atigelicaeti
A «tMorçao da mentAlIdadú maero- 1 1 reJOSS que "amanhece o fida 1A0, na historia." — BHOJSL0J.
blarut, caduca. Impotente, gaata a va- envelhecendo", essa tem de Ir para i
*
C o n t i n u a m eon 10 e s t a v a m . u d o l e r e n l e a o q u e oa ( c a u d a s fi- D e p o i s quo vota • g a n t o a e ESPIRITO DE SACRIFÍCIO..
F a z d e c o n t a q u e s ã o c a v a l o s z e r a m pelo i n d í g e n a . . . Deade já, lia que emtronm o povo t ae faa ralatfuurriiá, comendo e eomriMlo, re- t o r a I p o r q u o t ) g e n t e t&o dlfo- Emquanto gqui estivemos
eleger paru a faroairUlia doa Cwn- rtoaiiiA M um iiiilmul de estômago, ar-
de corrida.
B a i l o no mesmo Jogar.
p o r é m , oa r e m e t e m o a à c i r c u l a r greaaoa, daa Presidem:lua a doa Trl-
rastada no tropeço doa éescompas*"-
d o c a r d e a l S a l d a n h a nobre a a ç ã o bunaes: que oblltera a )uv*mtiHl« tn- doa, 11*0 é possível aontar com ela.
0 POEMA DE CÂNDIDO r e n t o ( p o r q u e s e r a l t u d o rondou,
b i d a ficou s a t r a g a d o , N i o tonto
fomos bem servidos de aves,
rolas e fatsõcs, que têm Ires
V a m o s Vêr q u e m a l c a n ç a m a i s d a C o m p a n h i a 110 ItraHÍl. A nousa
maior nome: d o c u m e n t a ç ã o , c o m o ac vê, é en-
toxlcundo-a de "Corpua Jurts" e opi- Para um Brusil que podüa m a r rom DE FIGUEIREDO no c o m e ç o , m a s foi f i c a n d o , foi
f i c a n d o . A g o r a é (pie sota DOor, titelas uma SObft a nuti.i, ê
Largai c o l h i d a e inwiiHpeit».
i:i aaoefesaSaa wipwuç.rts so- am tacape snestre. gente
bre cretlnaa lete de falência; abaur- Idade a nova de Ideullsn*.' r/eatM
nova de Z.H57. * tarne gostosa sameJhAlttq É de
zahaneua E n t ã o c h e g o u R vez d a " d e s e i -
da reviita "Maracajá" vendo eata mvnUll<Ude Inútil, asleril. Obra! D'ouIro oerne! 0'outra Ideolo- BnboM dn a u l r o p o f u g i c a " . perdiz, mas mais sadia.
(Coará) JAPV.MIKIM Improdutiva, na in«ntalldad« doa no- gial ivnutra atorerldade! de medula zabra Vonsoa comof h i n o de n o v o . pojrnão Caulim-
vos, doa arrojados, doa vir», doa qu« d"aço! com eemtnba de cimento ar- labucnjo HARXILLAR
tem a anseio daa giundaa ranovacões atedot cheia de fe, de esperança, de /ai'liml.il
"0 catolicismo não vê com bons olhos a difusão da svclnep, Indo para laao até o oiu previsão, e de reananç&o Intensa e
causta de ser a lenha • o petróleo serial
zaluirrt) A comida que a gente agradece é a qae !ía~l
está
Znliurro
instrução pelo povo." com que se Mitnwnte o enorme IHAA1 P E U f í soco na b a r r i g a .
Mario Pinto Serva, Incêndio que comburlra, creataf\ c (Da Bvearaal da racoMade de Direito ritOVERBlO AFRICANO
pulvlthará o curpo daa actuuea liiaU- de 8A0 Paoio) CU.NlUMliUiE
MOQUEM
IV - Sobremesa
revista de antropofagia REVISTOFAGIA
comendo estreitas..
llaior, i"
ei afundir
sobretudo
rafsoa moder de fofrci do I >< ld< nte íol
ura, a sim ei idadi
a propósito do h o m e m antropófago A
i l'a, fundada real
livanv i ni fm
modernismo com falso modernis- cora que, claramente, sem subter- EnpoelU p»r. DÓI — d» Sncnruü da \ Ml; p 0 | 1 : ,.|., • o anta-
Mas, dl
eiaa tintas, "Xntropi f&fflft" int Minai Oiraia • "Mela gonismo.
Ingenuidade de se: r , dominante, a ânsia da
bnrrela é o Indecoroso estado ii petárooa as nossa (Lag-Ar. Santa) - a união •si
m busca ", consistindo ni iso a Li
. Idâo mental eni que eles isso tramai ara contra nos surgem nte fascinan- de v e r m e l h o I".' o r a s o
rivetn. Dahl não comprehende- prrfidiasinhas de vispora d itir a c i z â n i a
1 olhos de bon berdade a a Pelicid Krishnamurtl que pi
no bi isil desde quando v marcha, a ínti notai que "não ha outro Instru-
lii o. Vejam n 1 que < oisa 1 n rora a cultura fl tOtal ,1 ÜStaS. Tara Afi,., de itin-
da: os catequistas querendo DH - temi 11 coibir a antropofagia — tor que não aqueU que afun de obterdes a fi-
Dahl o dese pero contra Ia da nossa primeii a gera- descobril-o, é 1
assegurando aos corredores de ção, edui
que convém .1 elea c que o Brasil ler medo ao anti 1] ia direitos de esi i adfl nas cidadi r a m e u l e , d e g l u t i r . nal ,\AK\ teu |,s que |>assar por
continue a acreditar em D'An- bistoi ias de bicho papfto, hoje em Enfim, diz
nente antropófagos, Dahl européas, Isto é que 6. Di glu I • u n h a d a s n.1 face d ontentamentoi
i in bar
uunxio, ao Primada Espiritual e dia impropi Ias ate para menores se contraste de edi vi literatura, oriundos das fontes • II is, grande hunulto, po-
no incrível sorriso da Glo» onda, e senhoritasl Divertidis! imo • bispo Sardinha não lo- i n f i l t r a d o em n o s s o a m l m monia l e m ,.'i n ã o querei-; p a s s a r p o r
cr'cm (Uns padre. B convém B . ou es, apar á lei 0 hi IWnj IOVO s e n t i r á , s e m rlu- ilo**.
Nós chegamos e demos com es- D turaea. insurreição eonira o • .1 es ra- E a ri ifereacia "Os ladrões
uns p o r q u e s e n t e m lln I f u g n te quadro gostoso: os usurpado- | 1 de sua v e r d a d e u .1 í --a r a z ã o d e c o i s a s o h e d e c e
das mãos a preza preciosa e cubi- res querendo tapear meia dúzia IntlVSO. R e v o l t a d o i n s t i n t o I n a h i h i s t o r i a . . . S ó a n t r o p o f a g i a é c a - pei ficiaes ou Intei e de tempo" de l-.-nly Bnrily l.u-
da terra. Ou melhor o verdadeira á menos transcendental di i i abisn o enti e o
çada e a outros porque, brasilei- de n a t u r a i s i a r a perfeita tyena é uma obra pi una de de-
dcsnacionalisado.- sentimento de nativismo palpi- trucçno de nossa mentalidade na- And 1 uma época de energia hc- nal. Bssa cer>
ros e m ii o 1 a, desgraçadamente com as insígnias, de onorevolel tando na grandeza do índio que cional. época que é • 1 svolta do 1
ainda não puderam sacudir o ju- Imaginem o efeito dessa palha- nei vo de UÍI. povo, vem, como COmO d u a s es] >> lha e feia s u f f r a ^ e t t e
não queria ser conquistado pelo : I alicerces estão alii. teria muito qui tímido
go da metrópole, o Índio i um çada: o grande ufficiale Cunham- intrujüo. tem v i n d o , a hora p r o p i c i a e se-
COntn r i a s .
pesadelo que os atormentai e eles 1.1 be, o onorevole Japy-Assu', o rena d 0 v e r d a d e i r o " e u " . Hora s r . .Mario P i n t o S e r v a o u n i e s -
têm .1. - r i 1.1 .iis. deixem 14, , cav, Poronomlnare... Mas 1 un- Porei, somente ela —.diz Os- d e e m a n c i p a ç ã o . .Nada d e p r o - ;• m a i o i • • • l.iiru.
Nada pois mais justo do que watu de Andrade — "idi 1 confu i assim as mil
í n d i o n a u \ .11 n i s s o d e ; d.. nambebe, Japy-Assu 1 e Porono- c u r a r 0 q u e ficou a l i á s , q u e ê o
e: iltecii~.ios o índio c o tomar- 0 conflito existente entre o in asi- que se tem d a d o , . s u c e s s i v a m e n t e , e ma orih ns da estrela cora seu
Kri-.hn.imui ti I trí«,.-1 d e p o i s a
Portanto, f. 'ia,-., sumos o seremos m i i i . u e o l h a r a m para os m a r r e - fervura, duranh a dia-
tnexoi aveis. Não poupa riraosne-1 os e responderam ao suborno mos como sendo o legitimo tipo leiro malha, \erdadeiro, e o ou- com todas as es< olat Voltar ao impamento de 0m-
ar lhe o verdadeira tro que vi trai o nome. Pi col. s de sabe Keiser aien. "tis problemas somai
nhuma duplicidade, nenhuma ira- das m 1 s s .1 ogas brasileiríssima- tural. DegluUr tudo. propriado en
OOStUI a. A tOdOS o s m u i
de bi asileiro, sd por lul- no Hi asii ha a distinguir n élile c nstruir de novo. Deglutir até rleiro sentido da vida, a I em emquanto i ardea
mente. Como c o n v m h a . e o brasileiro é o índivi européa, do povo bra ili li
meremos. E ''as suas canelas trei- que chegue a bora <i<- um prato mia .', '.aius. (Noi creed bu n a s g i n BS •'.Bj
nadas nos caporetos históricos das Aqui nos encontrarão duo-civilização que Formou u nos- ontropo' ;os pi síei melhoi Isto e. se estiverdes no vale, os
"evoluções reitas com covardia", c o n t r a B falsa a r t e , c o n t r a a fal- sa historia, 1 não o hi mera e s t e s , c o n t r a a q u e l a s , l ã u ( u n e . 10 lei emoa attin I mto su- f Ct), te,coroa os defen oi es di
com mais ouraerni
existirão l i n -
!i na ' r é, no entanto. de numeluco, do eui opeu descou da par ,
as quacs se refere o sr. Mario de sa I U I . I a i . c o n t i a a falsa c u l t u r a . • em que a Idéa se une á acristia. ou mesmo os bis
Andrade, faremos flautas ai ma 1 o 0 id< nte sempi e, A hos- um e r r o que todo mundo eomele. lente, do bom aventureiro 1 a si iencia se iguala á ins- toriadores objectivoa qui Nã( tão nas cogitações «Io
dissimas com q u e enib.. l a r e m o s sa m i s s ã o t r e s l i l u i r o Itrasil a o s
fusão 111 cgular de eleraen- vido p e l o i n d i o , e c o n t i a n m e n - a o pensamento circula Iam a di :adi r, ia A lusliuti . nas do \ . d e .
nas n ;.. quéto e ino- brasileiros, ( ontra aqueles que duaa ravas degeneradas e t a l i d a d e r e i n a i , c o n t r a 11 c u l t u -
I ira aqui "cuspir, U uma forte — o índio — não pode ra o c i d e n t a l , c o n t r a 0 g o v e r n a (l q u e lodOS I llieiros que se renuncie n uma si-
cente <ios nossos curumins. quer , é i,m d e u s , uma | | tuação
falir", na vigi 1 osa expressão do . ear o tipo 1 ai íonal. Para mim, dor, contra o escrhio, contra o 0 s o f r i m e n t o i n f i n i t o e sem no- ; de ilusões."
1 ulpa lemos dalguns não sr. Couto de Berros. Mas de bra- o brasileiro não é 1 fruto (ia S a n l o - O f i e i o . " uma Ideologia qualquer, que lhes
me q u e c o n l u e r a m S a n t o
ter» 111 digerido o Ocidenti e poi ços abertos para o europeu eno- amálgama dessa civilização apa- a ex- ODJAVN.
isso apelai era para a moral cris- jado Ü tinho e Pascal não se justifica
para 0 desen\ oh eu na Ame- B' c l a r o que "a h e r a n ç a m e n - e no nosso tempo. plor: - Recebemos a "Ks-
ii ir da sorie- o europeu dei conli 1 1
1 índio, forte, submetido ti ' do ocl ti n t e n ã o p o d i a a índia de Çankai • trella" BI orapai had i i
N ã o sei se é OIM
malho. Contra a propaganda In- I •1 rios d e s a f o r a - mesma lei de constante li . . losofia " I r m ã o s d a " R e v i s t a d e Anti-o-
leiu is de dizerem sidiosa da latinidade decrépita. o europeu, amarello como d o s d a A m e r i c a " ( R a u l B o p p . ) . das classe dominanti parte do — Saudações apetitosasl
mação que chegamos ao atual lie mo sofisma Idealista, t
outros que copiamos Rousseau, Pela exaltação do nosso povo ad- açafrão, transviado dos pi ei Mesmo p o r q u e es 1 momento A n t r o p ó f a g o . O fato e é in li\ í d u a l i s t a , 0 " c o n h e c e - t e
— Envio-vos um facieulo da re-
> foi Housseau que tentou • : que em oito mil) an.lar a g a r r a d o ás saias, holinas. hi. Não pel 1 caren- vista "Esti et Ia". Peço-voa d
copiai o 1111111 s,i\agem, sem aliás kilometros quadrados mantém In- fardas dos nossos pseu- i .mo" antes de sei i aten-
Si a vida do Brasil só teve co- imbiente literário. Pela n -
o conseguir? tacta a SUa unidade de auna e meço em 1500, para os civiliza- d o s a s c e n d e n t e s m e n t a c s , n ide I m e d i a t a d e r o m p e r m o s
los p tu oiitrareis pensamentos e
— «juc culpo lemos doutros le- prega sustos loucos nos conquis- dos, existi .do, antes, seu solo. de i r b e m cora a n o v a e s t r u t u r a com ns velhas tendências b banham no pai.cias do sr. Krisnamurti, qu«
rem queriua tater do mdio gran- Pelo índio, contra a com outro noi.ie e povoado por b r a s i l e i r a . A f a s t a r d o m e i o a m - t a d a s e p e n e t r a r m o s n,, n o s s a vi- " d e v o r a m " r e l i g i õ e s e fazem " t a -
de ufficialc e o Índio os tivesse m e u ' llidadC nai ninai. outra raça, c essa raça era o in- b i e n t e a s t e n d ê n c i a s e x t e r i o r e s d a , d a n d o - l h e um n o v o t r a ç o a r - a deixar na | e aulorida-
rcpchao com aquela profunda di- O jabuti eslava debaixo do la- omo ne,;ar-lhe u terra, só q u e p õ e m u m a m a s c a r a feia n a tístico, í u n d o e h i s t ó r i c o q u e p e r - l abundante
gnidade humana «ia nação carai- perebaseiro. Veiu a anta a lheporque domínio havia desapa- vida e s p i r i t u a l é a p u r a r I - s ã o g o s t o - a d o nOS- para transcrevei, histificanda
baV U individualidade própria. Mas a técnica do oi identi co me antropofagica,
\ "descida" diegi disse que se fosse embora, Elle recido dai! ; as perseguições con- l'ara que vivermos eternamente SO l e g i t i m o p e n s a m e n t o . meçou a distanciai-a do oriente Dizem ser Krisnamurti o novo
peitou conlrariaa de elogio mu- ideu: "Nau vou. Estou de- stai.tes que os obrigavam a refu- desconhecidos a desconhecendo gentil- Messias. Si a
vo
pelo interior das malas? Vivemos a g a r r a d o s a estreitas
mente comido com a i ompetenti ias
tuo c comadrismo. ü s brasileiros baixo da minha arvore de (rula". I l r a s i l e i r o - l n d i o . nosso meio orgânico v Essa men- l i m i t a ç õ e s d e c u l t u r a . A bn
coloni 1 .! aias iia\ iam N o s s a a r v o r e d e f r u t a : B r a s i l . talidade deformada pelo ostra- e á o a i n d a e p a r a n o s s o e s p i r i t o indil irença OU c o n v e n i ê n c i a d a -
plantado na praia a crus do San- cismo de uma cultura exl II madO — Ura v a s t o d e s e r t o .
il ele Idealismo I
\ vitoria da antropofagia é,
to Ofíicio c as quinas d'EI-Hey. [mis, u m a r e a l , d a . l e . S u p ú n h a m o s q u eVoltamos á adolescência, Nfio cional, conduzindo, através da
r e m o s s e r m a i s um paia q u e cuja s o l i d ã o e s f i x i a n t e , com a re- m a a t i n a s e d a l a i l a m a ' e dervi-
E estavam se divertindo em fa- I 18 elementos, das idéas pa- misticismo selvageria tropical, um p r e s e n t a ç ã o d a s i n f l u e m :
milia com a façanha emquantu lami nte que seria amanhã,
no maio o índio araaciava o ta- lurupari quis que fosse hoje. portada.
ias — d e u m a c u l t u r a iiu-
utópico, irrisório e ate teriores, di foi ma, cada 11
ridículo, pôde significar muitas Ia Mas a t i n g i m o s o ul-
| • n f e l i c i d a d e , a li!.eni Á pedidos
cape e sorria. Finalmente, o an- A g o r a é l o c a r p a r a f r e n t e , c h i c o - K dahi esse trabalho de degiu- c—o i ssaesg usr ea mde ol hcaunmt eesn t1a ç ã o de UlCfl timo m o m e n t o d a íl ' ' a q u e l e fami
Iropofago chegou Foi um rebo- teando toda usurpação. :• iloa 1.iisos que vi- 1 . c i d a d e c r e n d o r a . Porque o traço principal d a psi-
liço. A egrejinha da Iatin idade vem no nosso aparelho inlelelual. do n o s s o p o v o , n ã o t e m . • mavara 11 com o centro civico
num sopro v .111 abaixo. V- o que IAM ANDARJ? Antropofagia tem como culto o r a c t l r i s t i c a , u m a i n d i v i - os hindus pensavam no nin i
Antropofagia, é a verdi dualidade exclusivamente litera- i Iam nas buris do | palmares
rejuvenescimeqto Instinth revelação d a terra, pelo homem Hiilo e I m p o lamcn
inexpressiva) 1

?
os clássicos terra, 04 Io homem novo. Nada gostoso, levando á vida brasilei nunicado, "II Piccok»'
DEUS. bhGÜNDO ÜM de c o m u n h ã o cora o i n t r u s o . N ã o . ra — o bom principio d
da, tão-somente
ihtrusos.
pela psyche dos
landi outras coisas
da antropofagia MI o s p r o p i loa e l e m e n t o s Porque, m ssa nova filosofia. uma beleza, ti i XIX.
CATÓLICO Foi Oliveira Martins n o M U
d a t e r r a ela a c h o u s e n e l e m e n t o . " q u e n ã o foi i n v e n t a d a , .Nem im-
I I ( l l l l • I
» 1 o q atro par de ra "Non vogli oalircii
"Dens é como o caçador
século o mais Inteligente escri-
de hin- q u i n d i . pi r it " p s i u d o m u M " . che,
que levanta a pisla a esprei- i enda media annual in ogni modo potrebbe
tor p o r t u g u ê s , O m a i o r h i s t o r i a
ta a prosa á beira d a estra-
d o r de P o r t u g a l . Aquele q u e me-
A irará disse para o corupira que não comesse gente que era quinze brasiUanl ite A
da. Ele sabe por onde pas- falai a sihih quali, i i esp
Bam noBKos t r i s t e s c o r p o s . l h o r c o m p r e i n d e u . Viu o B r a s i l
Ble d i s s e ;
feio. Comesse mel. Mel era muito mais gostoso que gente. ralgare alia lo-
Observa U manadas d o r e - lera de r o JUÍti, saprebhei i i
b a n h o h u m a n o que seus ins- "A antropofagia aparece O curupira respondeu: revolucionai Io t B tome. brasilianl e non ctiopi."
tinto» guiam «B meemos h o -
ras, pelos mesmos atalhoa,
um m o m e n t o da evolução men-
tal d o h o m e m , e x p r i m i n d o a p r i -
—Não estou acostumado. Porque B 1 fellã. I ' o r q u e esse i n s u l t o i\ raça n e -
• nobre e t i o
para o s mesmos p r a z e r e s . m e i r a d e f i n i ç ã o d o s sentii Ida fll ' I aitra qualquer ?
Deus é paciente e sabe aon- • 11 OS. D e m o n s t r a jã um ele-
santo oficio
de a t i r a r o laço p a r a estran-
gular a besta."
cidade morai.
e provém exclusivamente de ura SORTEIO MILITAR antropofagico COMUNICADO sente.
A sistemas de ai
nh. ra d o s a n g u e
têm nas veli
africano q u e

movimento da inteligência, A re- Na ultima reunião dos 7 cava- letivas veiu reduzir-se o ím até Se o r g u l h a m dl le. 0
FRANÇOIS MAL" RI AC 0 natural deu-se qm.ndo OFFICIAL DA ACADE- negro contribuiu honra lamenta
de herbívoro o homem se tornou leiros da Antropofagia foram to- brandura MIA PAULISTA i grandeza •
carnívoro; a o 1 anibalismo, atin- impor- Ca. A m ã e p r e t a esl
SEÇÃO DE PEQUENOS - gido a "sobre
b i d o OJUe p o r t e m o r s e h ã o dl
DE LETRAS ise in-
1 ia para n o r g a n i s m o ' a carne
Procedeu-se, como de praxe, '< v m a i s do q u e p o r i i m o r "
resposta aos anjinhos lUtil, injusto e i n o p o r t u n o *
ANÚNCIOS das rezes a a dos bi mena 6 uma
1 a mesma carne. entre os presentes, a eleição pa- Padre José d e Anchieta,
Os acadêmicos da exlimla
n com Ni o desejo alimentar polemi-
lavra ao " O u t r o Q -
rurldoa de bancar o l ca com os rapa/es I
" D e v o r a r o seu s e m e l h a n l e , c ra dln •
d o da historia MKMELIK.
Brevemente um iiiiu que provém da mez de 1 d o s j e s u í t a s n o b r a s i l . A. naquele capitulo do Lázaro, só O morto que nao m u r r e a .
Ileilliqiies I I tados do bain o d( !
MALDITO CLERO de Imanencia da 1
homem nos
A bola p r e t a 1 re O ca-
. e da v a l e i r o n u m e r o 7, J a y r a e A d o u r sinceridade
ielra que viça a p a ciência d o Toninho
g r a n d e elegi ia de sen- memhros.
(Tango) transferencia dessi tnara, que jurou bandeira, nossos d e enviaram para um terreno in{
I tachado nâ.. gostou
absorpção delles. comprar 1» i go a o
Iltivel q u e pela | | • ntinua firme guinto lis ele.
,reul.ii
por Mario Pinto Serva i a r a m o s com a de gO d e s e e i i t.i: Io | ' i r p e t u o
alguma nova funda-
ção; porém, se c o m p r a r e m ai ce apreciação demoi do cai V. c i t o u i m p r o p i i c d a d e s do a u -
CertO c o n f u s a a i n d a , d e I Ia. g n n s faça-se isso e m n u m e d e dueta I RM l i r o u ,-r.io
uma p o t ê n c i a , o u d e u m a alui 1 "Reuo ira tra- 10 no exame de Sei ->cia l*cnl-
devastação • o é por Antes d e encerrados os traba- I du c o m p a n h i a , q i e
Uiros c d e segredo,
tar de importantes BSSUmptoS

II s r . M a r i o de Al
l h o s o r g a n i z o u - s e uma c o l i d a Bffl que dizem respeito ã Ac. lante d • nfio diz na.ia i ihre a
para que melhor resplami Paulista de Letras, os acadêmi-
v e u . o u t r o d i a , <|ue q u a n d o vê em matéria a espirito, que o ho- favor d mausoléu que "('...: i 'o estabeleci-
e l e f a n t e fica com " i r o n i a t á c t i l " mem 1 nte, 1 1 cos (ainda vivos a n ; Não diz se a o : entaçao
«• com vontade de diser 'quara- r a n d o de si no Ri- para seguida para e ostado a « rae-
é verdade que nas doutrui cardo, obra piedosa pn "N5o se ampenhi m os nossos ente o sr. A Padre urbano "\ 111 Ihui • do crlminose, esià de ac-
quaqua". e m fim nas ci-
Barbaridade! Nem elef 1 piritualistaa dos Ciedade p r o t e t o r a di lusidico e poel • ii o p r o g r e s s o iclti-,1 d «
requintada transformaçi mães. d a d e s opinei ' Augusto
c o m p a n h i a n e s t a pai >> < i m i t a r a Deodor • lata,
. que já no A sua
UM QUE SK DEFENDE dualismo realista das religiões MU c e r t e / a o s t r o b a >
o derradeiro momento Jesus I r Nosso que
Os trabalhos da primeira re- o belga Venraeck, p o r
1 oncepeão sobre qi átos oficiaes morava outros porque sinia ' basal
enferrujado íviliza- logares grandes, a nos pequenos a discussão parou durante o es-
0 s r . p r e s i d e n t e do F.stado o r - STÍ e s l a v a c o m o d e p a s s a i
dre procurou ii c o n f o r t a w e l m e n t e , o d e -
putado \ / e v e d o L i m a . dl trrrnV tudo da OOm i não linqüente durante o pffiod I n e
"Como negar, pois, que o ca- d e n o u a o " C o r r e i o Pau li conveniência da rest expedi I iro de sua pena. Sabe i-cinto n^ss, «*-
pois d ite ã renuncii Mais a r t i g o s
mie IIK fez o Bloco Operário e nibalii (ativamente um "Cuidem muito em
bre o movi- /is viuvas, principalmente ri n da e esquecida da memoi
iS ha tanto tempo 1 debita s u n n i t o , um g a b i n e t e d e p s > c h o -
Camponês, voton o passo enorme andado na evolu- ' n s Ofticii". r uliL
QTal d o h o m e m , — mento verdamarelo. E o u t r a s coisas mais."
Clinica eleitoral ú l i t c r a l i , : .
hi nnscem a s religiões'/ Ainda Dessa resolução I m devida- mssas necessidades; porque com i ida".
los R( I M i sai '• o pi of. .li i i c n e s
Irando as suas habilidades num hoje a antropofagia é um rito mente notificados o Sen 1 — A
das <• so- : BCN o papá <• i i " i d o i
vespertino daqui.
Outro dia, 1 1 lamen- e n t r e S e l v a g e n s (sic) n o s s o s c o n - Salgado, mas, ainda que seja por violen- • do obediência que tetras jurij , as •
Plínio R i c a r d o e Cassiano Del devião ás Constituiçoens apos- loa n o DOM
tar descobriu que n antropofa- t e m p o r â n e o s : d e v o r a r o i n i m i g o Piccbia. i m, lambem Inventados. — Esses viajantes sio de uma
gia como o supra realismo é uma l é p a r a e l l e s c o m m u n g a r ; tólicas, contii , a fa-
ria...
mistificação de sujeitos sern ta- parte do corpo tem vírtudi 1 ta M o n i t a , "
Do A ç o u g u c .
ARlSTIDIiS SU.VA
lento e que se encontraria muitu s u a s : o c o r a ç ã o t r i n c a d o d á - l h e s cores,
poema antropofagico ou supra a força, o urague bebido conser- expediente en Io .ias companbl perfídia in de-
lii as Manusi i ItO l a t i n o en fora d o t e m p l o reprehea-
' ••" tas no nosplcli 1 a vida, e o s olhos
da Do sr. Yan de \
A afirmação é banal, mas ser- lidos augmenta-lhes a pei contrado ei recebemos a seguinte carta anô- perniciosa • 'lenlro
re para tomar a dis'aneu que cia." (Antropologia, 118, 2." adi- revista de antropofa- nima: - s.ia.s
yqe entre as rabricaa de São ção) . bliolecarie d "Com idamol-o a continuar cha- tas lamentáveis tran bal ÇOraS r e l i g i o s a s e c uno
Chrtstovão ao palácio Tiradentes. gia olução". mando o sr. Alcantai a di I n te l \ i D não sn
onde hn um lognrzinho para os sacrifício
a XVII Io e e „ p e i n In leti i- -le-
mistificadorea de talento" do PORQUE COMO "o visitador tinha ordens 11
incipia
a con- "Sola iludo Pastoralis OfficiL" e c n u i h i o , c o m o SC p r a -
operaria (Órgão da antropo- q u e Iodos os a n o s a n d a s s e m d o i s conter o antropofa > lendo
I 1 a, sêo doutor, não é cora re- fagia brasileira padres assu da
ceitas grátis e berros cheios de Estamos bem no mundo qui car em di sobriga como si iu ?
i Amei ira e Afric i, paia
Imunidade* que se fazem as re- dirá no eco ao pé de Deusl
aa quaea tampouco nãu
de letras) na Bahia, li e ao rORQl ,I:M IDA" .... Re s dl-
m e s m o t e m p o jesuitie.i era idoa,
esperam em Deus. (Cantiga do çairé) ivam esmolas :,, s , m u s logaraa faa*
director do mez: i lia nu
ANTROPOl \ ici Pro\ ni' •
nhifl de Jesus ncsl e as
i -i M iiuai \ Inbara com os cofri - " N o s t r a n s p o r t e s d o a m o r hu-
comunicado oficial da "Antropofagia" ADOUR pesadi abarrotada mano, quem n ã o sabe q u e os
i ns di lies lojas d e ,:>pr-
amantes se • ornem, se de mettidas, pai . Uutros li itj.. .im
dos produtos d a gl reduzii liem os nego<*iantes pociesiastioaa,
Num pail CUltO si pia tomado p o r troça O comentário pudi- 7." numero crendice dos devotos". quizei ara incoi das sua de quem os Sagradas Caarti ^ a
hiindo de certos fornaea do Rio 1 propósito do alarma freudiano os m o d o s e, COmO dÍZÍ8 0 pOOtO,
dO Viga 1 II c o n t r a 11 s i m p l e s e x i h i ç á o e m m.iillol d a s ( 2 / dentição). An. ales Lillernrii I
escrita em latira por vários tirar, até o im os dentes ,' i
que couber nas nossas debeis .mi cs
.nu dei
m.muao f ticlr

mi si" 1 t p a d r e p o n h a p.11.1 fora, n u m p ú l p i t o . .ihrcs i faseia-se ricos c lie ha-


anonii i ei o imbuco. — n i n a d o , p a r a pOSSUÍI-0, p a r a a h - esquecidos d
\o recalque psíquico da sua mentar-se, pai a unir-se a ele, pa- disposiçoens dh mas i constitui-
correspondência •

.1 m a l í c i a d e u m a ubllca <• i m p u - dele?" çoens apostol |U pek) comiiHT. i i


ne d e I i;i l.i' Mas o s d i r e t o r e s des-.es Jormu-s licaeao na truis-
limento imediato do estado histérico para: A pronunciada tendência dos "Si o homera não tivesse sido o d e l h U , que sem l e m o r de
•in,IIII o, etc e t c . "

is redatores que, a propósito da uiocente a civilizada "prova do


•uiillol" 1.1 que Ioda 1 as n prestai ara sadiamente.
Geraldo Ferraz indígenas para a anhop sei, pi nãO te- • u n i n d o , em IIÍJS
Ia pobreza da fauna. ria p e n s a d o em f u n d a r u m a o r -
11 lente), procuram restaurai ura Brasil trevoso, colonial (açougueiro) PLEKHAMOi', d e m ii | iai ido pai i s, m e t e r d e n - fieis: llmiv içnm ' ei u n o
•I imio gotejando ,• irentemente 1 t r o dei i " . imitando os Numuli
e seja na policia. caixa postal, 1269 ( i'i Ineipioa fundamentaea
do m a r x i s m o " ) j
DA KW IN d a n t e s qUfl ChriStO S e nhor Nosso
I \l'N-Mlltl.M.
I I ) I M . ' M ) I )l . S P A I 11 O ta-f< h a B ' -

M 0 Q U E M lampeão-antropofago
V. CAFEZINHO
revista de antropofagia " n â o pense que lâ aviso o dia da nós aa eweeettrar
q u a n d o você n i o c a p a r a r e u c h a g o "
• lalso ÓRGÃO DA ANTROPOFAGIA BRASILEIRA DE LETRAS
aaadernismo, rotfto Unhamos e "inda lé encontrando rezando n i o poaaa doe paru ar
a l e 0< ii mana Director do mez: Jayme Adour da Câmara
•alenta na < de AI ti
» a s .1 co. Porque a •

" N â o lê t r a t o m i l h o r por causa de n i o t a r portela ata)


aalrop >fa i é, como aqu
: n de Boquetc Pinto, • de uma
a Revista de Antropofagia considera o sr. Cristiano das Ne- conta"

•a. i ninanho, porém, foi i


ves um dos maiores criminosos de São Paulo. Um só facto basta
no até
B 0 sr. para condenál-o sumariamente: Ter feito a Estação Sorocabana
q u e pi i CAPITÃO, VIRGOLINO FERREIRA DA SILVA, vul-
u
. que os bichos,
jnv. estende
Aitlur
pequei
em estilo Luiz 16! Essa jóia monumental que ficará para go l a m p e á o , 1 t e r r o r do sertão. C a r t a pro sarsjenta
nosso cnnilnl no do gozo da nossa cidade, graças á cultura e á coragem dos que D ú d ú da policia b a i a n a .
c para a
crista i • I se curvam cemo escravos ante a Europa passada e decrépita é a
vt-in agoi D i falai -
idcalisn • com o n imance peroba d< prova do quanto a sua inconciencia é capaz. as coníusões do sr. Moita a Ordem Social
i que í ' i " ms • u.i \ ida ma '
In D dfiil I Jl - de MM btcr.i- i nulo, si ainda agora o sr. Cristiano das Neves, gaguejando citações e igua- i indido Moita Filho • \ '•(.lidem', re\ista íuixla-ij
eontu do vigni i da sua litera- lando Miguel Ângelo a Bernini, vem acrecentar preciosos deta- pneiredo, c* >•-
i, nt i existe a ir. Pi itrodu- linda a , ,|,, OMJr [c .j^,
drin , s. ali lhes á sua figura provinciana. j i agora con» gran-
lavo Ba • il.-ilbai.u. com a darei o
I '-I.i I | COm Jii.ul.imc deles a dornis- sobre a arquitetura vitoriosa de nossos dias, diz ele o seguin- 1. 0 l i v r o m a i s •
do trisie Tristõo de Attayos
( inthéme, Abi i B dêjcs, ji saiu
i, Io feita i o escul Lco oslava. te: "não ha arquiteto capaz de crear um estilo aceitável sempre Mania. C o m o - • . . ,

d iplici que abandonar inteiramente as formas tradicionaes."


dide, i com i rido n ' fuj U ultllHU
eado i pi quatro i (iu eravoni o mas então, ó cabeça de vento, quem foi que fez o primeiro
ou rini stá o sr. feriu o : izada o qu< ta tevfoo, a
Mário de Ki ir. Mário de vndrade, poi [."estilo aceitável" antes de se ter implantado qualquer tradição o, coraaUbeiru
Cardini; de infausta men comadi i lambem, e • livro tudo t alva, •.mo, ou naia
consiri* i, con- nssu 'tos orai ílciroa arquitetônica no mundo? Mottinlia, para fabricar lio hor-
íói • ii declai i uni . r n i r r u n l e do
trata- responde, professor! rível n
m, i m •uor d'
«o. ,1o "Correio Poulistai dos nem muito menos i da ttUtrUw
rios manual i I
o epi agentes pri Fundiu tudo — tudo por falta da • . tatu , a j ir.
Une <ios falsos modernistas, a inteligência que lhe é mui pai li • do Beaatt.
geração nóv deve refleti-lo, idi as nem D I coração de angai o i . " processo o púlpito deve ser nas cular. Sé o sr. De PoUilo O dr. A l c e u já n ã o é dáepuni-
Quando o nosso tacape desceu a índio qae • >
cantando nu crAneo desses i iva M-. Oswaldo luixiiri desenhou ( t e n t a t i v a de r o m a n c e de Não é p e r f í d i a , não praias de banho ria igualá-lo ou excedê-lo. .
HM I >s. houve quem censurasse para o centeu irio de Alencar e antropofagia) U sr. Joio Pi I Dendês de Mmei- itro D. Vital", bons raaa-
i de
a npssa crueldade. Ora, nus fô- irece ler pulado antes da Ingai, II mais bela da Iribo, da Prado, que também «tende
Antropofagia) de Spengler... préaaa da l i v r a i \*
penas, amabilissiiuos, dian- munheca habilidosa do "terri- tomou • pelo padre iieiu nome de Van de Prado Al- ra d t - g r á o p a r a as
te i"o quadro revoltante que. RO bile" Mancini do que da nossa Anchieta, mas Anchieta sé gosta- meida. \.u ; iti ntar um original Mottinha q II
Eu DJ so ier definid i antro- a n t e - s a l a s d o m i n i s t é r i o d a J u s -
chi i. 11 ^ • n - olhos. i índio do sr ra de Deus. 0 ameríndio comia .< processo contra o diretor respon- s" Brasil, i
Mc ri nos ini|fubcrea sável da "H' \ lata de Anti opofa- pofaglca", qae lie ;• bi : tiça,
i • v ii :i r .i íotografl i fiel du carne para sentir o espirito e m e n gfisto e r e c r e i o d<> -11; saquazi i, em omfuni ü
Io num mo brasileiro. a cortar o dedinho gia". 11 i s l ã u trex
sisi ma de li òcrf de influem ias Como êle de Índio sé tem • O sr. Yau, q u e |a • mulher mais bonita ura mói imenti 11 r^mo
do»pé do padre. loaroa profanos pela coroa da
com 'i sr. Mai io de Andrade. < • do sr. Teizi Çomeu-o, poi Êro, o d< do do i - KUIII fazei um nomezinho como du Brasil MUI i.i i acolhe sou eu
sr. ' i mio de Alcântara Macha- i iodei nismo brasileiro sé tem o " a r t i ^ l a " . |. liilu OU-1 I Ele falou em confuaioni • (Juer Uaatrar-aa na Cru-
ro tinha am calo. direito,
do reformando i prosa brasilei- i .tulo Ia deve se pre \ iiisturi.i nio conta isso, mas Intermédio da lei de imj Pobre ' i adi to, que nem - zada de Crisl IÍI i.
ra, i pobre mu ra i airia romper B obscurida- mui dele abro mio •> fa soube
venir 11 , histói i i qae conta a bls- o numero especial am iHiBra .,
J i i mo de i i nieiredi influin- i bis- de ojue eni obra o seu anonimato a irado tem le-
do, através de outros pobres dia téi I.I. de antiipi u iu esforçado. Pai, portanto, radiferei ii p a r a t o d o s : d e s d e o a r .
bos, no pensai lento nacional. VII- reto boi ' ai ficou 1-: ai i ind indo i itai a i i . A m i m , n ã o faz frio do "Inl
IM pi i um Honras do o nosso dii i li indo i ( s i c ) u m a VOZ ixailor o V . i -
Vbraio. duro qae DI m o calo do pé de dor 0 veredilu d o Rio de
Bttior i <" Ia de Espanha. BUac i oi que atruz dos que bi] Anchieta. : ou o de Gahreston. A res- crever nomes m f e l i z í,i .
Io. (I 0* idente tripudiando falam i rn ordem, em Idca- A "i da tribo ficou i. ... redl o ne
i • Itéi Ia, peito de mulheres bonitas, \y."i de Di • i aranha; Afranie, da "Fnn.,
sfibi e nós i I Criai i mi c t l • Idade que os Sainte-G
que con Ima do meus olhos. • Io astral confundiu a i omenaal de
i na trincheira d . família, esl i 0 indio D8< . per-
cul. ,i. r ,i i omnleta i a li- i iaeo do um i naani ura, a mais Entretanto dhon cora o pobre Prudb ' s.lurjidt, o
I th). imaginosa desti mondo. 0 sr dre que taxou o concui ! Blio de um : gordo bi deiraa de üe-
BI>. d. E, sobretudo, uni teratura pela literatura p qu mdo vai
civilizado pelo Brasil. Síbb o dis- d e d i Van n ã o foi OUvMo COH suas práticas de imora su quefoi. m e raole
dÓL Ai" hi( I.i t r a - tiquario e rendedor Inti I
farce d: uma BMX •

zia s a n t i d a d e a t é n< •ndo muito. Por Mutlanda, a "vu ul


epera Italiana, o paasadisii olvente dos de velliai ias de iodo o sabor ar- A moral i eligiosa lei i
l e r u i m , :i tístico. Nas suas costumeiras via- a " g r i p p e insofis-
•aros, ônus retrogrado, mau re- oportunistas Este p M MU gente logo sabe qoi CALISTO ELOl.
adonári envenenai gens os estri njas, o proprietário u obsedante da ca ttidade. itro riatto (pag.
Ml \ lugar d
nte. "A descida" eera a tempo. venturoso vem sempre com as arai Piata (Jaaaa
S mi -II LIIIUS.
aa pseoda
undos,
i [uando ( i quizi • i. — . dedbdto de pé de malas abarrotadas de quadros,
objéctos preciosos, livros únicos turba •• vilipi adia i UMA HISTORIA uiiriiv tacebaOi o dr. Xavier
escute as bobagens que ferem NEL801 i OOT. — tudo c simples da bi li ia c Oliveira, «pie cita Ana-
» a m , p a r a b e m d e t o d o s o fel! i- tgradeca para o alem am
aede geral da nac io, dizendo. M i i í> m ( f i l h o de i n g l e z ) mas. Evident(
do alto do palpito não pode R- nenrsfl «i>nfj. VQ >:
lod <i uer influem anota, D E SANTA RITA di ntista do grande !*•
a mocidadi vel: O s r . Yau é um liomini iule- e mn ex-presidente de iiepuiii» i.
• 0. I I ' sala m "maillut" i
tuu ja com o "eaminbão da in- Dnjuro a pensar que capei i»
diferença" do professoi Gomes i (alé
procuração
ir l)uin naturalidade, » mesma pui i Cadê o andaime? poi nu: o aVm.i-
Cardim. li com Srailes e Marden, Pi di n l r e i i a s e o minisli
citados a séria aos ti-' nem e tive •
taxas munici- i lado,
Deh gamea se »r. Rubi ; I \ 1- itrierda Berrai
riais da ca temia Paulista de Le- |ies. . muna praia de banho. idor l a m b e m i i
tras Promissória*. Rmi 1 \ \ l kXDARE'. \U\A . I todi pari Quando a n Van api lid O padre subiu para SO do sr. \ n I r a d c Uuríi J • !'• "Sumzna Theoloj
repraseatac « Revista de Aatre- A ii. ntara de i raat • Netto, lie o pecad
issim 0 I de dei
tificá-lo. M a s , . Borges ife
i 'agia dei ire ii > academia Pau- lustamente i it( i i:a b i s - tu ajadJuu a
li<t. Ar I.i traa. bomenageai som dema téria • sufi» al-a com argumentos que
18o sm ;. m t e v e O t a - Eu, n ã u . V ' i du hol Jackson bebia na mearai
ii nto de inaugurar uma no • " De onde se vê qu.- n
te do f o l h ( t i r a bi íleira araaradâo — I ou ura mnni-
tatuagem a Júnior é uma viva Iredi-
i;;" i n a I
I ndfl também o novel Al-
i «e «li-
ia o pi n-
. deixa trona-
ofaada conei
i atre os ' Kixiâus.
rantara do bio- irei para 0 mini! "\ pi imitiva arii oevaeia in-
, do grafo de Anchieta ,. n.iri tu., mais tarde
Dal . es do sr. Yau Ipto.
Espirito Santa rontan ensa maldade, • j.» p r o v o a que
Pi ado HERMES LIMA. r na sua eaasj
• ti rn nismo dos po
ildade -mu de - ifloaaefai -tis clc-
u m a qu do trabalho sem •'
PSL1PE CAM \K.\0. de Din
do taml • • • , . i

ndrade I
de. i reio que nem í SOBRE A ANTROPOFAGIA tanto i d
ibera soam m o d e r m . ir
muda de i d e a s i uin u m a
i l i d a d e . .Sei i o neo-indianismo de hoje abandonou todo ro- r. (I ir dus seus 1
.1 ll:\ mes- nlreiras, pa«.
ante- mantismo indiano para chegar ao puro realismo in- mo I atl hojl numa mn a
uni pio deram sobre o i orreaae doa
pi rlor, dianista, com a preocupação máxima de desidilisar, principi
tranqüilo, poi lodo a n undo do q
de despopeisar os nossos Índios e olhal-os como são
i... êle Sen alld ii •i humil r.sao. e, tiui-
ndo ou ou deviam ter sido antes da catequese e da con- i ordem pa
MUM.Í. JOSÉ" MARIA. i com as aa
fingindi de quasi lo- quista. conquistas da l i b e r d a d e cristã a
11te d e g r a n d e I
te, ora •Ia \ i -
atianasta iio dever
iutro. No D» Tristõo de Athayde iki material que •
•i'J 1)1. l'A(,l diante da lei, a conciência de n,u«
dernisl é possível faier paciftcaaMsi
I i inteletoal, doa os ateasadaii i
nic tal- ramalhete de flores espirituaes a Familia li humana.1'
intimação ao sr. Azevedo nnho papel lellllin E'
di nte de eoel
l e n d a s , CO* Iniciou I para riu. E a realidade n
Amaral todo o mnnd i Revista do Poder ovimento univi detcnnu
ligidas por Barbosa Rodi de rira- MARX ODJUAYL
Bso i l • AK-ncar, o d "Centro Dora Vital", • U ser o
s r . A z e v e d o A m a r a l a f i n n u i i 0 se-
orglo ' hipcrbol
ira qui m qu lar. está mais próximo do homem natural quem
g n i n t e : " a fibra eficaz e d u r a - Azevedo i tra-
inha modernista, Trisl Republ I l ROY.
balho de aatodar o Indio — e a>
d o u r a d a c i v i l i z a ç ã o (pie s u b s i s t e
JOSaV PIRAGIBB. come caviar com gosto do que quem se abstent de
c que mais tarde váe florescer uita... — não ar- (membro do Instil
i Ia .u ia, de < írto, a a 132). Colej álcool por principio.
MOS esplendei i •!•> Brasil atual Jornalística
é a i ateajai » paciente d
nesse jogo perigoso ai, o interprete da ei Itka * Bernard Shaw
de bobégeni mdl- iii' nli i aa. i 'icou i i <
| ro, na Bélgica, an- NÜO e menus M l d a i l e que a
t o l a p e l o gl talento. 0 mal doa o, todo muna • industria, n
Hahoi de Lo li . infamei I a juventude miilln ii s. .!•
Ora, logo adiantei o i. Ase* dia MI '.' o sr. Amaral
assunto e nfl i li re dé mental, i •• '• t ao lati
ndi ncia doa "aterii 11", oi gai li i s, f o r a DO próximo numero da revista expediente
* .iu Amaral afirma também — dele.como I" lamentável! Intira
para 0 penetra Cin do lar, am papel di cislvo .
l da Sttl IIÍ sal d
da
éle alarma terap1 — que o In- pois, a volumi so lornallsta a mu do üi a-.il pi 11 revelação Integral Imcnte
*M) fl I
dar de assunto. A nfia i dos Interes- inomt- B menu revista de antropofa»
118). o papa verde
fexad< i
Lkru a catequese." Perguntamos,
0 sujei a du índio. quanto d..; medii eii . Me-
teu todos oa ínovadi
o padrasto «b gia
xos. B' evidente que e i
e n t ã o : o n d e ficOU •> gênil P1RIPIPI, mu piai [ J , di Plgt
surdo considerar absoluta minas) (2/ dentição).
•aior dos filhos de Loyobi í lias n a l u i ' n t r . C u n e o r d u i i COTO P l l a l o tenazmente 1:1.ei I.I
a s r . AaavadO A m a r a l coméle Sal".i '
ma gl
ar a [erma roma-
8." numero
» i n d a , n o seu l o n g o opinião de u m primeiro iulgaraenla do
nald de I lai i ilho, 11 JOSK' OITICICA. no antiga, ou grei i
aoaitos
doáveis. Por •
iin.nle imper-
d e p u t a d o , da lo- (pag. B96). oriental te II Santa Oficio Intropol (Órgão da antropo-
r e f e r e á í "i Kti a o r d i n á i I "s.ni dtn Ida, • dei i pernb iiental Drasili Ira, que sé (Da "'' Centra gando ás outras, constitui fagia brasileira
caldadi foram - > "l l
histeria Ânii u di dea BREVE
autor de letras)
(Aicncai i Goncalvea Di dana a ra tun envolvimento.
tempo O 1í> de mn
n b a r . d e l u t a r p.n a I II m. in MARX desconhei Ido deahnnbrarl o
l o a a i I! nvldo
ntra o Br >sii pala. i director do mez:
r e s <la religioso, como pr< i nno. Passado n |
•oati ri
rido i
novo, o Bra U
erro grave aldo Ferrai
ADOUR
a i i i " \ li i,u de ittii di cot io ou a nenl
r a s de u m a l
o mali
ini i
i ou-, i odos os don ingos
V i: correspondência
indi>
d( i
tomava eu ra ;
u di nental de Pa "Pd • alai provérbios brasileiros: para:
conli • , ,\ illm da-pi Vciu ' ora Vppolinain
inie no p m i , nu "11 h
Geraldo Ferraz
aa l i t c r a t u i u i . liba. Do
ria, sal.ia I.I q u e "i li MI.i." i ifini, m f i li
' i mciilalida-

*"» 11 d (Da i () avi (açougueiro)


inevitável: o sr. - IRI i | Dl i|in
selvagi Atti iydi ,V iii;
inlcli- engole.
caixa postal, 1269
L | HAPIÍ •A M ! ri 0 1 1 ,-i i I

SUGESTÕES SÉRIAS A ACADEMIA


\ ,\.
tanto, de ura patrimônio, i ia por ahi nenhum livreiro revista de antropofagia REMELEXO
Usponh ei, foi lembi «do que B
ii milhai. Ela non i L SO* PRA NO*S)
onstituida pel • 11» Di i Pia liia,
Ulliur Molti ORGÀO DA ANTROPOFAGIA BRASILEIRA DE LETRAS pae capenga,
linda é necro rülcoa i omunii ariam .1 1
livda sonhos e a o mlssfto, d< poia de levantai Director do mez: Jayme Adour da Câmara mata o bicho
• 1 minado nui racha a caixa
1 MI doa ira. • unir Io
Pi ado, A espero da r< sull "O caso-Freud Indica tiro ao alvo puxa o ponto
atropelamentos por automóveis que dahi sem seriara le as raças bem vivamente como o e a cabrocha
•. iços às leti as paul O «r. Caaalano BieardO) cuja se me 1elxe
te o miII mia podia bem comprar uni revolvei di "Secundo Marx, o mel mundo moderno é sir.ee
iberta p<>r n ó s , veiu patilia a saia
»o calib ramente materialista."
ia nada pi 1 1 confirmar a a i homem
intermedia das relações il se remexe
R0D0VALH0. TristSo de Athayde fóssil de Lag< teolheu
sae de banda

(Do "O Jornal", de 12-5-929) p a r a seu p a t r o n a na Academia
CONFISSÃO das quaes a pi Imi ita Bartholomen da rebojando
dá de anca.
o indio trouxe, pois, uma contribuição pro- "PORQUE ME UFANO DO " rapsodo das quermesses par-
nasianaa atirou ao papagaio, mas
poderosa para a formação do Brasil de ho- o funda MEU PA1Z" acabou acertando na eanoinha dá de coxa
do reven ndo, P se na-
je. Ele dorme, ás vezes, na floresta ema- lem de comu
Rotti 1, nada
ni .1 1 w tivo, es resistente antigos Ínti- modo encolhe
ranhada do nosso sub-conciente, amoitado si". M is, uma n certo mos di reaol- modo agacha
reran batiaal-o de "poeta Passa-
entre os cipós dos nossos nervos, mas exis- .1 i,
d( civlll cacto é atingi-
e 1e r ca 1 Iracnte
o traíico abençoado pela igreja rola". modo espicha
te ainda. sua Influencia sobre as qualida- <ra que a nin- escorrega feito peixe no jequl.
de ra- feitos na explora
humberto de CAMPOS tai de
8EBUNARI8TA VOADOS EDMUNDO LYS.
('.. I•'•

pai a ••• Brasil e para as índias


santo oíicio antropoíagico
nós e elea (agora sim de a n t r o p o f a g i a
Ocidcnlaes, A mina de trabalho
. lia tanto ou mai
de o u r o e p r a i a do Novo
antropofagia e cultura BBEVEMENTI

Mundo. De 1575 a 1501, só d


Pol o i ardi ai infante D Hen- I nham saliido i
coenla mil ni
sobre as psicologias finalistas — depois do Alegria(3.« Procreadora
[imenta á in- a falsa cultura, a falsa arte, a falsa moral, do \ \ i 1 século, a expor- "behavicur" e da "gestalt" — a cabina pto-
Ml

em a falsa religião, tudo desaparecerá comido lcmaica — o horizonte telepático e o hori- entrevista importante
ligo, analfabeto co- por nós com a maior ferocidade gill pi '
zonte de pedrada — introversão e exogamia sobre o caso do
, aroentam se.
le outros?] ti Se enganam os que pensam que real, I» I gcm-Se. As levas d e 1. — Nâo lia du\ ida que o eom- tenebroso
I . untra sómi nte os abusos is; ainda em nos-
o dito regimento da santa ins i cidental. * Ifand lomina tudo. Nem nunca
ca. introversão Exogamia, eis E m frente da I g r e j a d e .Santo
di.una Antônio que ia; casamento o
tituição detenninova que "os in- dela. 1.1. ni'! • mármore de j o r n a l i s t a me falou ohre o caso
So tivessem ordena- A antropol um de- tida que sen- onde o bispo, i que o pesquia
timos e u .<• cumpre conservar, lu de negros que em- volun- olvido nas

isil.. o "Esprit". sargentos.


rno em que Pósl > Mas passava muita Rentr na
• bravo tupj das fi- 'i o In-
íicou na fio- Bonife-
majesti
quisidores e as leis da ínquisi- timenti u mis palmares arrazada pelos lio mental
\lltio; te | l ; r -
Vndrada e Silva», e o joi^.
uaiista me fala
elo) icrlencem aos ministros
das vinganças divinas, assim co
da catequesi
i nte nu. como com Lnha
i
* Per! ca i'i '
D melapsiqui-
i_ gex ' - * . Mas c o m (l
rapo«
ou um rabo de ai réiaj
mo a* entranhas da vitlmi * a s s i m as nai I s tudo. doutra capoeira. Imagine a«nra
lenciam ao sacrifici • corai insti ulndo, dôa a qu< m
7. — Introversão Doas opera-
Isso ba interrompida pel • i
/ i e ah- |iro delegada de plantão
re de Mello. Repi i a durante quatro si i asil, o lidu D ilelcgado m o
i influência perniciosa da o importada I a t r a i da an-

ei r o Tabu (üi int graça no


conquista espiritual. Conti a . 15). luiha ela que assistir
Ia naqueles Icmpüihoa ;i su- ... s o l d a d o de C r i s t o - circui- 2. - Da i
blime io da santa ma- Cunhambebe i que co- istigio, do poi
dre igi i o Sardinha. * I muda das imental do i jeta aura homonte tel« •
pro- O n 0 rapo.-ira II." I t
te a c o s t u m a -
Dian li i onselhou m baa <.\.i Afi tca . n i , n u m a cal :
quilibrin danado no meio
infausto período daquelas aten- lias ia as plantações; um d u m a porçflO d e espi-lalna de
ladas leis e i ' loa ale Montoyo noi porqut era f I). : norteou."' - l-'«le ià d o r *
o anno ••>• 1732, a que Unha che- que i i mcll i • ra res- nus de milhos ímpicü te de atingii perder tempo em chamag
gada o csli uio das listas de au- sa de i>< os, quem di i \ p i p u l a ç ã o < "ii- i Io o ia t< de ladra Ia. I-.IS
tos da íé, - a inquisição — fca nador- s, das
* geral, li rranda o oura das mina*
iCO, cujo I oa d u a - lalo i i não rabo da
aparecer
cos, em h a b i t o
nos c a d a f a l s o s inilili- Contl
d e i n f â m i a , nSo tru ., mentuli I
m e n t a l . C.m- • ! rey.o corupira era quaes, mil em ai mas
di qualq ter teste mi i
a r n i i a pi -
o antropófaga e a toda a I ..liou itt pela An- O jornalista tinha ru2i« (nota
inenos de vinte e trez mil e ses- Ira a i tblii a. destruída p' I dói uraentação de filoxéra, iior
miravel Ipoci oci i i ontente que tianbra
do uvougue).
senta e oito reoa recebidos*'. o próprio missionário t> •
I
q u e se v e r i f i c a DO •
r e a l q u e aproVOU 0 DOVC
lôres, os mu nliiiu
aros, Vencidos, mortos, , smaga-
do. «.)'! - t i DO subtiliii ofágica expediente
euins,
mento do santo oficio estabele- * i' ifica- mem fora d Ia transforma- da
cido pelo Cardeal Cunha tlôres; tudo quanta ha ai A hisliiria do Bi
revista de antropofa-

1771). conta ' amboa em literatura, nos , bjéto —


do Ercre. Não queremos i e cunta llsl I bjéto I dn
Poi tugal foram vitimas da i ibncui is s, IvagcDs, pelo afirma gia
Inquisição <>s homens mais ilus- OS iiiiHdiii- mo |u<
oliveira M I i
. balizada por uma
ial Antrop
(2.° dentição).
tres da Pátria". "Qualquer pro- Não qi i remos l i t e n
., inda que dita no bom e beija-flores. Aqui tudo na mala
como
ni. terior. 9.u numero
sentido, bastava para qui
nido um homem sábio".
cheira. Não queremos museus,
Todas B *
a "civilização" perigando eliminamos pela certeza episte-
i ai to circuito do sob- (Órgão da antropo-
Objeto. "*i
icninn Jesus (disse \nto- A fali moa - .i in- fagia brasileira
nlo Vieira — ruy ' * falsa ;•• 10, Ul e á nu d i d a que a c l v i l i x a ç ã o 4.
i liva.
— no processo que conli a 1 ulsamoa os inti usos, • 0 i n t e r i o r , lanueça a 11. " a l m a " é só de letras)
formou " " d* mos os impo tores, 11 Bn com a i il larellio mneraônico-telepá-
a noa vi ai i ore de Fruta.
surgir um novo pei I .isiall. a Ioda a v i r u l ê n c i a d a s director do mez:
bo" "Bastava * * quilombo izes rreudianaa e a sua
judeu". "Calavam-se os jó. i is ritos de lui. oliveira VIANNA.
r. ,\n fundo, lor ges- ADOUR
Contl ida.
alavam- o tacape. àquela dignl
se :is icstcmunl as". t Lnalidade. o ai In- correspondência
o nosso troféu de olivei- 5. — Somos transforroí
(isso tombem vem lá na Re- timigo. pies horizon-
la cortes. Freire de A \r
do i n i m i g o .
IS q u e i "i luta te de pedrada. para:
Mello. . : ara azeitonas de nln Simplesmente.
Nenhuma convenção soclaL as que O.- gestaltistas olo examinaram Digestiva.
lum.-ão tem- Jeraldo Ferraz
a Iden- uma i nuva Rna qi i ;n que o lio-
" O q u e p o r é m m a i s r e v o l t a v a tidade . eoineidentia • o historiador portuguez,
mais inteligente que o brasileiro,
1
im antena: p 13. — Antropofagia, flasle uni- Tugueiro)
(diz José Maria ile Andrade na oppealtomai. o labú q u e B p
int. BO seu d e u s pie desse u m a cliuva si Justifica a • Io ne t a que eu chan
<xe. caixa postal, 1269
inquiv
que l a r n s í | manios QO totOl • 1 i i n f e r i o r i d a d e da raça. Ptolonj l i . — Antropofagia. Unie
p r o l o r da |i Ibo. i foi Le que I i • ml (Freud, Watson, Koh na*, da
ver que estes implacável Inimi- ileão" 1 quando ' • de nninr" il«
gos da boa sociedade cometiam * * ida, não deixa por isso de ler, no m u n d o u tinta de i s ê
o s m a i o r e s a t e n t a d o s sem; O Ocidente se envenenou do i a experiência social da o gran Iin.iiis- A L.igH 8« compõe "? tiuiurea oa
A antropofagia nada p m que • iu.- taltlrnm
g n r o s d e u m a c o m p l e t a i m p u n i - preconi n (ora-

quando tudo estava perdi- o índio filho de Mai 0 Vianna brasileiro, bui i ria.
dade".
do, foi que compreendeu o seu mdio i mão do • bem j a n t a d o ,
e r r o . Kl..- cbegOU a o s l u m p s da Indio degradado p( Ia catequese, mente
" 0 frade que apresentasse de qui l o m b o s , com os ri ' BERRO N. 3
mais negligente i m u n d o n o s Para ai perceber i ihães, opomos o canibal q Inol... ..ins rapnaelhos d*ge»hnr,uo
s e u s v e s t i d o s , q u e tivesse em me- n á r a e v o l t a r em mai vorou o cateciamo meioa li. a-reint poll'x-a,
i n ã o é m a i s Hana Stadcn que ni policial, reimorea -w un-
oos conta a limpeza do corpo,
e s t a v a em c a m i n h o d e s e r c a n o - pos iva). (» mdio, entretan
nisado. ajraduando-ae — co
ereve Balthazar Telles, chronista
cou na v i d a . N ã o se ufastuii d e l a .
i sobrenatural ao
porque i O m d i o mi. antropófago A LIGA PELA MORALIDADE curos. an
> lheatroa l li.>«« de «Jubas
td#a em ai 1.9-
mnnilaino ae-
tuiiata. cntslgandu a
N ã o t e n h o de m i m vi II i\ ( 01 .ADORAÇÃO D E F A H K ) l . t / . PARA A I A DE desça de « u d i n u o r
da Companhia — "em rnortifioa- ai i.e
ção e despreso do curpo". ANTROPOFAGIA")
outras ilanmç. i m d o
Lopes de Mendonça. DamiSo de nosso principio vem da tempestade, so- l VOU a um i .ItnmoB ao lempo da um do»
unidade:
ri-rsogiii^Ac* aotlrulaa.
uii meloa ol:iri>s e ecoiiltoa da opprea-
Góes e a i n q u i s i ç ã o d e Portugal tonü de i loã|a do
IS59. mos valentes como o estrondo do céo. inamba qui i -preaaOes vio-
oomo boa
JüAü RIBF1KO ulllada dl ae Muasollni,
K foi essa a m o r a l q u e O d t S - De todos os modos vulgares de
oento e a catequese noa
trouxeram. Na antropofagia, ho- se subtrair ao estudo d SERVIÇO ECLESIÁSTICO antigüidades
• • |

l.ui 3'ejt erarle rs*.

je como hontem, não ba dl huma- '. du fosse, ti son (our; aiora


nossa moral é gostosa que nem no pelai mlluencias BOI I 0 ar. ( r i s h a n o d a s N i v e s , in- II nurri
beijo de mulata. Neta nfto ba vo
to de caslidade. U amaneclia morai • o mala vulgar I moços dedicados I ei "amiga do Belo", eon-
ale de raii a '"»ni a arqul-
'-iruumera l'a-

consiste em ali Ibuir as dil GEI.CVA, 9 li «a rnpa- Os Li. .Me "D-


mento i i livel substitua a cumpa Bwderna, < I i
\totisu Domingnea é. porém, re- portunidnde de exoommungar I
mascarado. A banana es- ter a di- aas. dcfíjuiiiin
talada vem ocupar 0 logar da na ciiinfiiinliu por t t u iniciada para I Í eonhecemoai ceei ente io eau iiiscossau. lu i' s
c arta anônima que i.is.i Mia aaa
,. i Italianas uiem a dia " i httoa •

•• velhos * 5u-
ii>> ociden e nos dei (Stuart Mill). ndo pelo Triangnlo aama i i.«r-
as talas mais compridas, pti • elegantl ha d e a r r u a r ,
Por
i lamen- .atnvuro com a
te o 0| que a a n l r o p ' pelas ru no joelho e punhos • bacalháo de (|(M
>nmos condenar a Ignorância; comemorar o anivei na 'ipi- as veies
.nu a intel Sardinha (Ju-
Noa vamos condenar a h nho) resolvemos Ira
•da; êli ira a sinceri- cer as sidos. 0 gaiolinha di ao de
breve a i le M i< unai Io ae dirigia para a
dade. > óa vamos con li n
dogma I n lifil Í0 d e q u e m n l a mi iti >ta i" da oi I da ara. marqueza de 3an(<
:-.imi o fabetismo poético d< l d.-, porém, foi informado de que
mais dois santos iqnlst i in alar dei u r a da •

instinti PAOE' MUBU- i


natural). CUTI i r ' (qué o
baforai u r r a n d o nic- lr« d"id"
dlipoali;
No Intuito de reunir o pi imel - Mini i •ini ah!" di' quem • qoã
ro Julgamento deste santo Iribu- tiradi meamo. I .. 1-1 I»

d - tejoa com inqm I os milagre» • polSj OB s e u s f u r i - •


II Io u IMII livro
i Io qultetura um meu.
derna. peiori a ar.
gostosa, contam, acharam eles essa car- iher.
Io B niachiii
ne de dente, por isso mataram mais no an- por mi pedia
dar do dia para manlimento. l.alil. II.
i
A1J.UI • l,\ A i»^io LU a
L ^m
DfARIO D E S 1'AUI.O — Qtiftrta-fi 192*1

i EXPANSÃO ANTROPOFAGICA o corneço do tim

revista de antropofagia | clube de antropofagia de


A S S A HY 0 nosNO
i io M ,

' minas geraes . ile l e -


batutas de olre
belo ha mi i , i r -
(Especial pra n ó s )
Director de junho: Raul Bopp. eal "i *lte l Oin "i voe " parou II i d o a
i,n i mino i Ví.ir, Joüii i>oi IQ IM4
Órgão da Antropofagia 10." numero da Tomou A flcoul
\ . qinlles \ \\ III ima, 'I lido k>as moi
|i nii ii da UM ntnlldadc an do |ior ioda pai te; an
Brasileira d e L e t r a s 2." dentição ca. I o i i ;••
I vem,
ü h r i n h n a dn b e b i d a c o r d a n o i t e .

I In na I iilio OjUem nOS m a n i a . \ mulata gordo pruxutuis,


i-oiii pi imessa de coisa maior, com| i • o na \ Lmincnti n«vu
o kanrfertikú ara i ocado do seu | ilmente

« adesão que não nos interessa —


do d o g m a
, no honam c
um peneiro de asaaby.

"Queremos t combater o cara* Trouxe para easa


ler eriõio. ate certo ponto es-'Arregaçou as mangas da Huaa de chlu
• lindo
•i or-
'i a n d e
Lamoa Ua dias oin angu da estilo que publicou o chamado grapu ! Instinto ri ligioso, Pelo contrario I p o r .sniilo»
vcrdamarelo, agora assinado por duas testemunhas. n nngeii a na no «a len a. h pre- não pode, sem retiwe»
,.-, viram que a rtatropofagia é Invencível. Resol Se afirma. O que se nega e o con- o optimtsmn i d e r , ri ha . r l>. JS.
veram ,, li uma maneira sinuosa c assustada, que- fim» [mprevidencia, o oblitei n< Quem vai parou S o f l e 0 m O d O , a o v e r (111
rendo o índio anedótlco, traduzido de Chateaubrland e minuciosa o compreendem iodos oa dogmas. i ea!idades u poa ibilida- In n u . . . du, esti
mente inexistente, i.' que eles aprenderam mal as lições de Raul dea, a cultura a a n li [lão Itn- itual do hU
, nsinam iodas aa igrejas. i cinos deglutir tiulu ,. .
Bopp. canta... nobre republica, nascida, criada
\ religião n8o preai Inde da isso, esse e r i ô l i s i n o |M | 00 ltí( II ,".'' ' e alimentada pelo pabuto sucu-
Ani: mplesmente a ida (nío i ao tio Nos I-;' larnl" • uma canção
iiicm natural, anuni lado por lodaa as coi r< nti - da i ultui a conli m Md., do Instinto. P.ia é ora Feoa»
que resultou no liarliarcl. lenio do verdadeira ctiriatia-
| ImpulsSo, c o m o o nlo bateremos por tirar iH*« fenôme- o barull da n alinha no vasllbaiK
poranea c garantida i ela emoção muscular de uma época mara- nos Io '."'"•
\ llllosa a nossa ! Xe , Sofra a muil dessa
I como » ai" de oemer louca "Action i i ançaise", a se-
o homem natural que nus Queremos pôde tranqüilamente ser Ché. Ché. C h * .,
brani o, andai abem pôde ser pretu ' n hnmrm transforma o mear a discórdia c p desobedivn-
Pura antropofagia! lai le niii-
,. .,!.•• índio. Por isso o chamamos de "antropófago*1 e não tolamcnl i a fai por >t1 prova le que Minas não t 16 Ha- Agora cia p õ - - s p a p e n e i r a r
• li- "tupy" ou "pareci". Nem queremos inutilizar a nosso ofensiva tnde wenl il, iiera por uma mu i I. em lielo l l o l l/.oiile.
uís da quci ido l-rança.
0 liquido LI, sso. . . Sofre, sofl e c soli e ainda por
Dlcogra>III is de tat ,. flnnorancio do ra**' simpatia pra i canção... mil oiilro- ilioi
figurar como elemento decorativi da nossa decida; Iransbordamentos lirieos
sem iiü nos n poi tamoa i l; i em que, no acaso suficiente) mas por necessWad* Pari: p a r o u . . . ( D e ura r e c e n t e d i ü c u r s o d o
de M a n o de \ n d r a i l e pela m e n i -
deste continente, o homem realizava no homem, a operação central ,.\ r o ambiente atrnln- n a d a s e r e l é p e . Annibal Macliado,
arcebispo do Maranhão, li. Ot«-
do teu destino a devoraçãa direto do Inimigo valorosa (trona. l<j .,. f, pç i ; | I reg-a Está prompto o asaaby... v lano).
a l i a s , nãO p e r d e o p o r l u n i i l a d e de A h indeirinlia vermelha
..li da Pahú em Totem). M |>or li i moa fi t, insf e"o • 'e ma ' i que entre uns e oiilios
descoberta, que vamos renunciar o qualquer conquisto material du ••siá na i declaração
• nem m e s m o a possibilida-
i i vitrol is usfixiante e a metafísica' h e m i"l :•' ' r e l i g i o s o . onnunrlondn aos gulosos
R :,,,•Sem queremos como oa graves meninos do verdamarelo res-
— A n a o w l o d a vida d o i n v
. B morte da r e í " i do
de de um p a r a l e l o .
I|Ue o a s s a h y
vende-se a l i . . .
tica", "
i livro "Literatura e Polí-
• .smalo i a .
taurar coisas que perderam o sentido a anta <• o senhora bur- imatica, o contendo rio • clube de antropofagia do ire ris . c r d a m a i elia»
guesa, ii som i" i a Academia. Tomou assaliy: ficoul
O que louvamos nesses cinco abnegados dedinhos da mão ne- n- • ! -Lu, t moral. F, a para • sr. (jenolino A m a d o , , ' o r
nosso mterajvdio, protesta conlra
gra conservadora é uma coragem — o de se declararem susten- nrtd nids tem que ver oom a A g e r a ç ã o nova dO p a r a /• u m a E N K 1 I) A essa I n c l u s ã o . . S u m a foi, n ã o è
laculoa de ura ciclo social que desmorona por todos os lados e •e1i"'ãO. d a s m a i s 1'igOrOSBS dO n o r t e . K' (Belém do P a r a ) — d i s s e - n o s ele, p e g a n d o m i m a
grilos de um passai" inteletual e moral que nem na Itália está A revolta I :o do ereera- a mais bizarra do Brasil, isso figa — n e m s e r á , l e n h o fé e m
em vogai Pand (Ôta a s s a h y b o m — N O T A DA R E D A Ç Ã O ) .
, - r - . ; r ' o r i'- " - i i " * o . por ama questão etno gi
ESMO gente Ignoro verdades prlmariat por exemplo rio do instinto sobre "as faeul c a . A" m e n t a l i d a d e p o t e n t e q u e n
,i ilidade é porque no realidade não pre- d , alma", coisa abati ato n a t u r e z a — a t r a v é s d o s n a t u i a -
tende restaurar grande coisa do passado vencido O professor Vi- a] n'a a i listas - p l a n t o u em c a d a um d o s A ANTA MORREU, VIVA O TAMANDUÁ! marandiba
cente Ráo esta oni afirmando no Faculdade de Direito que a carta motcaçZo dogmatic sens elementi nde um ( e s p e c i a l p r a 11 vista do
de trabalha I i i àpio da organizaçj a sovii tico. B é pre- s|f: A anta morreu de indigeslüo retórica. Quando o pobre bicho
velho i ilffc m i i' '"' " ' ' ' " espirita de diapersividade que viu e s t a v a r o m um b e n t i n b o no p e i t o , d i s c u r s a n d o pela m o r a l ( Inbe d e A n t r o p o f a g i a do
ciso um possante tracomo para nfto se ver Mussolini dando as ul- MI pode ser e o m p r e e n d i d o por Espirita S mto)
timas tocopodas na d i r á agonizante do papado. i Liga d- S e n h o r a s C a t ó l i c a s . C a i n d o em s i , d e v e r g o n h a s.«
— O dogma i ondas í quem viu a omazonia. a t o u . I' in por e l a . Quando liem de SÃ decretou a
Os verdaraarelos daqui querem o gi ravatura mo-
ml, ,i i da europeu arrogante e idiota e no meio disso l i , , Ia le e ã r a t o l i - I ' . . . . , „ I P a r a q u e d e s e n t e r r a r a a n t a ? O q u e ela u l t i m a m e n t e s o f r e u -' n< 11 a contra a antropofagia, os
torturante do inferno evon í n d i o s do E s p i r i t o
tudo o guarani de Alencar dansando valsa. Uma odeslo como essa ha poi•«•seniplo uma I, & ^ ^ u m d e s r a n s 0 n o c é o a u l a d o d e Tupana.
mlico do absoluta i a m u m filho dele.
não nus serve de nada, pois o "antropófago" não é índio de rotulo teratura moça. Ho autores pro- an|a
rdade dos fenoi S Chafl i n ã o de b a e
d e g a r r a f a . E v i t e m o s essa c o n f u s ã o d e u m a vez p a r a s e m p r e ' Que- Vl •••'-•'-• " ! ""'!i;; * ' 7 ' P „ r l L Cio q o e r e m o . a n t a . o u e r e m o s l a m a n d u à . O n o a . o bi- como o bispo Sardinha, foi gos-
I, ns é uma expressão Iri-
remos o a n t r o p ó f a g o de Knickcr-bbcUers e não o indio de opera. ii o caráter de uni "HvrO. " A " , ; ! . a m a n d J . a n d e i r a . Me.sa b a n d e i r a é o t a m a n d u á .
I :r m e s m o , e s l u d e m p r i m e i r o . A k m d o n e n i essa
me lhe empresta .- teolo- absorve. Se metem no politlco. Ele e " t « r a a l l n g n no terra. par. c h u p a r , tuiano da terra. | Iro as-
"ausência do universo" que nós acreditávamos fosse o cândido pa- gia sentimental. Jesus de Pirono- , pá,, nos n o v e n o . . I'm- As f o r m i g o s BC g n i d a i n na língua d e l e . m o r d e n d o , q u e i m a n d o . L i e j somo de íodepi ndi ncio do
trimônio dos srs. DâciO de Moraes, CrJStianO das Neves e i;. dn ia é Jesus de Pirapora. Tanto n diabo. t>> "' ' e n g o l e aa f o r m i g a s .
(Souto, mas que agora explica as bobagens em tom de coalhada ,, tro( """'"" r.v. lomal de ídéas Jovens, e o T a m a n d u á abraça fincando as unhas, matando. Como a indio | 0 seu pi an . dei initivu gol-
(|ue enchem o relendo manifesto. n â i ti p o n t o de a p o i o e d e c o n v e r g e n - com o p o r l u g u e / . . lile faz a n s i m . 12' o t a m a n d u á . pe de i n
Entre oa cinco versáteis, ha um que estuda a queima aa - une pereceram da oaaa cl i de quasi todos). R a p a z e s , v a m o s fazer o n o s s o c a x i r i c o m ele. Ira .. obra dV conquistador
pestanas na lua importado de todas as sabedorias. i" B a mfcrn i serio rm branco.
Mas infelizmente, do grupo, quatro não acreditam num que ns uma pn " " , r% • tés se r e v o l t a r a m . n u t r a
vale quatro e este um acredito na inteligência de quatro que não l i r i l . Pr- ; " - • i'' uma espécie de ejearação pro- a obra i omendn um
vale nada. Coufustonismo típico. Conseqüências do berfoivori&nHj
que, no manifesto, distraidamente eles defendem. Ma
' Inde d e a m a r
i, atormentava o pntniiw
i c . F. OOtrOS e a t o l l e o s .
i não desse protesto-ta-
peacão de õosalanos t Menottia iníroüto da odysseazünlia . I g r a d u a d o du catequc. -e.
Depois o Bsiiii lio Sento orei*
1'ORONOMINARE. D< outro. Sincero. Fundo. Ele* Cernandea (Üoutinlio
P/ens <• mrii "o do» ( ' , r
• hem, como nos. a es- fidalgos i.ri-
H O J E T E M " A N T R O P O F A G I A " ? niti ' is favornv is sol o s elc- por PATER
o ST. Tristão de Âthavde e a I I M SIM S I N H Ô ! i l - s f : i v o r n v e i s . O m m d o 01 '., o. Idente. -\ mentali- I
u m na Imra d a ( o n c m i s l a d a 11«>—
-,, r.,o o : ' " ei ,,f> ,w - dade braftantina. '» tal nHidernis- C h e g o u e n t ã o a n o i t e d e ver-
mo e a t o t i e o , (I u n p e . i a l l s m o . A Dois oaraihas p u l a r a m conlen resta t s obandonaraiii no mo-
Pnma do Espiritual C o m e ç a a Kahir de h o j e e m vtndnde protetora se inverte no
deante, ás quarta?-feiraa, a "Re- PrO do hdin que n ã o foi InvertcbrolUlade nacional, r. mui- tea no lerra .ostosa. E entraron
dade.
O llplti quieto liabava fiapos
mento em ifue foi oniauilado pela
,,, que rasem pelo malta i dentro, um delles brutaüssbna *iu meii fi-
0 ST. i r i s t ã o d e Atliay ' • p r é - vista d e A n t r o p o f a g i a " . • io: o demônio crisUo, do r n a n d i o c a e m q u a n t o os ibi-
I ia a o . m o c i n h o s c a r h x as a n e - 10 lodo t e n t a t i v a de des- muita eml orregou dnmnado no tirtrica. r l b a s i a m se n c c c u r i c n r i o . O si- A <t"»peito da atrocidade rom
A interrupção — verdadeira que i ,'ii" tinha talado no
c e s s i d a d e d e unia n o v a CrtlZadfl locar o a t o ii tfgioSO d o plniwi l e n c i o p a r t i a se as vesea p o r o Indio, o
I s c a . a o s i n f i é i s ! c o m o en. F r a n - d õ r d e deiiles n o s a n t r o p ó f a g o s . nhrenntural, 'i i per u m a b e s t a q u e a s s a s s i n a v a ou-
seu senhor D. João ili. ti branco, e, era seguida, o negro,
i i
oea Uaritain, o — foi d e v i d a á falta de p a p e l , co- ira a supre-ni • pe ** "•' ntieemo et- tra benta. ain a construir o HtspiritO
l. imem da Primo da Espiritual. m o os n o s s o s n u m e r o s o s li Ito- o fluido sobretedivl- l u n ,,,1,,,, | de llsbôo, 0 outro que ea- E o mai-si h e i r a c a m a r a d a ia Sanlo i n c o m p o r o p o v o KSpiri-
Esse IV Io Espiritual uma dnai de Warstensleben, é eaerei- g u i a n d o • , i . a a i l m s e ICKIO O to-sanlense.
lio Ia. Dos "dois gladios" dos r e s d e v e m e s t a r f a r t o s d e s a b e r . cio iieveras perigoso, o animei lltulos, sub títulos e eomentarios lava dando i i o pfra-
resto do naiào pelos caminho* As f o r ç a s v i r g e n s » geni
d o u t o r e s d a l i d a d o Media ele che- E é só. i dentre dos i itre Pies: "a antro- • IS - | , e - e o s d o i s e n t r a r a m n u m a m a l ó - terra detormutaram a .sua fusão»
gou ao poder Indireto, porque, DO à Ç O U G U E É nina forte e s p r e s s a n de vido o seu b o m r o n u . o r t a i u e n l o
as, os •peitado na mesma cidade c ' p a r a o u v i r hi-.loriiis. Rrnliurn com ódio r t r u e l d a d e
c m » im O -ferido J niio Santo sem a E m q u a n t o o r i p o v x t r a n h a v n eoiisorr, J I am-M-,
seus le rliontes larojoa me de ( J s b ô a
"s . fin du gouvernement icr- os corpos na rode os olhos dos Iii* essa mteessidade im-
n s t r e esl Bubordonnéc I ia fin a ordem social _ o ' "!•''••' "* »Ma decidido apoio". <• povo firou C o n t i n u a r a m n n r l a n d o logo de-
dois se Bi regalavam nas ligeiro perativi de aliança c d» fusão ra-
du süiriiuel ii tant que celui-d alarmado.,, Bneido Moraea < s- Perto de umas plréraa rn
BÍI pouvoir sur cehii-lá, qu'U
e a indumentária i n l . r i o r . Não deistO d e s e r oo-
ofi véu • na n I • deste Um inlio. contraram dois bnch.ircls um ias deltas que N lua molhava irigboio, que
,'rni;i|.n-ão do pró- p e l o s v ã o s d a s a h i u r a n a s . Co- OjudOD " I expulsai os
puisse le diriger par • "Tenho sido presa i oi ias vezes, prio umariqa nora salvar a alma. Rei ultado: t.á fun lado o clube de m o c i n h o , e o u t r o velho, Iram EXCS da ( n i a n a '
seita et, si cela est e x i g e p a r l i n - ofagia do para. K um le- velho n ã o t i n h a b a r b a n ã o , p o r - mi • ou o z u é r ê - q u i r i x é : — Mui-
p o r me v e s h r di- liomem e man- observa Pofitzer. Io a n t . s d o s a n c i ã o s , foi Y u r u - E é, !'.ira,
lerêt dos a m e s , Im e o m m a m i c i
lêiu-me a g o r a na p r i s ã o p o r me _ A Indto era vnr legrama recente onunoir pra bre- q u e Unha . s i it i <iua- om legitima herói florestal, em
I - ses o r d r e s . " Sem esquecer que pary que revelou.
r e c u s a r a e n v e r g a r trajes femi- isso o inimigo f o r t e q u e ele d r - Iro v e / e s na Ina m i n g u a n t e c o n li /a da sua' ;•
" l e s n v s t i r e s de i - o n t r u m t c sonl
ninos, Todavia, o m o t i v o d a mi- 0 SÓI, d e u s r r e o d o r , c a s o u - s e
% orava. Sempre a absoi cão do ta folhas m u n i n i Iro. Os de alma e d e
Bruno de Meneses, Rneida Wo- com a lua, mãe de l u d o . Pas-
parfois néoessaires"... Como se nha d e e i s a o n a d a tem d' hn. E o sua transformação em b a c h a r é i s coir.o já n ã o e r a m mala s o u - s e Olgom t e m p o c o sói pas- ticio.
vê, o que os novos apóstolos que- h o n r o s o , vistO q u e . q u a n d o en- • nanl Vieira, Paulo de Oli- e i v i l i s a d n a d e v i d o o longo t r a t o
lotem, A chave do problema i»n- veii a. S a u f Anua Mai .|in |, De t o r c u i d a v a m u i t o d a lua t r a - M ns t a r d e Tieram nu miliol
rem í mprego. vergo o vestuário do meu sexo. mano, c<,'\\ a I r c m p e daqui, acharam zendo sempre presentes quando iesbravodores Ia llrasil: r> italia-
UlbO m a i s de li d o l a n s poi , Ribeiro, Muni/ Barreto no moda dos rarnihns cnn- no, o alemão, ri gyrio, o polonês.
O s r a p a z e s q u e a q u i et — Quando n religião abandona v o l t a v a d o ecu p u r a o seu Icju
I v e n t u r a se d e i x a n d o e n v e n e - e a n d o a n u l a suji lia as n piano reil i ira se fater obra e Orlando Moraea. Oito. Isso sem : laia ui B resolveram par. A m ã e lua ";crou " n l ã o I-, lodo essa gente, comiu/ida
na. - p o r eles, o t r a v e z d o p e n s a - .as de Imaqinaoão, >go de Inti I contar n .lasse dos antropófagos por isso lomar conta deites. p a r a o sol c r i a r , a l e r r a , o s a n i - ; Ias |,,r |g dOlflin idÕl as ila IrT-
m e n t o d e I m p o r t a ç ã o d e a l g u n s cei tos bomens. (juando me visto cia. m i s ' •rm, se t o r n a e l e m e n t o le-fomilia (que dfr-em que Mas o velho flCOU c h a t e a d o m o e s , a s p l a n t a s e o h o m e m . r . foi mei Milhada no l u i r a l h a -
escritores maçudos e ma nhar, no meu desCa o r a v e l a vida de im S f r e d r ^ d u Í ^ â g Í ; ! n s t a i d i n h o , p e d i u um d - M s o h o m e m nfl.i q u i z q u e •> mento ial.
não sabem qm- mal se estão fa- oficio de encadernador, 12 a 14 cuia necessidade Rusaefl proí Ia C a r r o e d e u 0 fora p o r q u e l i n h a M o criassi-. E n t ã o elle flco-i Brancos •!<• Iodas as procedeu*
I u d o . 0 P r i m a d o d o T r i s t i i . n o «li doures p o r s e m . m a , e sou m a i s ma. l ; .i" simpli-s pi ei-oneeito mo- 1'roenea, e t c . q u e t r a t a r (ttrrn n e g o c i o impor- sem falo, s(S o s b i c h o s é q u e fa- elos, negros e índios, integrados
\ l a n d e é a I n q u i s i ç ã o , ti' P i o .ala. Se eu sou bastante ral Como o m m a n i s m o . t a n l e pois os jesuítas iam a e h a r l a v a m r s a b i a m m a i s d o q u e o a ronque, com violeneia, orma-
V i l . E" d e n c i c l i c a QuanlO c u r a
• " m o n clube de antropofagia do
í o r l e p a r a e x e e u l a r 0 I r a h a l h o de oi.e I s g n r y a e r a m filhos d a c o r - h o m e m , e m q u a n t o clles c o m i a m ram o povo espirilo-sonten.se.
— Tanto a
d e P i o IX. E" o S > l l a b u s . O seu um homem, não 11 ia razão pai a rnpe"o. as p l a n l a s o h o m e m s e a l i m e n -
lir-me lambem Intuição sensível à intuição en- rio de janeiro
..mi|iianto o Brasil -e
fim é o t e m p o r a l . Nele 0 e s p i r i - que ii, AS P A I X A E S C F G A O O S H O - t a v a d o s v e r m e s d a t e r r a e de ir a m e n t a l i d a d e e s l r a n -
tual é p u r a m e n t e acessório. Or- como um hoiiiein," (Oa represen- i não resistem ao sistema padres. Mas o h o m e m
métrica antropofagico. Comemorando a passagem do MF NS E O F F I I S C A O OS geirO o gênio l.spi-
n a m e n t a l . O m e i o , n ã o o fira. tação de uma joven opei.u | ENTENDIMENTOS nnsceu o p e r á r i o e c o m e ç o u a
ritO S a n l o , não sv m a n i f e s t o u .
\ i vi rtc-se a o s i n c a u t o s . sa na cadeia de Broockbn, ao — Alma r a r a n ó s nfln é a di- a n i v e r s á r i o da d e g l u t i ç ã o do his- fazer m a s s a s , c a c e t e s , b o l a s e
tripartido de Platão, nem po sardinha, (fins de junho), os E n t ã o os Ires e n f u r n a r a m n o s Na i COgitOU de a r l e c d« lite-
JAPV-.M1HIM.
presidente Wilson). n e x o s . t>s s n i m o e a f i c a r a m c o m
a p. SSi n e m e in- antropófagos caminhos com cheiro de sol. m e d o dclle o e n s i n a r a m o ho-
da laba i Mas n.upielle dia ia h a v e r m e m 0 u s a r as p l a n t a i e a p p l i -
rotura. Embora refletindo, mte-
baixadOl BoSdOrl n a s c e r a d i v í d u o fisicopsioul ;,rito. iro siili-nume- gralmcnte, o que havia de mau
p a r a a vaia livre, de filho d a s sel- lho mnemonii ojualojuer coioa, tanto asai 1, TUC c o r o fogo mis r o ç a s e n o ass.w
EXPEDIENTE vas, DUm m o m e n t o em que 0 ICU
eneai- ro da revista de antropofagia do s . i r a a u n p i e e a n ã o .tarava aa rai/is comestlveia. a v a n ç a d o c m u i a t e n n d e un n t a -
i e i i j o rio de j a n e i r o , a e i r e i i l a r n o dia
pau, n e m o litoral a i n r r i e u l l o ja rii cantar. I houve mesmo umn l i d a d e , no B r a s i l , n ã o tentou d e -
Este é o 10. numero não Btlnge mais que II d e OUtUbrO (dia d a Amei ICO
uâo comportai un oa costumes mu simpli s hoi iaonte de pedrada, l e n l a l i a d e d e g l u t i ç ã o . Poi q u e .1 f o r m a r o seu gen o c o m p e q u e -
não descobet Ia). A a n t a e n s i n . m - l h e o u s o «to
da Revista de Antropo- dos autoctooea decta terra, 'li- \ geni urdo dos fa- onça rtamnon a correr no céu I n h a m e , a p e r d i z , d o m a n d o b v . n i n a s m a n i p u l a ç õ e s ortisÜCOa.
nha, em pleno trópico, COIH 3.S , que "foi al- ntr ia do sdl a por volta das dnas o c a c h o r r o d a t a v n h a . a onr a
São seus diretores: Álvaro Mo- Picou quieto. Mas p r a t i c o u cora
fjgir. ( 2 / dentição) lc tempi ratei a i sombra, ma". Pura abstração. Atoli
f lovis d e ( i u s m ã o , Annilinl mo, si
ajuesi que t lia pega mo* da m a n d i o c a e o r a t o o BSO n o d e s l u m b i irreve»
q u e se v e s t i r á e u r o p e a , cora to- iiatiea quiv. | sol não escurecesse a
E» d;rector do mez s o l a e as Ou i Machado, Jurandyr Monfredini, não 1'hlaaae a bicha... 0 bocha
milho.
lambem
E n t S o veiu o c a s t i g o
prós animnes- elles
secretamente. a
[íaui Bopp. A corres- fói a, c na se a t o ( , | | p p e de O l i v e i r a . rei mOÇO brlgOll nesse in'erlm
perderam • Bolo e o homem o b r a d a c o p i a . T a n t o assim que
pei som íidade índi roav» I, — Hoje mesmo os sábios qoe Dente Milano a Osvaldo üoeldL esraiba, por oauaa dumas a v a n ç o u neMes e a c r e d i t o u n a | i t o i ieii.se, in>L- i n t e r p r e t a ,
pondência pode conti- delido o p u d o r ' a q u e l e s q u e O
anula andam errados já a
< - q u e clle diss.
forca d o adi, dfOS r r i a i t o r . ma- com incorruptível fiaVHdade. o
prehendlam." cpianda clareou nlnRucm mah
nuar a ser enviada para "O embaixador Bosdarl ., alma f u n d a d a 00 I f r i d o d a lua, m ã e d e t u d o . " povo espirito-santense, não vai ás
Jeraltío TerrzjL (açou- deu por achado pelo que dele di- C o m o d e m o n s t r a m 0 f( I da secre aria de instrnecão
viu elle.
Ficaram de novo os d o i s
Acabando a historia d o c o n t i conferências carêtes nem aos
ziam os jornaes. Persistia BOI da cati d o r d o alto. lanifcram os m a r »
gueiro). Caixa postal, -eus hábitos paradisíacos, a eu • -, dizem ei* do estado do espirito santo
o l h a n d o p r a eima. l ' m i n e i n h i i a
lavo t r e p a d a n u m a jnboti-
r á s . a e n r n e r o l o u e v i e r a m a s mãos eopetacnti
comidas. Defende-se valentemente. üseJ»
n..;mo pude encontral-o ai — Mas a antropofagia • i
-.269. s a n d o o c o r r e d o r d o a n d a r em OS SObiOS. Nilo e x i s t e "alm.i , UMA CAKTA D E OABCIA D D i abrira deu deu uma b a n n n a pro
U m d i s s e p r o v l s l n h o : "*a BOOIM vivem r e p l e t o » , t i i u u i t a m ,
aEZEWDE elhs
QJU m o r á v a m o s , i n k i i a i i H Qtl 1 1 AJfANDARI? \ s s i m elles f i c a r a m m e i o a b o r - c a r n e d o b i c h o ' e m os q u a l i d a - mas as companlna.s de U-.itro CDS»
v o n t a d e , tal q u a l o v i r a o m e u Nós aqui somos pouaoa mm boBI
bom sinal "valei de chambre". (Bondari, o O Espirito Sanlo lem a vantagem oe
recidoa c o m o c o n t i n e n t e t ta- d e s d o b i c h o , q u e m c o m e o n ç a giiin a q u i e lrarus.,aiu.
\ r a l i n a dO si . (.oi lho N e t o Ubirajara — Assis I üiateaubriand, do rio grande do sul nflo estragar lulentea cum munlfsia- ram pra praia c a n t a n d o "va.no
v a m o nn p r a i a p a s s e á v a m o vê
fica b r a b o , q u e m c o m o p r e g u i - .Num BSevimentO m e n t a l , p o r é m
ite exei ci( to reopira- " D i á r i o d a N o i t e " , Ui-5-192!)J çoes do amor ás l e l r - Nunca leve li ça fica p r e g u i ç o s o , q u e m e o m e c o m o o d a " A n t r o p o f a g i a Brasis
CARTA DE AOO0STO MAI EB a b a r c a novo q u e d o c ê o c n h l u
mas um tanto parla. -Poeta Crl»lin.>. BSO P.oilo caU fi- , Agora é que eatamoa for- j a c a r é fica t r a i ç o e i r o , q u e m c o leira d e L e t r a s " , cm q u e se p r o -
.o d e loNO q ü l i lieiuar o muridu o pcascail. B tem gente de no m á " .
cando uma «specle d« suplemento n- l a d r a r a m n u m a r n n ô a e foram m e v e a d o fica p e r d i d o , s ô e o i r c u r a l i b e r t a r o g e m o do Brasil
nos romances do oitimo niuim i".n brosilldode.
lieleno do Maranbão, a o resul Figa! ternrlo do Rio, com o oicnno «laie-
O "Dlarlo da Manh*". orgun ofi- f i l m a n d o u m a porçfio d e i l h m o b i c h o h o m e m 4 q u e e a o c o n - de t o d a e q u a l q u e r d e f o r m a ç ã o
•itrlpiilnhii» beatna. Acabvmoa
, Io foi n SUII m o r t e p o r a ÍÍSÍO U m a n t r o p ó f a g o r e c e b e u men- com caaa burradaI" cial do Estado é antropofagleo. Ini- Nn T a p ò r a d e C u n h u m h r b e »o trario, q u e m come u m m a l v a d o brioamenU decorativa, Q Espirito
Dal por diante, todos passi. a s á o h o n r o s a d a A c a d e m i a Brasi- ciarei domingo a nossa pagina. Stan- p a r im c o m Ires f r a n c e s e s laza Sm tos so leni i.
CAltTA DE PLIflTIO BXW) fica b o m " . . .
livros d o ST. I oi lho Ni to leira da Letras, d a r d puro o DIÁRIO DB S. P A t L O rentos chupando ronno e grilan
itavel di.sian- "14 UnilO u mowlmr-iito d* vocía. do " u n n c r " s c p a s " . O caouin e o cachlrl entra Só tem .le formar no contb>
Preud, o que vae neonleccr? Nunca ae íc* no Braall ooiaa do Un- 0 revista, alem do.- nomes OToladOi
i i a qm- automatii na Uala de voei», lemos mala os se C a n ç n d o s rfe r e m a r o s dois ca rom n o Jogo e a e s p é c i e j o g o u g e n t e «'• v a n g u . n d a .
ia reperciiísao. A.nii SOO PoitO Ale-
ar. I I M
gre a aiitn.iiiifiigla está acn<lo atfauntu gulnt»-s AtiMn Vlv.n.iua. secretario rnlhas voltaram [iro eonlinenle t futebol o r e s t o d a n o i t e . G o a l s Mes:., . o selvagem
lo descobriu agora que o In- brevemente: , .•, •• i n.i bora da L I - da Instrução que criou aqui a "es- p e n e i r a r a m pelo BerttogB. Ahi i e gonls... I [rito S.mto quem urina Iro
i .im. O • • firma em cl- cola bi-.isilcini". Vletn. du Cunha, João plratão suhiii i um balto sombd
i\ Intento ontropofogico i ecebe 2." edição de irileira". i-alosans e Escobar Kllho. Todos oa que, q t u tinha assim de lodo protesl
. declai '. io da pov< - cuia uai 'Ura a sua couaa. N a manha" s e g u i n t e o sol e r a
lie o , i
MACUNAIMA a*, lua
i i ludo o quo qulaercm que eu
a r r a n c o u a c i n t o c disse " A n t e s
de s e r m o s | i é r a m o s o q u e \0- u m l i m ã o g o t e j a n d o . . .
ilUiro do velho e o n l i -
e BOO nenle no N o \ laeudo
transcreverei. Ja transcrevi o estudo
i mu, cntusl ismam. Rapazes,
.i ale- lendas indígenas , renelii» süo n>'-1 c o m o u m pei s e . e m q u a n t o n portu-
• i o grila TI . O c ó u e s t a v a p a s s a n d o u m Ia água rio m a r f a t i o M i o MM no
i; il O índia vai com capa de • • • i;n asnl na cabeça da serra de guês.
diante! o ar, Coell rUMOtO. •"•'•1" OS ...:••.•• em dlunte (I l'.n . m a p i i . aha e |). Coneiilo Io
planta dos pes sm-giu Aphro-
Mario de Andrade • i i.<iui siiBSflcnedo uo "Ctu ÜAHaã W
. contrai rio do Noticioo". corei firme dentro dele. no i'arpiillo tudo comia frutas.. dita còr de m a r a c u j á . . . Vitoria.
TUP1NAMUA.
LTaftTMBB.
n i A R i n tu s Í• AI 11 o Q u a t Ia feira IO-<

a propósito do ensino anlropofaiíier revista de antropofagia propósito do movimento criôlo


Entrevista do cscrlptor ni-neiro João Dornas Pifbo
0 r sino antropofaj pota nas relações Ó r g ã o da. A n t r o p o f a g i a 11." n u m e r o dn
direta e necceaarlafl do homeni com o seu mele Brasileira de Le'raa 2.* dentição ^povo Incapos d s l l n v r a s u s «I
vUlsastao d o a ( « n o m a n o a l o c s e e . ' • t a l l d o d s . s - U e . mm

fisíci». Por Isso uto reconhece t nem t o Miiinl qas nto Unhamos pae- »-ulü s a r p r e o i d e M * « a NpoMaBa,

velh:< ;> tfagogfa que pleiteava a uniformidade s a d o d s p o r t o Uvra s fsMorla ocl


Povo Wirapss «a as ap«reeb*r das
da alma humana por meio de um modelo de alma p o a a i b t n d a d s s qtae o r»«!»ioni. a r r e p i . n j .

eniêMva ior ela organlsadom "a a n t r o p o f a g i a , com o sea


t i d o p r o f u n d o da b r — U l d a d e . vaa
ssn- as ao ver
r e s t l s a d o r a d s Mnw4 -
a prodigiosa
o matar
"rellgenria
homem
A frente com o ta«spa s com oa il a m e r i c a n o - a ponlo
(Especial pi; nós, VÍI licfi, dssbisvando s aanUaho de leval-o ao ndlevlo » 4 namlIhoçAo
p a r i c o s o q o e tem noa d—oiisatla d e u m a fnlein.-la flnstirelro.
GARCIA DE REZENDE B a s t a m tr"n\ q u e sAo o s d o i s malo-
rea e x e m p l o s d a n o s s a Maioria.
O nu •
E l l e s ao n o s I- f o r a a respnnaablllsar
irr-.nli. das MI,MS . auto Cullhsrmlno r«aar. Acqalllea Vlvsc o OrtaHauao neta ánknc** Inre-rkirldí^a
violenta i liando, pot tanto, " pi onum ia o Din-nse F i l h o , t m elemen do Brasil em quirtqoer terreno da in-
ce fero manto do nosso gênio, é n •o d s j o v e n s e v i g o r o s o s d s ge t e l i g ê n c i a animai, a
mente nu oi pot ado as ronquls ruçüo n, na r u a . n o d i a
Isto , I i qua I As I 'I d e c n l l u r u r
Já que é Impoaatael um terremoto
Bcontecr ao homem I I I . I S l | l ,
que destrua t u d o i s s o pnra s e refazer
n.' Hnivil é M i envi que s;'m d o roov 11 , ljnaoo
-• q u e r i a m oa d e m a g o g o s far-
logo, ; polenclnlissi- di atraídas, <> índio i de Minas marcharA para a s grande»
dodoe e «ivla - a«Rro urpeeto oUr-
reivindicações do Drasll-braslletro.
um | to di m a n l e d o crlrtllsmo brasileiro — a. n e -
eobre ale destruitj C o m o s e verá pela e a p l e n d l d s entre
aparente. vista de J o i o D o r n a s f i l h a , "tal
oaasaiio 4 que. s o m m s l s • o r a r e m a
auropeu, .i'iui. depois de algum m e n o s perDostlcIszno, uns l a a r a m o s so-
• ntra, siravfcs do b a c K r
bre esse material hérnia no • sulluml
domina oi H da 11 lileiroa a-1 edito qu essa rellglftii " c u j o pi
-•. p e l o s q u s l r < « e m o s a a n o s d a
furidament.il é o aii.i,ullamento tísico r
sua i . Ilsillu Infelicidade e deeorlentaçio, s dele ti-
M voltarmoa ao Índio, i moral" e e s s e deus "parcial e
Anul.i •>«• C " I remos s aelvs ds pstria nova.
nu Mu- in que os descobridores sco-
A antropofagia, oom o seu s e m Ido
ro in.iii-i ial humano pst ,i a < un uma i vardavam a revoPk, d o s nossos selva
de bri.s1lldndr. vse A frerna
uni He liu iladea modei nas <• da
mportnr, com mo In
aquele rapaz de calças de xadrez, -, des-
bravando o rsminbo perigoso qae tem
adealrmla <• viril > ilis Iduo. do homem bi de gravata sentimental, — Antes de mala nada, é neceaaarU nos desorientado ate u,
ganiu lormlda o índio aprendi u in duvida, a da "eacohi me dava balas de alcaçuz c o n t s r o q u e s e j a " c r l ô i l a m o " . no m«» E" p r e c i s o que tudw orosllalro e so
vel do nuio aiiiliiinli-, r a tet igiea".
e agi: as intclip.cn lar, ui e falava nul de mim. ,': v i s t a . E" o di>, •
c o m a terra. E' s pregues, E' s opti
os moços
irremediavelmente
— porqas os
lasoxlcadui
vel l i o s
ds
estAo
,»•
nrisiom humano do mlsmo exagerado e aem ruma. E* c trangioe — se resolvam s reagir eoafl
liinoa i i Inu humana da legenda e figura de Pagu p e i n o s l l c l a i n o . E ' a d e s o r g a n l s a ç f l o cul bravura s som foruo. p o r q u e o sliua-
humana. II , faina b hoje bxomprcan (Do álbum de Tarsila) no bacharel. çao 4 bem mala seria do qua pensa,
Idvntii \ prendia oa meios, cmfiu ilidu. Tuilo Isso < m u i t o velho, s e m duvlds d i g o mal d o q u s s e n t e s nosso .
cas. derramando na toi 11 ie defender da DOU Acabou com o apoalolado de d o p e l o s Jornaea, é b e r r a d o pe-
energia ronstmtora do novn C A R T A S NA MESA las tribunas. Mss. caráter destempera Conosco pensam lados se novos de
exemplar
as suas
liimunu
qualidades
da
l>ai I
In a s i l c i i u .
R ri deformadora da Inti I
NOITE NO CABARÉ do
mente a
somo o nosso, temos ficado
g r i t a r , n e m a p l i c a r m o s o re-
só rcsponsabll^-de me letras m
d e q u e m Já r e c e b e r a a s a a maus s i g n i f i -

rudinu n nte, li- menino, na : da tua os andrades médio. (O contrario cativas adesões.

brando illdade, em eoeapt oonhecldua. qua V e n c e r o u aer v e n c i d a , e s t á n e s t e d i -


Anulando elemen
tos (pie entram na foi maçao du aj suas possibilidadea de dinâmica e sincera.
(para Oswaldo Costa).
se dividem «em gritar.) lema a n a c i o n a l i d a d e . Ou I m p o n n o a a
nmi n seu modo d( Aproximou " menino das rcall Trea typoa hara-eaaeoura nprr- (O NOSSO COLABORADOR OS Basta i!f noaaa v o n t a d e a d o r m e c i d a , o u -
braslli KBCKBEU DO impostos pela hipocrisia de u ,
apurar, apenas, em (•••Ia a tua tO a ê Mia : tbsolutaa r ulvantea que inv.-Hu mortalmente o Knrttain Só o pa.rluniei.lo do aegundo Impei-lo
DRUMMüND DE AJl r o i s m o q u e I-AO e x i s t e n e m a a p a s s i -
VlIalM '.d llll
c o deslumbrara, s e m s e i i u i s r u i n in r u . s ; >A f a l o u q u e c h e g u e p r o r e a t o d a n o s -
D R A D E . A SEG1'INTE CARTA. OB» vidade insidlosa doa c ó d i g o s .
n i a l i i i . «• M i n a In n a C o n d i r ã o du
aquilo qne ano e COlcctlvidade. Afinal n sa vida de povo-papagalot
r^)):
nha inu dl da •• fia p ante apll i . ia que te n i Mos Impormos aoei a p a i e eom a
índio. Porque o ind i nr iosaa c s u l i i i i | Oo q u e v. m e c o n t s na tranqüilidade d o livro brasileiro, Com
de pm • orajani- ia i Ida Ihrre que ria s o b r e a R e v i s t a d e A n t r o p o A h i s t o r i a d o h o m e m n o B r a s i l é mal
. instruetora e eaima d o s e x e m -
ca da qual a nr numa rondu d fugia- Tiimbcra e s t o u d e n t e da r e v l s ilesde a carta de Vaxcamlnha plos da terra. L u t a acesa s viva da
gira o brasiti não cr Inten- antropofagia. Re -111 • a noite fnnclot leio s e m p r e no D I Á R I O D E .so e p l s t o l o g r a f o . s e m o m a l a Ideaa e m a n e - . a d o r a s . 6 > m s a q u e . S e m
Uai romo n meio fiai ção ornamental. Representavam rid ide da animai porque, emqu i ÍX) ( a p r o p o a l l o : o b r i g a d o pa- Insignificante senso das reslldades. •i qualquer violência material
olado do mu Io a tua tuperlori humano que o Indlo rep i vam pi i n a s d e dl la r e m e s s a d o j o r n a l , q u e s ó p o a s o poetou u m a carta pachòla e vasla. que O* Intel ( u a i . qv • s o p o d e r i a a n u l a r
\ eraOi lijtoft dade real na luta e n I . r u i l i n h a r e t a , p a - cima do telhado, oi H v.). Agora o que me re- é obra prima de cansaço racial. o a oooaurumeter o n o s s o aaforeo.
a que c o n t r a liatencia de pelejas diária* r a a i i\ l i i s a ç f i o . N e m ttll( c u s o a tomar conhecimento é da aa
á «nula de ei a f l o r e s t a e a s t r i b u s ini
ilo Ar- E n q u a n t o e n v l a v s a c a r t a A s-ta m a
ia e m a i . N a o p o a s o o Jestado Venturosa. s m a r u j a e s f u l m a d *
i humana, é claro | Pekj que se viu anota ligeira entre-
Inlclavs c s a q u e da terra, furtando aos
que «----a \ lõh nla cooãtruçio or- : || iiula-
rnvn o cbfl| O qu« conta c o m a a d e - vista, nao 4 difícil avaliar a estenaso
n a t u r a e s o o u r o e nr m u l h e r e s . E s c r a
dentro do houwn quebrar
gânica nio de re- copos com uma lentl são do : i e que ainda
do tnbalbo a realienr. 81 noo conse-
fletir A orient içio pedagógica dn Uta digna <i<- melhi Bton o ncr.jBU.in P ^ r e t . O prl
vlsando-os. Acovardando-oa com ama

cisivos da I •un In- \ reabilitação do indivíduo. h co m e t r o p o r s e r o m i m o s o e s c r i t o r di


cujo principio fundamental t g u i r m o s I n t e r e s s a r o p a i s aaaaa Jar u s -
i a i u q u l l o m e m o físico • morai. ará i menoa
aquilo que contribua pa- I mnn
gritava uma frase ..; h que nós bem m
sonora do ipie alUva. Incrlvi I mos. E o s e c u n d o por ser aupra-roa- ' d e aeovardttdoa assim, mm
u m d e u s p a r c i a l e h l p o t l t l o o . foi facü
Para iniciarmos « a r movimecSo. con-
A s c e n s o F e r r e i r a , o p o e t a b a t u t a de "Catimbó" m a n d o u p r o noa a carta
nd ••ntao a Irradiação do rai i l i a t a e Iram-• •?. Ora, p u r m u l t o m s n o a
tamos apenas eom 4 trabalho das no-
c a poesia que seguem: cura e ír o o indlo Juniuva um portuga. i mpiua.
Oa f i l h n a d o s oonquistadorc.'- vos, coneretioado na 'Irtis cn«4o-. nua-
A a n l r o p o f u g l a n&o « p » l a ura mo-
Pessoul - Voe/a digam a Oswaldo Cosia multo ma ter agradado o homeit ao Jornal de eonrbc 'e -o rtfjieroo na-
i a no i aati o Ido a noite que rai
• N e m 1 u m a blujfue. l-ide s c o b u r d i a .
cional.
n. II" e «U4 si ele tem esperanças em mim tudo farei pra BftO • -o a j q u a d d a d e e a I m a l l g e n
oo cora um law de capim. .Sinio m u l t o m a s nAo p o a s o a d e r i r .
' Inho p N u m doa U l t i m o ! a i i a i t i l i a <l. ela b r l l h . m t e . m a s a u p e r f i r l a l e s e t » Nslle eomoateremaa pelo lampeano a
L)e uma cobM logo me posso orgulhar: em minha poctlca ato ha uni ':• inili:nla,
de |< i minai t o r ç a , i a m p r a C o i m b r a . Foi I pelo ridloule. rada •• que representa
• c que "os m e n i n o s d e M i n a *
Io m a l . tsi.i » o macaquaaçáo a burslse. emravando o
nentim. pátria n«m preocupado religiosa H lira raspas nos pes de pfvn ri.-raiura sers
Brasil s caminhar. Tado o qne re-
Ahi v»e uin loré par» vooea. mistura milhão de \ li PNTH
f r o d u s i a UMOSOO. m n a o f o s s e l m . i
OTd> i i i I CulUira u n l v e r s a l l s s d a e f r á g i l presenta Baudoalaaieà hinutisme e pre-
Tirei o doa DOaooa ". v e n d o aa suas dansus tlpleas. i numa ipurtinha I ii i n e r a l u r a nAo v a l e a n t
. . I o e<-in a M m p a v o r o s a m e n l e guiça. Tudo a que tem infelicitado a
UMa poema ha a notar como. Irataiido-se de assunto eabôclo. difere o nlaada. M a s a q u i nAo s e t r a i u
rum rrufidlosa q n e Ia c o n q u i s t a r . U m b s a h s pais.
• do vocabuiurlo mulato dos poesias de meu "O.Ul d e a m l x a d r . •'• p u r a l U T u i u r , Uu.nl*
plot .! rei. p o r m a i s c o b l ç o s o q u e p o s s a s e r . 0 aiolismo — come a aatropotagla
Lcmt ranças pra Iodos: Oawald de Andrade, Raul Bopp que I riu ioneutno) •

n u n c a s e r i a s n p t s d e l a s e r s qua t> — 4 um intento HMM


vi e o Oswaldo Costa Aqui sempre ás ordens. — ASCENSO FBRREIKA. I mulo e lemnro w r o m FernAo D i a s e B a r b a Bata. t rallgtoso. msa aem estranglee.
Rerlle. 27-6—8». tapado i-r escrito a respeito a aigiixu Literatura boa sti ruim. mas nossa.
de atento. pela guardanapo doa 'gareoaa i «6 m e senti A vontade puss Filosofia aassa. maJB Oo» sentados qua

TORE'
u ilqm i 11 • i - 1
IÍ n e l a quusdo verifiquei qu«
| não ha IM P r e g x d v o s o — for-' ''' p o l i t i s s a dar do cerebre. E resu/ev, sem aavperstl-
I r — • mulo n i o tinha nada com a dlreça. I,BO de aenviveu»aannços e aaotlgos.
um bTipalefanada f a l r i c a s , o b a c h a r e l a m t d e fossa. —
I deus W. C Sepultura 98, , M davam A Revista. Pernóstico, pretsnoloao. Urnuraiits, e força Uai iritiva e sj>srura agindo no
i <ü\ Indade UANNIBAL MACII \1)(». Naa poaao poa setaborai »» AacWi (utii. o ba.-l.nrcl s o B r a s i l e s t a d a dl sentido fUfl hoasesM se imasandor<m
U g t c a . N a o püi-tie-jrf. a o cs relto de povsa superclvlllsadas. «atar entre st s anesrv fosalvei. ata a Bata
impressões d a dansa típica dos índios carijós lynwirn tejo. lado de espirito m d l o s conai>i.-io cts s a o radicalmente Inadaplavsla aqui

(P( Pernarnbt COMO SE FARÁ' a o a d a m l e a a a s d l s r m s s f i e s s o b r a o a yt m e d l r l n i de l a t i t u d e s diante


i r u l m e n t e u p u a t a s 4 n o s s o , d e i x a n d o de
Os dois maracás, DESCIDA (jimnlo aos outros "meninos" d* nio e t o d o s o s t a n t o s

um fino e outro grosso, o mocambo e o poeta atlflaa, c a d a nro d e c i d i r a p o r s i . O m s s responsáveis sela nossa desanima
-Ia. E s t u d a e n g e n h a r »
Concluindo. A f i a
atgo e o e a i
fazem alvoroço O"\h•• k possa-
iii: M\;:s
0 DE PU u
PEREIRA)
João D o r n a s f u n d o u o w M U a a w CUJO d s palzes q u s prochuem ferro •
'o e a b a n d o n a m o s n o s s o s r e c u r s o s q u e
• r o p o f a g l a . ET a aasaqaa
nas mãos do Pagê! 0 R e c i f e , no r u m o d e M a r s e -
lha, o n d e 4 q u a l q u e r c n l s a n o conmi ai per
i f l c l a l aalrA n o d l u 13 d.-ste.
pela tropical a b u n d â n c i a , e s t ã o nos s u
Btoo n a c i o n a l l a a i d o r e s . ovst*Oi o
.-. q u e t c a h a u m a s p e q u e n a s
focando e constrangindo. E psra ler
lado brasileiro, fez o elogio 4 o » o - guntara es v a r i a n t e s , q u s a b a o h s t a r o e a t e n a o nua
Toré... Toré... oambo. Parta elrt por terra, i materíalismo minar o quadro sombrio da nossa
a c t u a l l d a d e : s u b - r a ç a Inferior, p o b r e .
d e s v l a r t o do fim d e s e j a d o , porque e s -
rival q u e . s o b p r e t e j i l o a 4 a « s gando a onça, t anta, i tornos b u s s o l s d o s d e m u i t a v o n t a d e d o
tétlca. um s u j e i t o que s e d l s poeta, I ru trair u futuro, (• I
tamanduá. • •». d o e n t e . I n s l g n i f l r s n í e na
Bambus enfeitados, c o m o o bardo confidente doe | Parte «Irá por ai U que ela dava tar uma eri- e x t e n s ã o t e r r i t o r i a l , d e c l v l l l a a ç a o er
roa e s t r e m e c i m e n t o s d o s a d o l e c e n t e a em montai ias, < m rnalui a piedade de noaaa parte.
cumpridos e ocos, a m i g o s da p e n u m b r a , e o q u a l v i v e
lomlin bolua di ordena eaialenle, aem i I
rada b r u x o l c a n d o nas trevos de um»
•a l.lsde media. — a o s m i n de passa qoatrojsul de minas)
produzem sons roucos e m p r o s a e v e r s o , aa s u a a
maguaa. chegue ao cumulo d s escre
i plrahibaa, das lartaro nu scntii de que ná" deve ra
conae-
d a m o s A S u l s s o s A Bélgica — palaea

de queréquéxé! ver u m h i n o a m o d o d e Bfco Krun


Parti nchu aa, i- lambem nu aentido de
liudos, slfubellssdos. ticos
e m p l e n o e g l o r i . M f l o r a d s t e n t o d.
CAJtTAO O B BtAJUO V I U U U T A
"Mande-me c e m urgencls o s doía
go i um poaaivel conflito comque os p«-
cisco, A miserável abluçao proleto
forv/ts m a t e r l o e s . m o r a e s e I n t e l e c t u i e c ulllmoe numeras da "revuis". Naa
ria d o s m a n g u e s d o Recife.
— Toré... Toré... dinis. sim d opinião que devaraoa BSO ic-
— n ó s m a n d a m o s b u s c a r IA p r o f c a a o r a e q u o r U a lelros o "Diário" esgota-so
Pois o ar. Ribeiro do <.-ou(o fes r para e n s i n a r crlançaa de gcnlo. ten p e l o c a m i n h o . NAo s h e g u a t 4 a q u i . E s -
vantar bandeira dogmatii ilenrias. c u l t u i n . raçn. c r e v i d u o s c r ô n i c o s s o b r e o BM
com tanu teri u s eo- q iio de Ha
, emot tentar ajudai to o n l r o p u f a g M O no " L a v o a m e C o -
La vem a aza-branca, oa
c r e t i n o s q u e a n d a m a(ra>
•co e d o tradicional.
cunaima.,. rtajawMi
le Uberaba. Mondei oo i'oulo
aquela e Interiores!
no espaço voando, •• q u e s e s a i b a q u e o U l m o - MUS |ini|n loa piinclpioa. B* a s e ii O B r a s i l . B* e s s e Mendes d e Almeida, rua D o m i n g o s
• • 6."
o

vem alto gritando, c a m b o 4 um c a s e b r e llhadu D S lama.


ha d e h a v e r p o u c o s ao
Aniiiiii Ruge - • in. Prodt:cto de e n i s a m e n t o s
lores. Isso 4 q u e preclsamoa
mm I a
meu deus o que é! e que, n u m IMMVM
I ' 1.1 i Crlollsmo de cultura e de
graças a romã !
aaato. K6 p 6 d * despertar asm i «» i n u caracter.
de revolta contra aa condlçftea so • Ia I . i.las É
— Toré... Toré... n O Iruludtuidor
|ofio I 11 I! 11 \
,ii dua nuvoa P o v o I n c o p a i d s t l r u r o s u a t i vil inaa hienaa ak ratotira t ic
ali einquiintn oa "noeiaa" passam mf saçto dos fenossenus locses — olhen. Hi.in.i. S<- [i.'iiiu.iict r s s r mi Ta-
nu 1.» Ciai doa irnnnailnn ,,i da 11''iniM•t-iii.-.i. du re- a n o s s a m a n e i r a d e v e s t i r , o a noaaor • i» rvi lamenh
E' o carácará IÍ .-lutado..
Nello. • itran
l u s t i I.II esportes, a nossa slimentaçAo. aa n o s vido de umu ataa BtinurroM i
que está na floresta, li-a com aa reverências ao li direi do cn soa h a b l ( o i ; o e s . o s l i v r o s e m q u e e s t u ias que naacrtain, riureaceraiii o
que ainda nft< aaojaele p a u aaral>
poder.
vai vêr minha besta • I
1 era iiiu no l< moa p a n s o d o di

de pau-catolé! o vate conaulur escr*veu BH o dn i a\ MuaauliBi


hxendo que tinha fnl, t u a ti<- ...moo M patroa aobi o Imitida év l.utrão).
Darwin :.igar si assim fazendo trore
i- lodi
— Toré... Toré. -e qua "si
iiiiiiu ..ai i .iii.i um por aua vet,
ira nosso giMio m a l a uma par
expediente
Cristo i --ria nura mo c e l a ÚM ' I lieldade, que s
uma | ií du dogma
Cabocla bonita, Mas nAo nace nAo. Nuca mas '
a fuiolid'de d a clvlllaaçao.
da
: ondi das II uni,IN ( i|in

do passo quebrado, (ir as fileiras da rlasae


• pura
que
aunien
Ignora
MUI i iieo i" nl ' qu(
p a s s a g e i r a s I n t e l i g ê n c i a s v e r b a e s , n6>
a o f r a n o e i a tal p. i • •
revista de antropofa-
teu beiço encarnado rlefcndídu i
a exlsiemla do ar. Ribeiro Couta
índio, u i n í to espit ii" Intei ioi. uma <e»ei p e n s a v a m que J o s q u i n gia
parece um café! ODJUAVTJ
alimentado i llngul |a, um si n l i i n i n t o
fosse pseudônimo do slguri
i • atot . d a A c a d e m i a . (Órgão d a antropo-
de Andrade mal definido de m\ b
T o r é . . . Toré
telegramas para a MI/. iiim.il." — IWrlrand RuMell.
O b U t a r a d o s p o r u n a c u l t u r a m a l fel
fagia brasileira
antropofagia •lha a •
t e — m o r m e n t e p e l a n o s s o o b i u s l r t - '•
de letras)
Bmpn I urde — Doutrina de afon para p e n e t r a r o cerne doa foctoa o o m
Pra te vêr Cabocla DO BJO Ol-IIDE DO MORTE lentil • pactos — vivemos empolgados por un (2." dentição).
na minha maloca, Vinha Iploa. I i iio e diasolvente, •
11." numero
1
quand p o n t o d e noa n. - a l i a s logr s
fiando na roca, lerliil aBtropofajrtoO, M.iiule r t v l a l a —
pando , di ', •' auierl- U ., i g e l r o d l i q n i

torrando pipoca, Kuun aaialia , europeu podi a n o b o r a nAo 4 a m a i s b e l l a b a h l a d o director do mez:


que > > ' 1
DA BEDAÇAO DO "AftCO B quendi pela ajenle RAUL B O P P
eu entro na toca, rUECUA" - BAHIA E s s a c a l a d o d e c a r á t e r BM
mato Onça a qulcé! ( anl i ai do a< a|.ii correspondência
noas» i pau mulato, < »pi cleJiueute Kuy Barbosa] Nada n

A . ni \f.im a s s il M calia para:


— Toré... Toré... OB BBCiru - JOAQUIM IHOJOSA M i i n i l n i Ul u l fuga lenlo 11 m mais In •us|H'll.' BBBI n o ç i o d»
(do Jornal do Comercio) ii i,. da que . . i n . u i . - i . i s m qua Geraldo Ferraz
Agu.ii i .i.iluia-, nu rroi. • aem adaplol-a a o e u
A S C E N S O F E R R E I R A i u.io pronto, bupMi.itiugus Da "HtpabUem" •!< Natal, total, s e m a » l s * o d a na- caixa postal, 1269
— os |apoa<
miss macumalma revista d® antropofagia Ira cioosícáo
M l * vi ritual da Iribu, no que i lia nos Orgáo da Anlropof.igia 12. numero da de i' riattem filo-
ii a de I ' ' raa 2. dcntiçào
I foi lemi
I • 11 l i ' I IM
solíca do Conde Kev»
lei iios anlroj i I Da L, ?>. 1239 Anunciam-se para julho
UIIIU si . iUI ÍOIlUl
,1 \ l I
ryniiu. (JIM 0 0 Inferno verde I on
interpelai! que Fui n f< 'lei li >
nossas ,
ra csi mm os DO s> LVINO 01 »VO.
1 1 oi RAM BA
PA- granniue premiio iria exposição próximo duas importantes
qaistuu H Ie iü< i inçn dos reduclus palis mdo d • áo mundo no-
antro|iofagicos pelo despotismo de i npini pu 1* "misse»",
ik MIUS façanhas. A v liados de MIH •»1 • I S , i " 1
I 1
bnnrius
se, eu fora r.sv vo nestas velhas terras da
proxln louro de luxo l ' eslava presa
iuc pules, B Inntliem
| ti i , ;i rOlUOí
1 1 c rhegou • .o contimi fezol-d America. Tarsila a Formi-
i bordo, no sentido Qu Imprei c :i deus ' 111
de i-i,n i us algumas Imp de sua i i . inu,i
em perto, wntl i|ue *• i• dável ereadora da pintu-
para • Semana Indígena que u i im dessa en- idicipuln de- 1 num nulo t com uma a g i l i d o d i
Jorge Pern indcs i sl • pedindo dl ii ada pela t ra ide I ilon .iu pn» rie , 'iiiisiv li Iu de metralhado- 1 1 .1!. 1 111 1 \ . 1 ., 1. Poi IIC W
ra brasileira, depois dos
So iiara in iu "" s - isil quet i di rio x ! il ra de Iu imuns (Ia ri .ri dela, mu ou |u Ias mãos e prendeu iins dois Iriumphos seguidos
(.nih.i nia soubt - i e de onde venho. Mora nu • un- • • Serei lji subi 11 cet 1.1rielob u rlcl"
"Mias Maeunn'ma" do Chuy no
8 Ungu
panhia do Nunca r
rumos em com- riucncia do vi
I I-III n i n|o
• oloqucl 110 ponto • que teve em Paris (1026
n Preto, numa c I |o cahtrem na minha frente poli pudesac enfezar esse llndu ,,m lou Me i i ii"u de i
tomado as batidas pelas n somente dcsvi ndada pele vali n rio fin ido Dcmocrallco, As "mia- q i r Dllegaiii mai. lira uni loura no.o e lur- rocia lrafor-se de um homem inn c 1928), exporá pela pri-
dos índios aiiiasonicos, A flni di te i spccii Apui • VlÇl is". bulento. .'. eu, uma iriinca f. ;n- Ia me bater. Ble fes rara de ódio
mito ii csplcn o meu nomi pi imitivo estn> .1 de uma i iga mastiga- • o lado dele mora* i latia. Ru Irve
meira vez as suas leias no
dida i de rão di
inos, então, um Inquérito de per
lerto lupy w 1 adiiladorca; • .He J;I tinha o casca rioanle i u inrii i. Depois flojuel com uma < •• Brasil. Para isso escolheu
quesi impossivi l de ser 1 nmpre irran- chifre mutilado c que, nún poden- vn . Onde se \ i n pessoa forti
mintas pai i que • lia n spon li ndidi IHPIHII d ' mola ln\ ei lii ronlra is cria- bnter numa rrlanca* Comecei ) o Pio de Janeiro. A sua
desse mais Facilmente. I uma mucliochlta, hiil neit a rias luras, ai ompanhava com interes- II m e d o mofi' tro.
peclc de entn * ista nfto ao g< íto ilolnha i n rtprido, exposição se abrirá na
in.us lom Inmia- malm as quandu Eatl disposta a reallaar a de*. liam Ruy «. i dlom em pniczas do filho, h ceii i Ouvi n lossr dn lelegrafista
, Histo- fui foi li r Iu i-id.i 101 •
r.illi |. e IHM entre ele e n loom terceira semana do próxi-
ria do Brasil icni Z reci tobrel mde remio in havia njalnuer romhinncüo, Rn
i tapear a i in- K fosse 11 < 11 caroçi Sim c nfto. Daqui da loba po
roa di usada irelhai iria narii • ontra mim. l-i^ partia e esbar- mi iva pulMo «o, 10 um mo mez, provavelmente
f, lii i [ias ndistas. Mos, cuman. rava nos i rôes, com gen i 11 Depois, nfto sei N-m n que s.
mascai natlc. < Pai I . |.|i-, i plendido njui nol.
Do imento no di.i o animal o''ron t»'lo- no Palace Hotel.
. n squclle desembaraça cutuba so unt 11 miiri imbem. Depois, eu fn/.ia
, reucl Bandeira qu indo mus luc nos progi Outro grande aconteci-
mu n seu m( lhor livro será n curso ti.iu' paro cie. 0 tclegrafisla nem rs flsta Subiu Inmhem uma
os Ires poetas na 11 nos de 1 de ., sui orlava. Ura um homem ma- r "'n .i f.Tendn psfr«raercn
i ,ri i ngulir laml ;nt ie n rigura exótica
:
•i 10. .',jis eu insistia Pre- mento e a vinda do no-
. fir iram i oslns, d«'
Iodos i cui umins litera-
de um • Ie nome i • ROXO de
i ios. Thcodoi o 1 01 ^ i.ni iberg, que IY111\ra ('• '
procurei l p ir.vi rie r u ilu' com
cisava descontar a monotonia ile l tável pensador Herman
i i
passada entre os que Ia mblndi ihlr do
que .i \ | n i ' \ n a n bati
• nnquistnu .1 amizade do 1 beijos de minha mA( Keyserling a nosso paiz. O
i f;»-i int«rr
r Hi d( 1 ,, M robêl i- |
riinirll em Iroca rie nn silo 1 ihi ' immei cia de meu m •• ' I loura impih B- Rie guardara .ii<^ no fim dn vldn
mor ura ' nnta I ,1 cr npnnhia de
mais ou meni manel- autor do "Mundo qu»1 nas-mo, '
lana de rcconstllulções pri 1 ml
imtix li i is mai canh i pai i • I "-. pro ios 1 idios o alemão
nheceu em des
ti i uni i-ic recebi i ns nuti os. da P«aa ifiTi-i".-"in: "Toa*--
ce" já se acha em Buenos
i
actualidade do icrobismo nacio- 'iu:isi 1 em fazendo !••- ntc :i mim. Também me p h ' i i Jo»rr»t' ia Josí-nh **
nal. Movimentamos pontos curio- 'ri 0 ) Pam irys, ihc I '" rti ti- . Ison Por*0, d i r e c t o r do na rocia absurda n atenclo que Aires c demorar-se-á na
O touro aflh'll ' 0 ' T . - T ' ' - I S I ain
sos de Antropofagia, l» ra \|iur\ .us, 1 (ra Rckenas, Ynhn- c Pina assanhando indo. lhe davam. Telenramas sobre n n i ' ' ' i ( r o m o se fo««" para fíffMs
vos d- ssa "desrlda", em que " Ia Tuyucas, curando B indo 1 n nu si rido todo. d bei iblnh 'ouro, c o n v e r s a i o d i s c u s s õ e s w <'«• fn America do Sul alguns
cape c a baba ria manipui rie impaludismo 1- 1 nsimn- A'1! V.M o mano, senhor de lourn, vWias, fotoorraflns, levantou ramas de reeem mezes.
rem menos que os olhos de eu- do o linmiajor do 1 strangeiro. i lie leva um de [ornai, p'to falante. Ia i, c. i i '•••••p- , hni-rivel
riango da lapuya que vinha tin- N1 que rizeram Ires ista sem nome mu ni sh li a pai de nos do sobre o touro. F.u mesmo, na- IOII o s iHinos d o Ir-lcgrnfo sem
do margeando o Xingu, comecei • «:n trüi da Nos nos odiávamos, Men '>••< f i o . Tarsila é a afirmação
Rccosra Ia ao lonj sentii ma li lia no cm ação por um • m e r l " riem para ca Iodos os Irai i em me ornava mais. Si eu pudes- HANNIBAL MACHADO dos caminhos novos, Key-
todo rrispadn de cogumelos, a moço brasileira com quem bi in- nnlrnpofaalcos, poroue "I^avou-
Indígena espreitava o panorama quei muito escanxada na velos serling o grandioso deses-
da cidade de Natal, quando os ubá. Foi ellc qui me isinou mui- mo so ANALFABETISMO LETRADO
pero ocidental e a anciã
-nossos pnssos i ansmudaram-lhe tas coisas, si npi e consull Ini ilini
o geilfti ntc sc-i- uma mulhei complii ad 1 • reni n ''llioi cs symrj i- O «r. Miirin He A n d r a d e declarou ha tempo» que o ar. Menot de renovamento de que
lenle a quem chamava d to,nu f> TACILIO ALECRYM is«i' m >\i-
vii riadea. ti dei 1'icchia é "o d>4 de p e i t a da i - n o r a n e i a nacional". F s t i rrra só a America natural pos-
expediente Passei noites Inteiras trituran- do. 0 er. Menatti dvl Pteeala é a T o s c a . A Toaea d o noaao analfa
sue a chave.
do tyntaxi s, advérbios, substanti- genialidade DO RENATO BOI BON. — FOR-
'n-tismo litvrario.
da vos, períodos vírgulas, parente 0 poeta Me ida con- r \ i:.-'\
MÍS, artigo* e pi onomi que cn T u d o o que e l e g a t a f u n h a e p o r o u v i r dizer. E ' assim q u e a
revista d e antropofa- gasgai nu muita mais que espi- tiiui.i fazendo um anga' o-' rnro- il i r :i voces l.n IM pretendia
sou a Re- sua cultura auriciilar s e enrof-ca ás v e t e a e m a f i r m a ç õ e s desta or- romo deve íer o munda organl*
, ilizcr anula sua uplnirio
nhas ço de en
gia iiJdiin Moro MI ri d e m : Max J a c o b é enrrenlmta. Ora o u a l q u e r n n e m a n t r o p o f a e i c o lado, a iiii.Mifi i enego semnra
lie, então, que lias ia um p lizàu Veja-se mais eaaa smoatriahai 21S \ • i u i B i snbe que Max J a c o b é um doa rscrltnrcp t e t u a e s mais atncadnn pe- iiiinli) l a n i e . i. i pensamenfa
muito Imnito, alulhi 1 "' diacipnlo di I rici de • a Intiodti de miinil". i Ia •" u 'i '•'•• b >ht
( Ó r g ã o d a antropo- nlins, di MI s, onde as rlor Ia i li"- se den to-- surrealista*, S e for preefaa, i*•"---»-1 qjne s< acha aqni e que IAque a realidade terminou enuipie-
Wall n- •• ili- .-.in I boasas
fagia brasileira iiiulhcrcs raziam que nem rio, '17 fala portufju.-z informar í Mi r. Mi eeasa lambem informara q o e t»- latnenlc seu prwesao rie fi
puyas, lambus . 1 ura I 19291 com u Hegel lFlRW>fla da l>i-
de letras) uçofrao e usprilavara os homens qual a rerdade se funde u erro, midnval • scandalo nus colunnnr sa e s c o l a pariaienae — d e que é um doa Sbefea — nfto podia, c o m o - e i t o ) .
• > erro .- .|in linha d e BUD do "Pt IV( <" furna de onde sahe quer o vate italo-minctro, estar etu moda em Sfta 1'aulo ha quatro
12." numero i i dia a n o s p o i s nessa é p o c a e q n e apareceu em Pnris e lá c o m o aqui
Que s e n t i d o teremos <K- d a r a tanto como erro de facta
o b aaileira?
veraarto: ls~, nanes e s t e v e em moda. Outra coisa de que Mrnutti precloa é apren
(2." dentição). Por rodai i.u venho ••uniu
N.iin almenle |ft avisai H
der a OaCTfVCf n i t n a norce Ho f l l o M f e ln(l«S ti«itr.inil 1'nssell r
idos
numa "descida introp l (•Io p lulistano" oV o d o s perfuiniataa fraaeesea R e g e r *• Oallet — p c f u m i s f a a muito
director d o m e z : rense I i-oirun- mns ile'entori * da udmiraçn» provinciana d o ardor—u
liorquc me u
RAUL BOPP doidinh 1 ialvi 9 rieatln- I ISCIHI.;. EUe teima em chamal-oa de "Roget et Sallet". Borboleta
tão 'ifníi de nfto iicrder as ra Si e u f o s s e um p o e t a lirft brevemente <i passadlsmo
N ã o .'• atoa que C,uilherme Je Almeida ( l - n i i i o i n u ha tempo». «In .Sil-
correspondência inidas. Desde que Iodas as Iribus
negro que o Júlio Dantas ''.e It-iiira andava ,/ianej.indo c o m p r a r uma ba-
0 é um lnir TU lie uma ale-
que vieram ria planura do . e i r j aasuslodorn,
para : des, iio- v. ir a V.m v umii ratinha R e m i n x l n n . E uma v e t , e-n a l t a s vozea, num bar. pediu a o '-ia avassnlantei
por PATaR licrnicloso. Nfto km» nmla n sé-
t-nhcceii mie l h e s e r v i s s e " S o d a - W a t e r m a n n " ! rio. Para fater rir maio, aifol sa
Geraldo Ferraz fins do uo 1 Negro, rias terras i n a de wn bui wrala e»
ha vida
caixa postal, 1269 . es, das pj 1,
Comi 11 ui'i- FREUDERICO. fomeado i o andar rautelosa rioi
i m 'i i loa banrin, Neaae persa*
1 monótono I d o 'itie u sisudo, refletiflo, longo e
Oll d ,: blsloria nollcla 'multo mil •• histoirc t c u p y d'un jcune h o m m e assoupi ipagada romo um eJrib, reaida
que as fr lea das ultimas olri- um anarquista «In peor
vae sumindo devagarinho ImaRina qoc nni desofn- (ESPECIALZI.S HO l'RA N 0 * 8 )
As bar lindos tiveram o maa (tosto de •

us frul bacaxis i.ir o ni:i do nascimento D e r r i é r e Ie-. paraventa d*UTct •ne provi en a r r h e nxwnl .Ia
C.i nVnlaviiit minere Codeui
bem defronta do nlcni-nr. louni' r n o m e s I •* mais ça lul promulmiall une forte nlemporanra, a sohnaa
gritam num n lelle, etc, Sabem n que coequeluche :iii inliq imii-in de savon ni Kmiilron. H • lo <r. lorquala o Silveira ar-
Ieu1 Descobriram que o ntenail englouti Ujnc d'af lui Imporlail |»eu de pnr I raeante:
vmquunto um
I 1 tudinbn iüustre cantor ria Iraeemi é fi f.iius élastiques pour furger des M Irouver smoureua rt*ime midl — Nilo quero <i»t>er oV n a l a .
1
i n a s c i d o n o Ideai sl attendrissoroenl enter- nette blslrée A Poiirourou. II ai sou uni homem elegi
tpie us traia. ntt em Mi prjana B vario re, s. Semestral étall bon | l.iii li Irouver svec un bnuquel i itn I U M I 'Ia
\ minha lerra 1 mais iiiosiri destai bandas do nageur fui ibund, niangcui rie helteraves el rlle l"i aonnnil Silveira nunu !mph?s mmhmça
tqui tudo li 11 di icende dlrectamenle da romme un i erf-volnnl hora de Ia nina-
Si nta iiu iur saiiiiii!i,ui|iH-, 6lan ÍM iiiiiuur^ étnienl Inua a do ile i-i>iii|iii'i ilssofl que Iraeh a
.01110 os vestidos riamo nfto é1 ie cororoe un poil d'éléph II
hu m i n i riii Iu- ile riislanee. I'n |o»ir s'étanl . na senhora essa mesma afirma»
tant, a se servail de son édw R çjo rieaabusadn:
\ i ; i n lO revpllle ile w>n nssoutiisscmeni
.nin.e erhalaa dt ia fausse .ir ,. ••!. -ti .1 fit avec Dr — Sou iim.i mutier álea
romo os dentes RI I • DE HEITOR ALVES fltsDhanaV galantcrie. H na c foiilail
i j i minh Sul Hi > 11 : ia raie q u i n ras de inononiiinú- mol un marlnoe ptatonioiie. i'iii-.|iie a ai iftrin «U» sr. Tornua-
\ l | l l i Iu • 1'nii humoristne favwri. Poui / . p r é * ilix i. ti. Ri^ iu nfto é stantaroa nenlNam de '"'ia
Ie costellas. ronti »rlo! K' pro>
101110 us o l h o s eblouir snn sable ii avoil : mol, i" ienl de
A n a, meloaHea,
Ias minh mer gente que nem s.i iwitrine en signe de < «m itii-ii-.i. rii un rold rhi rftie •!(•
v1n11 o oao Ouakpies fnis ii se promenail vetn tarifaria!
• onduloso Monl Paaeal, blen i<>in <le leara O *r. Torqaatii Tn\*o «In S'l-
como um <|u '1111- KOSIIISO d*une paire de rhausscftes li i relra •' alegre n qankaiiar hnnr,
como dirá IUX talnns et :iux orteils, pnui > i-
fralrhir, se IIÍMII-H. lê sesle de un \A lias. el'e vil M.inloo, et d e s por \iiin fleaaes v|e'os nreulloa
r u berra do Fablo Lui que ninguém salie, de ipn
iqul na Gymnasio fundamna ris llisatínn palmipede li sentaii pamiera. ••nem itoM-onfln. Vendo-se o s r .
i|ue mexem com meu 1 1 n uma Irlbu para agitar « im i pour 1'évojr mnehé des
quando pass i munem diria qoe ele é
\IIUI na minha loria
i de nutra bcures Intertninahles ei en d o 1 o u r um h o m e m nU'«rr. Mns r.
nianeii igla no lemon laver lea dents avec dea huilina
1 muito anil paço. Sã.. Paulo. PAO-llfVLV
1 sói
nfto ti-ui lugar proí brancos
que devem Ir pra lonue
rio Antônio Saltes pra nós
pra lerra que ió l o u
ülgodfto • Bopp amigo,
im recebido a iranamitido prompiameiiie aoa earnl
drama cristão
Ibea mandam por meu Intermédio oa antro- . ,i.i menina facilitaram
S Paulo, Deixando o noivo rom ela, ate irs 11 do noite
d o paraná (curitiba) M.is estotl i lO v e l h o )a para s r r a fiel a n t e n a receptora Ambos sozinhos no cararnanchao.
CASTÜ DB joao oaorr
das ondaa revolucionários que i rradlando por iodos Uma lorde, pela hora da Nnta, den-aa o dlorn+e.
, A nl ro-
vales i' • Ch.ii-anili., i-l.i ronfessou ludo, tudo.
pot»Kin i.iiirru i|iw noa
Seria melhor para uns e outros que vocea ie \ ume leve um ehlliquc
lar iiiitriipofag-lcu poro o pii- mente com os nossos canibaes, cuja fera simbólica n [i ntc da »Islnhonça
•lIBO mez. U praM prlnrlpal: pinhão , li iu tua loca na redaCCftO d'0 Poro. a rua Uai Dvpola velo •> romlsaario do sVatrito,
niciea o p«aaoal naiura
Fct o unlco remédio q u e lhe deu BianUUtO. KntSo tcremou a ima- E aliro os braçoa soo o pretexto de abraça-los mas real O pae, com geatoa enérgicos, nx»n(»k>gnva na v
aliivio, dep«i« de haver experimen- nho ScMmll iti mente para não ser enguiuio. — "Agora lom qua casar"l
tado tantos o "Toa •e pego- com o Paulo Taah*. Usa ANTÔNIO SALLES.
Inatilmvtti'. puro aan^ui «raba com cm i 929. Nu outro lia, entre v e n s e flArcs
A C a f l a c p i r l n a . além de ' 1 tjraba! r.atou apujlnndo ao i; um sul que liatia nus v i d r a ç a s da Dch-aacia
lugar • i i i iiminia
aialinar a dór rapida- • Ia i».ti, KL
mente, favorecei a eli- UM POUCO DE ESTATÍSTICA
do tcidourico, Balava salva a honra da fnmiliol
11 onstanre con- o Brasil t e m 8 5 1 . 1 1 8 . 9 0 0 hetares. Des-
txibue para a • ERODOMT-CÊRA | 0 pae continuou lendo o "Jornal do OfMOffvaaar* * riora rijH
affecções rheunwiicas. ' O O T R A p<}R DE Cl£ClT.t^
sés s e m e n t e 1 7 5 . 1 0 4 . 6 7 5 e s t ã o s e n d o apro- Irvfeiçoea
I,lr.it i.imhtm. lonlr.i.it v e i t a d o s pela agricultura o u pecuária ro voltava do Jogn pela madragaihi
dons ile t*k*fm\ a>nit< ..mi • Iraqw aa -W "eradea •
ttmwidoti aaaMfj D e s t e s últimos, 1 6 8 . 9 8 9 . 5 1 7 , f a z e m parto JACOB 1'iw I-IM
OOTURE A CAHIE COM
nrvrali/i.n; muaraVN- integrante d e g r a n d e s p r o p r i e d a d e s , fi- lDo HTTÉ m wlt "At, **" M i " )
( Ú l dt nolKt ptriíuliK,
txttisoi ml-
CERODONT c a n d o , para a s p e q u e n a s , 6 . 1 1 5 . 1 5 8 .
ítoluoi, rlc. • 111
• lialito. o valor m é d i o , por hetare p e r t e n c e n t e ! a duvida entristece. E é preciso ma-
AiM ' 1 -\ o i ortAçXn a brasileiros vale 5 7 $ 0 0 0 ; p e r t e n c e n t e a tar as razões de dwida. —
N£M OS K/.SS. PH. "S. LOURENÇO"
Al.-imeda BarSo do Limeira, 88 estrangeiros vale 1 0 6 $ 0 0 0 . P e n t e s d e Pyliranda.
S. P*ULO
Pac D I A P I O D E S. P A P I . O 0'tlnt«-felra, 4-7

revista de antropofagia i italianinho se«n iFeiras letra' a antropofagia em marcha!


Órgão da Antropofagia 13. numero da
0 pofta empastelado |W**»otti dei Piccolo contí- 1. • A V K N I R
Brasileira de Letras 2. dentição AM HROPOPBAI ' ••: I

nua irremcdiave^cr.te r"-~"-'—to. Supõe que todo no- Vir •


CÍCERO DIAS me francês tem Le na f r?-'?. r.' assim q'.ie em vez do


i a r s i I lo Paulo. 1'tilgiiran- conhecido nome de Andrtí H.eton, el!e escreve Le ,!.- n a „..,, . M , r, In:,,, i flaimi & dol-ment |
t, \ii.i.i lempre eon um boneco
clpfi Tll- que pflrmi . ,
14 tHr»

sumario do catalogo, cri trágico, Desta vea foi o Calões. Bretonl Fica mais bonito. Le Cossuet, Le Voltaire! i '*'
i hornn»
a Age - ul
Personagem da Cícero Dlss.
impressão, da exposição | • de um» poderosa
0 nosso grande An bal Iviacliado interpelado so- • IUTIW. >i, tail,
ftÚX Meu avotr
Tarsila, que se abrirá este i osói.s e nAlém «li.sso, n s u a b c i r
tido da \ i d a esguio sob uma
bre se queria responder ás grosserias do chefe d .. A I-I boirac i •
cr" rlli Irs pi nsatl • i. 1 em • cio do Bexiga, repliceu por telegrama: Et ntti i l t u boul
mez, no Rio. omaatleo. E o - ' ' iprurn. •^h! je v o w dlrsla hlrn: -(j
d n'.i|lc7 pau uma • o r a r ' eov
\,,, . . .. i lana d< Ri n a d a Pai li da oceidente Importado. K "Merfoti não conhece o surrealismo.
cuspiu fogo. T a r s i l a di«ne q u e me - idlgteos alt eu lleu dan» un tfaintpnatt qu
Tarsila ei 1'aatropopaagie, por w I «lebre C í c e r o e m p i n t u r a ( a i f o o t i n g . ISS ár-
escriptor erttico de La Presse - 1928.
Eu não conheço Itíenoti." 1.1 Pa- • • " • " " ' '• m * « . «MtasMMV
'I',' o m a i o r a n d a r i l h a d n I m a g l -
frtxposHiea Tarsila, pot todra* Warnod tu Comcrala — n a ç ã o b r a s i l e i r a " . Le Diderot i\".«r\p ou |aa ateppea sana li
Slbírle. Nun. <lu toul. c'e«t ca mer tOM
• lllfln y-wvcAr
Paria - KRM
IA. lout DTé> SS 1 ie enfln. drables,. .-
Algurana opinlôei parisii asa •st qu,uai ii rasjira

desde o Rio Grande ao P a r á !


Maárict ttaynal Ma..Tmilien üauthler, Louia Vaucelles, Serge le poyi le plua cIvIlleA. nmicleuji de
Iwiute rulture. pourvu <i-i chemlna de I romrr>*mrm.
Romof, U. d< i'a\\l.ivk\. Raymond Cot i -m. lemriTAie de radl.^l ao-
fer, de trnmwaya et '1'avlona. Lo pro
raraiu do Amaral, pi Monto I mea ik «•lallste. bUMB ealsl. ei M M une bono»
ci"fl eet •
Lisboa - 1 i n .'n rlsadroM
ia Blovnqule oocldentalv. gtOpSaSOt
\ opinião tk Maria de Aadrade. re A bool. Mais funnd n iMOes
A opinião de ires inimigos da antropofagia: Plink) Salgado, O m o v i m e n t o a n t r o p o f a g i c o r e p e r c u t e por t o d o o Brasil, empol- Et pulo. le Joll. le fln du Bl
»er du C
'Ut* ceii TzlKÁnea, de.« coumets — une
Antônio de tlcaatara Ma< h Marty .. non, -<-T.-I' •)
g a n d o o s espíritos j o v e n s , n a luta contra a m e n t a l i d a d e d í r ^ S l í trí» artlstc, voti.^mvca, — ne *i« t'.'M'Deu p.nif niol.
De Manoel Bandeira »e «fcVl Via content'-- . v "MfviH*
De II colonial e contra a arte e a literatura d e c o n t r a b a n d o leura vli:tlnir.i. oommc -ça, rniidem^ni MARCO. BODXElfOE»
Cotao Sfta Paula esta oaltls "go de à Ia mauvnlM frasquelte.,.' SI dono •Ari. do • n s i i < I,, 'mia, »-!<8&X
1
\s:,is llratcaubriand - i' Desde o Amasonaa ao Praia, melança doa rnedalboes, do ban íi lio do ampl i lolrado II y a deux tcrnma» parmi MM, deux
De "Vogue" — Paria - 19'2ti. desde o Hio Grande ao Para, erm lantes a t< i fines i-ulMliítfreH. qul Y'úf QBt |
rancido da ooira panda • í t L L I T PARISITST'
De "Cahli rs d*Arl Paria 1928. o movimento antropofagb üa corumlna ojuntam marava- cette nuui-riture orlÊlnaíe eeton lea
Da i i s - M i d i ' , d t " R e n r . i s ü i n c e " , d e percute com uma inti i Temos .a dentes afiadoa paia Ihaa de barbatimfio, misturando- tut plu-
v irmos oa miolos em mo- CAIÍNIHALB8
•Comcedia". de Jabl 11 vivanf. nunca Inmala alcaneada por ne- 1
Artigo de Renato Almeida 1934. nhum movimento anterior. Pela lho branco, destes iransfu i uillia do Isqueiro. sana p«rellia|| Ba • a.:.-, do p-íemlére
artigo de Paulo Silveira — 1921. primeira vei, BI forçaa Joi i nativismo qua/marc" das investi- Está feita a coivfira da Serra ei lea plin ê(»nnaiitoa i" UtCí . moii ^...it pour KJ Omtm%t frsleh^ ü n r t -
A r t i g o d e L u i s A n n i l i a l P a leão 1926. Brasil K reu*nem - daa de n o i serão para o brazido alegre do mun-en guise de hure d ' u n nu« dngnltlasiiisi' a..e ( tWor- írmpi~
Artigo de Tasoo da Silveira — 1928. contra a mentalidade co- iransfonnadta em almo pétlt. '" me r.ioíre IdVrt. doa«eiTw4|
quem. dans lea cadrea de IVrmeml: 'lo-véff#-
Ret. Primeiro Salon des Vrali [ndepeadaata — loninl, contra a cultura de Im- f r i t a s e m b a n h a d e t e j u - a s s i i . Bn cutní, qui I «prati-
portação, contra a falsa literatu- E venliamt prú cá eom versos .\ t i i b n t e m M i n o d e c a r n e jUVtsn. J a M ».>i> pr.n* pee p h » mai,
Paris - 1838. que, «lnon rr>*ci)latl7C A propreq»ent/dl- ai mon j * ri m pl«a.
3 Poemas. Blaise Gendrors. Manoel Bandeira. OswaM de An- ra c a falsa arte, arrasando ve- dt Alfeloaa puxados i cabotinis- chea ces amateur* d» mets- ' t r « n
drade. lhos preconceitos, destruindo Continua a estrugir o boi*e. gea! /.itc quètl. !. <juet)e
Qu'eil penes )o hoiicher7 Ceot M Caí"
Igrejinhss de convencionalismo Safa! A pandilha - Irrompem do atio da inata- us vlgueur dona Ia derl,«ii.n et quelle sOr- det de ate*. sooeU, d".-i»rtaM a
social e elogio mutuo Uterprto, indiuidos denagmaa a Caraillo, a priroeigoa ululos da 11 honorabJa^iUtíaif -organfae, V&rmAa,
«Uiímaiiiiu..- í 1 >•
devorando com gosto e a gole -ti /.oi;-,/ r, Plaubert, Uachu; ligoa se r,erWndre c e q a » le
soiu et i psUassat l u l a ( t a * * *
ínadaptavel. \-,sis eu Macedo, (aniniges deputa laBt'.44"».nnees Ias aransins Ce
() l a i n m fervo n a s I
No Pará e m I i ai .i I uni anti-diluvianoa rhtoocentanjfOs Mbtj (/'"içrVr.tf.-i paj urgaiiv. c u -
' ',a ro- toes les paya*i ta*-" ili.sp i n u t r o j a TIC-
-.• duna de antropofagia. 11 — marsupiaea mumiflea ro» nvintf ftDih^.poptiiiKO. Ce qVÜ aé
II y t "des 1'í-Jaunça q>4 Ia
tado 'i" Para*, o (ornai m dos) aera devoradu no ao derredòr ia O á m . , . me »ond pna. II le ^end A d'aufres. «
portanta de Belém, manifestou Agüenta, aegi A tritui tem fome de ombiára de» prlx Imrnode^tee. Mnja lea voiteSa,
em eolumna aberta a sua aympa- l l l '. ll< B a comrrt* saaVa^aaajDMsa r>r}èrv&«Hi po«-
No alto, bnn no cucurúto da
Ihla por noa Em I •, onda labora o fo- E, os caboi I i Ttr- Monteiro Lobato adhe- ^cla »olr m- pay-f '. -• - lu bldorhe ,ni..'iSl
leur ilMnle.
di grande circula- ido J i mi ema preta, será pan, ut r e , l rntrbbofagWl
ção, é i • mi I trincada a Ipcui doa desnaciona- roa,.. apucO»- M dvtMBBtlon. ntaie awv» m a n .
de fundo já lera-se ms- l i i a d o s c o m !\ s u m o <la Jeipiilaia Vi nhasn os Marlnetcai duijra "A avolmçào mam.il eaba c t m . . for geona, Inee iroMlna et aapl. de Ia «lande
BCIOI adomente anlro- de malagueta a fartas btplngua* alies: venham Mart-
aetes, nedtoa e rcpolhndos, mie mula: conflcleDtlttiçSfl Hq íi:cansclente. de-boNif. ou >ií inoirto-D, oa <*e áhercl,
de jornal, "O u d a s de • ;.içt'nna. Progredir é õoniwoei, aiciugar, . "ter ou de to>)t aul/e a^iveü pac^rique.
. que publica edieji lula a bola! Tanga] estanÜDa ttonmtai o por uma' bc- •uM" do' <!«• Oi abria liumanu
iginas, acatia checha da carne branca n-toga- jil no^ t.lnpos rual«yr<TuM.j.u pnbln "dM tandia a*m lea muy»Kw ~ p«r ea.Tupf*
lea tzlganea t.^i«coalovaqaea ajue l'on
t.l.M I N o DE CASTRO. da em molho de tncupl.
de Inaugufar ura supplemenlo IntJtlHttafí leto *, TncniisclentCiiifutú j l g e àotuellerriciK du «Ave den Car|>».
antropofagico — rANGAPEMA. Recomeça • ntmúa Ôr.i, uma aiuropofngl» consciente BRo tbea - mangenl tle rhtlmme. La .IvIM-
. i|ii. gostosuras; A hora d a e m b i á r a o estrugir do I -te conceito''. satlon se meaure au gool qoe r e n a,
<)s ruiuiniiis vaacolejam maru- sou poog Ia vaiStStts de asas
ma cantando ao pé do Ser- c á s . . . Jéqa.Tatt", i
D e s e n h o d e Tarsila
F r o n d e s n a Carnaúba ra-Meruóca. a incentivar os va- As cunhantana r e t
lentes • ils.elos da OcAru, fuz liciosajB a a r d e n t e s , n a BOCtUOsa
WM poor Ia cOie^d-Adam, II P'y.a paa, va-
lsa les deus, or.e blea granr].: .lilf*

a opinião de Plínio Salgado I o s AM|G0S M ALHEM) "Canta ... landaia nas frondes n u t u m u l t o d e n l r e o vohipia da gula, pena vasl Jurandyr ManfaedinV é P a ^ r
nana...
Ffcldor.. II y "en a' noe. et d-lmi.. ,-
' IIKI! O floresta, brandindo u langapema. reiraa sol i a da sol. nostro. iy. h». gãbta i.m-, bt-rra utnce! Q u ã o * en r»t ítitria*. eu paye
. . . Tarsila do Amaral, de q u e a s froti-le- d.i i i r i i a l u d ü » , ConttnAfl a estrugir do iioré. 0 brazido da fogueira de pau .ipKKAli .trnnscreve
DOW manter IS '.Jote de »eao. Qiiáóa
quem Blalso Cendrars disse qoe a g o r a , fazem, è batei as palmas A biaalajgeBfej .,,.»., greo, <xl}- iskV jiroüipto |>ara«a mu- urtigua antroiaQtaadeosf Beterra on j i e rest paa, ^uü#d ba eat caunt-
seri:i capa/, de provocar um mo- nr m H a a H e (ic:T!ii:i4>oainoKfiv
vimento literário... na Rússia. Santo oíicio antropofagico ú marcha Bccèlerada dos eanl-
baes que passam Iniciando a co«
despede i flecii
i lique- Os pagée atiram précea a Tu- . quer artigos ;
bourser un eenttme. a e aeul risque «t«>
Nio. Tarslta á eapax de prd- i p.ni p. : Sou- mouTlr empola»nnê, oa pendo.
VIM-, i- u m mi n t o llti i enquanto nu largo tem li ,i,iin, para "O PA/.". Ein l>.- Iv-!ft»iy~. t o ^ . v n l a v a q o
rai.il..- Blla trai indicoc? Além disso o sr. Plínio Salga- o iDodernismo ae acinde. mangeaieiil
S veis dessas grandes forras ele- do, por fazer questão de produ-
i.ientares a q u e estou me r e f e n n zir uma obra modernista, apli- 0 DIREITO ANTROPOFAGICO ocára i 'luz a langapema...

bem
As
oa
ia
6
lam-
nnte-
Uneiro" dbigldo por rei>4« apparaiasern
ii u m a
un pr-sset A lou» Kur"

trea ei Yon «"«.-arte iTein aln.-J


oouime rfea moui-

d o . D u a s d e s u a s t e l a s p r i n c i p a l - cou todo o seu talento de reno- leiuanal para :i "Antro-


m e n t e lêni u m p r o f u n d o rador ao estilo, caindo desse mo- O bacharel Pontea de Miranda lançará as baaea gostando o sabor deú um par de poTagia", I^iU- Criòlo, a parte feralt de pestlferea.
ãn " m e i o n . M í t i c o " e d a " v e r d a d e do num erro a que é difii il minuta na vmpatico ao J e me dema' qu. peot uoun
r a c i a l . P e l - a a M m s e n t i r , p o r q u e par entre nos. Nesse ponto a •li a s s á . . . movimento. [A parte po- • utorl«.T A leur marqaer A (a Safa 'auf
o artista não pretende mu i grande Influencia que se nota no
da futura codificação dre du quv toda literatura nao da «iegoot et lont «Jc meprta.
Ira <-.ii a sinfio fixar um pensa- livro é a 00 si". OswaM de An- BELÉM, 2 (A. li.) - 0 "Estado do Par*1 publica um toptou Caiçuma vale uma tida andsade). No Pa- d'hommce, **f quita WaraitM paa
Car. d lea Ulgrinea ae nounissaieot
mento. E essa pensamento, mui drade, principalmente da OswaW raná, Paulo 'i páo nu aone doule liciMe de ue nourrlr nor-
Ias vezes, è ti .a revelação pro- de Andrade dos Condemnados c i n f o r m a n d o q u e 0 p j r i s c o n s a t t a P o n t e s d e M i r a n d a , t o m a n d o a Vau• ' ama üordiaho Sehraldl a no clertea- maKüwirt. e'«w quMta «uient r«duita
phetlca". frente doa pioneiros da Escola Antropophagi* entro tW na alto da St r r a . . ,
de J o ã o M i r a m a r . Ha t r e c h o s e pouco li • a reforma !
' noa regem Bruta vitot ia da m A lo plua »ni>te ei lo pine sombra nit»
»Do "Correto Paulistano" de 14 trechoa da verdedeiroa pasuchea actuabnente, uibstitutodo-oa pelo direito biológico, que admitte a ne branca No Rio ürandi I ,'i.flii ., IJ i Í.-5 t,-o- '«Wit A nu-
de f< verelro de 1928). de autor da Pâo-Brasü. Dês da lei emergindo da terra, n aemelhaaiça i inuquém... ii.ia. Mas a vitoria 6 oos- tre paovre cl.jh- une enveur que n.j'io
forma Fragmentada at< soa me- vamos assar bocn le su.it.. redactoi ial ia d'apprfelwr.
Essa noticia foi recebida cora emnusiasmo antre oa adeptos da d e g e n t e bl da "Diário do Noticias", de Per- J'aurals A Ha )• ar qae le l
nores cacoêtea daroanefaa "AnttopophaglB", qtu (fio multo numero ipital
escritora a escolha daa imagens, na grelha de aratlcam... to Alegra, o |onml mala impor- 1
rn'4 paa. J e UM aontenterala
tante de
a opinião de Antônio de o ritme
peculiar a OswaM d< Aadrade com i
injas
á...
"PAGU — Pago t< ia nome, Tem
de les mettre a o regime da Ia -uraU-
leur temia inmin»»
Alcântara Machado de estabelecer aparente
lintiticas entre fras<
.m polua da lucura
personalidade. •lu jiroílt. irr. .lu g^o.'ral •( da cure , ,
Alerta caboclada, Tada a gunte (]"•• M, * BBrjvuaD tiOAcara.
Outros nrti ias ha sem dnvi- t •"• n i nenhuma outra posslvelt tu- ris Botr" --6-2K1.
da, ftaBL*" 'lalfatti a Rego Mon- • o ir. 1'iinio Salgada vamos ao brodlo da pooèma.., llOrta OOvfa f a l a r ,
ilhos
teiro, por ateraplo, emancipados mitoa l. 18a perfeitamente que agu.
' ma...
também das velhas formulas pi- He mesmo é capas de não dar
pela imitação. A g< uma ii,, quem pensa aju e l b 6 nm ETT TCKT"OSIJiV&tJTm
etoricas. Mas nenliiiiu Bttingiu B^sim insi-nsi- K' u m a n a >
LE "PBOCBti DBS ANTHKDPO.
a i n d a COB I T a r s i l a d o A m a r a l velmente, naturalmente n Uai. apenas. Uma mulher igual PHAGES" SOULÊVB UNE fMO-
«lança 1 as .iii-
um grau lao hslena ei iplo: "0 en pu -• ulo Mar- TlOn CONSIDdRABLI
dnde, nenhum possui como cila tlni-sèco, inusUgado com iras mulheres intelligentes. Tem
vamos dansar, dois DU ' iotroa pares
o dom preciosa de ser i bnente bonitas. Sem dleiiic .lu iir.-.!-.^ Ala '.ntlwei- <
• ocktoil gisada da dlagra- vamos gritar
t e m p o e d e s u a t e r r a . A a u t o r a Mas 11. i.i/.' . rehunpagui ai.,1- na i • '. que dba oa ser sen-
l o u v o r e s a o IUUqU< m : s a i i o n a l . Blons .!•• |Hi.».V.i jwir tn aofense et qui
desse quadro magistral q u e 6 o páduaa bran-
ipiraçõea noeturnaa "Muqw Toda a cidade da Sao Paulo dea cxiieru, ÉaM
plac-plee, "miitpiem riu Iroao,
mesmo s e r c o n s i d e r a d a o verda- da "i idrugada verde, as •IIIIIC[UI'!.I ardoao, M. que k
d e i r a m e n t e p r i m e i r o pinti fóco.s "muquéml muqueml" luento antropofagii o •• ama \ lio-
c i o n a l n a i n s p i r a ç ã o •: ( o rji da fu- Haja catam, i aal, o |
* .-t .i" i- Kiuiho
deré a nviitos parecer Impossí- • d no alio d , definitiva- capital' de In StovaqUle MSM>
vel) na leehnica lambem ou, se liirins pedindo silo chaminés fl( i | i/. oi CASTRO. I iouM, ne M m b J n i
• •

pn ferirei i na p irdo nobi a • panot ama do i. Ainda no demia


A. mortalhado de garoaa e i esplendi- •vbnento cukninaute i urleux ^aania
• Do "Jornal do ComnH i itimentos Ui da M Ml \ ' A' \ ' . i<' islã d ter stn • - >>"••tentale
M vi-
de sua glorie
S. Paulo, de 3 de talho d- taverner. Entretan- Na festa em
In pelo Renato Soldou,

i niiii2;i com i ,n i ido. • i • Mario de Andrade i urso •


lllllllll h Ifredo i.-iii •<••

No Hi" Gr le do Norte, IJIi.s i


que Inc
a opinião de Menoti dei Picchia fira Dlllltu liem, p c
•• \ Repubtii a' l< ra pul I
• tropo- lambem r.o palco do Muni
ea*4 iul a'obettne A :••
um Rspi lario do que lltímoa n u m e -
"I-v assim que se i (le fttS) ficfl •iiuitíi mal no ai. Sial Pai >n" st* arte. A
n l o coiiin-ocioiial d e iima A n t O - m . uta abi i pai ••• :• lei "\iiss Maeun a pu.« ou Pngu < om » i-que, Im:" . .inolbarlsníe
n i e t t a R u d g e , d e u m a T a r s i l a , d e papei primordial. de Uecrira, e ara i ii. Vaiou o
nm Brorherel cyclopi i "descida antropo- nome de Pagu. ml metlra prul-Atre >ic s a e r Ia attT.tiai
Na pag. 53 uma fraso conta i. lvtn
(Do l u l i s t a n o " d e 4 que — partiu um aventureiro festa barulhenta mala le i
aal da Com re v perdra sanx doule.
da noven I uplno". Poda DOS a l u i u a s c o l u n i n a s
cria to-
ser q u D e s e n h o d e Cícero Dias im Kupleinenlo -emanai. F, ra deva < • lar radiante Porque,
>gcm •; • I ,i IIS ,i adesio bnportanUa- perar, eiui >• çou, por • r .,,,r MS ••-
davres de leura flctlmra ei^lenl. par
EXPEDIENTE
• (ti I
suna de \ Ira, n onde • lea aolns d-«a aresMM
r i f i i i l a. começar. A glorifk icüo bu&icnta
dn "Catímbo", de
Este é o 1 3 . numero
da Revista de Antropo-
Pradeata >le Momes neto,
(da Tlevialn do B
GENIALIDADES lenta Em Alagoas, Jorge de Li-
ma. Na Bahl
na de Ia da pateada e da vala.
Pleaa" Era SAo i»auio, nem é bom la-
T. '!'•'•
taiaabtetneai aasataotinacs de petvea de
• • h o n g r o l ^ et
1
'. • • i » -

de cuja redação aind tu icm A l e u n ü


de outnhro de 19261 o nosso IS. :nume-
fagia. ( 2 . dentição) 0 sr. Motta Filho — o critico desconheci- liamos d. receber esta communi-
"(. pretendemos fazer nm ro! Aa adeaoaa vêm da Io
- Tu i ,
E' director do mez do — confunde Joseph de Maistre com Xavier de i d( antropo- lados. '> fascismo litci ai Io
Na próximo aun • rabo entre as pernas, 'á estamot
Raul Bopp. A corres- o >r. La Menotti dei Pli i oi Maislre e por isso chama gravemente ao defunto Ista da i nnsadoa de d e \ m a r tonto qaraa e sosoai i *s aamaii! aspart
ripiou velhas Idéaa do \H ' Vamoa agora pnblii m D BOS-
pondência pode conti- Jackson de Figueiredo de "discípulo de São Tho- i liinc hio, da Carvalho Filho, de
uardisma be- V a m o s r e u n i r n o Rantropol
immo i
I liotequinha
i o , cm
nuar a ser enviada para de c K tradAa iuii coat< da maz de Aquino e de Xavier de Maistre"! Mas bi mo, bom emua a pbnenta da o Prlnu t,-r .!.• • r da
i t r o ii li I Ia .|i lei.
Geraldo Ferrar. (açou- tulo na "i eiro litet ii Ia' está certo. 0 notável escritor já não chamou ao I i Mallll.i". i
da (ntropofagin. i «rallM i •
• h .r.-llw.ol-..
. moda dan rxtraiirdinario línn A nossa ai qna «ítitea
gueiro). Caixa postal, nunziann para oa efeitos da mfll bacilo da tuberculose de bacilo de Paulo de di. i ' H-. No Rio, I pieg-

1269. rasei Ui no DOUQ I" Koch? .• Ilannibal Machado, i Alvará «anuo ferve.
leira i i \IMH M , , Clovia i' Gui QlM imn|uéili gOStOSOl •
Pnc 1« niAPiO n r S P M " O - OHIMI.-I fi i... II

rARSILA DO AMARAL ABRIRÁ, NO DIA 20, NO RIO, SUA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO NO BRASIL
0UATR0 POEMAS DE MURILLO MENDES de antropofagia listoria em branco do core... core.
A antropofagia aié 11^ •«• u canelai finai doa con I BI forçis de
(Especialmente para a revista de antropofagia) «ncontron, m i r e us multai in cpililadorea. lil»-i I' .ío, vitoriosa! sempre.
i Madre Rgreja a d i nilta Contra o homem arfflclal - por João Calazans
ra ' ficinl do OHdcnlc, ura I ." Gostosa, contam, acharam eles burro e encete — o homem nn
CANÇÃO D O EXÍLIO essa carne. Por Isso mataram lural. Conlra o nnlmnl que se
qnt fosse :m nu noa ponderável
os Mtfixmai Idiotas. ;• dlnl* Ica mata, para mantlmento. . animal que se enfeita. Illbj tinha mie mai n.io tinha pae. Se tinha, ninguém não
Minha terra tem macieiras da Califórnia orovlnrlnnn. oi Mbona ientlmi»n> Nrm eu. Bra um moleque cri dlagem das es-
•us portugueses" que pari i'i»i' No Brasil tem beijú, paiaiiarú. tradas. Tinha a cabeça nrelinba (- roliça de um geriqilitini. F. m
onde cantam fraturamos de Versailles f
kaxlri, carangueijo, pimenta, pai « d i s nigoi pr*m de barro.
ornm por chis transplantados Liberdade de pensamento.
os poetas da minha terra ISO i'' RI 'orca — nem pode fesla. Medroso <• »afsdo, fliby afrontava 1 serenidade dai natni com
Liberdade sexual. n e d n s nos <.'.i'.s. F1 dãs acuas da IfltfAs «i»'a com canoinhai de
são nrctos q m vivem em torres de ametista n ! p:il ;i i m p e d i r n eclo O roupeia >• que estragava tu-
A coragem de morrer rogando "íris nus ei.rés dormindo.
'•. i pVi %f ,i.(' ; i . I r ,1 -^- > tu -í 11"do Pol por isso que rememos O T''ibn n esi.iiiir. nr'in dos n>'-' irirrntivas secas do
os sargentos do Exercito são monistas cublstas brasileiro, Iriunfanto, desde o rmipeta. Com as onze mil \ ir- praga no campo do Inimigo. ' i< v Pi•• • "" , 1• • editai ic n m d indrn Marcos virasse lobisomem.
os fllozoíos são polacos vendendo a prestação "ntneço, cm todos os recanto* qens, ns Inhias do padre Vlelrn A Justiça do tncape. O"" a rftn vin - 1 «1 ibar na l | deixada no terreiro
•Inibi ns ni;iis rfUintOS, do pni/ e ns indulgências dos reis por- Nenhum recalcamcnto.
a gente não pôde dormir A reação contra n mentalididr tugaa. Maria Rosa.
com os oradores e os pernilongos "oloninl é iirnn vllnria do «spl- O mais forte.
rtlo moço do Brasil. Bla era O movimento antropof.igiri Coré -'-irmindo. (iib\ nelol.iva na cabe'---' i''-le. E o danado s«
os sururus em família Inevitável. Jii h i qu ilro traio na hora justa e oporlum acor-'" , -i I 1 > ••'"-Mdn "."• .•", 1 ii nbn elo 'íretinho.
têm oor testemunha a Gioconda iciii s annm Thevei nbeervavi em (Mu- uma íovn covpilsln es Renegamos com prazer Iodai Rnlia na agni nwwba^a de l«"ia e soprava bolhas de venti
no Indlo "que si nn les Irrito pirilunl se ensaiava, matreira, as Virtudes cristãs. Ficaram na ii mosquitos.
eu morro sufocado lis i.c font dlfflcolté de lucr un nestas terras liberrimas da Ame- seção de objeciOS pcrdidjs. On- Gibi tia lati
mi terra estrangeira chreetlen, ri le manter, comme rica. de os trouxas poderão ir bus
ils font lcurs ennemls", com n cnl-as. Sabiá n:"n rhe«nva ni"'s mnntiS»tnhs vra cantar ali. Tinha medo
nossas flores são mais bonitas ni?sma calma c n mesma sare
iildnde — nccresccntn o cronis- Reagimos contra a cultura de rl-i sif I.I.V;I i ' i i . S'" ,,/ i I'"il'."ii'nn i'irrntÍT (••> n H r1'" de Maria Rosa
lOSSas frutas mais gostosas Já o nosso principal Miguel ÍK enfeites da rasa o moleque micbron. Por causa de (>ni
ta — "comme r o u i fnlsons ic\ importnçáo, contra O Inteletun-
m?a custam cem mil réis a dúzia 1
llsmo besta do Ocidente, contra dizia para o sotaina: "Náu i is latt ele dr-rrubou n cerca (.a ortn e quebrou pé d" rnuve em penei.
boeul <•! de moutô". todos os cacoetes mentaes d-i serve esse modo de vida. Vamos — (iigy — negro desgraçado — vá dar pedrnda na casa i a
ii quem me dera xupar uma carambola de verdade Furupi p.xlre de civilização. O acabar com Isso." sua mãe.
heroe Poronominare matou l ' ' s — F i a u . . . E capinava topando rápido o caminho da casa.
ouvir um sabiá com certidão de idade ! Comer o cristão, é o MUha in ses na cabeça. Cunhambebe en-
Iropofaglca. Quatro séculos de Bjulhl os doze pares de Françi Velu a antropofagia e acabou Manoel vaqueiro contou Indo mie sahtq de assombração. Até-
Rio, 1924. recalcamento jesuilico foram, Por toda parle o boré soou. cha mesmo. da d^ntida rnie coré deu no n* da malbadinba que morreu logo.
por iss >, impi ' - emente nr mando os povos para o moquéin Coré mon"a . . Não tinha conversa. Se podia logo fazer a
CARTÃO POSTAL rasndos por nos. Nenhum
mnlcpno sobrou dessn derruba- s Ivagent O europeu se encolhe de me pl:in»'.nno do mordido...
Mai Giby nãn acreditou não e riu correndo pra beira do rolo da
Domingo no jardim publico pensativo da lirnhn e Ros'osa. Tudo veia do deante da "descida". E foi taquaras.
•>h; Ixo c hoje é um prnrer o n Sobreludo reagimos contra a
por Isso que o conde Keyserlin^. Coré eslava contente cantando:
consciências corando ao sol nos bancos leniplar e n e Brasil de oito mi- moral convencional, a velha mo nlonilo com o espectaculo bár- C o . . . r é . . . C.oo... reé
lhões de kllnm**lros quadrado? r, i que hoje no mundo inteiro
bebês arquivados em carrinhos alemães sem comendadores, sem nnnre — mesmo na Europa romana ou baro da civilisaçáo nova -Ia Olha o p é . . . n é . . . p é . . .
esperam pacientemente o dia que poderão ler A voles, sem grr.ndrs ufflcifll*! puriiíinn — só exisle na hipo America, se perguntou, cheio de Cibv nelotou mas ele ;ue não deu conversa. Nem soltou bolha prs
[Escrava Isaura «em poelas enRraxnles ou pinto crista cobarde de meia dúzia de aflição: matar mosmiito.
-es de tampas de caixas de 'hn pastlcheurs fAra d seu tempo c Giby linha raiva dele. Era bolar ^anoinha nagua coré v i r a v a . . .
possam braços e seios com um geitão rutos, sem o escrivão-mor c sem sem rni7.es na lerra generosa que — Mas não scra isso a volta ao
que si Lcnine visse não fazia o Soviete o governador geral — com o In lhes deu agasalho. canibalismo?
dio de tacnpe em punho, comen- E\ CONDE. A pata se banhou na nein de Maria Rosa O Ouincn fer ra-
marinheiros americanos bebedos do Rente, l» '»iido canlm, fasen Contra, portanto, ns forças de II sofreu. Mas denois cantando bem pertinho
•o rada d'<liucury desta ednde convenção, de ncomodnção, de TAMANDARK' niaras n ie fabricavam cansinhas pro negra — coré na-
fazem pipi na estatua de Barroso morou ns nés dela.
portuguezes de bigode e corrente de relógio excuse de lliomme a se rega Ir r
Nüo houve rntlmbo.
abocanham mulatas Gibj chorando leve pena 'o noivo de Maria Rosa.
o sol afunda-se no ocaso a antropofagia em marcha! de son seniblable, que le cannibj-
lisme a pour urlgUU! 'les
strictt-mcnl nlimentaires. MfliHC
causes
Coré se casou no fundo do córrego manso com a mãe do
como a cabeça daquela menina sarderrta dans les pays ou par Ia suile d sapo-mim, Pelotada do negio matOU mulher d- coré. Vinynnça.
devinl ritucl, il eut à sa base Ia K coré se danou. Canton corren Io alraz do pé preto do moleq-ia
na almofada de ramagens bordada por Dona Co-
[cota Pereira. B
RiGANDS duremenl Châttés.
D'aprcs M. Finaly Andrew, enquôteur de Ia Commis-
tté de vivia.
L'ex..loraleur Chaillé-I^ong. qii
até nue pegou e de cansado rorê morreu...
Depois se confundia Oiby com Sncy Pereré. Ele acreditava
sion internationale de secours aux victimes de Ia lamine en parcourul en 1875 Ia régiun nabl agora pulando M-nvnrgonha com um péz'nho s ó . . .
Cltine, ii resulte que, prés de Ching-Ning, d e s habitants afia- tSS par les Nyains-Nyam.s. :m
Rio, 1924. nord-cst de 1'Oubanghi, raconle
mos ont tué et mis â Ia marmite 4 5 b r i g a n d s . que le* peuplades de ces contrées
Cette-utilisation rationnelle cj* vengeresse de Ia pégre forestléres soai conlra.inles dr COMBINAÇÃO DE CôRES
VOCAÇÃO faire Ia chasse à Cbonune parrv
est á Ia iois comestible et é c o n o m i q u e . V e r d amarelo
Mieux vaut s"entretenir d e s larrons, accotnntodés aux pe- (|u\lles ne possédenl pas d'aii
Não quero o amor universal Iras gibiers, á part, di loin en
tits oignons ou a u x nids d'hirondelIes, que de les entretenii loin. Ia curée d"un élépbanl. ei
D á azul?
esse amor fácil decorativo en d e s geoles. qiTelles n'onl à consommer. en Não:
dos seres além dos meus limites A Ching-Ning, necessite fait loi. fait de végétaux, que des bananes
D á azar.
quero a vizinha ao lado do meu quarto (De "Comcedia", de P a r i s ) . Or U banane qu'on recoIte nu
CongL est d'une valeur nulntive Jacob Pum-Pum
quero gostar brutalmente das criaturas asses üiférieure. Ou Itppelle non
sana mépris "hfiton de cosméli-
que estão perto de mim. PROBLÉME CACTUALITt que.' Un homme peut suhsisler a rabulalre des oceidentaux. Nous
condition d'en manger envlrofl seriom donc hidlfecteuient, n
o Goethe antropófago
Si ~s meninas de 16 annos soubessem trois kilos par jour. et ces trols dépi! de ii"s Plhlea Ia de nos pré
eu sou muito capaz de sacrifícios bestas PEUT-ON M A N G É Í T D E I/HOMME 1 kilos rte npurriture ne correspon- une rãuse de propagatiun
"Não é aenio d ante do contra-
dent pour lui qu'â 2.100 calories Ihro >ophagie '.' Diable ' '.•
gostaria por exemplo environ, ou 30 grammes de pro- résuilat serail étrange. Heurcu rio que a n""'" realiza o que teai
J'enlends votre réponsel Si l'on pophagle, vieille commt Ia mon teína, alces qu'il en fiail t,U gram sement. il nYst qu'apparant. ••' o que r ' tem, o que é e o qoa
de trabalhar como revisor num jornal peut mnngcr de 1'homme, justes de, est revcnnue i l i surface, pro- mes par Jour a un travailleur. nous fournissons aux noirs MSCT não é.
nra sustentar a Irman tuberculosa da minha pequena dieuxl 'efcndul Mais non, ou ne peut pasl filon«-eu pour Ia regarder d u n de boites de conservei pour uuil*
Cest contraire a pcu ures, malgré nolre instineti- Aussi les tribus réduites au .•;- puissenl sans inconvénients j r E' a razão por que em ao ' "i-
(c tanto que a pequena fosse o tipo da bôa 1) toule.; les Iois, à Ia morale Ia plus vc repugnunce. gime des bananes doivenl elles de tanta g"nte ae perturba quan-
élémentaire, c'est... chercher ailleurs leur supplenwnl des blenfaits de notre civilisa- do apparece uma peaaoa. nova a
Rio, 1928. d'azote et un apport de matiérea lii.n !
D'nccord. Mais vous n'y eles pas. Oui ou non, peut-oü manger grasses. BlHM les Ironvenl dans «»*-anha. Ella ' -» a reveli»"1-» «1#
et ce n'esl poinl ainsi < ue |'al ' " " • de lliomme ? ['anthropophagie. S*il fallai' ébrire un précis de que falta, aoe outros, que neaaa
NOVA CARA DO MUNDO lu poser Ia queslion. Poinl lie
s'agil de philosopher. Vous svei re:Con.prcnons-nous I Je veux 'H Ba regard de ces populalions a culslne anlhropophagique, on r o a o " •, eu r i lhes de»,
tous lu comme moi 1'informalkin peul-on au poinl de vue nlimentaire, 1'étal permanent de seus- aluuen itlnnerail de par les cintj pnrties cobre p»*i contraste o que ellea
se nourrir avec de Ia talion — malgré Ia fic'ion plin •ln monde une prnfuslon de recet-
<) cometa de A'Iei vae passar lulte ces temps dernléri pm humaine. Esl-elle assimi* tureuae de leur ventre proémi li»» 1 fnire palir de ja'ousic nn- 'êm e elles a desprezam."
Ia presse: une efrarante aceusa viande larblc ' Ou au contraire. Cfefte ali- nonl — A. de Prévillc, dans s..n plu iinnenis xastrom Carta a Ri-mer — 19 março 18IJ
toda a cidade acorda pra ver o cometa tinn portèe conti e deus Italiens mentrtlonj mellonjs monsVueiue. livre Lea Sociéléa Afrieaine».
é sSappés i«< i naufrage du diriges iinii-1 .'le rians I 'n ' hei néo-sélandaii di»
ele é enorme e fabuloso ble "Hnlia". Perdus sur les gtarv» noire organlsme nous montre les habitsnU ' 11- Harte: "i.:i chair hu
tl"stroe cidades pensamentos de ornem. du Pôle, sans livres, à boul 'i1 le rôl( d'iin ile ces poisons IcnU. nanes traversécs par les coun imnie du 1 • • "O caracter, isto é a mistura
forces, aprés Ia morl de leur com mais sni qul SOUl une manicre le \ii! aux-là ne sonl pas rui üier". Mais ' ^11 rap dosinstinetos primitivos do ho-
O mundo rrruda a cara quando ele passa nunltinn uiakespçarieni e lnfllg*« tout uilbfllesl . Pourquoi? pnrt fait par M. Mnqrelon •"
1, ii naturaliste noi par In nnlure v, Mais tout aimplemenl parce quVn iiin o i"siinclo de conscr-
e meninas desmaiam no fundo do sertão. Malmgrecn, les Inforiunés Kappl lei .ml l i MM lété d W n l r n
llelas I nvouonslc, i'homme unir. du manioc ei des patale* nolngie, les Canamies Irauvenl le 0 da estims de si t o
O cometa passa e arrasta um pouco da minri • ilma e Marlano auraienl mangé le 1 nnstitue pour 1'homme un uii- qu'ila cuHivent, lia onl ii leur dii hlanc "irnp sole". Qul dVnlr» • • rfi.e erva de ponto da
Fiquei triste triste, jururu*. corpa de Malmgreen ! menl parfait Tnui lei roj positi 11 Is mervellleusi ressource
'. n plaindre J is ou-
qul "ni pu se tnouver en conlact du poisson.
Em vão minha tia l.a valeur 11 le caractére di ii< m :
. s Indigéncs anxhropophs 1:1 ob erves le còté moral de 1 1 . paumea di 1 maina ei '' • tras fi.i
\ '"«ííriia Amalla Monteiro de Barros honrnei mis en cause rendaie«M ^cs dê. Inrenl i 1'unlsson qu'H< Ihislnire, ('esl SOUrtOUl depnis louca si.ni réputées les meilleurs Carta a Rit le. — fina 1S07.
déja In calo.iinie Invralsemhlable, donnenl les signes d'une que nous avons colonisé Icurcon mnrreaux. Questlon de gnuts, di
renete no plano com tanto sentimento \ u s I1' '
et de fait, renqueti en 1 di m m rolaisle, a cÃté de Irlbus volslnvs imeiii que b s ooirs Iravallleot, ei •Ir latitudes.
a valsa Transiheriana, meu xodó naquele tempo. tré Ia complete inanilé. Mais
non ndonaeVs nu cannibnlisme. iu, 1'espression "travaillcr com MarquiseSi ã 1'epwnie ou l'on dé
II faul savnir. car c'esl Ia seule me u.i négre" s'esl inscrlte au tn vorait les pi 1 yvus onl , 1 a alma de um
Qual valsa, qual nada ! |)iiis(|iie celte queslion de 1'anlro- nllnii • qu'it» uidido, - ms ronheç > a de um
O cometa me traz o anuncio de outros mundos -1111..11I |*n d honesto! é amo coisa
e de nofíe eu não durmo gniichl . li ,'ieiir BUX dieilX. ei le-
atrapalhado com o mistério das coisas visíveis.
No rabo Imenso do cometa
passa a luz, nassa a poesia, todo o mundo p a s s a !
revista de antropofagia salnl .'
1 en Rompe
que '•'•
1I5 '.i-iu'iiiis."(|ni étaienl a i
enl une préfc
Joseph de Maistre*

Órgão da Antropofagia 14. numero da '-. ni 1 pour II H mu- "O louco n" 1 um homam mie
filies 11 ii vi n nce parler OCO é nqueMe
Rio. 1929. Brasileira de Letras 2 / dentição pour k fosses des adolescents que perdeu ti:*', axcepto a sus
1 Ki ml aus Bcrommodementa >-i : razSo".
ms s, ia 1 N, iis ~'ini Innombrablei Chestertca.
Jorge de lima Dam li le comte lio
dolph 1'esi.iu-- de Tolna iit. "
mui rinie de Ia «lande d*homme
Temos o pnraer d? Informar a nossos pre-sados leitores, q n p mamei E X P E D I E N T E
o poela iorge de lima este em São Paulo. Realizador d e poemas II put, pn SSée par In luim OU ta
que a gente lê se babando do gosto, Jorge de lima é slmpntl- curiosité. manger des légunses if
•: i pnfagia, Nos deu para publicar o poema que segue. t-au-feu, mais iL laissa Ia
\ lande. BI k Sumatra, lea Battas Este é o 14.o
DO AÇOUGUE lienl li s 1 1 -mineis | Ia I i
naigrette, s'il vous plait. numero d e
ou'en dites-vous, ò Curnon-kl.
MIGRAÇÃO
h Paul Reboui í Revista d e A n t r o
(Do Jorn il "Progréi du Nord"l.
nofagia
JORGE DE LIMA. M. R.
(2.* d e n t i ç ã o )
João Nordeste acordou cedo, de manhãzinha. santo oficio Nosso director é
Chapeláo no cocuruto, roupa de brim, borzeguim antropofagico o Raul B o p p .
de vaqueta.
Adeus, cacíiorrinho Delegado! O Santo Oficio Antropofagi-
Adeus, civallinho, "Dois Comtigo"! co não funciona neste numero Geraldo Ferraz
por fr.Ü.i de espaço. Ele, po-
Adeus Canna! secretario d e red.
rém, ainda não perdeu a pista
Adeus minha Serra! dos amif do alheio, que, pe
Adeus, tudo que não aprendeu a chorar! . )la, Vão fazer des Correspondência:
loAo Nordeste leva a sua Zefa e a sua viola. Filar ; ' • BUS treitte seus Ino»
cenlea "deacul J a i x a postal: 2 1 6 9
João Nordeste vae embarcar para São Paulo!
I »E S PAUI O

??
carta do poeta de "Catimbó telegramma de congratulações a antropofagia em marcha!
;. |ulbo da i
Meu
RIO, 1 8 ( S e r v i ç o especial da R e v i s t a de A n t r o p o f a g i a ) — Tarsila a repercussão no rio grande do sul
- sua cai Ia
ir i intropofago 6, na ifunda- chegou hoje e a b r i r á , depois de a m a n h ã , sua p r i m e i r a exposição no
• e n t e ii 111\ islã, o meu p itlmbà" . i' 11 • • antropol
A rainha solidarii dad<, pois, cou il >> em B r a s i l . 11 e vntoi loa Io enju
*i ta ii i unidade d mais MUI isso. da uni- Q u e m quizer ver os q u a d r o s delia até o dia 3 0 vá no Palace H o t e l . orezan-
« pau- do, deprimindo, ridicularl
(ad • '!<• sentimenl
Qu< ln ii. i ' lhe, noaao.
•lim de ' \ ítar explorações, que aqui n i mi iincnti) \ i , - MI- a l a s t r a n d o
rito espirita orientador desse "Moquera n. 2" nio lm| t a r s i l a chegou PRIMEIRO CONGRESSO tocando na mesma
•olidariedade lotai com ti asatncntos nellc nde fa- ...
• i ii minha solidni Icd RIO, 18 (A BRASILEIRO inubia nuina- rio de
(Iàlif o diá-
ÜIi lobri o "Macunaima", chamando-o de lendas amatonicai . do Amaral, Vocês, da "Antroj i cida-
menti I de do Rio Grande).
is por Amorira e copiadas ti i
pri.i autor,
ivel linguagem itsv. iM de Andrade, Pago e An-
nita Malfattl que foram recebi
DE ANTROPOFAGIA adivinhara como a gente esta sa-
que nos
São ilus cordialmi io Pe- quei emos. B é assim que a coiaa
"Macunaima" i um maravilhoso sonho da mil i nmi
d>i Brasil.
dro li. i"»' um grupo de Intel
lectuaes.
Algumas teses antropoíagicas tem de sabir, 0 sul diamando o
ii te ' hamando o sul.
cannibales
li i, ndas b • I encontra - n i ila do Amaral e lis»ald d* Convidando-o paia a luta toa étonnan! di i I ti ni BOgtaia J. O. Macdonald, qui
. ncantad isl de 1 .1 Andrade, mais alguns atodernia- nhando as em do la-'
que d'indlscutable progréa Bcien- demeura quelqoe lemps parmi lea
Pela contrario: o espirito nordestl o pensamento sil.i : ia-, i ai11 ellea Pagfl, Annlta do de i i i d< li Paii bipel da Viti,
do uulor na papo, e, por isso talves, Vocês do Sul, nio tenham M.iifain.w aldi 'uai- li' íiaario, qui | unento assim é que fi(|iie ei s o c i a l , c'est q u e , s o u s u n e
»Ta liai O bclli i ha
podida I i, p. te cora seguiram ante-honteoa pele treai i M. io daa ses elevées se nourriaaaient. lis
Peitas essas considerações que me dita o dever de ler sln- praaer, vae ser multa i »i ses 'li ra, azul, para B EUo, f i o fazer ago- d u a s h. mias. Com o OCSte tain- . í.i bete numaine est à pau I même une i omptabiliti
imo, espero que Você teri i lealdad |0 e i ICriptO, iliir;ni1i du
ali. cosa Álvaro Morej ra, n.in bera l Io brasilidadi. - qu'il y a di-s mil- daa corpa devoi i n fai
blical u i da Revista qi aibal Machado, < lovia di Tocando na mesma inubl Hera d'annéea, II n'eat que de con- s a n t d a :
me ae liio B ia* eata visita é um annun- Mia", Jui io de Lima, Júlio I ni. mio na mesma i ula. Brasilei- ta autour de i m i - i o i i p a r VI
i .. i. Mas, ainda mais aoatro, Binhft, Jurandjr Manfre- [ii amente. nous, révolutions, di anu i ei cri Un io ia, par
teu i o coração ivel é saber que I iimi. n iiiiiini i oero i'ias ,• ,, tu. os ita- ailleur doú : Panai
VSQ FBRRBIR I pela primeira vez, realiza uma di Miranda, u lianos dahi ios Menottis), que • mea quotidiens, pom lea chefes tea plu
i ompte,
exposii • qu< naquele do Primeiro Congreeao pour lem- cannibalisme, Ri
conhecem a artista ! Brasileiro de Antropofagia) a ae II ant i r . dreuntu fut le phia fameux. Or,
qui m Paria saudou com effu- r e u n i r em fins de Betem b r O, na- n a o |i.i
le fila de cet anthropophage se
sio, ha Ires i no- quella capital. Denl 11 0 landuá está bem ti inçado e ba- i i i . < *r-, C'étai1 une l l l i u i o u promenanl un Jour au milieu <Jt
res^osia a Ascenso Ferreira i te, ií
ii i labe doa Antropófago
Paulo aubaai U
n.iinn nti. a apresi ntar no Rio, Congresso ae contam aa seguinte», Gui i
ir tudo. C
i
tripa
ti lura mo portenl que le cannibaliami
iiui ro-
lul monlm louta une série
A su nio lem o Bpstein — que eu rena.i as mostras de sua arte, é mes- ipn , |e mala tai de i ai lará em i, i lheii Io a m o. gne pius que (amai de piei n s placéea rar le sol pove
nenhuma razão de w de tacape em punho. Você mes- menaagi m ao Senado sionnaires sont, parail il, impuia- indkrui r le noi , i.u
; ii ito do Mo- A .na "maneira" nítida I reformai da .. i lea m itíii maina qu oangéa
quem N. IÍ foi "altamente orien- tio suggestiva, aniri
da :i 11 ti
pli na de "humor", affirma al- na nossa legislação «.-iN Il a penal > trc\ ido como natural l.e miaaionnaln li cou ita, U
nlu ço, I i eud, .i .l< tua tador". E BUtí nossa organlaaçio político su en Irouva buli c nl quatre-vingt-
de Pii apoi e a 1 Como poeta, Mario lem real- guma coisa que é lambem a af- ciai. Essas teaea aio representam, pelle ] a t a d a . . 11, ia lutte termim i deuxl '
ponto '• • o pei i quan- flrroaç í phaae brasi- poréaBi ai nio um ai pei to do pea leremos literatura vainqueura mangi n I \oi> seJ victimei
gênero põe de ie esquece que é profes- i, ji,, .i u anca de que semente antropofagii o nal. Literatura la> ada nos •

acordo com i sor ii" < a f i n a l l i v r a m o s OS n o s s o s lioni- mem n« aegninte Io decaio go: Enxugada de Ia ' nl doa d ' a u l r c s !
loa Dninior I, para quem "toda veu um Compêndio de Historia broa da vi Ih I — l'i traditionnalistis.
titeratu de Musica, q i tvamos a re] II — Maternidade • Limpa. Alva BSCI ri nla. • : i iam mystii • |

gmisade" Bu gosto di > étatft


lissional através de esl pai a tai d M i papel de eropn III — I m p u n i d a d e d u hOO d'ailli III
i •- Roa-
Ascem cí lem lalen- iii \ri \'i\ant, r deli i ou nio participa L i t e r a t u r a q u e n i o i bem lite- cherchenl certains mOroeaux: le
piedoso. ftii mie daulr. p a r t ipie,
Io, é ura grande ue deixar de explodii comsigo uma ratura. Porcjt [U'il d o r m e le I
escreveu ai IV - adetermlnada d.ms rOubangh
i bom qae ele
|| Ias. já mi ' I A d . - i p i a i ã " d a prn.-i a o di-lin- que triumphari ge, 1'oeU gaúche parce oj
Ktins dos mais gostosos poemas quer inutilmente i glorios imente, Desabi ide lime du en I
• n h o li dre Igreja, E1 de destaque, na modi rna pinto- qnente. titulo m o r t o . le coisa II est vral que sur loute Ia pia»
no observou nos chegou eira dos (Ire! néte Ies bom fera-
burro I para imitar Bilar VI — i irganlzacio tribal do
Oswaldo di \u Irade — que fai pântanos e d< ntro dos . b Pour inviter le voyageur an-
e Vicrah le Carvalhi do dia de lua que Estado Representaçio poi • de Ia cbair tiers.,.
lheu de manhi em p o p u l a -
o Mario de Andrad obra dele, portanto, si nio me sdi ira 11 que nós bumaine, un ehef mi affinn
u r i a de quer* i bem a vod doutorai, pe- ií, onde muitos amigos ç õ e s t e c h n i c a s . S u b s t i t u i ç ã o do " t e n d r e c o m m e du pa
aguard dizer-lha o S e n a d o e C â m a r a p o r um '
leria nutro remédio senão devo- dante, falsamente erudita, a par- lho TechnlCO de C o n s u l t a d o P o - PAULO BARASATE (Ceará). II y a cinquante ans, 1'explora- (Do jornal "I
nu o amigo com a in <•• • feroci te do bi nio".
der Executivo.
dade possível, Mario se colocou Santa El igenia, me inti 11 VII — A r b i t r a m e n t o indivi-
nu posição de mestre diante de i cea de falso, bastava-lhea .. torrar pânico do
na estrada d a a l eaa t o d a s ns q u e s t õ e s d e d i - A P E D I D O S que estavam preocciipados e pelo qual
que el< considera dicipu uma riqueza O que r e i t o p r i v a d o .
l<is r matei n ilmenti aconselha insinuo, exatamente, é que MQ- O c é r e b r o é o p a r a s i t o d o o r - ninguém se atrevia a desgostar a Com-
VIII — Nacionalização da im- panhia, quanto mala Jurar contra ella;
eoru a brandura n ri.I recalqu* o bode. Quanto nu ganismi
v e m ;i . li- ' Q u e '!>" I
ni.lis — Macunaima inclusive
que elogiei ao ponto mesmo <lc pre a mesma coisa, i
de Lima) Que deve reivindiral-o para o movimento
prensa.
IX — S a p p r e a a i o d a a a c a d e -
m i a s • nua Hiibstituição poi la-
AINDA OS JESUÍTAS D seja por estn ou por aquello
cauza, as devassa» da Bahia e Per»
aa, e a
o Jorgi antropofagico, dizendo que ele niiin si • 'mo os- bizon- boratoriirh de p e s q u i s a s .
sobre o assumpto. acerescen-
minha vai t i o d
silo horror.
|tM cau •
i li deve esta i ( O u t r a x t r - e s s r r ã o pe •-ante e te-se. o por q
Indo. i certíssimo. Não discuto i imitivo, me- mtnif inclui'!.. "Vos? . bem ha de ra-
lar-se llítlnto versas tllinslmas missivas do bispo do iie sendo duas aquellaa devas
|ue ele exibe aqui na sul, Nenhuma i
nisticamente. Mario í o cosnn li- issiste ao seu desabafo si ntímen- •' a matança dos
i.UcaUo no ul- i letras, o rios IS'
A natun '.• está b nirro da m l i U d« antropol». ridcntes e vlrtUOBOa, que tod
•«, da poe ia nordestina. I lal, meu qu< vão daa i Lá vi. i • o Impulsn «.'o i i mim, i
trefir i i ntretanto, para I O embolo d inocentes g-ia, oonUnOu i
necessariamente h»t de *er Julgado » •
\ n i i ••,- nas mi locam toa do Nós pr< cisamos sitio ., Ilra- roa Ex- lmpostor falsário e Inimigo da Com
Pulo" a daquele ecebido homem
Paulo que ni Pai a Vnlaa antes do panlüa. Menos mal fura este se eu n
Invoi r-me a noUcla : uiaçâo
mim toda •> obra di M n inde talento. Dí por mim '• fazei .i mal loi mi
vale ii In ici • da Catii ichinista Nio t«ns motivo» para esse passo, as devaaaaa que que ha - saerl
ADRIAO PATEP d Bra Bis que a caugn que fiieste tua da Companhia ficado A verdadr l periga
\ di Pernambui ana • disponha de seu Se tal destinado a
pophaga esl i nu Bahia e Pernambuco nao podl&o Uimbem o credito da Naç6o e da mo»
Foi contra essas atitudi -. elhi sei vii d n chia, o que me obriga a requerer,
autor de Beerava qae nio aer mais favoráveis, se os qnljiesaím
10). M \ . 121 eztranj melhoi i u qualidades i.je toda consta de vtr- e pedir a Voe- i rum aa
i leanra que • • OSWALDO l
doa confederados de Loyola com os -pecines. exemplares procedi- ixpressfies d» humildada qu*
tal Do q i ça d( O e Cratlnau-
ussfto para se tirar no-

revista de antropofagia, numero 15 concesi


Fonl? 'im aml- m me perturbou o en-
cheu de confunSo, Julgando-me a mim
vos devassas 00
por pessoas desapaixonadas, livres do
l imtiuco

I zelosas do Justiça e do cre-


Todos i ganisraoi i lutpeltoso, quundo as • rimino,
quan Io lhes entrar I tmpresaio loa d vista das evidentes provas das outras dito da N i.Ao. parA que -lesta sorto
*'— 0 bani EXPEDIENT1 HA REVISTA Cotno
possa descoLrir-se a verdade
o Brasil, i • i le qoa, DtO ha ajoen me tire a devassas, que tanto os santifica, aen-
extas feii Dl ANTROPOFAGIA tada nos trotaa OH noa
• i. Mui d i Man) ii ui febre. i>izltiuio do i>- i Okaa que nellas Juraram
Por que? Por cau sentimentos d0>0t)
torta, Pataquera, Pi liana Sla . tendo a/i pe.-" :.ipaes daquella
"— iiiini. .1 lenhoi r iti houly. Mucui a, Cipó i il tea, Logo c h i da im Ia n ite! M I .. rrun- cidade. cumstanclaa prO» lhe de-
Está caçoando da pn Ia Arruda, Pio de Angola, Bauni- N u m e r o 15.° — 2." d e n t i ç ã o — reauscitar lo- -na cabana. Depois de I T-ellentlsslmo Senhor, i via eu rtimiir i como
Com nte. Ponl i ia dar-m-.- c m l d c , contou-me. que outrora homem tão mâo que deixe de amar as agora pela sabida dos Padres ficara
Então |" [ue vi • im pro< Orgáo da Antropofagia Brasilei- os ânimos e a liberdade desnssombra-
rara de ii rtUgUM prisioneiro, oo Religiões, e multo menos a Companhia
me 'i banho, Ah, menina, a feli- ra de | i qual matara, e tanto comera dal*, qna dos da sua soberba 11
bonita, mas quando fôr I , Santo ifundador tenho cs-
•..'iii que vem bonito... ien vatomago ilMde n t l o jamais fl- tamente I diligencia hn de surtir me»
velta . DDUECT0R — Paul n ro. O .[•eta ne-
aborreço sim noa re-
lhor eff- Dussada e dar>
S e n h o r a p r e isa d i s s o ti | muitos outros i falta de observância, e pro-
lar na- Corrêa] Intuitivo, t ni'i esque D ilbor poderia en- cedlmeDt.s escandalosos, e levado fio se-ha a conhecer • a Coaa*
n i n a , a invi j u Pos- ando venensr uai bnaUlco do que um doa Mio du Justiça cumpri como devia a panlüa citava Uo relaxada qna só aa-
gentr. Quantos caso . quantos eu morail* dinhei-
• nhla ? loa absurdos qae obravam os sens Pa
sei de moças bonitas, que um dia ro, p a r a a i n v e j a n ã o p e g a r n.i lal 126 vendo? Qual- obrigação de Reformador, e com tanta
Quanto ao que ainda outro dia me clrs mspecçSo que nio Jurou na de- drea nestes domlolov deviam ser proa.
• ficam, g e n l ' , p a r a o s niáos olhn<l" (ÜÇOUK quei grito nosso ajunta povo e
p iva fixi dlssette. ejut os taes religiosos foram vassa pessoa que tivesse com a Com- oiiptos « deanatnrallsados. (O grypbo
.-coitadas, • umas infelia m a l !' n o s s a v i d a .
multo traba- panhia é meu).
BOUndO a f o r a .. " — E q u n n l o c u s t a uni I lgum desgosto ou delta te
p terra da gente lhando pelo desenvolvimento deste ralo faltavam a*ata cidade "Se Voss-, Excelleiila Julgur ser cor>
i is santos sozinhos, ni i nulo?
palz, nJo .credito. K tenho razoes para algumas que haviam de dlxer inuilo • lesta cidade
sailagre. Deus disse "faz que eu
te ajudai ei." l iça ura conselho,
- _ Poi SIOOO eu Lhe d
banho e tanto. Ninguém si i
II _ DEPOIS
in;s( IDA'
ANTÔNIO C.AHHIDO . e muito nos seus juramentos, nSo fo- se continue, requeiro A Vossa líxcel-
i Batuta do I rmados a i amento, para que lencla que façn i iisslmi
anenina, feliz mais qu< i Ida 'i 1 "' 11 i nio houvesse quem dissesse que a de- Card*
Olhe, comi n priprioca, Rale e me, minha menina, tona Ref.irioadu:
vassa o fn-.ift suspeitos», e mais <iu:ui- faculdade psra a u h - i t i . g a r ou mande
lome sempre no seu banho, com o seu banho de FeUi idade fullílo nesta cidade apalxona-
paii houly, com pó d>- Angola. un. que livro
(ii.nhla. ainda q
ii [o ai ti m si: afastar de di cheiro da minha
»i. tomi um banho :om esta ba- recôn-
tata de "V;u • Volta' Si, a pes- cavo, qu . to quo
A Felii Idade cm< eu esta causa n I
. cuapa-mi i As folhas vi ruea qut devassa, nem os Religiosos da S&o
Qa ndo quizei prendei pai a a aquillo qui
viil i i ponha caíra-

a parte do Nori. ta Bis-


'o noa si a cheiro pado OOBl i conv-
Ê' \ Felicidade que i | .-. nio
u m a lielli vendi no n ercado,.. porque Falte a» > . para
i rrinho ] o; e de
Escuta, minha velha, e bo- Pai i' llnhio
t i Kte-
ch- dá fellclaade? I omens
mora ?) desta Mo ssarla
BNEIDa (D
"Vossa .;xcelli-i

ma eita sença i D
o pura ou.

sem d. i
.
10 sem saberem Deos. e por arodil

raaaan, se nao Juras- minha supplicn, que me purece


rtla, fia,
mala uigu- naçfto. e também meu. sttenda a eata
acr J e
II rogír
••• os fa- Vossa
(para a revista de Antropoía .'I lll!
• •

!•• a - J -
La vem maroim, Ia vem carapanã,
• coaao
Ia vem murissoca sambando com pium. lesejo.
"Se assim se obrasse na Bahia e Per-
A terra está suando poças dagi ••' i r ç o d •»

a lagoa está dormindo, ver I B maairaa cuipn-


llanUaatmo S*>
o caboclo está tremendo, está sambando com o pium.
Minlui madrasta Maleii.i i |U( UK enterrou • ilraram-se sol

.le J a -
Quem sabe se foi um figo que o destint -is pessoas nu.
Manda um rabinho de secca de 77. meu S ',
as tra
pra si mns I.I
pra esquentar esta maleita. UM I M
Mas vem correndo um vento frio I Iti berdai! I

a água se arrepia . , MI 1 *i - - -i i.ur.


ootaaa
gencius ni\o fari&o ? que ainda porn :. hnoa
tremendo pessoa
Il
que Jurasse o ter.
e~;iá sambando com o pium! H .l''vasaaa, qu Do
JORGE DE LIMA ' A n t r o p o f a g i a " , q u a d r o n, l d o da e x p o ' I ursila •
— — — , _ _ _ — — - •

A exposição de Tarsila do Amaral, no Talace-Hotel", do Rio de Janeiro, foi a primeira srande batalha da AniroDofaçia
O ADMIRÁVEL SUCCESSO DESSA GRANDE MOSTRA DE ARTE BRASILEIRA,
ATRAVÉS DA REPERCUSSÃO QUE TEVE EM TODA A IMPRENSA CARIOCA
Tarsila do Amoral Inaugurou u brandindo o I i
sua cxp sar os cpnmiistadni e«, <> Brasil
<i a confe enria do sr
inh ia A. adenda.
revista de antropofagia OSdocoraeníos antropofagicos
MHOSJO MARANHÃO
um MCCCSBU <•"' todo o Rio ' Ja de i unha ml cl isto bu A exposição de Tarsila serã Órgão da Antropofagia 15.° numero da
nci.o. Os jornacs cnch. m i Co hiano, i t Sinhô 0 Brasil de M i TOI lanto, mais um combate decl
Brasileira de Letras 2 / dentição
lumnns sobre a arte dela, que •' rajó 0 Brasil qui i orno o phos- slvo, no qual o ns' Ito |oven ••
vc" i c caduco "Jornal do Com phoro marca-olho resistiu a nu i rae-ae reaf- algomas considerações sobre i
merc'o" i.rhou de baptl midodi de quati acento* annna d" fin - r bi llhnnli mente. 0 indio, o homem natural, bravo, sem os uicios
"futurista", numa >'• '•' >sa revê-
laçfio de suo lastimável Ignoran submis Ao ao I Io idente, i
tttol dt vergonhosa Disse o Correio da Manhã":
da catequese, morria sorrindo no campo do inimi- a u m a n t r o p ó f a g o
carta incorporação dos scSvicofas
"A EXPOSIÇÃO DE T/.RSILA
cin. Rs • vcl! devia ir para I I es lluÇã' .
««cola gcgc, :->rirendcr a ler. AN séria que se fez 00 pensamento
primeira rCVOlUf I i
inaugurada, liontem, ;.o go. E' assim que morre o verdadeiro antropopha^o.
d e S. P a u l o
á sociedade civilizada
P a "Hotel Sem entregar os pontos. Só o civilizado faz conces- Referi ndo- ra qua oa tranca»
•«lesões que tivemos foram, en brasileiro, porque, como jA disse zea ealAo ha
l
t n ' -ilo, as m or» c mi • •nthropophagla tem ns suns Tarsila é um nmrc de respeito sões, transige e assigna o (ratado de V.-rsai.ies. 0 rcalliaado na At-
>í."-> os falt ni mesmo n K>ll'n profund is nessa pintura no modernismo m a n e a d o do Bra Vorô me escreveu sobre "Ma- earia. Alpliofiae Daudc* dia. em certa)
riedade de orgams Iradklonnl nova, audaz, liberta, cm que i sil. p o r , ic, s.' ella se apresenta indio não conhecia accôrdo. 0 accôrdo dele era no racajá'. Escreveu-me e pediu-me .liurn 'In um doa acua
ll»ro«, que a Frnnça julga dlffundl»
maravilhoso»
lucntc conservadores coi .o "< i iivem.fi" se equilibra num nutra i mas estranhai o curiosas. moquem com o corpo do inimigo fritando na braza. COUSas do norte. Ora, você sabe. » aua clvlllaaçào entra oa IndlRena»,
Paiz" e o "Jornal do Brasil". \ vilhoso e admirável sentido plas- com cores de maravilhosa bige que. para o sul, o norte é, pelo iranamlttlndo-lhea alguna mMna..,
exposição de Tarsila marco-.i IÍCO e naqui-lle "senso agudo Ia uidade. é, no* i ao me*-no, uma menos em literatura: Um telegramma enviado «Io IdaranhSa)
dcs. modo, o primeiro goal Jn côr" a que se referiu, itãfl i o de raro vigor, In üvi A justiça do indio era pâo na cabeça. 0 verda- ' toenino amarello, Informa que nada menoa éa 10.000 la-
Antropophagia na d ' c r e p l t a ildido o seu enthuslasmo, o fran lualidade c brilho, Ta em hulo comedor de brôi." dloa urubúa Já foram paclflcadoe na*
mentalidade colonial. Os anlr• >• i sã Waldi niat Ceorge, Pintui a que sa. .los eus sentidos, inleh deiro antropophago não perdoa o inimgo. Come ele por isso eu gostei de sua carta quelle talado pela lnnpeciurla de Ia»
j phagos «Io Brasil Inteiro mais illrecta, Antl-anecdotlca. Anll-ll- genl mente nort ados, um cunho 0 arrependimento do inimigo e uma virtude cristã e do seu pedido: dloa. A noticia poder» aer auaplcloaa,
do que nunca orgulhosos da sua terai ía Pui • força plástica, o lessoal, que hem diz ' i talento para oa que encaram coro eeno aea-
grande artista. Vi i pois Tarsila ! maior prazer dos olhos brasilei- da artista, E' o outro lado do rabo de arraia. "Eh ialipali. llmentallamo a exlatencla Aua rema-
\iva! ros, o Rio vai admirai I •rte, con-o todas as O' palipatão neacenlea 'ia velhaa irlbua aelTagena
ira o que disseram os (or Os anthropophagoi de s. Paulo, rr • çôet. se suhmctle k força ge- (eu não sou daqui) no Brasil; nSo rezarSo pela meama
nae •le todo o pai/, confiam na bati li- ral da renovação, apresentando Somos pelo ensino leigo. Contra o catecismo sou lá do fundão cartilha oa qua ae collocaia A margeia
DÍNS. ligencia carioca." nn presas • 1« mpressionante en nas escolas. Qualquer catecismo. Não é possível fa- sou de bóa bocCS doa acomeclinemoe e leia algumaa de-
allluaoea aobre eaaa couaa rotulada d*
UM» AKTE BEM BRASILEIRA —Tarsila do Amaral exporJ ranto, só nos cabe applaudlr esse zer o Brasil embarcar na canoa furada da Prima do como o queraedão."
elTlUaaçao, NSo « preciso poaauir a rl-
UMA RTISTA BEM NOSSA no Palace llotei 55 quadros, A movimento, e, mais que tudo, a
altitudes, o despi atn Espiritual. Reagiremos pois contra toda e qualquer Aliás, Iodos os antropófagos do aAo de um Oaudei p«ra verificar qu«
CTarsiVi Io A''arai e a sua em- sim exposic" • se realizará ama- peloi incconceitos, » são de boa bôer a. E lis- oa aelvagena nada lucram com adhe-
1 d/ante exposição de pintura nhã, sabbado, • N d< coi tentativa nesse sentido Viva Freud e nosso padri- k vamos vantagem ao nosso rir A »lda doa homens que ae julgam
affirmaçãu le vontades bem dl
Tarsil i, a Inaignc renovadora i'i rarslla disseram, eol . Tarsila é uma exp nho padre Cícero! avô de knnitar vermelho e cocar detenloree da verdadeira aclencla da
•enfio creadora de tuna usthcticn t i o s . legitima desses espíritos novos •arde e uma' Io. Eu creio que o illuatrar o gentio. ClrlllzaçAo e aeJva»
btetura' que o movimento "an sition Waldemar Gcorgc: "Si I indio não devorou o portugue; gaHa aAo doía teraioe qae. boje mala
le V te. Tarsila noui lia \ [vem por si, sem llgaçOc com nojo do que nunca, ee contradizem n t a
Oiro.M Sito Paul i es une ai liste ithcntiquc, qul ou dependências a quaesquer es Onde ha dois homens, um mais forte do que o
t.\ impondo com ardente impe i jcélé I renovnç3o vae ser ••ntldo tuMIramente no»o. N -ia
oinl f m i '.i COII colas i ridículo doa
Duri.. M.sta á dmir. . ' i c ao cn
leur le goul cin benu mélier, ce mediocrej ,. ü s renovadoi outro, um comendo o outro — eis a harmonia uni- nm buraco. Não contamos com
pode traçar llmuea IIIUIK, tai no
0 BUXill
dont l.é- arti prosam • Independência de versal. — Oswaldo Costa. que ae pode chamar de »• ivn, . n»
)" ' i
amanhã, aqui no Rio, a > pri suai |iro icçoea, Seus rentidns São lurncisco, veio "croado" *< iruUiKlo doe seres ali
Beira aposição no Bra.il. ser est !e pére, elli nona a fail da matrii de Canindé" vem em compleiu nudez e a-?
connaitre cartainea lendan ii> r. mente: se se lhes po- mm de couaua caóticas. Lie algum ma»
Faço minhas, com desvaneci- ia pensée brésllienne de nos II qualquer collabo 0 indio que queremos não é o indio de lata de nem do:
"M« u p a u m padre Cícero
uo. elles nAu aAu Inferiores i
alguma aoa aérea que aaanam cauva.
•aento, jours". ("La Presse", de Paris. é o controle de intelligeu
ap- itam T !'a no pub! i 'J2t. cias luzidas, que alargam o cam- goiabada, inspirando poemas lusos ao sr. Gonçal- da mera do Ceará". Jogam na Bolsa. r~llaW
laa maclaa doe atlloim
O cacete vai ser rijo.
carioca: André Warnod: "Cette exposi- ves Dias e romances francezes ao sr. José de Alen- cliarulo e atiram uns ..r
...rnar o samba bra- tuncln sobre o communi «IH
— "TarsiU dO Amaral, a Rran- lion o 1c charme de tout ce qui A exposição de Tarsila, hontem
car. Esse indio decorativo e romântico nós damos • de sanfona que c dude.
de pintora modernista de est sln . I; mais, inaufiiira.il no 1'alare, dá ojipor-
Umidade a que o publico do Itio de presente á Academia de Letras. balófa de venlo eslran- que UJ índios do Ai.nMiihàu, e praflajaj
)o. escolheu o Bio de Jani ae diga. nAo esl&o de parahena
• le plus, Tci sila n le sens di traba- jeiro, importado da silva. pelas pronunciadas lendenclaa jue iua-
ra realizar a sua primeira Viola lambem nfio serve.
lição no Brasil. I montes três ptu es ei Ire* fines ei lhos da artista. São Paulo guar- 0 indio que queremos é o homem natural, é o O encordoamento é estmnjelro. los. Accrescenta nifestam para adoplar os nossos hsbU
o «Iludido despacha
devera ser inaugurada aman IH, • qul f .ine A sa pt .la\ a i lima fruta ra- caeté que devorou Sardinha, é Cunhambebe trin-
touti sa qualité." ("CoTOoedia", Poi mal que a madeira se es- donaram apobres Indlgrnas Ia aban-
pratica de furtoa e repe-
aabbado, no Palace-Hotel, e de ra de sua rebeldia esthetica force para dar lons de brasil!-
o povo do ca.dtal eslava ancioso chando com gosto a perna do pero. E' o bravo que dade a cousa não sne certa. E' postoa liuualledos pelo Senriço da
Certo attraira a attenção do nos- Pa is, li i.) tem amludadamente suas rlsltaa aoa
so meio artístico. MaUiice Baynal: "Toutes ces por uma vinda de Tarsila. ficou na floresta, de tacape na mão, esperando o Urgente n quebra da viola. ProlecçAo. confiantes e mesmo obeui-
Filiada ao movimento anthro- composition trailé.s par tons ila chegou. er.tes". tf uma noticia espantos*. nAej
ar de vera.
p iphagico, <iue li: mexes irraii u pura décéi oi chCl Tarsila une E Tarsila mostrou-se. Houve roupeta para dar na cabeça dele. Musica brasileira com berim-
do se -onhece a alIU
I faca. que sen»-
de S Paulo para lodo o Biasil — Hité primitive d'une fral- e panto. O espanto s e m p e exis- bau. Mal berimbau brasileiro. Be- na -a
e que, aliás, nasceu da sua ,intu- rheur i eaquisen* nl ii novas. Mis rimbau l ito de bambu. Com uma dos Intruaoa. A deHItanSo au-aJbal
ra, I "te, bi silcirn original como n a t u r c l l e . " ("L'lntranv houve dcslumbração. Esla sô M A falta de caráter que certos pessimistas obser- queitga de ?ÔC0 na ponta. E corda melhor errar pelaa florealaa, achamos
i.ui.ru ihes agradou Sempra
alimsa-
invenção i como technic-a — Tar- dcante das obras de ta- vam no Brasil não é no povo que se nota, é numa brasil, ira i . ipa de ^aln dn mulo tando.ae Ae (ratas s^rveatrea a do a*.
sila forma na ala extrema Ia n<v>- Mazimilien GauJiii i: "I.es fral- lento. ada 00 SÓI. Acabar com o ca, sem nocAo do Umpo e de outra*
sa vanguarda da arte e pelo rins i ' [CS, au.v vives A construcção dos quadros de certa elite. Na elite romântica, saudosista, Que ainda mofo porlu^uez que está sujando couaaa oào n noa laeoaaaaoSaa lavoaw
•eu valor próprio, inconfundível ei guii oi :
' i rs : é singularmcute racional. crê na retórica, nos princípios de Aristóteles e nos a terra. Tudo brasi- Uulaa pelos delllaadoa. A' rerlrnv^ua
operada no cerebru doa aelviculs.i. >m
pessoal, se ti1"' Imposto á admi- Mmc I comprehendel-a, hasta _pc leiro. denuncia manha, esperteaa. ou dege-
ração, nfio só do nos» i ua z, co IV sthctlque Irapressio- netrar-lhe o espirito, ler a visão bons sentimentos portuguezes, que não tem olhos nera-lo. Ve-se que oa bronzeados ri-
lhoa da aelva amerlcanai decaem dei
soo do . ttl .lixeiro. El Ia é un. no- niste, pai I pias n< I UlOS. Suas cores são nara ver a nossa realidade, na elite submissa ao Oci- «ua amiga soiab rance ria. O que .oa
me elrl n slste pi i fei* "Pulo signal leva A convicção de que aaalm estA
launente f. li io c JO héroiqui. natiofial, volre r- is. Aquel e a z u . . dente, na elite que perpetua a bambachada do gover- ! a Crus Ddaj, t a rapidez com que)
mi som aquelle IOSB. tão de TarsilaI nos Deus. abandona oa seua hábitos ancealraea:
J
tora do Palace nador geral roubando no confessionário o ouro de Maria o índio JA nâo furta. Ora. aa exprea»
Rumeur . 1928). é uma !a do movi- s.les roubar, furtar, apropriar se Inda-
mtnas Essa gente é que dá azar. nn livra muito grande bitamenn, i 'o tem aentldo aqrum pa-
A | Alvar i Moreyra: "Côr di las des- antos ra oa noaaoa aborlgenea. Vivando -m
nm ai I dt s. Pa*tli do Tarsila Azul de Tai ''a. S::u ,o •• enthuslasmo livro mais menó estado de Innocero-la. Inaclentes de>
aaalm
— "() BJo de Janeiro •• liam
cobrir Tarsila e vai ter com ea*v ' l O I l i l l ,

negai i i bell do «antropofagia


iSC e
dia optl-
in sepo xep.i
lendo - ' - t o
linn ria i rumi I
,ue seja direito de propriedade e ou-
ITM eOUVQflvAAa S<K-I^^S posterlorz-s. i«
indioa sAo oa ulllmos repreeent.int^ai
da priinii >- • eommunlnairle humaruo.
NAo aabemoa ai elles ganham ou per-
descoberta a exarta sensfl CO do carMA." dem em Incorporar-se aoa clvlllzadoa,
um maravilhoso i - R. R Disse a "Critica": para adquirir-lhes os virlos a que >)-
Tarsili pintor brasi- Disse 0 ".lo-nnl do Brasil" 8ING1 LAR EXPR1 foi valente. lude Alphonee Daudel. E" bem
leiro. Nenhum, antes delia, ot*in- "TJMA BXP lSl< HO DE PI idre Pinto. M cl que tenham indo a perder e nada)
MODERNA soube dar conta do recado. Se anmganhar. A civilização nAo passa Aa
giu ánuclia força plástica — a.« HODEENA amontoado da formulas e exterio-
miravel como invenção e • iirn rado também ridiulos p&ra disfarçar oa mesmos toa-
realização — que cila ao . • de \raaral in.uiRura ama- os nlti- tlnctoa que o Índio nAo ae aanajffjBjs
entre nos Nem também nenhum nhã a sua primen O indi nlamo de Alencar foi nha de ostentar Uvramenta, o qne taaw
to raie dizer qae a clvfllaaaSo se ba-
pcntrnii tão bem quanta elia < • pintura que i.unido acre- se» ezclozlvameate na hypoerlsla. ma
aelvageria ih nossa terra, o ho> de n r i i. Seu nome .•lar BO publico mtelügen- vez Instruído sobre os mclliod
mem h cada um rte u- da Rio d< aJneiro uma expi es- Como se fosse possível ar- o homem adopta para ler o direito d»
• rflnn o Imlio
nós, os brasileiro qui estamos k>n .i d. • !.• amor enlrc perderá a sua pureza de aentlnn-ni'-*,
comendo, com a ferocidade pos- m Ihilidade i loderna. E' que, com effei- uma gazela e uma onça sussu i- a candura que o torna uma eterna)
sível, a v i u i cultura d« importa- talento Indisciplinado i novo, que ralUl do Amaral, pelo ex- rana. O que eu queria ver era criança em -wle da natureza, para)
transformnr-ae num aer" eSielo de »a-
ção, a velha arte imprestável, Io- /• o delia, são bem cai BCteristli os pontan o guerreiro nano, dissimulado e eablroeo. sensual
dos os . reconreitos, em suranu. dn nossa hora actual. -eu "proces- no nioqucrn. E o velho e pérfido, manelroso e «obarde.
com que o Occideiite, i ti amanhã, nn sus' arbitrário e estranho, singu- \,nken com a barriga cheia e n Wào, senhores, m. "mr aarA delzar oa)
snanhos da catechece, nos enve- Palace Hotel, uma exposição de no Brasil, da rara li.Minlada de gordura de pobres sehrtcolas entregne* Aa leia da
nenou a sensibilidade e o Densa* seus trabalhos. E" o primeira ex- i doa artistas contempe- natnreea, pelaa quaea itrapn ae rege-
nosição que ell eus qua- Mártir S< res Moreno. neram adm'ravelrnente, do qae sa'sl«
mento. . que se cingem a formu- Enlão m. Era de se dar um tal.os As leia do homem, que nlo lhas
A pintura de Tarsila é un dros. las i- obedecem ^us "canons" pre- viva :.o kanitar de Iracema. poderAo noadrar a orgajheant tadeneaw
O Rio irá admirar, assim, as estabeli • danela. Vldoe. si os tem. n*n r>- ves-
muitas .'órinns de reacçaVo contra O verso no Brasil deve ser nü. tem nunca o csrnrier deprimente oua)
essa nefanda "conquistl produrções dn artista que é po. - nn arte iiii.laciosa e re- 0 0 indio ér<\ rada vez mnls Ssstimern oa aiejoi r rl-
Ui.il" de que i utiliza, para u suffrag.o dos Intellectuaes van- belde dessa pintora, predomina, Sem pontos. •Iznilna. Kalamos dsonl a ver aa liiisaj
: pintora bra- com uma nota viva e clara, o ac- Indlgenaa do MaraiiIJo. asando rou-
vistoria de suas idí-as, o Jé triuiii- Sem vírgulas. pa* clntadns. bengala, discutindo >oll-
phunte movimento anlhropopha- sileira moderna. cento nacionalista e nelln se re- Sem ai tlra. tomando eocnlna e bebendo ""<>.
gieo. A sua exposição é a nossu A pintura de Tarsila, a par de flecte o tumulto da natureza tro- Kltae"
Mais admite iiri'an]am-ae sl- Iheree. de aslas surtaa, falsificado, os homeria: aa mo-
primeira grande batalha, E" » sua originalidade, lera um cara- pical, voluptuosa e única. rabello "í -a)
nvemionnes. Kuroonne'". freouentnndo rlnems. dis-
nossa | ri; eira Brande ofl cter profundamente brasileiro. I arsila do Amaral prest-inde. Tii dos de motivos de cerâ- cutindo "lollettes" e fumando rlgarrt-
Graças a Freud, porém Kll.i vae IIIIM BI I sua inspiração porém, de apresentações A evi- mica primitiva. Ihss de ponla de ouro. ©ue borrnrl
certeza de que, ainda desta ve<, ilirectamente na vida. E' utilitá- ilencia a que «Itingiii o seu no- —io; mil vezes a nndea, * eaolm. a)
HEITOR MARÇAL, vida atvre daa noreetaa. Piedade, aa-
como sempre, sairemos vencedo ria, anti-n.nanlica e anli-anedo- me, alvo, ao mesmo tempo, rle cri nborea da lnspectorla de ProiecçSo ao*
teia. Os qual. os que tarsila vai ctica. Delia è que decorre n pr licas e louvores, elogiado com floresta — de tarsila, 1929 SelvVolss!
expor — alguns de suas rha cs vimcnlo anihropophagico dr São enthuslasmo e furiosamente com- ID-A Cszeta". de SAo Paulo, de IA)
anteriores e a maior parte DUM' Paulo — a libertação do Brasil batido, é bastante para indicar a FILOSOFIA D E do corrente).
mente snthropophagit os — sa>i itn cultura da arte c- da moral d" pintora paulista A attenção e A
ANTROPÓFAGO
tfio g (StOSOS. tão rcpousnntes. tão in -Mente.
nossos, que ellcs, sósinhos, nos5
vingam ila Escola de Bellas Arte inaugura A exposição que amanhã se Iropole. Pertencente ao "grupo
é n primeira grande ha
curiosidade das "elites" da me
anthropophngiro". cuja arluação
POESIA ANTROPOFAGICA p e n sada por Antônio
expediente
e da sua incrível Pinacothcr.i I lha ua Anthropoi hagia, qu^ tem solapado o arademismo sau-
das inconcebíveis galerias parti cslã despertando grandes discus dosista, na Paulicca, e qiic se ir- Garrido Da "Revista de
Ciliares que por ahi pullulani e da radia, conquistando iriumphos. BERIMBAU
burrice rremedlavel dos colonos sões cm Io IJ o pait, de outros grandes ren-
do Ceará
Antropofagia
do Occidcnie. José Severiano de Tursila exporá 3S quadros, sen Os iipn uaçals 0 cenlennrio de Alencar ter-
troa culturaes do pais, Tarsila dn n..s igai minou virando uma questúo de
Benzende, em artigo excellcntv do alguns de suas phases an- \marol é. poi n, ainda
que sobre cila escreveu, disse i . Aqui reproduilrooa Una N.i, in, bolem, bolem, f imilia
muito bem: "Realmente, a pintu- I. suas telas, das mais caracli- mais interessante. F.lln vac eithl- Oiamn o saci si si si! i od o Brasil Meou «whrndo .. %!umero quinze
ra de Tn.sil.. "ê uma revelação i risticas — p.ii 'nu e somno. hir A gente culta que não poupa ditos sabiam:
uma revolução". Bevelação do As ideai modernistas, no Bra . ir :io P ilar. ilho de um pndre.. ( 2 / dentição)
Brasil, qualro scrulos mofando sii jã i.veram duas grandes lio I . r. nOS seus qil.n- Puras. antropófago-
••> iiiffc da metrópole, mus aRora ras. A . i Imcira foi ii ccli bi
mana de arte de S Pi .Io; a se- ila pintura entropophagica. Uma A desgraça de Aleu.ar foi que-
pintura Inqiiielantc c para minha da moli O dlrector é o
banhada pela hn da nossa natu- o boto batv bite b i t e . . .
fei .u rapyr a Scipiflo dois bons Raul Bopp
o papagaio do palácio da nas lendas e nas B0g|
elia cheia 'li
boto!
O CUSSaral bota quebruntos,
uaçals os aguapés
daa . .
A primeira «terna
oi igbiariaa da raça".
— Crus, canhol oi foi aquclla 0 organizador é
No tempo das etei( , . .. de Pot] indo-se
nos portugueses contra os bollan- Seraldo Ferraz
Todas essas noticias, além de . Peraua dos Jopurás
O doutor Rego Monleiro alufon-se de enlhusiasmos oposicionislus nutras muilaa que deixamos de de assombraunentoi c de espantos!...
(Ju« até o papagaio do pai: 'lava o "Ai seu deses»
reproducit poi absoluta falta de lie tivesse golpe de vista
espaÇO, foram illiislra.las l o i u . e MANUEL BANDEIRA
Mas niurchnram aquellcs lempOI magnlfiCOl (mio é inédito, mas é nosso — Açougue) ilarin a confusão para li- Correspondência
Então 0 governador por uma questão de COmmodW prndui quidar os dois ao mesmo lemim
Cobriu-se tamiicm com a mesma capa feita da ia que sobi E ficaria sozinho, plantando Za\xa Pos*af, 1 2 6 9
paiz... ennnn nos (iu
Nota interessante — OoiTI II A culpa foi dn baptismo.
'A' porta doi ulffea qui s<- afund
O papagaio era a ullima
"O queijo de II
Andrade, agindo antropofaglca«
rolar: mi nte. eshoi ia -liou o nariz ile
um admirador do sr. Amoedo. o
Oawaldo de
DOENÇAS DO FÍGADO
A TRATAMENTO EM Z* HORA». SEM OOH. 8EM OPO-
Depois que eiie se chamou rton
Antônio, devei ia ter sido •comido
suramarian
A juventude rnlrava de novo
Que isso ile enxertos 4s ve-
ies não nega.
XÍ\\ RACAO K SEM SEM DIETA.
OiETA. OAB PEDBAí. PEOflAt, NO
NO • IOAUO
ou, com Immensa C c8n rtr>s . m n y o s l . . .
OU CÁLCULOS eiLIARES O . r . Contai es Di«« (rnie foi
Quando o governador ia almoçar de COBarinha du antropófagos pre- Os tamoyos un cun
PELO BKFECIKICU AI.I.EMâO •«elos neixes) nflo leva
ção.
Hnvin uniu ordl A "Revista" pede a Oswaldo outro qne-faser e alirna uma . .t-
V IT A L - C U R Aquellea romantlcosi mettlilos nimtti • sobre
Os ermo- u-ai d< quintal do palácio iie outros narises, o
ungando Iodos os Approvado paia Direciona Oaiai ae saúda Publica Io lymbira.
timunicro» anrsiHdo* iiiennua a refrranrlna ae ludna Itesnllado: I indi fiO 1 " fhrlO
"Esse M nfaliyel ua pai
de se PI Dapeaito o * " " N. «J. CAMPOS - Rua Buenos Airaa). Antes de Voror, dt I s p . i a i a t o / a i . l e s e de lilClklS
l M n n PIM I IV •6, 1.o — Teiephone, Ncte. «858 - RIO glândulas, iá os belvigens co de K ..li.
(Do Üvro a sahir "Ai ICC páo no craneo do inimigot .cacos. E i.iiasi morreu tisico.

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