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MAIO - 1928
Revista de Jfatropofa|ia
Direção de A N T Ô N I O D E A L C Â N T A R A M A C H A D O Gerencia de R A U L BOPP
ENDEREÇO: 13, RUA BENJAMIM CONSTANT - 3.° PAV. SALA 7 - CAIXA POSTAL N.° 1.269 SÃO PAULO
ABRE-ALAS ,— M A N H Ã
RESOLANA Poema
O mormaço é a fumaça da macega.
Ella vae sozinha, tropeçando nas colheitas.
Treme o longe diluído na quentura. Bate-lhe o sol nos hombros. Ella sente que um gosto.
O boi desce a recosta em procura da sombra humano
mas pára logo, abombado. deflora-lhe a bocca e illumina-a de absurdos.
Lá no alto, voando, voando, bebendo o azul, Parece que um choro quer sorrir dentro de si.
subindo sempre — urubu. Parece que o sangue dentro de si quer matal-a
Feliz... e jogar-lhe clarões por cima.
O calor queima a terra, ferve no ar. Aquillo é o universo que se despenha dos seus cabellos.
(Memória de marulhos
gosto de espuma limo areia branca) (Pará) ABGUAR BASTOS
A cabeça do alazão é uma chamma esbelta
cortando o campo a trote largo.
Vejo as orelhas agudas que se movem,
sinto o corpo fremente do cavallo. URA,
E ha tanta harmonia entre o choque dos cascos os films que a s s o m b r a m o m u n d o
e o meu tronco agitado na vibração febril,
que eu compreendo a gloria animal da carreira: REPRESENTANTE
vou!
enrolado na força do sol. Gustavo Zieglitz
(Rio Grande do Sul)
RUA DOS ANDRADAS, 42
Do livro "Giraluz"
AUGUSTO MEYER
S Ã O PAULO
MANIFESTO ANTROPÓFAGO
Só a antropofagia nos une. Social- pobre declaração dos direitos do Só podemos attender ao mundo
mente. Economicamente. Philoso- homem. orecular.
phicamente. A edade de ouro annunciada pela
America. A edade de ouro. E todas Tínhamos a justiça codificação da
Única lei do mundo. Expressão as girls. vingança A sciencia codificação da
mascarada de todos os individualis- Magia. Antropofagia. A transfor-
mos, de todos os collectivismo. De Filiação. O contacto com o Brasil mação permanente do Tabu em to-
todas as religiões. De todos os trata- Carahiba. Oú Villeganhon print ter- tem.
dos de paz. re. Montaigne. O homem natural.
Rousseau. Da Revolução Francesa Contra o mundo reversivel e as
Tupy, or not tupy that is the ao Romantismo, á Revolução Bol- idéas objectivadas. Cadaverizadas.
question. chevista, á Revolução surrealista e O stop do pensamento que é dyna-
ao bárbaro technizado de Keyserl- mico. O indivíduo victima do syste-
Contra toda as cathecheses. ing. Caminhamos. ma. Fonte das injustiças clássicas.
contra a mãe dos Gracchos. Das injustiças românticas. E o es-
Nunca fomos cathechisados. Vive- quecimento das conquistas interio-
Só me interessa o que não é meu. mos atravez de um direito sonam- res.
Lei do homem. Lei do antropófago. bulo. Fizemos Christo nascer na Ba-
hia. Ou em Belém do Pará. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Ro-
Estamos fatigados de todos os ma- teiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.
ridos catholicos suspeitosos postos Mas nunca admittimos o nasci-
em drama. Freud acabou com o mento da lógica entre nós. O instincto Carahiba.
enigma mulher e com outros
sustos da psychologia im- Morte e vida das hypothe-
pressa. ses. Da equação eu parte do
Kosmos ao axioma Kosmos
O que atropelava a verdade parte do eu. Subsistência. Co-
era a roupa, o impermeável nhecimento. Antropofagia.
entre o inundo interior e o
mundo exterior. A reacção Contra as elites vegetaes.
contra o homem Em communicação com o solo.
vestido. O cinema
americano informa- Nunca fomos cathechisados.
rá. Fizemos foi Carnaval. O indio
vestido de senador do Império.
Filhos do s o l , Fingindo .de Pitt. Ou figuran-
mãe dos viventes. do nas operas de Alencar cheio
Encontrados e ama- de bons sentimentos portugue-
dos ferozmente, com zes.
toda a hypocrisia
da saudade, pelos im- J á tínhamos o
migrados, pelos tra- communismo. J á tí-
ficados e pelos tou- nhamos a língua
ristes. No paiz da surrealista. A eda-
cobra grande.
de de ouro.
Catiti Catiti
Foi porque nun-
Imara Notiá
ca tivemos gram-
Notiá Imara
maticas, nem col- Desenho de Tarcilu 1928 De um quadre que figurará na sua próxima exposição de Junho
na galeria Pcrcier, em Paris. Ipejú
lecções de velhos
vegetaes. E nunca soubemos o que
era urbano, suburbano, fronteiriço e Contra o Padre Vieira. Autor do A magia e a vida. Tínhamos a re-
continental. Preguiçosos no mappa nosso primeiro empréstimo, para lação e a distribuição dos bens phy-
mundi do Brasil. ganhar commissão. O rei analpha- sicos, dos bens moraes, dos bens di-
Uma consciência participante, beto dissera-lhe: ponha isso no papel gnados. E sabiamos transpor o ínys-
uma rythmica religiosa. mas sem muita lábia. Fez-se o em- terio e a morte com o auxilio de al-
préstimo. Gravou-se o assucar bra- gumas formas grammaticaes.
sileiro. Vieira deixou o dinheiro em
Contra todos os importadores de
Portugal e nos trouxe a lábia, Perguntei a um homem o que era
consciência enlatada. A existência
palpável da vida, E a mentalidade o Direito. Elle me respondeu que
era a garantia do exercício da pos-
prelogica para o Sr. Levy Bruhl
O espirito recusa-se a conceber o sibilidade. Esse homem chamava-se
estudar.
espirito sem corpo. O antropomor- Galli Mathias. Comi-o
fismo. Necessidade da vaccina an-
Queremos a revolução Carahiba. tropofagica. Para o equilíbrio contra Só não ha determinismo - onde ha
Maior que a revolução Francesa. A as religiões de meridiano. E as in-
mistério. Mas que temos nós com
unificação de todas as revoltas ef- quisições exteriores.
isso?
ficazes na direcçâo do homem. Sem
nós a Europa não teria siquer a sua
Continua na Pagina 7
Revista de Antropofagia
SEIS ROETAS
PBDRO-JUAN VIQNALE — Sen- A ascensão de Jorge de Lima é «ma Henrique de Resende, Rosário Fus-
tímiento de Germana — Buenos delícia. De soneto Acendedor de lam- co e Ascanio Lopes — Poemas —
peSes ao poema Essa negra Fulfl. Su- Cataguazes — 1928.
Aires — 1927.
jeito inteligente como poucos soube pro- E' a gente simpática da Verde de Ca-
curar e achou. Abençoado Manuel Ban- taguazes.
Os versos são de uma ternura forte e
deira. Livro naturaline-nte desigual puxando
grave. Muito differente daquele picguis- para três lados.
mo rimado dos poetas que sussurram no Dos Poemas eu separo G. W, B. R.
Gostosura de lirismo vagabundo, alegre, Henrique de Rezende é o mais velho da
rimado dos poetas que sussurram no turma. Engenheiro rodoviário vai anotando
ouvidinho da amada. Pedro-Juan Vignale, levado dos diabos. Dá vontade na gente
de repetir a viajem tendo o poema bem nas margens do caderno de medições e
maestro e entomólogo, ama á moderna. de cálculos os aspectos dos caminhos que
E poeta á moderna. Seus ditirambos em guardado na memória. Separo esse por
ser o meu predileto. Mas não o único êle abre
honra de Germana não são declarações
de namorado bisonho: antes de que tem notável. Rio de Sáo Francisco também como um corda me de veias
me agrada bastante. Bala de Todos os no corpo adusto
fé convencida e invencível num senti-
Santos, Santa Dica, Floriano-Padre Cf- da terra inhospita.
mento muito alto mas palpável. Nada de cero-Lampeão' igualmente têm cousas
dúvidas cruciantes ou queixumcs suspi- que a gente não esquece. Principalmente Não sei se como engenheiro é bom
rados. Nenhuma alusão á morte salva- o primeiro. E do magnífico ChangA pula poeta. Mas sei que como poeta é bom
dora. um bodum danado, rebenta um ritmo engenheiro. Seus veisos são solidamente
Através da mulher o poeta ama a terra infernal. Inútil querer resistir. construídos sobre leito bem empedrado.
onde ela nasceu: esta terra. Sentir uma De vez em quando uma descaida sen- Nem falta o rolo compressor de uma
é sentir a outra. timental ou pueril, livresca, oratória ou auto-crítica severa. E esses caminhos têm
conceituosa que desaponta mas não as- sombras para a gente repousar a vista
En tus manos ávidas tonta da luz das paisagens. A ermida por
traes sombra. Porque não é assim tão facil-
mente que se Tompe com certos cacoetes exemplo: tão comovente e tão bonita.
los cielos dei Brasil literários. Não vê. A cousa é dura como Rosário Fusco é um menino. Está
quê. Não tem importância: Jorge de Li- dito tudo: mistura timidez com audácia,
Ouvindo a voz cállda de trópico é brutalidade com ternura, larga o esti-
que êle vê ma está ficando cada vez mais escovado.
Por isso duvido muito que em seus livros lingue para choramingar no colo de um
futuros apareçam versos como Oraç&o, afecto bom. Tem talento. Quanto a isso
esa tarde paulista não pode haver dúvida. Tem talento, von-
exprimirse Meninice, Poemas dos bons fradinhos,
<A voz da igrejinha e o Painel de Nuno tade de acertar e uma desenvoltura ótima
«obre ei Tietê na qual a gente não pode deixar de pôr a
hasta inundarlo Gonçalves sobretudo.
Agora Essa negra Fulô. E' das cousas maior das conf ianças. Eu gosto muito deste
O" que é positivamente lindo. poeminha — Sala de gente pobre — do
mais .marcantes que a poesia nordestina
Esse contracto de poeta, tão profun- nos tem enviado de muito tempo para qual tomo a liberdade de suprimir o últi-
damente vigoroso com o tema lírico Bra- cá. Essa negra Fulô sim. Bole com a gen- mo verso:
sil ainda nos dará (penso eu) muita cou- te. Pinica a'sensibilidade da gente. Em- Um banco.
sa ótima. bala o sensualismo da gente. Canção e Uma mesa.
história da escravidão sem querer ser. Um quadro: Nossa Senhora
JORGE FERNANDES — Livro de Poesia boa, cheirosa, suarenta, apetito- Outro quadro: São José....
poemas — Natal — 1927. sa, provocadora.
Um lampeão.
A poesia de Jorge Fernandes machuca. Nem ambição de mais coisas.
Ora se deu que chegou
Deante dela fica-se com vontade de gri- (isso já faz muito tempo) Os defeitos de Rosário Fusco são de-
tar como o próprio poeta na Enchente: no bangüê dum meu avô feitos de quem tem dezesete anos. Em
Lá vem cabeçada... uma negra bonitinha geral porque há alguns mais graves que
chamada negra Fulô podem virar crônicos se não forem cura-
E vem mesmo. Poesia bandoleira, vio- dos logo: linguagem meio cá meio lá,
lenta, golpeando a sensibilidade da gente quedazinha paTa o lugar-comum, imagem
que nam o tejú brigando com a cobra: Essa negra Fulôt
de efeito, final arranjadinho. E outros
Léxo! léxo t Essa negra Fulô! mais. Porém eu já disse e repito que em
Ao lado disso uma afeição carnal e Rosário Fusco a gente pode ter sem medo
selvagem pela terra sertaneja como de- muitíssima confiança.
monstra entre outras a explêndida Can- O' Fulô? O' Fulô?
(5o do inverno. E. feitio rjide de dizer (Era a fala da Sinhá Ascanio Lopes também é menino: me-
as cousas. Jorge Fernandes tem a mão chamando a negra Fulô) nino malicioso, gozador, cheio de suben-
dura: tira lascas das paisagens que caem Cadê meu frasco de cheiro tendidos. O principal defeito dele é o mes-
nas unhas dele. MSo de derrubar sem du- que teu Slnhô me mandou? mo de Rosário Fusco: a idade que tem.
vida. Aquella mesma trabalhadeira e lí- — Ah! foi você que roubou! Daí, apesar dele ser brincalhão, certas
rica Mio nordestina que dá o nome a Ah I foi você que roubou! puerilidades sentimentais, o desejo crian-
uma de suas poesias mais características. ça de SCT acarlnhado e o tema tristeza
soando falso nas poesias dele.
Outra cousa: Jorge Fernandes fala uma
língua que nós do Sul ainda não com- O Sinhô foi açoitar A mata é grande demais para o fogo
preendemos totalmente mas sentimos ad- sosinho a negra Fulô. pegar caracteriza bem a sua maneira boa:
mirável. Eu pelo menos não percebo tre- A negra tirou a saia Na modorra enorme do sertão
chos e trechos de várias poesias suas. e tirou o cabeção, os empregados trabalhavam nos eitos da
No entanto gosto deles. O poema Avoetes de dentro dele pulou [roça
por exemplo (não sei se por causa da nuinha a negra Fulô. Cantando cantigas ingênuas.
construcção particularfssima de certas Mas do lado da serra, lá longe, começou
frazes) espanta como o desconhecido. E Essa negra Fulô! [a subir fumaça
é bonito que só vendo. Essa negra Fulô! e as chamas tampaTam as arvores da
O autor do Livro de poemas eviden- [mata.
temente está passando por um período O' Fulô? O' Fulô? O feitor disse que era uma queimada que
doído de auto-crítica de que sairá melho- Cadê, cadê teu Sinhô [saltara o aceiro.
rado com' certeza. Êle mesmo reconhece que Nosso-Senhor me mandou? Ninguém pensou em apagar o fogo.
isso e caçoa de suas remmiscências par- Ah! foi você que roubou No céu os gaviões gritavam assustados.
nasianas. Daí uma porção de pequenos foi você, negra Fulô!
defeitos nas vésperas de completo- desa- _ Ascanio Lopes não deve abandonar
parecimento. Ou eu muito -me engano. Essa negra Fulô! - esse seu feitio de gozador a seco.
O pessoal da Verde é portanto uma
JORGE DÈ LIMA — Poemas e Essa negra Fulô. Pretinha do infermo. surpresa excellente e cuja excelência de
Essa negra Fido — Maceió — Essa negra Fulô. hoje em deante não mais surpreenderá
1927 « 1928. ninguém.
A. de A. M.
A. de A. M.
Revista de Antropofagia
POESIA
FOME
Guilherme de Almeida.
A L Í N G U A T U P Y — PLÍNIO V A L G A D O
A LÍNGUA TUPY mado como idêntico ao homen europeu, também. Liga-se o estudo dos Idiomas á
não resta a menor duvida. Basta ver-se própria historia do homem. Depois de
A língua tupy deve ser estudada com envergando o habito de Christo, e com o Lamarck, G. de Saint Hilaire, Darwin e
um novo critério. A contribuição de todos titulo de Dom, que lhe concede Felippe Spencer, estes assomptos tomam um ou-
os que escreveram grammaticas e dic- IV, o sr. Antônio Camarão, Poty de nas- tro aspecto. A ultima tentativa para redu-
cionarios do idioma falado pelos nossos cimento. .. Aliás, uma bulla papal jà de- zir o indio á forma européa, é, talvez, a
selvagens é certamente muito valiosa, e clarara, após a descoberta do Novo Mun- do nosso chamado indianismo, expressão
serve-nos hoje de inicio para as nossas do, que todos descendiam de Adão e Eva. do romantismo em nossa literatura. Mas
procuras curiosas. Mas os que estudaram Os que estudaram o tupy, desde aquelles essa preoecupação lamartinizante dos
o tupy, nos primeiros séculos da colo- tempos, não podiam ter outra orientação nossos poetas e romancistas teve a van-
nização inspiravam-se num critério arca- que não fosse a do seu século e a das ne- tagem de chamar a gttenção brasileira
dico, do mesmo modo que, considcando c cessidades prementes. para o bugre, cercal-o de uma sympathia
indio, tomavam-no sob o ponto de vista Muita gente depois veio estudando a através da qual pudéssemos chegaT a elle
da catechese. Período de Anchieta, depois lingua de nossos Índios, mas com um cri- e pesquizal-o melhor. E como esse mo-
de Montoya, de Filgueiras. E é preciso tério pratico. São subsídios curiosos. vimento de Gonçalves Dias e José de
notar o caracter, de utilidade pratica im- Abanheenga, quer dizer, lingua de homem, Alencar representa o primeiro passo para
mediata, desses estudos, naquella época. lingua de gente, chamavam os tupys á uma comprehensão melhor do indígena,
O jesuíta tinha necessidade de unificar, sua lingua. 0 missionário foi unificando, é justo perdoarmos a esses escriptores os
tanto quanto possive!, as línguas, num systematizando as pequenas modalidades prejuízos inherentes ao seu tempo. E é
typo geral que servisse aò imperialismo no nheengatú, ou seja lingua bôa. Donde preciso também registrar que, no meio
catechista. E a necessidade da compre- nasceu o tupy-guarany. As outras tribus de muita phantazia, ha expressões fieis
hensão urgente entre catechumenos e ficaram falando o seu nheengahyba, lin- da psychologia selvagem em muitos tre-
evangelizadores. Essa preoecupação uti- gua ruim. Ruim porque não se submettia chos da poesia e do romance românticos.
litária não podia ter sinão uma orien- á reducção clássica do nheengatú. A opinião do nosso historiador Porto
tação grammatical. E sendo o typo hu- Seguro (Vamhagen), tão hostil á pobre
mano dos conquistados reduzido peio do- O critério scientifico para o estudo
das línguas americanas procede de Mar- raça dominada, vem logo contrabatida
gma á equivalência intrínseca do con- pela sympathia de Couto de Magalhães,
quistador, passava para um segundo pla- tius e da sua classificação. O ramo bra-
sileiro, que vem denominado na classifi- de Barbosa Rodrigues, de Baptista Cae-
no o estudo do seu espirito e do 3eu ins- tano a cuja obra podemos juntar o que
tineto, e da lingua do gentio só se to- cação de Frederico Muller "grupo tupy-
guarany", é dividido por Martius em nove tem feito Theodoro Sampaio, Cândido
mavam as conclusões finaes, formas paci- Rondon, Alarico Silveira, e outros.
ficas passivas da traducção. Que o indio, galhos. Parece-me que ha, dahi por dian-
te, uma curiosidade maior em relação ás Novos aspectos nos interessam hoje
como valor psychologico e social era to- na lingua dos nossos selvagens O da «rl-
línguas selvagens. E em relação ao indio.
(Continua na pag. seguinte)
6 Revista de Antropofagia
Contra o servilismo colonial, o tacape inheiguára, Neste rabinho do seu primeiro numero a
"gente de grande resolução e valor e totalmente impa- "Revista de Antropofagia" faz questão de repe-
ciente de sujeição" (Vieira), o heroísmo sem rosrta de tir o que ficou dito lá no principio:
Commendador dos carahybas, "que se oppuzeram a que
Diogo de Lepe desembarcasse, investindo contra as ca- — Ella está acima de quaesquer grupos ou
ravelas e reduzindo o numero de seus tripulantes" tendências;
(Santa Rosa — "Historia do Rio Amazonas"). — Ella acceita todos os manifestos mas não
Ninguém se illuda. A paz do homem americano bota manifesto;
com a civilisação européa é paz nheengahiba. Está no — Ella acceita todas as criticas mas não faz
Lisboa: "aquella apparatosa paz dos nheengahibas não critica;
passava de uma verdadeira impostura, continuando os
bárbaros no seu antigo theor da vida selvagem, dados á — Ella é antropófaga como o avestruz é co-
antropophagia como dantes, e baldos inteiramente da milão;
luz do evangelho." — Ella nada tem que ver com os pontos de
Como se vê, facilimo ser antropophago. Basta eli- vista de que por acaso seja vehiculo.
minar a impostura.
A "Revista de Antropofagia" não tem
Foram estas as conseqüências dos versos ruimzi-
zinhos que Anchieta escreveu na areia de Itanhaen: orientação ou pensamento de espécie alguma:
Ordenações do Reino, grammatica e ceia de Da Vinci só tem estômago.
na sala de jantar. E não houve ainda quem comesse A de A. M.
Anchieta! R. B.
ANNO I - NUMERO 2 500 rs. JUNHO - 1928
Revista de Antropofagia
Direcção de A N T Ô N I O D E A L C Â N T A R A M A C H A D O Gerencia etc. de R A U L BOPP
ENDEREÇO: 13, RUA BENJAMIM CONSTANT - 3.» PAV. SALA 7 - CAIXA POSTAL N.° I.269 SAO PAULO
INCITAÇÃO AOS CANIBAIS imenso: país descoberto por acaso é justo que
continue entregue ao acaso dos acontecimentos.
O atraente parteiro, professor, acadêmico e Mesníoj porque a gente não tem tempo para per-
orador doutor Fernando de Magalhães esteve há der com bobagens: Camões absorve todos os mi-
dias em São Paulo onde falou sobre o feminismo, nutos inteligentes.
deu uma lição de obstetrícia e concedeu uma Esse antropófago que vem desde o nasci-
entrevista. mento desta terra (há um testamento de ban-
É essa entrevista que merece ser conhecida. deirante escrito numa folha manuscrita do Os
O doutor Fernando fêz nela a apologia entusias- lusíadas) devorando com delícia as gerações
mada da Sociedade Brasileira de Educação. Socie- nacionais precisa por sua vez ser deglutido. É
dade benemérita, sociedade utilíssima, sociedade urgente pôr boi tão gordo na boca da sucuri bra-
isto, sociedade aquilo. A prova? Aqui está (pa- sileira. E que sirva de aperitivo a Sociedade
lavras textualíssimas): A biblioteca da Associa- Brasileira de Educação. Para. rebater, a sobre-
ção — acentuou — ê o que há de mais perfeito mesa será o doutor Fernanda que é manjar
no gênero, como ordem e como método na sua doce e fino. Antônio de Alcântara Machado
organização. Uma de suas secções, por exemplo,
a biblioteca infantil, exigiu um trabalho enorme O ESTRANGEIRO
de paciência e perspicácia. Necessitou-se de um
Eu encontrei um homem vermelho
inquérito entre as crianças para se saber quais 'os Falando uma lingua que eu não sabia...
livros preferidos, chegando-se a resultados estu- Pelos seus gestos entendi que ele achava
Minha terra muito bonita.
pendos. Uma criança de 12 anos, por exemplo, Apontava p'ra luz do sol muito f o r t e . . .
a qual perguntou-se qual o livro preferido, res- P'ras arvores muito verdes...
P'ras agitas muito claras...
pondeu, prontamente: "Lusíadas" de Camões. P'ro céo muito c l a r o . . .
Ora, ora, ora, ora. Que brincadeira é essa?
Então o raio do menino com doze anos de idade Eu tive vontade que cie entendesse a minha fala
P'ra lhe dizer:
já é assim tão imbecilzinho que prefere Camões
a Conan Doyle? E é isso que se chama resultado — Marinheiro provera Deus que você fosse
Pelos nossos sertões...
estupendo? Você via os campos sem f i m . . .
O doutor Fernando quiz troçar com a gente. As serras tirriives todas cheias de m a t o s . . .
Os rios cheios muito bonitos...
Não tem que ver. Menino que chupa Camões Os rios secos muito bonitos...
como se fosse pirolito de abacaxi não é menino: é Você comia commigo umbuzada gostosa...
monstro. Mas que monstro: toda uma coleção O leite com girimum...
Curimatan fresca com molho de pimenta de cheiro...
teratológica. É também para guris desse quilate Você via como a gente trabalha sol a sol
( e n ã o SÓ p a r a OS p e r a l t a s ) q u e existe chinelo Esquecido da fome e esquecido das coisas
i , . Bonitas de seus mundos..
de sola dura. Ver como vaqueiro rompe mato fechado
E se lasca perseguindo a rês
PÕe a gente triste verificar que um fenô- Por riba dos lagêdos
meno assim é como não podia deixar de ser bra- Chega os cascos federem a chifre queimado...
sileiro. Já nò grupo escolar a molecada indígena Ver o vaqueiro planta a mão na bassoura da rês
E ela virá mocotó...
ouve da boca erudita de seus professores que o
Brasil foi descoberto por acaso e Camões é o — Marinheiro, se você soubesse a minha fala
Eu haverá de levar você p'ro meu sertão...
maior gênio da raça. A molecada cresce certa
(Natal) . Jorge Fernandes
dessas duas verdades primarciais. Daí o mal
" E S P É C I E D E AFERRAÇÃO MENTAL, QUANDO
ANTROPOFAGIA: SE DÁ N O HOMEM CIVIL1SADO".
ÍDR FREI DOMINGOS V I E I K A - G R A N U E DICCIONARIO PORTUGUEZ)
Revista de Antropofagia
LÍRICA IDIL-IO
Um repórter modelo de certo jornal paulista, conse-
A ELEITO SOARES
guiu sensacional reportagem na cadeia publica. Para lá
O meu amor, rapazes, sntrar recorreu a um meio muito simples; boliu com
grilos (os mais pelintras, aqueles que usam polainas que
é uma lindeza de morena bonita
foram brancas e luvas furadas na ponta dos dedos)
das matas de minas gerais!
resultando para ele tremenda surra, seguida de alguns
De dia meu amor vai pro serviço cantando cantando! dias de cana brava.
e que friume não me faz por dentro, gente, vel-a cantar Vamos agora dar a palavra ao exforçado recordista
[assim! das reportagens sensacionaes:
Meu amor é mais alegre que o sol!
...e na mansão de dores moraes, talvez mais
Mais alegre que os córgos da minha terra!
profundas do que as dores físicas, deparou-
Mais alegre que a passarada da minha terra a cantar!
se-nos comovedor espetáculo. Formára-se entre
Meu amor disse que gosta muito de mim... as lobregas paredes, entre rexas de ferro e
Eu acredito — palavra! — mas desconfio também oortas inexoráveis, um doce, e puro idílio.
como bom mineiro que se preza como eu. O mais antigo dos presos, que pelo seu com-
Porém, portamento exemplar gosava de urna! certa
a gente não deve botar a mão no fogo não. Dizem... liberdade, apaixonara-se pela mais comportada
Eu boto! das detentas. Tinham combinado o casamento,
Isto é, eu toco üa mão no fogo para quando saíssem da prisão, e já escolhido
mas deixo outra de reserva... as testemunhas. Todos na cadeia se referiam
com simpatia ao projeto. Ela aí fora ter por-
(Cataguases) que cometera vários infanticídios, triste fruto
— do "Fructa-de-conde" — da época de depravação moral em que vive-
mos e da falta de proteção em que o governo
Rosário Fusco deixa as jovens incautas que a vida das gran-
des cidades rodeia de insídias. Êle matara as
duas esposas que sucessivamente tivera, a pri-
meira devido a deslizes conjugaes, a segunda
Homisio por incompatibilidade de gênios. Um dos
padrinhos cortara a mãe dele (padrinho) em
pedacinhos. Outro era especialista em1 assas-
sínios de tocaia: matara 20 pessoas em 10 dias,
até que a policia resolveu tardiamente — como
Para Raul Bopp sempre — cortar-lhe a vocação. Etc etc
Nesta baiúca
Coberta de sapé Continuava por aí afora o exforçado repórter. Não
resta duvida que ele revela um caso de conseqüências
Esteve homisiado o Caburé
inquictantes para almas sensíveis, visto aparentarem as
Que matou o Zé Jucá no vaiado. futuras solenidades nupciaes, desfecho possivelmente
Passava a passóca antropofágico.
E mingau de mandioca, Yan de Almeida Prado
Potranca sempre pronta no potreiro
Do terreiro. Arisco como uma paca,
Picava fumo com a faca,
Cuava café no tripé pra beber no coité. ESTE M Ê S :
Um cabo escondeu no serrado LARANJA DA CHINA
Com um soldado, e com cerrado tiroteio DE
— Tiro foi e tiro veiu —
Deram cabo, Antônio de Alcântara Machado
Cabo e soldado, E
Do costado do coitado.
MACUNAÍMA
Dos CANTOS MUNICIPAIS ' (HISTÓRIA)
(Minas) DE
Pidelis Florencio Mario de Andrade
Revista de Antropofagia
ENTRADA DE "MACUNAÍMA"
MARIO DE ANDRADE
No fundo do mato-virgem nasceu Ma- dormindo que a mãi principiasse o traba-' cunaima pediu um pedaço de curauá pro
cunaíma herói da nossa gente. Era preto lho. Então pediu pra ela. que largasse de mano porém Jigué falou que aquilo não
retinto e filho do medo da noite. Houve tecer o paneiro de guarumá-membeca e le- era brinquedo de criança. Macunaima prin-
um momento em que o silêncio foi tão vasse êle no mato passear. A mãi não quis cipiou chorando outra ves e a noite ficou
grande escutando o murmurejo do Urari- porquê não podia largar o paneiro não. bem diiicil de passar pra todos.
coera que a india tapanhumas pariu uma E pediu prá nora, companheira de Jiguè No outro dia Jiguê levantou cedo pra
criança feia. Essa criança é que chamaram que levasse o menino. A companheira de fazer armadilha e .enxergando o menino
de Macunaima. Jiguè era bem moça e chamava Sofará. tristinho falou:
Já na meninice fez — Bom-dia, cora-
coisas de sarapantar. çãozinho dos outros.
De primeiro passou Porém Macunaima
mais de seis anos fechou-se em copas
não falando. Si o carrancudo.
incitavam a falar ex- — Não quer falar
clamava : comigo, é?
— Ai 1 que pre- — Estou de mal.
guiça I . . . — Por causa?
E não dizia mais Então Macunaima
nada. Ficava no can- pediu fibra de cura-
to da maloca trepa- uá. Jiguê olhou pra
do no girau de pa- êle com ódio e men-
xiúba espiando o dou a companheira
trabalho dos outros arranjar fio pro me-
e principalmente os nino. A moça fez.
dois manos que ti- Macunaima agrade-
nha, Maanape já ve- ceu e foi pedir pro
lhinho e Jiguè na pai-de-terreiro que
força do homem. trançasse uma corda
O divertimento dele pra êle e assoprasse
era decepar cabeça bem nela fumaça de
de saúva. Vivia dei- petum.
tado mas si punha Quando tudo es-
os olhos em dinhei- tava pronto Ma-
ro Macunaima dan- cunaima pediu prá
dava pra ganhar mãi que deixasse o
vintém. E também cachirí fermentando
espertava quando a e levasse êle no ma-
família ia tomar ba- to passear. A velha
nho no rio, todos não podia por causa
juntos e nus. Pas- do trabalho mas a
sava o tempo do companheira de Ji-
banho dando mer- guê mui sonsa falou
gulho e as mulheres prá sogra que "es-
soltavam gritos go- tava ás ordens". E
sados por causa dos foi no mato com o
guaiamuns diz que piá nas costas.
habitando a agua- Desenho de MARIA CLEMÊNCIA — (Buenos-Aires) Quando o botou
doce por lá. No mo- nos carurús e soro-
cambo si alguma rocas da serrapi-
cunhatã se aproxi- lheira o pequeno foi
mava dele pra fazer festinha, Macunaima Foi se aproximando ressabiada porém desta crescendo e viruo príncipe. Falou pra So-
punha a mão nas graças dela, cunhatã se vez Macunaima ficou muito quieto sem bo- fará esperar um bocadinho que já voltava
afastava. Nos machos guspia na cara- tar a mão na graça de ninguém. A moça pra brincarem e foi no bebedouro da anta
Porém respeitava os velhos e freqüentava carregou o piá nas costas e foi até o pé armar um laço. Nem bem voltaram do pas-
com aplicação a murúa a poracê o torê a de aninga na beira do rio. A água parará seio, tardinha, Jiguê já chegava também
cucuicogue, todas essas dansas religiosas pra inventar um ponteio de gôso nas fo- de prender a armadilha no rasto da anta.
da tribu. lhas do javari. O longe estava bonito com A companheira não trabalhara nada. Jigué
Quando era pra dormir trepava no ma- muitos biguás e biguatingas avoando na ficou fulo e antes de catar os carrapatos
curú pequeninho sempre se esquecendo de entrada do furo. A moça botou Macunaima bateu nela muito. Mas Sofará agüentou a
mijar. Como a rede da mãi estava por de- na praia porém êle principiou choramin- coca com paciência.
baixo do berço o herói mijava quente na gando, que tinha muita formigal...e pediu No outro dia a arraiada inda estava aca-
velha, espantando os mosquitos bem. Então pra Sofará que o levasse até o derrame bando de trepar nas árvores, Macunaima
adormecia falando palavras-feias imorali- do morro lá dentro do mato. A moça acordou todos, fazendo um bué medonho,
dades estrambolicas e dava patadas no ar. fez. Mas assim que deitou o curumim nas que fossem! que fossem no bebedouro bus-
Nas conversas das mulheres no pino do tiriricas e trapoerabas da serrapilheira êle car a bicha que êle caçara!... Porém nin-
dia o assunto era sempre as peraltagens botou corpo num átimo e ficou um prín- guém não acreditou e todos principiaram
do herói. As mulheres se riam, muito sun- cipe lindo. Andaram por lá muito. o trabalho do dia.
patisadas falando que "espinho que pinica, Quando voltaram prá maloca a moça pa- Macunaima ficou muito contrariado e
de pequeno já trez ponte" e numa page- recia muito fatigada de tanto carregar piá pediu pra Sofará que desse uma chegada
lança Rei Nagô fez um discurso e avisou nas costas. Era que o herói tinha brincado no bebedouro só pra ver. A moça fez e
que Macunaima era muito inteligente. muito com ela... Nem bem deitou Ma- voltou falando pra todos que de fato estava
Nem bem teve seis anos deram água cunaima na rede Jiguê já chegava de pescar no laço uma anta muito grande j i morta.
num chocalho pra êle e Macunaima prin- de puçá e a companheira não trabalhara Toda a tribu foi buscar a bicha, matu-
cipiou falando como todos. E pediu prá mai nada. Jigué enquisilou e depois de catar tando na inteligência do curumim. Quando
que largasse da mandioca ralando na ce- os carrapatos deu nela muito. Sofará Jiguè chegou com a corda de curauá vazia
vadeii» e levasse êle passear no mato. A agüentou a sova sem falar um isto. encontrou todos tratando da caça. Ajudou.
mãi não quis porquê não podia largar da Jiguê não desconfiou de nada e começou E quando foi pra repartir não deu nem
mandioca não. Macunaima choramingou trançando corda com fibra de curauá. Não um pedaço da carne pra Macunaima, só
dia inteiro. De-noite continuou chorando. vê que encontrara rasto fresco de anta e tripas. O herói jurou vingança.
No outro dia eBperou com o olho esquerdo queria pegar o bicho na armadilha. Ma- Etc.
Revista de Antropofagia
UM ROETA
Cassiano Ricardo — MARTIM CERERE — S. Paulo — 1928.
Alartim Cereri não è livro inteiramente Cereri a isente verifica isso facilmente: do este ótimo poeminha chamado Lua cheia
novo. Há nele várias poesias do Vamos espirito moderno que é universal o poeta n. 1:
caçar papagaios (com uma ou outra modi- aceita pouca cousa. Mas o tema Brasil do
ficação ligeira) e outras cujos temas já modernismo o seduz. Boião d* leite
foram explorados pelo próprio poeta em que a noite leva
Por causa dele chegou a romper com o
seus livros anteriores. O mesmo acontece com mãos de treva
seu próprio passado literário. Na lista de
com certas imagens e certos achados pra não sei quem beber.
suas obras publicadas contante do livro
verbais.
de agora não figuram A frauta de Pan,
Isso mostra que Cassiano continua ba- Jardim das Hespérides e os outros dois Mas que embora levado
tendo na tecla Brasil. Permanece o poeta do volumes anteriores a 1925. Esse repúdio muito de vagorinho
descobrimento e da colonização sobretudo. aliás não tem razão de ser. E constitue vai derramando pingos brancos
Poeta oratório (o que denuncia sua brasi- uma injustiça: A frauta de Pan principal- pelo caminho...
-lidade), e descritivo. Quando oratório ou
mente tem versos que são dos melhores do
quando descritivo sempre fortemente elo- Gosto tanto dessa gostozura que ouso
parnasianismo brasileiro.
qüente. pedir a Cassiano que não se esqueça de
O caso de Cassiano Ricardo é um caso Pelo que já ficou dito lá no principio molhar seus livros futuros nesse mesmo
á i-arte na nossa literatura actsal. Cassiano é evidente a imposibilidade de criticar Mar- leite gorduroso e cheiroso. Puro lirismo
até 1925 foi inimigo violento da reação tim Cereri sem repetir uma a uma as cri- sem água.
moderna. Depois (era fatal) se conver- ticas (elogios e reparos) que já merece- Marfim Cereri foi impresso com bas-
teu. Houve nisso um missionário irresis- ram abundantemente Borrões de verde e tante cuidado. Além disso tem bonitas ilus-
tível : o Brasil. Se o movimento moderno amarelo e Vamos caçar papagaios. trações de Di Cavalcanti. Algumas mais
entre nós não tivesse assumido também Eu que mesmo nos novos sempre pro- que bonitas até: a da capa; a da página
uma feição nacionalista acredito que Cas- curo o novo, o que é novo na novidade 19 e outras.
siano continuase inimigo dele. No Marfim deles, me contento em reproduzir aqui A. DB A. M.
BRAZIL MATINAL
A tarde é uma rede vermelha e mole
E os nervos da gente esticados como cordas de violão
Vibram no fluido de volúpia que garoa devagarzitiho
Eu abri a janella
Das bandas meio escuras de onde o sol nasce...
Uma marrpoza começa a enlouquecer. a respirei fundamente a frialdade
(de quem será que eu tenho tanta sodade.)
Chorar.. .Ser homem! Não, homem não chora, nãol da manhã.
. . . a jaboticabeira se estorce
Ainda não arranjou pozição pra d o r m i r . . .
(a v i d a . . . ) Sob risadas de sinos,
MADRUGADA
Do livro "Colônia Z e outros poemas"
Rw Cirne Uma
(Porto Alegre) y
(Mohtevideo)
/ FUSCO SANSONE
NICOLAS
Revista de Antropofagia
Porto Alegre
AUGUSTO MEYER
BREVEMENTE
EM TODAS AS LIVRARIAS:
REPUBLICA M arti m - Cererê
DOS VERSOS
DE
ESTADOS Cassiano Ricardo
UNIDOS
DO
BRASIL ESTA N O P R E L O :
Antologia de 4 poetas mineiros
VERSOS JOÃO ALPHONSUS
D E CARLOS DRUMOND DE ANDRADE
MENOTTI EMÍLIO MOURA
PEDRO NA VA
A LÍNGUA T U P Y
Ko meu ultimo artigo falei, em relação mais curiosas. Finalmente, transportando- originado da circumstancia de entrar no
á lingua tupy, do que poderemos chamar nos desses phenomenos que mais se refe- buraco e tapar a entrada da luz. Como se
as analogias sensoriaes, que são todo um rem á etymologia, aos da construcção das sabe, a consonância t exprime resistência,
mecanismo ampliador do processo onoma- phrases, iremos encontrar na syntaxe pri- cousa dura.
topaico, que assignala o período creador mitiva dos aborígenes cabedaes interessan- Vimos, no ultimo artigo, que fogo é
da linguagem, o primeiro commercio entre tíssimos para a pesquiza da formação dos tatá, e a nossa hypothese foi a de que
os cinco sentidos e os mundos obiectivo idiomas troncos. assim se exprime o elemento igneo, pela
c subjectivo. Estes apontamentos, quero repetir, não circumstancia de nascer o fogo do atricto
A formação da linguagem é, na verdade, são orientados' por nenhum methodo, nem das cousas duras. Mas o fogo é luz, clari-
um complexo de actos fixados de posse. seguem uma ordem rigorosa. São regista- dade, por isso a consonância * liga-se ao
Linguagem é apprehensão e determinação dos, apenas, de memória, sem a presença phonema a.
de phenomenos. Na variedade das circums- perniciosa dos livros e autores absorven- No tocante ás analogias psychologicas,
tancias. tes. Têm elles um caracter exclusivamente encontramos interessante material, que de-
Da synthese interjectiva o espirito agudo pessoal, de observações e conclusões pró- menstra a intima comunhão cósmica dos
da emoção retornou ao exame minucioso prias, e si no artigo anterior oceorreram homens primitivos. A lua, por exemplo, é
dos factores do conjuncto emocional. A alguns nomes, de autores, foram remini- Jocy. E jacy também quer dizer tristeza.
onomatopéa creou os grandes pontos de scencias casuaes de leituras antigas, que de E que é a tristeza sinão um luar da alma?
referencia, os elementos primordiaes das certa forma se ligam á matéria. Por outro Mas, temos ainda caruca, que é tarde.
expressões directas. A intercorrespon- lado, estas observações devem ser tomadas Vem, provavelmente, de caa, matto, e oc,
dencia dos sentidos nuançou essas expres- com as necessárias restricções, pois são ou uc, morar. O r é evidentemente eupho-
sões. Impressões auditivas e visuaes, olfa- apenas illustrações para orientar pesquizas nico. A tarde é, portanto, a que mora no
ctivas, palataes e tactivas, controverteram- talvez mais felizes de gente mais compe- matto. E, na verdade, mesmo quando o sol
se, cambiaram-se, ajustaram-se na entro- tente. é mais intenso, ha sempre debaixo das
sagem dos instinctos enriquecidos> de expe- Vejamos algumas curiosidades. O valor copas intrancadas da floresta, a sombra que
riências. E a expressão objectiva multi- das vogaes, por exemplo. Tenho que o se extende pelas raízes. Quando o sol se
plicou-se, prismando-se de acepções. phonema o, aberto ou atono,, significa põe, % sombra sáe devagarinho do matto,
Vimos, no ultimo artigo, que todas ás sempre proximidade e claridade. O dia e vae se escorregando, extendendo-se do-
cousas duras, resistentes, são expressas é ara. minando a paizagem. Ê a que mora no
pela consonância t; e que as cousas extre- O phonema u exprime distancia. As matto: caruca. Algumas horas depois,
mas, as pontas e as superfícies, tradu- cousas distantes são pretas ou azues, por- quando brilham as citatás (estreitos, mães
zem-se na linguagem nascente dos nossos tanto, M significa também essas cores. do fogo), a caruca se transforma em
índios pela consonância p- E, a seguir, Donde temos una. A noite é petuna, ou petuna que é o véo negro da noite.
desenrolámos todas as conseqüências desse pechtuna, ou pichtuna, que quer dizer véo, Aracy é a mãe do. dia, ou a aurora. Ê a
facto. Entre os curiosos resultados do ou pelle preta. mãe porque do seu clarão é que nasce o
processo formador da linguagem, encon- Porque buraco ou cousa ôca é qual 6 sol. Neste ponto a mythologia tupy se con-
trámos a consonância p, que significa ponta, possível que pelo seguinte: onde vae a funde com a mythologia grega.
extremidade, como designativa de baixo, consonância q, trata-se de cousa meúda, Entre as palavra» mais lindas dos nossos
rasteiro. A aza do pássaro, que attinge as pequena. Qui, é grão, é piolho, e quando índios, está, certamente o nheengare. Nhem
grandes alturas é pepé, e as cousas chatas, leva a desinencia frequentativa re-re, Ji é fala, falar. Nhengatú, lingua bôa; nhen-
que se confundem com o chão, se designam se sabe que é cousa meúda, em quanti- gahyba, lingua ruim, fala ruim. Gare è
por pe,pèua,peba. Porque o raciocínio se- dade; quirera. Mas, o que é um buraco, correr. Como se vê em igara (i, água;
guiu este caminho: Extremidade quer dizer sinão um espago pequeno, em relação aos gare, correr), que significa canoa, etc. Pois
limite; limite determina superfície; super- espaços em liberdade? Portanto, deveria nhengare quer dizer canto, cantiga, ou
fície significa revestimento; revestimento ser qui. Mas a vogai í significa mais seja a fala, a palavra éjue corre:
é conjuncto de 'planos. Portanto; planice, cousa fina, subtil. Um páo oü pedra per- Nhengareçãua é um canto collectivo. Nhe-
chateza das cousas que com ella se con- furados deixam, entretanto, entrar pelo engassú é uma fala grande, um discurso.
fundem. .. orifício o ar e a luz, donde vem quá. Muitos outros exemplos interessantes
Vastíssimo campo offerece este assum- Porque onde vae o a vae a luz. poderiam ainda ser aqui lembrados. A ur-
pto para estudos curiosos. Estas notas são Perguntaremos: porque ave, pássaro, i gência de entregar estas laudas improvisa-
apenas uma indicação de rumopara a apre- também ara} Ara é o dia, o conjuncto das das á nossa "Revista de Ahtropophagia"
ciação da lingua dos povos primitivos, que cores; óra. os pássaros trazem nas suas não me permittem continuar muito. E, por
temos, tão á mão. no Brasil. Agora, si pennas, também todas as cores. Por isso isso mesmo, por ser escripto á ultima hora,
passarmos das analogias das impressões o pássaro é o dia. E o dia é o grande o artigo perdeu em methodo, em constru-
para a analogia das emoções, e depois, até pássaro das sete cores... • cção: mas com isso ganhou por ter ficado
do raciocínio, indo sempre do mais simples O nosso bicho tatu (é uma hypothese menos preteaeioso...
para o mais complexo, as observaç6»s serão apenas) pôde ser que tenha o seu nome PIlHlo Salgado
8 Revista de Antropofagia
BRASILIANA
ii
BAHIA
IDEAL ASCENSO FERREIRA
De uma entrevista da actriz Margarida
Max para o Para todos do Rio, n. de
20.8.37:
Bahia — Vatapá!
"O meu ideal é ter o applauso das
Bahia — Carurú!
famílias." COMÉRCIO
Telegrama de Fortalesa para a Folha Bahia — Acaçá!
da Noite de S- Paulo, n. de 11.2.028: Bahia — Oxinxin!
"As padarias que se encontravam em
greve acabaram com essa situação. Mas — Abará!
prometteram que se forem multadas nova- — Acaragé!
mente, por qualquer motivo, mesmo que — Efól
seja fraude no peso do pão, voltarão a
fechar os estabelecimentos." — Carurú!
PRESTAÇÃO DE CONTAS Brasil de besteiras,
Declaração na secção livre do Jornal do Brasil travesti,
Commercio de S. Paulo, n. de 16.9.924:
"No dia 15 de Setembro de 1924, ás Brasil camouflé,
9,15 horas da manhã, encontrando-se, na Te damna Brasil!
praça Dr. João Mendes n. 6, lugar esse
onde o Snr. Ezequiel Martins trabalhava, Te damna Fetit-pois!
sendo até aquella data vendedor do Café Te datnna Macarrão!
Assembléa. Te damna paté-de-foie-gras 1
Encontrou um senhor que se chama
Paulo Morganti que é um dos proprietá- Viva o Carurú!
rios, com muita exigência relativamente YOYO!
a uma pequena quantia em que se achava YAYA!
atrazado- O dito reclamante (e dito por
ele atrazado), o Ezequiel quiz lhe pagar Eu quero é virar bahiano!
o dinheiro que tinha recebido da respectiva Eu comi hoje a alma bahiana, na mesa lauta da preta Eva!
freguezia, não querendo o Sr. Paulo Mor-
ganti recebel-a. Ficou por isso muito ner- Por isso sinto em mim graves tendências de orador!
voso, pegando nos talões de recibo e jo- Olhem, ou vou até fazer um discurso!
gando-os ao rosto de Ezequiel Martins. La vai tempo:
Ezequiel Martins vendo que eram arre-
messados os talões na própria cara, faz ver Meus senhores!
ao commercio em geral que nada fica de- Recife tem pontes,
vendo aos ditos senhores sob pena da lei.
Eu que o fiz e que o escrevo, e por Recife é bonito,
falta de tinta, no lugar onde me acho, Tem "Bois", tem Reisados,
pedi para um amigo, por muito favor, Tem Maracatús...
para me deixar reconhecer minha tão
digna firma, sendo isto.publicado no dig- Porém o Recife
níssimo "Jornal do Commercio". (a) Eze- Não tem mais as Evas
quiel Martins."
FESTA NACIONAL De chalés vistosos,
Circular da Sociedade Beneficente "Ami- Vendendo de tarde
gos da Pátria' de S. Paulo distribuída — Peixe frito,
este ano: — Agulha frita,
"Desejando fazer as festas nacionaes de — Siry cosinhado,
13 de Maio como nos annos anteriores
que constará: — Pirão de Aratú!
A commissão sahirá da sede social ás
8 horas da noite com o seu estandarte de Emquanto a Bahia
honra e bandeiras de diversas nacionali- Tem tudo e inda mais:
dades acompanhadas pela banda Musical Tem 365 Igrejas!
"S. A. Silex" que percorrerá as ruas cen- — As mais lindas Igrejas do Brasil!
traes, cumprimentando as autoridades e a
imprensa; em seguida irá para o salão da E tem
Rua Barão de Paranapiacaba N. 4, onde
haverá sessão solemne e a conferência — Vatapá!
feita por um benemérito; em seguida ha- — Oxinxin!
verá leilão de prendas. Terminará com um — Efó!
animado baile que se prolongará até ao
romper dá aurora, e cujo baile é por — Carurú!
pedido de sodas.
Offerece-se um convite a todos que au- Viva a Bahia!
xiliarem. — O Presidente-Fundador (a) — Canudos da tradição do meu Brasil!
Salvador Luiz de Paula."
ORATÓRIA (Recife)
Convite para uma conferência realizada
em S. Paulo: « E N T R A D A
Programma a escolher
1." Trabalhar é viver
'. O. S.
2.* Impressões da Amazônia
3.* Preta casou com branco e vice versa... A REVISTA DA ANTROPOFAGIA já tem para publicar em
4.' Saber fazer...? Saber amar...? Saber seus próximos números nada mais nada menos do que 37
viver...? poesias: não possue um único trechinho em prosa.
5." S. Paulo e o seu progresso
6.* Os burros também faliam... Ela dirige assim aos novos do Brasil este radlogama des-
Dia — 30 Outubro 1927 esperado. :
Salão—Associação 15 Novembro 22
Horas —15,16 h. S. O. S. SOCORRO. ESTAMOS NAUFRAGANDO NO AMA-
(a) LUIZ LEITE ZONAS DA POESIA. MANDEM URGENTE PROSA SALVADORA.
"ETHER" será o titulo de uma pro-
duccão' literária que de futuro terei de A.< D E A. IA.
escrever em S. Paulo.
'IOJOOO,"
ANNO I — NUMERO. 3 5 0 0 RS JULHO - 1928
Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerencia etc. de RAUL BOPP
Endereço: 13, RUA BENJAMIM COHSTANT - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - S Â O PAULO
C A R N I Ç A N O MEIO D O CAMINHO
Numa conferência há pouco realizada na
Faculdade de Direito de São Paulo Baptista
Pereira esguichou um pouco de Cruzwaldina
na epidemia positivista que assolou e ainda
hoje assola este país condoreiro. Pode parecer No meio do caminho tinha uma pedra
bobagem a gente ainda se preocupar com tal
cousa. Pode parecer só: porque não é. Nin- tinha uma pedra no meio do caminho
guém está claro vai se dar ao trabalho de com-
bater o positivismo hoje em dia. Mas é preciso tinha uma pedra
de uma vez por todas liquidar com esse cadá-
ver que enterrado desde muito na Europa foi no meio do caminho tinha uma pedra.
exumado por meia dúzia de fivelas e trazido
para o Brasil onde continua empestando o
ambiente.
Quási todas as tolices iniciais da Repú-
blica a gente deve aos austeros namorados
póstumos de dona Clotilde. Assim como entre Nunca me esquecerei desse acontecimento
nós sujeito mal cheiroso é para todos os efei-
tos filósofo bastava alguém fazer parte da na vida de minhas retinas tão fatigadas.
igrejinha Ordem e Progresso para ser consi-
derado logo sábio, gênio, armazém de virtu- Nunca me esquecerei que no meio do caminho
des, torre de honestidade.
Não digo que se coma semelhante carne. tinha uma pedra
E' cousa que já a cozinha ref ugou, o cachorro tinha uma pedra no meio do caminho
não quiz, os corvos não aceitaram protestan-
do virar vegetarianos caso insistissem. Tam- no meio do caminho tinha uma pedra.
bém deixar na dispensa envenenando as vare-
jeirxs não é possível.
Daí o melhor é pôr a carniça num tanque
de creolina e recambia-la para a Europa. Com
este bilhete: Preferimos sardinha. Que marca
vocês querem? Amieux, Philippe & Canaud (BELO-HORIZONTE)
ou aquela de saudosa memória d- Pedro Fer-
nandes inexplicavelmente desaparecida do
mercado desde 1556?
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
B A L C Ã O INDIFFERENÇA
a Oawald de Andrade
A partir deste número a REVISTA DE O sol de meu paiz tem os longos cabellos de ouro
ANTROPOFAGIA publicará gratuitamente As palmeiras do meu paiz são verdes
íruto amar
todo e qualquer anúncio de compra e venda * eiios
de livros que lhe for enviado. N o s {roncos h u m i d o s d a s b a n a n e i r a s
vivem curiangos
~" nas folhas molengas
passeiam tatouranas cabelludas
LIVROS A' VENDA: Quintaes!
Amarellos
Na Livraria Universal (r. 15 de novem-
bro n. 1 9 — S . Paulo):
— S.Leopoldo — Província de S. Pedro VOuro sobre verde
erde e ouro sob azul
,
do Rio Grande do Sul - 2.' ed.
Monteiro Baena — Compêndio — Pará. c , , ,
Sob ns palmeiras do meu paiz
meu pensamento
busca sonhos
Nesta redacção:
como passos de namorados nas calçadas
— Blaise Cendrars — L'Eubage — Com _ , ,
5 gravuras de J. Hecht - 1/ ed. - ex. n. 698 ° so1 d o m e u p a i z t e m o s l o n g o s c a b e I l o s d e o u r o
— 1926 — preço: 15$000. (BELO-HORIZONTE)
— Jean Cocteau — Le gfand écart —
1924 — preço: 5$000. ACHILLES VIVACQUA
— André Breton — Les pas perdus —
1924 —preço: 5$000.
LIVROS PROCURADOS: sahiu e custa
A Livraria Universal (r. 15 de novembro ^\J\JXJ
n. 19 — S. Paulo) compra, pagando bom o FIOVO IÍVI"0 d e
preço:
— Revista do Instituto Histórico Brasi-
^-R^re^to1-22^»,». • « • • • • »f «LCAMAAA MACHADO
— Ruy Barbosa — Replica.
— Oliveira Lima — D. João VI no Bra-
sil — 2 vs.
Além disso, adquire bibliothecas.
Yan de Almeida Prado (av. Brigadeiro
LARANJA DA CHINA
Luiz Antônio n. 188 — S. Paulo) compra: —
— Balthasar da Silva Lisboa — Annaes
da Província do Rio de Janeiro — em bom
estado. n JIJ
— Mello Moraes — Chorographia Histo- ™ a i a o s P a r a
rica -^- 5 vs. . ,
CAIXA POSTAL
Esta redacção compra: KI A of&Q
— Simão de Vasconcellos — Vida de Jo-
seph de Anchieta.' S 9O P â UIO
R e v i s t a de A n t r oppooffaaggii a
Vocês não estão cumprindo por exemplo, meteu-se a de- — "Alvorada dei Gracioso"
bem os seus deveres de antro- vorar o Mario, não digeriu e e o "Jeux d'eau". Lamenta-
pófagos. E' verdade que você revesou aquele ra eu, entretanto, que o
enguliu num átimo o dr. Fer- programma estivesse mes-
nando de Magalhães e que o 0 meu amor, rapazes, clado com aquelles produ-
nosso querido Mario, no espa- que me embrulhou o estôma- ctos de uma inspiração en-
ço de uma só manhã, deglutiu go de uma vez. Assim não se fezada, nascidos exclusiva-
perfeitamente Gandi, Lenin e pode comer! mente do calculo, sem que
Luis Carlos Prestes (com Mas o principal assunto por elles passassem os ef-
grande nojo do Graça Aranha, desta carta não c nada disso. fluvios do coração, è cujo
que viu nesse valor .único de-
petit déjeuner pende somente
canibal uma es-
candalosa con- de um execu-
fusão de valo- tante de brilho,
res) . Mas para a dotado de uma
sanha de quem technica como
via vindo a nos- a do temido vir-
sa comida pu- tuose, sob cujos
lando, confesse dedos aquellas
que é pouca a paginas alcança-
aferração men- ram um colo-
tal dos compa- rido que até es-
nheiros. te momento eu
0 jovem An- desconhecia."
tônio de Santa O dr. Imbas-
Engracia, reda- sahy é critico
ctor de sueltos musical do "Jor-
no 'Jornal do \ ^ " - -77 nal do Brasil".
ÂX/0c£
Brasil", tem ra- 77* r vixA^' p Há dez anos se
zão: os antropó- ' N 9ôLP' bate pela aspira-
aspira-
fagos estão abu- ção de ver le-
DESENHO de ROSÁRIO FUSCO de CATÁGUAZES vantada a tam-
sando da goia-
bada. O Brasil pa dos pianos
corre, neste momento de bra- Eu queria apresentar aos an- nos números de acompanha-
silidade modernista, o risco de tropofagos o dr. Arthur Im- mento. Tem, como se vê, in-
degenerar em Republica de bassahy, autor deste pedaço contestável competência em
Pesqueira. Ora, eu apesar de de prosa estampado no "Jor- assuntos musicais. Antropófa-
pernambucano, não gosto nal dò Brasil" de 28 de ju- gos, eu proponho a deglutição
muito da goiabada de Pesquei- nho: imediata do dr. Imbassahy!
ra: prefiro a de Campos que Verdade que a carne é du-
tem cascão. Admito a goiaba- "Cario Zecchi é um pia- ra. Mas pode-se entregar o
da (como sobremesa), mas nista de tão diamantina pior pedaço ao empresário Fe-
exijo o cascão. tempera que chega a fazer licio Mastrangelo, que tem
Convém, outrosim, chamar supportar sem enfado e até bons dentes, ar feroz ,e exce-
a atenção para a dispepsia pre- mesmo a se ouvir com cer- lente estomagp.
coce de alguns curumins an- to interesse aquellas duas Seu, muito cordealmente,
tropófagos. O Rosário Fusco, estravagancias de Ravel: MANUEL BANDEIRA.
Revistade^Antropofagia
3 POETAS E 2 PROSADORES
RUY CIRNE LIMA — Co- cual si fuera gaúcho altanado. Com cheiro de fléte
lônia Z e outros poemas un travieso cabrito.. • suado, estrupicio de rolo nos domingos
— Porto Alegre — 1928. Assim queira Deus. vadios, riso do chinaredo cosquilhoso,
Acho que Ruy Cirne Lima faz versos logros contrabandistas nos guitas da
JÚLIO PATERNOSTRO — fronteira.
como criança faz barquinhos de papel. Olha o café! — São Paulo
Distrai, não irrita ninguém e chega Se o estilo fosse menos acadêmico e
mesmo a interessar a gente. A água — 1928. mais humano, se o autor escrevesse
da chuva leva os barquinhos. Pronto: Diz Júlio Paternostro apresentando com o sabor que tem a fala de suas
desapareceram. De vez em quando um seu primeiro livro: Gosto de ver as personagens, a maneira dele fosse mais
deles dá voltas divertidas, a gente tor- cousas sozinho sem me apontarem. Tem directa de forma que os contos saíssem
ce — afunda! não afunda! —, vai pu- bom gosto. E é ótima regra para quem da pena dele e não da boca de um
lando que é uma boniteza. Não sai principia. Mas apesar da declaração a palrador entre duas mordidas no ma-
mais da memória. . gente percebe o dedo de Ribeiro Couto tambre sangrento (como quási sem-
mostrando ao autor as cousas ou al- pre acontece no livro) e ainda houves-
Paisagista simples da terra gaúcha o gumas cousas que estão no Olha o ca-
poeta detesta violências e alturas. Não se mais novidade nos assuntos e me-
se afasta do quotidiano sossegado, gos- fé! Mostrando só. Sem descrever. O re- nos adjectivos e anexos enfeitando- os
ta que se regala dos quadrinhos ino- cheio é mesmo de Júlio Paternostro. períodos, No galpão por mais de um
centes. Não entusiasma os leitores. E agrada. Mais de uma vez agrada motivo seria obra d« se lhe tirar o
Mas os leitores lhe ficam querendo bastante. Tarde começa assim: chapéu.
bem. Uma casa amarella Mas tal como é já marca a nankin o
Madrugada (que esta revisteca dos está parada nome do autor. Darcy Azambuja tem
meus pecados publicou no seu segundo deixando a faca e o queijo na mão.. O géito de
número) é excelente: a melhor cousa as jancllas pegarem fogo. cortar e servir a roda faminta é que
do Colônia Z. Mas o livro tem outras Assim acaba Zé Cabra o: decidirá de sua modernidade daqui pa-
cousas boas: Moleque, Negro velho. O sol vermelho ra deante. E' bom no entanto inda-
Canção dos pescadores, Lirismo. Os apertava o morro gar primeiro se êle faz questão de ser
poemas são quási todos assim: que nem o lenço carimbado moderno.
A veneziana deixa entrar o sol molhado que ANTÔNIO DE ALCÂNTA-
e o vento cheio de perfumes frescos. o Zé Cabrão RA MACHADO — Laranja
As aves acordaram, no quintalejo. tinha no pescoço... da China — São Paulo —
Ha revoadas varando o asul. Imagens e o mais do estilo não fal- 1928.
Ha marulhos de arroio nas folhas tam no livro. Paternostro é brasileiro. Alcântara ganhou fama (ou cousa
Depois é mocinho. Com a idade dirá as parecida) de gozador e de seco desde
verdes. 0 Pathé-Baby. Brás, Rexiga e- Barra
cousas mais directamente. E deixará
O galo vae cantar. esse lugar-comum da nossa poesia Funda não deu para desfazer essa fa-
As estilizações de Ângelo Guido não actual (já censurado por Mario de An- ma (ou cousa e tal). Bom. Vamos ver
me agradaram nem um pouco. drade): meninice. E outros lugares-co- agora o que dirão do Laranja da Chi-
NICOLÁS FUSCO SAN- muns: circo de cavallinhos, cidadezi- na. No fundo (desconfio muito) Alcân-
SONE — La trompeta de nha do interior, preto velho, Brasil tara não está fazendo questão de pa-
Ias vocês alegres — Mon- dos primeiros anos o assim por deante. recer seco ou molhado, gozador ou so-
tevideo — 1925. Das qualidades evidentes do poeta fredor. Além de ser e parecer quanto
0 livro é de três anos atrás. Mas destaco esta: Júlio Paternostro é mali- possível Alcântara acho que nada mais
como vem de fora pede ser considera- cioso. Vejam Escola c Bento Manuel o preocupa.
do novidade aqui. Ribeiro. Reproduzo aquela: Laranja da China tem um geito de
O poeta tinha dezenove anos quando Hoje houve casamento catálogo brasileiro. E' uma imitação-
o escreveu: diez y nueve trampolines de gambá com raposa! zinha de tipologia nacional. Isso não
de voluntad y de alegria diz Juan Par- E foi de tardezinha quer dizer que o desembargador La-
ra dei Riego num prefácio em que eu quando a guryzada marüne de Campos ou o guri Cícero
encontro frases que bem poderiam ter sahia da Escola... Melo de Sá Ramos (para só citar dois)
sido escritas por Graça Aranha. Porém E as meninas e os meninos sejam produtos privilegiadamente in-
isso .não vem ao caso. O que importa pareciam dígenas. Lá fora também nascem. Mas
é a maneira desenvolta com que o poe- uma porção de letras acontece çom eles o que acontece com
ta solta sua poesia o café: têm sabor quando são daqui.
a-e-i-o-u Dito isso está dito tudo sobre as in-
como una bandera dependuradas dansando tenções do autor (se é que houve in-
para que jueguen con ella nos fiozinhos de ouro tenções). Querer descobrir mais não
ei sol, ei viento y ei mar. do sol... adianta nada. Principalmente tratan-
0 livro tem mocidade até dizer che- Também havia do-se de histórias que podem ser tudo
ga: é exaltado, ágil, contente e baru- um guarda-chuva menos pretenciosas. O melhor portan-
lhento. Está cheio de imagens, de ar- era... a professora! to é aceitar o volume realizado sem
rancos, de odes. Em todas as suas pá- Fiozinhos de ouro do sol e horrível. procurar saber porque foi realizado
ginas há mar, há estréias, há frutas, Mas há no resto qualquer cousa que en- assim e nao assado. Depois quem pu-
há manhãs, crianças correndo, pássa- che a gente de esperança no futuro blica hbros trata primeiro de passar
ros voando. No meio de tudo isso Ni- poético de Paternostro. De forma que um pano nele para enxugar o suor que
colásjoga seu coração pára que tam- eu acredito que essa e outras descui- custou.
bém pule
das tenham o seu lado útil: tropeçando , O ponto de vista do autor desapa-
de vibrante ansiedad nueva é que se aprende a andar (não reivin- rece impressa a obra se esta é de pura
hasta encontrar dico para mim a paternidade da frase). invenção. Gosto ou não gosto é ainda
ei canto más sano que renueva A naturesa-alegre de Paim compensa o modo mais certo da gente dar sua
e impulsa Ia sangre y ia vida na capa a feiúra do título. opinião em matéria de arte. Eu que
en una carrera audaz. acompanhei a construção do Laranja
DARCY AZAMBUJA — No da China palavra por palavra não pos-
Naturalmente esse febre a estas ho- galpão — 3." ed. — Porto
ras já deve ter baixado um tanto. Essa so evidentemente separar o resultado
Alegre — 1928. — do caminho percorrido para chegar
força ainda incontida no La trompeta Obra coroada pela Academia Brasi-
dè Ias vocês alegres com certeza hoje até ele. Meu JUÍZO seria fatalmente par-
em dia se poupa mais è tem assim leira de Letras. No entanto a gente cial por várias razões de ordem afecti-
maiores reservas de energia para proe- pode abrir o livro sem medo. E' bom.
Muito bom até. Seria ótimo se tivesse n?A,í?íem a s s l s t l u a o e s f o r c ° aprecia o
zas futuras. • Seja como fôr poeta que produto sempre em relação a esse es-
começa desse modo é certo que conti- sido escrito mais ou menos pela época
nue sempre do Pedro Barqueiro de Afonso Arinos.
Em todo o caso não atingiu ainda vinte f j ? i £ ? 3 U e *?t* é i u s t a m e n t e uma das
saltando edições porque nem todos os dias apa- funções da crítica: desmanchar o brin-
todoB los obstáculos quedo para ver o que tem dentro. Podo
rece um Rui Barbosa camarada. ser. Eu nao entendo nada de criUca.
dei jnondç São historias puavas dos pagos do
A. DE A. ML
JRejfJ^adeAniropofaala
COMIDAS
MARIO GRACIOTTI
0 sr. Coelho Netto foi co- ra de palmeiras. Gosado mes- um Churrasco. Pra não des-
roado. Quem fez a bruta fes- mo. agradar a vista, mandei tirar
tança foi a redacção do Ma- Antes de comer a comida os pelinhos brancos. Assim,
lho. Botaram na cabeça delle principesca: a gente tem a impressão de
uma coroa. Dizem que é de "Meus irmãos. 0 dia de ho- coisa nova. E tudo o que é
príncipe. Tinha louros e espi- je é dia santo para as tabas. novo, inclusive carne, tem sa-
nhos cahindo pelas costas. Tem carne de príncipe. Ve- borosa attracção.
Depois, encheram os pés com lha, mas não importa. Nós te- Coroado, tornou-se comple-
perfumes. E um sujeito gros- mos dentes de aço. E o fogo tamente inoffensivo. Comido,
so lascou uma falação virgu- cozinhou que é uma boniteza. esse indivíduo, que andou fa-
lada, que ninguém entendeu. Pois bem, a gente comendo o zendo muita malandragem
Eu tive vontade de pegar Coelho Netto, sem allusão ao em papel innocente, não. tem
no pescoço do Coelho Netto e quadrúpede veloz das matta- mais razão de ser. Felizmente,
botar elle no espeto. Para as- rias, tem duas gostosuras: se desse estamos livres. Em-
sar, feito churrasco. E comer. enche a barriga e se presta quanto fazemos a digestão do
E dar a coroa de príncipe ao um servição, deste tamanho, sr. Coelho Netto, vamos espe?
Adelmar Tavares. Pra engor- ás letras nacionaes. Ha sujei- rar que o Adelmar engorde
dar mais o bicho. tos que tem só um destino: mais. Aquillo é outra comida.
Infelizmente, o Brasil teve serem comidos. 0 nosso prín- E das boas. Tem carne e ba-
um príncipe na prosa. Teve. cipe tinha esse, mas foi demo- nha que não acaba mais. E
Hoje, feito comida, elle está rando, demorando, até que ainda não tem coroas e espi-
ahi. E foi votadissimo. Se foi. envelheceu. Mas, agora, está nhos pela cabeça."
Aos milhares. Intensamente ahi, nuzinho, meio tostado, Rapazes, podem trazer os
votado pelos mirins desta ter- no espeto, quente que nem palitos!
A Revista de Antropofagia
publicará em seus próximos números trabalhos de:
SANGUE BRASILEIRO
Na beirinha dos rios as mães dágua traiçoeiras No sangue deles havia ímpetos violentos
penteavam os cabelos verdes molhados. e seus músculos de cordilheira ansiavam lutas tremendas
e o sangue deles quente ímpetuozo vibrante
E' butindo na treva um assombramento estuava nas artérias com rios encachoeirados reprezos.
enchia de pavor os índios hravios.
E o sol quente dos trópicos
Mas os homens de sangue azul saltaram das naus tornou vermelhinho esse sangue
•e pízaram o paiz encantado. temperou a alma dos homens heróicos
na fornalha escaldante da terra.
Um homem disse que a terra era boa
B que o. solo, virgem daria de tudo. Alma selvajem de lutas aventuras encanto.":
sangue selvajem borbulhante nas veias.
E 09 descobridores guerreiros de sangue azulado Sangue dos desbravadores da terra verde da Amazônia
misturaram seu sangue com o sangue
pasto dos negros retintds sangue dos plantadores de ruas alinhadas de café
como sangue vermelho nas terras roxas de Piratininga
dés'homens vermelhos de bronze. sangua dos cavaleiros dos pampas
sangu; dos cavaleiros heróicos das cavalhadas
sangue dos vaqueiros das correrias no sertão enorme
B do solo virj em da terra sangue herança dos negros dos borocotós
brotaram homens novos possantes sangue herança dos Índios dos pajés e Cunhambebe
oom músculos de cordilheira sangue dos homens que não possuindo terras
a Ímpetos violentos de luta no sangue asssnhado de febre. vieram arrancal-as do seio verde do mar.
E eles desceram pelas serras e rios Brasileiro!
dominando quebrantos
domando selvagens Esse é teu sangue
brigando com onças que circulou' nas veias dos domadores de indios
despertando sacis e dos bandeirantes sonhadores valentes
«sustando mães dágua e que estua que ruje nos nossos corpos amorenados pelo
varando florestas cheirosas sol vermelho e quente
pulando cachoeiras saltos e quedas. que ha de vibrar nas artérias de nossos filhos
para que eles possam continuar a obra imensa do domínio
Iam jogando sementes na terra da .terra
e'da sola áspera de seus pés as cidades brotavam. — a epopéa da raça.
As mães dágua fujiram da beira das águas
C acabaram os feitiços e bruxedos da terra (CATAGUAZES)
e o-negrume. negrinho das florestas escuras.
>o^»o«»o«=>oc=:»o^^<: «O
Brevemente: LEIAM:
B R A S I L I A N A FATALIDADE
III
ATITUDE — Sabes, Nanoca? Zé de Chanoca casou-se!
De uma correspondência de Santos para o Diário Na-
cional de S. Paulo, n. de 2-6-1928: — O que é, mulher de Deus! tão bandoleiro!!
" Circunstancia curiosa! Mau grado as enormes propor-
ções que assumiu a ventania, fazendo lembrar um verda- — Simsinhora... E o turumdumdum foi feio!...
deiro simoum, o Monte Serrat permaneceu impassível. Dir-
se-ia que elle só pretende cahir numa noite tranquilla, en- — Cala a tua bocca creatura... lá vem o homem.
luarada, cheia de estrellas.
Não deixa de ser interessante essa attitude fleugmati-
ca, britannica, do Monte Serrat."
MÚSICA — Hó-hó... que geito!
Anúncio publicado no Diário Popular de S. Paulo
(1928): — Mas homem de Deus, como foi isso?!
"A CRUZ DA TUA SEPULTURA ENCERRA UM MYS-
TERIO. — Valsa com letra; foi escripta junto a uma campa. — Ora lá como foi isso... tudo tem seu dia.
Vende-se á rua do Theatro, 26."
— Anh!... nem todo cão é sem dono, Zé de
CIVISMO
De uma correspondência de Tietê para o Diário Nacio- Chanoca...
nal de S. Paulo, n. de 3-5-1928:
"Em dias da semana passada, uma caravana do P. R. P., Nem todo cão é sem dono!
composta de alguns membros do directorio e de Antônio
Malagueta, cidadão lusitano, dirigiu-se com destino ao bair-
ro do Mato Dentro, na doce ilusão de encontrarem algum
Joaquim Silverio.
Lá, o sr. Luiz Gervonetti, que é membro influente do — Mas Zé de Chanoca
Partido Democrático, recebeu-os com altivez c depois de lhes
dar algumas lições de lealdade e de civismo, offereceu o Conta-me lá como se deu este successo...
livro de Affonso Celso "Porque me ufano do meu paiz".
Será que esses pretensos imitadores de Paulo de Tar-
so continuam com as suas caravanas?"
FILIAÇÃO — "Eu vou contar meu casamento como foi:
AVISO AO PUBLICO publicado na secção livre da
Folha da Noite de S. Paulo, n. de 6-9-1927: Amarrado pelo pé
"A firma do "Ao. Café Moka'^, dei Moro & Cia., não
se responsabiliza dé dividas feitas por seu filho Attilio Inquirido como um boi!
Del Moro. — Subscrevo-me, Nicolau Del Moro."
Amarrado pelo pé
LITERATURA COMERCIAL
De um anúncio publicado no diário A Manhã do Rio, Inquirido como um boi"!...
n. de 13-11-1927:
"Venci... ou não venci?
Venci, sim, pelo meu esforço e pela rainha honesti- (RECIFE)
dade.
Salve 8 de novembro!
E por isso a. CASA MATHIAS festejou mais um feliz JAIME GRIZ
anniversario.
Ha muita gente que encabula com o 13. Pois, amigos,
cabula não pega. Só pega nos cabulosos, que andam mes-
mo pesados, bufando ao peso da "Zizinha"... O dia 8 foi
um grande dia para a gloriosa CASA MATHIAS que com-
pletou o seu 13.° anniversario. Treze annos de lutas e de
bons negócios.
Lembram-se Vocês, oh! Lanfranhudos, Lambões e Pa-
tegos cabulosos, lembram-se Vocês do que diziam em 1914, A REVISTA DE
quando o Mathias, pobre e humilde, veiu abrir a sua casa
de negocio? Por certo que se lembram. Entre cusparadas
esvèrdeadas de inveja, aos saltos, e com risos de maltezes, ANTROPOFAGIA
Vocês disseram: — qual! Este não vae lá das pernas... —
Dentro de mezes estará fallido... — Vae dar com os bur-
ros n'agua... — Pedirá concordata no fim do mez... — PEDE A' GENTE NOVA DAQUI E
Vae dar um "Uro" na praça...
Assim faltavam os invejosos e attrazados. Novas bur-
ras da Balaão, queriam adivinhar o futuro! Oh! Zizinhas DE FORA:
estragadas! O Mathias não morreu! Tem os ossos duros!
Mas, apesar de tudo, eu venci. Trabalhei, lutei, esfor-
cei-me e .graças aos meus methodos de commerciar e á
minha honestidade, fui para a frente, venci todos os obstá-
culos e, para maior inveja dos invejosos, o Mathias tem COLABORAÇÃO (PROSA,
hoje um dos mais freqüentados estabelecimentos dó seu
gênero no Rio, não deve nada a ninguém e tem muito di- POESIA, DESENHO)
nheiro na burra...
Os invejosos devem se estar, comenda. Comidas, mi- ENDEREÇOS (ESCRITO-
nha gente!... Mas é melhor deixar esse pessoal engulir-se
sozinho. E' coisa tão ruim!
Para commemorar essa data vamos offerecer aos bons
RES, LIVRARIAS, JOR-
amigos uma novidade: é o BANQUETE SECCO, com todos NAIS, REVISTAS, ASSO-
os acepipes e pertences: Ficam todos á roda da mesa, nas
respectivas cadeiras, mas comidas... "no hay"J"
CIAÇÕES LITERÁRIAS).
ANNO NUMERO 4 500 RS. AGOSTO
Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP
Endereço: 13, ROA BEMJflMH COMSTflNT - 3.° Pav. Sala 7 - CBIXfl POSTM. V 1.269 - SÃO PAULO
A N T R O P O F A G I A SÓ. N Ã O . AÇOUGUE
ORNITOFAGÍA TAMBÉM.
Alcântara:
Agora sou eu que venho fazer uma proposta a você —
A aatropafagí* venceu; na qualidade de chefe antropófago que você é — da deglu-
tição imediata de todo sujeito que falar em braailidade no
Não ha restaurante que se prese que não faça Brasil. Principiando mesmo pelos amigos (quanta comida
bôa esperdiçando aí em S. Paulo, hein?).
figurar em seu menu a saborosa carne humana. Pra inauguração do açougue o próprio Manuel Bandei-
O Matadouro Academia de Letras está deserto. ra, apresentador da ótima carnadura Imbassai, carece ser —
não digo comido porque assim perderíamos um dos nossos
Os acadêmicos foram quasi todos devorados. milhores comilões — porém mordido no cangote. E' uma
"simpatia" canibal: sujeito mordido no cangote perde o
E, para não haver falta de comida, arranjemos geito de falar da gente de sua tribu.
um succedaneo á carne humana. Pergunte ao sábio professor Laudelino Freire, da Re-
vista da língua portuguesa e comida aproveitável até. Po-
Que seja, por exemplo, a ornitofagia. rém precisamos guarda-lo pra sexta feira da Paixão. Bota-
E a comida, que vinha pulando, virá voando. remos êle enfeitado de vermelho pro meio da rua (minas
gerais) pra maior ecitação dos instintos devoraüvos —
Vamos comer esse sabiá que canta nas palmeiras... porquê pela abstinência enorme da Quaresma carne, de co-
bra toma gosto de presunto.
Vamos comer as pombas do pombal... Mas a milhor comida do mundo mesmo é a que te
Vamos comer "Albatroz, Albatroz, águia do apresento hoje na pessoa do meu simpático Fábio Luz
Pai. O meu amigo apesar de "critico" é bem fácil de ser
oceano..." pego.
E. viva a ornitofagia. Ficha de entrada prós compartimentos do talho:
— maio de 1928, chegada.
Sabia, pomba, jurity, albatroz e tudo mais, só para — idade presumível: 70 anos. Possível: 40 e tantos.
— côr: ?.
comida. — obs.: não é muito gordo não, porém carne bôa e
Para voar ha o aeroplano... macia está ali.
Abaixo, carta de indentidade dele apresentada por in-
E para rei do oceano, chega Lindenberg, até o dia termédio do Correio do Brasil de sete de maio.de mil no-
em que seja devorado também. vecentos e vinte oito:
Laranja da China
bater os brasilistas — chefes disso que ninguém entende
mas_ chama de brasilidade, como vai fatalmente acontecer
e nao sei quem já lembrou isso até), é preciso não ezistir
nem um desses idem entendidos pra remédio. E pra evitar
trabalhos maiores precisamos desde já ir comendo essa
de Antônio de Alcântara Machado — gente toda, antes que éla nos devore.
Espere mais.
6$000 — pedidos Curral cheinho que só vendo.
SAO PAULO
ROSÁRIO FUSCO
Revista de Antropofagia
35000 patriotas. Fundada em 1599. lhão do Exercito. Item da Policia. Mu- Janeiro. Festa dós Santos-Reis. Gon-
Nasceu Cidade como filho de Rei é sica aos domingos nos jardins com gos com puitas e ganzás roucos e rar-
príncipe. Padroeira: Nossa Senhora da auto-gyros perennes de soldados e deadores.
Apresentação que veio dentro dum cai- creadas e vice-versa. Sorvete, piroli- "Acorda quem está dormindo
xote, lento e manso pelo rio. Século to, folhado. Uma livraria e duas casas na serena madrugada
XVIII. Tem um rio e tem o mar. Cam- de livros. venhão ver o Rei de Congos
po da Latecoere. Tennis. Cinemas. Au- general de nossa Armada"
— Já chegou o ultimo livro de Ar-
tos. Cinco pharmacias. Bispado. Dois dei? Dezembro. Lapinhas e Pastoris com
jornaes diários. As mulheres votam. O — Não senhora. Temos aqui agora musicas de cem annos teimosos e re~
Presidente guia automóveis e viaja de o grande Marden. cordadores.
avião. O secretario mais velho roda Não ha revista nem Academia de "A remigio bate o guUo
os quarenta annos. Sal de. Macau. Al- Letras. Cidade pintada de sol com soltando a voz mavioza"
godão do Seridó.
Cera de carnaúba. Bois. Bumba-Men-.
Couros. Assucar de Boi pedindo cinco
quatro valles largos dedos .para riscar em
e verdes. Boiadao papel aquellas toa-
histórico q u e em das maravilhosas.
1799 mandava dese- Novembro. Festa dà
seis mil cabeças para Padroeira. Irmanda-
Pernambuco. Insti- de do» Passos, 80-
tuto Histórico. Esco- lemmssima. Confe-
la Domestica nume- deração Catholica,
ro um no Brasil. Aé- Escola de Commer-
reo - Club - de - Na- cio. Atheneu. Colle-
tal com dois aviões e gio Pedro IL Luar
seis campos no ser- imnassivelmente ro-
tão. Grupo-Escolar, mantico. Serenata*.
grupo-escolar, grupo- Violões gementea a »
escolar. Todo sertão sanhando prurido*
se estorce no polvo nostálgicos.
das rodovias. O pneu
"Noites nunca hei ó>
amassa o chão ver-
ter como já tive
melho dos comboios
na escuridão polar
lerdos, langues, lin-
de teu cabello"
dos. Poetas. Poeti-
sas. Chronistas ele- Bú-nito! Greg &
gantes. A v e n i d a s fr^o; Magesric, Anaxi-
abertas para todos os mandroí Cova da On-
ventos. Sem escuros. ça. Riscos de navalha
Nem buracões sor- rombuda.
nentos de espanta-gu- G- — Nem me falei
ry. Arvores apara- Pois c-ste Jorge não
Desenho de ANTÔNIO GOMIDE — 1928
dinhas estylo Nurem- escreveu dizendo que
berg. Ruas calçadas, macias no escor-• uma alegria de dominga. Jornaes do dava a certidão do nascimento de Dom
rego das descidas. Raros-raros "mi dê Rio. Política. Sympathias furiosas aos Antônio Felippe Camarão por cinco
umesmóla". Associações de caridade. Prestes Júlio e Luís Carlos. mil pés de laranjas da Bahia?
Meia groza de grupos de Foot-Ball. Avenida Tavares de Lyra. Cafés pro-
— Você vai ver a saiáda de Minas... sa estirada á café manhoso.
Não ha Rotary-Club, nem Automovel- — Nem pelêge... — Gostei de seu artigo!
Club nem Street-Club. Radiomania. Noticias de trinta horas, via aza do — Qual?...
— E' o que lhe digo. Peguei os dis- Late. Sabbados monótonos com cinza — Homem, francamente... aquelle...
triste de nada — fazer. Feijoadas he- eu sei que li... não estou bem lem-
cursos de propaganda do Hoover. brado... aqueliv...
— O que está me dizendo?... róicas. Pescaria de cóvo. A' noite,
Bonds. Auto-Omnibus subindo. Pre-
Morros, areias, orós, mangues, cirys pesca de aratú com facho, nas praias gões. Para oeste olhos compridos na-
e aratús grudados nas pedras. Pesca- longes de Areia Preta. Cajueiros. Co- morando possibilidades de chuvei-os.
ria em bote com terra encoberta. Três queiros. Mongubeiras. Bailes do Natal- Por cima das casas zunselam, ronro-
Club. " E ' favor entregar esta sobre- nantes e zonzos,, motores roncando no
botes destes foram ao Rio. Centros caminho sem rastos dos aviões.
Operários. Discursos relatórios. Bata- carta na entrada." "Toüette preta".
(NATAL)
Revista de.Antropofagia
UM POETA E UM HISTORIADOR
çado e preguiçoso. E' brasileiro. Vai não era tão mau assim, uma noite re-
Canto do Brasileiro Augus- colheu na casa dele um cachorro doen-
to Frederico Schimidt — se entregando ao desânimo. Até o dia
em que endireita a cabeça e faz dis- te, usava umas luvas tão bonitas e as-
Rio de Janeiro — 1928. sim por deante. Depois quem é que
curso bonito c bravo. Depois bate no não tem dó de um réu (ainda infame)
No principio parece uma reação con- peito. Está entregue de novo. Mas ago- quando responde a júri? .
tra o nosso romantismo (ainda o de ra na mão de Deus que também é bra-
sileiro. Em todo o caso não deixa de indi-
hoje) í gnar a gente o facto de haver entre
E que gostosura em' tudo isso. E que nós (sempre o maldito positivismo)
Não quero mais o amor, cantador bom é Augusto Frederico I, quem para defender López procure, di-
Nem mais quero cantar a minha terra. o Rrasileiro. minuir o Brasil. O que o Império fêz
Poema bêbado. Culpa da cachaça (exigindo a queda do caudilho como
Não quero mata o Brasil nacional que a inteligência do poeta condição para a paz.) agora em 1918
distilou. os aliados fizeram igualzinho. Veja-se
Mas no meio de repente rebenta um o último capitulo do impressionante
ritme com onze pés que até lembra LUÍS DA CÂMARA CAS- Guilherme II de Emil Ludwig. Princi-
Gonçalves Dias: CUDO — López do Para- pia assim: As ciàco partes do mundo
Buay — Natal — 1927. reclamavam o afastamento de um ho-
Depois no silencio da noite serena mem. Os próprios generais alemães
Os homens pensavam nas lutas e Luis da Câmara Cascudo quiz .tam- (Hindenburg á frente) exigiam a ab-
guerras bém intervir nessa nova Guerra do dicação do imperador por ser essa a
Nas pescas e caças — que vida meu Paraguai (como disse alguém) ora ace- única maneira de conseguir o armis-
Deus! sa .pelos exumadores entusiastas de um tício.
Mas se tempestades tombavam medo- caudilho que já não tinha bom cheiro
nhas em vida. E entrou na luta com muita E ninguém gritou. Ninguém se lem-
E raios riscavam o céo sempre azul lealdade e bastante clareza. Disse o brou de xingar a Franca ou a Ingla-
Qne medos sombrios! Castigos medo- que queria dizer. E o que disse está terra ou as cinco partee> do mundo.
nhos! certo. E' preciso notar ainda que contra
Qne medos tamanhos sentiam então! Esse negócio de andarem endeuzan- López o Brasil não agia sozinho': eram
do López se explica muito facilmente. três a guerrear o bicho. -
E no fim é a contrição: E' a eterna história. O sujeito é ruim, Por tudo isso o depoimento de. Luis
não presta, vive brigando com toda a da Câmara Cascudo nesse processo
Meu Deus olhae para mim! póstumo do paraguaio é dos que des-
Meu Deus sou brasileiro! gente, acorda e dorme fazendo mal.
Mas morre. Pronto. Em volta do cai- afiam qualquer contestação honesta.
E' brasileiro. Seu lirismo é balan- xão começam logo os comentários: A. DE A. M.
ESTÃO NO PRELO:
Empreza Graphica Lida,
Oditon Negrão — Poracê Tingüiresca (ver-
sos) — Curitiba
ROMANCE DO VELUDO
MARIO DE ANDRADE
Não sou folclorista não. Me parece E a veljjpta desconfiada ramente deformado e um refrão afro>
mesmo que não sou nada na questão De tão inocente santinha, brasileiro.
dos limites individuais, nem poeta. Resolveu ir vagarosa 0 texto é uma deformação de as-
Sou mas é um indivíduo que quando Surpreende-la na cozinha. sunto europeu. A idéia de, se apro-
sinão quando imagina sobre si mesmo (Refrão) veitando dos fenômenos da natureza
e repara no ser gosado, morto de curio- ou da vida, iludir na resposta a uma
sidade por tudo o que faz mundo. Ao chegar lá a velhota pergunta que desconfia dos nossos
Curiosidade cheia daquela simpatia Ficou toda adimirada: amores se satisfazendo, é antiguissima.
que o poeta chamou de "quasi amor". Nos braços do primo Joca Sei que vai pelo menos até á Idade
Isso me permite ser múltiplo e tenho 'Stava a moça recostada. Média. E se espalha tanto que a en-
até a impressão que: bom. Agora que (Refrão) contramos na Escandinávia, na Breta-
principio examinar cem o deficiente nha, na Itália, no sul da França, na
conhecimento meu, certos documentos Colhi este documento em Araraqua- Catalunha.
folclóricos que arranjei, tenho mesmo ra cantado por moças. Era coisa es- Em França temos as admiráveis réV
# gy^ioui^ GJL.
AhA.M
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que afirmar estas coisas verdadeiras. cutada na infância, da boca dum pa- zôsische V.òlkslieder" cd. Schott, n,*
Não é humildade protocolar não. São lhaço preto que ás vezes portava na 555) principiando assim:
coisas verdadeiras. Provam meu res- cidade. Como chamava o palhaço não
peito pela sabença. alheia e afirmam sabiam. Cresceram c nunca mais que — Qu'allais-tu faire à Ia fontaine?
meus direitos de liberdade. o viram. De certo morreu. Corbleu, Marion!
Eis o Romance do Vciudo: Falo "de certo" porquê é muito pos- — J'étais allé' quérir de Peau,
sível que se tnate do famoso palhaço Mon Dieu, mon ami!
— Netinha, que estás fazendo Veludo. Si é o mesmo devia de estar
velhusco pelo menos, quando as mo- — Mais qu'est-ce donc qui te parlait?
Calada ai na cozinha? Corbleu, Marion!
— Estou pondo água no fogo ças o escutaram nos primeiros anos
deste século. Porquê indagando inda- — Cétait Ia filie à nofvoisine,
Pra café, minha avozinha. Mon Dieu, mon amit
— E vivo aqui todo sarapantado gando, sube que bem na Monarquia
Como gambá que caiu no melado... andou pelo estado um palhaço preto (etc.)
cantador, equilibrista, saltador, um
faz-tudo muito apreciado, se chaman- Um texto catalão (Grove's Dictiona-
— Netinha, tu deste um beijo do Veludo. Pelo menos é certo que ry) principia assim:
Ou eu estar enganada? este conhecia o refrão do Romance e
— Vozinha, é o estalo da lenha o cantava no lundu bem espalhado, de — Maré mia, maré mia, sento gran
Que está no fogo molhada. que falarei no próximo número da ruido.
(Refrão) Antropófaga. Ora como este lundu, — Ne son Ias cambreras que salten y
tratando da vida do escravo, já não riuhen (etc.)
— Netinha, tu não me negues, podia interessar muito os freqüenta- Em Portugal a idéia aparece algu-
Com quem estás conversando? dores de circo do século vinte, muito mas feitas. Na "Dona Aldonça" (Th.
— Vozinha, é a chaleira possível que Veludo o tenha abando- Braga, "Romanceiro Geral Português"
Que está no fogo chiando. nado, intrometendo o refrão dele nou- 2." ed. vol. I, pg. 389) a criança de
(Refrão) tra cantiga se prestando a isso. pecado é disfarçada assim:
Mas do Veludo ou de outro palhaço
— Netinha, que modo é esse! preto, o Romance continua um do- — Ai, dize-me, oh Valdivinos,
Responde-me assim brejeira? cumento literario-musical interessante Que levas na aba da capa?
— Vozinha, eu me queimei, ai! do nosso populario. Se ajuntaram.nele —• Amêndoas verdes, meu tio,
Nesta maldita chaleira. um texto tradicional português iatei- Desejo de uma pejada, (etc.)
(Refrão) plicas de Marion (H. MôHer, "Fran- (Com. na p» 6)
l e v i s t a de Antropofagia
ROMANCE DO VELUDO
( Cont. da pag, S)
A idéia volta no romance do Frei — Maria, chlia egli 0 tuo letto che 12.° compasso, é realisada com um
João. Na versão de Pedro F. Tomás schianta come canna? apressando, característico da música
("Velhas Canções e Romances Popu- — Mamma, una pulce m'ha morso ai popular brasileira. O tempo fica na
lares", Coimbra, 1913, pg. 51) a mu- capezzolo delia zinna. realidade diminuído da semicoícheia
lher secunda pro amante que não po- — Matta, pulce non era, ma gli era un que devia de estar logicamente no 1.*
de abrir a porta porquê tem "o meni- giovanetto, som dele pra que o motivo rítmico do
no ao colo" e o "marido á ilharga". Era il giovane che fama, il giovane tempo anterior se repetisse. Esse
Este acorda porém, e o texto corre: che ti piglierá. apressando é um dos tiques curiosos
— Mamma, non immalizire; mamma, e sistemáticos do nosso populario e
— Quem é esse, mulher minha, noi prendere a male: ocorre até em danças. E* uma aubtile-
A quem da-las tuas falas? D giovane che me ama, é lontano in za rica da nossa música e proveio na-
— E' a moça a perguntar terra straniera. turalmente do cacoete popular que,
Si cozia si amassava, (etc.) facilitado pela ignorância, leva os can-
Quanto á música, o Romance do Ve- tadores a diminuir o valor dos sons
ludo éna estrofe um documento luso- compridos difíceis da sustentar. Sis-
Frei João infelizmente veio namo- brasileiro com base rítmica e melódica tematisado no Brasil em elemento ex-
rar também as cunhas do Brasil. A pressivo e corrente, de certo foi a cau-
intimidade foi tamanha que elas até na habanera e no refrão é tradicional-
sa das antecipações sincopadas nos fi-
botaram nele o diminutivo dengoso de mente reconhecido como afrobrasilei-
nais de frase, coisa vulgarissima (co-
Frei Joanico, numa das versões que ro. E' delicioso. E bem familiar prós
que sabem um bocado a música... cos, martelos, emboladas, maxixes,
Pereira da Costa dá no "Folclore Per- brasileira do século dezenove. sambas) e- também ocorrente nos "Spi-
nambucano", (pg. 326). ntuals" e peças de jazz afro-iânques.
O mais desagradável pra mim é que sa.A Possui
primeira frase da estrofe é curio-
um salto de quarta justa De fato: depois do apressando as mo-
não acho nos meus livros o romance difícil de entoar. ças faziam uma paradinha no ré ime-
portuga donde saiu o do Veludo. Dei- ça menor pulando0 pro natural era a ter-
diato, de maneira què o movimento,
xo isso pra quem tiver mais livros e Um dos temas espanhóissol. De fato:
empregados prejudicado um instante, se normali-
mais conhecimentos. Na certa que por E. Lalo na "Sinfonia Espanhola" sava outra vez.
existe lá pois que Eugênio de Castro (1875) principia por uma frase que é
o parafraseou lindamente do Roman- exatamente a do nosso Romance como 0 Romance do Veludo é um do-
ce que vem em "Silva": arabesco melódico. Também a frase cumento curioso da nossa mixórdia
inicial na estrofe do "Balance" portu- étnica. Quer como literatura quer co-
— Quem é que anda abrindo portas, guês, repete sem arsis o mesmo dese- mo música, dançam nele portugas,
Filha, aqui ao pé de mim? nho. Ambos os documentos trazem o africanos, espanhóis e já brasileiros,
— Senhora mãi, é o vento salto de terça menor porém. O fato é se amodando com as circumstancias do
Que abre as -portas' do jardim, (etc.) que as moças cantavam a quarta justa Brasil. Gosto muito desses cocteils.
e essa dificuldade rebuscada que não Por mais forte e indigesta que seja a
sei, nem elas, si era do Veludo ou de- mistura, os elementos que entram nela
Entre os cleftas porém (Canti Popo- las, apesar da tendência natural do armai são todos irumoguaras e a dro-
lari GrecL N. Tommaseo, ed Sandron, povo pra facilitar as coisas, concorda ga é bem digerida pelo estômago bra-
pg. 123) a "Maria", violenta como era curiosamente com a melódica brasilei- sileiro, acostumado com os chinfrins
Justo qne fosse entre aqueles canga- ra das modinhas, tão torturada no ge- da pimenta, do tutu, do dendê, da ca-
ceiro!, se aproxima bem do nosso ro- ral. ninha e outros paliinpsestos que es-
mance: Quanto á terclna que apareci no condem a moleza nossa. Esta imagem
saiu completamente pretencios*.
Revista da Antropofagia
O JARDIM PUBLICO
n
Algumas da mulheres provinham do barcavam com as famílias em Porto dos triRuwam o moiino caminho para
Norte, de Pernambuco, Paraíba, e mais Alegre, Itajai, S. Francisco, Florianó- o Interior, depois vinham ter de vol-
longe, desde o Ceará até o Maranhão. polis, Paranaguá, destinando-se ao ta á cidade, sendo «substituídos na ro-
De certo ponto em dcante escasseavam emprego nas casas burguezas da ci- ça pelos brasileiros que chegavam, dos
as negras. As poucas que ai restavam dade. Formavam a camada superior do outros Estados. Era um vae e vem
si viessem a S. Paulo encontrariam mulherio, em virtude do seu estado de continuo, sempre repetido, sem parar
os parentes que no fim do Império os civilisação mais adeantado e também sem descanço.
cearenses tinham vendido aos paulis- porque rapariga branca e nova era O Jardim ás quintas e domingos
tas. Inversamente eram numerosas na titulo de ufania para o amasio* Havia quando tocava a banda, era o ponto
Baia e Estados vizinhos, onde não exis- algumas que usavam chapéu nos bai- proferido por aquela multidão para
te morféa e os traços das pretinhas les dominicaes do Jardim de Aclima- espairecer. Enchiam-se as alamedas
são delicados. Do Ceará havia o tipo ção: eram as que vinham dos gran- com os moradores dos bairros operar
branco puro, o caboclo de cabeça re- des centros. As outras, mais modes- rios, letões, norte-aniericanos, centro-
donda e nuca chata, e o índio. Nos Es- tas, que mal sabiam português, não americanos, platino*, que sé acotove-
tados imediatos pouco variava o cal- perdiam a musica do Jardim Publico; lavam com raças indefiniveis, judeus
deamento das duas raças, quasi não eram as descendentes de polonezes, da Alsacia, Transilvania, Posnania,
havia intervenção de terceira. Mais ap alemães e vênetos, que no Sul vivem Galicia, Síria, Palestina. Havia raças
Norte ficavam os mestiços do índio, insulados dntre si como os antigos turbulentas, montanhezes álbsnezes,
mais a Leste os do negro, em ambos se aborígenes do lugar. Apezar de du- montenegrinos, bessarabios, persas.
juntava o branco. plamente privilegiadas, as primeiras Havia também raças que ainda estão
prezavam militares, sem exepção de escravisadas, libanuzes. armênios, vil-
Algumas das raparigas tinham ido a
mulatos e negros. Em compensação, nenses, tirolezes, que no parque se di-
pé do sertão natal a sede do Estado,
homens ruivos, agigantados, com ca- vertiam em definitivo socego. O mes-
de onde seguiam por mar ao Rio de
tinga peor do que a dos pretos, falan- mo faziam trânsfugas do próximo e
Janeiro e dai eram atraídas pelas, di-
do línguas arrevezadas, percorriam o longínquo oriente, fugidos, de regiões
versas cidades do Estado de S, Paulo
Jardim atraz de crioulas. Eram os onde ainda existem párias.
em que o súbito afluxo de homens de-
maiores rivaes das praças de pré, com Ali o brasileiro nem sempre é maio-
terminava falta de mulheres. A maior
que os quartéis vizinhos abasteciam o ria e o paulista é raridade.
escala no percurso era feita na rua da
o lugar de caçadores de mulheres.
Cruz Branca, em seguimento da rua Entre a gente de côr que passeava
Na multidão a passear á roda do
Martim Affonso, em Santos, que tinha havia muitos vindo de longe, pretos
coreto, viam-se amo&tras de todas as
sinificação de despedida da marinha- de Barbados, mulatos perigosos de Ca-
nacionalidades do mundo que em pro-
gem. O adeus por vezes custava, por- bo Verde, indús dos grandes portos da
porção crescente tinham afluido á ci-
que vinha de longe o convívio, desde índia Inglesa, africanos que viajam
dade depois da grande guerra, ale- pelos mares nas carvoarias dos na*
o embarque no Ceará, Cabedelo, Reci-
mães enxotados pela ocupação militar vios.
fe, Maceió, Baia, que insensivelmente
do Ruhr, imigrantes menos desejáveis,
as tinha familiarizado com os maríti- Os que tinham chegado por ultimo,
russos do exercito branco de Wran-
mos da viagem e dos portos. se misturavam sem se mesclarem com
gel, aportados após sofrerem tifo na
Nem todas, depois de estarem em Criméa, cólera em Constantinopla, fi- estrangeiros aclimados. os de todas as
S. Paulo, freqüentavam o Jardim Pu- nalmente em Santos, dai seguindo pa- províncias da Itália, Portugal e da Es-
blico. Algumas só raramente lá iam, ra a Noroeste do Estado onde se panha, jà confundidos com o lugar.
transpondo os portões quando impe- iam tornar maleitosos. Também dai Reprovavam os mais antigos a vinda
lidas por curiosidade, ou ciúmes; po- chegavam aos milhares na esteira dos dos outros, sentiam-se espoliados, e o
rém estas eram as mais apegadas aos russos, os antigos protegidos gente dos mosaico que todos perfaziam sob as
fusos de sanfona, violão, cachaça e Balkans e adjacências, rumenos cora arvores parte nacionaes parte exóti-
soldados. trajos bordados e perfis angulósos, ser- cas do Jardim, refletia na noite mor-
na toda a ambição, cobiça e miséria
As raparigas claras tinham vindo vios, croatas, búlgaros, gregos, acom-
da Terra.
dos grandes centros, ou das aldeias panhados dos antigos opressores, tur-
europeas do Sul do paiz, do Paraná, cos, austríacos, daimatas, ungaros de
de S. Catarina, do Rio Grande. Em- cabeça rapada e bigode á Carlito. To- (Continua)
8 Revista de Antropofagia
B R A S I L I A N A B A L C Ã O
IV LIVROS A' VENDA :
Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL ROPP
Endereço: 13, RUA BENJAMIM CONSTAM - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAI N.° 1.269 - SÁO PAULO
« E S T A T E R R A E' N O S S A EMPRESA,
E O MAIS GENTIO DO MUNDO.»
MANOEL DA NOBREGA
R e v i ata de Antropofagia
Oswald de Andrade
Saberá você que pelo desenvolvi- fala que o divorcio existe em Portu- Ahi está a lição do nosso Direito. De-
mento lógico de minha pasquiza," o gal desde 1910, respondem: — aqui vemos nos plasmar nessas origens his-
Brasil é um grilo tie seis milhões de não é preciso tratar dcsSas cogitações tóricas.
kilometros, talhado em Tordesilhas. porque tem um juiz em Piracicapiassú Revisão da religião. O nosso povo
Pelo que ainda o instincto antropofa- que anulla tudo quanto é casamento tem um temperamento supersticioso,
gia) de nosso povo se prolonga até a ruim. E' só ir lá. Ou então, o Uruguay! religioso. Não contrariemos. Vamos
secção livre dos jornaes, ficando bem Prompto! A Rússia pôde ter equipara- crear a santoral brasileira: Nossa Se-
como symbolo de uma consciência ju- do a lamilia natural á legal e. suppri- nhora das Cobras, Santo Antônio das
rídica nativa de um lado a lei das do- mido a herança. Nós já fizemos tudo
Moças Tristes, tudo isso...- Admittir
ze taboas sobre uma caravella e. do isso. Filho de padre só tem dado sorte
a macumba e a missa do gallo. Tudo
outro uma banana. Da mesma maneira entre nós. K quanto- á herança, os fi-
no fundo é a mesma cousa. O instin-
nós todos com o padre Cicerp á frente lhos põem mesmo fora!
cto acima de tudo. O indio como ex-
somos catholicos romanos. - Romanos Ora, o que para mim, estraga o. Oc-
pressão máxima. Educação de selva.
por causa do centurião das procissões. cidente, é a placenta jurídica em que
Sensibilidade aprendendo com a ter-
Não foi inútil vermos de olhos de âe envolve o homem desde o acto de
ra. O Amor natural fora da civiliza-
cçeança a via-lactea das semanas san- amor que, aliás, nada tem que ver
ção, apparatosa e polpuda.- índio sim-
tas emparedadas com o soldado e a le- com a concepção. Filhos do totem! Do
gião, atraz da cruz. O Christianismo Jtispinto Santo! Isso sim! Como aqui! ples: instinetivo. (Só comia o forte).
absqrvemol-o. Sc não! Trazia dois gra- Viva. o Brasil! E' a communhão adoptada por to-
ves argumentos. Jesus filho do totem Mas vamos a factos. Sahiram dois das as religiões. O indio commungava
e da tribu. Ü maior tranco da historia livros puramente antropoiagicos. Ma- a carne viva, real. O catholicismo ins-
no patriarcado! Chamar São José de rio escreveu a nossa Oayssea e creou tituto a mesma cousa, porém acovar-
patriarca é ironia. O patriarcado eri- ciuma tacapada o neroe cyclico e" por dou-se, mascarando o nosso symbolo.
gido pelo- catolicismo com o espirito- cincoenta annos o «morna poético na- Veja só que vigor: — Lá vem a nossa
santo como totem, a annunciação etc. cional. Antônio de Alcântara Machado comida pulando! E a "comida" dizia:
Dona Sebastlana vae pular de gana! deu uma coisa tao gostosa é profunda come- essa carne porque vae sentir
Mas o facto é que ha também a antro- como a secção livre do Estado. nêlla o gosto do sangue dos teus ante-
passados.
pofagia* trazida em pessoa na commu-
nnão. Este é o meu corpo, Hoc est NOTA — (Só comiam os, fortes). Hans Staden
corpus meum. O Brasil indio não podia salvou-se porque chorou. O Club de
A secção livre do Estado é o campo
deixar de adoptar um deus.filho só da Anthropophagia quer agregar todos os
mãe que, além disso, satisfazia plena- onde se debatem com tesouras D. Chi-
elementos sérios. Precisamos rever tu-
mente guias atávica,. Católicos roma- quinha DelPOsso e D. Maria F. Bran- do — o idioma, o direito de proprie-
nos. dão. A Grécia tinha as suas escolas de dade, a família, a necessidade do di-
philosophia. Nós temos as de corte. vorcio —, escrever como se fala, sin-
O facto do grilo histórico, (donde
sahirá, revendo-se o nomadismo ante- ceridade máxima.
rior, a verídica legislação pátria) af- (O macunaima é a maior obra na-
firma como pedra do direito antropo- cional. Você precisa lêr. Macunaima
Ha homens, meu caro, no Brasil no-
fagico o seguinte: A POSSE CONTRA em estado de ebulição. Depois isso
vo. Acabo de conhecer Edgard San-
A PROPRDSDADE. Como prova, huma- côa-se. Toma festim moderado,, com
ches, lente de philosophia do direito
na de que isso está certo é que nunca saldo a favor). Vamos-fazeR. um levan-
na Faculdade da Bahia. Um homem fe-
houve duvida sobre a legitima accla- tamento topographico cia ' moral bra-
cundante. E estupendo. Outros são a sileira, a funda sexualidade do nosso
mação de Casanova (& posse) contra
mocidade de Martinelli e Outros Arra- povo. Vamos rever a historia, daqui c
Menelau (a propriedade). Isso nos Es-
nha Céos. Daqui! Eduardo Pellegrini, da Europa. Festejar o dia 11 de Ou-
tados Unidos foi significado ainda ul-
Paulo Mendes e Américo Portugal. E tubro, o ultimo dia da America livre,
timamente pela defcza de> Rpdolpho
Raul Bópp? E' um colosso! A elle devo pura, descolombisaUa, encantada e
Valentino, produzida pela gravidade de
imitienso! A rede telegraphica mais brafvia".
Mencken. Tinha muito mais razão de
possante da verdade brasileira. Eis um
ganhar dinheiro do que os sábios que
trecho de carta sua a propósito da fun-
vivem analysando escarros e tirando Quanto ao equivoco de se pensar
dação que ora tentamos de um Club de
botões dos narizes dos bebês. Muito que eu quero é a tanga, affirmo e
Antropofagia e de uma grande festa
mais! Porque afinal é preciso se pe- provarei que todo progresso real hu-
que proponho para a véspera de 12 de
sar a onda de gozo rcmantico que elle mano é patrimônio do homem antro-
Outubro. E' uma carta a Jurandyr
despejou sobre os milhões de vidas das pofagico (Galileu, Fulton etc). De
Manfredini, de Cúrttyba, publicada a
senhoras dos caixas e dos burocratas. resto, Bernardi .Shaw já disse:. Está
2 de Setembro na Gazeta do Povo, dali.
Isso é que é importante. mais próximo do homem natural quem
Depois de detalhar os argumentos do
No Brasil chegámos á maravilha de grilo — base do direito pátrio eil-o come caviar com gosto de que quem
çrear o DIREITO COSTUMEIRO AN- que diz: se abstem de álcool por principio.' E*
fl-TRADICIONAL. L quando a gente "Comemos o resto do Território. isso!
Revista de Antropofagia
UM POETA E UM PROSADOR
MANUEL . DE ABREU — a Deus que apareça um livro bom só Paulo Prado, cm conversa costuma
Substância — Rio de Janei para poder dizer aos autores de livros caçoar dessa mania que muito novo
ro — 1928. maus: Assim é que vecês deviam ter (ou" pretendente a tal) tem de gritar
feito. esmurrando o peito: Eu sou brasileiro!
Uma das poesias podia dar o .título Macunaima tom esses dois valoreS: Eu sou brasileiro! Eu é que sou o ver-
ao livro:'Are you ready? Porque Subs- é um livro bom (não sei se já repara- dadeiro brasileiro! Burrice, moço. Se
tância é um jogo de tenis entre autor ram na força que há nessa palavra: você é brasileiro não precisa gritar
e leitor. As bolas vêm violentamente, parece um tiro de canhão) e é um li- que^é: a gente vê logo.
sem parar, num bats-pula danado. Nem vro oportuno. E' o bem oportuno por- Mario de Andrade (• dos que não gri-
tempo para respirar a gente tem. tanto. Chegou na hora. Veiu pôr no seu tam nem fazem questão de parecer.
Tudo é mais ou menos deste geito: devido pé a famigerada brasilidade Pois c l e é ainda quo não queira.
atrás da qual correm suados e errados Macunaima tem tanta moleza, tanta
Sinto em mim uma Cidade desde muitos anos o:; escritores deste senvergonhjce, tanta basófia bem nos-
jardins Brasil tão imenso mas tão arraial ain- sas e talvez só nossas que dá vontade
lirismo da minha da. da gente se estirar nas páginas dele
raça os arranha-céus da ilusão Há que tempo Maohado de Assis di- como numa rede e balanço vai balan-
piscam. zia por outras palavras que ser escri- ço veni se abandonar e se esquecer na-
na via-láctea das vidraças tor brasileiro não ü tãc simplesmente quela gostosura.
arrabaldes cantar o índio e bolar numa paisagem Rapsódia nacionar icom o r bem ro-
debalde! ipês cm flor. O Brasil não é isso só. lado) de lendas, de anedotas, 'de chei-
Ou melhor: o Brasil não é isso. Qual- ros, de tudo. A língua então é a- mais
£ tomem bola. quer estrangeiro é cbpaz de fazer um poética possível. Pareci- uma música.
Nesse fogo e nêsse arrojo não é di- romance muito bem feitinho com per- O violão sempre acompanhando.
fícil descobrir talento* c sensibilidade. sonagens desta terra movendo-se nesta E o mais bonito é qui Mario se mos-
A poesia de Manuel de Abreu não terra. Agora o romance da terra só tra inteirinho no livro (o que aconte-
possue colorido brasileiro algum. E* um brasileiro pode escrever. E há de ce em todos os que publica aliás). Pou-
internacional. Europca talvez seja escrever passando além do visível e cas vezes tenho visto. tamanha falta
mais certo. Cousa que hoje em dia e do palpável. Não se contentar com de respeito humano. Há páginas em
entre nós constitue originalidade. E iquilo que a terra oferece e mete pelos .que a gente se contem para não dis-
quem sabe qualidade. Porque afinal de dhos da gente a dentro. Mas sofrer o parar com o autor: Saia daí, diabo.
contas sempre é meihor tomar um ex- sofrimento da terra, gozar o gozo da Como êle mesmo fêz no Amar, verbo
presso-internacional da que o mixto de :erra, rir o riso da terra, viver a vida intransitivo.
São Pedro do Caríri. Leva onde se da terra.
queira. Inclusive á própria terra em Percebe-se claramente que Mario
Só este refrão de Macunaima — Ai! ama o herói a -tal ponto que quer ser
que a gente nasceu.
que preguiça!... — vale como brasili- o herói. Mas é bom que a gente o des-
MARIO DE ANDRADE — dade mais do que todas as ruazinhas iluda. Mario é um pedacinho do herói.
Macunaima — São Paulo — de arrabalde,'todos os tutús de feijão, O herói somos nós todos juntos. Até
1928. morenas de chita c tal que enchem os eu, porque não?
versos dos nossos curumins contempo-
A's vezes a gente em literatura pede râneos. A. DE A. M.
LEIAM C A E T E S
LUNDU' DO ESCRAVO
MARIO DE ANDRADE
Tendo colhido aquele Romance que Mais outra senhora de Araraquara III (S- Paulo)
dei noticia no último número desta mais uma estrofe também. E foi da
"Antropófaga", como falei, sube da memória dela que Veludo renasceu Quando mia sinhô me disse:
existência do palhaço preto Veludo. com as macaquices nome cor e tudo. — Páí Francisco, venha cá;
Pelas coincidências deJe ter portado Finalmente minha, felicidade me le-
muita feita em Araraquara, ser preto e Vai corta as tuas unha
vou pra um senhor velhuco já, com Que tu tá para casa,
as moças guardarem o Romance da memória de genipapo indelével, voz
boca dum palhaço prelo de Araraqua- musical e bondade como ninguém. Este
ra mesmo, achei que de certo o Velu- senhor foi praceanu aqui da capital E eu fiquei todo contentado
do é que cantava o documento. toda a vida e ali por 1876 vasava as Como gambá que saiu do laço!
Sei com firmeza mas é só que esse energias de curumim freqüentando o Seu bem me dizia (ter)
palhaço tirava um lundu,em que vinha circo da companhia Casali que parava Que eu havia de casáí
o refrão do Romance, com variante sempre meses no largo de S. Bento,
mirim: Depois o menino tomava sorvetes na IV (Minas, D. Alexina- de M. Pinto)
confeitaria perto. Pois nessa compa-
"Eu fiquei todo saraptmtado nhia é que estava o. Antoninho Cor- Quando meu sinhô me disse:
Como gambá que caiu no melado". reia, palhaço brasileiro de cor bran-
— Pai Francisco, venha cá;
- O
4
cL
•&aí f+iM tjaAAA. o u 4Lf€> -Jíuj •&»*/ (***• ^*m', * A " - - á M ^ X o * - » ^ ^ , Jlu. •&*«, OVIA oá."-
Esse lundu é bem da nossa tradição ca. Sc pintava de prelo c tirava tam- Vá lava tua zipé
pelo menos no Brasil central. Dona bém o lundu. E pude ajuntar. mais Que tu tá Dra te casa,
Alexina de Magalhães Pinto ("Canti- uma estrofe e a versão musical com- (Refrão)
gas das Crianças e do Povo", ed. Al- pleta que vai aqui junto. Com mais
ves, pg. 82) dá uma variante da mú- outra estrofe me dadf por uma senho- V (Araraquara)
sica em qué também o refrão se mo- ra de S.. Paulo, reuno um Lundu do
difica assim: Escravo, já bem satisfatório -no tama- Quando mia sinhô me. disse:
nho. Assim: — Pai Francisco, venha cá;
Vai lá na sanzalaria
"Iô ficou tudo espahtarrado Que tu tá para easá,
Como um pintinho que caiu no me- 1 (Araraquara) (Refrão.)
lado".
Quando mia sinhô me disse: VI (Tietê)
— Pá (i) Francisco, venha cá;
(Também a versão de S. Paulo ca- Vá íá na sanzalaria Quando mia sinhô me disse:
pital, que vem adiante conserva "es- Zicuiêra (recolher) us criurinho. — Pai Francisco, venha cá;
pantarado"). Vai busca, pape e tinta,
Das estrofes da que chama "cantiga Pra você se escreviiihá,
de palhaço" dona Alexina de Maga- Eu fiquei todo espantarado (Refrão)
Como gambá que caiu no laço!
lhães Pinto dá -só uma. Seu bem me dizia (ter)
Um senhor de Araraquara, junto Que eu havia de paga! Como estão vendo, os passos prin-
com outra estrofe me restabeleceu o cipais -da vida do escravo vêm ai to-
refrão em fala mais típica: dos. (Aliás a última estrofe interpre-
II (S. Paulo) tei por mim como alforria). Trabucou,
"E iô fico todo assarapan-tado recolheu os criolinhos, levou bacalhau
Como gambá que caiu na raçada". Quando mia sinhô me disse: que não foi vida mas porém, na san-
— Pai Francisco, venha cá; zalaria se arregalou tirando úma li-
Vai chama sua feito nha çom as boas, lavou o pé, cortou r
("Raçada" com r brando é laçada). unha, casou, casou, casou! Casou por
Outro senhor do Tietê trouxe pra Que tu tá para apanha,
mim mais uma estrofe, escutada lá. (Refrão) (Cont. na p..6)
Revista de Antropofagia
Agora é que eu vejo que não vivi Mas agora meu Deus é impossível voltar!
que estou entre coisas immensas e bellas
que a terra desprende um aroma excitante.
Agora é que eu vejo que ha vida (PARAHYBA)
em torno de mim.
PERYLLO DOLIVEIRA
E eu sinto em desejo febril de vivar.
LUNDU' DO ESCRAVO
(Cont. da p. 5)
-três estrofes dando tempo prá velhice meü-Boi, embora discrepando do as- chapar a invenção dêstc povo pregui--
chegar. Pois então depois duma quar- sunto anterior. (O que aliás concor- ça.
ta-feira em que geou na cabeça dele da com a arquitetura da trilogia gre- Quanto especialmente ao documen-
Francisco virou Pai Francisco e o do- ga terminando com uma comedia.) No to que revelo hoje, o principal valor
no p alforriou. E essa vida os palha- meu próximo "Ensaio sobre Música critico dele está na liberdade rítmica
ços eternisavam no circo pra divertir Brasileira" "dou uma versão paulista da estrofe cantada. Si não botei com-
fiHio de branco. "Fio dim baranco" do "Sapo Cururú" em que o texto e passo pra ela foi pra caracterísar mais
os Pais Franciscos falavam... a música- vêm acrescidos dum refrão isso. O primeiro verso vai bem batido
mas discrepante por completo. Nas ro- no ritmo e no tempo. Os outros três
("Quando iô tava na minha terá das infantis brasileirasè comum esse vão com uma liberdade prosodica, um
Iô chamava capitão, processo de encomprfdar a cantiga rubato de expressão oratória, impos-
Chega na terá dim baranco pela junção de várias rodas. sível da gente registrar com os valo-
Iô me chama Pai João") A forma musical da Suite é positi- res da grafia musical tão deficiente.
("Canções Populares do vamente uma das preferidas pela nos- Me parece que os nossos compositores
Brasil", Brilo Mendes.) sa gente. Está nos fandangos de Ca- deviam de estudar mais essa tendên-
nanea, se manifesta no Congado, no cia pro recitativo de expressão proso-
Na versão, musical que registro pa- Maracatú, no Samha-do-Matuto, no dica e pro ritmo livre. de muito do-
rece ten junção de música diferentes Boi-Bumbá, no Pastoril, etc. Essa ten- cumento popular brasileiro. Porquê
ou pelo menos acrescentamento de dência foi em parte, me parece, o que na composição artística, os que estão
parte. Com efeito nem dona Alexina impediu maior gencralisação dos do- inventando já dentro da espécie brasi-
de Magalhães Pinto nem ninguém, a cumentos musicais pelo pais. As pe- leira, permanecem por demais dentro
não ser o menino que comia sorvete ças eram compridas por demais pra da forma quadrada. Isso dá prá' obra
espectaculo acabado, conhecia o dís- ser fácil a transmissão oral de texto deles uma essência de pasticho muito!
tico: e música. Si essas danças por serem Do mesmo geito que, dos nossos ro-
dramáticas e por isso com entrecho mances tradicionais a poesia artística
"Seu bem me dizia mais ou menos obrigado, forçavam a poude tirar uma liberdade estrofica
Que eu havia de paga (ou, casa)". que no texto se desse apenas varian- em que a gente fica bem cômodo (foi
tes dum modelo inicial, ficou hábito a solução de Catulo Cearense; ver
Porém essa parte, falando musical- cantarem êle com música nova, in- também a "Oração ao Negrinho do
mente, não discrepa do resto do re- ventada no lugar. Lá no norte onde Pastoreio" de Augusto Meyer, n.° 4
frão e parece de origem africana tam- principalmente o Bumba-meu-Boi é re- desta revista); do mesmo geito os nos-
bém. presentado todo ano (no nordeste pelo sos compositores podem conceber nor-
A reunião de documentos musicais Natal, na Amazônia pelo S. João) a mas muito caracteristicamente brasi-
distintos é muito comum no populario música muda de cidade pra cidade, de leiras de criar melodia infinita. Nas
brasileiro. Pode ser tendência nossa engenho pra engenho até.' Em certos emboladas, nos cocos, nos dejsafios,
prá... engrandecer as coisas... Ah, lugares como em Belém com o Boi- nos pregões, nos abôios, nos lundus e
rapazes! vocês nnnca não verão país Bumbá e no Recife com o Maracatú até nos fandangos n gente colhe for-
nenhum talequal ò nosso!... Exemplo a música muda de ano pra ano, pelo mas de metro musical livre e proces-
típico desse engrandecimento foi no que me informaram. Não digo que sos prosódicos e fantasistas de reci-
nordeste (Silvio Romero) a mania de seja bem nem mal isso porém levou tativos que são normais por ai tudo
finalisar qualquer chegança ou reisa- o pessoal prá utilisação de foxtrotes no país. Isso os artistas carecem ob-
do com a representação de Buraba- e maxixes importados, o que pode; aca- servar mais.
Revista d e A n t r o pp oo rf a g i a
OS TRÊS SARGENTOS
(ROMANCE)
YAN DE ALMEIDA PRADO
0 JARDIM PUBLICO
in
No parque havia duas zonas de amo- convites atrevidos, tentando os mais. reto. Não era acontecimento único no
res completamente diversas — a das ousados, esbarrões que- ela evitava su- Jardim —• nem, tampouco comum —
meninas da visinhança que namora- bindo no canteiro. Entretanto o re- mulheres provocarem de forma tão
vam, è a das mulheres da vida a cata ceio não lhe impedia de mariscar na descarada os homens que Uies apete-
de fretes para conseguirem pagar a multidão homem que a satisfizesse ciam. Porém mesmo as mais desfavo-
diária do bordel. A primeira zona naquela noite. recidas, as. que .tinham noção de se-
consistia nas duas avenidas que es- O olhar furtivo e repetido com que rem as ultimas entr«; a peior negra-
quadrinham em angulo reto o core- repassava soldados e paisanos, depa- da, só davam demonstrações diretas ao
to; a segunda era delineada pelo ca- rou em certo momento Ires sargentos homem que viam pela primeira vez,
minho que dá volta ao tanque. 0 ca- da Força Publica que Caminhavam quando fortemente tocadas de pinga.
pão de altas arvores cuja ramaria for- juntos. Diversos na tez e na corpu- Em outra ocasião a vaidade femini-
ma toldo sobre a musica era o limite lencia, regulavam a mesma altura. 0 na impedia que elas se oferecessem
das duas e a linha divisória. primeiro. robusto, castanho e claro, o deante das. outras. Somente a certe-
Na zona das meninas os almofadi- segundo ossudo e moreno, o ultimo za de êxito podia (eval-as a praticar
nhas do bairro pararam na beirada o contrario, tratando-se algum recru-
também trigueiro, provido de ampla
ta novo, que desprovido de dinheiro
das largas avenidas, enquanto as na- musculatura a modelar a túnica do
e cheio de seiva, aceitava qualquer
moradas transitavam dea:it- deles e uniforme. Representavam a mescla da
mulher. O rapaz aceitava e esquecia
com eles comunicavam-se apenas por milícia do Estado, onde elementos vin- com igual rapidez; era o mesmo que
meia de olhares e risos. Muito dife- dos de tão longe, ii tão diversos, os uma necessidade aliviada atraz de um
rente era o trecho reservado às mu- do Norte diferindo dos do Sul até na muro. Não faltavam então nem siquer
lheres da vida. A exiguidade do pas- origem da raça branca; no Pará ou os transeuntes para surpreenderem o
seio mal dava para elas se esgueira- no Maranhão descendentes de alente- coito (no recanto do Canindé onde o
rem quando nos dias de muita afluên- janos, no Rio Grande de imigrantes par tinha ido depois do Jardim), e
cia ôs homens enchiam o caminho. das Ilhas; confundiam-se entretanto que não resentiam do espetáculo mais
Nessas ocasiões, ao se encontrarem num molde único — a farda azul fer- espécie do que si fosse de cães nó
dois magotes — um composto de des- rete largamente listada de encarna- cio. A gente do bairro estava íami-
ordeiros e outro de mulheres fáceis do. liarisada com a scena, freqüente pelos
— resultavam correrias que escanda- Ao passarem os rapazes perto da terrenos reunos e atraz das cercas'
lisavam os burgueses extraviados no mulatinha- coincidiu chegarem também desde a boca da noite até o alvorecer.
lugar. O habitante do Interior por ali as companheiras. Formou-se bolo em Todos sabiam que quando alguém pa-
a passeio com a mulher e filhos, de volta da rapariga, que estimulada pela rava e aproximava, não era por troça
repente percebiam atravez da inexpe- presença das outras disse alto para ou por curiosidade, era na realidade
riência, quanto as margens do tanque ser ouvida de longe: outro macho que vinha buscar o seu
eram mal freqüentadas. Via com pas- — I . . . Dita, era uni moreno assim quinhão. Si o primeiro consentia tudo
mo na confusão provocada pelo cho- que me servia... se passava sem maiores novidades, na
que de homens e mulheres, os apal- Mas quem devia receber a indireta, maior camaradagem, do contrario, re-
pões dos gaiatos obrigando as mula- não a ouviu. Quando o mais ossudo gistavam os jornaes do dia seguinte
tas e pretas a fugir no meio de gri- dos três adyertio-o a rir, já iam longe mais um caso policial de ferimentos
taria e gargalhadas. O sertanejo (vin- das mulheres que tinham parado no oú morte na várzea
do de onde ainda existe receio da far- mesmo sítio.
da), extranhava serem os mais baru O rapaz que reparara caçoou com As mulheres que nãi> pertenciam á
lhentos entre a molecada os soldados o distraído. ultima categoria — das que nem teto
da policia, que não respeitavam mu- — Gostei agora do Candidq, anda possuem para recolher homem — não
lher alguma encontrada a passear em tão farto de rapariga que já nem liga careciam de se dirigir primeiro para
redor do tanque. Ao burguez antigo da para gadinho miúdo, de hoje em dian- o indivíduo que as impressionava. Era
cidade (mormente o paulista legitimo, te só franceza... suficiente pisar no caminho do tanque
que sempre arrenegou militares), o para sentirem-se seguidas de matilha
Pouco antes queixara-se Cândido
efeito causado era diferente. Lembra- infinita, perseguindo-as com propos-
da falta de mulheres bonitas no Jar- tas c ditos pesados como pancadas
vam-lhe os excessos da soldadesca, os dim, de sorte que a reflexão provo-
tempos da "Guarda Urbana", compos- Quando a brutalidade dos homens ul-
cou gargalhadas. trapassava certos limites vinha a res-
ta do rebotalho das tropas da cam- — Onde é que você está enxergan-
panha do Paraguai, que pela tradição posta na mesma forma, bocas desden-
do gado? tadas ferviam num dilúvio de insultos,
popular, tornava perigosa a visinhan- — Olha aquela vestida de branco, quando a crioula não repelia com o
ça dos quartéis. Dizia-se então, que ali na esquerda perto da arvore, braço os mais atrevidos. Por outra, ao
só criaturas feias >.: aventuravam de ali homem... não está vendo! Ela aceitarem alguém, riam de modo que
propósito á noite, nos lugares freqüen- quer alguma coisa com você... o perseguidor logo comprendia. Daí
tados pelos "urbanos". por. deante ele não largava mais da
O interpelado voltou-se logo que o
Uma mulatinha que desgarrara das companheiro falou, olhando na dire- saia que a poder de encontrões ia va-
companheiras, atemorisada pela bru- ção apontada, mas poude apenas vis- rando a multidão, e apoz algumas vol-
talidade dos homens, refugiou-se no lumbrar na turba o rosto da mulata tas dadas á volta do tanque apareciam
extremo do caminho entre uma nesga que lhe pareceu bonito. na rua com trato feito e destino certo
A exclamação da moça iscou o in- para o resto da noite.
do gramado e o gradil de uma ponte.
Apezar do retraimenlo era alvejada teresse dos rapazes que resolveram es-
com piadas grosseires, obcenidades, peral-a mais as outras perto do co- (Continua)
8 Revista de Antropofagia
BRASILIANA B A L C Ã O
V LIVROS PROCURADOS:
EAU - DE - VIE
Por YAN DE ALMEIDA PRADO (Av. B. L.
De uma nota intitulada Extraordinária Antônio 188, S. Paulo):
díffusão do alcoolismo na Rússia, publicada
pelo Estado de S. Paulo, n. de 6-IX-28:
"O mesmo jornal publica os resultados Accioli — "Memórias Históricas da Província
de um inquérito feito em duas escolas, a res- da Bahia." — 6 vols.
peito de alcoolismo.
Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP
Endereço: 13, RUA BENJAMIM CONSTAM - 3.° Pa*. Sala 7 - CAIXA POSTAL N.° 1.269 - S A O PAULO
ABGAR RENAULT
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO
Lendo os escriptores es- tem dito que só faz por co- leiro ainda me faltava escre-
trangeiros (E note-se que de- nhecer países estrangeiros ver em brasileiro.
testo o paradoxo, a ironia e para ficar amando cada vez Ora, eu nasci num tempo
todas as deformações de sen- mais o seu pais. Mas dá cer- em que ainda se falava por-
tido). Lendo e pensando no to, a menos que o sujeito não
Brasil. Lendo e comparando. tenha senso objectivo ne- tuguês no Brasil.
Era ver a descripção de uma nhum nem discernimento. Inventei, assim, outro sys-
paisagem exótica, vinham-me Ou seja daquelles que, cui- tema: ler os clássicos (por-
á idéia as nossas paisagens. dando estarem pensando no que não posso deixar de ler
Achava logo a differença. Pa- Brasil, estão pensando é na Bernardes, frei Luís de Sou-
oSKasssasasasHsasHsasasasasaflsKiHSHsasa^^
oa2SE5as25asasasB5ESZ5asa5HS2S2SHS isã^asBszsESEsasasasESEsasHsasHsasasasasasssHsaszsasaszszsBSEsasEsasasESBszsEszso
ra fixar traços differenciaes Grécia antiga ou no mundo sa, etc.) por cima, como quem
não ha como pôr uma coisa da lúa. está traduzindo, fazendo de
defronte da outra. O methodo é, porém, de ap- conta que é castelhano, pro-
plicação difficilima. Quem se curando apenas o sentido.
E assim os costumes, as acha embebido em obra-pri-
paixões, etc. ma da estranja não tem ne- (Língua pega como visgo).
Quis adoptar o mesmo me- nhuma vontade de alternar a Não sei se dará resultado.
thodo no cinema, mas o cine- attenção, desse modo,- porque Mas o diabo é que, além das
ma tem pouca variedade. E a perde o fio da leitura, perde palavras, não acho nada nos
arte dos directores. Só os qua- o tempo e perde ainda mais clássicos...
dros nocturnos servem de se, por isso, se tornar nacio-
pontos de differenciação. nalista...
E' um processo pouco ori- E para ser escriptor brasi- (Parahyba do Norte.)
ginal porque muita gente já
Revista de Antropofagia
ROETAS
AUGUSTO MEYER — GI- Ficou tudo gelado arripiado no friume manha de um gato: brinca, brinca,
RALUZ — PORTO ALE- lunar. brinca, agarra o rato, a gente torce
GRE — 1928. O caminho branquinho mergulha na para que êle engula, êle vai e não en-
boca do mato. gole.
A poesia de Augusto Meyer tem uma Marulha a saudade gemente da pedra E faz tudo isso sem cansar o espe-
força que a gente sente logo de saida calcárea na fonte, ctador. Porque o jogo dele tem sempre
e fica respeitando. A linguagem bate olho d'agua glonglona e a cachoeira aspectos inéditos, o jogador é exce-
de chapa e não se esobrracha porque chora — uahl lente, a gente sente que a vitória não
dentro há um sentido á prova de fogo. lhe pode escapar. Atrai inelutavel-
Nada de canto do passarinho. Me- De noite na estrada as carretas vêm mente portanto. A assistência (nem se
yer quando desentrava a voz de ba- do outro mundo. discute) voltará para os jogos seguin-
rítono é para fim certo e medido. E Vagalume accende e apaga, pisca-piaca. tes cada vez mais numerosa e interes-
canta cousas robustas. Não é um ter- Corta o escuro o aseobio do gury sóli- sada. Façanha de que poucos são ca-
no. Ou melhor: não é um piegas. A to que foi para o povo. pazes.
ternura dele é máscula, Meyer sem- Assim o Republica dos Estados Uni-
pre domina as paisagens, os sentimen- E batuque batuca: dos do Brasil como todos os livros
tos, as cousas. Vai pelo mundo enro- negramina que dança que dança e que desse brigão da reação brasileira não
lado na força do sol mas não domi- dança é definitivo. Jamais se dirá para efei-
nado. toda a noite — uê! tos de critica que êle é o autor de tal
Há uma inquietação nos seus ver- poema, romance ou conto. Não pode-
sos que muito provavelmente Daniel O gailo cantou l i na serra, longe... rá ser julgado senão atravez de sua
Rops incluiria na quu êle definiu como lá... obra considerada em conjunto. Cada
moderna. Inquietação que apesar disso Parecia que tinha uma eetrella de or- livro é um pedacinho e uma continua-
te». _ ás vezes acentos antigos como valho na voz. ção.
aquele Mãe, eu quero o sol! já grita- Neste Republica a gente encontra to-
do pelo Osvaldo de Ibsen. Em todo o Mas batuque não cança e batuca toda das as qualidades do autor mas não
caso a tristeza atravez da qual essa a noite — uê! as qualidades inteiras do autor. Será
inquietação por acaso se revela é me- Negramina que dança que dança e que um quinto andar por exemplo. E só
dida como tudo no poeta. dança toda a noite — uah! Deus sabe quantos ainda virão. Fa-
Voz equilibrada que nunca desafina, zenda, Tarde Fazendeira, a terceira
capaz de agudos truculentos mas inca- MENOTTI DEL PICCHIA parte da Torre de Babel, Drama, A
paz de soltar um só para prazer das — REPUBLICA DOS ES- noite africana. Banzo, tanta cousa e
galerias, Augusto Meyer se afirma no TADOS UNIDOS DO BRA- tanto lirismo envolvente firmando Me-
sul brasileiro um dos valores mais SIL — S. PAULO — 1928. notti no lugar que êle conquistou na
certos da literatura tão embrulhada literatura nacional de agora e deixan-
deste pais e deste momento. O que me parece mais curioso e do adivinhar e desejar o que êle con-
Digo isso apoiado neste Ratuque (e mais clogiável nos livros de Menotti quistará querendo na de amanhã. E
há muita cousa igual no Giraluz): Del Picchia é que eles nunca satisfa- olhem que o homem não tem medo de
zem a gente. A obra de Menotti é uma nada: é poeta, é romancista, é jorna-
Negramina que morreu fita- «m séries. Quando vai chegando lista, é contista, é critico, orador, de-
currupáqoe pá páque! no momento gostoso pára: continua senhista (as figurinhas do Republica
dança batuque dança, no próximo livro. De forma que o in- são dele mesmo), é o diabo o diabo do
e o olho claro da lua espia na crista teresse está sempre alerta e insatis- Menotti.
da serra. feito, pedindo mais.
Sujeito por demais talentoso tem a A. DE A. M.
Menotti dei Picchia: Republica dos Estados Paulo Prado: Retrato do Brasil (ensaio sobre
Unidos do Brasil (versos) a tristesa brasileira)
Augusto Meyer: Giraluz (versos)
João Alphonsus, Carlos Drummond de An-
Mario de Andrade: Macunaíma (historia)
drade, Emílio Moura e Pedro Nava: Antolo-
Antônio de Alcântara Machado: Laranja da gia de 4 poetas mineiros
China (contos)
José Américo de Almeida — Bagaceira (ro-
Guilhermino César — Meia-pataca (versos)
mance)
Revista a* Antropofagia
DIABO BRASILEIRO
JORGE DE LIMA
Enxofre, botija, gallinha preta. terno de casemira pra quando Zefa me vêr.
Credo em cruz, capeta, pé de pato. Capeta, pé de pato, tome gallinha preta!
Diabo brasileiro, dente de ouro, botija onde está?
Credo, capeta, pé de pato! Capeta, pé de pato, dente de ouro, quero dente de
ouro,
Diabo brasileiro quero saber quando dá quero capa de borracha, punho engommado,
a dezena do carneiro! camisa,
Enxofre, botija, gallinha preta. bengalla castão de ouro, capeta, pé de pato,
Credo em cruz, capeta, pé de pato. tome gallinha preta!
Capeta, dente de ouro, tome gallinha preta, Quero saber suas partes, suas sabedorias,
quero dormir com a Zefal quero saber mandingas,
Capeta, bode preto, quero dormir com a Zefa! Capeta, pé de pato, tome gallinha preta,
que eu quero quebrar banqueiro, que eu quero
Capeta, diabo brasileiro, só lhe dou gallinha preta! tirar botija,
Capeta quero casar com a Zefa, quero que sêo que eu não quero é trabalhar, que eu também sou
Vigário brasileiro!
me case logo com a Zefa!
Capeta, tome gallinha preta,
Capeta tome gallinha preta! que eu quero saber embolada,
Capeta, diabo brasileiro, quando dá quero saber martello, quero ser um cantador,
a centena do macaco? capeta, quero dizer a Zefa, essa quentura de amor!
Quero quebrar banqueiro, capeta damnado, pé de Capeta tome gallinha preta, que eu quero casar
pato, com a Zefa!
dente de ouro, cheiro de enxofre, tome gallinha Por Deus, que eu quero, capeta, pé de pato!
preta! Tome gallinha preta!
Capeta, pé de pato, quero acertar com o bicho,
quero comprar gravata, botina de bico fino (MACEIÓ")
í525E525ESZ5E5E5Z5ZSESasa52525a5a5H51S25E5ES2Sa5asSS2^
O TRAVO
SEBASTIÃO DIAS
Talvez não fosse só o capricho. De- zoluvel? Não lhe importava por em- de seus mestres verificava de visu ha-
mais, se confessava impotente pra ana- quanto que não lhe tinha sido pro- ver algo alem dos números.
lisar seu drama intimo. posto. E se admirou disso não ter si- Estudou com afinco muitas matérias.
Dizia drama conscientemente: ain- do ainda objeto de suas cojitações. Se esqueceu de métodos e catálogos.
da acreditava que o theatro e a vida Falava assim "disso" com certa su- Só tinha uma preocupação. Um dia
se plajiavam mutuamente. O cinema perioridade especialmente com os ou- deu adeus á vida e se recolheu na so-
seria assim uma espécie de gigolô de tros. Se decidiu a se por em equações litude:
ambos. Nunca lhe importara quem fos- e se solucionar com presteza. Depois Muito tempo. Sempre a pensar no
se o coronel. pi*o que viesse aplicaria a formula magno e único problema. Tinha fuji-
A principio quiz fazer sua vida. Or- conseguida. Seria, quando-muito uma do dos homens mas a humanidade não
denou-a, catalogou-a c preparou-s.e pra simples prova: real ou dos nove. lhe fez o mesmo. Aquela complicada
realisa-la. Como tinha algum tacto, bo- Não acertou a principio. Recome- maquina social e administrativa que
tou na conta imprevistos e acidentes. çou. Com paciência, com método, até conhecera nos livros puzera seus ser-
Mas sem particularisar ou discriminar. que enfim se convenceu da inutilida- vidores na sua pista.
E foi se agüentando algum tempo. de pelo menos atual das matemáticas. Foi para a prizão. E fizeram-lhe per-
O primeiro mez, o segundo... Apenas Todas elas. Sem excetuar mesmo a ta- guntas. Como ha muito não utilizasse
uma coisa sem importância: uma que- boa de Callet, o calculo das probabi- da linguajem articulada, porque esti-
da. Algo perigosa: ficou em estado de lidades e as vertijinozas geometrias vesse fora do trato de seus semelhan-
choque, passou uns dias de cama. não euclideanas de( Riemann, Loba- tes, não os compreendeu nem lhes
Ficou radiante porque comemorou o tchewsky e epígonos. poude responder. Fez sinal que escre-
aniversário na data justa que havia Nova admiração. Então o negocio vessem.
marcado: 8 de novembro, puxa! não não era tão sinjelo. Exorbitava das
houve nenhum contratempo e por Leu então que lhe inquiriam do seu
ciências exatas. Falar verdade não en- nome, idade e sexo.
cumulo de coincidência o dia 8 de no- contrava a minima partícula de amor
vembro caiu numa si-xta-feira. Tal- Olhou com profundo espanto pra
naqueles estudos. Mas procurava se todos aqueles fieis cumpridores da lei,
qualmente havia previsto. convencer modestamente que não pes-
Mas quando chegou neste ponto, per- pra todo aquele aperuto solene de re-
quizára bem, pra salvar, o prestijio cepção e mudando o semblante pra
cebeu uma coisa seria: o amor. Aliás dos números.
todas as coizas lhe pareciam sérias e uma encantadora injenuidade e pie-
Se dirijiu com ardor prás ciências dade indizivel, escreveu três vezes com
respeitáveis, inclusive as Circunspe- biológicas. Necessariamente elas ha-
ctas propriamente ditas. Propriamente uma bonita letra, clara e separada:
viam de lhe esclarecer qualquer coi- NAO SEI.
ditas pelo dicionário, pelas pessoas za. Não se ia adiantando quazi nada.
mais velhas ou livro de máximas. Mas se satisfazia pelo pasmo quotidia- Em seguida na mizericordioza supo-
Depois, antes mesmo de escrever no de descobrir navas sendas da sa- sição que não entendessem todos tra-
qualquer regulamento sobre a nova bedoria humana. Se conteve pra não duziu a inscrição em dezoito idiomas
descoberta, pensou que o amor não publicar com escândalo suas desco- e dialetos.
era. uma coizá, mas um problema. Re- bertas; muito ao contrario do pensar
(RIO)
Revista de Antropofagia
OS (ROMANCE)
NTOS
YAN DE ALMEIDA PRADO
O JARDIM PUBLICO
IV
A timidez da rapariga, ainda mal fa- O mais conhecido era a historia da Eu também, mas vamos esperar
miliarizada com o lugar, fizera com onça. Circulava pela rapaziada, bran- ainda um pouco.
que um impulso repentino a nivelasse ca ou mestiça da "Força", a graça' que — Que'sperança, já passaram, perto
com as mais reles freqüentadoras do asseverava odiarem as onças aos pre- de nós mais de um par de vez. Ficar
passeio. Quando a mulher se oferecia tos. Diziam concistir numa terrível aqui comendo mosca não é comigo, si
tanto, o homem inversamente se retra- ogeriza, sempre crescente desde a ho- vocês quizer ficar fique, eu vou emr
ia e a aproximação perdia-se. Naquela ra em que uma cangnssu' vira um pre- bora.
feita, embora com decréscimo, a mu- to mina. Dai esclamava logo o solda- Era costume da banda terminar o
latinha obteve mais êxito do que es- do ao ver a negrada atulhando o par- concerto com musica de dança, que no
perava apezar do repente que lhe es- que, "Imagina uma onça solta agora, momento estivesse em moda. Muitas
capara; seu aspéto infantil, novidade não ficava nem uma lia para amos- pertenciam ao regente Lorena, que
na zona duvidosa, causou grande in- trai", e por mais que repetisse a mes- grangeara fama graças á difusão dos
teresse no grupo dos sargentos. ma cousa, sempre em lorno dele ecoa- seus trabalhos em revistas de teatros
Para cercarem o rancho das mulhe- vam gargalhadas. Alguns acrescenta- populares. Quando os soldados da po-
res foram os rapazes até o melhor pon- vam modificações ou imaginavam va- licia a ele se referiam davam-lhe um
to de espera do percurso, na encruzi- riantes, "Qual o quê, tem cada cara no "Êta" admirativo ante» do nome, que
lhada fronteira ao coreto. Alinhados meio dos joão que si a onça enxer- deste modo entrada no rol das cousas
pelo cotovelo como si estivessem na gava erá capaz de morrer de susto!". admiráveis da Força Publica. Também
revista, ficaram á espreita na beira Decorrente desta modificação nascera os sargentos partilhavaln da admiração
do caminho onde tinham subido para outra inventada por um soldado nor- dos- colegas porém o insucesso da es-
enxergar melhor. Resistiam aos en- tista, fazedor de quadrinhas e contos, pera tornara-os mal humorados.
contrões no anceio de distinguir a ra- que percorriam o quartel em que ele A insistência de uni deles venceu a
pariga e as companheiras na turba que estava indo até aos oficiaes. Narrava resistência dos outros. Dirigiram-se
passava, esforço cada vez mais cus- a historia do domador de circo que devagar em direção da ' saida percor-
toso devido á afluência cada vez mais pretendeu alimentar enorme onça com rendo com a vista todos os vultos fe-
densa de gente naquele momento. A as negras do Jardim. Para aquele "ar- mininos que alcançavam.
dificuldade do exame ainda era au- tista", (denominação que o povo dá — Eu conheço aquele pessoal, é
mentada por causa dos colegas espa- a todos que se exibem em publico) rampeiro, não vale a pena perder tem-
lhados pelo parque, passeando ocio- conseguir seu intento foi preciso tra- p o . . .
sos, e que se juntavam aos sargentos, zer a onça perto do tanque, onde sol- — Ah! Você conhece? Indagaram os
demorando-se em contar ou trocar pi- ta investiu confra as mulheres que outros interessados.
lhérias antes de seguir na esteira de passavam. Não demorou muito voltou — Já estiveram de-já-hoje por aqui.
alguma saia. Estavam por ali, como o bicho fugindo apavorado de uma pre- Eu estive manjando elas, tinha um
todos, á procura de aventuras. A pro- ta que gritava, "Que onça linda, meu grupo pronto para entrar na conversa,
sa com os militares encontrados pelo Deusl Mais bonita do que defunto Bi- quando chegou o grude do Colatino
caminho não passava de pretexto para nidito meu marido...", ao passo que que estragou tudo. Fiquei com uma
esperar alguém que desejavam desco- a perseguida apelava para o dono afim raiva...
brir no redemoinho. de que a .protegesse da mulher. A — Será então o pessoal do vinte-
historia, e semelhantes, estava afina- quatro? A Mariasinha me disse que es-
Nessa altura o modo como um co- da á ingenuidade do auditório, na tava esperando as raparigas que esti-
nhecido se abeirava de outro não va- maior parte, composto de homens vin- veram no mez passado em Campinas.
riava, era sempre alusivo ao que am- dos da roça ou de sertões longínquos. Não é não. Eu passei lá hontem.
bos vinham fazer no parque. "Então Longe de onças e de perigos demo- E' outro pessoal, desconfio que foi a
pirata, sempre invocando?" "Que é que ravam as mulheres em aparecer. Com mais alta que pegou um fubá no Zé
está fazendo aí?" "Esperando a Deu- o tempo aumentou a impaciência dos Maria.
sa?". Ou, ainda, "Que tal hoje, vae ou rapazes. A desordem na multidão fize- — Qual é delas?
não vae?". A que o interrogado res- ra com que elas tivessem relado por
— A vestida de branco com sapato
pondia: "Fica firme, banca como eu diversas vezes o grupo sem serem per-
o Firmiano Pinto." preto.
cebidas. — Qual o quê, não é essa não, essa
Havia por esse tempo o costume de
dar o nome do prefeito da cidade a A demora irritou o mais magro dos que você fala já sei quein é, estava por
uma porção de significados de firme- sargentos que acusou os outros do aqui mesmo, mas tinha uma gola ver-
za, calma, espreita, c palavras pareci- desencontro. melha na blusa...
das. A razão não provinha de qual- — Nós devia ter falado logo com Todos riram.
quer ato extraordinário praticado pelo elas. Vocês são lerdo mesmo. Assim — Da pirataria nem rato escapa,
administrador, que foi dos apagados não dá certo, quem faz cavação não nem a blusa vermelha da tia! O gadi-
que S. Paulo teve, porém tão somente dorme. nho que rodeia o tanque é a mesma
pelo que sugeria a assonancia de Fir- Da censura partiram apreciações ob- coisa que malandro que tira escacha
miano. Durante muito tempo o lingua- cenas feitas por todos do grupo acer- na rua 7 de Abril.
jar paulista fez deste nome um adjeti- ca das mulheres em geral, e daquelas — Vamos voltar?
vo, que se tornou corrente e durou que esperavam no momento. Cé doido homem, vamos embora.
além do governo daquele prefeito. — Vae ver que já foram embora. O mais corpulento dos três apoiou
— Parece mesmo... o convite.
Entre os freqüentadores do Jardim
— Vamos então esperar até o ma- — Na véspera de riscar o punga a
havia também familiarismos mais res-
gente afia a espora na cama...
tritos, que giravam incansavelmente! xixe? 1
entre a soldadesca afeiçoada ao par- — Eu não espero. Até o maxixe é
muita coisa, vou embora. (Continua)
que.
Revista de Antropof«gl»
A L C A O
BRASILIANA
vi
FOLHETIM LIVROS A' V E N D A :
Do romance O aoldado desconhecido (O heróico legio-
nario braaileiro), de Zenato d'AIvamilo, ed. da Casa Edito- N a LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem-
ra Vecchi do Rio de Janeiro, fase. n, cap. XXIII intitulado
bro n. 19 — S. P a u l o ) :
O guerrilheiro Ab-EI-Akrim, p. 171:
"O guerrilheiro, acostumado ao seu dominio absoluto,
estranhou a resistência inesperada daquella jovem- e per- — S. Leopoldo — Província de S. Pedro do
guntou friamente: Rio Grande do Sul — 2.» ed.
—• Quem és tu e de onde vens? — Monteiro Baena — Compêndio — Fará.
Nélia, num tom firme que surprehendeu a todos os pre-
sentes, immediatamente respondeu:
— Chamo-me Nélia e sou noiva do Soldado Desconheci- Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40
do; quanto ao logar de onde venho, basta que saibas que fui — S. P a u l o ) :
raptada covardemente pelo teu bando de malfeitores!
Aquella captiva era a noiva do Soldado Desconheci- — Archivo Pittoresco — 11 vs. ene.
do!. — Panorama — 17 vs. ene.
Que maravilhosa presa I" — Lusíadas — coment. por Faria e Sousa.
CIVISMO — Vieira — Sermões — 16 vs. e n e , sendo al-
Circular distribuída pelo Grêmio Silva Jardim de Ni- guns em 1.* ed,
terói (agosto de 1928): Innocenoio F. da Silva — Diccionano Bi-
"GRÊMIO SILVA JARDIM bliographico — 19 vs. ene.
entidade cívica nacional — F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Va-
(Seeção do Estado do Rio) ria Historia — 1660.
Sede — Rua da Conceição, 2 sob. — Tel. 2177 — NITHEROY Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana.
O GRÊMIO SILVA JARDIM HOMENAGEIA O SEU
PATRONO — APÓSTOLO DE BRAVURA CÍVICA — LIVROS PROCURADOS:
Homenagens no dia de seu natalicio —18 de agosto.
(Não haverá discursos; mas, exaltação cívica). Pela LIVRARIA UNIVERSAL:
SELVA JARDIM nasceu em Capivary no anno de 1860
e morreu em 1." de Julho de 1891, no Vesuvio, o vulcão
italiano em Nápoles. — Roquette Pinto — Rondônia.
EM NITHEROY — Ruy Barbosa — Replica.
(A*s 10 1|2 hs.) — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil —
— Romaria ao monumento da Republica (Praça Pa- 2 vs.
dre Feijó) onde se encontra a estatua de Silva Jardim — Revista do Instituto Histórico Brasileiro —
(barca de 9,50 e de 10,10 nó cães Pharoux). tomos ns. 20, 21, 22 e 32.
O GRÊMIO SILVA JARDIM precisa dos brasileiros
(que têm orgulho deste nome) em torno do brasileiro que Por YAN D E ALMEIDA PRADO (av. brig.
mais expdz a vida pela Pátria, empunhando esta arma — Luis Antônio n. 188 — S. P a u l o ) :
o seu civismo incomparavel.
NO RIO DE JANEIRO — Manoel Calado — Valeroso Lucidemo.
(De 4 1|2 até 5 e 15) — Duarte de Albuquerque Coelho — Memó-
— Sessão cívica na Associação Brasileira de Educa- rias Diárias.
ção (Rua Chile 23, 2.° andar). Devem comparecer o Em- — Alvarenga Peixoto — Obras e m 1.' ed.
baixador italiano, o aviador Ferrarin, o jurisconsulto Clo-
vis Bevilacqua, condiscipulo do patrono do Grêmio e seu
único irmão sobrevivente, Gabriel da Silva Jardim. Em
plena sessão, ao antigo escoteiro Armando da Silva Maga-
lhães, (que salvou o aviador Ferrarin) — será conferido o
primeiro "Prêmio EUCLYDES DA CUNHA: valor braailei- A assinatura anuas
ro", creado pelo G. S. J. no dia euclydeano, 15 ultimo. (Esse
prêmio é um volume de "OS SERTÕES, o livro da raça bra-
sileira, escripto pelo mais brasileiro dos brasileiros"). da
(A's 5 1|2 hs.)
R E V I S T A DE ANTROPOFAGIA
— Romaria á casa n." 17, da rua Silva Jardim (antiga
travessa da Barreira) onde existiu a Soeieté Françaiae de
Gymnastiqne, ponto obrigatório de reunião, para os pro- custa
pagandistas entre élles — SILVA JARDIM.
Trata-se, apenas, de solennidade cívica. Foi supprimido RS. 5$000
qualquer caracter festivo; isto em homenagem a Del Prete
— "peregrino audaz": filho da Itália, fallecido no BrasiJ,
O G. S. J. assignala: Silva Jardim também foi "pere- Pedidos acompanhados de vale postal
grino audaz": fiüio do Brasil, fallecido na Itália.
A epopéia italiana de hoje lembra a grande tragédia
brasileira de 1891.
para
Gloria a DEL PRETE — nas alturas!
Gloria a SILVA JARDIM — no seio da terra italiana! Caixa do Correio n. 1.269
AVEi LATINIDADE!
AVEJ BRASILIDADE!" SÃO PAULO
ANO | - NUMERO 7 *oo Rs. NOVEMBRO - . 9 2 8
Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerê„ci, „e BQpp
Endereço: 13, RUA BENJAMIM COMSTflHT ~ y r » . Saía 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SAÕ~PÃULO
CONCURSO DE LACTANTES R E P U B L I C A
Estão tratando de erguer não sei onde Deodoro todo nos trinques
(mas sempre aqui no Brasil) um monumen-
bate na
to á mãe preta. Os denodados que para isso P o r t a d e D ã o P e d r o 2-°-
trabalham querem confessadamente prestar S eu Imperado, dê o fora
uma homenagem de gratidão ás amas molha-
das e secas mas sobretudo molhadas da linda 9ue nos
queremos tomar conta desta bugi-
côr do urubu. E atravez delas á raça escrava.
Eu acho isso muito bonito e comovente
Mande
porém perigoso. Marmorizada ou bronzeada vir os muzicos.
a preta, as mulatas e as brancas protestarão n T J J J
„„ M7 „ , . ^ O Imperador camarada responde
na certa. E será preciso erguer outros monu-
mentos. Um para cada côr. Depois um para Pois não meus filhos não se vexem
cada nacionalidade. A homenagem provocará , . , ,. ,
me
uma <.nmnA+j,.s» A* -««„,. J • x' J deixem calçar as chinelas
uma competição de raças, de origens, ate de
tipos de leite. Por fim os fabricantes de leite podem entrar á vontade.
condensado também reclamarão a sua está-
S ó p e ç o q u e n ã o n i e b u l a m Das o b r a s cora
tua e com toda a justiça. E haverá o diabo PIe-
quando o governo holandês exigir uma para tas de Vitor Hugo.
as vacas suas súbditas.
Eu não estou ofendendo. Eu estou pre-
Vfinmd0
' (RIO DE JANEIRO)
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO MURILO MENDES
SAIBAM QUANTOS
Certifico a pedido verbal de pessoa interessada
que o meu parente Mario de Andrade è o peor
critico do mundo mas o melhor poeta dos Estados
Desunidos do Brasil. De que dou esperança.
JOÀO MIRAMAR
Revista de Antropofagia
Agora,
0 engenheiro snr. Palhano de Jesus ouviu dizer que
N a s y m e t r i a civilisada d u m j a r d i m havia chuvido no Nordeste entre Fevereiro e Março. E o
engenheiro mezes depois de acurados estudos correu á im-
P i n t a d a d e vivo prensa para comunicar o resultado das suas investigações.
E emmagrecida pela ambição condoreira de sua E os linotipos e os telégrafos espalharam a bôa nova.
"O competentissimo snr: inspector da zona nordestina
torre diz que a seca atual é atenuada.
Choveu no principio do ano. Que saibam todos os ser-
A c a t h e d r a l d e R i b e i r ã o P r e t o q u e eu t e m i a em tanejos."
Foi um reboliço. Houve até salvas de bombas reaes.
criança Atenuada!... E muita gente começou a respirar satisfeita-
mente. Que beleza!
T e m a elegância galga e n o b r e de u m a pose. Si porem o snr. inspector houvesse levantado gado
magro, batido macambira, levado na pele para a terra ca-
rioca o vergão do sol e a marca das juremas; tivesse comi-
do- carne de ceará com rapadura, armado a sua rede nos
E n o sétimo d i a de descanso galhos dos umbuzeiros, marchado no trote duro de burros
U m a alegria m o ç a de r e l i g i o s i d a d e estropiadps, léguas e mais léguas atraz de pasto, não teria
o atrevimento de tamanha eresia. Porque, contra todas as
Vae suas previsões, a seca começou depois das chuvas. E' que
essas chuvas caíram depois de um longo ano sem pingar.
Intimamente E caíram espaçadamente. Até então o único recurso do
Desafiar as cores d e sua igreja sertanejo para conseguir ter de pé os seus animaes, era
queimar espinhos. Bater macambira. Com as chuvas a ma-
Com a festividade colorida de seus vestidos cambira enverdeceu. Não queimou mais. E a rama que nas-
ceu era fraca. O gado começou a cair. Os giraus e os tan-
guês foram armados nos revêsos. E pelas estradas poeiren-
( S . PAULO) tas, debaixo de um sol de endoidecer, começou o -sacrificio
das retiradas. Retiradas vagarosas de animaes exaustos • c
de homens abatidos. Tinha levantado o tempo, definitiva-
A. DE ALMEIDA CAMARGO mente.
A America acaba de receber recebeu o Novo Continente diz esse indivíduo se haverá no des-
uma grande missão: a missão do respeito á actividade espiritual empenho do mandato.
entusiasmo. Delegou-lhe a incum- dos seus habitantes. Ora, nessa Imaginemos um poeta ameri-
bência o fino poeta Ronald de matéria principalmente, o qué cano estalão. Ele recebeu a pa-
Carvalho, numa conferência so- verdade para o todo, é verda.de lavra de ordem: "Entusiasmo,
bre a moderna poesia america- para cada uma de suas partes. hein ! Muito entusiasmo!" O
na. Em nome da mandatária Alem do mais, falando em "poe- poeta americano é brioso. Não
aceitaram o encargo, agradecen- sia americana" o sr. Ronald de é preciso insistir. Ele dará conta
do a honra da escolha imereci- Carvalho usava, evidentemente do recado. Empertigou-se. Res-
da, S. Exa. o sr. embaixador pirou—l. Espirou—2. Outra
Morgan c a selecta assistência. vez : 1—2. Bem. Bateu no pei-
Segundo todas as aparências to (com força). Fez um olhar
o que ditou tão sabia decisão sobranceiro. Pegou no chapéu
LUNDU' DO ESCRITOR DIFÍCIL
foi a necessidade em que se num gesto ágil e elegante. Saiu
viu aquele poeta modernista Eu sou um escritor dificil
seguro de si, pisando duro.
de definir o espirito america- Que a muita gente enquisila Lá vai êle, dominador, alti-
Porém eaaa culpa é fácil vo, com uma chama estranha
no no que êle tem de original De se acabar duma vez:
e inconfundível, para, pesqui- E' aó tirar a cortina a perpassar nos olhos deslum-
Que entra luz nesta escnrez. brados.
zando as diversas modalida-
des desse caracter geral em Cortina de brim caipora —Quem é aquele camara-
Com teia caranguejeira da ?
cada um dos grupos étnicos E enfeite ruim de caipira,
deste continente, astoignarlar- Fale fala brasileira —E' um americano, o poeta.
Que você enxerga bonito
lhes uma voz á parte no coro Tanta luz nesta capoeira —Ah ! é um americano ! é
das civilizações contemporâ- Tal-e-qual numa gupiara. o poeta 1
neas. Pára isso era preciso Misturo tudo num saco A multidão se curva á pas-
perscrutar as tendências inti- Maa gaúcho maranhense sagem do vate. Lá vai êle do-
Que para no Mato Grosso
mas da América, que devia Bate este angu de caroço minador, altivo, com uma cha-
sentir-se á vontade no seu pa- Ver sopa de carurú; ma estranha a perpassar nos
A vida é mesmo um buraco,
pel, destinar-lhe uma funcção Bobo é quem nio é tatu! olhos deslumbrados.
compatível com a sua Índole: —"Alô, poeta I
Eu sou um escritor dificil
"The right continent in the Porém culpa de quem él —Ale-guá guá guá ! Ale-guá
right place". Reservando-lhe Todo dificil é fácil guá guá ! hurrah'! hurrah !
Abasta a gente saber.
a missão do entusiasmo, o es- Bagé piche chué, ôh "xavié", America !
teta dos "Epigramas", coe- De tão fácil virou fóssil, —E's do campeão.?
O dificil é aprender!
rente, aliás, com os seus pre- —Não.
cedentes intelectuais, reconhe- Virtude de urubutinga —Quem é esse então, poeta?
ceu "ipso facto" em tal missão De enxergar tudo de longe!
Não carece vestir tanga Agora reparo nessa chama es-
o procurado caracter diferen- Pra penetrar meu cassange! tranha a te perpassar nos
cial. Para êle a poesia ameri- Você sabe o francês "singe"
Mas não sabe o -que é guariba? olhos deslumbrados. Que é
cana será a poesia do entusias- Pois é macaco, seu mano, que tu tens hoje 7
mo ou não será. Essa lhe pa- Que só sabe o que é da estranja-
—Entusiasmo !
recendo a sua finalidade na- MARIO DE ANDRADE —Viva ! Pegaste a centena (
L
tural, foi disso que êle a in-
Escreveste a obra - prima I
cumbiu, oficializando assim Amas e és amado ! Amar e ser
uma situação de facto ante- amado, ó que ventura !
rior. —Néscio !
Os quadros vastos dificultam de uma abstracção, que e preci- —Então ? Fala, meu louro. Me
a compreensão das coisas. Nin- so entender-se no seu verdadeiro diga o que h a . . .
guém pôde ter uma visão total sentido de "poesia dos america- —Não sei não, uái ! São ordes."
nos, de cada americano, consi-
da América sinão na escala das
derada em conjuncto". Canibal, meu nego, que fas-
cartas geográficas. E não é ne-
Para milhor compreender o
cessário dizer quanto é difícil re- tio é esse. onde estavas tu á ho-
alcance da missão devemos, por-
conhecer na realidade o que só ra da conferência ?
tanto esamina-la do ponto de vis-
se conhece através dds mapas,
ta do indivíduo americano. Desse
ainda que sejam em relevo. Por modo tudo se reduz a saber como (RIO DE JANEIRO)
outro lado a incumbência que
Revista de Antropofagia
2 POETAS E 1 PROSADOR
A. DE A. M.
VARGAS NETTO — Gado isso de glorificar em verso o passado Et sur le ventre de Ia mer
chucro — Porto Alegre — brasileiro. O talento de Vargas Netto d'un coup sur et soudain
1928. não tem precisão de bater no bumbo luit le bistouri tranchant du phare
patriótico para mostrar que aqui nas- en tour de force laparatomique,
O poeta mesmo confessa no fim do ceu.
volume: o que cantei meu coração Dans le bas-ventre horizontal
mandou. E como é coração gaúcho CHARLES LUCIFER — Cy- coule sur ia concavité de' Ia plage
ditou versos gauchescos. O que não é nismes suivis de Sensualis- Ia pléthore blanche
rigorosamente lógico mas explica o re- mes — Paris — 1928. de Ia leucocytose nébuleuse des lu-
gionalismo do Gado chucro. mières.
Aliás um regionalismo que se en- Escrevendo em francês o poeta bra-
tende, sem abuso de expressões e alu- sileiro que adotou o pseudônimo de Opinião provinciana talvez: a poesia
sões locais. Charles Lucifer pegou a ginástica poé- de Charles Lucifer é um exercício.
Vargas Netto exalta a paisagem e a tica lá da França. E com essa ginásti- Opinião não provinciana talvez-: a-
vida heróica e trabalhosa dos pagos. ca o desprezo alegre pelo mundo, sua poesia de Charles Lucifer é um saxo-
Com o entusiasmo e a força a que já gente e suas cousas. Fala da tarde que fone.
nos habituaram os poetas do sul. No Está claro que niguêm (nem eu mes-
autor de Joá porém a inspiração é .. .finit come une dépêche mo) é obrigado a adotar uma das duas.
mais popular, o troveiro se manifesta sans .signature
de modo mais flagrante. Além disso MONTIEL BALLESTEROS
o ritmo quási sempre é marcado, a pour le rendez-vous du couchant, — Montevideo y su cerro
poesia vira canção sem querer. Montevideo — 1928.
A gente cantarola com gosto cousas do dia que se vai e que
assim: São contos sincopados com um pou-
. . . se moque du monde co de sátira c um pouco- de invenção-.
Tropa crioula de gado sem costeio, et en prend congé par simple politesse, Pensando bem: mais de invenção do
de pello desigual... que de qualquer outra cousa.
Tropa de gado que não viu mangueira do crepúsculo
nem laço jamais... E' o sétimo livro do autor de La
ou brille 1'astérique de Vénua Raza. Autor inquieto e apressado. Prin-
rappelant un soleil mia au bas de Ia cipalmente de um bom humor que não
Ou então: page, tem fim. Passa gozando por todos os
assuntos. O conto chamado 20 Blasco
Negrinho do pastoreio, para depois concluir: Ibánez é bem característico de sua ma-
que malvado é teu patrão! neira: nem é propriamente conto nem
Vae te picando miudinho On s'en passe... deixa de o ser.
depois te amassa na mão;
e te enrolando na palha, Ignoro se Montiel Ballestcros é jor-
De modo que a gente deve conside- nalista. Se não é devia ser. Tem quali-
com cuidado, de vagar, ra-lo como francês é não como brasi-
encosta o fogo na ponta, dades ótimas de cronista. Escreve com
negrinho, pra te pitar! leiro traduzido. Porque êle pensa e extraordinária facilidade, põe logo o
sente em francês. Do contrário Copa- negócio em pratos limpos, parece ser
cabana não lhe sairia assim: um vivido.
Gosto menos da parte denominada
Poema das Missões. Não porque nela Montevideo y su cerro tent cousas
Le promontoire chirurgical que nós do Brasil não podemos enten-
tenha sido infeliz o cantador. Mas por- surgit parmi 1'ouate des compresses
que acho pau e já surrado por demais der. O que não impede que se goste
du portefenille de ce soir opératoire, do ritmo «-.^udido do livro.
<)^)<=X)G»OC»)OOC=>OC30'
ngaivgrsn. ^
N A M O R O
(KIO DE JANEIRO)
RUA SANTO ANTÔNIO, N 17
TELEPHONE 2-6560 s. PAUL0
JOSUÉ' DE CASTRO
Revista de Antropofagi.a
JORGE FERNANDES
0 meu carro vae rodando nas estradas luz do sol se acabando nas coreundas das
de areia barrenta ou de cascalhos e eu vou serras, verdes... verdes...
vendo o verde longe e o verde perto das ju- Outras pedras agrupadas e enfeitadas de
remas junto a estrada... facheiros vão passando na ligereza da via-
As caatingas vão se tornando escuras es- g e m . . .
E o carro corre entre arvores e serrotes
fregando os olhos, com somno... até que a bôca-da-noite — chega agasalhando
Na carreira do carro aparece de sopetão tudo acendendo os olhos dos bacuráus, das
um serrote, as vezes com uma pedra fina e rapôzas, das tacácas, antes que o meu carro
sisuda apontando o céo. Outros com pedras abra também os seus olhos atrapalhadores
também parecendo dedos muito grandes dos bichos que precizam ganhar o seu pão, a
apontando: — Olhem aquilo ali — E eu olho noite, farejando nas estradas...
e vejo só desertos de serras e um restinho de (NATAL)
n, j p n ggüij I Ml
<\mxaJú>JL»,m*l09
llk L l J U j l ,
,»*«t--****-;
JIIJJUJLJJI
O POEMA DA ESPERA
MARIO GRACIOTTI
Missa internacional
Com gentes de todas as raças
Ouvindo o padre alemão rezar em latim.
(PONTA GROSSA)
Kovlata de Antropofagia
OS TRÊS SA N
(ROMANCE)
YAN DE ALMEIDA PRADO
0 JARDIM PUBLICO
Devagar tinha chegado o grupo de praça de pré não sae de certa roda, menina que so quer casar, e coisa que
sargentos á avenida Tiradentes, exa- composta do primeiro soldado que co- eu passo.
minando sempre as mulheres que viam nheceu, dos amigos deste e de todos — Nem comprendo como o Tito gas-
pelo caminho. Ainda era possível to- os amigos dos amigos deles que veio a ta tempo nessa bobagem. Ele conta
par com as raparigas que de noite va- conhecer com o tempo. Quando a ca- muita garganta mas eu sei como é a
gueavam pela rua João Theodoro até a bocla, mulata ou negra, deixava os bra- escrita. Eu também já namorei muito
beira do Quartel. Eram de fácil con- ços de um infante era para cair nos de noutro tempo, quando eu era anspes-
quista, bastando poucas palavras para um cavalaria, ou bombeiro, chegando sada. Sei o que é essa cavação, não se
ajustar passeio á Ponte dos Amores, muito raramente ao extremo de se araa- pôde sair para longe porque a mãe não
ou coloquio no quarto de um compa- siar naqueles tempos anteriores á re- dá licença, não sç pôde fazer nada por
nheiro camarada, situado nos cortiços volução com guardas civicos. Estes essas ruas porque tem sempre uma
da redondeza. Pararam os rapazes du- eram os "galegos", como lhes chama- amiga ou conhecida que está vendo,
rante alguns momentos na larga espla- vam na gíria, na quasi totalidade por- para dar um beijo é a mesma éoisa que
nada que forma a avenida naquele tuguezes bigodudos, antigos moços da acertar no milhar. Só mesmo num dia
ponto. Do lado da estação o movimen- lavoira, grande apreciadores de mulhe- de chuva, escondido na porta da casa
to de gente era intenso; do lado opos- res de côr, porém aquartelados em ou- dela, quando não passa ninguém, mas
to iam rareando os transeuntes á medi- tra zona muito diversa, nos confins pertinho da família,'de relance, é que
da que se adiantavam pela zona mili- da várzea do Carmo, longe da sede da a gente chega perto e isso mesmo com
tar. Antes de transpor o último trecho Força Pública. muito luxo. Não me serve, não.
do caminho e chegar á rua que de-
Os três sargentos parados na avenida — Tem casos diferente. Uma vez na
mandavam, correram os sargentos a
demonstravam pouca pressa em cum- vila Sá Barbosa eu fui atrai de um mu-
vista pelo espaço diante deles, numa
prir a resolução de se recolherem ce- ro e dei de cara com dois que estavam
derradeira tentativa de enxergar al-
do. Recomeçaram a caminhada de má ali de pé. A moça quando me- viu deu
guma rapariga fácil.
vontade, arrastando os pés, esmiuçan- tamanho pinote que até os grampos do
Ao soldado só não convém mulher do o exame das mulheres que passavam cabelo desprenderam caindo no chão.
contaminada por doença venérea: a ao alcance da vista. Ao ver de longe O rapaz era um cabo do segundo que
còr, idade ou formosura são pormeno- duas raparigas que iam em direcção ã achou ruim. Eu fui, disse para ele que
res que desaparecem devido á escas- rua Ribeiro de Lima, um dos rapazes não me incomodava com a vida alheia,
sez do soldo que tudo reduz a uma convidou os outros para seguil-as. que até si ele quizesse podia continuar
questão, de saúde. No entrar para o — Vamos ver si ainda pegamos á vontade que eu nem olhava.
quartel, os recrutas aprendem, pelo aquelas. — E continuou?
exemplo quotidiano e pelos commen- —. Vá você. A esta hora, já quasi no — Qual o quê, a moça corria que
tarios que ouvem a todo momento, a alojamento, sem ter certeza, não vale a nem doida. Sumiu numa travessa e
aproveitar qualquer saia-que lhes che- pena. Vá você sozinho si quizer. nunca mais vi ela.
gue ao alcance. Procuram as raparigas Todo soldado daquela zona conhece — Então você empatou o cabo...
mais caras e melhores para os dias do o desânimo de certos momentos da noi- — Foi mesmo. Mas também quem
recebimento de soldo, deixando as ou- te, depois de muito tempo passado á mandou naquele lugar. Ainda eles ti-
tras para o fim do mez, quando está cata de aventuras. O tempo -vae pas- veram sorte que não foi o Cassiano em
vazia a algibeira. Resulta do costume sando, cada vez mais enervaD*e e va- vez de mim.
ser freqüente o espetáculo de um par zio á medida que se aproxima a hora — Mas isso acontecia lá para os la-
em que a mulher aparece quasi repu- de entrar para o quartel. dos da Vila. Aqui com esse movimento
gnante ao ludo de um jovem soldado Continuaram os outros o trajecto, c pessoal que traz de noite a cadeira
no viço dos vinte anos. Ela, sem asseio chegando aos poucos á rua João Theo- para sentar mi calçada, nem é bom'
porque no bordel em que mora ha fal« doro, que desceram lentamente. A* es- pensar nisso.
ta de água (antigamente nos bairros quina da primeira travessa estava um Continuaram os rapazes a comentar
pobres de S. Paulo as torneiras para grupo rumoroso de meninas da vizi- a dificuldade da conquista de'mulhe-
nada serviam durante quasi o ano in- nhança (italianinhas como lhes cha^ res para quem não dispõe de fartos re-
teiro). Ele, asseiado pelo banho diário mavam por causa do sotaque carrega- cursos. A certa altura o mais cançado
obrigatório do quartel, de onde tam- do) que falavam e riam alto. perguntou si não iam embora. O outro,
bém o não deixam sair com a farda — Você si alembra Celestina, do ca- que estava apreciando o grupo das me-
em desalinho. Apezar das diferenças narinho que eu teneva? ninas apezar de tudo que tinham dito,
de condições, continuavam por 1924 (e — Me alembro sim. Quedele? insistiu para que esperassem ainda um
não terá mudado muito) os amores en- — Si deixo comer o gato... pouco.
tre soldados limpos e mulheres mise- O habito de ouvir falar daquele mo- — Vamos esperar o Antônio: não
ráveis, sem interrupção, sempre na do impediu que os sargentos achassem demora ele está ai.
mesma, atravez das levas de homens extravagante a conversa das moças. — E' capaz de demorar.
que se sucediam no Corpo" Escola. Por Olharam atentamente para o grupo — Qual! Ele corre, corre, banca o
vezes, naquele meio militarisado, apa- das meninas, exuberantes de saúde e pato atraz das gansa « depois volta
recia a informação de que tal mulher vida em que havia tipos verdadeira- com um bruto carão! Aquelas vagabun-
estava "pegando moléstia", porém só mente lindos de beleza popular. das que ele está perseguindo já esta-
lhe davam crédito deante de provas do — Para mim esse negocio de meni- vam de trato com os infantaria da es-
anunciado acidente. Não sendo assim, nas de família não vale nada. quina.
supunham decorrer a informação de — Para miro também. — Você tem certeza?
algum despeito ou rusga, vulgares no — Pode ser bonita como quizer, dá — Tenho. Eu não sou cego, si não
invariável circulo formado pelas de- no mesmo. Namorar por ai atoa, pas- disse para ele foi só de mau.
caídas e seus freguezes. A mulher da sar as noite» arretando era seco com (Continua)
Revista de Antropofagia
8
BRASILIANA B A L C Ã O
Revista de Antropofagia
Direccão de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP
Endereço: 13, RUfl BEHJflMIH COMSTflMT - r Pa». Sala 7 ~ CAIXA POSTAL I . 1.269 - SÃO PAULO
P E S C A R I A ANECDOTA DA BULGÁRIA
A ANTROPOPHAGIA EM
M ANHÃSINHA
CAMPINAS
Um homem. Dois homens.
Três homens.
Os parallelepipedos lustrosos Dizem os tolos que a anthropophagia desap-
escorriam água pareceu de nossa boa terra brasilica.
dos autos barulhentos Que sarambés e que sarambelões! Se ha cousa
da Prefeitura Municipal. vinculada á alma brasileira é este pequeno e in-
Quatro homens. nocente vicio guloso que levava a velha india con-
Cinco homens que gastam 4.000 calorias vertida a pedir in extremis ao seu confessor um
entraram na Fabrica. dedinho de curumim a chupar!
No 6.° Andar Ouçam os povos a veridicissima historia cam-
uma mulher debruçou-se na sacada pineira que lhes vou contar. E reflictam: a voz da
com o corpo quente infância é a voz de Deus! e a voz da Deusa que,
amassado numa cama de f e r r o . . . na opinião dos horripilantes e felizmente defun-
O dia vinha chutando tos gregos e romanos, habitava o fundo dos poços.
Assim, um infante campineiro, pelas palavras
OXYGENIO da sua innocencia, trahirá esta preoccupação ra-
cial intensa da gente do Brasil (com s e com z): A
no fim da r u a . . . ANTHROPOPHAGIA.
O chaminé da Fabrica Assassinaram ha tempo um coitado de um cam-
preto esguio pineiro que deixou enorme filharada numa pinda
que tinha jogado petéca "disgraciada" ou antes "indisgraziata" como nos
a noite inteirinha
ensina o nosso grande Juó Bananére, brasileiro
com a lua de couro
"inlustre".
soltou uma fumaça parda.
Um de seus pequenos foi recolhido á casa de
bom e rico parente que deu optima vida ao tal
(Rio de Janeiro)
crila. Tinha elle seus três annos. Passados uns me-
zes foi o pequeno reclamado por um tio paterno
JÚLIO PATERNOSTRO que pediu lho mandassem, por uns dias, afim de
que conhecesse os p r i m i n h o s . . .
Poz-se o typinho a urrar desesperadamente, no
auge do desespero. "No ultimo!" como se diz no
Oeste. "Não quero ir para a casa de Titio! Não
quero! Elle não tem o que comer! Elle não tem o
que comer!"
Ficou o protector abysmado com a attitude do
pequeno! — Sim senhor! Que guela se preparava
S o c i e d a d e Capistrano alli! Que sujeitinho interesseiro e safadinho! Que
águia! Resolveu pois interpellal-o:
de Abreu — Que historia é esta? Porque não quer você
ir para a casa de seu tio, seu diabinho?
(45, rua Capistrano de Abreu — Derretido em lagrimas poz-se o menino a ber-
rar, esperneando como o clássico possesso:
Rio de Janeiro) — Foi Você mesmo quem disse que elle não
tem o que comer. Se elle não tem Q que comer é
capaz de me comer! E' capaz de me comer! E' ca-
está publicando o edital para o paz de me comer!
Era a voz dos ancestres! Era a voz da velha
CONCURSO DE 1929 do curumim! Era a voz grave e magestosa do ve-
lho Brasil que resurgindo echoava em Campinas!
com a tese E diga-se depois disto que a anthropophagia
desappareceu do Brasil! que não é a única legiti-
ma manifestação destes Brasis hodiernos!
"O RIO SÃO FRANCISCO E que nestes não ha lugar, para a Revista da
Anthropophagia. Tantans! Bucuvas! Sarambés!
NA Sararás!
(CAMPINAS)
HISTORIA DO BRASIL" UBALDINO DE SENRA
ievista de Antropofagia
Entre o chirriar insistente com outros poetas. que o relojio fosforecente dtte
dos grilos, o coaxar das rãs e Dezanimado me sentindo in- marcasse.
a segunda soca dos canaviais me capaz de pensar coizas absurdas Pensei nas cauzas da minha
situei ha um mez. Nos limites rezolvi escrever uma carta cujo atual vacuidade de espirito; a
da horta jardim e a encosta do tema fosse um que eu vira num auzencia da possibilidade próxi-
monte ha também o barulho do Secretario Universal "a um pa- ma duma aventura amoroza
riacho que se despeja pela bica rente transviado aconselhando-o mais ou menos complicada de-
no banheiro arruinado. voltar a trilhar a senda do bem". via contribuir mais que a falta
Como tudo ali ele recorda a Escrevi 29 linhas sem entrar no de sensações daquela vida mo-
época de tempos outros que de- assunto. Receei bater o 31 ou a nótona.
veriam ter sido melhores. Havia 31 sem conseguir principiar. Ten- O candieiro por cauza do
nas coizas um ar abatido respi- tei recordar todas as primeiras pouco querozene ameaçava apa-
rando melancólica rezignação: frazes dos romances que eu já gar e a noite me enguliria com
só o terraço alto persistia altiva- tinha lido. Comecei pela "Volta toda a sala e mais a caza. A luz
mente nobre mau grado os an- ao Mundo por Dois Garotos" (4 era portanto necessária. Era a
drajos de cimento que lhe en- Vols.)- Não me lembrei. Segui única defeza que eu possuia na-
chiam as fendas. prás "20 Mil Léguas Submari- quele instante contra a ameaça
A sala ampla que devia ter nas" de Júlio Verne. Nada. "Da- na minha integralização nas
sido de vizitas onde eu dormia vid, Copperfield" de Dickens, "O trevas.
com meu irmão em redes, qüe Estigma Rubro", romance cine- Sim, porque nenhuma vela
pela manhã enrolávamos e pen- policial; também inútil. eu possuia no momento.
durávamos nos próprios tornos Então pensei na primeira Perhaps next season my
estava fria na noite humida. palavra de cada um desses e ou- great delicious dream be alrea-
Fora o sereno ia apagando tros romances. Em vão. Compro- dy dead.
inexoravelmente uma por uma vada a minha esterilidade men- Quanto eu dezejaria ter es-
as luzes dos cassacos. tal naquela noite procurei con- crito estas palavras, embora
Algumas recalcitravam mas versar : ninguém, fora meu irmão mesmo se em vez de perhaps eu
tinham de ceder á força maior que estava entra não entra no puzesse suponhamos surely. Mas
da obrigação do trabalho mati- sono, estava acordado. foi a Deirdre que escreveu. Só
nal. Antes disso abri a janela, o prazer de ter uma iluzão. De-
entrou aquela friajem e eu só cididamente o único remédio se-
Diante do candieiro a gaz o
vi no bloco cerrado da noite a lu- ria o sono que custava. Puz n
romance não conseguia me in-
zinha da cáza do vijia. Com; boca fora da janela e recolhi 15
teressar. Levantei a cabeça, tirei
pouco mais êle havia de bater gotas de orvalho; em seguida en-
os óculos, fechei os olhos e fiz
com a maçaneta de ferro no pe- guli-as, dei graças a Deus e ador-
força pra dizer um soneto de
daço de trilho pendurado na meci profundamente.
Cruz e Souza. Não consegui. Fiz
a mesma experiência improficua frente da caza grande as horas (RIO DE JANEIRO)
Revista de Antropofagia
2 ENSAÍSTAS
Mas surge Paulo Prado. Então é indispensáveis. Aqueles^ em que o au-
PAULO PRADO — Retrato tor sabe colher mas não sabe comen-
do Brasil — S. Paulo — uma inteligência acima de toda e qual- tar. O que é dos outros é bom. O que
1928. quer suspeita (como certas virginda- é dele não presta.
des) que descobre as mazelas. E o
mal impressiona porque o médico tem Mário de Andrade com um método
Este ensaio sobre a tristeza brasi- e uma paciência fora do comum an-
leira não tem nada de alegre. Tam- inegável autoridade. Não se trata mais
de um anônimo ou de um isolado con- dou pegando na cidade c no mato os
bém não se pode dizer que seja tris- motivos raciais da música brasileira.
te. E' severo e mais nada. finado em seu isolamento. Porém de
uma individualidade pioneira que sa- São mais de cem melodias populares,
Se Paulo Prado tivesse se contentado música e canto. Trabalheira benemé-
no seu quadro impressionista em de- be o que diz e sabe como diz. Depois
a maravilha se repetiu: estudado co- rita de folclorista. Do gcito que êle
senhar o grupo das quatro desgraças fêz ninguém entre nós fêz ainda. E'
— a luxúria, a cubiça, a tristeza, o ro- mo foi o tema ficou novo. Dai o es-
mantismo — o livro não provocaria o cândalo. uma exposição (como êle chama) mui-
protesto dos patriotas. Mas quiz con- to ordenada e muito clara. Tudo ca-
O Retrato do Brasil tem para mim talogado, fácil de achar e discutido
cluir, devia concluir. E a conclusão outro grande valor: é o testemunho de
amargou na boca dos tristes. com sabedoria.
quení pertenceu á geração do Brasil-
O doente não tem medo da doença. primeiro pais do mundo c esse teste- Livro indispensável portanto e no-
Tem medo do diagnóstico e pavor do munho concorda com o da geração do tabilíssimo. Notabilíssimo graças em
tratamento. Você se queixa disto? E'. Brasil — todo errado. Muita gente de grande parte á introdução onde Mario
Sente isto? Sinto. Sente mais isto? minha idade vai agora dizer que não. discorre sobre os problemas essenciais
Também sinto. Então tem isto. Não, Mas será fácil provar a incoerência. e actuais da música brasileira. E' uma
não tenho, não é possível, não estou Geração revoltada que tem feito se- cartilha qué devia ser adotada nos
assim tão ruim que diabo. não destruir, combater, renovar? Vo- conservatórios.
Toda a gente confessa que o pintor cê na literatura. Você no jornalismo. Eu digo cartilha mas de facto é tra-
foi muito feliz no pegar a boca, os Você na política. Você na critica. Vo- tado. Há mesmo umas afirmações de
olhos, o nariz, a testa, o queixo do cê na música. E assim por deante. Mário que transbordam da matéria do
modelo. Mas o rosto não saiu pareci- *Paulo Prado escreveu um livro ad- livro e merecem meditação na litera-
do. tura e no mais. Infelizmente o espaço
A feiúra do retrato era sabida de mirável. Se for preciso gritarei e com
certeza repetirei. aqui não chega para a gente se afun-
todos. Nos jornais e nos congressos dar em certas frases do Ensaio.
não há dia em que ela não se apre-
sente até deformada para peor. Mas até MARIO DE ANDRADE — Em todo o caso eu sempre quero
agora não havia aparecido integral- dizer que Mário não faz só literatura
Ensaio sobre música brasi- de acção como êle diz. Toda a litera-
mente. Um gritava contra a política.
Outro contra os costumes. O lavrador leira — S. Paulo — 1928. tura dele é de acção não tem dúvida.
falava das aperturas da lavoura. O Mas não só de acção. A's vezes o ar-
educador dos absurdos do ensino. Tu- E Mário de Andrade escreveu outro tista puro aparece sem querer. O que
do isso parceladamente e nem sem- indispensável. Chego até o superlati- em geral é raro mas sempre bom.
pre com conhecimento exacto das vo: notabilíssimo.
causas. Há livros ruins como cobra porém A. DE A. M.
LEIAM :
Deprehende-se das estatísticas transeuntes desprevenidos. Uma A nossa gente culta tem uma
policiaes que o japonez não é la- vez parou na minha frente um cultura tamanha que geralmente
drão, nem bêbado contumaz, nippão. Fez três profundas reve- ignora que os nossos bugres são
nem tampouco desordeiro ou pa- rências e pediu se, por favor, eu de raça amarella. Ha por ahi
triota em excesso. Esse ser ex- lhe podia fornecer u m . . . phos- muito brasileiro puro sangue, le-
cepcional, pequeno de estatura, phoro. gitimo e indiscutível descenden-
não soffre do câncer. No Japão, O japonez é o único immigran- te de índio, olhos em amêndoa,
dizem que essa doença é desco- te que se nacionalisa em pou- pelle oliva, estatura baixa, que
nhecida. Deve-se attribuir isso cos annos. Os filhos são brasi- não admitte o japonez, porque
ao chá, ou senão, ao arroz. Esses leiros sem discussão na casa pa- este viria estragar o nosso pa-
dois productos são enormemente terna. Aos poucos vão se tor- drão eugenico. Não se enxerga.
consumidos no Japão, segundo o nando catholicos, o que é essen- Eu só desejo mais clarividen-
testemunho irrefutável do snr. cial para a sua integração na ra- cia nos caciques que mandam
Aoki, pintor de paredes, que in- ça brasileira. As nossas tradi- no Brasil.
troduziu em S. Paulo a pintura ções e festas são todas catholi- Que façam uma" viagem a
á esponja, e que pintou as pare- cas. 0 nosso passado é catho- Iguape, peguem num japonez e
des de minha casa ha doze an- lico e somos ajtavicamente im- num bugre puro sangue e com-
nos, quando eu tinha doze annos. pregnados de catholicismo, re- parem.
Affirmativa tão retumbante, gra- zas, procissões, velas, confrarias, Ora se o japonez é de raça
vada na mente em tão tenra ida- dia de S. João, etc. mais brasileira que os "brasilei-
de, da mente não ha de mais sa- Mas os nossos illustres médi- ros" descendentes de portuguez,
hir. Nem que me venham pro- cos, que não quizeram receber negro, italiano, espanhol, etc,
var o contrario os propagandis- Voronoff, acham que o japonez porque resmungar á sua entrada
tas do café paulista. não é typo "eugenico". 0 italia- na terra do guarany? 0 guara-
Além de não ter os defeitos ar- no-malaria, o espanhol-tracho- ny é um irmão mais velho delle,
riba apontados, o japonez tem ma, o bessarabiano-torre-de-ba- que se installou em sua terra o
qualidades, uma das quaes é de- bel e outras migalhas de raças Brasil, quando os brasileiros do
liciosa, numa cidade como São balcânicas, assim como os rus- litoral ainda se achavam em
Paulo, em que ha multidão de sos cheios de vodha, são, ao ver projecto nas espanhas, portu-
grosseiras aves de arribação, que dos nossos sábios, raças sãs e gaes, italias e bessarabias.
guélam a torto e á direita, pi- fortes, que virão formar a bella
sam e cospem sem cerimonia nos raça brasileira de amanhã. (CAMPINAS)
A sair brevemente:
R O M A N C E D E UM MENINO TRELOSO
L. SOUSA COSTA
(Para o Jorge de Lima)
ENCANTAMENTO
0 sacy pererê do alto da serra
entrou na taba rasteira
do pagé de pelle de cobre,
e roubou a filha do velho.
(MINAS)
Capitulo 2,°
OS TRÊS SARGE NTOS
(ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO
A PONTE DOS AMORES
BRASILIANA B A L C Ã O
VIII
AVIAÇÃO LIVROS PROCURADOS
De uma nota da redacçãn do Diário Popular de S. Por Yan de Almeida Prado (avenida brigadei-
Paulo, n. de 17-8-1928: ro Luis Antônio, 188 — S. P a u l o ) :
"Com o mcsino sorriso com que abraçou os companhei- — "Poesias" oferecidas ás senhoras brasilei-
ros ao deixar Roma para a travessia memorável até Natal, ras por um baiano (1830) — 2 vs.
Del Prete despediu-se de todos, no leito de dor da Casa de — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin-
Saúde, rumo á derradeira viagem. Para elle não tinha im-
portância aquclla partida c se viesse a ter, era como a cipaes suecessos" — 2 vs. — 1826-1830.
prova maior, pois, quem percorreu a distancia enorme, li- — "Sermões" de Antônio de Sá.
gando, em horas, a Itália ao Brasil, só a travessia da Vida Compra livros raros em geral sobre o Rrasil.
á Morte, poderia superar o seu grande record."
Sub-titulo de uma noticia publicada pela Gazeta de Ser- Arthur Findeisen (rua general Osório, 61 —
gipe de Aracaju, n. de 14-9-1928: 3." andar — apart. 4 — S. Paulo) vende:
"Lindíssimas "gcishas" de olhos de velludo negro en- — Rugendas — ed. alemã.
cherão as alléas do parque "Theophilo Dantas" da graça
— Príncipe de Neuwide — ed. alemã — 2 vs.
sumptuosa dos."kimonos" esvoaçantes."
de texto e a colecção completa de gravuras.
RELIGIÃO — F. Denis — ed. alemã. — 2 vs.
Tem também á venda grande número de gra-
De uma nota intitulada O meteorito "Santa Luzia de vuras soltas de Rugendas e retratos em marfim
Goyaz" publicada pelo Triângulo de Araguary (Minas Ge- dos imperadores brasileiros.
raes) c transcrita pelo Diário Nacional de S. Paulo, n. de
22-11-1928:
Na LIVRARIA UNIVERSAL — (rua 15 de No-
vembro, 19 — S. P a u l o ) :
"Na ponta do "Corumbá", o sr. Ney Vidal, naturalista
do Museu Nacional que o acompanhava, resolveu levar a
effeito o baptismo do meteorito — para o que convidou o dr. — S. Leopoldo — "Província de S. Pedro do
Americano do Brasil, para padrinho, c a senhorita Esco- Rio Grande do Sul" — 2.» ed.
lastica Ribeiro, para madrinha. Deram-lhe o nome de "San- — Monteiro Raena — "Compêndio" — Pará.
ta Luzia de Goyaz". Desse acto foi lavrada uma acta."
De um discurso pronunciado pelo snr. Anastácio Viei- — Innocencio F. da Silva — "Diccionario Bi-
ra Machado no enterro do snr. Balini Serafini c publicado bliographico" — 19 vs. ene.
pelo Machado-Jornal de Machado (Minas' Geraes), 1928: — F. Manoel de Mello — "Epanaphoras de Va-
"Srs. ria Historia" — 1660.
"Bem aventurados os humildes, os mansos de coração, — "Lusíadas" — comentado por Faria e Sousa.
porque delles é o reino dos céus", disse Jesus quando — Vieira — "Sermões" — 16 vs. e n e , sendo
desceu a este valle de lagrimas, a que chamamos mundo. alguns em 1." ed.
Que poderei eu dizer, pensarcis vós, sobre este humilde
operário, cujos despojos aqui presentes vão, dentro em
pouco, servir de pasto aos vermes da terra?
Revista de Antropofagia
Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP
Elfcrtw: 13, RIU IHMWI CMSHIT - V Piv, Sill I - MIM rOSTIl I.' 1.289 - S Ã O PAULO
CHACO
O conflito entre a Bolívia e o Paraguai
a propósito do Chaco teve até agora pelo me- CORO DOS SATISFEITOS
nos uma vantagem: mostrar a inutilidade
absoluta da Sociedade das Nações. ACOMPANHADO PELO ZÉ
Quando a macróbia Europa soube que P E R E I R A D O BOM S U C C E S S O
dois meninos sul-americanos estavam se pre-
parando para um sururú de verdade pensou (dos Poemas de Bilu')
muito convencida: Eu arranjo a cousa em
dois tempos. Briand, o cabeludo (como diz
Daudet) se incumbiu de redigir e assinar o
telegrama pacificador. O telegrama partiu.
Briand deu entrevistas em que declarava Confraria somos nós
terminado o incidente. Quem tem prestígio da Beata Satisfação.
é assim. Acabem com essa briga, seus borri- Viva nós e fora vós !
nhas. Os borrinhas com medo do chinelo Tudo é mesmo muito bão.
abraçam-se cordealmente. Pois quem foram que disseram
Mas a Bolívia e o Paraguai receberam que esta vida é coisa feia ?
o despacho, leram e continuaram a trocar Quem falaram não souberam
beslicões: Nem ligaram. Briand encabuloü. como é firme a pança cheia
A Sociedade das Nações encabuloü. A Euro-
pa (que soube do negócio) encabuloü. Fora vós e viva nós !
Só depois que o pessoal da América se Tudo é bão tudo é bão !
decidiu a intervir é que as cousas tomaram Tudo é mesmo muito bão,
melhor rumo. A' voz da casa os briguentos muito bão bão bão !
cruzaram os braços. E tudo parece acabar
em santa paz.
Assim está certo. Com a intromissão da
Europa estava errado. Era quási preferível (Porto Alegre)
fazer a guerra. Só de pique.
AUGUSTO MEYER
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO
PREFERENCES
A Festa do guarda-chuva
Quando S. M. Mau Gosto úni- de pluma e praia despencaram da gosta de continha. Só depois
co volta de uma das victorio- pelas ruas, santo Deus! de almirante é que não gosta
sas campanhas em que se lança Primeiro teve uma vaia. Mas mais.
pelo espirito humano afora, vaia no Tempo, que estava pas- Hum!... Aquellas m o ç a s . . .
traz um bando immenso de tro- sando*, pra lá, pra cá. Só depois e uma ia que nem vêr jardim
pheus e prisioneiros para mos- delle começava o desfile. Den- suspenso, ou viuva fiel em dia
trar á gente cá da cidade. Aqui, tro duma bandeja alta offere- de Finados. Antropophagia esta-
junto da Guanabara, onde elle .ceram os taes poetas melhores e va accesa, isca saltando na fren-
collocou a capital, sempre que jornalistas desta piquiri. S. M. te que parecia manjuba na ria.
se celebram esses triumphos Mau Gosto único,.estava em to- Os poetas melhores e os jorna-
Mau Gosto sente cheio de pra- do logar, espiava tudo, fiscali- listas da terra, marcavam opi-
zer, o vigor, a seiva com que sava todos, parecia o dr. Was- niões com um lapisinho. Uma
lhe cresce o império: Não fal- hington Luiz! Afinal começou a manta vermelha de pelos gran-
tam nunca as platéas. S. M. que parada. des.. Canibal não poude. — "Dá
não é mais, está claro, aquelle Xi! Que coisas tão boas que licença!" Furou o povo, saltou
rei semi-nu' coberto de ouros. e elle trouxe, meu Deus! de um pulo no meio da calçada,
armas, vem de fraque e chapéu — "Aquillo tudo é prá gente agachado, com geito feroz. Mui-
de palha. 0 sol, electricista em pôr no pescoço?" ta moça correu. Canibal avan-
chefe, derrama todo o calorão A gente estava se enthusias- çou pra uma, deu uma dentada
das apoteoses de rua. Desfilam mando. Trouxe pavão da ango- gostoza no cotovelo. "Ai!" Pâ-
os trophéus. São as coisas precio- la, trouxe tapete da pérsia, trou-
sas que elle abiscoitou na con- nico. Tumulto. Calçada ficou va-
xe negrão escravo pitando no zia. E Canibal rindo, dansou:
quista. E nem faltam os melho- sedenho. E outras coisinhas ama-
res poetas e jornalistas que vêm Cálçadinha é minha, calçadi-
rellas, vermelhas, azues, contas,
para julgar e applaudir. nha é minha,
lacinhos.
Não é dos outros.
No ultimo triumpho de Mau Canibal velho agachado por
Gosto, houve mais calor e mais debaixo das pernas, eh! Canibal (Rio)
brilho que nos outros todos. sabido!, estava salta não salta
Nem imaginam que trophéus em cima daquillo. índio toda vi- F. de San Tiago Dantas
Revista de Antropofagia
LAR BRASILEIRO
RUBENS DE MORAES
Meu "primo João foi á Europa ficou na epocha terceira e ulti- gosta". E com uma segurança,
estudar. Voltou faliando fran- ma da vida delle: a mulher gor- vê dentro do pastel e espeta
cez. Só. da. com um olhar penetrante, ella
Foi essa a primeira epocha da aquelle que não têm azeitona. E
vida delle. elle pensa: "Aquelle pastel tos-
Depois veio a epocha do dedo tadinho estava bem mais apeti-
espetado. A propósito de tudo, Ella é gorda, elle é gordo, elles toso, apczar da azeitona... Azei-
do menor caso, o primo João são gordamente felizes. Ella é tona?... Será que eu não gosto?...
espetava o dedo e exclamava : feliz porque elle é feliz. Mas E'„. é isso mesmo, eu não gos-
"Em P a r i s . . . na O r ó p a . . . " De- elle, o famoso primo João, o ho- to..." e mastiga com convicção.
pois elle cançou e socegou. Quan- mem das aventuras memoráveis, Ella sabe que elle não gosta
do assustou estava casado com o elegantissimo primo João que que lhe passem a mão nos ca-
a prima Yaya. Foi essa a ultima esteve na Europa, porque é elle bellos. Ella não se zanga quando
epocha da vida do meu primo. tão feliz? ella vêm toda carinhosa e elle
E' irremediável. Não haverá ou- E* porque ella sabe que, para diz: "Não amolle..." Ella borda
tra. A vida delle acabou ahi. o João, sahir sem sobretudo nas camisas de dormir mais curtas
Hoje, elle não conta mais ca- noites de neblina não tem im- na frente, com uma fenda de
sos de bigode e chapéu coco, pas- portância, mas saltar da cama cada lado para elle poder cocar
sados em Paris. Quando se co- sem chinelos é um espirrar quo a perna distrahido, pensando em
menta o Brasil, elle não espeta não acaba mais. E' porque ella negócios emquanto elle conta
o dedo e conta cousas da Euro- sabe que um quadro na parede cousas da casa.
pa. Não compara mais a Europa um millimetro enviezado é mui- Ella sabe que terça-feira é dia
e o Brasil. Meu primo João en- to mais grave que deixar esfriar de pocker em casa do Maneco.
gordou, minha prima Yaya estu- a água do banho. Minha prima Ella se lembra de todos os anni-
fou. Ha mais um casal feliz nes- Yaya depois de longos e pacien- versarios e avisa o marido logo
ta terra essencialmente agrícola. tes estudos compreendeu que as de manhã cedo para elle não se
De vez em quando um amigo guerras napoleonicas e o Brasil esquecer de dar parabéns.
assombrado sacode a cabeça: Hollandez do collegio de Sion Depois do jantar quando elle,
—"0'ra veja, o João, hein? Quem não fazem a felicidade no lar. sentado na cadeira de balanço,
diria que elle havia de dar tão Minha prima Yaya compreendeu depois de ler os jornaes da tar-
bom marido? Um homem que que toda a felicidade está em de, começa a assoviar baixintu
pintou o caneco em Paris, que mudar ella mesma os botões da e desafinado, ella diz:
gastou uma fortuna em pânde- camisa do marido antes dello — "Faz hoje dez annos que Nhô-
g a s . . . óra, sim, sim s e n h o r . . . " sahir do banho. Ella sabe que, nhô morreu... Se elle ainda vi-
Então o amigo philosopho, -o muito mais que os dez manda- vesse estaria com cincoenta an-
homem de grande experiência, mentos da lei de Deus, vale este nos...".
solta o aphorismo definitivo: que ella aprendeu duramente: Silencio...
— "Os melhores maridos são "Não tirar as cousas do lugar". "Do que foi mesmo que elle
aquelles que foram mais pânde- Ella diz cousas assim: "Não morreu?..."
gos em solteiro". sente ahi que Vce. fica com as
— "Os médicos disseram que foi
E o amigo que concorda sem- costas no vento". Ella sabe até
pedra nos rins, mas para mim,
pre encerra o assumpto com um: que ponto é precizo contradizer
não foi. Foi de typho que elle
— "E' isso mesmo..." o João, e, com um instincto in-
apanhou numa viagem que fez
Talvez o philosopho tenha ra- falível, ella concorda no momen-
a São Paulo para buscar as me-
zão. Mas não é só por cançaço to exacto em que elle ia zangar.
ninas no collegio".
que o meu primo João socegou Ella sabe de que pratos elle gos-
— "Ahnnn..."
e engordou."Todos nós temos na ta e como elle gosta. Quando elle
Silencio...
vida a epocha da mulher gorda. vae se servindo de um pastel
Minha prima Yaya entende
Muitos passam, vão para diante pançudo, ella intervém: "Não ti-
profundamente de parentescos.
re esse, têm azeitona, Vce. não
ou voltam, outros ficam. João
(do livro de contos Essencialmente agrícola.)
Revista de A n t r o p o f a g i a
1 CRÍTICO E 1 POETA
TRISTÃO DE ATHAYDE
— Estudos — 2* série —
Rio de Janeiro — 1928.
LEIAM:
P A U L O P R A D O — RETRATO DO BRASIL (ensaio sobre a tristesa brasileira).
T R I S T Ã O D E A T H A Y D E ~~ ESTUDOS — 2." série (critica).
M Á R I O D E A N D R A D E ~ ENSÀI° SOBRE MÚSICA BRASILEIRA (critica e folclore).
A U G U S T O M E Y E R ~ GIRALUZ - (versos).
V A R G A S N E T T O — GADO CHUCRO — (versos)
JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA ~ A BAGACEIRA - 4.' ed. - (romance).
Revista de Antropofagia
CANÇÃO DO RETIRANTE
ENTROU JANEIRO 0 VERÃO DANOSO
SEMPRE AFITIVO PELO SERTÃO...
CACIMBAS SECAS NEM MEREJAVAM...
0 MOÇO TRISTE DISPERANÇADO
FEZ UMA TROUXA DE SEUS T E R E N S . . .
(Natal)
JORGE FERNANDES
ASSUMPTO RESOLVIDO
FORMAÇÃO
Não comprehendo porque é que muita gente tem a ma- O homenageado tinha intelligencia e uma vas-
nia de esconder que a antropofagia é uma instituição tra- ta cultura, tanto que sua mulher de humildade
dicional entre os índios americanos.
E' uma cousa tola e que recommenda mal os que vi- medrosa de admiração além da mudez dava-lhe
vem gritando que o indio brasileiro não comia gente. Co- filhos.
mia e muito bem comido.
Não bastassem os depoimentos de Hans Staden e Jean Também só lia — e ahi havia engano — com
de Léry e teríamos ainda mais rail,e um indícios seguros. a recommendação de capricho:
Outro dia eu conversando com' o dr. Juan Francisco
Recalde, que na minha opinião é um dos mais entendidos Liste de bons livres á lire
indianistas modernos, ouvi delle esta monstruosidade: "que E não discutia para não offender susceptibi-
no território actualmente oecupado pelo Brasil, Paraguay
e Uruguay, nunca houve índios antropófagos". lidades.
Agora é um senhor Luis Bueno Horta Barbosa que Mas n o momento preciso sabia fulminar com
escreve ao "Diário da Noite" para rebater a affirmação
de que existam selvicolas brasileiros antopofagos. monossylabos e destruir prazeres.
E que existam... Que tem isso 1 Mais tarde para conquistar novas amisades fez-
Acaso a antropofagia não é uma instituição elevada e
praticada em quasi todas as religiões ? se pensador e ás vezes, de dó, illustrava o próxi-
Muito bem andou Oswald de Andrade quando disse que mo com citações fallecidas em laboratórios scien-
a antropofagia no catholicismo estava acovardada no pão
e no vinho — representantes da carne e do sangue — tificos.
Está provado e é geralmente acceita a antropofagia co- A's vezes também era nacionalista do mais pu-
mo sendo a communhão da carne valorosa.
Os índios não comem a carne de seus inimigos ou che- ro e dizia phrases.
fes com intenção gastronômica. E tinha convicções indígenas:
Comem porque pensam mastigar também o valor do
comido — comidos voluntários, quasi todos — — Sou bravo, sou forte !
Por isso o sr. Horta Barbosa deixe de querer roubar
do pobre e já tão expoliado indio o seu maior e melhor O outro que não era trouxa garantia-se.
patrimônio: — AHN !
0 bom gosto de comer carne humana — carne valorosa. (S. Paulo).
OBJECTIVO
<DOS POEMAS CONCENTRICOS) WALTER BENEV1DES
Depois,
quando as sombras tomaram conta daquellas arvores folhudas,
eu não creio que Você se livesse retirado,
por causa do sereno,
nem que eu me tivesse aborrecido
de só te ver assim immovel;
— nós ficámos mesmo alli :
Você embevecida de estatuaria,
eu sedento de pesquiza,
ambos perdendo a cantiga dos griüos
que se esforçavam á tôa.
(Rio de Janeiro)
(ROMANCE)
Capitulo 2.°
A PONTE DOS AMORES YAN DE ALMEIDA PRADO
li
Ali estavam todas as raças que ti- soalho. Nos intervalos das músicas inferioridade da raça preta nas cida-
nham vindo para a terra da promis- cantam em coro melopeas ásperas e des. Apezar de ser minoria nas aglo-
são. Cada homem que entrava na tas- monótonas, entremeiadas de surtos merações urbanas paulistas, 80 »\° do
ca augmentava o contraste existente de bebedeira em que disparam os re- pessoal dos prostíbulos operários
entre os que ainda representam os pri- vólveres para o ar. O rumor da festa coinpõem-se de pretas e mulatas. Es-
meiros povoadores do paiz. Mais tarde, atrae outros estrangeiros inimigos sas mulheres caíram na VIDA por-
no espaço de algumas gerações, ha de que se mostram tanto mais rivaes que quasi não casam, não constituem
surgir um tipo mais uniforme, amol- quanto mais se parecem com os con- uniões regularcs, servem para as ne-
dado pelas mesmas necessidades de correntes. Todos louros, grandões, cessidades de todo homem que as
vida que todos partilham e que traz abrutalhados. Porém uns são ungare- persegue. Recebem do traunseunte
aos poucos um ar de parentesco aos zes (como são conhecidos do povo) e ou do negro companheiro a sifilis.
nativos de uma região qualquer. Nes- outros estonianos, não menos turbu- Junta-se á lues o tilcolismo, e ambas
ta, onde afluiram correntes imigra- lentos, que moram nas redondezas e as cousas predispõem aqueles orga-
tórias de toda a parte, por força das odeiam aos vizinhos. Começou a rus- nismos, que vivem muitas vezes ape-
cousas, o caldéamento será mais ex- ga por uma insignificància, namoros nas alimentados, á tuberculose, á de-
traordinário do que em outros paizes que foram degenerando em provoca- generesencia, á loucura. O antigo
do mundo. A mistura foi mais intensa, ções, para terminar em pancadaria. atleta africano, que, trabalhava no
quando não o amálgama mais fácil, De desavença a desavença vão se cito das fazendas, não deixou descen-
e, antes que a influência do clima, tornando mais inimigos. A' briga iso- dência. Não podemos considerar co-
costumes, vícios ou virtudes venha lada sucede outra briga, em que to- mo sendo seu neto o aborto desden-
uniformisar o produto humano do fu- mam parte dois ou três, e as desor- tado, corroído de mil mazelas, de
turo, teremos quantidade de pequenos dens que começaram a murros, aca- peito fundo e pernas bambas, que se
núcleos espalhados pelos bairros que bam a cacete ou faca. Ha encontros arrasta pelas ruas a procura de em-
so poderão ser de pronto distingui- de grupos seguidos de encontros de prego leve que lhe permita satisfazer
dos pela gente mesmo do lugar. Se- bandos. Não é raro, na estrada do as suas únicas ambições: a dança, a
rá como o sotaque da sua linguagem. Oratório, enfrentarem-se depois duma preta e a bebida.
Formarão ainda um paradigma mis- série de conflitos duas joldas compos-
tas de quarenta ou sessenta homens No botequim apareciam amostras
terioso (quasi oculto de tão imper- armados. Enquanto tarda a cavalaria, da transformação das raças espalha-
ceptível) e que no entanto sentiremos os adversários disparam as armas das pelo paiz. Alguém, com prática
como si fosse concretamente delinea- que ainda conservam da grande guer- do recrutamento da Força, podia pôr
do. Bastará um certo modo de falar, ra, pistolas automáticas, revólveres rótulo, indicando a origem, em cada
ou conjunto de traços no físico, ou de grande calibre c até mosquetes miliciano que entrava na tasca. A'
em ultimo caso mandira de vestir, dos antigos regimentos de dragões, excepção dos pretos, era fácil reco-
para adivinharmos a origem deles. lanceiros ou ussares da Áustria, Rús- nhecer, por exemplo, o mineiro do
Em certas regiões do paiz ficaram sia ou Alemanha. São o pesadelo da nortista. Um tem traços grandes, fi-
insuladas aglomerações humanas. 0 policia. sionomia calma, quasi impassível, ati-
tipo que produziram, quando chega tude retraída. O outro, traços peque-
a S. Paulo, apresenta-se tão inteiriço O nacional vindo de fora, de muito nos, o nariz, a testa, a cabeça, o cor-
no seu aspéto como o estrangeiro longe ás vezes, não sente necessida- po, tudo é arredondado. E' mais tron-
pertencente a uma raça de ha muito de se ajuntar em chusmas: não está cudo, traz no físico a mestiçagem do
formada. preso pelo idioma, não está isolado. branco com o indio, que ainda é mais
Tal é o cearense para os primei- Foge do conterrâneo recém-chegado acusada nos pometos e nos olhos, ne-
ros, tal é o alemão para os segun- (que logo o chama de primo) para gros e brilhantes como jabuticabas
dos. Ao desembarcar vão se locali- evitar as "mordidas". Aflue para as de Sabará, tal a vivacidade ladina,
sando ao acaso, os nacionaes por to- bandas da Luz. Alguns que desgarra- curiosa ou perserutadora que demons-
da a parte, os estrangeiros de prefe- ram da leva, que veio do Norte ou tram. Não tem como o mineiro, do-
do Sul, voltam das fazendas do Inte- no das jaboticabas, a velhacaria ocul-
rência onde encontram patrícios. Dai ta sob aspéto inofensivo. O ânimo
surgem bairros de Ietões no Oratório, rior e procuram ingresso na Força
Pública do Estado. Lá não ha estran- bulhento do nortista torna-o, alter-
de austríacos e alemães no Mandaquí, nadamente, atraente ou indesejável
de úngaros no Buraco Quente dos geiros, os filhos de imigrantes são
relativamente escassos, o que mais se como si fosse uma criança.
Campos Escolástica, portuguezes _ e
espanhoes no Arincanduva e Califór- vê são caboclos, negros ou mestiços, O carioca, também numerosíssimo
nia. Mas as necessidades da vida e ainda novos e solteiros, em que pre- na Força, anuncia-se pela fala. No
os ditames do sexualismo irão aos dominam os que vieram de outros proletário do Rio ha um sotaque e
poucos aproximal-os. No começo, o Estados. Nestes, por sua vez, sobre- linguagem inconfundíveis, tão carate-
contato entre eles era feito somente saem, pela quantidade, mineiros e rísticas quanto a do paulista do Be-
fora de casa, no trabalho e nos diver- nortistas. A origem é como o índice lemzinho ou Bom Retiro, porém in-
do adeantamento ou atrazo da zona finitamente mais agradável e interes-
timentos. Era eterno. Mais tarde, que deixaram. Quanto mais numero-
realisou-se mais intimo para os filhos sante. E' ameno c cantante, doce e
sos são de um lugar, mais este é in- amável como a população infantil e
na escola, no serviço militar e no feliz e pobre.
lar. Logo que desembarca, o imigran- desocupada, que se espreguiça lazza-
te junta-se aos que partindo da mes- Antigamente, quando passava atra- ronicamente pelos morros c praias da
ma proveniência, chegaram antes vez da rua do TRIÂNGULO a guar- mais linda baia. E' um prazer ouvil-
dele. Passam a morar em casinhas, da do palácio (ha dez ou doze anos os dizer "...cherguei o Otávio lááá
misturados adultos e crianças de qual- airaz), os homens mais encorpados do fim da avenida Poóóólista...".
do piquete eram os pretos. O' resto, Muitos que têm esse sotaque na For-
quer sexo, em número de seis, oito, ça Pública fizeram apenas um está-
dez no mesmo quarto, destinado a um composto de caboclada mais clara,
era o rebutalho da escória humana gio no Rio. São rapazes de Estados
casal só. Nas festas bebem no bar do diversos, que usaram a farda do exér-
conterrâneo e dançam na sociedade que vae ter ás cidades. Perto deles
os negrões faziam vista. Hoje vemos cito, da armada ou da brigada mili-
recreativa da colônia situada no bair- tar, antes de virem para os batalhões
ro. Aos sábados ou dias de pagamen- com espanto, num lapso de tempo
curtíssimo, degenerarem com incrível ou regimentos da Força.
to, durante a noite inteira, quem pas- rapidez. Dá-se agora o contrário: os
sa na rua ouve o baque dos pares melhores da tropa são os brancos.
que dançam e que a espaços, caden- A causa desta fulminante degenere- (Continua)
ciadamente, pulam e batem com es- cência está na condição de extrema
trondo os sapatos grossos sobre o
Revista de Antropofagia
8
B A L C Ã O
BRASILIANA
IX LIVROS PROCURADOS
Revista de Antropofagia
nírAi*itSn
Directao «de
IAÀ V T A V T A
ANTÔNIO DE F \ * I È. * <t t « m . . . .
ALCÂNTARA MACHADO ._
Gerência etc. de RAUL BOPF
Endereço: 13, RUfl BENJAMIM COMSTflMT - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SÃO PAULO
•RETRATO DO BRASIL
DORES DO INDAYÁ
habito.
SMí5Z5K25É3aSH5KHa5?5a5E52525H525a5a5H5a5Z5a^^
LEIAM:
— RETR D0
PAULO PRADO ATO BRASIL (ensaio sobre a tristesa brasileira).
EST
TRISTÃO D E ATHAYDE ~ VDOS — 2.» série (crítica).
A
JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA ~ BAGACEIRA - 4.a ed. - (romance).
4 POETAS
GUILHERMINO CÉSAR E nheceu a poesia muito criança bendo em dezoito páginas ape-
FRANCISCO I. PEIXOTO e ainda não tem por ela o devi- nas. Dirão que Rosário Fusco é
— Meia-Pataca — Catagua- do respeito. Por enquanto são bastante moço ainda, tem muito
zes — 1928. namoricos sem conseqüência. Lá tempo deante dele, tem muito
de vez em quando um gesto talento dentro dele, podia espe-
Meia-Pataca é o nome de um mais cheio de intenções deixa rar mais um pouco e publicar
riozinho de Cataguazes. Nos adivinhar a ligação brava de cousa de outro porte. Mas eu
tempos antigos tinha ouro. Ho- amanhã. Então o verso virá fei- compreendo isso muito bem.
je é água e mais nada. Mas a to agarrar a gente. Quem progride tem uma pressa
água possue lá a sua poesia que Rosário Fusco fêz um desenho danada de mostrar que está pro-
é a de Guilhermino César e na capa que eu acho bem inte- gredindo. Não se contém: vai
Francisco I. Peixoto. ressante. logo na rua passear o jaquetão
O primeiro ainda não se livrou novo.
daquella tristesa sem fundamen- HUMBERTO ZARRILLI — Fruta de conde apresenta de
to visível dos poetas que prome- Libro de imágenes — Mon- facto menor número de defeitos
tem. Tristesa que a gente não tevideo — 1928. e qualidades bem mais acentua-
pode levar a sério. Os versos de- Humberto Zarrilli é co-autor das do que a parte do autor
le têm sempre uma interroga- de uma série de livros de leitu- nos Poemas cronológicos. A pro-
ção, uma dúvida, uma pergunta ra para crianças que conquistou va está patente neste Poema-
de descrença ou desconsolo- O o primeiro prêmio no concurso
assunto não difere do comum organizado faz pouco tempo pe-
brasileiro e actual. Porém o que Na tarde clara sem ventilação
lo Conselho Nacional de Ensino eu estava bem refestelando a
está dentro é bom anunciado me- Primário e Normal do Uruguai.
lhor. A fala por exemplo é cla- vista
No Libro de imágenes a gente na roçaria de bom trato.
ra e forte: percebe ás vezes o escriptor-pro- Gente vinda do serviço gazoava
Campeiro queimado de sol fessor inteligente. A's vezes só. alegre
vai ver o trabalho dos seus com- Porque quási sempre a poesia pelo caminho endomingado e
panheiros adulta fala seus desejos, desejos limpo.
nas galerias de ar frio maduros :
na noite constante l Um cheiro bravo vinha vindo
Era mi enorme pena ei no tener solto da aragenzinha
Mineiro das minas gerais
você não acorda ? ninguna e a gente suspirava èle banzando
Vai ver o trabalho dos outros Recibe. mi tristeza como un hués- gostoso como quê !
mineiros ped alegre.
dos mineiros-mineiros enterra- Zurrilla é terno, ama as cou- Paz de distâncias...
dos na mina sas da rua, saúda contente os Necessidade de coisas não era
ouvindo os patrões em fala es- quinze anos da vizinha preciso não
trangeira ! e a gente percebia que a vida,
que están repicando por toda pensando bem é boa mesmo.
Sensibilidade alerta, maneira Ia casa, Quási que eu falei zuretamcnte:
pessoal ainda não muito defini- fica embevecido deante de uma EU VIVO!
da mas reconhecível, desemba- criança que mama, abençoa a
raço, procura, gosto lírico, tudo mulher grávida cujas Não era preciso desejo nenhum
isso a gente encontra e chupa naquele momento.
que nem uma bala na poesia de .-.caderàs tienen ondular de cuna Porém meu sexo forte desejou
Guilhermino César. tanto você
Francisco I. Peixoto é mais fala a cada instante do céu, das
nuvens, do ' vento, das estrelas, que eu senti na tarde clara sem
irreverente e gozador. O que ventilação nenhuma
não impede o desejo que tem canta o vinho, as mulheres e a
sua cidade, você encolhida, se encostando...
de um
Ia dei rio como mar. Há ai alguma cousa diferente
...coração mais forte
Mais resignado, mais cheio de Tem até repentes de violeiro: daquele brasileirismo infantil
paciência que é o sarampo da nossa me-
Pra poder aturar de cara alegre Nube ausente de Ia tierra, ninada poética. Os versos vêm
tanta amolação hoy tu destino comprendo: mais pesados e como o peso é
E pra agüentar com o peso in- El água por Ia que vives, de poesia mais ligeiros, envol-
fame dos Ia das un dia muriendo. ventes, simpáticos- E' a idade
pensamentos futuros... Poeta amável a quem a gente que vai aumentando, ganhando
retribue com a mesma simpatia sensações novas, se abrindo para
Mas no geral laz perguntas novos desejos. Rosário Fusco
embaraçosas a Jesus, Fernão dele por tudo e por todos deste
mundo. não precisa se afobar. O pássa-
Dias Paes Leme e ás namora- ro está voando sem dúvida, mas
das. Está no período de caçoa- ROSÁRIO FUSCO—Fruta o poeta tem na palma da mão
da e tem medo dos que virão de conde — Cataguazes — a fruta que êle procura.
depois. E* bem desse grupo me- 1929.
nino de Cataguazes ainda brin-
cando no colo do futuro. Co- O livro são oito poesias ca- A. DE A. M.
Revista do Antropofagia
ANTROPOFAGIA?
MARIO DE ANDRADE
Ando lidando bastante com — Eu já sigurei uma jara- ça... Mas não se invoca mais!
feitiçaria aqui no Nordeste e raca pr'êle cega ! — Mas ás vezes aparece,
acho que esta communicação — .. .foi discipo do gran- não ?
que segue pode interessar aos de malfeito Antônio Tirano — A's veiz . . .
cultores da antropofagia... (eu escrevendo) que para a — E quando aparece faz
filosófica paulista. Se trata gente tê trabalho dele tinha- estrepolia ?
do Mestre (Santo) Antônio se que dá pr'êle um filho, Nova e sempre muita hesi-
Tirano. Eis a scena que se uma... uma pessoa da fami- tação. Respondeu com má
passou entre mim e os dois Iha assim... vontade:
feiticeiros meus informan- Parou. — Faiz, sim sinhô...
tes, gente sarada dos catim- — Mas como é ? . . . Tinha- — Pede sangue ?
bós de Natal. se que matar essa pessoa, é ? — Pede, sim sinhô...
Eu escrevia na pauta as re- Os dois estavam desapon- — Pede pra beber?...
zas que os dois juntos me tadissimos, rindo amarelo. Arrancou :
cantavam e tomava em segui- —Não sabemos não sinhô... — Eu num sei, não sinhô!
da as informações sobre o — Esse nem tem linha (re- Esse a gente não invoca não!
Mestre a que a reza perten- za cantada)... Não se invo- Eu escrevendo textualmen-
cia. Os dois catimbozeiros já ca não... te como está. O outro, mais
estavam com a língua solta, Voltei a escrever pra evitar palavroso, mais esperto, que
sem cerimonia, depois de vá- aos dois a sensação de exami- cursara até o terceiro ano do
rias horas de conversa e al- nados. Ateneu, de Natal, se calara.
moço bom no meio. Eu es- — E' lógico que vocês não Parei de escrever, insisti, per-
crevia. invocam êle, sei bem. Mas guntei. Não foi possível ti-
— . . . porque Turuatá é podem me contar. Minhas rar mais nenhuma informa-
também Mestre caboclo (in- notas são pra estudo, que o ção útil ao meu amigo Osval-
dígena) frexador malevo Mestre seja bom ou ruim não do de Andrade. O outro mais
Bem pata cegar os outros... tem importância não. Então humilde e mais feiticeiro tam-
Gosta de trabalha cum cobra. êle obrigava o mestre a sacri- bém, se fechara em copas
Fura o oio da cobra na inten- ficar alguém... meio desconfiado. Voltei a
ção da pessoa a quem qué — E \ .. exigia sempre san- escrever. Esse, o mais humil-
cega e cega. Chega a cume gue humano... de, acrescentou reflexivo:
pedaço de cobra, cru, mais — Sinão não trabalhava, — E' uma biografia des-
cauim (por aqui, nos catim- heim! que safado! graçada . . .
bós, qualquer álcol forte) — Prifiria sangue de crian- (Natal — janeiro 1929).
ACHILLES VIVACQÜA
QUANDO EU MORRER
A Alceu Amoroso Lima AUGUSTO SCHIMIDT
Brevemente:
Empreza Graphica Ltda,
ALCÂNTARA MACHADO — O bandeirante na , ,
intimidade — (estudo sobre os inventários LlVfOS, r\6VISt3S
paulistas do século 17). r— i . - , .
Edições de luxo
MARIO DE ANDRADE — Compêndio de história
da música. serviços
RUBENS DE MORAES _ Essencialmente agrícola COITimerCiaeS
— (contos).
(ROMANCE)
Capitulo 2." A PONTE DOS AMORES YAN DE ALMEIDA PRADO
m
«
O ponto onde aquela gente re- do primeiro ciclo da Força Pu- Questões semelhantes apaixona-
flue, é quasi na certa, o bote- blica. vam a soldadesca, que volta e
quim. Veio de longe a onda imi- Naquele mesmo botequim da meia, levantava tremenda bulha
gratória, compacta e profunda, esquina, costumavam se encon- a respeito da superioridade de
até se desfazer e sumir no tér- trar os três sargentos, desde o uma arma sobre as outras, de ca-
mino, que é o destino. Porém, começo da vida militar na mi- valarianos sobre infantes, bom-
depois de desfeita, ainda conse- lícia, quando eram soldados e beiros sobre músicos, pessoal do
gue por mil percursos, rebalsar fugiam da presença dos superio- Gorpo de Saúde sobre os cozi-
na tasca em que se vende parati. res, tal qual como agora os su- nheiros, e vice versa até o infi-
Entre a soldadesca, que repre- bordinados se afastavam deles. nito.
senta a maior clientela da ven- O mais corpulento dos três, o — Eu de muito moço, dizia o
da, dá-se o caso de existir ge- que tinha tez clara e cabelos ginasta, entrei para a policia de
rarquia até nas bebidas. Quando castanhos, chamava-se Antônio, Sergipe...
são recrutas ou praças razas, era sulriograndense. 0 mais ma- — Ué você foi praça no Nor-
costumam entornar diariamente gro e moreno, Cassiano, viera da
alguns cálices de caninha pura, te? Perguntou Cassiano, admi-
melhores cavaleiros do regimen- rado de vir a saber somente na-
e porfiam em ver quem bebe Baía, e era tido como um dos
mais. A' medida que se vão gra- quela noite um pormenor de
to. O último, Cândido — fora pessoa que conhecia ha muito
duando, ao subir de cabo á sar- batizado em Minas por gente
gento, já substituem a pinga por tempo.
devota sob auspício daquele ad- — Sou filho de Sergipe.
cerveja. Por fim, o indício da as- jetivo para ser puro na vida
cenção a postos superiores, é o — Eu andei por lá, também
— era de todos o mais mulher- fui praça no Norte, na polícia
uso de copos de leite, á noite, engo e feliz em namoros.
antes de recolher. de Alagoas, mas aquilo era uma
Antônio largara dos amigos, p de policia que passava
Demonstra com antecedência, para perseguir as mulheres da mezes sem pagar a gente.
o pretendente aos galões, o de- avenida Tiradentes. Cândido fo- — Em Sergipe é a mesma coi-
sejo de seguir as pegadas dos of- ra provocado pela mulatinha do sa. Pois como eu ia dizendo,
ficiaes, que ele viu se transfor- Jardim-- Cassiano percebera o de mocinho sentei praça na po-
marem de soldados magruços e negacear da rapariga, e avisara licia onde tinha um tio que era
maltratados, em tenentes e ca- o companheiro que não vira fi- sargento. Você que andou por lá
pitães de tez clara e corada, ta. Justificava o baiano, o faro sabe o que é aquelas caminha-
apertados- na farda cinzenta pe- que lhe atribuíam em surpreen- das, quando a gente sae por ali
las banhas de burguez prospero. der olhares, combinações, reca- afora em diligência que não aca-
Seguindo o costume do meio, dos, começos de "simpatia", e ba mais- Aquilo é só andar, an-
os sargentos de cavalaria mais tornava-se o pavor dos que, per- dar, debaixo do sol, no fim a
o ginasta, bebiam cerveja (já ti- to dele, tentavam "cavações". gente fica com as pernas que é
nham aspas douradas) a espera Costumava atrapalhar os outros, só nervo.
do companheiro. Conversavam achando enorme graça quando — E' mesmo, condescendeu o
sem reparar a desordem do lu- estorvava ou estragava o namo- baiano que em rapazelho fora
gar. Estavam acostumados a con- ro de alguém, ou então, prote- próprio de recados.
fusão dos botequins no começo gia a aproximação, e depois es- — Bem. Aqui, no Pavilhão, é
do mez, depois do pagamento. palhava para meio mundo o ca- a mesma coisa. Nós na ginásti-
Fingiam não ver os soldados, so que surpreendera colocando ca começamos com ginástica
que a sua presença repelira pa- num embrulho danado a vítima sueca...
ra o belcão do portuguez, cuja e o çróe. Ao sair do parque, ele — Não desenvolve o corpo.
presença era-lhes constrange- percebera que as mulheres da — Como não! Do primeiro
dora; abreviavam a demora e avenida estavam de trato feito dia que eu cheguei, eu estava
Iógo saíam. com o grupo de bombeiros da ainda mais ou menos acostuma-
Quando o recruta entra para esquina. Deixara propositalmen- do a andar muito, o patrão na
o quartel, não tem nome, não te Antônio se atirar a elas, afim roça muitas vezes me mandava
merece atenção, representa ape- de '"gosar", como dizia, o aspé- rodear o sitio, depois, tinha tam-
nas um autômato, é um número. to desanimado e divertido do bém trabalhado de enxada ai pe-
A seguir, aos poucos, nas inter- companheiro quando voltasse da lo Interior, fiz muita carpa, não
mináveis palestras do ócio mi- infrutífera caçada. estava de corpo mole não. Mes-
litar, é que dá a sua origem, Enquanto esperavam o rapaz, mo assim fiquei quebrado. Logo
bom ou pérfido, honesto ou ma- continuavam bebendo. Cândido que acabou o passo acelerado em
landro, e comunica as ambições silencioso, distraído pela lem- volta do barracão, comecei a sen-
ou desalentos que o animam ou brança da mulatinha que lhe tir canceira, que foi indo, foi in-
infelicitam. Porém é principal- ficava viva e irritante na me- do, chegou de noite estava que
mente no botequim, á roda da mória, não ligava para os visi- não podia mais mexer.
mesa ou deante do balcão, que nhos. O ginasta tinha-se empe- — Sim, era falta de exercício.
readquire nome e personalidade. nhado em tremenda discussão — Ai é que está. E nós fazia
Com o decorrer do tempo, rece- com Cassiano, a propósito do aquilo todo o dia, cada vez che-
be divisas, deixando de ser um que mais podia desenvolver a gando no mais duro, enquanto
número para se tornar o cabo musculatura de um homem, o re- vocês, nem tem comparação...
fulano ou o sargento sicrano. gime da cavalaria ou o do "Pa-
Volta a ser gente. E' a conclusão vilhão de Educação Physica". (Continua)
Revista d e A n t r o p of a 8 i »
8 M M M
— — — — ^ — ^ " -
BRASILIANA BALCÃO
PURITANISMO LIVROS PROCURADOS
Telegrama de Santa Lusia (Goiaz) para O
Globo do Rio de Janeiro, n. de 7-1-1929: P*or YAN DE ALMEIDA PRADO (avenida
"Acaba de ser expulso do tiro de guerra de Brigadeiro Luis Antônio, 188 — S. Paulo):
Santa Lusia o Sr. Nagibe Salomão Filho, syrio na- — S. L. J. — "Historia de El-Rei D. João VI".
turalisado, pelo motivo de ter tido uma amante
até ha poucos mezes. O caso tem sido muito com- — Zaluar. E.A. — "Peregrinações pela Pro-
mentado, fazendo-se necessária a intervenção do víncia de S. Paulo".
ministro da Guerra."
— Tilara. L. dos Santos — "Memórias do
RESPEITO Grande Exercito Alliado".
De uma discrição do presépio armado em ca- — Alvarenga Peixoto — "Obras" — em pri-
sa do sr. José Maria do Espirito Santo Filho, fei r meira edução.
ta pelo Minas Geraes de Bello Horizonte, n- de
1-1-1929: Duarte de Albuouerque Coelho — "Memó-
"No presépio, propriamente dito, bem dispos- rias Diárias"-
to, com naturalidade, vê-se sobre palhas o corpo — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin-
débil do Menino Deus recemnascido, tendo a ado- cipaes suecessos". — 2 vols. 1826-1830.
ral-o Maria Santíssima e S. José, bem como os
pastores que haviam acudido á voz do anjo an- Por MANOEL BANDEIRA (rua do Curvel-
nunciando o miraculoso facto. 1 0) 5i _ sta. Tereza — Rio de J a n e i r o ) :
Encontram-se alli, como que em attitude res- — Mac-Carthy — "Viagem na China".
peitosa, como se tivessem podido comprehender
o alcance do que se dava, diversos animaes." Por RUI NOGUEIRA MARTINS (Caixa Pos-
PARABÉNS tal n. 1414):
Noticia publicada pelo O Gladio de Quipa- — J. .1. Machado d'01iveira — "Geographia
pá (Pernambuco), n. de 7-1-1929: da Província de S. Paulo".
"MANOEL GOMES ROSA — Esse nosso ami- — J. J. Machado d'01iveira — "Quadro His-
go tem, na data de hoje, um grande regosijo pe- tórico da Província de S. Paulo".
la passagem do seu anniversario natilicio. Espiri-
to lúcido, inspirado poeta, ágil prosador e um dos Primeira edição.
mais progressistas industriaes deste município, é — Simão de Vasconcellos — "Vida de An-
grande c invejável o conceito que frue na socieda- cliieta" — Em bom' estado.
de quipapáense. O Gladio parabemnisa o illustre
anniversariante." — Manoel Monteyro — "Compêndio Pantgy
rico do P- José de Anchieta" — 1660.
CONDOLÊNCIAS — Massena — "Poesias do Veneravel P. Jo-
Noticia (respeitadas a ortografia e a redac- sé de Anchieta". — Roma — 1863.
ção) publicada pela A Liberdade de S. José dos
Campos (S. Paulo), n. de 24-1-1929:
E' a única introversão que nos Porque virou força negativa da O que esta .a i ado £ a solução pra '' enterro dos manezinhos
liv re expansão humana do ih rc conti ita, transferida para a ab n, quem sabe, SPo Dnr?o?
O HORIZONTE RETO permitimos, o índio não linha o
verbo sêr Dahi ter escapado ao planeta. • na comunhão. A anlro- i
METODICAMENTE metafísico que lod
dias faz iio homi ra paleolitii o ura
Quanto a Mai K, consideramol-o
um dos melhores "românticos d i gico. Al
I ordena 0 jentalo hiolo
i i n e direta- • i an iinlios pi .i ;l' n i i oe Deus'
JANTOU cristão de chupeta, um n
lano, um budista, emfim um ani-
Antropofagia". Tem
que ele errou quando colo
mente o Tabu. amen!
O SOL mal moralizado. I fm sabiozinho
Isso i
problema econômico no chavão zido p o r t o d a s as m o r a i S inte-
ixera p r o d u -
J O R G E DE LIMA
ido de doenças. dos "meios de produção". Para r i o r e s .
julio paternostro Dessa divisão das humanas' lú- nus o que £ interessante £ o "< un
i oteses (filosi i s) era — a finalidade da produ-
ção. Simplesmente. Dahi a nossa — F. as moraes exh rioi
Maceió, 19 de fevereiro cie 1S23.
forças,positivas e forças negati-
revista de antro
i.i. falsi . da falsa i altura e d i esse gi
no emtanto n
lalidadu rcinol, de que nSo se li" que um
:n. (• que os leva ciai dos últimos i
erro. Nas mios do índio pu dentnés,
um terço e o catheeismo e qui- Foi i numa
qoe ellc cantas i
abanhi i i Eleison. Na (2. dentição — /. numero) (órgão do clube de antropofagia) s idades Buropcas: "Au
innoccneia delle »Iram o fantas- n o m m ê m e de v o l r e logique, ROua
ma do peccado sexual, corrup- rooa disona: La rie pue, Hee-
íos nefandos. dizia o jesuita ao Indio. 11 ( A i i: [i . Bieara. Regardez un inatanl vos
Ora, os selvagens •• iviam M< om ficou c o m D e u s n o p r a t o , • i iin-.ilia ••/. i o- prod IÍU.
muito menos peccados que os esmolas desapparecei am. O ín- ' p e n t e a um \' travera le eribic de roa di-
giO da dio, então, perguntou: Mai lilomes, passe une j,-unei.se i f l a n -
missa i do i rvara de y a n é I a r a ? O n d e e s t a N o s s o Se- qnée, perdue. \ ooa Stea Ia piaie
Gouveia ás partes do Brasil. \» n h o r ? O j e s u i t a r e s p o n d e u : Mi- palavra de d'un m o n d e . Mi ssi. u r s . . . "
indius, testemunha o capuchinho Chucul i t r o n o o p ú p e r c a d o r et.i Nunca anti s
' • .
Claude d' \i>in••• ille, eram "si mo- çuhy. I.á está no seu thn este teu olho, confor- ' ufiiza-
destos ei retonues en leur nudité parado dos peccadores. Freud me ele tinha om ido, arn dos.
que l'on ne toW m i lies ny mau sentou os peccadores lambera no imediatamente contra os pro- Depois do -.ni ri orlfsino, so a
'. ny gçste, r.v parole, ny throno, o que os nossos histoi ia- antropol
••: chosi qui leonque qui dores Ignoram ainda» Outro pre- ' ia sua atitu-
pnisse offenser li s yeux", Befe- conceito Aellea e o da t r s ^ •, Montm a \ ide na "Bi
rindo-se ao rei men a qi i indio. O prejuízo nasceu daquella ICréaliste" os s e u s poemas
submettidas as cunhis após a bobagem velha de (ialliano epitafios, etc., os ínstantam i da
primeira menstruaçio, afim de o m n c animal post coitura triste OS ROM iNTICOS DA sua combatia idade» i uni i nlro*
preparai as para o casamento Ora, a marqueza de Santos res- . Buins de c a -
próximo, Monto] a dizia: itpu m ponderá. AN l ROPOFAGIA cique. O Brasil o n d e a p e n a s se
dera que os bi ptisados tora r do pintar a enorini- dissimulou o grande sentido
dos nio baptiaados esta maneira O Brasil oceidentalisado £, aventureiro - in.ho do hoir.ein —
de i bar .is filhas, tornando-as dade do egoísmo cora uma bi-
p o r t a n t o , u m c a s o d e pseudi so podia receber Pérel i om fo-
fortes". \ educaçio sexual, o ín- expressiva, lembrei-me guetes. A obra literária de 1'eret,
phosc histórica. (Consulte-se
dio j i a havia i esolvido. O que, Spengler). Só a antropo] desta: muita gente seria i • ditado, attinge varias
p o r é m , O m i s s i o n á r i o n ã o fez foi r ura homem para, com espécies de Í
d e s c r e v e r a o t u p y o q u a d r o da
consegue resolvel-o. Como
moral européa, de que tantas ex- • a graxa do morto, limpa' "Grand-Jeu" e do "Boulcvard
OSWALDO COSTA i 'm so escrúpulo Samt Germain" precisa ricar en-
tre nos onde alias . ; taba
salta s, T.I isso uma li i | .t I 1»,, I. ' -
' llollstoll.
do manifesto Schopenhaoer Cl Ml VMBEBINHO
A PEDIDOS Foi porque nunca tivemos
Ucas, nem COllaçoM de velhos MgS-
tae». E nunca soubemos o que era "tupy or not tupy, that is the question"
CARIDADE CRISTÃ urbano, suburbnno. fronteiriço e con-
Uma o
tinental. Preguiçosos no I
tripudia aohrc as do Brasil.
Oswald de Andrade.
Uma consciência partleipanti
deslgualdadca* humanas é aím duvida
I aglosa. Desenho de Tarsila
uma reltgtfio de caridade. Ora, nin-
guém Ignora o gesto grosseiro do Co- de se •
Ainda os românticos
A ano pofagla ]
légio de Slon. recusando a Inocente
fllhlnhn de Procoplo Ferreira »
registos. Agor» 6 em defeta desse gea-
•daUrawal unidade dl
na. Parece que a dei
Tabu quando i
CONFUCIO E O ANTROPÓFAGO i: # Dlaao que eu BM
da antropofagia
lo qu-' LSton Veiga (fi- no real restitue ao homem unia men.>. E agora KlOU, OUidadol NSo
dignidade ••um lentln i ra o a i i s p o s t a nSo Intlmldi"! B acreditar nas Tanto Imediata edrao <•.< •
losofo!) vi-in dlsendo «stei | admito una repUca tua! Tagm-,
Uinoa atingidos I cio que inslatlu em ser recebido. i • .is cos- mente o objeto mais \ ale,.o pai a
mhos de ouro por um Jornal:
altas escalas da aUtO até a .>••.' 'l-e uma — Que venha antiol diase Tehé. tas lanl bem ta embora, J4' o lioniem e 0 lioniciii. Mciliala-
Indio que fnlii ou QUI reverencia e disse: Io avançou saudando. TihA acaba» de d*ri - poder NAo m«r<>'-"s unils uniu palavra minha!
"Em : •• I • ' ' mente, |ioique nele ÇStSO acinnu-
tropofago de outro i — Eu KOI ; KiOU ti estendeu as pernas, colocou BOl algum i
manta e I.HI.IS as energias d
e a boca límpida d;> lar de i a aepada e Hneou oa oihos .•. metter. Além dias . nunca ' •
. Insinuações? dade que se abre, ra cm. , ' Como n o s a n i m a i - , q u e ' "
h* O E omo se fosso uma 01 governo •* onti • u nai ••• a achar o aa-
num chia ou qui* fasemos traballji
1 ,,i i , : • . |0 dl
" . . . n i o recuaando miretajito outraa, US, surrealista via Is?" ' • • ' • H •
O gli : inulailas as •
metro* tez a i" •• pria primeira toa, o rosto llvldo, apolou-S'
até pobn ••. D3M de famílias n •nfureoau-M de uü manaira i i d laseres coisas *ai ao aentou etal e neste es do solo,
a esplêndida historia que Dapoia Yao lecido ao enooial • n, am
alameiile da boa repu ollioa falsearam como estrelas e aeua igradam, virerdal KM ila I c l l . BgUO.
adlai,t< •
CARNL l-KIA NAO APAGA •••vaiido quatro séculos de carne de vaca, que horror!
,le inllbares d<
O FOGO tmaethoa que fa- gosta dl Oswaldo Costa.
•
sul do ao pload
De Pc/et. • •
' Tensaa
vida — ••
I J I M K I U I I P . fl. I ' M I II i i uuillliir-TT. -m—* i ' v i
( 2 / d e n t i ç ã o — 2." n u - I A CONFERÊNCIA
DE PÉRET
Foi i
mi-, lem mandado tanta i
t« que
de antropofagia Macapá molango . . .
MACAPÁ
ruim, ,i. < mlou uma , . 1 M.is ne- Pia de noite
, m ,|n io. Pérel trouxe a n ,• tuna i-, volui i" Ulei 1 ( 1 1 nhuma • ibretudo,
. de uma liberdade, ..,., i ii. \ , tu politic 1 Nem rcll- I • O murucututú
dentro de cerla glosa. 1 1.1 c tudo isso :HI mes- 1
cstetii a.dt cerla ti idiyjio que po ma tempo. Da ao homem o sen- duo. 1 . R. s. S, li Ruas escuradas. De chão V*M
té r e m o n t a r a GnosO. Mil* tido verdadeiro da \ Ida, cujo 1 da índio t"i A antropofagia kl< Compadre,
violento, brilhante, erudito. D de segredo esta —o que oa sábios mais inteligente. Pos " bidhi- con f lie to existente entre o Bi a-
i i Ignoram — na transformação duo 'in Funçfio «'a so< iednde I 1, verdadeiro, a o ou- e s s e luar escondido dá uma jurumenha na gente .
Km I,M % dele, doía feiozes Ini- do labõ em lotem. Por isso Ou 1 1< '..1. 11 loma "•• loclo* ó Irai o non 1
migos da \ ida, da Indept nd aconselhamos: "absorvei sem 1 cnli nderem). 1 II h a :i d i s t i n g u i r n ('.|j.
,. 3o talento: o i - ultor massa pre e diretamente o tabu". cei imonl il da c h i . ' , o t'-, péa, 'i" povo, brasilei- Então vamos espiar a fortaleza assombrada:
glsta Pinto 'I" Couto o o arqui- S)is|ni Sai dlnha. 1 outro bU« ti , contra
teta gram itlca Dada de Moi H • i-1 aquela. Era Funçfio do mamelu- Tocos de vela no canto de um rancho.
0 ir. Pinto d ulo, da luto co, do europeu descontente, do Pai de mandiga tá chamando o mato.
aliviado, pousou duai horai paia da A agir humanidade nunca dh I wu
o refi !i Li Ini — pio, bom aventureiro ibsoi
a estatua da Incomprchensào, 0 Conquista antropofagicaraente.
espiritual a cacete. pai c liberdade — não nos In • Ira 1 1 ntequese, Bocejam os brazeiros
ir. Dado pensou que tudo aqui teressa. Pão umus. Liberdade contra a mentalidade reinol,
Io era lobre Le Corbusler t ao- oema. Te Deum depois da carnlfl-
Katít • de lagi l- queremos, não a paz. Queremos Contra a • Ulturfl ocidental, con- Em cachimbadas largas
bre regência de verbos. Pensou liberdade para * omer a paa. tra o govei nador, conti .1 a es
idicol mas, muito sangue, -lá o Cristo
crivão, cunha o Santo Oficio, a diamba quebra a nostalgia do sangue.
B Teu,In apanhado doa modernis- "n comer
tas, decidiu n&o taltar mais a no* mundo o liomcru". (Mateus,
nhuma manifestação modei i .1
n&o (as lm- Cora pío.
"1 1 chlefl esl á moi, disalenl
res pauvres anfants; c'eal lá
K assim havemos He construir,
no !'. ali. a nação brasileii a. Uai orê-rê
Anda arranjando um com Ite pa-
ra o almoço de Piolln, 1 ma place au solcll. Vollá Ia que o tai-tai tá ahi
üi-i.nii Pensa que oa modernos n ,]<••< ipero europeu, lutai commenceraent et l^nuge de Sfio tios enganamos, conhe-
si> pensam nele! Sádico. SádicoI de claast tçâo cria- l*usurpatíon sur Ut V
cemos r mistiflcaçfio. Elo Iras As vozes se misturam em tamboreadas s e c c a s ;
Sádico!! Ma-so-chis-tatll ià da Idéa antropofa • 0 Como si' vê, Pascal nlo con-
11 Pinto do Coul 1 homens se < ornando em serie. testava o direito .soberano da um rotulo: S. .1. E outros ró- Zêre tem. Zêre tem. Zère tem
sete ttoa ite barba de ódio. Isso pi 1 1. até reconhecia, embo- tulos.
ara.
" o n ;i f a i l
a
Mis já di/i.i o nosso avô
Cunhambebe, comendo gostoso
pei 111 'le um portuguez:
Corra frouxo o tafiá
Ahi ta-fi-á
protesto e praga a produç&o como Finalidade. cínlialista ilc Huilsscii), nem a Jaúra leba. Pois dlxeni
Em nome doa povoa explora- Longas batalhas §e< alares de santa Justiça de Catharlna de bem nus, KUI netos: Não amo- Birí-birim Biri-bírim
dos, vendidos, difamados, entor- que o ocidental saiu mais omo querem os cató- lem. E' muito bom.
pecidos pela "conquista esplri* nu icravt 1, 1 oendo ^ anhaa, licos Franceses. Mus a Justiça Batá-cotô Batá-cotõ
tual" do ocidente, 01 antropófa- pei ando. Com o <• |
a
<)., tacape. Pio na 1 abi ça. Vo- J APY-MIltlM
gos de Sio Paulo votam s todas cheio de Idéaa vasias. cê comeu meu InnJ Quando tu veio eu tamLc:.
as mandingaa o Futuro da naçAo Emquanto isso, o índio fes a muni le c o m e sou eu. E a ale-
Batá-cotõ Batá-cotõ
que, Filha da liberdade que lhe taba. Muito caulm. Muita flauta grl 1 de constatar: l.á vem a mi-
mandamos com Rousseau, ainda de canela nha comida pulando! Plratinlnga, ano -17". da de-
suaa aprovar créditos para mis- de prisioneiro, E ne- glutição 'Io bispo Sardinha.
s&aa evangélicas. Que 1 des [r t( 1 nhum gatuno. Em redor da fogueira murcha
final 1 cubra, eomo <• rti as negras rengueiam de pé mordido
os clássicos da os documentos rebolando o ventre.
nchieta antropofagia
Ce qu*on noua dil de eaux da PAI \\ li IB Dl SAO DOMINGOS
antropofagicor.
Uai orê-rê
d
trésil, qu'ils ne mouraienl que AOS HSBBXBS DB ALBI
Na ultima metade do século se- sciencias, e todos os dias, a to- e vieillesse, on l*attrilme a Ia "Durante muitos anos, eu vos que tai-tai tá ahi
guinte apresentaram elles tos je- daa as ho de visões, sêrénité ei tranquilUté de leur
suítas) Anehiehi como candidato 1 e êxtases. Sendo um ame deschargée de lonte 1 exortei, com toda S doçura pos-
á santidade, e Situão de Vascon- santo, um prophcta, um Fazedor I iiion lendue ou sível, pregando, resando e cho- Escorrem vultos longos pelas fossas da fortaleza
celos, pio\InciaJ do Bi asll e bis- d e m i l a g r e s , u m v i c O - C n i i S t O , e r a desplaisante corame Meus qul rando. Mas como dis um provér-
bio de minha terra: onde aben- devorados na sombra.
da província 1 tanta •> sua humildade, que a sipassaient leur vie en une admi- çoar não vale nada, valem as
uma historia ou antes romance mesmo se chamava vil mortal e rable sunpllclté et tgnorance, paacadaal Nos levantaremos con- Então enche-se a noite mole
da vida deste homem, peccador Ignorante.
em que a sans lettres ei sans loy, tra \os pi Incipes e prelados que
sabedoria do missionário, os ta- O s e u S O l i d e O c u r a v a I o d a s a s sans rellglon quelconque. ontra esta terra naçõt s de uivos de carne mordida, fungando
lentos e serviços do estadista, os m o l é s t i a s i\.\ e d i e ç a , c q u a l q u e r >KiN 1 A M A I : e r e i n o s . . . e a s s i m ;is p a n c a d a s
trabalhos insanos rio metodisador dos seus duelos, i|ilal(|iier peca
produzirão efeito onde foram Toda a gente diz que é assombração de lua nova . • «
duma lingua barbara, formam a da sua vestidura era remédio cf- vãs a dOÇUra c a s b c :
parte mais secundaria da narra- Ficaz contra penaajnentos Impu- Davantage, si on en veul venlr
tiva, olhados pelo biografo como ros. AgUa derramada sobre uni á 1'action brutale de maa her ei Citado por Wells. Histo- . Míssa do pango de orê-paco de pagú
. menor momento: o d o s s e u s i i s ^ i s o b r O U m a i s d e manger réi llenu i 1 Ia chair hu- ria Universal. - Capitule
grosso do livro, cnclicm-11'0 mi- duzentos milagres em Pernambu- maine, ne s'en est-il poinl Irou- :\2 - l l c r i s t i a n i s m o e as
lagres. Uns. di/ co, mala de nul no sul do Brasil, • • . . . régions de par deçfi, eni/adas. RAUL BOPP
chamaram segundo Taumaturgo, e poucas gotas delia tornavam voire même entre ceux qul por-
outros segundo Adão, 1 • água em vinho como nas bodas tenl le Utre de chréllens, lesquels "1,' preciso constatar que to- (Pedaço da "Cobra Norato")
título mais conveniente, convlndo seus m i -
• 1 paa contentes d*avoír dos os povos civilisados condu-
que assim como houvera no mun- ommendam-se por mais enncmis, Fail cruelleraent mourir leurs ziram-se para com os naturaea
do velho uni Adão, bouvera no engenhosos, «• de gosto mais ele- courage, n'onl pu rassaxsier leur . . descobertos, com a nendava n 0 primeiro carnaval*
noMi outro, que Fosse cabeça do 1 gante do que os consignados na sinon eux mai 1 I d' mesma ferocidade: 1 | . o per- I rOUXe o padre unia cabeça
seus habitantes com a mesma au- hira. Finalmente, I Portugueses, Hotandett 11' l h e :
t - - Sem dui Ide. Emquanto eu das onze mil virgens, com outras
toridade sobre os ele c o m o d i s s e u m B i s p o Cl • I J I ; \ \ DE LíRz" , . I . \ l e i n " n s. A ri! 1 istadaa em um meio
anunaes da Amerb a, que o pri- panhia um an< 1 de ouro, e An- neira deshumana c assassina com . me rou- m 1 .. . • hero)
meiro possuirá i1 chieta a UU ]>• d que os Europeus lutai 1 bam a terra... \ . !•: le '• o s e s l u d a n -
os poderea »• graças de que fera livro em que loca asserçdes se almoçaremos Piolin e s s e s POVOS c q u e d e i x o u Imme Raoul Alller — Paicolo ;. lhe fizeram um grave e ale-
dotado o primeiro Adão concor- aventuram e que está 11 ioda a selvageria dos mesmos, gla da ConTeraie. Cap. 1. ebhnento: trouxeram as
riam pois cm rVnchieta, que oa toda .1 casta de milagres, rol li No dia 27,i de I nos comlu/ a uma cora lus&o an- s: 10 1 . i l l o g l q
goxou não temporariamente, mas cenclado pelos differentes censo, ias (2 • edição) Piolin será vas- tropológica que cm procissão solene, com ír.ui-
toda a vida, pelo que D res d a i m p n usa d e Lisboa, d e - j 1 importância: <> ahiumo que Re- usica de voses e d.ui-
mo nosso pai- i ommum, com ln- a n d o u m d r l i e s q u e c m q u a t l - Antropofagia, que assl para 0 eivillsade de chamado s. \ Sé, que < r.i um estudante
nocencia, unpassfbilldade, espiri- ciol a rse •alvagesa afio é tfio grande como 1 icamente vestido, lhe fes uma
to esclarecido e vontade recta, cariaradiih risae B publii açfio 1 i- 1
pareci . a tenl ento que tivera
Foi-lhe d,ido domínio sobre 01 neficíoa ose fieis privadoa de be- S a u d a r a a \ i l i m a , m i
o
o próprio Deus de substancii Gerland — Citado poi .!.i sua vinda; a Cidade Mie e n -
elementos s sobre tudo o que i.i i outo de Bai ros, V. — Antropologia. 1 naves; as outras duai
nelles \ Ive. A seu mau d • lusa cabeças já rü ti-
zia frutos á terra, restltubldo SoaUtey — BTIatoris do • •
f
P M d e LeAo, t i v e o p r a z e f
ona a carvfio se »u*a reduzido do marido, paia o qual a tapuia d'saoatmente do i o
Tinha ellc poder sobre o boniem me apontas a. Q1M eles n â o K1
em todas as suas partes, na ca- — XáO Choras? N ã o sentes a UM ANTROPÓFAGO.
beça, nos olhos, na bocea, nos sua morte'.'
Itnm neoBdH
dentes;na garganta, no peito, Respondeu-me Ia Li&o <la T a b â .
nos lados, nas entranhas; naa tristonho:
mãos e nos pés, nos hens mun- — Y a n é a u g a VBU n a n a , tapuia cutro
11 d ' p i r a n h õ » n a . Oi l e g i s l a d o r e s q u e s a m o -
danos, na vida c na alma. Os se-
' : • . • • ' ' • ç a s d e n i e n o a d e 21 &noe i
gredos do coração lhe 1 puioa so têm corpo. . •• b a r e a e e a M l
tentes. Fôra-lbe dado o conheci- maia. (
Barbosa Rodrigues.
mento das coisas occullas e das é q u e leiclalRram s o b r e o
•: - j
trabalhar noa referidos sstsl ;-
Viver asceticamente é evitar os prazeres e n t r e t a n t o , q u e a, m e d i d a
afim de alcançar um prazer anormal. íol b u r l a d a . D M S d e s a s a m o c a a . q u o
a n t e s d a proIblçAo t r a b a l h a v a d e g « r -
Viver antropofagicamente é evitar os pra- QonstSi r e a o t v e u c o n t i n u a r I
d " . E c a a o u - a e . eoaa]
zeres anormaes. ••niiiiii ipai;.1o. E n h l é q u - I |
• l a m u u n . K i a rsfli
maa, c o m o comçBu i de optiralatno para a formação bre esae caso. gravíssimo e m a
üvrog/aíia
de alegria p o r v i r q u e o meu I o loergulmi ntO d a mentalidade t o a d e opIntAo q u e u
berço DStsl ale no>'u hniiíre- 1 om que os moços en- i i l e se t o r n a r Imoral, pola
qUS K v e m traram na sociedade. p e m l M burlar, :\ l e i
HSS P r e t a , \ "Revista do Globo" não fas *. l a t o #•. p e r -
proporcion:inilo-mc enaejo para . daa do lho e de São u m a I d i l e v o r e a ou
1ifr c e m esta P A - Paulo, tem desenhos, lem íoto- |iOO m a i s : v a m o s q u e i
"Primeira úê Janeiro", Manáos, n. I; "Feata**i GINA MÍNIMA no d ; 1,, C O n t O S , t e m c i n e m a . ilidO,
Rio, n. IS] T r a t a de cisa". Curitrba, 21 e 22. i> d o iniTiiimemo q u e tem declamadora, tem symbolls< i t i n u a r a b u r l a r a lei. r r u b a -
mo li • 1 annh i. larios, tem cri- >>nde b e m Iheis p
Estas duas revistas si "Primei o ds Jani I abando o pap< da tntrodutor 1 •• .
. .ser feila 110 Hio, p o r Quer hi 1". dlel ! mio Prado, tci chi •
: •
1 1
quem tudo M Í radio Correia, o "!)•; •
Saúde >\.\ Mulher, o Bromll) que, •
correspondência: pfio de ma •
1
•
vu p" : nr '
. 1 ..
caixa postal, 1269 •'
' ícin[ie- •
• .
1,0. POili.nl
r*»g • r>p R PAI n o n.,mnr'n TT-1 1<120
v
França Júnior? Não fazemos política literá- uma pergunta jornalismo provinciano
Resultado. Perdeu o bonde da ria. Intriga, sim!
canto antropofagico dos tupiniquins geração e está bancando o de- Unir todos oi em antoi da ri- E' um regalo para o\ cronis-
FREI DERICO da identifica, artística, voluluo- tas polll i [Uando m.ilam ;i|-
•aaparado. Piolin na scena do Plratlnlnga — ano 8
caminhão que passa sem ele pa ghttiçflo do bispo Sardinha. aa e religiosa ú serena guam. de ia lmente trata-se de
I)è 1'mbacraba che remiu rama mãe aniboe ç.-i da morte, eonserrar com a um assassinato covartle p^ir "mo-
ndc kanga JIKA c'ypotA curimé agilidade d« uni clown • Inerda tivos de honra". K' nm naa mais
che y anama pepike ki cha icú
renilê çoó che mokcn scrA coarney. serviço telegrafico • o reis d a intriga
de um cadáver "perinde ac ca-
dáver", penetrar-se rio
acabar de certo vocabulário an-
IÉ s. i.-ntifico incrível ua c i -
cios da Santo Ignaffto mesmo dade que se diz civiliza..a como
A li sueceda, minha comida, cuisa mA Sn maamo STan da Almeida
Tua cabeça cortar qw 1
Meus parentes vingar aqui eu estou
Tua carne moquearei de certo depois do sol posto.
m-jantas
Nús temos o China; ellcs têm i , ii capai de produzir atirando se no liimiih-. da- m-esta "Deshoorou", "dishones-
a perfídia que. conseguiu domin tiigaa políticas, a l e tara essa i tou", "cnxovallli»!!". etc , '"te.
go paaa ido perfeição e quasi i lanOdade da
perreri
Essa gente nã«i Babe que Freud
ficou velho de ensinar o con-
s
o Poland-China. Passou por atii o pharraaceuttco Alber- MAtlilCE BLONDEL — ("Atrario.
(Versão de Theodoro Sampaio. Extr. de Ha na direcção do sul, o sr, Angus to da OUvenra com Mario de An-
Sladen, ed. Logfren). Alcântara e outras ex a c â V ) '
to Frederico Schmidt — o gordo. pressões da tmmlez modernista
ou da modernidade tímida.
vel do mar". — André Breton. abriu a boca leira. A sua decadência Iniciada Mais tarde chegaram oa pretos escravos, trou-
no século 1JH chegou agora ao xeram com ellcs batuques, macumbas e vimhas
quando viu a liga azul auge de legislar subvenções pa- dolentes.
o sol não brilha e não ra os iiquissimos templos cató- Os modos arlacoa, a cruz do senhor, a língua dos
da normalista da Praça. licos da capital! O povo paga
nasce para pessoa impostos para isso'
brancos, as dansas cantadas, tudo isso se uniu na
alma e no corpo da raça que rafas.
alguma — De Perét.
IDENTIFICAÇÃO
'disseram, e n t ã o : é leeitimo portuguez,agora lamenta-se e tem medo da morte".
Sylvio Coroi.
A pedidos a sucursa 1
Hans Staden.
e
Chegou ao meu conhecimento (clube de antropofagia DO rio de janeiro)
que o sr. arcebispo deste Esta-
do havia deliberado proibir que
As procissões concorram os me- sabença nacional
ninos vestidos de anjo e de san-
tos, como era velha usança, des-
de que me conheço por gente, prfeauçaoi exagero:
nesta terra piratiningana: (AliAs, Cachorro por se avexar nasceu Em terra onde a gente não vae
em todo o paiz). com os olhos tapados, feijão dá na raiz.
A noticia que me trouxeram vontade:
foi muito vaga. Entretanto, a Quen; quer ser grande nasce vi- lógica:
fonte de onde procede é bôa, e çoso. NAo ha dois altos sem uma bai-
eu a comentarei com a reservn influencia: xa no meio.
necessária nesses casos. O s r . Caranguejo só é gordo em mez preconceito:
arcebispo errou. E errou lamen- que não tem R, Negro em festa de branco é
tavelmente. Desconhece de todo argumento: derra-
t
primeiro que chega
a Índole do povo, e nAo calcula Cada qual enterra seu pae como deiro que come.
o mal que vae fazer A evangeli pode.
zacfio das classes humildes. A proteção: religião:
promessa era um derivativo. A Só o que bota pobre pra deante Homem que ajunla dinheiro nAo
ancamatln simbólica de um São é topada. tem fé em deus.
João num "manezinho" ou nnm
"pepino", ou num "basliãozinho"
mesmo, satisfazia a aacasaldads
(' aproximação dos íntimos da
corte celeste, que todo bom cris-
tão deve anhelor ardentemente.
Digo-o por expesieneJa pjh>
Religião brasileira r
pria. Quantas vezes me senti to-
de um santinho qualquer, que
"Mais alguns SantOS de catim- teiroa empregam as palavras
cado de graça aó aproximar-me bó pra acabar; "feitiço" e "feiticeiro" com sen-
jj é um pagé do Aina- tido depreciativo, designando as
era ao mesmo tempo o filho de Soaaá Mestre beiufazejo. coiaaa "da esquerda , isto é, do
minha lavadeirel Nunca a reli . Antônio Caboquinho da Jure-, mal) . Pois Tabatingu só trabullui
gião tivera meu mais pratico de | ma _ feiticeiro e pagão. Não foi "na esquerda", flexando e "li-
o
dar uma concrelisaçao completa batizado, e quando vivo era abso- gando" (fazer figas). Não acre-
do divino, nem exemplo maior lutamente ineretl. Ksrkria lista dita em Deus. Só trabalha no es-
de humildade! em questões e até brigas corpo- curo. Quando chega nu laaaan
A proibição que agora vem de rais. Tanto as resolve como fo- •vai logo apagando as velas. Vive
ser feita vae estragar dcfiniti- menta. E' bugre de Muto Grosso. Isolado com um só companheiro,
P FICHARIO ANTROPOFAGICO
Primeiro prontuariado
São os princípios que con-
duzem o mundo sem que o
inundo saiba por que è con-
duzido.
o
vãmente o pitoresco das festan- Certas feitas se enraivece tan- José Pereira, tão bronco ésle que KKNEST HKLLO
ças religiosas. Ameaço mesmo 0 to nas sessões que o pessoal to- nem tom "linha" (reza cantada, Iniciamos boje o nosso ficha- pátria. Entusiasmo cívico. 1'hni-
sr. arcebispo com a aparição de do foge, com medo dele. Se en- destinada especialmente a um no c pretendemos estendei o ;* Salgado e o "estrangeiro". Qua-
um padre Cicero paulista... Mas, raivece porque é desconfiado que santo, legitimamente o "nomos" todos os vultos celebrei das le- torze artigos de propaganda nos noticia do primeiro
não! O clero paulista, tanto da nem mineiro e briguento que dos gregos). José Pereira quan- tra» indígenas Al 4.1 STO FRE- joinaes, nas livrarias e n.is cal festim
capital como do interior do Es- nem brasileiro na pinga. JA tem do sueceda baixar na sessão, gri- DERU 0 SCHMIDT é 0 primeiro cadaa. Discuraoi cm praça publi-
, s. omido. 0 mali gordo a de ca. 1'linio o maior escritor da a Ojnforme no numero anterior
f
tado é disciplinado. Admitirá se batido coro outros espíritos, ta: "Maldito seja Deus! Maldito
sem discussão as ordens superio- cora o Príncipe da Jurema, com meu pai! Maldita minhu mãi! i aça i do Brasil gente havia anunciado, na
carnes mais macias. l"lai alas. quarta-feira santa almoçamos
res. E teremos despojada de um mestre Carlos e com a Tapuia Travas! trevas! trevas!... Sejam Renata Vtanna assinala aa vi- Ptelte (sr. Abelardo Pinto) pelo
de seus mais pitorescos aspétos, Caipora. A's vezes vence. l'ma hemditas as trevas!" Quando mi- O poeta na ma i Ida curta, lí-
s religião católica que se prati- feita massacrou um mestre de torialtsadO, José Pereira diz-que ter.n ia. ja atlaveSSOU por sets da aventurosu c inquieta do DOa- motivo do aniversário dele. O
cava em São Paulo. Mas espero sessão. matOU |>:«•. mãi. padrinho, madri- fases distintas e bem i ta uma nova etapa. A convivên- festim, primeiro dos antropófa-
a
que sua eminência lendo este es- nha, esposa I CUCO filhos. Quan- das. Vejamotas cia com o dramaturgo foi verti- gos, aderentes e simpati/.antes, se
crito, ungido de piedade e de reréca, Eeea Caipora e uma tapuia pa- do abrem sessão os pais-de-ter- A primeira fase da xvjfi* pode ginosa. Desviou o pensamento realizou-se no alto da Praça do
santo fervor, reconsidere seu "espirito pcquclitmlio, do reiro "bolam trave" (rezas de ser classificada de fase da pu-patriota do poeta paia i vida Patriarcha, sem as mlenldadaa
gesto lamentável. A palavra de tamanho dum dedo. Para no Ari- impccjlho) pafa José Pereira não berdade. Passeios longos á hciia Cosmopolita. A cidade só. Hio de da estilo.
s. eminência não é siquer a pa- puanã. Quando se acosta nal> aparecer. Deixa "mau encosto" das pratel de banhos. Curiosi- Janeiro a a sua crônica cmcina- Mastigou-se bem tudo o que foi
lavra de um r e i . , , Pude voltar guem, i pessoa tora ralvinhas, (sensação de abatimento, males- dade 00 "tn)toir". tica. So isso lhe interessava. \ l»ost<> nos pratos, e babau-M pm-
atras, e deve-o. "se trepa" toda e principia fa- lar profundo) nas ses A easa laaa se segue o conhe- sua colaboração esUmulaÜva tm g» como aparitivo e como pinga
9
zendo tudo QUantO não presta, cimento com o Inteietual e anti- romance do dramaturgo "m \ i mesmo. Peijao torresmo cainrona
a diablnha! E' Inconvenientíssi- Pia acabar estas comunica- qnai Io Cai los Frederico, Curio- roe| . " Maior do que Plínio. de Pi.din Na hora conveniente o
I1M PAE CKISTAO E QUA.SI ma, segundo as notas toctall do ções cito Mestre Zinho, feiticei-
ANTROPÓFAGO sidade estética, sadismo, nit.no A sexta e ultima fase tia vida orador, dr. Antônio Carlos (C- de
"Diário Nacional1*. Gosta de" tm* ro, atualmente inda "matoriabS cnlo. permanência no ti vaga pe- do rate místico 6 a mais iuqmr- It.) negou se terminanttinente ;i
b a b a r nua i di pernas pro ar Sedo" (Tiro).feTum ser perigo- los cafés ruidosos, grti tante. Começou por ser assai sermonar, pelo que eerinoou-aa
expediente que nem o GodiQUB, Uma falta so, nAo houve meios dos meai teatros, aplaudmilo músicos cc lado. am momentos da deeaape ura foge de empurra desempata-
"se acostou" numa mm Inha informantes me contarem onde ro, pelo demônio da Duvida. Noi- do pelo Alberto Araújo que falou
da não houve remédio, por mais que. que pAra. Trabalha com cachim-
fliaaiimi i sequeati ad bos enormes, AH vezes faz o bem
• lebres e "prinia-donas".
A esse periodo vicm a desoren- tes longas. Meditações sobre I multe bem, Noa loana batemos
revista de antropofa rasgou as roupas, ficou nua. B mas é raro. E" perversissimu e ça. O Bteunno, a Bjagacte, Crises vida c morte de Thomaz de Aqui- palmas Bom as mãos a|<idaiidiu-
rápidas pala diivitle. A rfligião no. 0 primeiro passo para Q iho- do 0 feito.
sría
( 2 / dentição).
mui Io danada. Arrepeia os enV jii matou três pessoas. O mano
belos, quebra pratos, e Batendo dele, Mestre Tronchinho, tamhein
na posição natural pula Bani pii- mda esta vivo. Su trahallui invo-
rada, arco e flexa nu mio. Cne- cando espiritei de cigano e é ti-
ga a tirar o juizo da peaSOl em iio Domo meniiroso. Mestra /.i
i catolicu como negação e obs- mismo. Jackson o limpara nessa Antes de terminar o (estun o
táculo É própria arte. 0 caso de crise. K' assistido tainUni por Pioltn uãrt falou Uai Étena i'i-
Cocteau, A sua caria, a curta de Hamilton Nogueira | PerilM ÜO- sie cantou na meia emoção "es-
Maritain. Nesta fui.e- o poela es- mes. Cântico do Piiisileiro. A piritual" da hora. Nós todea g>>s-
crevia poemas para as seções li- (lescoljerta de Mario: Cantos do tamoe e aplaudimos com o cora-
a
qllclo Si' nho poema um punhal temível vres das paginas literárias suple- Liberto. A evolução dffl pOOta ção contente u canção. As, Ba-
açougueiro; Geraldo Careca notar que oi espíritos chamado Satenai a • lamanada mentares, o poema *\-> ma eada- continuará. Caminha neste mo- lemos palmas com as mãos.
fcrninlnoi tanto se acostam nas Chavi da Vanguio que abre Io- mento entra Grieco i Tríatlo da i; lo.los foram para suas casas.
Ferraz o noa pais i a lei raii a. dai U portai encantadas do es Imha que íoi infelii iladu na
Vthavde... 1>. S — Aventou se a ide» da
Outro neutra malévolo é Ta- papo, (órgão do clube de rua quando sabia • passeio.
CALISTO ELOI da liga das •enhnraa al-
correspondência: bu tinga, Bumaraante perrerso, A quarta fuse por que passou
marío de ANORADE'' I lOlteaS, » qual não ilcvvrA ejBtV
ameríndio rei dos espiritei f<-í antropofagia) :0 poctu íoi mais u r u i . Viu a (.encarregado)
ter ScohCrugj
caixa postal, 1269 Ucairoii (Ho lernl M catimbó (Do "Turista aprendiz").
g u e r r a m o g u e m
Dessa i ura rcnomeno
Varia eonfoi me o i limo.
j4 o < "Eu nâo fui an
\iado senfta -'s ovelhas que pe
revista de antropofagia (2.* d e n t i ç ã o - - 4 . nu-
I Aperitivo
de Intimo muito contentes, que cípulos foi alem da Imagbiaçfto dos dis- .• pow o f.u s1- estendendo para ( p n s t . i d o s . O d o m í n i o l u s i l a n o
em s.i^i es. r i t o f r a n c o - b r a s U e l r o . E >• Brasil explica a LlgaçAo filosófica da Inw ud
O r e f e r i d o fulano p a s s o u p a r a o o centro l de l d o a lado nqueta j nio i d e r i a i n t e r e s s a r a o s f r a n n ã o p o d e r i a s e p a r a r se em espí- P r a n c a e t e r n a ao Hiasil n o v o . ilixill
n o s s o l a d o . O p a e de família
Na frota i abralina \ iajava um gente percorria a grande terra, ceses, p o r isso q u e e r a d e s i n t e Depois dignm que não somos
•••a riba a • oldo pai a relatai rito do d a m ganio dos gauleses. mistérios...
agora convertido paaaaru a apa- sem se Qpereci er da sen tama- ressanti c áspero. B transpor os E a nossa h i s t o r i a se sucede ani-
denti - lorn ento os c nho c o que significai am tantai m n i s . ra unia e m p r e / a ai n-iad a <l " s n r r c a b s i u e " , (pie u m m o •
Com PBM rambri .»> lombo do morro. a propósito do teatro s e m n o m e entrevista d e Álvaro Moreyra
•
de I
Ha p*dav>- di' I n que ja voltaram. valor algum no
• •
dele é 1
poUgiai 1 histórico, ' uai, num de dela
T u d o MVIidc a visão: •
i • lido,
tura para o r. oa que i nuvu nae
Mgutcho i i toe quando itismo, do pai
• 'I" limholismo, cntrctrfnto j.eiisainento velho de Íin]
• •
\ preoi upaçl •
verde-gaio na lolhaRcm tremula. ita terra.
• hh. rlaçao, | •
•
• •
• 1
exclusiva. A ncnbi ina ]
Que ventinho moleque bulindo n a s lollias... •
yperungauc
fase da antropofagia. A primeira. Vi- humana, num
•
pra Rlha di I ohra (irande. D á bòa vontade. Lá o ci- formulas idiota-: que iati i
tes da gcrnçâo,
— Quá (fu.i QuA respondei a
mala inteligente d
•
. io, aquilo é progi i
•
papo' Isso í historie. Tupy". Naa N*So ha In- Não perceberam o desespero do
ulirn-biluco, cho- tonai. Autos c BI sombra puderam
Foi quando reaolverean abrir o Bi
numa democracia de bonde da europeu, levado a esse estado de
•
'•(in
. Ombra, estalando, : •
I in.r .1" • •
cherel di i de nas • 1 • ue 1. iii.ni, spn .
i H «m explicar co- i de vozes estran- •
•
alto relev-i
morrem
M ip. n, • M < compensam, com* . .. 0,3 1 Rrasll . . publicidade di i : eira de Melo, Rey- amassando com n st'ii bb-
111 ; i " KM'MSM;I . . . Meslio . 70,0 Atividade burocrati n:.1.1.» Pm d Mim,-, de eximia *i li luosi' do
paiz de MUI inimigos 11 1,0 ' Cuba . . , • riu i ••! . Ihfi Nacional do Kn i • n i i " s <\A refei Ida ro- dcsliastador a gloi ia c a foi lu.ia
'i" ininul qu. di .1 outro, cora Iloland 0,7 ' Chile . . 10 ü i do monge \- BkSca
1 ", KD. e u i o " do mi. , di • 0- Ivi ,.|..s 1 nido 7,7 ' 1 '•i i i'n.p'.si.1 npi pscntnda pelo I'., n e s s e <in itro pagl- i e ( " ; i i i ' i ' M i i e / . d<
mi de i I i:,i|d."
•
• s e r i o n relebre casal.
(Dos I Vustroli . - í.s ' M.l ' • I
(do li, re "Dorei ,1-, • • n d e - ) . [ (il»Jl AVI l ' l \ i u CAU I Wl
P M i" niARro n r s. PAIM n Oliaita-frlrn. 24-4-1021
r lHUWo c o m .-.< c s i i n l r i p o l n f l n s .
iter-.ito l.r.i.-.ih M-.. d i / c i e , COffl
m m l . i j u s l i ç a • (iilenla c c i n c o
S e r á " ) Qunm e s c r e v e n u m a pa-
LMI.I "a i i n p n l s â o l í r i c a é li-
vre, i n d e p e n d e n t e dc irns, i n d c
p o n d o do n o s s a tntelij I
e a preta respondia:
1 Võyo tu n3o me lembro dr nad?
p « r c o n t o 4 uiu I g n o m n t f t o 1 A gente vae ficando velha
KMJO d a DUrcfaa i I
ajn doalai K M I g n o r â n c i a , a n o E vae ficando lerda
q u e "IJUS d i s c u r s o s a t u a e a i u 10»
l a z a ajentt c o n f u n d i r t u d o , • q u e
t e m i l d o a c a n s a do v i v a r m o s n a tettgencla que pronuncia o tenho-
d l t o " . QUOin lioje afirma (|lie Mas «inhozinho pedia
Coniadnsmo mais r r r t n . mais H
f a d i n l x i , m a i s f a t i g n n t e , rjooiHlO " n a s aVOlUÇOCa w m COl ai dia n m - <t novo e escorria
O* aksui UM d o t e 1. íi\yd<- BftO inu- g u e m volta p a r * ati a a " >• v o l l o a , i'elo rosto crivado de bexigas da — ~ - » ~ i
em terceira, para o Pequenina
m e r á v e i s e «s d o Hrasil sim u r - O fio de prata de uma historia:
g r n l e s • do i m p o r t â n c i a lama- M o r t o . (Juem c h u a i l loou da U
n l t a h i w o o n \ i'io de p o o t a do i r . Yóyô o Índio ciará
n h u , • o r a o o o n t a Mario. I n Pipocou o ceu com flexaa
A l b e r t o d c O l i v e i r a . DO 0,11c, a l i a s .
ve, n ã o faço s e n ã o r o p o t l r , c o m
a s p a l a v r a s do p o e t o , o OVO BQJBÍ
a c e r t o u p o r q u e O t.n tuai ( u t i c o < i. o ceu ficou com mil olhos rasos dágua
isso m e s m o - pOOta dc OUVldo. E a noite ficou cheinha de estrelas
d i s s e ^ a o s l e i t o r e s DO d o i n i n y o
QUOBQ tn d i s c u r s o s ao s r . fjO-
p a s s a d o . F o i laaa a s o t o r o a n t o q u e
liro, c r e d o ! N ã o s o m o s (Uma flexa cravou-se na loa e nasceu o lua.
c o n d e n e i n o m o v i m e n t o niodei--
nos, n i t r o p o f a g o s , quo g r a ç a a 1
• l a t a : a sua a u s e i x i a d o U n i v e r - d o u i Qteratoa nfio •omoa, !•'.' o sr. •
so. coiiHi d i r i a ü DOdrO V i e n a , | O Índio ciara dançando o maracatu'
Mario de Andrade, o cortbro
•jdll Plínio I sua -IUSCIH 1:1 d o mais confuso da critica contem- Rasgou o sol com a ultima flexa
1 I. c o m o OSSonSM n ò e . a n t r o * porânea o \irgiln> Maurício E a terra ficou toda pintada de fogo
gOS, Me d i g a o s r . M a n o CM
d o a l e m ã n , Medindo DO l a p a / c s E o indio ciará fugiu
A n d r a d e ona a s s u n t o u a m a n d o
do C o n a e n i t o r l O i 0 Nilo Paço* Para a Amazônia com o cocar
r (|;n a s s u n t o d o B r a s i l r u s o l v e -
nh.i da l i t e r a t u r a n a c i o n a l , se- De penas de papagaio tingidas de sol
r o n 01 m a d a r n o c Pois n a d con- g u n d o o s r . M e n o l l i Mel P i c c l u a ,
t i n u a m o s a c o n f u n d i r t u d o , mim |ior signal tão horrivelmente
coinadr ismo i n d c e e n l e , v a l o r i / a n - HEITOR MARÇAL (Fortaleza).
d o m e d i u c r i d a d e s , COM 10 si um • q u a n t o alie,
a r t i s t a fosse COM ou ••fTtrar c r i s - l) s r . M.u 10 dO A u d i ti
t a l , t r o c a n d o e l o g i o s , bnpod lau-
do bobagens, misturando Uido-
Ira " o p r e c o n c e i t o d a s i n c e r i d a -
d e " e c o n t r a "o p r e c o n c e i t o i\.< REVISTOFAGIA A PEDIDOS
b r o c o m UnamuiiM? Quv e a p l r i t a i d x T d a d e " , p o r isso m e s m o . . . A
sinceridade • I liberdade da de-
novo trouxeram j nossa poesia,
p o r e x e m p l o , lu.n.ilil de (Carva- c i d a a n t r o p o f a g l c o são o d i a b o » ,
"ILUSTRAÇÃO PARA
N \ K N S K " , na. 1 « 2. \<*29
Assim laloo nosso padrinlio
manipulações etnológicas
l h o e t i u i l h e r m c do A l m e i d a , q u e Podem e n t o r n a r o esldo do Amo-
O sr- M a n o de A n d r a d e n ã o s e r i m . . . A s s i m , a d e u s mutlrfio da A uni hiMi d e s u s a d o n a sua lei Padre C*rero
cansa dc enaltecer, e como, quan- • a b e n ç a da m a Lopes ( bnvos, ção grafica, corresponde a pena-
d o e p o r q u e A n t ô n i o dc A l c â n - prinUfl d o i i i o d c i n i s i n o b r a s i l e i - Km e n t r e v i s t a a o " D i á r i o d a
ria n o r m a l nas revistas seme- Noite", o hitpo dc Bragança —
t a r a M a c h a d o r e f o r m o u a DOOU ro! Adeus Cotaguâfes! Vdons, l h a n t e s q u a n t o » a n o U d o d c (i»>
p r o s a ? Eis abi uma p e r g u n t a que adeus. A quest&u p i u n i t i v i s t a c o n t i n u a b a r á p o r se c o n v e n c e r d c q u e a scit-iitiiii as e n o r m e s u m i m p o s l o r i n n à o d o " p i n t o r " Virgílio Mau-
texto. rício — afirmou, d a n d o um t r i v
d e s e j a r i a n ã o v i r sem r e s p o s t a , desse t a m a n h o !
E c Umtietu c o n t r a a o r i g U U r a c t u a L Mais ... t u a l do q u e n u n - r e v e l a ç ã o m o s a i c a foi d a d a a o s C o m e ç a u m sr. H o u m r i o M a r - te e x e m p l o d e m d i c i p t i n n ao- asÉj
e m b o r a difícil d c r e s p o n d e r . Li- ca. .Só d e i x a i ã dc o s e r q u a n d o pigmeus E logicamente, o r a es- Havemos de comel-o. t i n s , c o m g c i l n d e j e s u í t a k pai&i-
terato brasileiro è um ignoran-
I le q u i dUHOj q u a n d o
ainda podia cair t m transe p a t a
fòr s u b s t i t u í d a p e l a q u e s t ã o a n - s a ! Ou e n t ã o ( 0 q u e p a r e c e UUO • na, p r e g a n d o as "viclorias da Fé
retwinho, q u e d e v e r í a m o s " a f i l i a r
p a r a hem ronge d e n o s e s s e s d o i s
tfio. D e f a c t o . C o n f u n d e t u d o . t r o p o f a g i c a . Vão v ê r ! está acontecendo) terá que es- A l i a s i i s o n à o parece d i f i c i l . lobrfl ns b r a v i a s almr<s d a A m e -
c o m p o r M A C L N A 1 M A , q u e "a m a l e s I m m e n s c s , «|ue o v e m s e n -
A - q o i - q u i . O sr. M a r i o d e An O n d e e s t a m o s em m a t e i ia du quecer completamente a ifvela- Além do m o n o p ó l i o da sotencis rica a l i o r i g i - n a " n o 1 ' a r a n a p a n c -
procura do novo, da originalida- d o p a r a a família e, r n n s e r n t r n l a -
d r a d e q u e r u m a p r o v a ? F a ç a BID ç ã o mosaica- A l i a s Jã o p a d r e p i g m o i d e , o q u e ellc t e m d e a p r o -
de, d e q u e se faz c a v a l o de ba- i c t e n d a , p r i m a l r v a i t a l A e a o d r i - ma, e as a n n a i "dos erolcos m e n t e , p a r a o p a i a , o e n s i n o lei-
exame de c o n c h n c i a , como bom Dtro DOS C tão m i s e r á v e l Ciemelti, c o m p l e t a m e n t e a f a s t a d o r c i t a v e l e i n s p i r a d o nos p e s q u i - guerreiros dc Sanlo Inácio" (a
t a l h a c o n t r a n ó s é d e s e j o legi- g o e o rnonanonto c r v t r Ainhoa
c a t ó l i c o q u e ê. E l o g i o s d r OBCD- da G ê n e s e , d e c l a r a o s e g u t n t a " 0 s a s d c iii.it Lm 1 . c r u z e u m v i o l i n o ) , e a voz de
timo que n a s c i ê n c i a s p r o d u z i u q u e a g e n t e é o b r i g a d a a o l h a r tóo leis l i r a s i l e i r n s . N 8 o fica
m e n d a a N a v a r r o da. GoatO, Fo- • • H ve d e q u e è i m p o r t a n t e d e se fixar 4 Mas d e i x e m o s ( i r a e b n e r e va- D e u s , e o " l u m i n o s o i d e a l d a s i-a-
guetes k poesia bõbalhona de toa e E t n s - bem. p o r t a n t o , a um s a c e r d o t e
tein e n a s a r t e s SofoclOa, ü a n l e , . mais o u oasnoa dividi- q u e a s c o n c l u s õ e s tios a n t m p o l o - mos, l i g e i r a m e n t e c o m p a r a r por- . i- o Ih PO dc M
A u g u s t o F r e d e r i c o S c l n m d t , po- p r e g a r a inMilxmtinaçAo a o s s e u *
dos, tiraebner, r/raoer, Levi- goa Doncordom em a f i r m a r que tos r c a u t t o d o s da r r i õ n r i a p í g - a s e a r a d o P a d r e R o q u e e a ta
guem na m a d e i r a . GotTespooden- C e i v a i l t e s , l . o n ç a l v e s D i a s . K«K- fieis. P o d e r í a m o s r r c a m h l a r o
1 tondol, e t c . ele. e s s a s t r i b u s d e P i g m e u s a as d o s nioidr- • t r o v a do d u a s d e c o r r e n - c o d a final no b o n d a l r a n t o . . . Uapo aoneta capitulo « n que o
c l a a m o r o s a c o m o q u e bfl de climidt", puxa!
Do OUtrO, m a i s ou m e n o s unidOO P i g i n o i d e s (pie se p a r e c e m 'un cioa de S c n n d d t . Depois, o ridículo monumen- a p ó s t o l o P a u l o non fata d a s u b -
m e d í o c r e na intclclu.ilidade do M a r i o d e A n d r a d e t e m , p o r - pela l>alma. OS p a d r e s Sclliuidl e l e s , c o n s t i t u e m o m a i s M I ligo Gemelli (de Milão) a f i r m o no tal: o d i g n o " p e n d a n t " da " c o - m i s s ã o ri mitocidanV E tanilirrn
B r a s i l i n t e i r o . Z u m b a ias a Al- t a n t o , r a z ã o e m a n d o , c o m i n v u l - ( V i e n a ) Ijemelli (MUflo) c o j e - p o v o que n o b i t o u a b L I A seu r n n h o r l d n U n o s o b r e a O r i - luna l i t o r t a " , a " c o h m s a S u p l i r a p e l o s crtsfJlfla, d e Ate-
c â n t a r a M a c h a d o e o u t r a s bexi- gai cora ibrir o peí- H es P i n a r d d e Ia Baui* • 1• ia f a m í l i a . " C n p . fil gem d a Família o seguinte: ensc":
g a s d a nossa B o r r a F u n d a lite- . bot< 1 neli 1 <••!• l a v e . O d e f e i t o do p r i m e i r o g r u - n a T o r a s . A tontos o^ rtnutorev, m -
Ora, é j u s ' m i e i . laao q w M03 " Q u a n t o á m o r a l s e x u a l , os P i g -
r á r i a . C o n s e l h o s tendeu- f o r ç a , d e s f i a n d o O IOU r o s á r i o p o é o d e f e i t o oci'l. nt.il Na h o r i s a n l o doota sua t o r r o , r h t s i v e Agoslinl>o e T o m a * de
orava. mt-UH i g n o r a m c o m p l e t a m e n t e a s
m e n i n a d a s e r e l e p e dc CotagttO rdaco do e u l p a a . L i t e r a t o b r a s i - d a d Pinheiro, de cem braços cru Vmino \' faronaa nula dc P i o
superioridade. Mentalidade d e p r a v a ç õ e » q u e e n c o n t r a m o s em
»es. T o d a css.i confusTn
comadrismo, de quem a n i n a i
leiro e UM sino o QUO ele è: oi-
tenta a 1 Inco p o r c e n t o I g n o r a n -
dc c o m p a n h i a do s e g u r o s . N ã o * • a t r o s povos".
i o d o s mi a / u i d " céu, a p a r e c e u *
lhe L-omo t U i n e n l o ideal c í i g u -
VII. E m f i m , A rlrMitrin» d a fgrejg
de n n c l.xlo porter l e m n o r n l e m a -
O r a , q u e m se b a b a d i a n t e d o s rpreeilde CJUS O h o i i a i n d e s d e Mas o p r ó p r i o cnefe d 1 eocota Mas o r e v e r e n d o S c b u m a c k e r iivo d a bolosa p a n o r â m i c a pa- na de Deus, que nele rtrmpre oa
i,.>. C o n f u n d e t u d o . 0 1 doi- q u e d e i x o u • a r v o r e , c t n h u i i e - dc Viena, o famooo d i r e t o r J e DUO e s t e v e de f a d o entre os
p a s l i i h e s c r e t i n o s dc BrochOTOl xei p r o v a d o . B e inútil, ciuno r a n a e n s e ; e m a i s t a r d e coroo s i m seus d e s í g n i o s , Rehemnrlo-ao c o n -
— arte de Saint Salpica, como COU p o d e r o s a m e n t e . A pTOVO e s - "Anlhropos". o padre ScbltÜdt P i g m e u s , vem 1 a o a eve o s e - bolo do orna I r t e sq; toe t o n a , iim- tra a a u t o r i d a d e r-rril e p r e g a n -
c o n t i n u o g p< r g u n t a r M N o u s a r a t a r coisa n i e l l a u . Num g u i n t e : "Oa eaaaaa ssoaea *ão g«-
d i s s e m u i t o bem F o s c a Oneni • oin c e n t e n u s e m e s m o p o t e n t a da n o l u ç o o do o d e s r e s p e i t o As mtm leis. sua
• roaultoo p a r a noa da pendtn .ido n.i "Expoali io Vali r n l m e n t e naonagaraoo afao <>* ve*
d e s t a c a , n a ex|x>sição dc A n i t a . m i l h a r e s de c i t a ç õ e s p o n d o e m e s p i r i t u a l <|i"' oo^il so reverendi^simfi s r rehela contra
de Vi le M o d e r n a ? Mi.-.oc-.", enfiou a Bi -I- lhoft lobon d a f l o r e s t a , e s t e s , t i -
o q u e nela h a v i a de r u i m , o Lá- v a l o r .1 a g i l i d a d e m o n t a i 1 1 su- e n v o l v e n d o . B RO m o t i v o 1'inlui- o e s p i r i t o da sua p r ó p r i a v e t a .
N ã o gostei] | " ' ! i tu, d a s a r n a r - sil i n l e i r i n h o n o ciclo pi| Ide! v e r a m t a n t a o c o a U o de a b a v r v a i
z a r o . (JiM-m b a r a l h a morn- perioridade moral dos homens 111 ele c o n c e b e u i o d o u m den- Maa v e j a m JdNvro a d i f e r e , r a .
• M a r i o pòz DO seu m m qUC n u n c a p e r i h r a m O 1 K com uma leviandade mrri'.ei a vida em t o r n o delea e de a p r a -
com aMgOriCO a s n e i r a gTOeaa i|tic e n v o l v i i m n l o de a r t e 0JUO i c l l c t e Bmnjuanto o i r m ã o d o s r . V i r g í -
fez, e m t e m p o , a s delicia-- de S g a u . M i n g a o D&O q u e r e m o s , Ma- m a i o . Veja-se e s t a rOSPOeta 00 n u m h o m e m cuja honestidade t i c a r , q u e de p r e f e r e m
i-in pnJcro f o r m a do b e l o t a a nrrva lio M a u r í c i o p r e g a n m o r r u / a -
P a u l o . Ujuem rtt\0 s a b e c r i t i c o d e no. QuaremOS amor. A q u e l e u m gru[K> dc p i g m e u s d o l a g o .ida. a l t e - ritlcm pela filosofia de S a l o m ã o
p a r a " r u t u r a es- da c o n t r a a s instifiiições rapo-
profissão e m b o r a , o q u e seja a m o r gostoaissu] 1 i onvilo insisleiile do rnou que DCOSO Ciclo, .1 laimli.i é n a velhice do ( entro
piritual da terra paranaenav. lilií a n a s . nos.so s a n t o p a d r i n h o
g r a n d e rOOllaOM am |JIII1IH;I. I toa DOJ aartrofci d o C A P O MA- m i s s i o n á r i o S c l m m a c k e r p a r a «jue n w n o g a m a , ofto ha aaanbra do Africano - M e m ó r i a lida na Se- C o m o o Duco c o n c e b e u u m a no- p a d r e r t e c r o di* o seRuinla
a r t e s p l á s t i c a s nem de m u s í ' a e m a n a I n t e r n a c i o n a l de C i m d n g i a
C H A D O . Mas lera o i n c e n s o d o se a p r o j ü m o a • Visauna c o l u n a p a r a a A r q i u l c t u - ( " J o r n a l d o C o m m e r e i n " . d o H#>
•eoneto p o r , s s í > a p a t a d a d e e l o - Macaco DOO dabui a n o r o o t a l b r i l h a uma " a a s e n c l a compleu R e l i g i o s a . Milão — S e t e m b r o — 1.1, asafan chV, de lífl d e mnt-co d e s t r a n o l :
c o r o d e S a n t a E f i g e n i a . Com a N 10 deaxa DMomol de canibalismo!"
g i a r um p t n t a m o n o s p e n s a n d o . ir a 11.:>• " O r o a a m e n t n raHaTfruw c uni sa-
que o d e b o c h a v a . Q a c m se I U U I I - p i m e n t a de MAC1 N \ 1 > L \ , com (i o u t r o g r u p o A s i n i s t r o : m a - O protesto dos anl. <Juem foi q u e m e n t i u ? cramento Indispensável, mas o
fostodo a a s i g n i f i c a ç ã o <lo l'i-
jfaa do i m i t a r Hilae c Vicente do q u e i m o u os b e l c c a gu- Dipula •* e t n o g i afia, tonrit 1 a dc São P a u l o (som a u t o r i d a d e al- nhi Ira -\-i sua b 1 n t o civil é • iri e a seant*
g u m a DOS c í r c u l o s e r u d i t o i fira PORONOMINARE
('..o v a l h o , o q u e t e m o s do petof losos da S a n t a M a d r e I g r e j a . .. to m-.lslii motivos arquiletunicis lealmente ranço do hmrilfa. N ã o a b e n ç o a
n a Boaaa p o e s i a . Quem n ã o se en- e m p r o v a r q u e os p i g m e u s for- aqui modestamente lavrado Mas • ; q u e m ruio c a s e p r i m e i r o no c i -
v e r n o u h a d c c b a m a r do i n f a l í v e l , I \ \ l I N DA R E ' m a m o m a i s a n t i g a ciclo b b t o - a l é m do p r o t e s t o fica é a r a i v a A n o 375 d a d c a b i t i e t o d o fafcpu vil." O n o s s o p a d r i n h o , Mu saV
d e se v e r g u i n d a d o a alturas Bata t e m e r á r i a a i m p o r t a n t e
r i e o c u l t u r a l d a h u m a n i d a d e aca- Sardinha rorentd d o m a n o dc Draaanca,
c o n c e p ç ã o a r t i s t í c o i etb
UOS DOO se p e n s e QUO a "Uu>- r o n r i n h a , c o m o se vê, fl p a s s o s
os incompreendido! A Revista de Antropofagia protesta contra qualquer manifestação l i a r u i " aao c "modernibla": o tarsos para n nntrooofagia
v i r a — e nílo l o n e e — em q u e
r>ia
. df-, AI> a n t a i a
p r e t e n d i d a i n t e l e t u a l a o b a r d o c a b e l e i r a F r a n c i s c o V i l l a e s p e s a q u e a Es- Maeliado l a d v o g a n o Cível e 00 A so c o m e r n • . | "iii-
ti v a t c M e n o t l i Del Pi AJll MUI mli o uiii.i .1 P o t t J c r u n c ) , a s s i n a nin s u b u t a n c i u w i Ifo, c p r o n t o . O c«iníIíto e n t r e o
s o n e t e i r o P r o n c l s i o Vfllaeaposa e M o r t a de Don J o ã o panha de hoje e a Europa de hoje repelem c o m o um monstrengo lamu- lenta sin mm.inisMin rr-,icinrtnrio r n r >. ti-
p a s s a r a m o d o m i n g o p a s s a d o ora — Esao és dei g r a n J u n q u e l r o , d i c o n c i a d a m a s s a l a l n í a inodor a t 3 o h m s i l r i r a alii e s t a e s h i t ç a -
S a n t o s n u m BOCegadO r e g a b o f e don I'i< rioso e i n f e l i z . N ã o s e r á n a A m e r i c a d e h o j e — a n ã o ser n a c r e t i n i c e Ia, em 19'J.H. Ini|mgiKiçóe.s, rlo- P r e p a r e m o s o m a x i l a r p a r a a
p a s s a d l s t a . P u d e r a I M e n o t t i , for- — N ó és v e r d a d , Don QbJquI dal O s i n d i c o é c a m a s n - m n s t l g o O u e o htt.n v n e s e r iros-
ç a d o .1 a d e r i r á o f e n s i v a m o d e r - t o ' i-'ui vo que Io I m b e n M ' coerente que também existe por cá — que esse desmentalizado poderá tOU\
da, r a c h a O c r e d i t o . . .
n a , sem o q u e p e r d e r i a 11 sua si- tou " i a oi - • e n c o n t r a r a s i l o e f e s t a s . V i l l a e s p e s a n ã o s i g n i f i c a c o i s a n e n h u m a n a Es- CORAINH4
Hi ns o lonba am soa s a n t a
t u a ç ã o , i n s u s t e n t á v e l com a xa- : és dal g r a n J ú l i o Dan
g u a j d a . i> r. Odlfan
ropada do Vaca Mulato", ha tas, !)(,n Li. I Dia ' panha e muito menos no mundo moderno. Nós m e s m o s já estamos N e g r i O (pio, na sua " N u i t e Hi a-
DSÚltOS a n o s qUfl n ã o ach.iva um — N o éa verd id, Don < hi<iui-
D Io li m i o o n d e c h o r a r a sua t o ! N o és •. a r d o d ! cheios e fartos de poetasiros do gênero D e s g r a ç a d o . Porque então não siUn.i", mostra certa vtrtuoai 0 olbfnho de Roma
I iiltiennc de Almeida. A p a r e c e u na s e ç ã o livre d o
a l e x a n d r i n i c e i t a l o - m i n e t r a - Vil- Bagas de suor poético caiam Bmflm, a m a t é r i a p a g a é m u i -
d e s e n t e r r a r a o s s a d a m a g n í f i c a d o sr. C a s s i a n o R i c a r d o ? " D i á r i o da N o i t e " u m m a n i f e s t o
Ia. s p e s 1 caiu d o ceu- F"oi u m a d a s d u a s r a b o c a s a u r e o l a d a a . D e » t o m a i s i n t e r e s s a n t e e »s enraaV
forra! poloraan-as ali nsesmo, DO caos, litero-politieo-pcroliico as-sísna-
b o n i t a s du P a r a n á s."' unia d o por almins meinheos dn colô-
11,,< m <••• <• !• d dc Ia Poo* aaneiras metrificadas loaurOí c o m o d i r i a o sr Mu nia italiana desta capital. Cheio
M.I, Don C n i q u i t o l
— E ' s e t e r n a . DOU PI
— Que a c h a DOtod d e e s t o s ter-
do v a s t o MOjultol d e c a d a u m .
Depois
—
•
E a o
trocaram
r a Don P i
cabidos
c c h i a ?
dis- berro Sabjectivismo —
c â n d i d o sr. M o t í a F i l h o
0 iie A n d r a d e .
ODJUAVU
de insulto-, ao BrosN » ;ios bsoot*
t r i r o s . E nos Bfneaçítn<lo c o m u r a
Mtissrdini-miRnon. ( O u e mo4lcs-
ribles modernistas?
8e um caUchrtma telurko nio noa tulçoea aocleturlaa em pleno e írago- confunde tudo. Depois n a l ) Vejo s r a p a z i a d a m i e m e v
Indibiduos peligroooal Unos
d i á b o l o s , Don P i c c h i a ! P r a d B
— A o r a . . . vamos a procurar
n u e s t r o e r m a n o M a r t i m - P i i e n t e s dér cabo do costado. \>< •, roao desmoronamento. PORQUE COMO mo d e p o i s d a lição g o s t o s a do
para n o s r a d f a r m o n o a o l r a v o i l de#Unai;Ao hletorico-cosmlca, Mrcmoa Nto iimla oa burladorea du noaao acha tudo confuso. Que " P t c c o l o " o fase ismo insiste eiu
m o s d l c é r q u e va a d e r i m o s ! em futars próximo um poro «uilnciiic. ideal da asceneflo para o prorreaso! 111 bldiO é QUO cru s ã o . O í n d i o estender ate nos as suas dct.cis
— Ya Io s é ! Ya Io s é ! D o n culpa temos n ó s ? c ijin aro iK.mcm. O i n d i o é q u e
B tomai am m o boi d i . Moa podetnoa fuwr que alnd» em Chicote com eiea! Nada de confiança e o Doaao m o d e l o ) .
g a r r a s . P ã o n e l e l PAo n e l e !
Chlquitol
1,1 I L H F K M i : l » \ rORRB mula brevea anoa noa toque, no con- noa barblchas Inaolanlcs e lni[>rtlci- o Indio n ã o linha p o l u í a , n ê e MENEL1K.
— Me d i g a u s l e d u n s o n c l i j o ,
DK M A R F I M Unentc e nu mundo, um doa taeapea áoa que Incapaaea d'outras fumjAea, a monogamia linli i n e a l i a i n e n l o s . n e m m o l é s - o m o r t o s e m p r e vivo
Don Piciluri' • poteiroa gotanuuni-ntaM!
mala peaadoa com que eonaorvemoa \ .10 da propriedade t i a s n e r v o s a s , n e m dotegOCia de
H iioiisoa "bona amigoa" Nada da CKperanças noa grltadores a a vontade de sua tranemlaa&o aos o r n a m social, nora v T g o n h a i k
|. . , I. ! • ' • ! M •• i I ...
revista de antropofa-
t u r f Não perdem por esperar MO MM aoarav bem ad de-
aejum comer blfea <tn noaaa carne. •Oatr dl !•• i fS • a
.ar» do aabloa Boa-
palhaços
nu ver.lade. o poder que.
I • monngitmla como guriaii-
l u a r p a l i a d o , nem luta d e c l a s -
ses, nem I ícaSi nem gia
II.1 um M u i o - d e A n d r a d e no nt dágua? • i.-irue legítimos e a llmlta- RQV I , I bo a, n< in v o t o s o c r r t u ,
1 Un* rupaOOS a g i t a d a s d n b a i r r o íris. da professores tniparhadoa de
• São P a u l o . diz O caboclo amatonlcii çAo destes a progenle atual do caaal.' m u i se u f a n a v a d o B r a s i l , noto
O u t r o n o n o r t e . Do I de S a n t a Cecília MI Mimam os
como o diabo. A lei do tacape è um besteiras arqueoloRlcus, de Intelvluaea - MUltGAN. 6.' n u m e r o
a r i s t o c r a t a , nem I
Mario dc A n d r a d e d o sul ê neuf» i n s t i n t o s no c x e m c o i •OSSO- (fito. ti quem uirrcRi» o mais lorM ' vagabundt'S. atai baformadoa do pouco "A l o n n a i m l l «ào aparece, pois, de (Órgão da antropo-
nal d a l i t e r a t u r a r o l ó l i e n . V. n o s que sol'' nem ChUHH
poeta modernista. o mais UaOSBOi o BHriS c. ira, a muis modo alga P o r q u e sei ftl
O d a q u i l a m b a m é p o e t a m o - a t a r a m p o r q u e n o s BlOStr OSSOS capoelrn, u que b«t>c a mllhor piui{H Neceaaltiunos de gente em tudo nova. . 111 i 1 mu O i n d i o n i o ora m o n o g a m o , fagia brasileira
e s q u e c i d o s " d o q u a n t o f i z e r a m a mastiga o mllliur cunluin nova, novlaalmat Nova d« Idade porque ilier. e multo menus airm
•
?
os clássicos terra, 04 Io homem novo. Nada gostoso, levando á vida brasilei nunicado, "II Piccok»'
DEUS. bhGÜNDO ÜM de c o m u n h ã o cora o i n t r u s o . N ã o . ra — o bom principio d
da, tão-somente
ihtrusos.
pela psyche dos
landi outras coisas
da antropofagia MI o s p r o p i loa e l e m e n t o s Porque, m ssa nova filosofia. uma beleza, ti i XIX.
CATÓLICO Foi Oliveira Martins n o M U
d a t e r r a ela a c h o u s e n e l e m e n t o . " q u e n ã o foi i n v e n t a d a , .Nem im-
I I ( l l l l • I
» 1 o q atro par de ra "Non vogli oalircii
"Dens é como o caçador
século o mais Inteligente escri-
de hin- q u i n d i . pi r it " p s i u d o m u M " . che,
que levanta a pisla a esprei- i enda media annual in ogni modo potrebbe
tor p o r t u g u ê s , O m a i o r h i s t o r i a
ta a prosa á beira d a estra-
d o r de P o r t u g a l . Aquele q u e me-
A irará disse para o corupira que não comesse gente que era quinze brasiUanl ite A
da. Ele sabe por onde pas- falai a sihih quali, i i esp
Bam noBKos t r i s t e s c o r p o s . l h o r c o m p r e i n d e u . Viu o B r a s i l
Ble d i s s e ;
feio. Comesse mel. Mel era muito mais gostoso que gente. ralgare alia lo-
Observa U manadas d o r e - lera de r o JUÍti, saprebhei i i
b a n h o h u m a n o que seus ins- "A antropofagia aparece O curupira respondeu: revolucionai Io t B tome. brasilianl e non ctiopi."
tinto» guiam «B meemos h o -
ras, pelos mesmos atalhoa,
um m o m e n t o da evolução men-
tal d o h o m e m , e x p r i m i n d o a p r i -
—Não estou acostumado. Porque B 1 fellã. I ' o r q u e esse i n s u l t o i\ raça n e -
• nobre e t i o
para o s mesmos p r a z e r e s . m e i r a d e f i n i ç ã o d o s sentii Ida fll ' I aitra qualquer ?
Deus é paciente e sabe aon- • 11 OS. D e m o n s t r a jã um ele-
santo oficio
de a t i r a r o laço p a r a estran-
gular a besta."
cidade morai.
e provém exclusivamente de ura SORTEIO MILITAR antropofagico COMUNICADO sente.
A sistemas de ai
nh. ra d o s a n g u e
têm nas veli
africano q u e
movimento da inteligência, A re- Na ultima reunião dos 7 cava- letivas veiu reduzir-se o ím até Se o r g u l h a m dl le. 0
FRANÇOIS MAL" RI AC 0 natural deu-se qm.ndo OFFICIAL DA ACADE- negro contribuiu honra lamenta
de herbívoro o homem se tornou leiros da Antropofagia foram to- brandura MIA PAULISTA i grandeza •
carnívoro; a o 1 anibalismo, atin- impor- Ca. A m ã e p r e t a esl
SEÇÃO DE PEQUENOS - gido a "sobre
b i d o OJUe p o r t e m o r s e h ã o dl
DE LETRAS ise in-
1 ia para n o r g a n i s m o ' a carne
Procedeu-se, como de praxe, '< v m a i s do q u e p o r i i m o r "
resposta aos anjinhos lUtil, injusto e i n o p o r t u n o *
ANÚNCIOS das rezes a a dos bi mena 6 uma
1 a mesma carne. entre os presentes, a eleição pa- Padre José d e Anchieta,
Os acadêmicos da exlimla
n com Ni o desejo alimentar polemi-
lavra ao " O u t r o Q -
rurldoa de bancar o l ca com os rapa/es I
" D e v o r a r o seu s e m e l h a n l e , c ra dln •
d o da historia MKMELIK.
Brevemente um iiiiu que provém da mez de 1 d o s j e s u í t a s n o b r a s i l . A. naquele capitulo do Lázaro, só O morto que nao m u r r e a .
Ileilliqiies I I tados do bain o d( !
MALDITO CLERO de Imanencia da 1
homem nos
A bola p r e t a 1 re O ca-
. e da v a l e i r o n u m e r o 7, J a y r a e A d o u r sinceridade
ielra que viça a p a ciência d o Toninho
g r a n d e elegi ia de sen- memhros.
(Tango) transferencia dessi tnara, que jurou bandeira, nossos d e enviaram para um terreno in{
I tachado nâ.. gostou
absorpção delles. comprar 1» i go a o
Iltivel q u e pela | | • ntinua firme guinto lis ele.
,reul.ii
por Mario Pinto Serva i a r a m o s com a de gO d e s e e i i t.i: Io | ' i r p e t u o
alguma nova funda-
ção; porém, se c o m p r a r e m ai ce apreciação demoi do cai V. c i t o u i m p r o p i i c d a d e s do a u -
CertO c o n f u s a a i n d a , d e I Ia. g n n s faça-se isso e m n u m e d e dueta I RM l i r o u ,-r.io
uma p o t ê n c i a , o u d e u m a alui 1 "Reuo ira tra- 10 no exame de Sei ->cia l*cnl-
devastação • o é por Antes d e encerrados os traba- I du c o m p a n h i a , q i e
Uiros c d e segredo,
tar de importantes BSSUmptoS
•
II s r . M a r i o de Al
l h o s o r g a n i z o u - s e uma c o l i d a Bffl que dizem respeito ã Ac. lante d • nfio diz na.ia i ihre a
para que melhor resplami Paulista de Letras, os acadêmi-
v e u . o u t r o d i a , <|ue q u a n d o vê em matéria a espirito, que o ho- favor d mausoléu que "('...: i 'o estabeleci-
e l e f a n t e fica com " i r o n i a t á c t i l " mem 1 nte, 1 1 cos (ainda vivos a n ; Não diz se a o : entaçao
«• com vontade de diser 'quara- r a n d o de si no Ri- para seguida para e ostado a « rae-
é verdade que nas doutrui cardo, obra piedosa pn "N5o se ampenhi m os nossos ente o sr. A Padre urbano "\ 111 Ihui • do crlminose, esià de ac-
quaqua". e m fim nas ci-
Barbaridade! Nem elef 1 piritualistaa dos Ciedade p r o t e t o r a di lusidico e poel • ii o p r o g r e s s o iclti-,1 d «
requintada transformaçi mães. d a d e s opinei ' Augusto
c o m p a n h i a n e s t a pai >> < i m i t a r a Deodor • lata,
. que já no A sua
UM QUE SK DEFENDE dualismo realista das religiões MU c e r t e / a o s t r o b a >
o derradeiro momento Jesus I r Nosso que
Os trabalhos da primeira re- o belga Venraeck, p o r
1 oncepeão sobre qi átos oficiaes morava outros porque sinia ' basal
enferrujado íviliza- logares grandes, a nos pequenos a discussão parou durante o es-
0 s r . p r e s i d e n t e do F.stado o r - STÍ e s l a v a c o m o d e p a s s a i
dre procurou ii c o n f o r t a w e l m e n t e , o d e -
putado \ / e v e d o L i m a . dl trrrnV tudo da OOm i não linqüente durante o pffiod I n e
"Como negar, pois, que o ca- d e n o u a o " C o r r e i o Pau li conveniência da rest expedi I iro de sua pena. Sabe i-cinto n^ss, «*-
pois d ite ã renuncii Mais a r t i g o s
mie IIK fez o Bloco Operário e nibalii (ativamente um "Cuidem muito em
bre o movi- /is viuvas, principalmente ri n da e esquecida da memoi
iS ha tanto tempo 1 debita s u n n i t o , um g a b i n e t e d e p s > c h o -
Camponês, voton o passo enorme andado na evolu- ' n s Ofticii". r uliL
QTal d o h o m e m , — mento verdamarelo. E o u t r a s coisas mais."
Clinica eleitoral ú l i t c r a l i , : .
hi nnscem a s religiões'/ Ainda Dessa resolução I m devida- mssas necessidades; porque com i ida".
los R( I M i sai '• o pi of. .li i i c n e s
Irando as suas habilidades num hoje a antropofagia é um rito mente notificados o Sen 1 — A
das <• so- : BCN o papá <• i i " i d o i
vespertino daqui.
Outro dia, 1 1 lamen- e n t r e S e l v a g e n s (sic) n o s s o s c o n - Salgado, mas, ainda que seja por violen- • do obediência que tetras jurij , as •
Plínio R i c a r d o e Cassiano Del devião ás Constituiçoens apos- loa n o DOM
tar descobriu que n antropofa- t e m p o r â n e o s : d e v o r a r o i n i m i g o Piccbia. i m, lambem Inventados. — Esses viajantes sio de uma
gia como o supra realismo é uma l é p a r a e l l e s c o m m u n g a r ; tólicas, contii , a fa-
ria...
mistificação de sujeitos sern ta- parte do corpo tem vírtudi 1 ta M o n i t a , "
Do A ç o u g u c .
ARlSTIDIiS SU.VA
lento e que se encontraria muitu s u a s : o c o r a ç ã o t r i n c a d o d á - l h e s cores,
poema antropofagico ou supra a força, o urague bebido conser- expediente en Io .ias companbl perfídia in de-
lii as Manusi i ItO l a t i n o en fora d o t e m p l o reprehea-
' ••" tas no nosplcli 1 a vida, e o s olhos
da Do sr. Yan de \
A afirmação é banal, mas ser- lidos augmenta-lhes a pei contrado ei recebemos a seguinte carta anô- perniciosa • 'lenlro
re para tomar a dis'aneu que cia." (Antropologia, 118, 2." adi- revista de antropofa- nima: - s.ia.s
yqe entre as rabricaa de São ção) . bliolecarie d "Com idamol-o a continuar cha- tas lamentáveis tran bal ÇOraS r e l i g i o s a s e c uno
Chrtstovão ao palácio Tiradentes. gia olução". mando o sr. Alcantai a di I n te l \ i D não sn
onde hn um lognrzinho para os sacrifício
a XVII Io e e „ p e i n In leti i- -le-
mistificadorea de talento" do PORQUE COMO "o visitador tinha ordens 11
incipia
a con- "Sola iludo Pastoralis OfficiL" e c n u i h i o , c o m o SC p r a -
operaria (Órgão da antropo- q u e Iodos os a n o s a n d a s s e m d o i s conter o antropofa > lendo
I 1 a, sêo doutor, não é cora re- fagia brasileira padres assu da
ceitas grátis e berros cheios de Estamos bem no mundo qui car em di sobriga como si iu ?
i Amei ira e Afric i, paia
Imunidade* que se fazem as re- dirá no eco ao pé de Deusl
aa quaea tampouco nãu
de letras) na Bahia, li e ao rORQl ,I:M IDA" .... Re s dl-
m e s m o t e m p o jesuitie.i era idoa,
esperam em Deus. (Cantiga do çairé) ivam esmolas :,, s , m u s logaraa faa*
director do mez: i lia nu
ANTROPOl \ ici Pro\ ni' •
nhifl de Jesus ncsl e as
i -i M iiuai \ Inbara com os cofri - " N o s t r a n s p o r t e s d o a m o r hu-
comunicado oficial da "Antropofagia" ADOUR pesadi abarrotada mano, quem n ã o sabe q u e os
i ns di lies lojas d e ,:>pr-
amantes se • ornem, se de mettidas, pai . Uutros li itj.. .im
dos produtos d a gl reduzii liem os nego<*iantes pociesiastioaa,
Num pail CUltO si pia tomado p o r troça O comentário pudi- 7." numero crendice dos devotos". quizei ara incoi das sua de quem os Sagradas Caarti ^ a
hiindo de certos fornaea do Rio 1 propósito do alarma freudiano os m o d o s e, COmO dÍZÍ8 0 pOOtO,
dO Viga 1 II c o n t r a 11 s i m p l e s e x i h i ç á o e m m.iillol d a s ( 2 / dentição). An. ales Lillernrii I
escrita em latira por vários tirar, até o im os dentes ,' i
que couber nas nossas debeis .mi cs
.nu dei
m.muao f ticlr
M 0 Q U E M lampeão-antropofago
V. CAFEZINHO
revista de antropofagia " n â o pense que lâ aviso o dia da nós aa eweeettrar
q u a n d o você n i o c a p a r a r e u c h a g o "
• lalso ÓRGÃO DA ANTROPOFAGIA BRASILEIRA DE LETRAS
aaadernismo, rotfto Unhamos e "inda lé encontrando rezando n i o poaaa doe paru ar
a l e 0< ii mana Director do mez: Jayme Adour da Câmara
•alenta na < de AI ti
» a s .1 co. Porque a •
ndrade I
de. i reio que nem í SOBRE A ANTROPOFAGIA tanto i d
ibera soam m o d e r m . ir
muda de i d e a s i uin u m a
i l i d a d e . .Sei i o neo-indianismo de hoje abandonou todo ro- r. (I ir dus seus 1
.1 ll:\ mes- nlreiras, pa«.
ante- mantismo indiano para chegar ao puro realismo in- mo I atl hojl numa mn a
uni pio deram sobre o i orreaae doa
pi rlor, dianista, com a preocupação máxima de desidilisar, principi
tranqüilo, poi lodo a n undo do q
de despopeisar os nossos Índios e olhal-os como são
i... êle Sen alld ii •i humil r.sao. e, tiui-
ndo ou ou deviam ter sido antes da catequese e da con- i ordem pa
MUM.Í. JOSÉ" MARIA. i com as aa
fingindi de quasi lo- quista. conquistas da l i b e r d a d e cristã a
11te d e g r a n d e I
te, ora •Ia \ i -
atianasta iio dever
iutro. No D» Tristõo de Athayde iki material que •
•i'J 1)1. l'A(,l diante da lei, a conciência de n,u«
dernisl é possível faier paciftcaaMsi
I i inteletoal, doa os ateasadaii i
nic tal- ramalhete de flores espirituaes a Familia li humana.1'
intimação ao sr. Azevedo nnho papel lellllin E'
di nte de eoel
l e n d a s , CO* Iniciou I para riu. E a realidade n
Amaral todo o mnnd i Revista do Poder ovimento univi detcnnu
ligidas por Barbosa Rodi de rira- MARX ODJUAYL
Bso i l • AK-ncar, o d "Centro Dora Vital", • U ser o
s r . A z e v e d o A m a r a l a f i n n u i i 0 se-
orglo ' hipcrbol
ira qui m qu lar. está mais próximo do homem natural quem
g n i n t e : " a fibra eficaz e d u r a - Azevedo i tra-
inha modernista, Trisl Republ I l ROY.
balho de aatodar o Indio — e a>
d o u r a d a c i v i l i z a ç ã o (pie s u b s i s t e
JOSaV PIRAGIBB. come caviar com gosto do que quem se abstent de
c que mais tarde váe florescer uita... — não ar- (membro do Instil
i Ia .u ia, de < írto, a a 132). Colej álcool por principio.
MOS esplendei i •!•> Brasil atual Jornalística
é a i ateajai » paciente d
nesse jogo perigoso ai, o interprete da ei Itka * Bernard Shaw
de bobégeni mdl- iii' nli i aa. i 'icou i i <
| ro, na Bélgica, an- NÜO e menus M l d a i l e que a
t o l a p e l o gl talento. 0 mal doa o, todo muna • industria, n
Hahoi de Lo li . infamei I a juventude miilln ii s. .!•
Ora, logo adiantei o i. Ase* dia MI '.' o sr. Amaral
assunto e nfl i li re dé mental, i •• '• t ao lati
ndi ncia doa "aterii 11", oi gai li i s, f o r a DO próximo numero da revista expediente
* .iu Amaral afirma também — dele.como I" lamentável! Intira
para 0 penetra Cin do lar, am papel di cislvo .
l da Sttl IIÍ sal d
da
éle alarma terap1 — que o In- pois, a volumi so lornallsta a mu do üi a-.il pi 11 revelação Integral Imcnte
*M) fl I
dar de assunto. A nfia i dos Interes- inomt- B menu revista de antropofa»
118). o papa verde
fexad< i
Lkru a catequese." Perguntamos,
0 sujei a du índio. quanto d..; medii eii . Me-
teu todos oa ínovadi
o padrasto «b gia
xos. B' evidente que e i
e n t ã o : o n d e ficOU •> gênil P1RIPIPI, mu piai [ J , di Plgt
surdo considerar absoluta minas) (2/ dentição).
•aior dos filhos de Loyobi í lias n a l u i ' n t r . C u n e o r d u i i COTO P l l a l o tenazmente 1:1.ei I.I
a s r . AaavadO A m a r a l coméle Sal".i '
ma gl
ar a [erma roma-
8." numero
» i n d a , n o seu l o n g o opinião de u m primeiro iulgaraenla do
nald de I lai i ilho, 11 JOSK' OITICICA. no antiga, ou grei i
aoaitos
doáveis. Por •
iin.nle imper-
d e p u t a d o , da lo- (pag. B96). oriental te II Santa Oficio Intropol (Órgão da antropo-
r e f e r e á í "i Kti a o r d i n á i I "s.ni dtn Ida, • dei i pernb iiental Drasili Ira, que sé (Da "'' Centra gando ás outras, constitui fagia brasileira
caldadi foram - > "l l
histeria Ânii u di dea BREVE
autor de letras)
(Aicncai i Goncalvea Di dana a ra tun envolvimento.
tempo O 1í> de mn
n b a r . d e l u t a r p.n a I II m. in MARX desconhei Ido deahnnbrarl o
l o a a i I! nvldo
ntra o Br >sii pala. i director do mez:
r e s <la religioso, como pr< i nno. Passado n |
•oati ri
rido i
novo, o Bra U
erro grave aldo Ferrai
ADOUR
a i i i " \ li i,u de ittii di cot io ou a nenl
r a s de u m a l
o mali
ini i
i ou-, i odos os don ingos
V i: correspondência
indi>
d( i
tomava eu ra ;
u di nental de Pa "Pd • alai provérbios brasileiros: para:
conli • , ,\ illm da-pi Vciu ' ora Vppolinain
inie no p m i , nu "11 h
Geraldo Ferraz
aa l i t c r a t u i u i . liba. Do
ria, sal.ia I.I q u e "i li MI.i." i ifini, m f i li
' i mciilalida-
em a falsa religião, tudo desaparecerá comido lcmaica — o horizonte telepático e o hori- entrevista importante
ligo, analfabeto co- por nós com a maior ferocidade gill pi '
zonte de pedrada — introversão e exogamia sobre o caso do
, aroentam se.
le outros?] ti Se enganam os que pensam que real, I» I gcm-Se. As levas d e 1. — Nâo lia du\ ida que o eom- tenebroso
I . untra sómi nte os abusos is; ainda em nos-
o dito regimento da santa ins i cidental. * Ifand lomina tudo. Nem nunca
ca. introversão Exogamia, eis E m frente da I g r e j a d e .Santo
di.una Antônio que ia; casamento o
tituição detenninova que "os in- dela. 1.1. ni'! • mármore de j o r n a l i s t a me falou ohre o caso
So tivessem ordena- A antropol um de- tida que sen- onde o bispo, i que o pesquia
timos e u .<• cumpre conservar, lu de negros que em- volun- olvido nas
•
quando tudo estava perdi- o índio filho de Mai 0 Vianna brasileiro, bui i ria.
dade".
do, foi que compreendeu o seu mdio i mão do • bem j a n t a d o ,
e r r o . Kl..- cbegOU a o s l u m p s da Indio degradado p( Ia catequese, mente
" 0 frade que apresentasse de qui l o m b o s , com os ri ' BERRO N. 3
mais negligente i m u n d o n o s Para ai perceber i ihães, opomos o canibal q Inol... ..ins rapnaelhos d*ge»hnr,uo
s e u s v e s t i d o s , q u e tivesse em me- n á r a e v o l t a r em mai vorou o cateciamo meioa li. a-reint poll'x-a,
i n ã o é m a i s Hana Stadcn que ni policial, reimorea -w un-
oos conta a limpeza do corpo,
e s t a v a em c a m i n h o d e s e r c a n o - pos iva). (» mdio, entretan
nisado. ajraduando-ae — co
ereve Balthazar Telles, chronista
cou na v i d a . N ã o se ufastuii d e l a .
i sobrenatural ao
porque i O m d i o mi. antropófago A LIGA PELA MORALIDADE curos. an
> lheatroa l li.>«« de «Jubas
td#a em ai 1.9-
mnnilaino ae-
tuiiata. cntslgandu a
N ã o t e n h o de m i m vi II i\ ( 01 .ADORAÇÃO D E F A H K ) l . t / . PARA A I A DE desça de « u d i n u o r
da Companhia — "em rnortifioa- ai i.e
ção e despreso do curpo". ANTROPOFAGIA")
outras ilanmç. i m d o
Lopes de Mendonça. DamiSo de nosso principio vem da tempestade, so- l VOU a um i .ItnmoB ao lempo da um do»
unidade:
ri-rsogiii^Ac* aotlrulaa.
uii meloa ol:iri>s e ecoiiltoa da opprea-
Góes e a i n q u i s i ç ã o d e Portugal tonü de i loã|a do
IS59. mos valentes como o estrondo do céo. inamba qui i -preaaOes vio-
oomo boa
JüAü RIBF1KO ulllada dl ae Muasollni,
K foi essa a m o r a l q u e O d t S - De todos os modos vulgares de
oento e a catequese noa
trouxeram. Na antropofagia, ho- se subtrair ao estudo d SERVIÇO ECLESIÁSTICO antigüidades
• • |
•• velhos * 5u-
ii>> ociden e nos dei (Stuart Mill). ndo pelo Triangnlo aama i i.«r-
as talas mais compridas, pti • elegantl ha d e a r r u a r ,
Por
i lamen- .atnvuro com a
te o 0| que a a n l r o p ' pelas ru no joelho e punhos • bacalháo de (|(M
>nmos condenar a Ignorância; comemorar o anivei na 'ipi- as veies
.nu a intel Sardinha (Ju-
Noa vamos condenar a h nho) resolvemos Ira
•da; êli ira a sinceri- cer as sidos. 0 gaiolinha di ao de
breve a i le M i< unai Io ae dirigia para a
dade. > óa vamos con li n
dogma I n lifil Í0 d e q u e m n l a mi iti >ta i" da oi I da ara. marqueza de 3an(<
:-.imi o fabetismo poético d< l d.-, porém, foi informado de que
mais dois santos iqnlst i in alar dei u r a da •
fisíci». Por Isso uto reconhece t nem t o Miiinl qas nto Unhamos pae- »-ulü s a r p r e o i d e M * « a NpoMaBa,
rudinu n nte, li- menino, na : da tua os andrades médio. (O contrario cativas adesões.
TORE'
u ilqm i 11 • i - 1
IÍ n e l a quusdo verifiquei qu«
| não ha IM P r e g x d v o s o — for-' ''' p o l i t i s s a dar do cerebre. E resu/ev, sem aavperstl-
I r — • mulo n i o tinha nada com a dlreça. I,BO de aenviveu»aannços e aaotlgos.
um bTipalefanada f a l r i c a s , o b a c h a r e l a m t d e fossa. —
I deus W. C Sepultura 98, , M davam A Revista. Pernóstico, pretsnoloao. Urnuraiits, e força Uai iritiva e sj>srura agindo no
i <ü\ Indade UANNIBAL MACII \1)(». Naa poaao poa setaborai »» AacWi (utii. o ba.-l.nrcl s o B r a s i l e s t a d a dl sentido fUfl hoasesM se imasandor<m
U g t c a . N a o püi-tie-jrf. a o cs relto de povsa superclvlllsadas. «atar entre st s anesrv fosalvei. ata a Bata
impressões d a dansa típica dos índios carijós lynwirn tejo. lado de espirito m d l o s conai>i.-io cts s a o radicalmente Inadaplavsla aqui
um fino e outro grosso, o mocambo e o poeta atlflaa, c a d a nro d e c i d i r a p o r s i . O m s s responsáveis sela nossa desanima
-Ia. E s t u d a e n g e n h a r »
Concluindo. A f i a
atgo e o e a i
fazem alvoroço O"\h•• k possa-
iii: M\;:s
0 DE PU u
PEREIRA)
João D o r n a s f u n d o u o w M U a a w CUJO d s palzes q u s prochuem ferro •
'o e a b a n d o n a m o s n o s s o s r e c u r s o s q u e
• r o p o f a g l a . ET a aasaqaa
nas mãos do Pagê! 0 R e c i f e , no r u m o d e M a r s e -
lha, o n d e 4 q u a l q u e r c n l s a n o conmi ai per
i f l c l a l aalrA n o d l u 13 d.-ste.
pela tropical a b u n d â n c i a , e s t ã o nos s u
Btoo n a c i o n a l l a a i d o r e s . ovst*Oi o
.-. q u e t c a h a u m a s p e q u e n a s
focando e constrangindo. E psra ler
lado brasileiro, fez o elogio 4 o » o - guntara es v a r i a n t e s , q u s a b a o h s t a r o e a t e n a o nua
Toré... Toré... oambo. Parta elrt por terra, i materíalismo minar o quadro sombrio da nossa
a c t u a l l d a d e : s u b - r a ç a Inferior, p o b r e .
d e s v l a r t o do fim d e s e j a d o , porque e s -
rival q u e . s o b p r e t e j i l o a 4 a « s gando a onça, t anta, i tornos b u s s o l s d o s d e m u i t a v o n t a d e d o
tétlca. um s u j e i t o que s e d l s poeta, I ru trair u futuro, (• I
tamanduá. • •». d o e n t e . I n s l g n i f l r s n í e na
Bambus enfeitados, c o m o o bardo confidente doe | Parte «Irá por ai U que ela dava tar uma eri- e x t e n s ã o t e r r i t o r i a l , d e c l v l l l a a ç a o er
roa e s t r e m e c i m e n t o s d o s a d o l e c e n t e a em montai ias, < m rnalui a piedade de noaaa parte.
cumpridos e ocos, a m i g o s da p e n u m b r a , e o q u a l v i v e
lomlin bolua di ordena eaialenle, aem i I
rada b r u x o l c a n d o nas trevos de um»
•a l.lsde media. — a o s m i n de passa qoatrojsul de minas)
produzem sons roucos e m p r o s a e v e r s o , aa s u a a
maguaa. chegue ao cumulo d s escre
i plrahibaa, das lartaro nu scntii de que ná" deve ra
conae-
d a m o s A S u l s s o s A Bélgica — palaea
us frul bacaxis i.ir o ni:i do nascimento D e r r i é r e Ie-. paraventa d*UTct •ne provi en a r r h e nxwnl .Ia
C.i nVnlaviiit minere Codeui
bem defronta do nlcni-nr. louni' r n o m e s I •* mais ça lul promulmiall une forte nlemporanra, a sohnaa
gritam num n lelle, etc, Sabem n que coequeluche :iii inliq imii-in de savon ni Kmiilron. H • lo <r. lorquala o Silveira ar-
Ieu1 Descobriram que o ntenail englouti Ujnc d'af lui Imporlail |»eu de pnr I raeante:
vmquunto um
I 1 tudinbn iüustre cantor ria Iraeemi é fi f.iius élastiques pour furger des M Irouver smoureua rt*ime midl — Nilo quero <i»t>er oV n a l a .
1
i n a s c i d o n o Ideai sl attendrissoroenl enter- nette blslrée A Poiirourou. II ai sou uni homem elegi
tpie us traia. ntt em Mi prjana B vario re, s. Semestral étall bon | l.iii li Irouver svec un bnuquel i itn I U M I 'Ia
\ minha lerra 1 mais iiiosiri destai bandas do nageur fui ibund, niangcui rie helteraves el rlle l"i aonnnil Silveira nunu !mph?s mmhmça
tqui tudo li 11 di icende dlrectamenle da romme un i erf-volnnl hora de Ia nina-
Si nta iiu iur saiiiiii!i,ui|iH-, 6lan ÍM iiiiiuur^ étnienl Inua a do ile i-i>iii|iii'i ilssofl que Iraeh a
.01110 os vestidos riamo nfto é1 ie cororoe un poil d'éléph II
hu m i n i riii Iu- ile riislanee. I'n |o»ir s'étanl . na senhora essa mesma afirma»
tant, a se servail de son édw R çjo rieaabusadn:
\ i ; i n lO revpllle ile w>n nssoutiisscmeni
.nin.e erhalaa dt ia fausse .ir ,. ••!. -ti .1 fit avec Dr — Sou iim.i mutier álea
romo os dentes RI I • DE HEITOR ALVES fltsDhanaV galantcrie. H na c foiilail
i j i minh Sul Hi > 11 : ia raie q u i n ras de inononiiinú- mol un marlnoe ptatonioiie. i'iii-.|iie a ai iftrin «U» sr. Tornua-
\ l | l l i Iu • 1'nii humoristne favwri. Poui / . p r é * ilix i. ti. Ri^ iu nfto é stantaroa nenlNam de '"'ia
Ie costellas. ronti »rlo! K' pro>
101110 us o l h o s eblouir snn sable ii avoil : mol, i" ienl de
A n a, meloaHea,
Ias minh mer gente que nem s.i iwitrine en signe de < «m itii-ii-.i. rii un rold rhi rftie •!(•
v1n11 o oao Ouakpies fnis ii se promenail vetn tarifaria!
• onduloso Monl Paaeal, blen i<>in <le leara O *r. Torqaatii Tn\*o «In S'l-
como um <|u '1111- KOSIIISO d*une paire de rhausscftes li i relra •' alegre n qankaiiar hnnr,
como dirá IUX talnns et :iux orteils, pnui > i-
fralrhir, se IIÍMII-H. lê sesle de un \A lias. el'e vil M.inloo, et d e s por \iiin fleaaes v|e'os nreulloa
r u berra do Fablo Lui que ninguém salie, de ipn
iqul na Gymnasio fundamna ris llisatínn palmipede li sentaii pamiera. ••nem itoM-onfln. Vendo-se o s r .
i|ue mexem com meu 1 1 n uma Irlbu para agitar « im i pour 1'évojr mnehé des
quando pass i munem diria qoe ele é
\IIUI na minha loria
i de nutra bcures Intertninahles ei en d o 1 o u r um h o m e m nU'«rr. Mns r.
nianeii igla no lemon laver lea dents avec dea huilina
1 muito anil paço. Sã.. Paulo. PAO-llfVLV
1 sói
nfto ti-ui lugar proí brancos
que devem Ir pra lonue
rio Antônio Saltes pra nós
pra lerra que ió l o u
ülgodfto • Bopp amigo,
im recebido a iranamitido prompiameiiie aoa earnl
drama cristão
Ibea mandam por meu Intermédio oa antro- . ,i.i menina facilitaram
S Paulo, Deixando o noivo rom ela, ate irs 11 do noite
d o paraná (curitiba) M.is estotl i lO v e l h o )a para s r r a fiel a n t e n a receptora Ambos sozinhos no cararnanchao.
CASTÜ DB joao oaorr
das ondaa revolucionários que i rradlando por iodos Uma lorde, pela hora da Nnta, den-aa o dlorn+e.
, A nl ro-
vales i' • Ch.ii-anili., i-l.i ronfessou ludo, tudo.
pot»Kin i.iiirru i|iw noa
Seria melhor para uns e outros que vocea ie \ ume leve um ehlliquc
lar iiiitriipofag-lcu poro o pii- mente com os nossos canibaes, cuja fera simbólica n [i ntc da »Islnhonça
•lIBO mez. U praM prlnrlpal: pinhão , li iu tua loca na redaCCftO d'0 Poro. a rua Uai Dvpola velo •> romlsaario do sVatrito,
niciea o p«aaoal naiura
Fct o unlco remédio q u e lhe deu BianUUtO. KntSo tcremou a ima- E aliro os braçoa soo o pretexto de abraça-los mas real O pae, com geatoa enérgicos, nx»n(»k>gnva na v
aliivio, dep«i« de haver experimen- nho ScMmll iti mente para não ser enguiuio. — "Agora lom qua casar"l
tado tantos o "Toa •e pego- com o Paulo Taah*. Usa ANTÔNIO SALLES.
Inatilmvtti'. puro aan^ui «raba com cm i 929. Nu outro lia, entre v e n s e flArcs
A C a f l a c p i r l n a . além de ' 1 tjraba! r.atou apujlnndo ao i; um sul que liatia nus v i d r a ç a s da Dch-aacia
lugar • i i i iiminia
aialinar a dór rapida- • Ia i».ti, KL
mente, favorecei a eli- UM POUCO DE ESTATÍSTICA
do tcidourico, Balava salva a honra da fnmiliol
11 onstanre con- o Brasil t e m 8 5 1 . 1 1 8 . 9 0 0 hetares. Des-
txibue para a • ERODOMT-CÊRA | 0 pae continuou lendo o "Jornal do OfMOffvaaar* * riora rijH
affecções rheunwiicas. ' O O T R A p<}R DE Cl£ClT.t^
sés s e m e n t e 1 7 5 . 1 0 4 . 6 7 5 e s t ã o s e n d o apro- Irvfeiçoea
I,lr.it i.imhtm. lonlr.i.it v e i t a d o s pela agricultura o u pecuária ro voltava do Jogn pela madragaihi
dons ile t*k*fm\ a>nit< ..mi • Iraqw aa -W "eradea •
ttmwidoti aaaMfj D e s t e s últimos, 1 6 8 . 9 8 9 . 5 1 7 , f a z e m parto JACOB 1'iw I-IM
OOTURE A CAHIE COM
nrvrali/i.n; muaraVN- integrante d e g r a n d e s p r o p r i e d a d e s , fi- lDo HTTÉ m wlt "At, **" M i " )
( Ú l dt nolKt ptriíuliK,
txttisoi ml-
CERODONT c a n d o , para a s p e q u e n a s , 6 . 1 1 5 . 1 5 8 .
ítoluoi, rlc. • 111
• lialito. o valor m é d i o , por hetare p e r t e n c e n t e ! a duvida entristece. E é preciso ma-
AiM ' 1 -\ o i ortAçXn a brasileiros vale 5 7 $ 0 0 0 ; p e r t e n c e n t e a tar as razões de dwida. —
N£M OS K/.SS. PH. "S. LOURENÇO"
Al.-imeda BarSo do Limeira, 88 estrangeiros vale 1 0 6 $ 0 0 0 . P e n t e s d e Pyliranda.
S. P*ULO
Pac D I A P I O D E S. P A P I . O 0'tlnt«-felra, 4-7
sumario do catalogo, cri trágico, Desta vea foi o Calões. Bretonl Fica mais bonito. Le Cossuet, Le Voltaire! i '*'
i hornn»
a Age - ul
Personagem da Cícero Dlss.
impressão, da exposição | • de um» poderosa
0 nosso grande An bal Iviacliado interpelado so- • IUTIW. >i, tail,
ftÚX Meu avotr
Tarsila, que se abrirá este i osói.s e nAlém «li.sso, n s u a b c i r
tido da \ i d a esguio sob uma
bre se queria responder ás grosserias do chefe d .. A I-I boirac i •
cr" rlli Irs pi nsatl • i. 1 em • cio do Bexiga, repliceu por telegrama: Et ntti i l t u boul
mez, no Rio. omaatleo. E o - ' ' iprurn. •^h! je v o w dlrsla hlrn: -(j
d n'.i|lc7 pau uma • o r a r ' eov
\,,, . . .. i lana d< Ri n a d a Pai li da oceidente Importado. K "Merfoti não conhece o surrealismo.
cuspiu fogo. T a r s i l a di«ne q u e me - idlgteos alt eu lleu dan» un tfaintpnatt qu
Tarsila ei 1'aatropopaagie, por w I «lebre C í c e r o e m p i n t u r a ( a i f o o t i n g . ISS ár-
escriptor erttico de La Presse - 1928.
Eu não conheço Itíenoti." 1.1 Pa- • • " • " " ' '• m * « . «MtasMMV
'I',' o m a i o r a n d a r i l h a d n I m a g l -
frtxposHiea Tarsila, pot todra* Warnod tu Comcrala — n a ç ã o b r a s i l e i r a " . Le Diderot i\".«r\p ou |aa ateppea sana li
Slbírle. Nun. <lu toul. c'e«t ca mer tOM
• lllfln y-wvcAr
Paria - KRM
IA. lout DTé> SS 1 ie enfln. drables,. .-
Algurana opinlôei parisii asa •st qu,uai ii rasjira
a opinião de Plínio Salgado I o s AM|G0S M ALHEM) "Canta ... landaia nas frondes n u t u m u l t o d e n l r e o vohipia da gula, pena vasl Jurandyr ManfaedinV é P a ^ r
nana...
Ffcldor.. II y "en a' noe. et d-lmi.. ,-
' IIKI! O floresta, brandindo u langapema. reiraa sol i a da sol. nostro. iy. h». gãbta i.m-, bt-rra utnce! Q u ã o * en r»t ítitria*. eu paye
. . . Tarsila do Amaral, de q u e a s froti-le- d.i i i r i i a l u d ü » , ConttnAfl a estrugir do iioré. 0 brazido da fogueira de pau .ipKKAli .trnnscreve
DOW manter IS '.Jote de »eao. Qiiáóa
quem Blalso Cendrars disse qoe a g o r a , fazem, è batei as palmas A biaalajgeBfej .,,.»., greo, <xl}- iskV jiroüipto |>ara«a mu- urtigua antroiaQtaadeosf Beterra on j i e rest paa, ^uü#d ba eat caunt-
seri:i capa/, de provocar um mo- nr m H a a H e (ic:T!ii:i4>oainoKfiv
vimento literário... na Rússia. Santo oíicio antropofagico ú marcha Bccèlerada dos eanl-
baes que passam Iniciando a co«
despede i flecii
i lique- Os pagée atiram précea a Tu- . quer artigos ;
bourser un eenttme. a e aeul risque «t«>
Nio. Tarslta á eapax de prd- i p.ni p. : Sou- mouTlr empola»nnê, oa pendo.
VIM-, i- u m mi n t o llti i enquanto nu largo tem li ,i,iin, para "O PA/.". Ein l>.- Iv-!ft»iy~. t o ^ . v n l a v a q o
rai.il..- Blla trai indicoc? Além disso o sr. Plínio Salga- o iDodernismo ae acinde. mangeaieiil
S veis dessas grandes forras ele- do, por fazer questão de produ-
i.ientares a q u e estou me r e f e n n zir uma obra modernista, apli- 0 DIREITO ANTROPOFAGICO ocára i 'luz a langapema...
bem
As
oa
ia
6
lam-
nnte-
Uneiro" dbigldo por rei>4« apparaiasern
ii u m a
un pr-sset A lou» Kur"
1269. rasei Ui no DOUQ I" Koch? .• Ilannibal Machado, i Alvará «anuo ferve.
leira i i \IMH M , , Clovia i' Gui QlM imn|uéili gOStOSOl •
Pnc 1« niAPiO n r S P M " O - OHIMI.-I fi i... II
rARSILA DO AMARAL ABRIRÁ, NO DIA 20, NO RIO, SUA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO NO BRASIL
0UATR0 POEMAS DE MURILLO MENDES de antropofagia listoria em branco do core... core.
A antropofagia aié 11^ •«• u canelai finai doa con I BI forçis de
(Especialmente para a revista de antropofagia) «ncontron, m i r e us multai in cpililadorea. lil»-i I' .ío, vitoriosa! sempre.
i Madre Rgreja a d i nilta Contra o homem arfflclal - por João Calazans
ra ' ficinl do OHdcnlc, ura I ." Gostosa, contam, acharam eles burro e encete — o homem nn
CANÇÃO D O EXÍLIO essa carne. Por Isso mataram lural. Conlra o nnlmnl que se
qnt fosse :m nu noa ponderável
os Mtfixmai Idiotas. ;• dlnl* Ica mata, para mantlmento. . animal que se enfeita. Illbj tinha mie mai n.io tinha pae. Se tinha, ninguém não
Minha terra tem macieiras da Califórnia orovlnrlnnn. oi Mbona ientlmi»n> Nrm eu. Bra um moleque cri dlagem das es-
•us portugueses" que pari i'i»i' No Brasil tem beijú, paiaiiarú. tradas. Tinha a cabeça nrelinba (- roliça de um geriqilitini. F. m
onde cantam fraturamos de Versailles f
kaxlri, carangueijo, pimenta, pai « d i s nigoi pr*m de barro.
ornm por chis transplantados Liberdade de pensamento.
os poetas da minha terra ISO i'' RI 'orca — nem pode fesla. Medroso <• »afsdo, fliby afrontava 1 serenidade dai natni com
Liberdade sexual. n e d n s nos <.'.i'.s. F1 dãs acuas da IfltfAs «i»'a com canoinhai de
são nrctos q m vivem em torres de ametista n ! p:il ;i i m p e d i r n eclo O roupeia >• que estragava tu-
A coragem de morrer rogando "íris nus ei.rés dormindo.
'•. i pVi %f ,i.(' ; i . I r ,1 -^- > tu -í 11"do Pol por isso que rememos O T''ibn n esi.iiiir. nr'in dos n>'-' irirrntivas secas do
os sargentos do Exercito são monistas cublstas brasileiro, Iriunfanto, desde o rmipeta. Com as onze mil \ ir- praga no campo do Inimigo. ' i< v Pi•• • "" , 1• • editai ic n m d indrn Marcos virasse lobisomem.
os fllozoíos são polacos vendendo a prestação "ntneço, cm todos os recanto* qens, ns Inhias do padre Vlelrn A Justiça do tncape. O"" a rftn vin - 1 «1 ibar na l | deixada no terreiro
•Inibi ns ni;iis rfUintOS, do pni/ e ns indulgências dos reis por- Nenhum recalcamcnto.
a gente não pôde dormir A reação contra n mentalididr tugaa. Maria Rosa.
com os oradores e os pernilongos "oloninl é iirnn vllnria do «spl- O mais forte.
rtlo moço do Brasil. Bla era O movimento antropof.igiri Coré -'-irmindo. (iib\ nelol.iva na cabe'---' i''-le. E o danado s«
os sururus em família Inevitável. Jii h i qu ilro traio na hora justa e oporlum acor-'" , -i I 1 > ••'"-Mdn "."• .•", 1 ii nbn elo 'íretinho.
têm oor testemunha a Gioconda iciii s annm Thevei nbeervavi em (Mu- uma íovn covpilsln es Renegamos com prazer Iodai Rnlia na agni nwwba^a de l«"ia e soprava bolhas de venti
no Indlo "que si nn les Irrito pirilunl se ensaiava, matreira, as Virtudes cristãs. Ficaram na ii mosquitos.
eu morro sufocado lis i.c font dlfflcolté de lucr un nestas terras liberrimas da Ame- seção de objeciOS pcrdidjs. On- Gibi tia lati
mi terra estrangeira chreetlen, ri le manter, comme rica. de os trouxas poderão ir bus
ils font lcurs ennemls", com n cnl-as. Sabiá n:"n rhe«nva ni"'s mnntiS»tnhs vra cantar ali. Tinha medo
nossas flores são mais bonitas ni?sma calma c n mesma sare
iildnde — nccresccntn o cronis- Reagimos contra a cultura de rl-i sif I.I.V;I i ' i i . S'" ,,/ i I'"il'."ii'nn i'irrntÍT (••> n H r1'" de Maria Rosa
lOSSas frutas mais gostosas Já o nosso principal Miguel ÍK enfeites da rasa o moleque micbron. Por causa de (>ni
ta — "comme r o u i fnlsons ic\ importnçáo, contra O Inteletun-
m?a custam cem mil réis a dúzia 1
llsmo besta do Ocidente, contra dizia para o sotaina: "Náu i is latt ele dr-rrubou n cerca (.a ortn e quebrou pé d" rnuve em penei.
boeul <•! de moutô". todos os cacoetes mentaes d-i serve esse modo de vida. Vamos — (iigy — negro desgraçado — vá dar pedrnda na casa i a
ii quem me dera xupar uma carambola de verdade Furupi p.xlre de civilização. O acabar com Isso." sua mãe.
heroe Poronominare matou l ' ' s — F i a u . . . E capinava topando rápido o caminho da casa.
ouvir um sabiá com certidão de idade ! Comer o cristão, é o MUha in ses na cabeça. Cunhambebe en-
Iropofaglca. Quatro séculos de Bjulhl os doze pares de Françi Velu a antropofagia e acabou Manoel vaqueiro contou Indo mie sahtq de assombração. Até-
Rio, 1924. recalcamento jesuilico foram, Por toda parle o boré soou. cha mesmo. da d^ntida rnie coré deu no n* da malbadinba que morreu logo.
por iss >, impi ' - emente nr mando os povos para o moquéin Coré mon"a . . Não tinha conversa. Se podia logo fazer a
CARTÃO POSTAL rasndos por nos. Nenhum
mnlcpno sobrou dessn derruba- s Ivagent O europeu se encolhe de me pl:in»'.nno do mordido...
Mai Giby nãn acreditou não e riu correndo pra beira do rolo da
Domingo no jardim publico pensativo da lirnhn e Ros'osa. Tudo veia do deante da "descida". E foi taquaras.
•>h; Ixo c hoje é um prnrer o n Sobreludo reagimos contra a
por Isso que o conde Keyserlin^. Coré eslava contente cantando:
consciências corando ao sol nos bancos leniplar e n e Brasil de oito mi- moral convencional, a velha mo nlonilo com o espectaculo bár- C o . . . r é . . . C.oo... reé
lhões de kllnm**lros quadrado? r, i que hoje no mundo inteiro
bebês arquivados em carrinhos alemães sem comendadores, sem nnnre — mesmo na Europa romana ou baro da civilisaçáo nova -Ia Olha o p é . . . n é . . . p é . . .
esperam pacientemente o dia que poderão ler A voles, sem grr.ndrs ufflcifll*! puriiíinn — só exisle na hipo America, se perguntou, cheio de Cibv nelotou mas ele ;ue não deu conversa. Nem soltou bolha prs
[Escrava Isaura «em poelas enRraxnles ou pinto crista cobarde de meia dúzia de aflição: matar mosmiito.
-es de tampas de caixas de 'hn pastlcheurs fAra d seu tempo c Giby linha raiva dele. Era bolar ^anoinha nagua coré v i r a v a . . .
possam braços e seios com um geitão rutos, sem o escrivão-mor c sem sem rni7.es na lerra generosa que — Mas não scra isso a volta ao
que si Lcnine visse não fazia o Soviete o governador geral — com o In lhes deu agasalho. canibalismo?
dio de tacnpe em punho, comen- E\ CONDE. A pata se banhou na nein de Maria Rosa O Ouincn fer ra-
marinheiros americanos bebedos do Rente, l» '»iido canlm, fasen Contra, portanto, ns forças de II sofreu. Mas denois cantando bem pertinho
•o rada d'<liucury desta ednde convenção, de ncomodnção, de TAMANDARK' niaras n ie fabricavam cansinhas pro negra — coré na-
fazem pipi na estatua de Barroso morou ns nés dela.
portuguezes de bigode e corrente de relógio excuse de lliomme a se rega Ir r
Nüo houve rntlmbo.
abocanham mulatas Gibj chorando leve pena 'o noivo de Maria Rosa.
o sol afunda-se no ocaso a antropofagia em marcha! de son seniblable, que le cannibj-
lisme a pour urlgUU! 'les
strictt-mcnl nlimentaires. MfliHC
causes
Coré se casou no fundo do córrego manso com a mãe do
como a cabeça daquela menina sarderrta dans les pays ou par Ia suile d sapo-mim, Pelotada do negio matOU mulher d- coré. Vinynnça.
devinl ritucl, il eut à sa base Ia K coré se danou. Canton corren Io alraz do pé preto do moleq-ia
na almofada de ramagens bordada por Dona Co-
[cota Pereira. B
RiGANDS duremenl Châttés.
D'aprcs M. Finaly Andrew, enquôteur de Ia Commis-
tté de vivia.
L'ex..loraleur Chaillé-I^ong. qii
até nue pegou e de cansado rorê morreu...
Depois se confundia Oiby com Sncy Pereré. Ele acreditava
sion internationale de secours aux victimes de Ia lamine en parcourul en 1875 Ia régiun nabl agora pulando M-nvnrgonha com um péz'nho s ó . . .
Cltine, ii resulte que, prés de Ching-Ning, d e s habitants afia- tSS par les Nyains-Nyam.s. :m
Rio, 1924. nord-cst de 1'Oubanghi, raconle
mos ont tué et mis â Ia marmite 4 5 b r i g a n d s . que le* peuplades de ces contrées
Cette-utilisation rationnelle cj* vengeresse de Ia pégre forestléres soai conlra.inles dr COMBINAÇÃO DE CôRES
VOCAÇÃO faire Ia chasse à Cbonune parrv
est á Ia iois comestible et é c o n o m i q u e . V e r d amarelo
Mieux vaut s"entretenir d e s larrons, accotnntodés aux pe- (|u\lles ne possédenl pas d'aii
Não quero o amor universal Iras gibiers, á part, di loin en
tits oignons ou a u x nids d'hirondelIes, que de les entretenii loin. Ia curée d"un élépbanl. ei
D á azul?
esse amor fácil decorativo en d e s geoles. qiTelles n'onl à consommer. en Não:
dos seres além dos meus limites A Ching-Ning, necessite fait loi. fait de végétaux, que des bananes
D á azar.
quero a vizinha ao lado do meu quarto (De "Comcedia", de P a r i s ) . Or U banane qu'on recoIte nu
CongL est d'une valeur nulntive Jacob Pum-Pum
quero gostar brutalmente das criaturas asses üiférieure. Ou Itppelle non
sana mépris "hfiton de cosméli-
que estão perto de mim. PROBLÉME CACTUALITt que.' Un homme peut suhsisler a rabulalre des oceidentaux. Nous
condition d'en manger envlrofl seriom donc hidlfecteuient, n
o Goethe antropófago
Si ~s meninas de 16 annos soubessem trois kilos par jour. et ces trols dépi! de ii"s Plhlea Ia de nos pré
eu sou muito capaz de sacrifícios bestas PEUT-ON M A N G É Í T D E I/HOMME 1 kilos rte npurriture ne correspon- une rãuse de propagatiun
"Não é aenio d ante do contra-
dent pour lui qu'â 2.100 calories Ihro >ophagie '.' Diable ' '.•
gostaria por exemplo environ, ou 30 grammes de pro- résuilat serail étrange. Heurcu rio que a n""'" realiza o que teai
J'enlends votre réponsel Si l'on pophagle, vieille commt Ia mon teína, alces qu'il en fiail t,U gram sement. il nYst qu'apparant. ••' o que r ' tem, o que é e o qoa
de trabalhar como revisor num jornal peut mnngcr de 1'homme, justes de, est revcnnue i l i surface, pro- mes par Jour a un travailleur. nous fournissons aux noirs MSCT não é.
nra sustentar a Irman tuberculosa da minha pequena dieuxl 'efcndul Mais non, ou ne peut pasl filon«-eu pour Ia regarder d u n de boites de conservei pour uuil*
Cest contraire a pcu ures, malgré nolre instineti- Aussi les tribus réduites au .•;- puissenl sans inconvénients j r E' a razão por que em ao ' "i-
(c tanto que a pequena fosse o tipo da bôa 1) toule.; les Iois, à Ia morale Ia plus vc repugnunce. gime des bananes doivenl elles de tanta g"nte ae perturba quan-
élémentaire, c'est... chercher ailleurs leur supplenwnl des blenfaits de notre civilisa- do apparece uma peaaoa. nova a
Rio, 1928. d'azote et un apport de matiérea lii.n !
D'nccord. Mais vous n'y eles pas. Oui ou non, peut-oü manger grasses. BlHM les Ironvenl dans «»*-anha. Ella ' -» a reveli»"1-» «1#
et ce n'esl poinl ainsi < ue |'al ' " " • de lliomme ? ['anthropophagie. S*il fallai' ébrire un précis de que falta, aoe outros, que neaaa
NOVA CARA DO MUNDO lu poser Ia queslion. Poinl lie
s'agil de philosopher. Vous svei re:Con.prcnons-nous I Je veux 'H Ba regard de ces populalions a culslne anlhropophagique, on r o a o " •, eu r i lhes de»,
tous lu comme moi 1'informalkin peul-on au poinl de vue nlimentaire, 1'étal permanent de seus- aluuen itlnnerail de par les cintj pnrties cobre p»*i contraste o que ellea
se nourrir avec de Ia talion — malgré Ia fic'ion plin •ln monde une prnfuslon de recet-
<) cometa de A'Iei vae passar lulte ces temps dernléri pm humaine. Esl-elle assimi* tureuae de leur ventre proémi li»» 1 fnire palir de ja'ousic nn- 'êm e elles a desprezam."
Ia presse: une efrarante aceusa viande larblc ' Ou au contraire. Cfefte ali- nonl — A. de Prévillc, dans s..n plu iinnenis xastrom Carta a Ri-mer — 19 março 18IJ
toda a cidade acorda pra ver o cometa tinn portèe conti e deus Italiens mentrtlonj mellonjs monsVueiue. livre Lea Sociéléa Afrieaine».
é sSappés i«< i naufrage du diriges iinii-1 .'le rians I 'n ' hei néo-sélandaii di»
ele é enorme e fabuloso ble "Hnlia". Perdus sur les gtarv» noire organlsme nous montre les habitsnU ' 11- Harte: "i.:i chair hu
tl"stroe cidades pensamentos de ornem. du Pôle, sans livres, à boul 'i1 le rôl( d'iin ile ces poisons IcnU. nanes traversécs par les coun imnie du 1 • • "O caracter, isto é a mistura
forces, aprés Ia morl de leur com mais sni qul SOUl une manicre le \ii! aux-là ne sonl pas rui üier". Mais ' ^11 rap dosinstinetos primitivos do ho-
O mundo rrruda a cara quando ele passa nunltinn uiakespçarieni e lnfllg*« tout uilbfllesl . Pourquoi? pnrt fait par M. Mnqrelon •"
1, ii naturaliste noi par In nnlure v, Mais tout aimplemenl parce quVn iiin o i"siinclo de conscr-
e meninas desmaiam no fundo do sertão. Malmgrecn, les Inforiunés Kappl lei .ml l i MM lété d W n l r n
llelas I nvouonslc, i'homme unir. du manioc ei des patale* nolngie, les Canamies Irauvenl le 0 da estims de si t o
O cometa passa e arrasta um pouco da minri • ilma e Marlano auraienl mangé le 1 nnstitue pour 1'homme un uii- qu'ila cuHivent, lia onl ii leur dii hlanc "irnp sole". Qul dVnlr» • • rfi.e erva de ponto da
Fiquei triste triste, jururu*. corpa de Malmgreen ! menl parfait Tnui lei roj positi 11 Is mervellleusi ressource
'. n plaindre J is ou-
qul "ni pu se tnouver en conlact du poisson.
Em vão minha tia l.a valeur 11 le caractére di ii< m :
. s Indigéncs anxhropophs 1:1 ob erves le còté moral de 1 1 . paumea di 1 maina ei '' • tras fi.i
\ '"«ííriia Amalla Monteiro de Barros honrnei mis en cause rendaie«M ^cs dê. Inrenl i 1'unlsson qu'H< Ihislnire, ('esl SOUrtOUl depnis louca si.ni réputées les meilleurs Carta a Rit le. — fina 1S07.
déja In calo.iinie Invralsemhlable, donnenl les signes d'une que nous avons colonisé Icurcon mnrreaux. Questlon de gnuts, di
renete no plano com tanto sentimento \ u s I1' '
et de fait, renqueti en 1 di m m rolaisle, a cÃté de Irlbus volslnvs imeiii que b s ooirs Iravallleot, ei •Ir latitudes.
a valsa Transiheriana, meu xodó naquele tempo. tré Ia complete inanilé. Mais
non ndonaeVs nu cannibnlisme. iu, 1'espression "travaillcr com MarquiseSi ã 1'epwnie ou l'on dé
II faul savnir. car c'esl Ia seule me u.i négre" s'esl inscrlte au tn vorait les pi 1 yvus onl , 1 a alma de um
Qual valsa, qual nada ! |)iiis(|iie celte queslion de 1'anlro- nllnii • qu'it» uidido, - ms ronheç > a de um
O cometa me traz o anuncio de outros mundos -1111..11I |*n d honesto! é amo coisa
e de nofíe eu não durmo gniichl . li ,'ieiir BUX dieilX. ei le-
atrapalhado com o mistério das coisas visíveis.
No rabo Imenso do cometa
passa a luz, nassa a poesia, todo o mundo p a s s a !
revista de antropofagia salnl .'
1 en Rompe
que '•'•
1I5 '.i-iu'iiiis."(|ni étaienl a i
enl une préfc
Joseph de Maistre*
Órgão da Antropofagia 14. numero da '-. ni 1 pour II H mu- "O louco n" 1 um homam mie
filies 11 ii vi n nce parler OCO é nqueMe
Rio. 1929. Brasileira de Letras 2 / dentição pour k fosses des adolescents que perdeu ti:*', axcepto a sus
1 Ki ml aus Bcrommodementa >-i : razSo".
ms s, ia 1 N, iis ~'ini Innombrablei Chestertca.
Jorge de lima Dam li le comte lio
dolph 1'esi.iu-- de Tolna iit. "
mui rinie de Ia «lande d*homme
Temos o pnraer d? Informar a nossos pre-sados leitores, q n p mamei E X P E D I E N T E
o poela iorge de lima este em São Paulo. Realizador d e poemas II put, pn SSée par In luim OU ta
que a gente lê se babando do gosto, Jorge de lima é slmpntl- curiosité. manger des légunses if
•: i pnfagia, Nos deu para publicar o poema que segue. t-au-feu, mais iL laissa Ia
\ lande. BI k Sumatra, lea Battas Este é o 14.o
DO AÇOUGUE lienl li s 1 1 -mineis | Ia I i
naigrette, s'il vous plait. numero d e
ou'en dites-vous, ò Curnon-kl.
MIGRAÇÃO
h Paul Reboui í Revista d e A n t r o
(Do Jorn il "Progréi du Nord"l.
nofagia
JORGE DE LIMA. M. R.
(2.* d e n t i ç ã o )
João Nordeste acordou cedo, de manhãzinha. santo oficio Nosso director é
Chapeláo no cocuruto, roupa de brim, borzeguim antropofagico o Raul B o p p .
de vaqueta.
Adeus, cacíiorrinho Delegado! O Santo Oficio Antropofagi-
Adeus, civallinho, "Dois Comtigo"! co não funciona neste numero Geraldo Ferraz
por fr.Ü.i de espaço. Ele, po-
Adeus Canna! secretario d e red.
rém, ainda não perdeu a pista
Adeus minha Serra! dos amif do alheio, que, pe
Adeus, tudo que não aprendeu a chorar! . )la, Vão fazer des Correspondência:
loAo Nordeste leva a sua Zefa e a sua viola. Filar ; ' • BUS treitte seus Ino»
cenlea "deacul J a i x a postal: 2 1 6 9
João Nordeste vae embarcar para São Paulo!
I »E S PAUI O
??
carta do poeta de "Catimbó telegramma de congratulações a antropofagia em marcha!
;. |ulbo da i
Meu
RIO, 1 8 ( S e r v i ç o especial da R e v i s t a de A n t r o p o f a g i a ) — Tarsila a repercussão no rio grande do sul
- sua cai Ia
ir i intropofago 6, na ifunda- chegou hoje e a b r i r á , depois de a m a n h ã , sua p r i m e i r a exposição no
• e n t e ii 111\ islã, o meu p itlmbà" . i' 11 • • antropol
A rainha solidarii dad<, pois, cou il >> em B r a s i l . 11 e vntoi loa Io enju
*i ta ii i unidade d mais MUI isso. da uni- Q u e m quizer ver os q u a d r o s delia até o dia 3 0 vá no Palace H o t e l . orezan-
« pau- do, deprimindo, ridicularl
(ad • '!<• sentimenl
Qu< ln ii. i ' lhe, noaao.
•lim de ' \ ítar explorações, que aqui n i mi iincnti) \ i , - MI- a l a s t r a n d o
rito espirita orientador desse "Moquera n. 2" nio lm| t a r s i l a chegou PRIMEIRO CONGRESSO tocando na mesma
•olidariedade lotai com ti asatncntos nellc nde fa- ...
• i ii minha solidni Icd RIO, 18 (A BRASILEIRO inubia nuina- rio de
(Iàlif o diá-
ÜIi lobri o "Macunaima", chamando-o de lendas amatonicai . do Amaral, Vocês, da "Antroj i cida-
menti I de do Rio Grande).
is por Amorira e copiadas ti i
pri.i autor,
ivel linguagem itsv. iM de Andrade, Pago e An-
nita Malfattl que foram recebi
DE ANTROPOFAGIA adivinhara como a gente esta sa-
que nos
São ilus cordialmi io Pe- quei emos. B é assim que a coiaa
"Macunaima" i um maravilhoso sonho da mil i nmi
d>i Brasil.
dro li. i"»' um grupo de Intel
lectuaes.
Algumas teses antropoíagicas tem de sabir, 0 sul diamando o
ii te ' hamando o sul.
cannibales
li i, ndas b • I encontra - n i ila do Amaral e lis»ald d* Convidando-o paia a luta toa étonnan! di i I ti ni BOgtaia J. O. Macdonald, qui
. ncantad isl de 1 .1 Andrade, mais alguns atodernia- nhando as em do la-'
que d'indlscutable progréa Bcien- demeura quelqoe lemps parmi lea
Pela contrario: o espirito nordestl o pensamento sil.i : ia-, i ai11 ellea Pagfl, Annlta do de i i i d< li Paii bipel da Viti,
do uulor na papo, e, por isso talves, Vocês do Sul, nio tenham M.iifain.w aldi 'uai- li' íiaario, qui | unento assim é que fi(|iie ei s o c i a l , c'est q u e , s o u s u n e
»Ta liai O bclli i ha
podida I i, p. te cora seguiram ante-honteoa pele treai i M. io daa ses elevées se nourriaaaient. lis
Peitas essas considerações que me dita o dever de ler sln- praaer, vae ser multa i »i ses 'li ra, azul, para B EUo, f i o fazer ago- d u a s h. mias. Com o OCSte tain- . í.i bete numaine est à pau I même une i omptabiliti
imo, espero que Você teri i lealdad |0 e i ICriptO, iliir;ni1i du
ali. cosa Álvaro Morej ra, n.in bera l Io brasilidadi. - qu'il y a di-s mil- daa corpa devoi i n fai
blical u i da Revista qi aibal Machado, < lovia di Tocando na mesma inubl Hera d'annéea, II n'eat que de con- s a n t d a :
me ae liio B ia* eata visita é um annun- Mia", Jui io de Lima, Júlio I ni. mio na mesma i ula. Brasilei- ta autour de i m i - i o i i p a r VI
i .. i. Mas, ainda mais aoatro, Binhft, Jurandjr Manfre- [ii amente. nous, révolutions, di anu i ei cri Un io ia, par
teu i o coração ivel é saber que I iimi. n iiiiiini i oero i'ias ,• ,, tu. os ita- ailleur doú : Panai
VSQ FBRRBIR I pela primeira vez, realiza uma di Miranda, u lianos dahi ios Menottis), que • mea quotidiens, pom lea chefes tea plu
i ompte,
exposii • qu< naquele do Primeiro Congreeao pour lem- cannibalisme, Ri
conhecem a artista ! Brasileiro de Antropofagia) a ae II ant i r . dreuntu fut le phia fameux. Or,
qui m Paria saudou com effu- r e u n i r em fins de Betem b r O, na- n a o |i.i
le fila de cet anthropophage se
sio, ha Ires i no- quella capital. Denl 11 0 landuá está bem ti inçado e ba- i i i . < *r-, C'étai1 une l l l i u i o u promenanl un Jour au milieu <Jt
res^osia a Ascenso Ferreira i te, ií
ii i labe doa Antropófago
Paulo aubaai U
n.iinn nti. a apresi ntar no Rio, Congresso ae contam aa seguinte», Gui i
ir tudo. C
i
tripa
ti lura mo portenl que le cannibaliami
iiui ro-
lul monlm louta une série
A su nio lem o Bpstein — que eu rena.i as mostras de sua arte, é mes- ipn , |e mala tai de i ai lará em i, i lheii Io a m o. gne pius que (amai de piei n s placéea rar le sol pove
nenhuma razão de w de tacape em punho. Você mes- menaagi m ao Senado sionnaires sont, parail il, impuia- indkrui r le noi , i.u
; ii ito do Mo- A .na "maneira" nítida I reformai da .. i lea m itíii maina qu oangéa
quem N. IÍ foi "altamente orien- tio suggestiva, aniri
da :i 11 ti
pli na de "humor", affirma al- na nossa legislação «.-iN Il a penal > trc\ ido como natural l.e miaaionnaln li cou ita, U
nlu ço, I i eud, .i .l< tua tador". E BUtí nossa organlaaçio político su en Irouva buli c nl quatre-vingt-
de Pii apoi e a 1 Como poeta, Mario lem real- guma coisa que é lambem a af- ciai. Essas teaea aio representam, pelle ] a t a d a . . 11, ia lutte termim i deuxl '
ponto '• • o pei i quan- flrroaç í phaae brasi- poréaBi ai nio um ai pei to do pea leremos literatura vainqueura mangi n I \oi> seJ victimei
gênero põe de ie esquece que é profes- i, ji,, .i u anca de que semente antropofagii o nal. Literatura la> ada nos •
acordo com i sor ii" < a f i n a l l i v r a m o s OS n o s s o s lioni- mem n« aegninte Io decaio go: Enxugada de Ia ' nl doa d ' a u l r c s !
loa Dninior I, para quem "toda veu um Compêndio de Historia broa da vi Ih I — l'i traditionnalistis.
titeratu de Musica, q i tvamos a re] II — Maternidade • Limpa. Alva BSCI ri nla. • : i iam mystii • |
ma eita sença i D
o pura ou.
sem d. i
.
10 sem saberem Deos. e por arodil
!•• a - J -
La vem maroim, Ia vem carapanã,
• coaao
Ia vem murissoca sambando com pium. lesejo.
"Se assim se obrasse na Bahia e Per-
A terra está suando poças dagi ••' i r ç o d •»
A exposição de Tarsila do Amaral, no Talace-Hotel", do Rio de Janeiro, foi a primeira srande batalha da AniroDofaçia
O ADMIRÁVEL SUCCESSO DESSA GRANDE MOSTRA DE ARTE BRASILEIRA,
ATRAVÉS DA REPERCUSSÃO QUE TEVE EM TODA A IMPRENSA CARIOCA
Tarsila do Amoral Inaugurou u brandindo o I i
sua cxp sar os cpnmiistadni e«, <> Brasil
<i a confe enria do sr
inh ia A. adenda.
revista de antropofagia OSdocoraeníos antropofagicos
MHOSJO MARANHÃO
um MCCCSBU <•"' todo o Rio ' Ja de i unha ml cl isto bu A exposição de Tarsila serã Órgão da Antropofagia 15.° numero da
nci.o. Os jornacs cnch. m i Co hiano, i t Sinhô 0 Brasil de M i TOI lanto, mais um combate decl
Brasileira de Letras 2 / dentição
lumnns sobre a arte dela, que •' rajó 0 Brasil qui i orno o phos- slvo, no qual o ns' Ito |oven ••
vc" i c caduco "Jornal do Com phoro marca-olho resistiu a nu i rae-ae reaf- algomas considerações sobre i
merc'o" i.rhou de baptl midodi de quati acento* annna d" fin - r bi llhnnli mente. 0 indio, o homem natural, bravo, sem os uicios
"futurista", numa >'• '•' >sa revê-
laçfio de suo lastimável Ignoran submis Ao ao I Io idente, i
tttol dt vergonhosa Disse o Correio da Manhã":
da catequese, morria sorrindo no campo do inimi- a u m a n t r o p ó f a g o
carta incorporação dos scSvicofas
"A EXPOSIÇÃO DE T/.RSILA
cin. Rs • vcl! devia ir para I I es lluÇã' .
««cola gcgc, :->rirendcr a ler. AN séria que se fez 00 pensamento
primeira rCVOlUf I i
inaugurada, liontem, ;.o go. E' assim que morre o verdadeiro antropopha^o.
d e S. P a u l o
á sociedade civilizada
P a "Hotel Sem entregar os pontos. Só o civilizado faz conces- Referi ndo- ra qua oa tranca»
•«lesões que tivemos foram, en brasileiro, porque, como jA disse zea ealAo ha
l
t n ' -ilo, as m or» c mi • •nthropophagla tem ns suns Tarsila é um nmrc de respeito sões, transige e assigna o (ratado de V.-rsai.ies. 0 rcalliaado na At-
>í."-> os falt ni mesmo n K>ll'n profund is nessa pintura no modernismo m a n e a d o do Bra Vorô me escreveu sobre "Ma- earia. Alpliofiae Daudc* dia. em certa)
riedade de orgams Iradklonnl nova, audaz, liberta, cm que i sil. p o r , ic, s.' ella se apresenta indio não conhecia accôrdo. 0 accôrdo dele era no racajá'. Escreveu-me e pediu-me .liurn 'In um doa acua
ll»ro«, que a Frnnça julga dlffundl»
maravilhoso»
lucntc conservadores coi .o "< i iivem.fi" se equilibra num nutra i mas estranhai o curiosas. moquem com o corpo do inimigo fritando na braza. COUSas do norte. Ora, você sabe. » aua clvlllaaçào entra oa IndlRena»,
Paiz" e o "Jornal do Brasil". \ vilhoso e admirável sentido plas- com cores de maravilhosa bige que. para o sul, o norte é, pelo iranamlttlndo-lhea alguna mMna..,
exposição de Tarsila marco-.i IÍCO e naqui-lle "senso agudo Ia uidade. é, no* i ao me*-no, uma menos em literatura: Um telegramma enviado «Io IdaranhSa)
dcs. modo, o primeiro goal Jn côr" a que se referiu, itãfl i o de raro vigor, In üvi A justiça do indio era pâo na cabeça. 0 verda- ' toenino amarello, Informa que nada menoa éa 10.000 la-
Antropophagia na d ' c r e p l t a ildido o seu enthuslasmo, o fran lualidade c brilho, Ta em hulo comedor de brôi." dloa urubúa Já foram paclflcadoe na*
mentalidade colonial. Os anlr• >• i sã Waldi niat Ceorge, Pintui a que sa. .los eus sentidos, inleh deiro antropophago não perdoa o inimgo. Come ele por isso eu gostei de sua carta quelle talado pela lnnpeciurla de Ia»
j phagos «Io Brasil Inteiro mais illrecta, Antl-anecdotlca. Anll-ll- genl mente nort ados, um cunho 0 arrependimento do inimigo e uma virtude cristã e do seu pedido: dloa. A noticia poder» aer auaplcloaa,
do que nunca orgulhosos da sua terai ía Pui • força plástica, o lessoal, que hem diz ' i talento para oa que encaram coro eeno aea-
grande artista. Vi i pois Tarsila ! maior prazer dos olhos brasilei- da artista, E' o outro lado do rabo de arraia. "Eh ialipali. llmentallamo a exlatencla Aua rema-
\iva! ros, o Rio vai admirai I •rte, con-o todas as O' palipatão neacenlea 'ia velhaa irlbua aelTagena
ira o que disseram os (or Os anthropophagoi de s. Paulo, rr • çôet. se suhmctle k força ge- (eu não sou daqui) no Brasil; nSo rezarSo pela meama
nae •le todo o pai/, confiam na bati li- ral da renovação, apresentando Somos pelo ensino leigo. Contra o catecismo sou lá do fundão cartilha oa qua ae collocaia A margeia
DÍNS. ligencia carioca." nn presas • 1« mpressionante en nas escolas. Qualquer catecismo. Não é possível fa- sou de bóa bocCS doa acomeclinemoe e leia algumaa de-
allluaoea aobre eaaa couaa rotulada d*
UM» AKTE BEM BRASILEIRA —Tarsila do Amaral exporJ ranto, só nos cabe applaudlr esse zer o Brasil embarcar na canoa furada da Prima do como o queraedão."
elTlUaaçao, NSo « preciso poaauir a rl-
UMA RTISTA BEM NOSSA no Palace llotei 55 quadros, A movimento, e, mais que tudo, a
altitudes, o despi atn Espiritual. Reagiremos pois contra toda e qualquer Aliás, Iodos os antropófagos do aAo de um Oaudei p«ra verificar qu«
CTarsiVi Io A''arai e a sua em- sim exposic" • se realizará ama- peloi incconceitos, » são de boa bôer a. E lis- oa aelvagena nada lucram com adhe-
1 d/ante exposição de pintura nhã, sabbado, • N d< coi tentativa nesse sentido Viva Freud e nosso padri- k vamos vantagem ao nosso rir A »lda doa homens que ae julgam
affirmaçãu le vontades bem dl
Tarsil i, a Inaignc renovadora i'i rarslla disseram, eol . Tarsila é uma exp nho padre Cícero! avô de knnitar vermelho e cocar detenloree da verdadeira aclencla da
•enfio creadora de tuna usthcticn t i o s . legitima desses espíritos novos •arde e uma' Io. Eu creio que o illuatrar o gentio. ClrlllzaçAo e aeJva»
btetura' que o movimento "an sition Waldemar Gcorgc: "Si I indio não devorou o portugue; gaHa aAo doía teraioe qae. boje mala
le V te. Tarsila noui lia \ [vem por si, sem llgaçOc com nojo do que nunca, ee contradizem n t a
Oiro.M Sito Paul i es une ai liste ithcntiquc, qul ou dependências a quaesquer es Onde ha dois homens, um mais forte do que o
t.\ impondo com ardente impe i jcélé I renovnç3o vae ser ••ntldo tuMIramente no»o. N -ia
oinl f m i '.i COII colas i ridículo doa
Duri.. M.sta á dmir. . ' i c ao cn
leur le goul cin benu mélier, ce mediocrej ,. ü s renovadoi outro, um comendo o outro — eis a harmonia uni- nm buraco. Não contamos com
pode traçar llmuea IIIUIK, tai no
0 BUXill
dont l.é- arti prosam • Independência de versal. — Oswaldo Costa. que ae pode chamar de »• ivn, . n»
)" ' i
amanhã, aqui no Rio, a > pri suai |iro icçoea, Seus rentidns São lurncisco, veio "croado" *< iruUiKlo doe seres ali
Beira aposição no Bra.il. ser est !e pére, elli nona a fail da matrii de Canindé" vem em compleiu nudez e a-?
connaitre cartainea lendan ii> r. mente: se se lhes po- mm de couaua caóticas. Lie algum ma»
Faço minhas, com desvaneci- ia pensée brésllienne de nos II qualquer collabo 0 indio que queremos não é o indio de lata de nem do:
"M« u p a u m padre Cícero
uo. elles nAu aAu Inferiores i
alguma aoa aérea que aaanam cauva.
•aento, jours". ("La Presse", de Paris. é o controle de intelligeu
ap- itam T !'a no pub! i 'J2t. cias luzidas, que alargam o cam- goiabada, inspirando poemas lusos ao sr. Gonçal- da mera do Ceará". Jogam na Bolsa. r~llaW
laa maclaa doe atlloim
O cacete vai ser rijo.
carioca: André Warnod: "Cette exposi- ves Dias e romances francezes ao sr. José de Alen- cliarulo e atiram uns ..r
...rnar o samba bra- tuncln sobre o communi «IH
— "TarsiU dO Amaral, a Rran- lion o 1c charme de tout ce qui A exposição de Tarsila, hontem
car. Esse indio decorativo e romântico nós damos • de sanfona que c dude.
de pintora modernista de est sln . I; mais, inaufiiira.il no 1'alare, dá ojipor-
Umidade a que o publico do Itio de presente á Academia de Letras. balófa de venlo eslran- que UJ índios do Ai.nMiihàu, e praflajaj
)o. escolheu o Bio de Jani ae diga. nAo esl&o de parahena
• le plus, Tci sila n le sens di traba- jeiro, importado da silva. pelas pronunciadas lendenclaa jue iua-
ra realizar a sua primeira Viola lambem nfio serve.
lição no Brasil. I montes três ptu es ei Ire* fines ei lhos da artista. São Paulo guar- 0 indio que queremos é o homem natural, é o O encordoamento é estmnjelro. los. Accrescenta nifestam para adoplar os nossos hsbU
o «Iludido despacha
devera ser inaugurada aman IH, • qul f .ine A sa pt .la\ a i lima fruta ra- caeté que devorou Sardinha, é Cunhambebe trin-
touti sa qualité." ("CoTOoedia", Poi mal que a madeira se es- donaram apobres Indlgrnas Ia aban-
pratica de furtoa e repe-
aabbado, no Palace-Hotel, e de ra de sua rebeldia esthetica force para dar lons de brasil!-
o povo do ca.dtal eslava ancioso chando com gosto a perna do pero. E' o bravo que dade a cousa não sne certa. E' postoa liuualledos pelo Senriço da
Certo attraira a attenção do nos- Pa is, li i.) tem amludadamente suas rlsltaa aoa
so meio artístico. MaUiice Baynal: "Toutes ces por uma vinda de Tarsila. ficou na floresta, de tacape na mão, esperando o Urgente n quebra da viola. ProlecçAo. confiantes e mesmo obeui-
Filiada ao movimento anthro- composition trailé.s par tons ila chegou. er.tes". tf uma noticia espantos*. nAej
ar de vera.
p iphagico, <iue li: mexes irraii u pura décéi oi chCl Tarsila une E Tarsila mostrou-se. Houve roupeta para dar na cabeça dele. Musica brasileira com berim-
do se -onhece a alIU
I faca. que sen»-
de S Paulo para lodo o Biasil — Hité primitive d'une fral- e panto. O espanto s e m p e exis- bau. Mal berimbau brasileiro. Be- na -a
e que, aliás, nasceu da sua ,intu- rheur i eaquisen* nl ii novas. Mis rimbau l ito de bambu. Com uma dos Intruaoa. A deHItanSo au-aJbal
ra, I "te, bi silcirn original como n a t u r c l l e . " ("L'lntranv houve dcslumbração. Esla sô M A falta de caráter que certos pessimistas obser- queitga de ?ÔC0 na ponta. E corda melhor errar pelaa florealaa, achamos
i.ui.ru ihes agradou Sempra
alimsa-
invenção i como technic-a — Tar- dcante das obras de ta- vam no Brasil não é no povo que se nota, é numa brasil, ira i . ipa de ^aln dn mulo tando.ae Ae (ratas s^rveatrea a do a*.
sila forma na ala extrema Ia n<v>- Mazimilien GauJiii i: "I.es fral- lento. ada 00 SÓI. Acabar com o ca, sem nocAo do Umpo e de outra*
sa vanguarda da arte e pelo rins i ' [CS, au.v vives A construcção dos quadros de certa elite. Na elite romântica, saudosista, Que ainda mofo porlu^uez que está sujando couaaa oào n noa laeoaaaaoSaa lavoaw
•eu valor próprio, inconfundível ei guii oi :
' i rs : é singularmcute racional. crê na retórica, nos princípios de Aristóteles e nos a terra. Tudo brasi- Uulaa pelos delllaadoa. A' rerlrnv^ua
operada no cerebru doa aelviculs.i. >m
pessoal, se ti1"' Imposto á admi- Mmc I comprehendel-a, hasta _pc leiro. denuncia manha, esperteaa. ou dege-
ração, nfio só do nos» i ua z, co IV sthctlque Irapressio- netrar-lhe o espirito, ler a visão bons sentimentos portuguezes, que não tem olhos nera-lo. Ve-se que oa bronzeados ri-
lhoa da aelva amerlcanai decaem dei
soo do . ttl .lixeiro. El Ia é un. no- niste, pai I pias n< I UlOS. Suas cores são nara ver a nossa realidade, na elite submissa ao Oci- «ua amiga soiab rance ria. O que .oa
me elrl n slste pi i fei* "Pulo signal leva A convicção de que aaalm estA
launente f. li io c JO héroiqui. natiofial, volre r- is. Aquel e a z u . . dente, na elite que perpetua a bambachada do gover- ! a Crus Ddaj, t a rapidez com que)
mi som aquelle IOSB. tão de TarsilaI nos Deus. abandona oa seua hábitos ancealraea:
J
tora do Palace nador geral roubando no confessionário o ouro de Maria o índio JA nâo furta. Ora. aa exprea»
Rumeur . 1928). é uma !a do movi- s.les roubar, furtar, apropriar se Inda-
mtnas Essa gente é que dá azar. nn livra muito grande bitamenn, i 'o tem aentldo aqrum pa-
A | Alvar i Moreyra: "Côr di las des- antos ra oa noaaoa aborlgenea. Vivando -m
nm ai I dt s. Pa*tli do Tarsila Azul de Tai ''a. S::u ,o •• enthuslasmo livro mais menó estado de Innocero-la. Inaclentes de>
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— "() BJo de Janeiro •• liam
cobrir Tarsila e vai ter com ea*v ' l O I l i l l ,
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