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Escola de Minas

URB 423 – MELHORIAS SANITÁRIAS EM UNIDADES PREDIAIS


SUSTENTÁVEIS

4. Drenagem pluvial em unidades prediais


4.3.1. Soluções e técnicas não convencionais -
Introdução
Dr. Paulo Vieira
Professor do Departamento de Engenharia Urbana (área de saneamento)
paulovieira@em.ufop.br
Como se constitui o sistema público convencional de
drenagem pluvial?
Como se constituem as instalações prediais típicas de
drenagem pluvial?
Precisamos melhorar o manejo das águas pluviais?
Por que?
Quais são as técnicas que podemos adotar para
melhorar a drenagem pluvial nas unidades prediais?
Quais são os impactos e as viabilidades dessas
técnicas para as unidades prediais sustentáveis e para
os espaços urbanos?
Precisamos melhorar o gerenciamento
das águas pluviais e por que?
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/12/10/interna_gerais,923470/numero-de-
vitimas-da-chuva-em-minas-gerais-pode-chegar-a-12.shtml
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/12/06/interna_gerais,922345/corte-de-
agua-em-cidades-atingidas-por-enchentes-traz-ameaca-da-sede.shtml
http://www.soubh.com.br/noticias/gerais/lixo-ruas-bh-chuva/
Relação entre a
urbanização e o
escoamento
superficial

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Resumo das causas e efeitos da urbanização

Fonte: Nakazone (2005)


Retificação do Tietê na foz do rio Tamanduateí

Fonte: DAAE (2009),


Para uma vida útil de 50 anos (normal para obras de drenagem urbana) os
riscos são praticamente de 100% para obras de microdrenagem e
permanecem ainda razoavelmente altos para obras de macrodrenagem.
Como estes riscos são aceitos e adotados correntemente conclui-se que:
✓ o objetivo principal das obras de microdrenagem é esgotar as vazões
oriundas das chuvas mais frequentes e implicitamente se admite a ocorrência
de alagamentos com frequência alta;
✓ as obras de macrodrenagem não constituem solução definitiva para os
problemas de inundações e é conveniente que sejam complementadas por
outras medidas que visem a aumentar a proteção oferecida pelas obras,
como: sistemas de alerta, desvios de rotas, desocupação de áreas,
zoneamentos de áreas inundáveis, etc.

Fonte: Manual de
drenagem e
manejo de águas
pluviais – Vol. 2
(SÃO PAULO,
2012)
Principais danos
decorrentes de
inundações em
áreas urbanas

Fonte: Tese –
Consequências
econômicas das
inundações
(CANÇADO, 2009)
Razões para melhorarmos o manejo das águas pluviais
▪ Por necessidade:
- Redução das ocorrências dos alagamentos
- Redução da poluição despejada nos corpos hídricos
receptores e no solo
- Redução dos prejuízos causados pelos alagamentos
- Atendimento as normativas urbanísticas (taxas de ocupações
e permeabilidades)
- Inexistência de sistema de drenagem pluvial

▪ Por oportunidade:
- Manutenção do ciclo hidrológico da bacia hidrográfica como a
recarga dos lençóis freáticos
- Utilização das águas pluviais para diversos fins (domésticos,
públicos, comerciais, industriais)
- Viabilização a longo prazo a utilização dos recursos naturais
- Redução com os custos de implantação de infraestrutura
pública e com a operação de abastecimento de água
- Certificação de uso sustentável
Como melhorar o manejo das águas pluviais
no espaço urbano?
Abordagem conservacionista e funcional da
relação homem-natureza
Tratamento e revitalização de fundo de
vale nas bacias urbanizadas
Foto: São João Del Rei

Preservação e
tratamento de
fundo de vale

Foto: Santa Maria de Itabira


Proposta das etapas de revitalização
de um rio canalizado

Revitalização de um rio canalizado

Fonte: Manual de drenagem e manejo de águas pluviais – Vol. 2 (SÃO PAULO, 2012)
Regulamentação
da zona inundável

Fonte: Manual de drenagem e manejo de águas pluviais – Vol. 2 (SÃO PAULO, 2012)
PROGRAMA DRENURBS/NASCENTES
– BELO HORIZONTE

Córrego Baleares
PROGRAMA DRENURBS/NASCENTES
– BELO HORIZONTE
Córrego 1º de Maio

O estado inicial O projeto


PROGRAMA DRENURBS/NASCENTES
– BELO HORIZONTE

Córrego 1º de Maio

Lagoa ou Bacia de Retenção O estado atual


Como melhorar o manejo das águas pluviais no espaço
urbano?

Técnicas não convencionais de controle


das águas pluviais
Técnicas compensatórias em drenagem pluvial
Aspectos gerais
Ilustração esquemática dos conceitos de Reservação x Canalização

Fonte: Braga (1994),


apud Canholi (2014)
Fundamentação
Sistema não convencional de controle das águas pluviais (ou
técnicas compensatórias em drenagem pluvial) são utilizados
como  solução frente ao aumento do escoamento e da carga de
poluição difusa, possibilitando melhorar as condições de drenagem e
de qualidade da agua com a melhor relação custo-benefício possível

FINALIDADES
▪ Redução de volumes e/ou vazões de escoamento
▪ Impactos positivos sobre a poluição difusa
▪ Valorização das águas no espaço urbano
▪ Desempenho de múltiplas funções no contexto urbano

Sistema não Sistemas não estruturais ou de


convencional de controle de escoamento
controle das águas Tipos
pluviais Sistemas estruturais com eventual
tratamento da poluição difusa
Fundamentação

✓“Tecnologias Alternativas” ou “Compensatórias” de


drenagem urbana, que buscam minimizar os efeitos da
urbanização sobre os processos hidrológicos, com benefício
a qualidade de vida e a preservação ambiental
✓Essas tecnologias são alternativas em relação às soluções
clássicas porque consideram os impactos da urbanização de
forma global, tomando a bacia como base de estudo,
buscando compensar os efeitos da urbanização, através do
controle da quantidade e o tratamento da qualidade da água
decorrente do escoamento superficial
✓Principais técnicas compensatórias: trincheiras, valas,
lagoas de retenção, pavimentos permeáveis e ou porosos,
bacias de detenção, bacias de infiltração, Wetlands e outros
Tipos de técnicas compensatórias

▪ Técnicas não estruturais (ou de controle do


escoamento)
Utilizam meios naturais para reduzir a geração do
escoamento e a carga poluidora  não contemplam obras
civis, mas envolve ações de cunho social para modificar
padrões de comportamento da população  atuam no local
ou próximo das fontes de escoamento, estabelecendo
critérios de controle do uso e ocupação do solo nessas
áreas

▪ Técnicas estruturais
Estruturas de engenharia que tem como finalidade 
deter e/ou transportar os deflúvios gerados na bacia e
também de propiciar a infiltração localizada
Tipos de técnicas compensatórias

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Técnicas não estruturais

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Redução do efeito das áreas impermeáveis
• Uso de dispositivo de detenção no lote >>> incrementa o
armazenamento na bacia, amortece o pico do hidrograma e reduz o
volume escoado para a rede de drenagem
• Em áreas comuns >>> podem ser adotadas soluções como
pavimentos permeáveis (estacionamentos) ou valas de infiltração nas
áreas adjacentes as vias
Urbanização de pequeno impacto
• Concepção urbanística das áreas em processo de
impermeabilização do solo >>> deve prever e minimizar os impactos
da urbanização na drenagem pluvial
• Implantação de dispositivos de retenção e infiltração de pequeno
porte >>> elimina a necessidade de uma estrutura central de grande
porte
• Sistemas de biorretenção em parques, áreas de lazer e jardins e
cisternas, pavimentos permeáveis e telhados verdes >>>
propiciam a redução do volume escoado e filtragem da carga
poluidora
Instrumentos urbanísticos de influência
✓ Zoneamento urbano e parâmetros urbanísticos de uso
e ocupação do solo

✓ Leis de incentivos a retenção/captação da água de


chuva e a utilização de telhados verdes

✓ Plano Diretor de Drenagem Urbana

✓ Manual de Drenagem Urbana


Técnicas estruturais  Controle &
tratamento do escoamento superficial

▪ Controle da quantidade
➢Objetivo: Promover o amortecimento das águas pluviais nos
fundos de vale e áreas de risco de enchentes e erosões
➢Processos atuantes: infiltração, armazenamento temporário e
escoamento lento

▪ Tratamento da qualidade
➢Objetivo: minimizar a poluição das águas pluviais nos cursos
d’água
➢Processos atuantes: sedimentação, infiltração e processos
bioquímicos

Atenuar as possibilidades de enchentes e minimizar as cargas


poluidoras gerada em áreas urbanas que impactam os cursos d’água
Técnicas estruturais
Categorias de técnicas:
▪ Controle na fonte  Localizado + Linear
▪ Controle centralizado

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Técnicas estruturais de controle na fonte

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Importância relativa de restrições à implantação
e operação das técnicas estruturais
Aspectos a serem avaliados para a
utilização das técnicas compensatórias
✓ disponibilidade de espaço físico para implantação dos
dispositivos;
✓ definição dos dispositivos mais adequados em função dos
tipos de poluentes presentes no escoamento;
✓ comportamento do lençol freático na estação chuvosa (maior
atenção para os sistemas de infiltração);
✓ levantamento do perfil litológico do local (solos com alta
capacidade de percolação são necessários ao funcionamento
de sistemas de infiltração da agua no solo);
✓ análise dos custos de implantação e manutenção da estrutura
(disponibilidade de material; manutenção; eficiência de
remoção de poluentes; disponibilidade e treinamento de
pessoal técnico)
Vocação e possibilidades de utilização de
técnicas estruturais
Experimentos na UFMG – SWITCH
Experimentos na UFMG – SWITCH
EXPERIMENTOS NA UFMG – SWITCH

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Técnicas não convencionais de controle
das águas pluviais
Técnicas compensatórias em drenagem pluvial
Considerações gerais para o
dimensionamento das estruturas
Risco hidrológico
Risco adotado para o dimensionamento de sistemas de manejo de
aguas pluviais é definido por referencia  a probabilidade de
ocorrência ou de superação de um dado evento tomado como critico

Relação entre o risco hidrológico ao tempo de retorno 

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Risco hidrológico

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Cálculo da vazão de saída

▪ Vazão de saída de uma estrutura  depende essencialmente do


seu modo de descarga
▪ Limite da vazão de saída pode ser estabelecido:
✓ dado por uma regulamentação de limitação de vazão
✓ definido como sendo a vazão produzida pela zona antes de sua
urbanização (limitação do impacto da urbanização) ou em um
estado de ocupação bem inferior ao atual (melhoria da situação
existente);
✓ calculado de modo que o dispositivo se esvazie rapidamente
(inferior a 24 h, por exemplo)
Cálculo da vazão de saída
Infiltração
▪ Contanto com uma infiltração  a vazão pode ser estimada pelo
produto da superfície de infiltração e da capacidade de absorção
▪ Eventual colmatação pode ser considerada  introduzindo um
coeficiente de segurança que depende do local da estrutura
(aportes de finos) e do tipo de manutenção
Vazão de saída:
α é o coeficiente de segurança
qas é a capacidade de absorção por unidade de
𝑸𝑺 = 𝛂 × 𝒒𝒂𝒔 × 𝑺 superfície infiltrante (m3/s/m2)
S representa a superfície de infiltração (m2)

▪ Capacidade de absorção pode ser  aproximada pela


condutividade hidráulica na fase de análise de viabilidade
(considerando-se que o lençol d’agua subterrânea seja profundo)
Cálculo da vazão de saída
Infiltração
Ensaios in situ de capacidade de absorção do solo são indispensáveis
 nas fases de estudos detalhados e de projeto

Ensaios de condutividade hidráulica a saturação  com permeâmetro


de Guelph

Ordem de grandeza da condutividade hidráulica em diferentes solos

Fonte: Musy e Soutter (1991), apud Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)
Cálculo da vazão de saída
Detenção
▪ Vazão de saída depende das  características hidráulicas da
estrutura de descarga
▪ Vazão de saída constante (órgão regulador de vazões, bombas )
▪ Vazão de saída em função da carga hidráulica (vertedor,
descarregador de fundo etc.)
▪ Equações hidráulicas clássicas  utilizadas em estruturas de
descarga simples
Estimativa do tempo de funcionamento

▪ Corresponde  (a) tempo necessário para o enchimento e ao (b)


tempo de descarga (ou tempo gasto para o esvaziamento da
estrutura)
▪ Utilizados de duas maneiras distintas:
i. Variável de controle  quando o volume a armazenar é
calculado com a imposição de uma vazão de saída
Se o tempo de descarga não for aceitável (muito longo, por exemplo), o
dimensionamento deverá ser refeito, adotando-se uma mudança da
vazão de saída
ii. Variável de concepção  Tempo de descarga como critério para
que se fixe a vazão de saída
Admite-se, de forma geral, que o tempo de descarga deva ser
inferior a 24h.
Métodos de dimensionamento: Análise comparativa

Legenda: IDF = intensidade-duração-frequência; PDF = precipitação-


duração-frequência; Fonte: Baptista et al, 2005.

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Coeficiente de escoamento superficial

Fonte: Manejo de águas pluviais urbanas (PROSAB, 2005)


Técnicas não convencionais de controle
das águas pluviais
Técnicas compensatórias em drenagem pluvial
Técnicas estruturais de controle
centralizado
Bacia de detenção

• O que é? são espaços com profundidade maior que a da


superfície do entorno, visando o armazenamento temporário
da água.

• Como funciona? As bacias de detenção ficam secas na


maior parte do tempo, enchendo-se somente durante os
períodos de chuva. Quando estão secas, algumas bacias de
detenção podem ser aproveitadas para atividades de lazer,
por meio da instalação de campos de futebol, quadras
esportivas e pistas de skate.
Bacia de detenção seca

Córrego
Brejo do
Quaresma

Córrego
Lagoinha

Saída para o
Extravasor do córrego
Córrego Vilarinho
56
Vilarinho

Bacia de detenção do córrego Vilarinho – Belo Horizonte, MG


Bacia de
Detenção
seca do
Vilarinho –
BH

Área de
detenção

57
Bacia de detenção seca
Piscinão Guamiranga, na Vila Prudente, São Paulo (2017) 
custo da obra de R$160 milhões para uma capacidade de
retenção de 850.000 m3
http://www.daee.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=arti
cle&id=1838:governador-geraldo-alckmin-entrega-piscinao-
guamiranga-&catid=69:home-page&Itemid=78
https://www.youtube.com/watch?v=0aGNjnRFgcQ

Piscinões da região da Tijuca, Rio de Janeiro (até 2015) 


capacidade de119.000 m3 com o custo de R$ 214,8 milhões
https://www.youtube.com/watch?v=wT0pJJ1SoSs

Piscinão do córrego do Bonsucesso, região oeste, Belo


Horizonte (2010)  R$118,7 milhões para uma capacidade
de 250.000 m3
https://www.youtube.com/watch?v=xUkOCR2LsqU
https://www.youtube.com/watch?v=-oN2HqIpwZM
Bacia de detenção com espelho d’água

Barragem Santa Lúcia – Belo Horizonte, MG


Bacia de detenção com espelho d’água

Imagem de satélite da localização da bacia


Barragem Santa Lúcia – Belo Horizonte, MG

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