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UNICE – ENSINO SUPERIOR


IESF – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE FORTALEZA
GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

DESCARTE CORRETO DE MEDICAMENTOS VENCIDOS EM


RESIDÊNCIAS FAMILIARES

FRANCISCO JAMES MENESES LAUREANO

Fortaleza – Ceará
2016.1
1

FRANCISCO JAMES MENESES LAUREANO

DESCARTE CORRETO DE MEDICAMENTOS VENCIDOS EM


RESIDÊNCIAS FAMILIARES

Trabalho acadêmico apresentado à UNICE –


Ensino Superior / IESF – Instituto de Ensino
Superior de Fortaleza, como requisito para
obtenção do título de bacharel em Farmácia, sob
orientação da Prof.ª Me. Analu Aragão Fonteles e
do Prof. Esp. Antônio Cláudio Silva Nunes.

Fortaleza – Ceará
2016.1
2

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

L378d

Laureano, Francisco James Meneses.

Descarte de medicamentos vencidos em residências familiares. /


Francisco James Meneses Laureano - 2016.

51f.; il. Color.


Inclui Bibliografia.

Monografia (Graduação em Farmácia) – UNICE – Ensino


Superior, 2016.
Orientador: Prof. Me. Analu Aragão Fonteles.

1. Descarte de Medicamentos. 2. Medicamentos Vencidos.


3. Resíduos. I. Título.

CDD 615

Ficha catalográfica elaborada pelo Serviço Técnico da


Biblioteca da UNICE - Ensino Superior.
3

Trabalho Acadêmico apresentado à UNICE – Ensino Superior / IESF – Instituto de


Ensino Superior de Fortaleza como requisito necessário para conclusão do grau de
Bacharel em Farmácia. A citação a qualquer trecho deste trabalho acadêmico é
permitida desde que em conformidade com as normas da ética cientifica.

___________________________________________________________
Francisco James Meneses Laureano

Apresentação em: ____/____/____

___________________________________________________________________
Orientadora Prof.ª Me. Analu Aragão Fonteles

___________________________________________________________________
1ª Examinadora Prof.ª Dr.ª Terezinha de Jesus Afonso Tartuce

___________________________________________________________________
2º Examinador Prof. Esp. Antônio Cláudio Silva Nunes

___________________________________________________________________
Coordenador do Curso Prof. Me. Fábio Tartuce Filho
4

Dedico

Primeiramente, a Deus que guiou meu caminho e me deu


força para nunca desistir e sempre alcançar os meus
objetivos. Ao meu pai, minha mãe e meu irmão por me
ajudarem nos momentos difíceis, e a meus familiares e
amigos que efetivamente torceram pela minha vitória.
5

Agradeço

A Deus por abençoar minha vida e me proporcionar esse


momento especial que é a realização de um sonho.
À minha mãe, que foi a primeira a me incentivar-me e a não
desistir pois, sem ela, nunca teria alcançado essa conquista.
Ao meu pai que sempre esteve por perto quando precisei de
sua ajuda. Ao meu irmão, que também esteve do meu lado
sempre me apoiando.
À minha namorada, companheira e amiga, Darliane, pela
sua paciência, compreensão, pelo carinho e amor que tem
me dado.
Ao meu amigo Alexandre Estevam que sempre acreditou no
meu sucesso.
Aos meus amigos da faculdade: Ita, Fagner, Elton,
Glaydson, Mariana, Emanuelle, Milton, Vinicius, Isabel,
Marina e Elisaberth, que me ajudaram do começo até aqui
nesse momento.
6

RESUMO

Os riscos ao meio ambiente decorrentes do descarte inadequado dos resíduos de


medicamentos têm aumentado significativamente com o grande avanço tecnológico e
também em virtude do envelhecimento da população. O modo de entrada desse tipo
de resíduo no meio ambiente ocorre por meio do lançamento de esgotos domésticos
em cursos de água, efluentes de indústrias farmacêuticas, rejeitos rurais, lixões
aterros sanitários e disposição inadequada de fármacos após a expiração do prazo de
validade. O propósito desse trabalho foi de analisar os aspectos legais e ambientais
do descarte de resquícios de fármacos e mostrar um pouco acerca das Leis e
Resoluções que tratam sobre o esse assunto, além da logística reversa para esse tipo
de refugo e os impactos causados pelo descarte de medicamentos, bem como a
realização de uma pesquisa de campo para medir o nível de consentimento de uma
determinada população para avaliar o quanto se conhece dos efeitos provocados em
virtude do descarte incorreto.

Palavras-chaves: Descarte; Medicamentos; Meio Ambiente; Leis; Resoluções


7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 08

CAPÍTULO I. LEIS E RESOLUÇÕES QUE REGULAM O DESCARTE DE


MEDICAMENTOS NO BRASIL ................................................................................ 10

CAPÍTULO II. LOGÍSTICA REVERSA ..................................................................... 18

CAPÍTULO III. PROBLEMAS EM VIRTUDE DESCARTE INADEQUADO DE


MEDICAMENTOS ..................................................................................................... 30

CAPÍTULO IV. PESQUISA DE CAMPO ................................................................... 37


4.1 Método da Pesquisa ............................................................................................ 38
4.2 Universo da Pesquisa ......................................................................................... 38
4.3 Perfil do Sujeito ................................................................................................... 38
4.4 Apresentação dos Dados .................................................................................... 39
4.5 Análise dos Resultados ...................................................................................... 43

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 44

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 46

FONTES ON LINE .................................................................................................... 47

APÊNDICES ............................................................................................................. 49
8

INTRODUÇÃO

Grande parte dos problemas ambientais são causados pelo


homem decorrente do uso inadequado do ecossistema. Na busca pela obtenção dos
recursos para bens de consumo e serviços, tem-se a geração de resíduos dos quais
não estão sendo absorvidos por esse meio. Décadas atrás, a população era pequena
e essa ambiência proporcionava a reversão dos impactos sofridos por tal agressão,
de certo modo não ocorriam desequilíbrios ambientais significativos.

No cenário atual com o consumo aumentado dos recursos,


principalmente nas últimas décadas, seja ele em virtude do crescimento da população,
ou pelos avanços da ciência e a expansão industrial, o lixo vem se transformando em
um dos maiores transtornos e problemas ambientais a nível global. É notório que
toneladas de restos são coletados de residências, comércios e indústrias.

Os resíduos que são produzidos nos estabelecimentos de saúde


são denominados de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde – RSSS, sendo que
vários são os fatores que contribuem para a geração desse tipo de refugo.

As políticas de gerenciamento dos RSSS têm como sua diretriz


minimizar esses sobejos e promover a reciclagem ou a reutilização, até mesmo a
substituição por reagentes que tenham menos e efeitos tóxicos, como também visa à
destinação final de forma adequada desses resíduos que são gerados nos
estabelecimentos de saúde.

Diante dessa perspectiva a presente pesquisa apresenta a


seguinte problemática: como são descartados os medicamentos em residências
familiares e qual o nível de conscientização dos problemas que esses medicamentos
podem trazer ao meio ambiente e a população?

A hipótese investigada considera que a maior dificuldade é a


falta de informação e divulgação para a população sobre os problemas que podem
ser gerados com o descarte inadequado dos medicamentos.
9

Nesse sentido, o objetivo geral desse trabalho é analisar como


é feito o desprezo dos medicamentos vencidos nas residências.

Este trabalho acadêmico está estruturado da seguinte maneira:

O primeiro capítulo aborda as Leis e Resoluções que tratam


sobre os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde – RSSS.

O segundo capítulo informa como deve ser feita a logística


reversa dos resíduos de medicamentos e quais os procedimentos devem ser adotados
para essa prática.

O terceiro capítulo trata sobre os problemas provenientes do


descarte incorreto dos medicamentos e quais os possíveis danos ao meio ambiente e
a saúde da população.

O quarto capítulo apresenta a pesquisa de campo realizada com


alunos da UNICE – Ensino Superior, funcionários e clientes de uma farmácia situada
no Bairro João XXIII.

Com esse estudo, pode-se analisar a consciência de um certo


grupo de pessoas acerca dos problemas que podem ser gerados com o descarte
incorreto de medicamentos no meio ambiente e o conhecimento geral sobre o assunto
discorrido.
10

CAPÍTULO I. LEIS E RESOLUÇÕES QUE REGULAM O DESCARTE DE


MEDICAMENTOS NO BRASIL

O homem é responsável por grande parte dos problemas


causados ao meio ambiente. Na busca pela obtenção de recursos para a produção
de bens de consumos e serviços, a partir daí tem-se a formação na geração dos
resíduos dos quais não são mais absorvidos por esse meio.

Nos primórdios da civilização, a população era bem pequena e


o meio ambiente conseguia manter o equilíbrio dos impactos que eram causados pela
agressão, assim, não se observavam instabilidades ambientais tão significativas como
os que se vê nos dias atuais.

O cenário moderno destaca-se pelo consumo exagerado


principalmente nas últimas décadas em virtude dos vários fatores como o aumento da
população, os avanços da ciência, tecnologia e expansão das indústrias.

Já no final da década de 1970 por intermédio do Ministério do


Interior, foi publicada a Portaria Minter nº 53, de 01/03/1979, onde visa orientar como
deve ser feito o controle de resíduos sólidos do País, sendo ele de natureza industrial,
domiciliar, de serviços de saúde e demais refugos gerados pelas diversas atividades
da população.

Dentre as principais políticas nacionais e as legislações


ambientais que contemplam sobre a questão de resíduos sólidos, as que se destacam
são as que dispõem sobre: a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6938 de
31/08/1981), a Política Nacional de Saúde (Lei Orgânica de Saúde nº 3080 de
19/09/1990), a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9795 de 27/04/1994),
a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9433 de 08/01/1997), Lei de Crimes
Ambientais (Lei nº 9605 de 12/02/1998), o Estatuto das Cidades (Lei nº 10257 de
10/07/2001); Política Nacional de Saneamento Básico (Lei nº 11445 de 05/01/2007),
e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12305 de 02/08/2010).
11

Embora o País ainda não tenha uma lei que discipline de forma
a abranger todo o território nacional sobre a gestão de resíduos sólidos. A questão
sobre de resíduos sólidos vem sendo praticada pelos órgãos regulatórios, por meios
de resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, 1 a da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, e no caso de resíduos do serviço de saúde
RSS.

No País ainda se estabeleceu a sua Política Nacional de


Resíduos Sólidos, no entanto, alguns Estados já se anteciparam e estabeleceram as
suas políticas estaduais de Resíduos Sólidos por meio de legislação específica como
exemplos de Estados que se destacam, como: Ceará, Goiás, Mato Grosso, dentre
outros.

Assim, os Resíduos dos serviços de saúde tiveram grande


destaque no início da década de 90 quando se aprovou a Resolução nº 06 de
19/09/1991 do CONAMA, 2 que desobriga a incineração ou qualquer outro tipo de
tratamento feito pela queima dos restos sólidos que sejam provenientes de
estabelecimentos de saúde e de terminais de transporte e deu competência a órgãos
estaduais do meio ambiente para que sejam estabelecidas normas e procedimentos
relacionados ao licenciamento ambiental do sistema de coleta, transporte,
acondicionamento e a disposição final dos Resíduos, nos Estados e municípios que
optaram pela não incineração.

Com a nova Resolução CONAMA nº 05 de 05/08/1993 que estão


fundamentadas nas diretrizes da resolução citada anteriormente, visa estipular que os
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde e os terminais de transporte
devem elaborar o gerenciamento dos seus Resíduos, bem como apreciar os aspectos
pertencentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenagem,
meios de transporte, tratamento e disposição final dos Resíduos.

1 ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual gerenciamento dos resíduos de serviços
de saúde. 2006, p. 15. (a)
2 Idem. Ibidem. p. 16.
12

A mencionada resolução define os Resíduos sólidos como:


sendo Resíduos nos estados sólido e semi-sólido aqueles que resultem de atividade
de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de serviços de
variação ficando incluídos nesta definição os lodos provenientes dos sistemas de
tratamento de água, e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle
de poluição, como também determinados líquidos onde por particularidades tornem
inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpos de água. A classifica
os resíduos sólidos em grupos como está descrita, como a tabela a seguir:

Grupo A: resíduos com a presença de agentes biológicos e


objetos perfuro cortantes.
Grupo B: resíduos de natureza química.
Grupo C: rejeitos radioativos.
Grupo D: resíduos comuns e todos os demais que não se
enquadram nos grupos anteriores.

Nesse contexto, é interessante comentar sobre o gerenciamento


interno que deve haver em relação à segregação que é a separação dos Resíduos no
momento e local da sua geração para que cada Resíduo seja separado de forma
correta a fim de evitar possíveis contaminações. Além disso, o acondicionamento
deverá ser contínuo à sua geração, em recipientes que não sejam de fácil rupturas e
vazamentos.

Para CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

A) para os resíduos não infectantes poderão ser utilizados sacos


plásticos de qualquer cor, exceto branca.
B) para resíduos infectantes ou para totalidade de resíduos
gerados quando não for segura a separação por grupos, serão
utilizados sacos plásticos de cor branca-leitosa.
C) observar que o preenchimento dos sacos alcance somente
2/3 de sua capacidade.

A referida Resolução explica que, para resíduos químicos, estes


devem ser acondicionados nas embalagens compatíveis, a sua capacidade e com a
sua respectiva natureza química do produto que vai ser contido, pois em virtude do
fato é indispensável sua rotulagem contendo: nome e a simbologia (inclusive a de
risco) o seu volume e a data.
13

É importante que se mantenha o menor estoque possível desses


tipos de produtos químicos e que seja posto em prática o reaproveitamento, que é de
grande importância para o gerenciamento desses produtos. Ressalte-se que deve
sempre consultar o órgão competente de controle ambiental, antes do descarte
desses produtos químicos que estão classificados como perigosos.

Segundo a CONAMA nº 05 de 05/08/1993,

Para os resíduos farmacêuticos do tipo B2 (NBR 12.808 –


ABNT), categoria que abrange os medicamentos vencidos,
contaminados, interditados ou não utilizados, recomenda-se a
embalagem em sacos plásticos de cor branca-leitosa e
encaminhamento à coleta e tratamento, verificando-se, no
entanto, a compatibilidade entre a sua natureza química e o
processo de tratamento. O retorno aos laboratórios produtores e
uma possibilidade a ser levada em conta, considerando-se que
alguns possuem plantas tratamento, para esse tipo de resíduos.

Para os rejeitos radioativos líquidos, a sua eliminação só poderá


ser feita desde que seja observada a Resolução da Comissão Nacional de Energia
Nuclear – CNEN. É oportuno informar que a identificação logo após o seu
acondicionamento deve ser identificada com as expressões e os símbolos, específicos
de cada grupo.

De acordo com a CONAMA, condutas importantes devem ser


adotadas na coleta e transporte internos:

a) Nunca despejar o conteúdo da lixeira em outro recipiente, ou


seja, o saco deverá ser lacrado, ainda dentro da lixeira, depois
de retira-lo, observar a existência de vazamentos, caso haja,
esta lixeira deverá ser retirada deste ambiente, e ser
encaminhada à sala ou abrigo de resíduo, onde será lavada e
desinfeccionada, após todos esses procedimentos colocar-se-á
um novo saco plástico e ela retornara ao seu lugar de origem.

b) Em função do volume de resíduos gerados, deverão ocorrer


alguns procedimentos padronizados como: fluxos bem definidos
para o seu transporte, deverão manter constância de horário,
sentindo único e fixo, evitando assim cruzamento com outros
(como roupas limpas, distribuição de alimento, visitas,
administração de medicamentos etc).
14

c) A coleta e transporte deverão ser realizados por equipe


própria do serviço, devidamente treinada e paramentada com os
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários.

d) Os procedimentos têm que ser realizados de forma a evitar o


rompimento dos recipientes. No caso de acidente ou
derramamento, deve-se imediatamente realizar a limpeza e
desinfecção simultânea do local e notificar a chefia da unidade.

e) Os carros de coleta interna jamais deverão ser deixados em


corredores ou áreas de acesso de público ou de pacientes. Estes
carros ficarão, quando fora da unidade, na área de lavagem /
higienização, e quando dentro da unidade, permanecerão na
sala de material sujo. (grifo original)

Sobre as especificações para os carros que fazem o transporte


interno, à CONAMA informa:

a) Só poderão ser usados para essa finalidade.

b) Capacidade de carga compatível com o volume a ser


transportado e com o esforço ergométrico e ser desempenhado.

c) Ser estanque, construído de material liso, rígido, lavável,


impermeável de forma a não permitir vazamento de líquido, sem
cantos vivos, com pontos laterais abrindo para fora, rodas
giratórias que evitem barulho e derrapagem e identificação, por
expressão e símbolo, conforme o seu conteúdo.

d) O diâmetro ou o perímetro da “boca” do cesto de


acondicionamento dos sacos de lixo, deverá ser compatível com
uma fácil introdução dos mesmos. (grifo original)

Afirma-se que no tratamento preliminar dos Resíduos o


procedimento deve ser realizado na unidade de saúde onde são gerados. Os métodos
que devem ser escolhidos conforme as características de cada Resíduo que podem
ser reciclagem, compostagem ou esterilização (pelo calor úmido e o calor seco).

O armazenamento dos Resíduos, deve ser feito em um abrigo


que seja destinado a essa finalidade. Já a construção desse abrigo ele deverá seguir
todas as normas já existentes na legislação. No que se refere à lavagem e a
desinfecção, elas devem ser feitas simultaneamente, inclusive nos carros e nos
demais equipamentos, no fim de cada turno das coletas. Nesse caso, é indispensável
nessa área, mesmo quando se fizer uso de containers.
15

Como ressalta a Resolução sobre o tratamento de Resíduos


Sólidos de Serviços de Saúde:

A Resolução nº 5, de 05/08/1993, do Conselho Nacional do Meio


Ambiente (CONAMA) estatui, que para os resíduos sólidos do
grupo A (infectantes), não poderão ser dispostos no meio
ambiente sem tratamento prévio que assegure: - A eliminação
das características de periculosidade do resíduo; a preservação
dos recursos naturais e o atendimento aos padrões de qualidade
ambiental e de saúde pública. (grifo original)

Desta forma, pela sua própria natureza, os Resíduos sólidos,


sempre resultaram em um rejeito para a sua disposição final no solo. Então, seja qual
for o tipo do processo de tratamento a ser adotado, devem ser dispostos em aterro
sanitário, que deverá ser projetado, operado e monitorado de modo que possa vir a
servir para a disposição de cinzas ou escória provenientes da incineração.

Com o passar dos anos, essa Resolução sofre um processo de


aprimoramento e atualização, onde se originou a resolução CONAMA nº 283 de
12/07/2001, a qual dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos Resíduos de
serviços de saúde, que não engloba mais os Resíduos de terminais de transporte
passando a ser chamada de Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de
Saúde - PGRSS (anteriormente denominada de Plano de Gerenciamento dos
Resíduos da Saúde.

A responsabilidade e imposta aos estabelecimentos de saúde


que estão em operação e aqueles que serão implantados, para que implementem o
PGRSS. Assim, definindo quais os procedimentos gerais para a realização do manejo
dos resíduos a serem adotados na ocasião que for feita a elaboração do plano que,
desde então, não havia sido contemplada em nenhuma Resolução ou Norma Federal.

A ANVISA, 3 sempre buscando cumprir a sua missão que é de


regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços dos quais envolvam riscos
à saúde pública, onde fica bem claro na Lei nº 9782/99 no capítulo II, art. 8º. A partir

3 ANVISA. Op. Cit. p. 17. (a)


16

daí, a ANVISA passou a promover debates públicos para que haja a publicação de
uma resolução específica sobre esse assunto.

Nesse ínterim, com a publicação da Resolução de Diretoria


Colegiada, RDC ANVISA nº 33/2003 que trata sobre a disposição do regulamento
técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Esta Resolução
passou a atentar em relação aos riscos aos trabalhadores e, a saúde do meio
ambiente. A adesão desses critérios na análise dos riscos com a manipulação desses
resíduos passou a gerar uma divergência com as diretrizes que foram estabelecidas
pela Resolução CONAMA nº 283/01.

A ANVISA 4 considera que essa situação levou a esses órgãos


a buscarem a concordância das suas regulamentações em que só foi obtido com a
revogação da RDC ANVISA nº 33/03 e a publicação da RDC ANVISA nº 306 em
dezembro de 2004, bem como a Resolução CONAMA nº 358, em maio de 2005. Esse
sincronismo só foi possível com o esforço da aproximação onde se constitui em
avanços nas definições de regras para o tratamento dos RSS no País.

Sendo assim, com o progresso alcançado nas regulações em


vigor, pode-se relacionar principalmente os seguintes aspectos: as definições dos
procedimentos seguros, as condições sobre as realidades e as peculiaridades
regionais, a classificação e os procedimentos recomendados na separação e manejo
dos RSS.

A RDC ANVISA nº 306/04 e a Resolução CONAMA nº 358/2005,


informam sobre o gerenciamento dos RSS em todas as suas etapas. Assim definem
a conduta dos diferentes agentes e das cadeias de responsabilidades pelos RSS.
Dessa forma, vão refletir no processo da mudança do modelo a ser tratado os RSS,
fundada nas análises dos riscos envolvidos, tendo em vista a prevenção passa o fator
principal e o tratamento sendo visto com uma opção para a destinação adequada aos
resíduos que tenham potencial à contaminação. Com isso, a ANVISA 5 informa que
se faz necessário que os resíduos recebam o manejo especifico, a partir da sua

4 ANVISA. Op. Cit. p. 17.


5 Idem. Ibidem. p. 18.
17

geração até a sua disposição final, dessa forma definindo competências e as


responsabilidades para tal.

A Resolução CONAMA nº 358/2005 refere-se ao gerenciamento


no enfoque sobre a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente
estabelecendo promover a competência dos órgãos ambientais estaduais e
municipais para o estabelecimento dos critérios e o licenciamento ambiental dos
sistemas de tratamento, bem como a destinação final dos RSS.

Embora, por outro lado, a RDC ANVISA nº 306/2004 tenha com


centro a regulação do controle dos processos separação, acondicionamento,
armazenamento, transporte, tratamento e a sua disposição final. Logo, estabeleceu-
se os procedimentos operacionais em função dos riscos e na concentração do controle
na inspeção dos serviços de saúde.

Em vista disso, observa-se que o assunto é muito relevante e


até polêmico. Portanto, é necessário que Leis e Resoluções que consigam
estabelecer as diretrizes com a finalidade de serem cumpridas a fim de evitar maiores
impactos ao meio ambiente e à sociedade de uma forma geral, a fim que se possa
evitar problemas futuros.
18

CAPÍTULO II. LOGÍSTICA REVERSA

Em virtude da grande busca por bens de consumo, a população


começou a ser responsável por milhares de toneladas de resíduos que são jogados
no meio ambiente que vão desde embalagens plásticas, produtos de uso doméstico,
até materiais eletrônicos e medicamentos.

A logística reversa também pode ser chama de logística inversa


ou logística reversível, e tem como objetivo principal a recuperação total ou parcial
desses produtos, como também indica o local correto onde esses resíduos devem ser
armazenados até a sua coleta pelas empresas.

Seguindo o contexto o qual se sugere, a logística reversa, nesse


caso, é responsável pelo fluxo inverso dos bens, do seu ponto de consumo ao ponto
de origem. Para LEITE, a logística reversa “(...) tem como objetivo tornar possível o
retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios.
”6

Além de definir o conceito de logística reversa, é importante


também conhecer o conceito de logística, sendo que representa o fluxo contrário da
outra.

Para o Council of Supply Chain Management Professionals:

Logistica é o processo de planejar, implementar e controlar de


maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem
como os serviços e informações associadas, cobrindo desde o
ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do
consumidor. 7

De forma clara, o termo logístico reverso pode ser definido como


um processo bastante eficiente e de baixo custo que planeja a implantação do controle

6Paulo Roberto Leite. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 2009, p. 17.
7 Council of Supply Chain Management Professionals apud Antonio Galvão Novaes. Logística e
gerenciamento da cadeia de distribuição. 2007, p. 35.
19

dos fluxos de materiais, dos produtos acabados com informações relacionadas que
vão do ponto de origem para a recuperação ou a forma de fazer o descarte correto.

LEITE também tem outro conceito para logística reversa:

Entendemos a logística reversa como a área da logística


empresarial que planeja, opera e controla o fluxo as informações
correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-
consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio
dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valores de
diversas naturezas: econômico, de prestação de serviços,
ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, dentre outros.
8

A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PRNS complementa


sobre o conceito para a logística reversa:

(...) instrumento de desenvolvimento econômico e social


caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos
sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu
ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.

AMATO NETO 9 comenta que a logística reversa tem como


maior objetivo a aplicação dos 4Rs que são: reprocessar, recondicionar, reciclar e
revender, buscando ao máximo a recuperação das peças e componentes materiais
utilizados na produção, dessa forma, diminui-se ao máximo o volume do descarte e a
quantidade de lixo gerado.

Para melhor explicação, pode-se observar os passos que se


seguem na Figura 1. que vai demonstrar o melhor entendimento sobre esse conceito.

8 Paulo Roberto Leite. Op. Cit. p.17.


9 João Amato Neto. Gestão sustentável da cadeia de suprimentos. 2011, p. 103.
20

FIGURA 1. LOGÍSTICA REVERSA E OS 4RS

Fonte: João Amato Neto. Gestão sustentável da cadeia de suprimentos. 2011, p. 103.

Para SANTOS, 10 o objetivo de se evitar perdas no retorno dos


produtos é agregar valor para os clientes, dessa forma, várias organizações vêm
sentindo a necessidade de encontrar formas que se adequem ao gerenciamento de
seus resíduos e, assim, procurar recuperar o valor desses produtos.

Em geral, em conformidade com o autor citado, os produtos


seguem um ciclo de extração de matérias-primas virgens, em que passam pela
transformação desses materiais nos produtos acabados, distribuição para serem
disponibilizados aos consumidores. Os usuários, por sua vez, fazem o descarte por
diferentes motivos, que podem ser pelo fim da vida útil, perda por interesse do produto,
troca por outro modelo ou tipo, fim da validade, problemas apresentados pelos
mesmos dentre outros.

Vale ressaltar que os bens ou os resíduos descartados podem


ter diferentes disposições finais como o descarte em lixões, rios, lagos e mares que
podem causar sérios problemas ao meio ambiente.

10 Carlos Alberto Frantz dos Santos. A gestão dos resíduos eletroeletrônicos e suas consequências
para a sustentabilidade: um estudo de múltiplos casos na região metropolitana de Porto Alegre. 2012,
p. 29.
21

Na Figura 2. observa-se o ciclo de produção de consumo, para


melhor fundamentação desse aspecto abordado.

FIGURA 2. CICLO DE PRODUÇÃO - CONSUMO – FONTE DE RESÍDUOS /


FLUXOS-ALTERNATIVOS DE DISPOSIÇÃO

Fonte: Paulo Roberto Leite. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 2009, p. 47.

FULLER e ALLEN 11 demonstram por meio do modelo


apresentado na Figura 2. um exemplo do ciclo da produção-consumo da extração até
o uso, e passando pela produção e distribuição ao mercado as várias alternativas para
a disposição dos produtos e materiais, que envolvem a disposição final por meio dos
sistemas de recuperação. Dessa forma, o descarte em aterros seguros e não seguros,
são fontes geradoras de poluição. Os autores esquematizaram, inclusive, o
subsistema de recuperação dos bens que fica representado na Figura 3. a seguir.

11 D. A. Fuller; J. Allen. Reverse Channel System apud Paulo Roberto Leite. Op. Cit. p. 47.
22

FIGURA 3. SUBSISTEMA DE RECUPERAÇÃO DOS BENS

Fonte: Paulo Roberto Leite. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 2009, p. 47.

Para compreender melhor a logística reversa é preciso entender


um pouco da logística direta e algumas definições para o melhor entendimento. Diante
desse assunto, BERTAGLIA ensina que a cadeia de abastecimento corresponde:

Ao conjunto de processos requeridos para obter materiais,


agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e
consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e
para a data (quando) que os clientes e consumidores os
desejarem. 12

Por ser um processo bastante extenso, a cadeia de


abastecimento apresenta vários modelos em que variam de acordo com as
características do tipo de negócio, do tipo de produto e das estratégias que vão ser
utilizadas nas empresas para quem os produtos possam chegar aos seus clientes e
consumidores.

Esse conceito, com o passar dos anos, sofreu evoluções. A


cadeia de abastecimento integrada tem uma visão bem mais ampla do que se conhece
como cadeia logística, na qual se limita mais à obtenção e a movimentação de
matérias e a sua distribuição física dos produtos.

12 Paulo Roberto Bertaglia. Logistica e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 2009, p. 5.


23

Sobre as características da cadeia de abastecimento integrada


BERTAGLIA, 13 ressalta que os modelos de cadeias de abastecimentos são bastante
complexos, onde é fundamental a identificação na quantidade de fornecedores e
clientes.

Discorre o teórico citado que a localização das organizações é


um fator bastante importante pois o posicionamento geográfico dos locais tem uma
implicação bem relevante nos custos e nos fluxos logísticos.

BERTAGLIA 14 complementa que as matérias e produtos são


movimentados na cadeia de abastecimento seguindo a seguinte ordem dos
fornecedores, para os centros de distribuição e para os clientes, dependendo do
modelo estabelecido pela empresa.

Inclusive, o referido literato discursa que na administração dos


estoques deve se ter uma atenção especial pois os produtos e matérias podem ser
armazenados em diferentes etapas nos processos, em que apresentam
características diversas, tais como matéria-prima, produto semiacabado, e produto
acabado.

BERTAGLIA ressalta sobre o modo de transporte de materiais:

A forma como o material ou o produto será transportado


depende das vantagens e desvantagens relacionadas à
infraestrutura de transporte, ao volume a ser transportado, aos
canais logísticos existentes, à confiabilidade da entrega e aos
custos de movimentação, entre outras analises. 15

Sobre a importância da cadeia de abastecimento, BERTAGLIA


ressalva:

A gestão da cadeia e abastecimento, em qualquer organização,


deve considerar a integração financeira, o serviço ao cliente e os
processos internos da empresa. Sem dúvida alguma, nós
estamos começando a viver a era da otimização da cadeia de
abastecimento aliada à gestão de relacionamento com o cliente,

13 Paulo Roberto Bertaglia. Op. Cit. p. 5.


14 Idem. Ibidem. p. 8.
15 Idem. Ibidem. p. 8.
24

e as empresas que não atentarem para essas iniciativas terão


sérias dificuldades para sobreviver no mercado. 16

Em vista disso, a utilização sem controle dos recursos naturais


e a grande falta de cuidado com resíduos, faz-se necessário que as empresas tenham
uma política voltada para esse tipo de assuntos e assim melhorando o marketing da
empresa.

LEITE explica:

Já no ano de 2003, mais de 80% dos operadores logísticos


atuantes no Brasil ofereciam o serviço de logística reversa,
revelando crescimento acentuado de interesse, diferente entre
setores em razão dos diversos níveis de impacto causados pelo
retorno de produtos e materiais ao ciclo de negócio e produtivo.
17

Para melhor compreensão sobre esse assunto, é necessário


saber que nas últimas décadas teve um grande crescimento de modelos diferentes
em várias categorias de produtos nos mais diversificados segmentos do mercado. De
tal forma que também atendeu a inúmeras expectativas no comercio mundial por
mostrar cada vez mais produtos diversificados.

Segundo World Comission on Environment and Development, 18


o desenvolvimento sustentável tem sua expressão mais difundida, como um novo
modelo de desenvolvimento que seja capaz de manter o progresso humano não
apenas em certos lugares ou por alguns anos, mas que seja em todo o planeta e que
atinja um futuro longínquo. É ainda que atenda às necessidades do presente sem que
interfira na capacidade de gerações futuras.

Sendo assim, segundo esse contexto,em casos específicos


relacionados a decisões sobre o uso de recursos que não sejam renováveis ou à
eliminação desses resíduos que possam afetar negativamente o meio ambiente, o

16 Paulo Roberto Bertaglia. Op. Cit. p. 8.


17 Paulo Roberto Leite. Op. Cit. p. 9.
18 WCED - World Comission on Environment and Development. Our Common Future (Report). United

Nations, Abril 1989 apud Rogério Valle; Ricardo Gabbay de Souza. Logística reversa: processo a
processo. 2013, p. 7.
25

desenvolvimento sustentável pode ser traduzido pelo seu frequente emprego de


métodos como, por exemplo a reciclagem, a recuperação e o gerenciamento de
resíduos.

Ainda nesse sentido, muitas empresas, para poderem viabilizar


esses métodos, passaram a lançar mão dos canais de distribuição reversos quem vão
se incorporar ao ciclo dos negócios, ou então, aos ciclos da produção e também nas
fases de pós-venda ou as de pós-consumo.

VALLE e SOUZA comentam:

Trata-se então de planejar, operar e controlar estes fluxos


logísticos e informacionais reversos, de modo que haja
agregação de valor não só econômico, mas também ecológico,
social, legal, logístico ou de imagem. 19

Mediante opinião dos teóricos, a gestão de fluxo inverso torna-


se uma fonte de vantagem bastante competitiva, pois promove uma melhoria de
relacionamento nas demais cadeias de produção, tanto para os clientes como também
ao governo.

A partir do momento que se tem um planejamento, e que se


coloca em prática todas as operações necessárias para que os fluxos logísticos
possam ser atingidos corretamente e as informações sejam repassadas de forma
clara e objetiva passasse a ter um melhor desempenho dessas etapas tão
importantes.

É relevante destacar, nesse âmbito, que a preocupação


relacionada ao fluxo reverso de produtos e de matérias e objeto de estudos desde a
década de 1970.

VALLE e SOUZA afirmam:

Naquela década, os trabalhos de Guiltinan e Nwokoye (1974) já


empregavam os termos “canais reversos” e “fluxos reversos”.

19 Rogério Valle; Ricardo Gabbay de Souza. Op. Cit. p. 8


26

Durante os anos 80, Lambert e Stock (1981) usaram a


expressão “indo pelo caminho errado”. A partir da década de 90,
surgiram várias novas concepções, com destaque para o termo
“logística reversa” apresentado por Rogers e Tibben-Lembke
(1998) como uma inversão da logística. (grifo original)

(...)

Os produtos fornecidos pelo sistema produtivo para atender às


demandas da sociedade possuem uma história que se inicia com
a obtenção dos recursos necessários do sistema natural e
termina com a destinação pós-consumo. Esta pode ser uma
destinação final (aterro sanitário, incineração etc.) ou um retorno
para o ciclo produtivo (reciclagem, reuso etc.). 20 (grifo original)

Conforme BALLOU, 21 o ciclo de vida de um produto pode ser


entendido como um conjunto de fases que compõe a história do produto. É importante
ressaltar que esse tipo de conceito é bem diferente do ciclo de vida de um produto no
mercado (sobre a respectiva do marketing), onde se referem as fases do lançamento
do produto, de crescimento, de maturidade e saturação / declínio.

Para que sejam oferecidos produtos mais sustentáveis, ainda de


acordo com o exposto, todas as fases do ciclo de vida precisam, de alguma maneira,
buscar melhorias no desempenho ambiental, social e econômico de suas atividades.
Assim, pode-se dizer que esse caminho deve ser percorrido uma vez que cada fase é
importante para a sustentabilidade dos produtos.

VALLE e SOUZA salientam que:

A logística reversa, em especial, comtempla importantes etapas


do ciclo de vida, como reparo e reúso, reciclagem de materiais e
componentes, recuperação e destinação final. É, portanto, uma
ferramenta que pode proporcionar importantes ganhos
ambientais, sociais e econômicos, possuindo um papel muito
relevante na gestão do ciclo de vida. A reciclagem, por exemplo,
contribui para diminuir a demanda por recursos do sistema
natural, representa inclusão social e fonte de renda para os
catadores e possibilita, ainda uma diminuição dos custos para o
sistema produtivo. 22

20 Rogério Valle; Ricardo Gabbay de Souza. Op. Cit. p. 8.


21 Ronald H. Ballou. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial apud Idem. Ibidem.
p. 8.
22 Rogério Valle; Ricardo Gabbay de Souza. Op. Cit. p. 9.
27

No cenário atual, com o aumento na conscientização ecológica


em virtude das pressões legais, a logística reversa é uma forte estratégia para as
empresas. Esse aspecto representa importantes ganhos, na competitividade, tendo
em vista que os problemas ambientais que estão relacionados à produção de resíduos
são bastante complexos.

Dentro do contexto sobre a gestão e a governança, a PNRS vem


com um conceito sobre a responsabilidade compartilhada que envolve todos os ciclos
de vida dos produtos que pode ser definida como:

“Conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos


fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o
volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para
reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade
ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos
desta Lei” (Lei nº 12.305/2010). 23 (grifo original)

Dessa forma, a logística reversa de produtos que envolve várias


pessoas nas diversas fases do seu ciclo de vida, com expectativas próprias não pode
se pensar sem considerar o envolvimento de todos.

Cabe ressaltar que com os avanços dos estudos e dos acordos


setoriais na implantação da logística reversa que está levando o Brasil a buscar uma
solução sustentável para combater o grande problema do descarte de inadequado de
medicamentos.

Desse modo, BRANDÃO 24 comenta que a logística reversa de


medicamentos faz parte de uma ampla e complexa política liderada pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA e com o apoio no envolvimento de
ministérios, de instituições ambientais e da saúde, do setor produtivo como as
indústrias, distribuidoras, farmácias, drogarias e sociedade.

23 Idem. Ibidem. p. 10.


24 Aloísio Brandão. Logística reversa: Brasil busca solução para descarte inadequado de
medicamentos. Revista Pharmacia Brasileira nº 87, jan/fev/mar 2013. Disponível em:
http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/139/revista_web_(1).pdf. Acessado em: 15/mar/2016.
28

Tudo isso, de acordo com o teórico mencionado, tem como


objetivo principal frear o uso irracional de medicamentos, que é o ponto principal para
o descarte incorreto, e assim, evitar consequências danosas ao meio ambiente. Outro
objetivo é fazer com as pessoas tenham a real noção do uso correto, e assim,
contribuir para a melhoria da saúde na comunidade.

Segundo BRANDÃO:

A energia usada para fazer funcionar essa verdadeira


engrenagem de um sem-número de peças não será pequena,
nem o tempo demandado será pouco. Afinal, e preciso
equacionar os diferentes interesses, em um País continental e
desigual econômica, social e culturalmente. Mas as dificuldades
não podem paralisar o processo já iniciado de implantação da
política que quer reverter os erros no descarte de medicamentos.
Disposição para tanto não falta ao Grupo de Trabalho Temático
(GTT) que atua firmemente com a missão de estudar a
viabilidade técnica e econômica da logística reversa e de
elaborar a minuta de um edital para propor um acordo do
setorial. 25

Diante dessa realidade, o perigo ao se descartar medicamentos


aleatoriamente que não estão mais sendo usados, e que já perderam a sua validade
ou que sobram é, de certa forma, um ato que pode custar a saúde das pessoas e levar
a reações adversas bem graves, como intoxicações dentre outros problemas, sem
mencionar as agressões ao meio ambiente, por intermédio da contaminação de
águas, solos e de animais.

Na maioria das vezes, esse descarte é feito no lixo comum


domiciliar ou na rede de esgoto, diante dessa realidade, muitos de seus metabolitos
não são eliminados no processo de tratamento de esgoto.

Em síntese, faz-se necessário que as indústrias se


conscientizem de que a logística reversa faça parte dos procedimentos operacionais
para se manter um equilíbrio socioambiental de modo a garantir que os recursos
naturais continuem sendo renovados. Para tanto, é imprescindível que se promovam

25 Aloísio Brandão. Logística reversa: Brasil busca solução para descarte inadequado de
medicamentos. Op. Cit. Disponível em:
http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/139/revista_web_(1).pdf. Acessado em: 15/mar/2016.
29

campanhas de conscientização e informem à população sobre os locais de descarte


ecologicamente corretos.
30

CAPÍTULO III. PROBLEMAS DEVIDO AO DESCARTE INADEQUADO


DE MEDICAMENTOS

Medicamentos são essências para a solução de alguns casos


relacionados à problemas de saúde, mas quando a enfermidade é sanada,
normalmente sobram comprimidos nas caixas, xaropes no interior dos frascos e
ampolas de injetáveis. Na maioria das vezes, tudo isso fica guardado dentro armários
até perder a validade. Diante dessa realidade, pergunta-se o que fazer com esses
medicamentos, então, não há outra alternativa a não ser jogá-los fora. Todavia, o
resíduo desses medicamentos pode contaminar o solo e as águas da população
quando são descartados no lixo ou na rede de esgoto.

Diante desse contexto, o grande problema é que uma imensa


parte da população não sabe e desconhece acerca desse descarte incorreto por não
haver locais específicos para a destinação final desses medicamentos.

No contexto do Instituto Akatu, 26 é bom destacar que o Brasil é


um dos Países em que mais se consomem medicamentos em virtudes dos programas
estabelecidos pelas políticas governamentais que facilitam o acesso e contribuem
para o aumento do consumo que faz com que se tem a maior quantidade
medicamentos e, consequentemente, sobra desses fármacos que, se não forem
consumidos no prazo correto, podem perder a validade.

SILVA 27 comenta que, o consumidor final não tem como


devolver os medicamentos às farmácias e drogarias.

Sendo assim, é feito com alguns produtos eletrônicos como no


caso dos fabricantes de celulares nas lojas especializadas na venda desses produtos.

26 Instituto Akatu. Descarte de remédios: uma questão muito grave. Disponível em:
http://www.akatu.org.br/Temas/Residuos/Posts/Mais-vida-para-o-transito-de-Sao-Paulo-2. Acessado
em 17/mar/2016.
27 Luiz Carlos da Fonseca e Silva apud Idem. Ibidem. Disponível em:
http://www.akatu.org.br/Temas/Residuos/Posts/Mais-vida-para-o-transito-de-Sao-Paulo-2. Acessado
em 17/mar/2016.
31

Entretanto nas farmácias e drogarias ainda não existe nenhuma Lei ou Resolução que
as obrigue a aceitar esses medicamentos, pois, além disso, poderia haver o risco de
comercialização indevida desses medicamentos.

Da mesma maneira, centros, postos de saúde ou qualquer outra


instituição que preste serviço de saúde, também não estão autorizados a receber
esses medicamentos mesmo que estejam dentro do prazo de validade.

SILVA afirma que:

“A razão e que sempre serão desconhecidas as reais condições


de armazenamento e conservação nos domicílios, que poderiam
adulterar as propriedades terapêuticas do medicamento.
Exemplo: o medicamento não pode ser guardado perto de fonte
de calor ou em local úmido”. 28 (grifo original)

Assim para a melhoria no consumo desses medicamentos


poderia se dar maior acesso as informações para a população como também as
indústrias farmacêuticas poderiam oferecer programas que incentivassem o uso
racional dos medicamentos.

No entanto os medicamentos vencidos e as sobras de


tratamento não podem ser descartados de qualquer maneira, por isso é bom que se
tenha cuidado preocupação com o meio ambiente.

De acordo com STOREL, CASTILHO E TAKENAKA, 29 as


legislações e regulamentações que existem onde apresentam como objeto a
destinação adequada para os medicamentos têm duas situações apontadas como
críticas:

28 Luis Carlos da Fonseca e Silva apud Instituto Akatu. Op. Cit. Disponível em:
http://www.akatu.org.br/Temas/Residuos/Posts/Mais-vida-para-o-transito-de-Sao-Paulo-2. Acessado
em 17/mar/2016.
29 Ilse de Lima Arruda Storel; Neide Maria de Castro; Edilene Mayumi Murashita Takenata. Descarte

inadequado de medicamentos: impactos negativos ao meio ambiente e à saúde pública. Disponível em:
file:///C:/Users/JAMES/Desktop/CAPITULO%203/907-1827-1-SM.pdf. Acessado em: 17/mar/2016.
32

a) o descarte inadequado feito pelos domicílios que é agravado


pelo habito do estoque caseiro e pelo crescente consumo de
medicamentos pela população brasileira e;
b) o não cumprimento de determinações legais por autoridade
pública relativas ao descarte de medicamentos. (grifo original)

Por isso, é muito difícil ter o controle sobre o descarte de


medicamentos nas residências.

ALVAREGA e NICOLETTI, 30 completam ao afirmarem que a


legislação existente no Brasil sobre o descarte de medicamentos, está direcionada
aos estabelecimentos de saúde e não a população em geral.

Dessa forma, esse fato dificulta bastante o entendimento sobre


os impactos devido o descarte doméstico de medicamentos, onde a população elimina
esses medicamentos no lixo comum gerando resíduos inadequadamente e que
podem vir a gerar sérios danos ao meio ambiente.

RODRIGUES, aconselha sobre esse assunto: “Vale ressaltar


que a realidade sanitária do país, com infraestrutura precária, ausência de aterros
sanitários, é outro fator que dificulta o tratamento adequado de resíduos de natureza
biológica ou química.”31

Outro fato que chama atenção é que os medicamentos são


indispensáveis para a manutenção da saúde da população, mas a mídia contribui
bastante no incentivo ao consumo excessivo de medicamentos, aliado ao grande
problema que é automedicação, isso faz com que aumente a quantidade de
medicamentos não utilizados nas residências.

De acordo com JESUS:

30 Luciana Santos Vieira Alverenga; Maria Aparecida Nicoletti. Descarte Domestico de Medicamento e
algumas considerações sobre o impacto ambiental decorrente. Revista Saúde Disponível em:
file:///C:/Users/JAMES/Desktop/CAPITULO%203/763-2748-1-PB.pdf. Acessado em :18/mar/2016.
31 Carla Regina Blanski Rodrigues. Aspectos legais e ambientais do descarte de resíduos de

medicamentos. Disponível em:


http://www.pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/dissertacoes/arquivos/121/Dissertacao.pdf. Acessado em:
19/mar/2016.
33

O alto índice de automedicação da população brasileira também


tem forte relação com o mercado ocupado pela indústria
farmacêutica. A indústria utiliza estratégias criativas por meio
das ferramentas de marketing e das propagandas no mercado
farmacêutico. A propaganda exerce forte influência sobre o
consumidor, fazendo com que ele adquira produtos ou serviços
sob pressões internas (usos e costumes) e externas
(informações inadequadas), que deformam o contrato de
consumo, tornando-o não mais um ato voluntário, mas sim um
ato condicionado. 32

GASPARINI, GASPARINI e FRIGIERI 33 ainda acrescentam que


o descarte inadequado de medicamentos feito pela maioria da população se dá pela
falta de informação e divulgação dos danos causados ao meio ambiente e a falta de
locais específicos para a coleta.

Os teóricos observaram que a população passa a ser peça


fundamental na correção dos problemas causados pelo descarte inadequado de
medicamentos. Desse modo, é necessário que haja todo um trabalho de educação e
conscientização ambiental a fim de que a população tenha acesso às informações
corretas sobre a forma de como exercer de forma satisfatória a defesa do meio
ambiente e garanta a sua sustentabilidade.

STOREL, CASTILHO e TAKENAKA comentam que,

Grande parte da população brasileira não tem consciência


acerca dos malefícios que as substancias químicas presentes
nos restos de medicamentos descartados em pias, vasos
sanitários ou mesmo no lixo doméstico podem causar à
Natureza a partir do contato com a água, o solo e a atmosfera.
34

32 Paula Renata Camargo de Jesus. O consumo desenfreado de medicamentos no Brasil e a


responsabilidade da propaganda. Disponível em:
http://www2.metodista.br/unesco/1_Ecom%202012/GT4/32.O%20consumo%20desenfreado_Paula%
20Jesus.pdf. Acessado em: 19/mar/2016.
33 Joice do Carmo Gasparini; André Renah Gasparini; Mariana Carina Frigieri. Estudo do descarte de

medicamentos e consciência ambiental no município de Catanduva-SP. Disponível em:


http://www.citec.fatecjab.edu.br/index.php/files/article/view/10/11. Acessado em: 19/mar/2016.
34 Ilse de Lima Arruda Storel; Neide Maria de Castro; Edilene Mayumi Murashita Takenata. Op. Cit.

Disponível em: file:///C:/Users/JAMES/Desktop/CAPITULO%203/907-1827-1-SM.pdf. Acessado em:


17/mar/2016.
34

Pode-se dizer que, pela citação dos referidos autores, a falta de


informação leva as pessoas a descartarem os medicamentos no lixo comum ou, até
mesmo, em vasos sanitários, porém as estações de tratamento de esgoto não estão
preparadas para realizar o tratamento adequado dos resíduos tóxicos provenientes
dos medicamentos que são jogados na pia e no vaso sanitário.

NASCIMENTO relata:

Que o descarte de inadequado de medicamentos vencidos pode


causar sérias intoxicações no ser humano e também ao meio
ambiente, pois os remédios tem componentes resistentes que
se não forem tratados acabam voltando para a nossa casa e a
gente pode até consumir água com restos de remédios. 35

Recentemente, o controle dos fármacos residuais no meio


ambiente vem atingindo um grande interesse em virtude do fato que muitas
substâncias estão sendo frequentemente encontradas em efluentes das Estações de
Tratamento de Esgoto - ETEs e águas naturais. STUMPF 36 et al. relatam nos seus
estudos que é cada vez maior a presença de fármacos residuais em águas superficiais
que indica ser uma contaminação por esgoto das ETEs.

Desse modo, CARVALHO et al, 37 ressalvam que os fármacos


são produzidos para serem ativos biologicamente, visto que podem apresentar efeitos
em organismos terrestres e aquáticos mesmo em baixíssimas concentrações.
Todavia, já existem pesquisas sobre os efeitos agudos dos fármacos nesses
organismos.

Nesse aspecto, é oportuno comentar que os efeitos ambientais


em boa parte dos fármacos são observados somente em condições laboratoriais,
avaliações de risco que foram utilizados testes de toxicidade mostrando que as

35 C. E. Nascimento. Descarte de remédios: uma questão muito grave. In: Idem. Ibidem. Disponível em:
file:///C:/Users/JAMES/Desktop/CAPITULO%203/907-1827-1-SM.pdf. Acessado em: 17/mar/2016
36 M.Stumpf, et al. Total Environ. In: Daniele Maia Bila; Márcia Dezotti. Fármacos no Meio Ambiente.

Revista química Nova. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-


40422003000400015. Acessado em: 19/mar/2016.
37 Eduardo Viviane de Carvalho et al. Aspectos legais e toxicológicos do descarte de medicamentos.

Revista Brasileira de toxicologia nº 22. 2009. Disponível em:


http://www.sbtox.org.br/Revista_SBTox/V22[1-2]2009/V22%20n%201-2%20Pag%2001-08.pdf.
Acessado em: 19/03/2016.
35

concentrações de alguns fármacos que são encontrados no meio ambiente são


suficientes para que represente risco a organismos aquáticos.

De acordo com ZHOU et. al., 38 as informações sobre as


concentrações dos fármacos no meio aquático são limitadas e estão frequentemente
ligadas a ensaios de toxicidade para um único composto em um só organismo teste e
que ainda estão limitados a avaliação dos efeitos agudos. Outro ponto que é bastante
destacado é o impacto causado pela mistura de vários fármacos no meio ambiente
que podem levar a efeitos de toxicidade severos do que os que são causados por um
fármaco sozinho.

Embora, isso não quer dizer que só um fármaco em exposição


ao meio ambiente não trará problemas na população.

Em CARVALHO et al. observa-se a seguinte colocação:

Os efeitos ambientais mais sérios têm sido observados em


relação aos interferentes endócrinos, tais como o hormônio 17α-
estradiol, que pode ocasionar a efeminação em peixes expostos
a concentrações menores que 1 ng/L. O termo “interferente
endócrino” tem sido usado para definir uma substância química
que pode interferir no funcionamento natural do sistema
endócrino de espécies animais, incluindo os seres humanos; tal
substância pode ser de origem antrópica, também denominada
xenoestrogênio, ou de origem natural. Os interferentes
endócrinos englobam uma grande variedade de classes de
substâncias químicas, que incluem os hormônios naturais e
sintéticos, fitoestrógenos, pesticidas, compostos utilizados na
indústria, subprodutos de processos, entre outros. Alguns são
persistentes, enquanto outros são rapidamente degradados no
ambiente. 39 (grifo original)
Pode-se dizer que, mediante a elucidação dos teóricos, existem
compostos que são facilmente degradados pelo meio ambiente e outros que podem
demorar mais tempo, às vezes, até anos.

38 Zhou JL, Et. Al. Pharmaceutical residues in wastewater treatment works effluents and their impact on
receiving river water. J Hazard Mater. In. Idem. Ibidem. Disponível em:
http://www.sbtox.org.br/Revista_SBTox/V22[1-2]2009/V22%20n%201-2%20Pag%2001-08.pdf.
Acessado em: 19/mar/2016.
39 Eduardo Viviane de Carvalho et al. Op. Cit. Disponível em:
http://www.sbtox.org.br/Revista_SBTox/V22[1-2]2009/V22%20n%201-2%20Pag%2001-08.pdf.
Acessado em: 19/mar/2016.
36

Os referidos autores também ressaltam que, além dos


interferentes endócrinos, existem ainda uma preocupação maior com um grupo dos
antibióticos, em virtude do seu grande potencial, podem desenvolver resistência
bacteriana pelo fato de serem utilizados em grandes quantidades.

CARVALHO et al. 40 explicam que foi realizada uma pesquisa


nos Estados Unidos, publicada no ano de 2008, confirmando que cerca de 41 milhões
de cidadãos americanos, localizados em 24 áreas metropolitanas recebem água
potável contaminada por vários tipos de produtos farmacêuticos onde se destacam
entre eles antibióticos, anticonvulsivantes, estabilizadores do humor e hormônios.

Em suma, são necessários estudos mais aprofundados sobre os


impactos dos medicamentos no meio ambiente haja vista que já existem provas que
esses medicamentos no meio ambiente levam a vários problemas de saúde à
população contaminação dos lençóis freáticos, solos de maneira em geral,
modificando o ecossistema e dificultando, muitas vezes, os tratamentos com
medicamentos em virtude da grande resistência bacteriana.

Enfim, espera-se que futuramente, possam-se desenvolver mais


cuidados e campanhas no sentido de evitar, amenizar ou mesmo diminuir os riscos
provenientes do descarte incorreto de medicamentos na natureza. Em vista de tudo o
que foi explanado, não somente a população pode ser prejudicada por um grave
problema que ela mesma causou, mas todo o meio ambiente e o ciclo de vida de
animais e plantas podem ser seriamente prejudicados e até de modo irreversível.

40 Eduardo Viviane de Carvalho et al. Op. Cit. Disponível em:


http://www.sbtox.org.br/Revista_SBTox/V22[1-2]2009/V22%20n%201-2%20Pag%2001-08.pdf.
Acessado em: 19/mar/2016.
37

CAPÍTULO IV – PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo tem como sua principal finalidade a coleta


de dados e com o intuito fundamental analisar como se dá a prática sobre o descarte
de medicamentos nas residências dos alunos da UNICE – Ensino Superior,
funcionários e clientes de uma farmácia localizada em Fortaleza – CE.

Segundo TARTUCE, 41 a pesquisa de campo pode ser definida


como um processo de desenvolvimento do método científico em que se tem como
objetivo descobrir respostas a partir do uso de procedimentos científicos, de modo, a
se procurar por respostas para as interrogações propostas.

Dessa forma pode-se dizer que a pesquisa de campo é uma


narrativa às possíveis soluções dadas as perguntas ora questionadas.

TARTUCE ensina que, “ A pesquisa de campo é a apreensão


dos fatos-variáveis investigáveis no campo da ocorrência considerando as
especialidades do que se está investigando. ” 42

Pode-se compreender que, na concepção da referida teórica, a


pesquisa de campo e o conjunto de ações para encontrar a solução do problema e
procurar respostas para a indagação.

Para a realização de uma pesquisa de campo, TARTUCE instrui


que é preciso: “A existência de uma dúvida, de um problema, de uma pergunta que
se deseja responder, solucionar fundamentalmente.” 43

Nesse aspecto, é de suma importância realizar a pesquisa, para


observar como se procede o descarte de medicamentos nas residências e também o
nível de conhecimento dos problemas que esses medicamentos podem gerar ao meio
ambiente.

41 Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Normas e técnicas para trabalhos acadêmicos. 2008, p. 41.
42 Idem. Ibidem. p. 51.
43 Idem. Ibidem. p. 43.
38

4.1 MÉTODO DA PESQUISA

O método utilizado foi o quantitativo, fazendo-se uso de um


questionário que contribuirá para a análise sobre a prática no descarte de
medicamentos nas residências dos participantes.

Para TARTUCE, 44 tudo que pode ser quantificado e traduzido


em inúmeras opiniões e informações para se poder classificar e analisar.

Seguindo esse pensamento, foi elaborado um questionário com


oito perguntas sendo do tipo fechadas e com múltiplas escolhas.

4.2 UNIVERSO DA PESQUISA

A pesquisa é caracterizada pelo recolhimento dos dados obtidos


do questionário respondido, uma vez que foi aplicado aos alunos de uma instituição
de ensino, a UNICE - Ensino Superior, funcionários e Clientes de uma Farmácia de
Fortaleza – CE, onde foram obtidos 100(cem) questionários respondidos entre os dias
08 e 11 do mês de abril de 2016.

4.3 PERFIL DO SUJEITO

Dentre as pessoas pesquisadas, pode-se verificar que 54% são


homens e 46% são mulheres. Além disso, 10% têm idade entre 18 e 25 anos; 46%
têm idade entre 26 e 35 anos; 30% têm idade entre 36 e 45 anos; 12% têm idade entre
46 e 55 anos e 2% têm idade acima de 55 anos.

De acordo com a amostra pesquisada, pode-se verificar que 2%


têm o ensino fundamental incompleto; 4% têm o ensino fundamental completo; 12%

44 Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Op. Cit. p. 44.


39

têm o ensino médio incompleto; 24% têm o ensino médio completo; 48% têm o ensino
superior incompleto; 8% têm o ensino superior completo e 2% têm pós-graduação.

4.4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

No Gráfico 1. os dados coletados mostram que 96% dos


respondentes têm medicamentos em sua residência, enquanto 4% não têm
medicamentos em sua residência.

GRÁFICO 1. POSSUI MEDICAMENTOS EM SUA RESIDÊNCIA

4%

SIM
NÃO

96%

No Gráfico 2. pode-se verificar que 98% das pessoas


pesquisadas têm o hábito de verificar a validade dos medicamentos e 2% não tem o
hábito de verificar a validade dos medicamentos.
40

GRÁFICO 2. VERIFICAM A VALIDADE DOS MEDICAMENTOS

2%

SIM
NÃO

98%

No Gráfico 3. analisa-se que em qual momento é verificada a


validade dos medicamentos, pode-se observar que 32% dos contados têm o hábito
de verificar a validade no ato da compra, e que 32% só costuma verificar quando
fazem o uso do fármaco, e 30% verificam nas duas situações anteriores, que 2%
nunca verifica a validade e 4% só verifica depois de meses após a aquisição do
medicamento.

GRÁFICO 3. EM QUE MOMENTO E VERIFICADA A VALIDADE DO MEDICAMENTO

2% 4%

32%
NO MOMENTO DA COMPRA
30%
QUANDO NECESSITA UTILIZAR
NAS DUAS SITUAÇÕES ANTERIORES
NUNCA VERIFICA A VALIDADE
DEPOIS DE MESES DA AQUISIÇÃO

32%
41

Os dados coletados demonstram qual a forma que são


descartados os medicamentos. Dos questionados 72% descartam no lixo comum,
14% descartam no vaso sanitário, 2% descartam na pia ou no tanque, 8% entregam
a alguma instituição de saúde e 4% entregam em um órgão de saúde ANVISA
conforme demonstrado pelo Gráfico 4.

GRÁFICO 4. QUAL A FORMA UTILIZADA PARA O DESCARTE DE


MEDICAMENTOS?

LIXO COMUM
4%
8% VASO SANITÁRIO
2%
14% PIA OU TANQUE

ENTREGA A ALGUMA INSTITUIÇÃO DE


72% SAÚDE
ENTREGA EM UM ORGÃO DE SAÚDE
ANVISA

O Gráfico 5. Baseia-se na pergunta anterior quando analisado


o fato de conscientização sobre o que acham ser correto ou não a forma do descarte
de medicamento. Dessa forma, 20% dos respondentes estão corretos, 60% relatam
que não está correto e 20% nunca pensaram sobre esse assunto.

GRÁFICO 5. OPINIÃO SOBRE A FORMA CORRETA DO DESCARTE DE


MEDICAMENTOS

20% 20%

SIM
NÃO
NUNCA PENSARAM NO ASSUNTO

60%
42

O Gráfico 6. avalia o nível que os respondentes conhecem


sobre as possíveis consequências do descarte indevido de medicamentos. Assim 66%
conhecem as possíveis consequências e 34% desconhecem as consequências do
descarte incorreto.

GRÁFICO 6. CONHECEM AS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DO DESCARTE


INDEVIDO DE MEDICAMENTOS

34%
SIM
NÃO

66%

O Gráfico 7. apresenta as seguintes situações: 1. Contaminação


do solo e da água, 2. Contaminação de alimentos, 3. Aumento da resistência de micro-
organismos aos medicamentos e 4. Intoxicação de pessoas relacionadas ao trato do
lixo (garis, catadores), dessa forma, 44% já ouviram falar de uma situação, 12% dizem
já ter ouvido falar de duas situações, 8% dizem que já ouviram falar de três situações,
8% também já ouviram falar de quatro situações e 28% nunca ouviu falar dessas
situações que podem trazer sérios problemas à população.
43

GRÁFICO 7. CONHECIMENTO DOS PROBLEMAS EM VIRTUDE DO DESCARTE


INCORRETO DOS MEDICAMENTOS.

28% UM PROBLEMA
DOIS PROBLEMAS
44%
TRÊS PROBLEMAS
QUATRO PROBLEMAS
8%
DESCONHECEM OS PROBLEMAS
8%
12%

4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A partir da análise das informações da pesquisa de campo,


verificou-se que os respondentes quase em sua totalidade possuem medicamentos
em suas residências e que também têm o costume de verificar a validade dos
medicamentos.

Detectou-se que a maioria dos respondentes descarta seus


medicamentos vencidos no lixo comum e a minoria procura locais específicos para
que seja feito descarte correto.

A partir das informações, percebe-se que as pessoas


presumidamente estão fazendo o descarte correto desses medicamentos. Todavia,
observa-se também que conhecem os possíveis problemas ocasionados em virtude
desse descarte embora algumas pessoas desconheçam seus prejuízos ao meio
ambiente e a população.
44

CONCLUSÃO

Segundo o estudo realizado, o descarte de medicamentos é um


assunto bastante complexo, porém pouco discutido. Vale salientar que as
consequências desse descarte indevido podem causar sérios danos que estão
diretamente relacionados à saúde individual, coletiva e ambiental.

Verificou-se que a falta de informação da população junto com a


ausência de locais para que haja esse descarte, faz com que as pessoas enfrentem
problemas em virtude do descarte incorreto.

Dentre as principais consequências que esses medicamentos


podem causar destacam-se a contaminação de solos e águas, contaminação de
alimentos e a resistência bacteriana, além do desequilíbrio ecológico.

O trabalho mostrou que as pessoas descartam os medicamentos


de forma incorreta em virtude da falta de informação, devido à falta de programas
sócias e políticos para combaterem esse problema.

Respondendo à problemática estabelecida nesse trabalho pode-


se observar que a maioria dos pesquisados possui medicamentos em suas
residências e que costumam descarte esses medicamentos no lixo comum ou em pias
e tanques. Assim, a pesquisa de campo confirmou a hipótese de que o maior motivo
que ocasiona o descarte incorreto é a falta de informação sobre o assunto.

Sendo assim Logística Reversa tem um papel bastante


importante pois se colocado em prática ajuda na prevenção de vários problemas
socioambientais haja vista que as indústrias de aparelhos eletrônicos fazem esse tipo
de logística que vem trazendo muitos benefícios tanto para as pessoas como para o
meio ambiente.
45

O que falta para que as indústrias farmacêuticas possam


implantar essa ideia no seu cronograma é o incentivo de órgãos competentes e leis
que abranjam o maior número de estabelecimentos.

Desse modo, conclui-se que esse estudo contribuiu de forma


significativa para alertar sobre os possíveis danos que o descarte de medicamentos
feito de forma incorreta pode causar problemas à população e ao meio ambiente.
46

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49

APÊNDICE I. CARTA DE APRESENTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Fortaleza, 08 de abril de 2016.

Prezado (a) senhor (a)

Visando a fundamentação do meu trabalho acadêmico para


graduação em Farmácia na instituição de ensino UNICE – Ensino Superior, necessito
realizar uma pesquisa de campo, com o objetivo de verificar como se apresenta a
prática de descarte de medicamentos nas residências dos alunos da UNICE,
funcionários e clientes de uma farmácia localizada em Fortaleza – CE.

Enfatizo que os dados obtidos serão objeto de tratamento em


conjunto, logo, será desnecessário a identificação do respondente.

Ressalto que sua participação é de suma importância para esta


pesquisa.

Agradeço imensamente sua colaboração

Atenciosamente,
Francisco James Meneses Laureano
Aluno do Curso de Farmácia da UNICE – Ensino Superior
50

APÊNDICE II. QUESTIONÁRIO

Este questionário destina-se a pesquisa sobre como e realizado o descarte de


medicamentos nas residências dos alunos da instituição de ensino UNICE – Ensino
Superior, funcionários e clientes de uma farmácia de Fortaleza – Ceará.

PERFIL DO PESQUISADO

1. SEXO
( ) Masculino
( ) Feminino

2. IDADE
( )18 a 25
( )26 a 35
( )36 a 45
( )46 a 55
( )acima de 55

3. GRAU DE INSTRUÇÃO
( ) Ensino Fundamental Incompleto
( ) Ensino Fundamental Completo
( ) Ensino Médio Incompleto
( ) Ensino Médio Completo
( ) Ensino Superior Incompleto
( ) Ensino Superior Completo
( ) Pós-graduação

4. Você possui medicamentos em sua residência?


( ) Sim
( ) Não

5. Você costuma verificar o prazo de validade dos medicamentos?


( ) Sim
( ) Não

6. Com qual frequência você verifica a validade do medicamento que você compra?
( ) No momento da compra.
( ) Quando necessita utilizar o medicamento.
( ) Nas duas situações anteriores.
( ) Nunca verifica a validade.
( ) Depois de meses adquirido.
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7. Qual a forma de descarte que você utiliza para os medicamentos vencidos?


( ) Lixo comum.
( ) Vaso sanitário.
( ) Pia/tanque.
( ) Utiliza mesmo sabendo que está vencido.
( ) Entrega a alguma instituição de saúde.
( ) Entrega em órgão de saúde competente – Vigilância Sanitária.

8. Com relação à pergunta anterior, você acha que sua opção de descarte para este
medicamento está correta?
( ) Sim
( ) Não
( ) Nunca pensei no assunto.

9. Você conhece as possíveis consequências do descarte indevido de medicamentos?


( ) Sim
( ) Não

10. Com relação à pergunta anterior, caso a resposta seja “sim”, qual dos problemas
abaixo você já ouviu falar:
( ) Contaminação do solo e da água.
( ) Contaminação de alimentos.
( ) Aumento da resistência de microorganismos aos medicamentos.
( ) Intoxicação de pessoas relacionadas ao trato do lixo (garis, catadores).

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