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Escola Dominical da IPPSD – Classe de adultos 2018 1

AULA 01

O CONCEITO BÍBLICO DE PACTO


Introdução:

Estudar o Pacto é conhecer a maior história de amor jamais contada. Um amor


revelado a um casal num jardim (Gn 2.8), dramaticamente provado diante de
uma multidão num pequeno monte (Lc 23.33), e gloriosamente proclamado ao
mundo num túmulo vazio (Lc 24.1- 12). A história do Pacto está na Bíblia. Mas,
se a mensagem da Bíblia é unificada, que mensagem é essa?

I. PACTO: O TEMA PRINCIPAL DA BÍBLIA

A teologia do pacto estrutura a totalidade da revelação bíblica. De Gênesis a


Apocalipse há uma unidade pactual. Por isso, cremos que há uma unidade
contínua em toda a Escritura e que a Igreja é a soma dos eleitos do Antigo e
Novo Testamento, tendo apenas uma aliança, reino e um modo de salvação.

A palavra Pacto ou Aliança dá a ideia de um contrato, um acordo entre duas


partes iguais; esse contrato pode ser social, como o casamento (Ml 2.14), mas
também pode ser de natureza política entre dois reis (I Rs 5.12); também pode
haver um pacto entre apenas dois grandes amigos (1 Sm 20.16). Nesses
contratos as partes assumem deveres e responsabilidades de uma para com a
outra, por meio de um juramento.

Vejamos alguns exemplos

1. Gênesis 26.26-31: Abimeleque e Isaque fizeram um “acordo”, “pacto”,


para viverem em paz. Esse “pacto” foi confirmado por um juramento.
2. Josué 9.15: Josué e o Gibeonitas se uniram, por um juramento, para
viver juntos em paz;
3. Reis 5.12: Salomão e Hirão fizeram um “tratado”, “pacto”, para viver em
paz conjuntamente;
4. Samuel 20.3, 16.-17: Davi e Jônatas se uniram, quando fizeram uma
“aliança” de amizade;
5. Malaquias 2.14: O casamento é apresentado como uma “aliança”. Duas
pessoas se unem, se casam, fazem uma aliança.

No caso do Pacto estabelecido por Deus, algumas peculiaridades são


notáveis. As Escrituras testificam com clareza a respeito da significação das
alianças divinas. Deus entrou, repetidamente, em relação de aliança com
indivíduos. Referências explícitas encontram-se na aliança divina estabelecida
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com Noé (Gn 6.18), Abraão (Gn15.18), Israel (Êx 24.8) e Davi (SI 89.3). Os
profetas de Israel predisseram a vinda dos dias da “nova” aliança (Jr 31.31), e
Cristo mesmo falou da última ceia em linguagem de aliança (Lc 22.20).

O que é aliança?

“Aliança é um pacto de sangue soberanamente administrado”.

Três aspectos desta definição da Aliança:

A. A aliança é um pacto: Em seu aspecto mais essencial, aliança é aquilo


que uni pessoas. É sempre uma pessoa, ou Deus ou homem, quem faz
uma aliança. Ainda mais, é outra pessoa que se contrapõe com a outra
parte da aliança. O resultado de um compromisso de aliança é o
estabelecimento de uma relação “entre” pessoas. A preeminência de
juramentos e sinais nas alianças divinas realça o fato de que a aliança,
em sua essência, é pacto. A aliança estabelece compromisso de uma
pessoa com a outra. Essa estreita relação entre juramento e aliança
enfatiza o fato de que a aliança em sua essência é um pacto.

Um juramento obrigatório da aliança podia assumir várias formas. Em um ponto


podia estar envolvido um juramento verbal (Gn 21.23, 24, 26, 31; 31.53; Êx 6.8;
19.8; 24.3, 7; Dt 7.8, 12; 29.13; Ez 16.8). Em outro ponto, algum ato simbólico
podia estar ligado ao compromisso verbal, tal como a concessão de uma dádiva
(Gn 21.28-32), o comer um a refeição (Gn 26.28-30; 31.54; Êx 24.11), o
erguimento de um memorial (Gn 31.44s.; Js 24.27), o espargir de sangue (Êx
24.8), o oferecimento de sacrifício (SI 50.5), o passar debaixo do cajado (Ez
20.37), ou o dividir animais (Gn 15.10,18). Em várias passagens da Escritura a
relação integral do juramento com a aliança é apresentada mais claramente pelo
paralelismo da construção (Dt 29.12; 2 Rs 11.4; 1 Cr 16.16; SI 105. 9; 89.3, 4;
Ez 17.19). Nestes casos, o juramento alterna com a aliança e a aliança com o
juramento.

B. A aliança é um pacto de sangue: A frase “pacto de sangue” expressa o


caráter absoluto do compromisso entre Deus e o homem no contexto da
aliança. Em iniciando alianças, Deus jamais entra em relação casual ou
informal com o homem. Em lugar disto, as implicações de seus pactos
estendem-se às últimas consequências de vida e morte. A frase traduzida
“fazer um a aliança”, no Velho Testamento, significa, literalmente,
“cortar uma aliança”. Esta frase “cortar um a aliança” não aparece
apenas em um estágio na história das alianças bíblicas. Muito pelo
contrário, ocorre proeminentemente através de toda a extensão do Velho
Testamento. A lei, os profetas, e os escritos, todos contêm a frase de
maneira repetida.
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Não somente a terminologia, mas o ritual comumente associado com o


estabelecimento da aliança reflete, de maneira dramática um processo de cortar.
Na medida em que se faz uma aliança, animais são “cortados” em cerimônia
ritual, simbolizando “penhor de morte”. Um animal era sacrificado e dividido em
duas partes. Então os contratantes da aliança andam em forma de oito em volta
das partes – (Gênesis 15.1) - sucedeu que, posto o sol, houve densas trevas; e
eis um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo que passou entre aqueles
pedaços.

Os animais desmembrados representam a maldição que o autor do pacto


invoca sobre si mesmo caso viole o compromisso que fez. O sangue tem
significação nas Escrituras porque representa vida, julgamento sobre a vida “sem
derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hb 9.22). Uma aliança
é um “pacto de sangue” que compromete os participantes à lealdade sob pena
de morte. A morte é tanto para ativar o testamento e a disposição de última
vontade, quanto para estabelecer uma aliança. No caso de uma “aliança”, a
morte está, no princípio da relação entre duas partes, simbolizando o fator
maldição potencial na aliança.

C. A aliança é um pacto de sangue soberanamente administrado: Tanto


as evidências bíblicas como as extras bíblicas indicam a forma unilateral do
estabelecimento da aliança. Nada de barganha, troca ou contrato caracterizam
as alianças divinas da Escritura. O soberano Senhor do céu e da terra dita os
termos da sua aliança.

O Pacto é soberano e unilateral, ou seja, não é um contrato de dois iguais,


mas de um Deus Todo-Poderoso e sua criatura caída, de um Deus santo e o
homem pecador. Consequentemente, o homem nada acrescenta ao Pacto, ou
seja, Deus estabelece as condições soberanamente, cabendo ao homem
apenas ser um recipiente das condições do Pacto. Daí dizer-se que o Pacto é
soberanamente instituído por Deus.

Outro aspecto a se considerar é que, se o estabelecimento do Pacto é


unilateral e soberano, o Pacto é bilateral em sua resposta, ou seja, Deus não
força o homem a aceitá-lo, nem tampouco responde pelo homem, mas convida-
o a entrar no Pacto e andar com ele. Quando Deus chamou Abraão a sua
resposta foi sair imediatamente (Gn 12.1-3); a resposta de Noé foi fazer a arca;
a resposta de Israel sob a liderança de Moisés foi aceitar as condições do Pacto,
cumprindo todas as prescrições do livro da lei; o homem pode ouvir as boas-
novas do evangelho no qual Deus apresenta o sacrifício de Jesus como
suficiente para cumprir as exigências da lei, mas se o homem rejeita a Cristo,
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não crê no Mediador da Nova Aliança, o Pacto de nada lhe aproveita. Sem essa
resposta, não há Pacto.

A manutenção das condições do Pacto no decorrer das gerações, é


exclusivamente de Deus, pois somente ele é capaz de permanecer
absolutamente fiel. Em Gênesis 15, Deus havia mandado Abraão partir ao meio
uma novilha, uma cabra, um cordeiro, além de uma pomba e uma rola (essas
inteiras); em um pacto entre iguais (dois homens) cada um passaria por entre as
partes, como que dizendo: “Seja eu partido ao meio se não cumprir a minha parte
no pacto”. Contudo, entre Deus e Abraão, somente Deus, simbolizado por meio
de uma tocha de fogo, passou por entre as partes, indicando com isso que
somente ele é fiel à Aliança e que o ônus da transgressão pactuai cairia sobre
ele.

Por essas razões, a melhor maneira de compreender a ideia do Pacto é pensar


num relacionamento entre Deus e o homem, relacionamento motivado pelo amor
de Deus para com a sua criação, para gerar vida em abundância no homem,
fazendo-o viver novamente para a glória de Deus. Ao descrever o patriarca Noé,
a Bíblia diz que, ele estava próximo do Senhor, dependia da graça de Deus, tinha
um relacionamento íntimo com Deus (Gn 6.9). Ao pactuar com Abraão o Senhor
requeria integridade no caráter, retidão nas atitudes, fé no coração (Gn 17.1). Ao
pactuar com Israel o Senhor declarou que o andar com Deus implicava um santo
temor e reverência, amor, serviço e obediência (Dt 10.12-13). Jesus disse aos
que desejavam segui-lo que o andar com Deus exige preparo, renúncia,
devoção. Esse é o espírito do Pacto (Mt 16.24).

Esse relacionamento está sempre alicerçado na Palavra de Deus que


assegura as suas condições, com promessas, bênçãos e maldições caso o
homem seja infiel. Por exemplo, o capítulo 28 de Deuteronômio mostra as
bênçãos decorrentes da obediência aos termos do Pacto, bem como as
maldições caso Israel fosse desobediente. Embora todas as maldições advindas
do pecado tenham sido removidas por Cristo na cruz, o princípio da obediência
é eterno, e Deus jamais terá por inocente o culpado.

Finalmente, a inauguração do Pacto e as promessas nele estabelecidas são


acompanhadas de um sinal que sela e simboliza o Pacto, como no caso do arco-
íris no Pacto com Noé, ou a circuncisão no Pacto com Abraão, o batismo e a
ceia do Senhor no Novo Pacto.

Um aspecto do Pacto que merece especial atenção é o papel da promessa,


uma vez que ela é o alicerce do relacionamento estabelecido por Deus com o
seu povo.
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II. O PACTO ESTÁ ALICERÇADO NA PROMESSA DE DEUS

O Pacto é um relacionamento alicerçado na promessa de Deus. A primeira


grande promessa feita por Deus, imediatamente após a queda do homem (Gn
3.15) é conhecida como o “proto-evangelho” (primeiro evangelho), pois nela todo
o plano da redenção está enunciado: um conflito foi estabelecido por Deus, a
humanidade foi dividida, de um lado os que amam a Deus, e do outro os que se
rebelam contra ele servindo à serpente, que é Satanás. O prometido
descendente da mulher, que sabemos ser o Senhor Jesus, foi quem esmagou a
cabeça da serpente na cruz do Calvário (Cl 2.14-15), embora isso tenha lhe
custado um ferimento no “calcanhar” (um ferimento recuperável) que foi a cruz e
a morte, vencida ao terceiro dia, na ressurreição. O Pacto da Redenção,
estabelecido no dia em que o homem pecou, foi motivado pela graça de Deus,
pois o homem agora na condição de pecador precisava mais do que a bondade
de Deus: precisava da justiça e da misericórdia de Deus.

O Pacto da Redenção (Gn 3.15) foi sendo progressivamente revelado à raça


humana. Foi aquela promessa feita no jardim que levou o Senhor Deus a não
destruir completamente a vida na terra por meio do dilúvio, depois que o homem
multiplicou o seu pecado e a maldade do seu coração (Gn 6.1-5). Deus firmou
um Pacto com Noé, no qual, inicialmente, o Senhor empenhava a sua Palavra
em conservar com vida, Noé e sua família (Gn 6.18-20), e posteriormente,
abençoando Noé e seus filhos, com a mesma bênção que havia dado a Adão e
Eva no jardim (Gn 9.1-2), prometeu não mais destruir a terra pelo dilúvio (v. 11).
Observe que foi por causa dessa promessa que Deus não destruiu Sodoma,
Gomorra, Nínive, Babilônia, Jerusalém e tantas outras cidades iníquas, do
mesmo modo como destruiu a geração pré-diluviana.

Deus continuou a revelar progressivamente o Pacto da Redenção, e foi


no Pacto com Abraão que Deus revelou uma promessa, que embora estivesse
implícita nos relacionamentos anteriores, era agora aberta e plenamente
proferida. Se a Aliança com Noé preservava a vida na terra onde o Messias
havería de vencer a Serpente, a Aliança com Abraão separava e preparava um
povo para Deus, por meio do qual viria o Messias. Em Gênesis 17.7, lemos:
“Estabelecerei a minha Aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso
das suas gerações, Aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua
descendência”. Observe como esta fórmula viría a repetir-se em todas as
seguintes administrações ou ampliações do Pacto da Redenção, mostrando que
o grande desejo de Deus era estar sempre presente com o seu povo - Emanuel,
Deus conosco:
1) Quando Deus fez um Pacto com Israel manifestou claramente
que nada havia mudado em seu coração desde que falara a Abraão
(Êx 19.6; 20.2-3). Note a fórmula: “vós me sereis reino “teu Deus
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2) Quando Deus fez um Pacto com Davi, outra vez lembrou seu
propósito (2Sm 7.7,9,12,14).
3) Quando Deus por meio do profeta Jeremias revelou o Novo
Pacto que seria efetivado por Jesus, o Messias, afirmou claramente
que a vontade era a mesma: “... eu serei o seu Deus, e eles serão
o meu povo” (Jr 31.33).
Quando um anjo do Senhor anunciou o nome do filho de Maria, ele fez
referência à profecia de Isaías, segundo a qual o Deus encarnado seria
chamado Emanuel, Deus conosco. Quando o Senhor Jesus iniciou o seu
ministério, escolheu discípulos para estarem com ele, e afirmou que na casa de
seu Pai há muitas moradas, e era seu propósito que onde ele estivesse, seus
discípulos estivessem também. Quando o Senhor Jesus estava para ser elevado
às alturas depois de haver cumprido as palavras de Jeremias, as suas últimas
palavras foram: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século” (Mt 28.20). A fórmula pactuai continua. Mas é no último capítulo da
história humana, na consumação, no Novo Céu e Nova Terra, que o Pacto da
Redenção, inaugurado em Gênesis 3.15, é consumado. O apóstolo João, ao ver
toda aquela multidão procedente de toda raça, tribo, língua e nação, exclamou:
“Eis o tabemáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão
povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21.3).

Conclui-se, pois, que o coração do Pacto, segundo a Escritura, é a restauração


da comunhão entre Deus e os homens. Falar do Pacto é falar de um
relacionamento iniciado por Deus, sustentado por Deus, e mantido eternamente
somente por Deus.
CONCLUSÃO

Deus propõe, faz e guarda as Alianças

Salmo 89.28, 34 - “Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça e, firme com ele,
a minha aliança... Não violarei a minha aliança, em modificarei o que os meus
lábios proferiram”

Aplicação

A que implicações nos levariam o conceito de Pacto como relacionamento?


Como cristão, que tipo de relacionamento você tem com Deus? Porventura o ir
à igreja, dar o dízimo, frequentar a escola bíblica dominical, sustentar
missionários, pode ser considerado como vida no Pacto.

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Aula preparada à partir da Revista da Editora Cultura Cristã – Pacto da Graça.


Número 59 – 4º. Trimestre de 2014 – Série Palavra Viva.

Bibliografia básica:
 ROBERTSON, O. Palmer. O Cristo dos Pactos. Uma análise exegética e
teológica dos sucessivos pactos bíblicos e do seu papel no desenvolvimento da
revelação de Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002.
 BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 4ª Edição. São Paulo: Editora
Cultura Cristã, 2012.
 VOS, Geerhardus. Teologia Bíblica: Antigo e Novo Testamentos. São Paulo:
Editora Cultura Cristã, 2010.

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