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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE UM GERADOR OPERANDO COM

BIODIESEL OBTIDO A PARTIR DO ÓLEO USADO EM


RESTAURANTES

S. C. SILVA FILHO1, 3, T. A. F. SILVA1, 3, A. C. MIRANDA2, H. H. FELÍCIO1, e J. C. C.


SANTANA2* e E. B. TAMBOURGI3
1
Universidade Nove de Julho, Diretoria de Ciência Exatas
1
Universidade Nove de Julho, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
3
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Química
E-mail para contato: jccurvelo@uninove.br

RESUMO – Este trabalho avaliou a eficiência energética de um gerador usando


biodiesel a partir da mistura de óleos de fritura usados nos restaurantes da cidade de São
Paulo. Para tanto, um estudo cinético de transesterificação foi realizando em um reator
em batelada, onde foram misturados em (1:6) o álcool etílico com óleo de fritura
coletados nos restaurantes, catalisados por 0,1% de NaOH sob agitação e variação da
temperatura entre 40 e 80°C por 2h. Desta forma, foi usado um gerador de energia
elétrica de 6 KW operando com 50% da carga nominal, usando blendas de biodieseis
entre B6 e B100. Os resultados mostraram que o rendimento da conversão ficou entre 88-
89% e verificou-se que quando se aumentava em 10°C a temperatura de reação, diminuía
em 10 min o tempo final da reação. A geração de energia dos biodieseis foram
semelhantes às do óleo diesel, mas as emissões chegar as ser reduzidas em 50% e foram
indicadas as blendas entre 10 a 30% de biodiesel, por serem economicamente viáveis,
tornando o biodiesel factível para sua utilização já que é um combustível renovável e
mais limpo que os combustíveis fósseis.

1. INTRODUÇÃO
A utilização de combustíveis fósseis libera gases que contribuem para efeito estufa,
apontado como causador do aquecimento global. Um dos principais gases responsáveis por esse
acontecimento é o dióxido de carbono (CO2), presente na fumaça dos motores (SILVA, 2007).
Dentre os biocombustíveis, pode-se citar o aumento no incentivo governamental ao uso do
biodiesel derivado de óleos animais e vegetais, devido aos benefícios ambientais associados a
eles, tais como: é livre de enxofre; não tóxico; é biodegradável; reduz emissão de gases
poluentes; reduz o aquecimento global; é economicamente competitivo; pode ser produzido por
pequenas empresas; sua produção pode ser regionalizada e favorecer economicamente as
pequenas comunidades (GIRAÇOL et al., 2011).
O biodiesel substitui o óleo diesel mineral nos motores de ciclo diesel com a vantagem de
não requererem adaptações mecânicas, enquanto o uso de outros combustíveis limpos, como o
gás natural ou o biogás e o álcool etílico, requerem adaptação (VOLPATO et al., 2009).

Desta forma, o biodiesel vem sendo inserido no mercado através da mistura obrigatória
com o diesel para comercialização nos postos de combustíveis. A iniciativa caracteriza-se pela
melhoria em fatores econômicos e ambientais. Além de ser uma alternativa energética que
substitui o diesel derivado do petróleo, a utilização de biodiesel é uma forma de manter motores
ciclo diesel em pleno funcionamento com menores índices de poluição atmosférica conforme
(CHAVES et. al., 2012). Assim, este trabalho objetivou avaliar a eficiência energética de um
gerador usando biodiesel a partir da mistura de óleos de fritura usados nos restaurantes da cidade
de São Paulo, como forma de reutilizar este rejeito de uma forma ambientalmente correta.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Produção do Biodiesel


O óleo de fritura usado neste trabalho foi coletado em 53 restaurantes da cidade de São
Paulo-SP, dentre os anos de 2013 e 2014, os quais foram misturados, para uma melhor
homogeneização da amostra. Utilizou-se um reator com camisa de aquecimento e volume total de
100 mL, no qual foram misturados 50 mL de óleo e 8,33 mL de álcool, dando um volume de
reagentes dentro do reator foi de 58,33 mL. As reações ocorreram nas temperaturas de 40, 50, 60,
70 e 80°C sob agitação constante por até 120 min. Usou-se a razão volumétrica de 6:1 de
óleo/álcool etílico e 0,1% NaOH (m/v) como catalisador (solubilizado no álcool). A medição do
teor de biodiesel formado foi feita de 10 em 10 min. Depois, a mistura foi transferida para um
funil de decantação, onde foi adicionada a água deionizada para facilitar a separação da glicerina
e excesso de álcool. Deixou-se o recipiente em repouso para a separação das fases. E separou-se
o biodiesel do óleo que não reagiu usando a técnica de extração com éter de petróleo em um
extrator tipo soxhlet. O rendimento foi calculado com base nas massas moleculares médias do
óleo de fritura 835 g/mol e da mistura do Ester, 881 g/mol, e foi calculado como mostrado na
Equação 1, já que a relação entre as massas molares do produto com o reagente dá um
rendimento teórico de 105,5% (GIRAÇOL et al., 2011; LIN e LIN, 2007). Ampliou-se a escala
do processo para 3L, mantendo-se mesma relação volumétrica, a 60°C (±2°C), com 0,1% de
NaOH e sob agitação constante por 60 min, por serem condições comuns nos trabalhos
encontrados (GIRAÇOL et al., 2011; LIN e LIN, 2007). A caracterização foi feita de acordo com
os métodos da AOCS (1985).

VBiodiesel • d Biodiesel • MM Oleo


Re n dim ento(%) = • 100
VOileo • dOleo • MM Ester (1)

Onde V é o volume, ρ é a massa específica e MM são as massas moleculares.

Para os ensaios de geração de energia, usou-se o óleo diesel S-10, comercializado na época
com 6% de biodiesel (B6) como a amostra controle, chamada de B6. A partir da mistura do B6
com os biodiesel puro (B100) chegou-se às amostras com 10 (B10), 20 (B20), 30 (B30), 40
(B40), 50 (B50), 75% (B75) de biodiesel, as quais foram estudadas neste trabalho.

2.2. Análises e Geração de Energia


Para a geração de energia, usou-se um gerador trifásico de modelo ND 7000E3, operando a
diesel, com rotação de 3600 rpm, sob um freqüência de 60 Hz, com um potencia máxima de 6
kW, tensão de saída de 220 V, corrente nominal de 15 A e regulador de voltagem do tipo AVR,
fabricado pela NAGANO. O qual era equipado com motor de 4 tempos, 10 HP e cilindro de 418
cm3, refrigerado a ar, com injeção direta de combustível, tendo dois modos de partida: retrátil e
elétrica e um tanque de combustível de 15 L. Durante os experimentos, padronizaram-se os
ensaios usando-se uma potencia nominal de 3 kW e 2,5 L de combustível, operando por uma hora
de geração de energia. Para registrar grandezas de energia no experimental, utilizou-se do
instrumento de medição do fabricante Embrasul Indústria Eletrônica Ltda - EMBRASUL,
modelo analisador de energia RE6000N.

O rendimento de um gerador foi calculado pela relação da potência mecânica fornecida ao


gerador e a potência gerada pelo gerador, descrito na Equação 2. O consumo de combustível
durante o período de geração de energia (1 h) foi usado para comparação com o consumo horário
do óleo diesel comercializado na época (B6), já que ao volume de combustível gasto também está
associado o custo da geração de energia, dado pela Equação 2. A conversão de energia por cada
litro de combustível também foi usada como método comparativo entre as blendas usadas neste
trabalho (B10 até B100) com o óleo diesel.

V .I
η= (2)
E.I
Consumo ( L / h) Pr eçoCombust ível ( R$ / L)
Custo( R$ / kW .h) = (3)
Potencia no período ( kW )
Utilizou-se nos experimentos como registrador de grandezas de emissão de gases, o
instrumento denominado de analisador de gases, modelo BEA 724, fabricado pela BOSCH Ltda.
Este instrumento trata-se de um registrador de emissão de gases com classificação internacional
OIML CLASSE 1 e BR90, que é atribuído a equipamentos com altos níveis de precisão,
reprodutibilidade e confiabilidade dos dados gerados. Um software de operação e registro,
denominado de EasyGas foi acoplado ao registrador de emissões. Durante a etapa de medição das
emissões gasosas (CO e CO2), o sensor do analisador de gases foi inserido no duto de saída de
gases do gerador e calibrou-se o equipamento para emitir resultado a cada 2 s, os quais eram
capturados pelo Software EasyGas para análise posterior. Optou-se por tais gases, pois a medida
que se reduz o CO tende-se à uma combustão perfeita, o que é uma forma de avaliar a eficiência
e o CO2 por sua influência no efeito estufa e a diminuição de sua emissão indica uma redução nos
impactos ambientais.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. Estudo da Obtenção do Biodiesel


A Figura 1 apresenta a variação da conversão do óleo em biodiesel com o tempo de reação
nas temperaturas estudadas. Como se nota, todas as temperaturas permitiram atingir ao máximo
possível de conversão do óleo em biodiesel, diferenciando apenas no tempo para alcançá-la. Após
os cálculos usando a Equação 1, notou-se que a conversão variou entre 88 e 90%, sendo que ao se
elevar a temperatura em 10°C reduzia-se o tempo para atingir a máxima conversão em 10 min. O
menor tempo foi 40 min, alcançado na temperatura de 80°C e o maior tempo foi 80 min, quando
se usou a temperatura de 40°C.

Figura 1. Curvas de conversão do óleo em biodiesel com o tempo e a temperatura do processo.

Uma ampliação de escala foi realizada para verificar se as condições experimentais seriam
mantidas. Como boa parte das referencia indicam a temperatura de 60°C, já que boa parte da
referencia citam esta temperatura como sendo a mais indicada para a transesterificação do óleo,
esta foi usada em 12 ensaios com um volume total de 3 L. A Figura 2 mostra uma foto de duas
algumas amostras de biodiesel obtidas neste trabalho (B50 e B100). Como se nota, as amostras à
esquerda contêm uma quantidade significativa de farinha em fase de decantação, a qual deixa os
biodieseis turvos, decantando (a esquerda) com o tempo (em dias). Como os geradores são
sistema estático, que entram eventualmente em operação, em situações emergenciais, acredita-se
na possibilidade da decantação da farinha do biodiesel no tanque possa entupir o dispositivo de
liberação de passagem de combustível para a bomba injetora, ocasionando a interrupção ou
danificação do equipamento. Além disto, como a presença de farinha no combustível pode
significar a perda de poder calorífico e a possibilidade de entupimento dos bicos injetores e
conseqüentemente, o mau funcionamento dos motores. No intuito de mitigar esta situação, uma
etapa de filtrou-se o biodiesel (B100) antes de preparar as blendas.
Figura 2. Presença de farinha em amostras de biodieseis obtidas a partir do óleo de restaurantes a
60°C e 0,1% da NaOH.

A Tabela 1 mostra os resultados para o biodiesel obtido neste trabalho, após a ampliação da
escala para um volume total de 3 L. Como se nota, o rendimento médio, na escala ampliada, foi
de 86,91%, que se encontra dentro da faixa de conversão (55-90 %) citada por Diya’uddeen et al.
(2012). Após as filtrações, notaram-se as perdas de massa e de volume das amostras de biodiesel,
as quais tiveram uma media de 1,18 mL/100 mL e 0,4916 g/100 mL de biodiesel, o que reduziu o
rendimento ao se comparar com os obtidos na fase de estudo cinético. Estas perdas também
influenciaram no aumento na densidade do biodiesel, já que a massa retida foi de farinha que
possui densidade menor do que o biodiesel puro.

Tabela 1. Resultados para o biodiesel obtido na escala ampliada antes e depois da filtragem.

Densidade (g/cm3) ±σ Rendimento Perdas (%) ±σ


Amostras
Antes Depois (%) ±σ Volume Massa
Óleo de Fritura
0,8637±0,0143 - - - -
Usado
Biodiesel 0,8902±0,0444 0,9130±0,0212 86,91±6,22 1,18±0,62 0,4916±0,3698

3.2. Estudo da Eficiência do Gerador


A Figura 3 mostra a variação da energia produzida pelas amostras de biodiesel testadas
neste trabalho (B10 até B100) comparadas com o diesel comercializado em nosso país (B6) até
meados de 2014. Como se nota, mesmo o combustível que é indicado como padrão para uso nos
gerados apresenta um rendimento próximos do 98% da potencia nominal, o que é alcançado por
praticamnete todas as blendas de biodiesel.

A Figura 4 apresenta o comportamento da curva de consumo de combustível com a geração


de energia no gerado por cada de cada litro de combustível. A curva de conversão demonstra a
eficiência que o combustível teve de converte cada litro em kW de energia por 1 h de processo;
assim sendo, quanto maior, mais eficiente é o combustível.

Figura 3. Comparação das potencias geradas pelas amostras de combustível com a do gerador.

A curva de consumo indica a quantidade volumétrica de combustível que é usada em 1 h de


processo. Como quanto menor for este consumo mais econômico é o combustível, já que cada
litro de diesel custa atualmente 2,88 $/L. Desta forma, o cruzamento entre as duas curvas mostra
a região de operação economicamente viável para o biodiesel. O tracejado na Figura 4 enfatiza
esta suposição, já que demonstram a queda brusca na eficiência de conversão de energia e a
elevação no consumo de combustível.

Após os cálculos, usando a Equação 3 chegou-se a 1,30 R$/kW.h para o óleo diesel. Notou-
se que entre o B10 e o B30 o custo da energia eleva-se entre 10-14% com relação ao diesel
comercializado. Já para a blenda B40, o custo elevou a 36%, alcançando os 90-100% do valor do
para as blendas seguintes. Desta forma, comprova-se a viabilidade econômica das três primeiras
blendas (B10 a B30) dentre às demais estudadas. Para Volpato et al. (2009) a utilização de
biodiesel pode configurar-se em uma alternativa técnica capaz de atender a toda a frota já
existente movida a óleo diesel mineral, além de apresentar alto rendimento energético, já que,
para Lima et al. (2012), o biodiesel também é totalmente miscível ao óleo diesel, podendo ser
utilizado puro em misturas sem a necessidade de qualquer adaptação nos motores. Tais
conclusões foram evidenciadas também em nosso trabalho.

A Figura 5 mostra a variação do teor (%) de emissões medidas na saída de gases do


gerador. Como se nota, a uma queda brusca na taxa de emissão de CO2 com o aumento da
porcentagem de biodiesel. A queda na emissão de CO é mais acentuada, mas é acompanha a
elevação da porcentagem de biodiesel. Resumindo, todas as amostras de biodiesel estudadas
neste trabalho apresentaram redução de imissões de CO (de 13 a 48%) e de CO2 (de 10 a 52%)
com relação ao diesel comercial (B6).

Figura 4. Variação do consumo de combustível com a sua conversão em energia.

Figura 5. Emissão de gases na saída do gerador, por litro de combustível.

A relação CO2/CO para o diesel comercial (B6) ficou em 45:1, enquanto que na faixa
indicada pelo custo, como sendo a mais indicada comercialmente ficou entre 47:1-50:1,
demonstrando que esta faixa também aumenta a eficiência de combustão dos óleos. Isto também
foi evidenciado por Silva (2007), que relata que a utilização de combustíveis fósseis libera gases
que contribuem para efeito estufa, principalmente o CO2, e a sua substituição pelo biodiesel
diminui a emissão de CO2 em 46% e de material particulado em 68%, e colabora para diminuir
da poluição.
4. CONCLUSÕES
O estudo cinético de conversão de óleo à biodiesel mostraram que o rendimento da
conversão ficou entre 88-89% e verificou-se que quando se aumentava em 10°C a temperatura de
reação, diminuía em 10 min o tempo final da reação, entretanto, após a ampliação da escala
verificou-se que há uma grande volume de farinha no biodiesel, obrigando ao uso de um processo
de separação antes da preparação das blenda e uma redução de 2-4% no rendimento.

As curvas de conversão de energia e consumo de combustível demonstraram que há uma


redução na eficiência de conversão de energia e uma elevação no consumo de combustível e no
custo da energia gerada a partir da concentração de 40% de biodiesel no óleo diesel, indicando
que a melhor região de operação é entre 10 a 30% de biodiesel na mistura com óleo diesel, onde
o custo ficou entre 10 e 14% a mais do que o óleo diesel. As emissões de CO e CO2 geradas pelas
blendas foram de 10 a 50% menores do que as do diesel comercial, confirmando a redução nos
impactos ambientais ao se optar pelo uso do biodiesel; o que torna o biodiesel factível para sua
utilização já que é um combustível renovável e mais limpo que os combustíveis fósseis.

5. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao CNPq e a UNINOVE pela bolsa e auxilio à pesquisa.

6. REFERÊNCIAS
AOCS – American Oil Chemists Society. Official and Tentative Methods. 3ª ed., Chicago, vol.1,
1985.
CHAVES, L. I. et al. Variação da potência de saída de um gerador em função da utilização de
biodiesel de crambe e soja. Acta Iguazu, v. 1, n.1, p. 1-8, 2012.
DIYA’UDDEEN B. H., ABDUL AZIZ A. R., DAUD W.M.A.W., CHAKRABARTI M. H.
Performance evaluation of biodiesel from used domestic waste oils: A review. Process Safety
Environ. Protec. v.90, p.164–179, 2012.
GIRAÇOL, J. et al. Reduction in ecological cost through biofuel production from cooking oils:
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LIN, C.-Y.; LIN, H.-A. Engine performance and emission characteristics of a three-phase
emulsion of biodiesel produced by peroxidation. Fuel Proces. Technol. v.88, p.35–41, 2007.
SILVA, M. F. Emissão de metais por veículos automotores e efeitos à saúde pública. 2007. 157f.
Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São
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VOLPATO, C. E. S.; CONDE, A. P.; BARBOZA, J. A.; SALVADOR, N. Desempenho de motor
diesel quatro tempos alimentados com biodiesel de soja (B100). Revista Ciência
Agrotecnológica, v. 33, n. 4, p. 1125-1130, 2009.

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