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Resumo
No ambiente de alta competitividade em que estão inseridas as empresas supermercadistas de
Uberlândia e devido à dificuldade que essas encontram para se manter no mercado, torna-se
necessário o conhecimento das principais tecnologias exigidas por estas para que possam
continuar a desenvolver suas atividades atendendo as expectativas e necessidades de seus
clientes. Neste sentido, procurou-se identificar quais são estas principais tecnologias e como
elas podem ajudar estas organizações no aumento da sua competitividade, obter uma noção
de qual a importância destas tecnologias no ponto de vista destes supermercadistas e o
principal beneficio que eles esperam com a concepção e implementação destas. Na execução
da pesquisa, notou-se que as tecnologias almejadas estão concentradas, sobretudo, na
reavaliação dos processos internos, na elaboração de etapas que garantam o recebimento
seguro das mercadorias, no processo de pagamento efetuado pelos clientes, no controle de
estoque e na logística para reposição de gôndolas.
Palavras-chave: Tecnologias; Supermercados; Uberlândia-MG.
1. Introdução
Observa-se que as empresas classificadas como bem sucedidas investem continuamente em
inovações visando manterem-se competitivas no mercado (SOARES et al 2006).
Inovação segundo Tornatzky & Fleischer (1990 apud GOEDERT, 1999) é a introdução de
novidades, de processos, produtos serviços ou de idéias originadas, basicamente, de
descobertas científicas que propiciam novas tecnologias adequadas para elaboração destas
inovações.
Assim, este trabalho procurou apontar as inovações e as tecnologias almejadas por empresas
varejistas do ramo supermercadista na cidade de Uberlândia-MG.
Tendo em vista que neste ramo nota-se muitas possibilidades de inovações tecnológicas como
em processos, produtos e equipamentos, em geral, para atender melhor aos clientes, os autores
sentiram-se motivados a desenvolver este trabalho.
Outro aspecto considerado para esta escolha relaciona-se a maior facilidade de se obter os
dados, devido ao grande número de supermercados na cidade em tela e também da grande
mortalidade das micro e pequenas empresas, especialmente os supermercados.
Assim, os objetivos específicos foram: levantar e classificar os tipos de tecnologias
requisitadas pelas empresas; classificar como as empresas vêem os gastos com as tecnologias;
apontar as principais motivações para implantar estas tecnologias almejadas; identificar as
áreas e os principais resultados esperados a partir destes investimentos.
Para a realização deste trabalho, elaborou-se uma pesquisa que foi respondida por algumas
empresas do mesmo ramo de atividade, em seguida analisaram-se as respostas que são
apresentadas nos resultados obtidos.
III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007.
Este artigo apresenta esta introdução, seguida do referencial teórico sobre conceitos de
tecnologia, inovação e inovação tecnológica, a metodologia e os resultados obtidos, seguidos
da conclusão e do referencial bibliográfico utilizado para o embasamento teórico.
2. Fundamentação teórica
Devido às empresas estarem inseridas em um ambiente consideravelmente de alta
competitividade, percebe-se que elas estão se tornando cada vez mais conscientes de que só
sobreviverá neste meio, se enxergarem a importância e a necessidade de incorporarem e
adotarem tecnologias seja como estratégia ou investimento.
Analisando este aspecto, alguns conceitos de diversos autores sobre tecnologia, inovação e
inovação tecnológica e seus tipos (de produto, processo, incremental e radical) serão
abordados.
Segundo Foster (1988 apud GOEDERT, 1999) “tecnologia é um processo específico que
produz produtos específicos. É difícil distinguir o produto da tecnologia”.
Ribault, Martinet & Lebidois (1995 apud BRITO, 2003) conceituam tecnologia como “(...)
um conjunto complexo de conhecimentos, meios e know-how, organizado com vista a uma
produção”.
De acordo com Schon (1967 apud BRITO, 2003), “tecnologia é como qualquer ferramenta ou
técnica, qualquer produto ou processo, qualquer equipamento físico ou método para fazer ou
fabricar com a qual a capacidade humana é ampliada”.
Para Manãs (1993 apud GOEDERT, 1999), tecnologia se divide em três categorias: a)
“tecnologia de operações, que compreende as técnicas usadas nas atividades do fluxo de
trabalho da organização; b) tecnologia de materiais, que considera os materiais usados no
fluxo de trabalho e estabelece ainda que é possível que uma altamente sofisticada seja
aplicada a materiais altamente simples e c) tecnologia de conhecimento, onde as
complexidades variáveis do sistema de conhecimento usados nos fluxos de trabalho são os
principais”.
Dos conceitos citados pelos autores acima, conclui-se que “tecnologia” é a utilização das
descobertas feitas através de pesquisas, especialmente princípios científicos, para a elaboração
de novos processos, produtos e serviços que serão aplicados em uma certa atividade.
2.1 Conceito de inovação
Desde os primórdios, o homem depara-se com transformações e inovações, sejam elas de
produtos, processos e/ou serviços, como por exemplo, a descoberta da escrita e a invenção da
prensa topográfica, a passagem do disco de vinil para o CD (Compact Disc), a elaboração de
softwares, a invenção do transistor e o advento dos satélites de comunicação.
Com isso, Tornatzky & Fleischer (1990 apud GOEDERT, 1999), conceituaram inovação
como a introdução de novidades, seja de produtos, processos, serviços ou de idéias.
Já Drucker (1985 apud GOEDERT, 1999) conceituou como “a ferramenta especificamente
dos empresários, o meio através do qual eles exploram a mudança como oportunidade para
um negócio ou um serviço diferente. É possível apresentá-la sob forma de disciplina, aprendê-
la e praticá-la”.
Higgins (1995 apud GOEDERT, 1999) conceituou inovação como “o processo de criar algo
novo com um valor significativo para um individuo, um grupo, uma organização, uma
indústria ou uma sociedade”.
III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007.
Para Hyvarinen (1992 apud PERUSSI FILHO, 2003) inovação é “uma invenção usada em
larga escala a fim de ganhar vantagens econômicas. Uma invenção pode levar a várias
invenções”.
Portanto, inovação é a implementação ou criação de qualquer produto, processo ou serviço
que tenha significado para seus utilizadores.
Segundo Dahab (1995 apud PERUSSI FILHO, 2003) “a inovação tecnológica é a
incorporação de novos conhecimentos tecnológicos às atividades produtivas. É a invenção
sendo aplicada efetivamente na prática”.
Roberts (1984 apud GOEDERT, 1999) afirma “inovação tecnológica é a organização e a
direção dos recursos, tanto humanos como econômicos, com a finalidade de aumentar a
criação de novos produtos, processos e serviços e melhorar os já existentes; o
desenvolvimento de idéias e protótipos de trabalho; e a transferência destas mesmas idéias
para as fazer de fabricação, distribuição e uso”.
Para Tornatzy & Fleischer (1990 apud GOEDERT, 1999), “inovação tecnológica envolve
situações de novos desenvolvimentos e a introdução de novos conhecimentos derivados de
ferramentas, artefatos e aparelhos, os quais as pessoas entendem e que interagem com o meio
ambiente, isto é, nos contextos social e tecnológico”.
Segundo a Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec) desenvolvida pelo IBGE
(2000 apud SUGAHARA; JANNUZZI, 2005), inovação tecnológica “é o êxodo
mercadológico de novos serviços ou produtos manufaturados, ou o uso comercial de novos
processos técnicos”, porém, reconhece uma inovação tecnológica como tudo aquilo que é
novo ou que foi aprimorado.
Sendo assim, inovação tecnológica é toda e qualquer inovação que tenha no seu conteúdo
informações obtidas no processo de pesquisa.
Segundo Ettlie (2000 apud BRITO, 2003) as inovações tecnológicas se classificam em três
categorias de dimensão: a primeira dimensão em: a) novos produtos; b) novos processos; c)
novos sistemas de informação, a segunda dimensão em: a) radical e b) incremental e a terceira
dimensão em: inovação arquitetural.
Já Olso (apud BRITO, 2003), categoriza inovação tecnológica em: a) inovação do produto:
que é inserir no mercado um produto que sofreu modificações tecnológicas, aprimorados e/ou
alterados; b) inovação do processo: é inovação tecnológica referente à parte dos
procedimentos de produção, ou seja, modificações em equipamentos, métodos de organização
e nova gestão e c) inovação tecnológica difusa que é a dissipação das inovações tecnológicas
pelo mercado.
A Pintec (2000 apud SUGAHARA; JANNUZZI, 2005) considera inovação de produto como
um aperfeiçoamento à base de tecnologia de um produto o qual já havia no mercado e cujo
desempenho tornou-se melhor.
Conclui-se que inovação tecnológica do produto é aquela que por sua vez inserir-se-á no
mercado produtos com melhor desempenho e qualidade, ou seja, aprimorando-os ou
substituindo-os com finalidade de atingir as necessidades e expectativas dos clientes.
Em relação à conceituação de inovação tecnológica de processo, Tornatzky & Fleischer (1990
apud BRITO, 2003), definem inovação de processos como sendo ferramentas para algum fim,
com o objetivo de obter maior eficiência na parte produtiva ou gestão.
III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007.
Após a análise destes critérios, pediu-se que cada entrevistado enumerasse quatro tecnologias
desejadas e quais os resultados que a organização pretendia obter quando as mesmas fossem
incorporadas. Identificou-se, também, a influência do tipo de capital controlador e o tamanho
dos supermercados.
4. Resultados obtidos
Foram pesquisados três supermercados em bairros distintos na cidade de Uberlândia (MG) no
mês de outubro e novembro de 2006, um se classificou como de micro porte e os outros dois
como de pequeno porte, de acordo com o critério de números de funcionários. A organização
é considerada de micro porte quando possuir de 0 a 19 trabalhadores, pequeno de 20 a 99,
médio de 100 a 499 e de grande porte acima de 500 trabalhadores (CEPES PESQUISAS,
2004).
Na tabela 1, apresentam-se os principais critérios apontados pelas empresas pesquisadas no
momento de se decidirem em incorporar tecnologias.
Além disso, foi possível observar que as principais tecnologias se dão na busca de novos
produtos, isto devido à organização se preocupar em satisfazer as necessidades de seus
clientes e também em atender suas expectativas, fornecendo sempre produtos de qualidade,
porém, para conseguir atingir esses objetivos, a organização atualiza-se somente através de
seus fornecedores e concorrentes, mas sabe da importância das palestras e interações entre
universidade-empresa.
Estas organizações esperam com a incorporação das tecnologias almejadas, maior
competitividade no meio, maior controle no recebimento de mercadorias e de seus estoques,
melhoria de seu sistema de informações gerenciais, aumento das vendas e, principalmente, a
satisfação dos clientes. Elas consideram que incorporando as inovações há maior
probabilidade de se atingir seus objetivos.
Todos os três supermercados entrevistados ressaltaram a dificuldade de financiamento para
investir em tecnologia, com isso, tem-se que o desconhecimento de linhas de créditos aliado a
outros pontos contingenciais de limitação, como impostos altos são os principais responsáveis
pela mortalidade das empresas e atrasos tecnológicos daquelas que se mantêm no mercado.
Através da tabela 2 é possível verificar quais foram as principais tecnologias almejadas por
estes supermercados, por ordem de importância.
A terceira empresa pretende investir em diversidade de produto, tendo esta como o principal
objetivo, pois acreditam que uma organização que possui variedade de produtos consegue
fazer com que os clientes permaneçam mais tempo dentro da organização e,
consequentemente, compram mais. A segunda tecnologia desejada é informatizar todos os
departamentos da empresa para agilizar atendimento aos clientes e, principalmente, ter
controle de mercadorias no estoque e gôndolas, a terceira é possuir funcionários altamente
capacitados que forneçam melhor atendimento e solucionam quaisquer problemas
encontrados pelos clientes e a última se dá no marketing da empresa.
5. Conclusão
O objetivo deste trabalho foi identificar quais são as principais tecnologias almejadas pelos
supermercadistas de Uberlândia-MG. Observou-se que a maior preocupação dos
supermercadistas de micro e pequeno porte entrevistados, concentra-se na parte de processos.
A dificuldade de atender os clientes e obter informações exatas de tudo que se passa no
supermercado são fatores preponderantes para que os gestores da empresa tenham esta
preocupação.
Segurança, controle e análise de níveis de estoque são os ítens mais citados entre os
entrevistados. A necessidade de se ter certeza do produto e da quantidade que está sendo
entregue por seu fornecedor é o motivo de maior concentração de esforços. Outro importante
motivo é ter a certeza da quantidade e variedade de produtos dentro do supermercado, pois no
sistema de controle usado pela maioria deles, não se consegue visualizar a quantidade de
produtos em estoque e nas gôndolas. Sendo assim, não se sabe o momento mais oportuno para
reposição dos produtos nas gôndolas, podendo trazer uma visão negativa da empresa perante
os clientes, insatisfação além da possibilidade de perda de vendas. Com isso, considera-se que
a melhoria nos sistemas de informações dos supermercados é fator fundamental para que os
gestores possam tomar decisões no sentido de melhorar os procedimentos internos,
minimizando erros e maximizar a satisfação dos clientes. Assim, os colaboradores e gestores
não teriam mais que monitorar os estoques visualmente o que acarreta perda de tempo e
possibilidade de perda de vendas caso o produto venha a faltar nas gondôlas e estoque.
Observou-se que as tecnologias mais almejadas pelos supermercados em questão são:
tecnologias de processos e sistemas de informatização, acreditando que assim resolverão
grande parte de seus problemas podendo então se concentrar em tecnologias complementares
como por exemplo o atendimento aos clientes, que foi citado como de fundamental
importância por um dos supermercados. Uma das formas mencionadas pelos supermercadistas
de prover isto, seria a implantação de máquinas de crédito/débito nos caixas, diversidade de
produtos e especialização dos funcionários.
Percebeu-se também que, os supermercadistas entrevistados pretedem utilizar estratégias
tecnológicas e visuais para conquistar a fidelidade de seus clientes. Com isso, o primeiro
passo a seguir é identificar os pontos fracos e fortes, as ameaças e oportunidades que se
encontram no ambiente de elevada competitividade. E um dos fatores que possibilitam a
identificação destes é tomando como referência seus concorrentes para a criação e elaboração
de seu diferencial competitivo, observando preços, negócios, estrutura, promoções, a
facilidade de acesso dos clientes, a facilidade de encontrar o produto desejado, facilidade de
posse que é a disponibilidade rápida do produto e a facilidade de completar a compra que
significa fazer com que o cliente sinta o mesmo prazer na saída do ponto de venda quanto ao
de fazer compras.
Os resultados observados estimulam a realização de novas pesquisas para poder verificar se
as tecnologias ditas almejadas pelos supermercaditas entrevistados foram implantadas e
analisar as consequências que estas trouxeram para a organização. Uma outra sugestão é fazer
III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007.
uma investigação com os fiéis clientes e comparar os resultados ditos pelos supermercadistas
com os deles, pesquisar as linhas de créditos e por último, identificar quais possíveis
tecnlogias que poderão agregar ou não valor para estas organizações.
A pesquisa ajudou a refoçar que, as tecnologiass fazem parte das preocupações dos gestores
dos supermercados que visam firmar no mercado que se apresenta bastante competitivo e
também confirmou que a maioria das micro e pequenas empresas não inovam e sim adquirem
algo já existente.
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