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MINISTÉRIO DO TRABALHO

SISTEMA FEDERAL DE INSPEÇÃO DO TRABALHO


GERÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO EM PELOTAS – RS
Av. São Francisco de Paula, nº 1985, Bairro Areal – Pelotas/RS – 96080-730 Telefone: (53) 3229-
1121
TERMO DE INTERDIÇÃO 356492-357863/170823
Em conformidade com as disposições legais vigentes, em especial o artigo 161 da CLT, redação pela
Lei nº 6.514/77; o artigo 11 da Lei nº 10.593, de 06/12/2002; o artigo 18, incisos IX, X e Xl do Regulamento
da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto nº 4.552, de 27/12/02 e tendo em vista Portaria Ministerial
1719/2014, nos termos de julgado de Ação Civil Pública 0010450-12.2013.5.14.0008, a qual delegou
competência aos Auditores-Fiscais do Trabalho para atos de interdição e embargo, de irrecusável e imediato
cumprimento pelo empregador, e tendo a SLC ALIMENTOS LTDA, CNPJ: 04.107.020/2017-84,
estabelecimento sito na Rod. BR 116, n° 802, km 526, Bairro: Distrito Industrial, Capão do Leão/RS, CEP:
96160-000, CNAE 1061-9-01, grau de risco 3, contando com aproximadamente 369 (trezentos e sessenta e
nove) empregados, sido alvo de inspeção durante a qual foi caracterizada a condição de risco grave e
iminente à saúde e à integridade física dos trabalhadores, conforme laudo técnico anexo, em relação às
seguintes máquinas, setores e serviços:

4.1. Atividades de movimentação de cargas nos setores de pré-limpeza do arroz branco,


beneficiamento do feijão, empacotamento do feijão, empacotamento do arroz e expedição..................... 5
4.2. Atividade de Catação do feijão .............................................................................................17
4.3. Atividade de ensacar o feijão ................................................................................................19
4.4. Serviços de entrada e permanência em Espaços Confinados ............................................... 20
4.5. Trabalho em Altura ............................................................................................................... 21
4.6. Transportadores contínuos de materiais (helicoides, esteiras e fitas) ................................. 24
4.7. Máquinas Empacotadeiras (11 no setor de arroz e 02 no setor de feijão) e Enfardadeiras (05
no setor de arroz) ......................................................................................................................................... 25
4.8. Máquinas Brunidoras VTA no setor de beneficiamento do parbolizado (04 máquinas) ...... 26
4.9. Válvulas de captação de pó do setor de pré-limpeza do parbolizado .................................. 27
4.10. Máquinas de aplicação de filme Strech ................................................................................28
4.11. Máquinas polidoras de água do setor de beneficiamento do parbolizado ..........................28
Determinamos a IMEDIATA INTERDIÇÃO destas MÁQUINAS, SETORES e SERVIÇOS.

Atenção: Responderá por desobediência à ordem legal de funcionário público e por


expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente, respectivamente tipificados nos artigos
330 e 132 do Código Penal Brasileiro, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, quem ordenar ou
permitir a execução destas atividades, após a presente determinação de interdição. Em face de
decisão liminar vigente, proposta por ação civil pública (ACP) do Ministério Público do Trabalho, é
desnecessário o procedimento de ratificação da medida pelo Sr. Superintendente Regional do Trabalho
e Emprego.
Recurso: De acordo com o § 3º do art. 161 da CLT, poderão os interessados recorrer
ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, visando obter o efeito
suspensivo do presente processo de interdição.
Correção da situação de risco: Neste caso, a empresa deverá apresentar
requerimento, especificando as máquinas, setores e serviços para os quais pretende a desinterdição,
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junto à Gerência Regional do Trabalho em Pelotas, especificando e detalhando todas as medidas
adotadas para o saneamento da condição de risco grave e iminente apontadas no laudo anexo,
devendo ainda juntar toda a documentação probatória de suas afirmações, para análise e parecer pela
Auditoria Fiscal do Trabalho.

Pelotas/RS, em 23 de agosto de 2017.

MARCIO RUI CANTOS MAURO MARQUES MÜLLER


AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO
CIF 35649-2 CIF 35786-3

* Competência delegada pela Portaria Ministerial 1719/2014.

Neste momento, tomamos ciência deste “Termo de Interdição”, parcela do processo de auditoria-
fiscal no estabelecimento, bem como recebemos cópia do “Laudo de Caracterização de Grave e Iminente
Risco nº 356492-357863/170823”.

Pelotas/RS, / / 2017, às horas.

SLC Alimentos Ltda


Função / nº identidade

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ANEXO

Laudo de Caracterização de Grave e Iminente Risco nº 356492-357863/170823

Empresa: SLC ALIMENTOS LTDA, CNPJ: 04.107.020/2017-84, estabelecimento sito na Rod. BR 116, n° 802,
km 526, Bairro: Distrito Industrial, Capão do Leão/RS, CEP: 96160-000, CNAE 1061-9-01, grau de risco 3,
contando com aproximadamente 369 (trezentos e sessenta e nove) empregados.

1. Objetivo

O presente laudo técnico tem como objetivo a apresentação de subsídios para fundamentar a decisão
da SRT/RS acerca das condições de segurança e saúde no trabalho oferecidas pela empresa em epígrafe,
especificamente quanto aos pontos adiante elencados.

2. A Auditoria Fiscal do Trabalho

As ações desta instituição estão alicerçadas na Convenção nº 81 da Organização Internacional do


Trabalho - OIT, ratificada pelo governo brasileiro. Segundo o eminente jurista e desembargador aposentado,
Dr. Sebastião Geraldo de Oliveira, esta norma ocupa, hierarquicamente, um “espaço intermediário entre a
Constituição e a lei ordinária, ou seja, tem status infraconstitucional, mas, ao mesmo tempo, supralegal”. A
Convenção nº 81 dispõe e organiza a Inspeção do Trabalho como instituição estatal encarregada de tornar
efetivas as disposições legais e regulamentares do processo de trabalho, inclusa a proteção dos
trabalhadores no exercício da sua profissão.

O ministro aposentado do TST, Dr. Mozart Victor Russomano afirma:

“Os direitos do trabalhador brasileiro estão protegidos em dois níveis distintos, mas que se combinam:
a inspeção ou fiscalização do trabalho, de natureza administrativa, e a proteção judicial, através dos
tribunais da Justiça do Trabalho”.

Cite-se também a posição do Dr. Nelson Mannrich, que assim se posiciona:

“Não se pode negar a existência de um conjunto de normas de ordem pública, impostas


coercitivamente pelo Estado, como as referentes ao registro de empregado, a duração do trabalho, a
período de descanso e a segurança e medicina do trabalho, não cabendo as partes disporem sobre elas
(...). Por serem de ordem pública, compete ao Estado vigiar seu cumprimento, impondo sanções
quando de sua inobservância. Esta atividade estatal, como já enfatizamos, denomina-se Inspeção do
Trabalho”.

O Dr. José Alves de Paula afirma que:

“Os agentes da inspeção do trabalho são vigias da justiça social. Eles são o braço do Estado para
garantir o cumprimento das leis de proteção ao trabalhador e a construção da justiça social”.

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Temos, portanto, a Inspeção do Trabalho como elemento institucional de garantia da efetividade de
leis e regulamentos de proteção ao trabalho.

3. Alguns Fundamentos Legais Referentes a Ações do Estado em Segurança e Saúde do Trabalhador

Sem pretensão ao esgotamento do tema, citaremos fundamentos que embasam a ação do Estado na
defesa de satisfatórias condições de segurança e saúde no trabalho. O artigo 7º, inciso XXII, da Constituição
da República Federativa do Brasil afirma como inalienável o direito de trabalhadores à redução dos riscos
inerentes ao trabalho.

Especificamente o artigo 161 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, com redação dada pela Lei
nº 6.514/77, que alterou o Capítulo V do Título II, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho, determina:

“O Delegado Regional do Trabalho, à vista de laudo técnico do serviço competente que demonstre
grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço,
máquina ou equipamento ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com a brevidade que
a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para a prevenção de infortúnios
de trabalho”.

O Decreto nº 4.552, de 27.12.2002, que aprova o Regulamento da Inspeção do Trabalho, em


consonância com a já referida Convenção nº 81 da OIT, em seu artigo 18° determina:

“Compete aos Auditores Fiscais do Trabalho, em todo o território nacional:


...
IX) averiguar e analisar situações com risco potencial de gerar doenças ocupacionais e
acidentes do trabalho, determinando as medidas preventivas necessárias;

X) notificar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho para o cumprimento de obrigações ou


a correção de irregularidades e adoção de medidas que eliminem os riscos para a saúde e
segurança dos trabalhadores, nas instalações ou métodos de trabalho;

XI) quando constatado grave e iminente risco (grifo nosso) para a saúde ou segurança dos
trabalhadores, expedir a notificação a que se refere o inciso X deste artigo, determinando
a adoção de medidas de imediata aplicação (grifo nosso)...”

Ressalte-se ainda que, visando garantir a celeridade necessária ao procedimento de interdição, foi
expedida a Portaria MTE n. 1.719/2014, que dispõe nos seguintes termos:

Art. 4º Os Auditores Fiscais do Trabalho - AFT estão autorizados, em todo o território nacional, a
ordenar a adoção de medidas de interdições e embargos, e o consequente levantamento posterior
dos mesmos, quando se depararem com uma condição ou situação de perigo iminente à vida, à saúde
ou à segurança dos trabalhadores.

§ 1º Para o início ou manutenção da produção de seus efeitos, o embargo ou interdição não depende
de prévia autorização ou confirmação por autoridade diversa não envolvida na ação fiscal,

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ressalvada exclusivamente a possibilidade de recurso ao órgão técnico superior da Inspeção do
Trabalho (...)

4. Caracterização da Condição de Risco Grave e Iminente à Integridade dos Trabalhadores

Em face de determinação superior, foi composta, no âmbito da SRT/RS, força-tarefa com equipes
multidisciplinares de Auditores-Fiscais do Trabalho, em função da alta sinistralidade e morbidade relacionada
ao trabalho no setor de beneficiamento de grãos. Foi iniciado processo de auditoria na data de
21 de agosto de 2017, quando foram realizadas entrevistas com os trabalhadores, minuciosamente
analisados documentos, imagens, cotejadas bases de informações e normatização, tendo sido avaliadas as
seguintes máquinas/atividades:

4.1. Atividades de movimentação de cargas nos setores de pré-limpeza do arroz branco,


beneficiamento do feijão, empacotamento do feijão, empacotamento do arroz e expedição
4.2. Atividade de Catação do feijão
4.3. Atividade de ensacar o feijão
4.4. Serviços de entrada e permanência em Espaços Confinados
4.5. Trabalho em Altura
4.6. Transportadores contínuos de materiais (helicoides, esteiras e fitas)
4.7. Máquinas Empacotadeiras (11 no setor de arroz e 02 no setor de feijão) e Enfardadeiras (05
no setor de arroz)
4.8. Máquinas Brunidoras VTA no setor de beneficiamento do parbolizado (04 máquinas)
4.9. Válvulas de captação de pó do setor de pré-limpeza do parbolizado
4.10. Máquinas de aplicação de filme Strech
4.11. Máquinas polidoras de água do setor de beneficiamento do parbolizado
O quadro resultante levou a caracterização da condição de RISCO GRAVE E IMINENTE à saúde e à
integridade física dos trabalhadores expostos, na forma conceituada pelo subitem 3.1.1 da Norma
Regulamentadora nº 3 do Ministério do Trabalho e Emprego, com atualização dada pela Portaria SIT nº
199/2011:

“Condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao


trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador".

É direito constitucionalmente estabelecido a garantia de boas condições de segurança e saúde aos


cidadãos que executam as referidas operações. De forma preliminar, constatamos a complexidade, a
multiplicidade e a interatividade entre as muitas variáveis envolvidas e analisadas nestas operações.
Durante este processo, COMPROVAMOS a ausência destas garantias, em especial, para a minimização dos
riscos decorrentes da inadequação de algumas atividades aos limites psicofisiológicos humanos e também
de indução de lesões de caráter imediato pela interação com máquinas e equipamentos com insuficiente
proteção, sendo estas atividades realizadas em condições deletérias à saúde e à segurança do trabalhador.
Passaremos a tecer topicamente alguns comentários:

4.1. Atividades de movimentação de cargas nos setores de pré-limpeza do arroz branco,


beneficiamento do feijão, empacotamento do feijão, empacotamento do arroz e expedição

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Em todos os setores citados, os trabalhadores exercem atividades de movimentação manual de
cargas, especialmente sacos de produtos com as mãos para executar as tarefas de trabalho.
Os sacos, fardos e produtos têm pesos variados. A maioria dos fardos pesam 30 Kg. Foram
encontradas fardos de produto com 30 Kg, sacos com produtos pesando 42 Kg e rolos de plástico para
abastecimento de máquinas embaladoras pesando cerca de 85 Kg.
A Análise Ergonômica do Trabalho, datada de janeiro de 2016, apresentada pela empresa, refere
ainda que são movimentadas, eventualmente, cargas de 50 Kg no setor de expedição.
Constatou-se que essas atividades são realizadas com a exigência de posturas nocivas dos
empregados gerando especialmente sobrecarga nos membros superiores e na coluna. Constatou-se
o arremesso de cargas pesadas (fardos de produtos), ações extremamente prejudiciais à saúde e
segurança dos trabalhadores.
Constatou-se que o ritmo de trabalho é intenso e leva à fadiga dos trabalhadores durante a
jornada. Em muitos setores e atividades os trabalhadores estão movimentando cargas muito acima
de 10.000 Kg, o máximo recomendado para cada trabalhador em uma jornada de 8h. Os trabalhadores
queixaram-se de dores nos braços e nas costas, ao final da jornada, além do ritmo excessivo de
trabalho.
Além disso, especialmente nas atividades de carregamento, a empresa adota o uso da cinta
lombar, com o intuito de proteger a coluna dos trabalhadores na movimentação de cargas, quase como
se fosse um EPI. A medida induz a uma falsa sensação de proteção e conforto, caindo no gosto dos
trabalhadores.
A cinta é utilizada em atividades esportivas quando os atletas querem usar pesos acima de sua
capacidade. Assim, o uso da cinta, por si só, já revela que os trabalhadores estão movimentando cargas
acima do seu limite de peso recomendado.
Porém, o uso da cinta lombar a longo prazo, além de não propiciar a proteção pretendida,
enfraquece a musculatura dos trabalhadores, trazendo prejuízos para a sustentação e manutenção da
coluna. O Uso prolongado e contínuo da cinta lombar expõe os trabalhadores a um risco aumentado
de lesões na sua coluna vertebral.
O uso da cinta lombar é adequado para atividades esportivas e uso eventual. Ela não deve ser
utilizada como medida de proteção ou de segurança. No trabalho deve-se diminuir os pesos a serem
carregados e modificar as condições em que são movimentadas as cargas, para adequar as tarefas às
características psicofísicas dos trabalhadores.
O Serviço Médico da Empresa não comprovou que realiza a investigação adequada das queixas
e dos afastamentos dos trabalhadores, nem realiza a análise e acompanhamento epidemiológico,
conforme previsto na NR-07.
Citam-se, como exemplos, os seguintes afastamentos previdenciários nas diversas atividades
desses setores da empresa, relacionados à CID M (o nome do titular do benefício foi ocultado, para
preservar a privacidade):
Dias
Descrição da CID CID concessão
Transtornos internos dos joelhos M23 1605
Transtorno do menisco devido à ruptura ou lesão antiga M232 113
Outros transtornos de discos intervertebrais M51 545
Outros transtornos de discos intervertebrais M51 545
Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais
com mielopatia M510 182
Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com
radiculopatia M511 211
Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com
radiculopatia M511 137
Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com
radiculopatia M511 119

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Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com
radiculopatia M511 101
Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com
radiculopatia M511 211
Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com
radiculopatia M511 1184
Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com
radiculopatia M511 181
Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com
radiculopatia M511 441
Dorsalgia M54 213
Dorsalgia M54 390
Dorsalgia M54 97
Dorsalgia M54 159
Dorsalgia M54 33
Lumbago com ciática M544 151
Dor lombar baixa M545 418
Dor lombar baixa M545 418
Dor lombar baixa M545 39
Tenossinovite estilóide radial (de Quervain) M654 180
Sinovite e tenossinovite não especificadas M659 211
Lesões do ombro M75 63

Nas atividades de movimentação manual de cargas, encontram-se grupos de fatores de risco


diretamente relacionados ao desenvolvimento de doenças osteomusculares relacionadas ao
trabalho (DORT), a saber:
a) inadequação de postos de trabalho e da organização do trabalho. Ambos implicam
na adoção de posturas e métodos de trabalho que causam ou agravam as lesões
osteomusculares;
b) aspectos posturais, com exigências de amplitudes articulares extremas, posturas
de torção do tronco e de flexão irregular da coluna (abaixamento), que ocorre na
deposição e/ou pega dos sacos ou fardos de produtos na altura do chão e no
levantamento em alturas além dos limites aceitáveis (até altura do ombro do
trabalhador) e movimentação manual de cargas acima dos limites recomendados
para uma jornada de 8h;
c) pouca variabilidade das tarefas, especialmente diante da constatação da Auditoria-
Fiscal do Trabalho, conforme entrevistas realizadas com os trabalhadores, de que
os rodízios aplicados não são eficazes, com pouca variação de exigências
osteomusculares durante a jornada;
d) os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho, decorrentes do
estabelecimento de rotinas de elevada cadência, com ritmo intenso de trabalho e
prêmio pecuniário por produtividade, com o monitoramento do atingimento de
metas.

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Entre as doenças relacionadas às condições ambientais de trabalhos e às exigências
psicofisiológicas extremadas, com repercussões incapacitantes e/ou debilidades permanentes de
membros, sentidos ou funções, pode-se citar os seguintes grupos de patologias a que estão
expostos os trabalhadores:

I. Mononeuropatias dos membros superiores (G56 a G569);


G56 - Mononeuropatias dos membros superiores; G56.0 - Síndrome do túnel do carpo;
G56.1 – Outras lesões do nervo mediano; G56.2 - Lesões do nervo cubital (ulnar); G56.3 -Lesão
do nervo radial; G56.4 - Causalgia; G56.8 - Outras mononeuropatias dos membros superiores;
G56.9 - Mononeuropatia dos membros superiores, não especificada;
II. Tenossinovites, sinovites e tendinites do membro superior (M65 a M659);
M65 - Sinovite e tenossinovite; M65.0 -Abscesso da bainha tendínea; M65.1-Outras
(teno) sinovites infecciosas; M65.2 - Tendinite calcificada; M65.3 Dedo em gatilho; M65.4 -
Tenossinovite estilóide radial (de Quervain); M65.8-Outras sinovites e tenossinovites; M65.9-
Sinovite e tenossinovite não especificadas;
III. Lesões nos ombros (M75 a M75.9).
M75 - Lesões do ombro; M75.0 - Capsulite adesiva do ombro; M75.1 - Síndrome do
manguito rotador; M75.2 - Tendinite bicepital; M75.3-Tendinite calcificante do ombro; M75.4
- Síndrome de colisão do ombro; M75.5 - Bursite do ombro; M75.8 - Outras lesões do ombro;
M75.9 - Lesão não especificada do ombro;
IV. Artropatias (M00-M25)
M00-M03 - Artropatias infecciosas, M05-M14 - Poliartropatias inflamatórias, M15-M19
- Artroses, M20-M25 - Outros transtornos articulares;
V. Dorsopatias (M40-M54)
M40-M43 - Dorsopatias deformantes, M45-M49 - Espondilopatias, M50-M54 - Outras
dorsopatias.

Fatores críticos impeditivos da movimentação manual de cargas:

Extrai-se da Norma Regulamentadora nº 17/MTE:


17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de
cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde
ou sua segurança.
(...)
17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas
deverão ser usados meios técnicos apropriados.

Nos termos expostos no Manual de Aplicação da NR-17, o critério técnico utilizado para
avaliar se a manipulação de cargas está trazendo prejuízos para a saúde e segurança do
trabalhador é a equação desenvolvida pelo NIOSH (National Institute for Occupational Safety
and Health, USA), apurado com a aplicação de variáveis como a distância horizontal da carga ao
corpo do trabalhador, posição vertical, deslocamento vertical, assimetria, frequência e
qualidade da pega da carga.
Esse método técnico de avaliação também está consubstanciado na Norma Técnica ABNT
NBR ISO 11228-1:2017, utilizada para avaliação da movimentação manual de cargas nas
atividades interditadas.

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Nessa equação, a massa máxima recomendada no manuseio de volumes é calculada a
partir de uma constante de carga, a qual é sensibilizada pela multiplicação dos fatores acima
listados, se aplicáveis. Como são fatores multiplicadores menores do que 1, sempre o limite de
peso máximo recomendado estará abaixo da constante de carga. O valor da constante de carga
corresponde ao valor para o qual uma determinada porcentagem da população de usuários em
geral está protegida. Conforme a ISO 11228-1 (movimentação manual e transporte), para uma
população ativa adulta de homens, 99% estarão protegidos com a manipulação de no máximo
23 kg de carga, em condições ótimas, abaixo expostas.
Conforme o Manual de Aplicação da NR-17, sobre a aplicação da equação NIOSH:

"a constante de carga (LC, load constant) é o peso máximo recomendado para um
levantamento desde que a localização-padrão e em condições ótimas, quer dizer, em
posição sagital (sem torções do dorso nem posturas assimétricas), fazendo um
levantamento ocasional, com uma boa pega da carga e levantando a carga a menos de
25cm. O valor da constante foi fixado em 23kg. O estabelecimento do valor desta
constante levou em conta critérios biomecânicos e fisiológicos."

Todos os fatores multiplicadores da equação possuem valores críticos, ou seja, valores


que tornam o fator igual a zero. Se o fator multiplicativo é zero, então o limite máximo
recomendado também será de zero kg. De outra forma, significa que na presença de fatores
críticos é proibido o levantamento e carregamento manual de cargas, porque certamente trará
prejuízos à saúde e segurança do trabalhador.
Entre os fatores multiplicadores da equação, encontra-se a altura vertical e a distância
horizontal. A distância horizontal é a distância entre a pega do objeto e o corpo do empregado,
seja na origem ou no destino da movimentação. Quanto mais longe do corpo o objeto, maior
o esforço e pior para sua coluna. A altura vertical é altura de pega do objeto e também de
deposição do mesmo. Quanto mais distante estas alturas estivem da zona entre a cintura e os
ombros do trabalhador, pior para a saúde do trabalhador.
Ainda, a empresa realizou a Análise Ergonômica do Trabalho dessas atividades de
movimentação manual de cargas em janeiro de 2016, porém sem adotar nenhuma das
melhorias/recomendações ali previstas até a presente data. Os trabalhadores estão
movimentando cargas muito acima do recomendado para evitar lesões osteomusculares,
especialmente da coluna.
Também cita-se, como critério técnico para embasamento deste laudo, nos termos da
NR-28, as seguintes disposições da NR-36, que nada mais fazem do que esmiuçar as disposições
da NR-17 sobre movimentação manual de cargas:
36.5.1 O empregador deve adotar medidas técnicas e organizacionais
apropriadas e fornecer os meios adequados para reduzir a necessidade de
carregamento manual constante de produtos e cargas cujo peso possa
comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores.
(...)

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36.5.7 No levantamento, manuseio e transporte individual de cargas deve ser
observado, além do disposto no item 17.2 da NR-17 (Ergonomia), os seguintes
requisitos:
a) os locais para pega e depósito das cargas devem ser organizados de modo
que as cargas, acessos, espaços para movimentação, alturas de pega e deposição
não obriguem o trabalhador a efetuar flexões, extensões e rotações excessivas do
tronco e outros posicionamentos e movimentações forçadas e nocivas aos
segmentos corporais;
b) a estocagem dos materiais e produtos deve ser organizada em função dos
pesos e da frequência de manuseio, de maneira a não exigir manipulação
constante de carga com pesos que possam comprometer a segurança e saúde do
trabalhador;
c) devem ser adotadas medidas, sempre que tecnicamente possível, para que
quaisquer materiais e produtos a serem erguidos, retirados, armazenados ou
carregados de forma frequente não estejam localizados próximos ao solo ou
acima dos ombros;
d) cargas e equipamentos devem ser posicionadas o mais próximo possível
do trabalhador, resguardando espaços suficientes para os pés, de maneira a
facilitar o alcance, não atrapalhar os movimentos ou ocasionar outros riscos.

Nas atividades analisadas pela auditoria fiscal do trabalho, verificou- se a existência dos
seguintes pontos críticos, impeditivos da realização das atividades:

a) distância vertical (altura de pega ou de deposição) da carga maiores do que 1,75


metros.

Fotos ilustrativas abaixo:

Foi medidas pela


fiscalização altura de
2m na pega de
produtos na esteira
de carregamento de
containers;

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2,20 m de altura na
deposição dos
produtos nos
containers;

1,80 m na troca para


o palete azul;

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No setor de pré-
limpeza do arroz
branco, 1,90 m de
altura

b) distância vertical (altura de pega ou de deposição) da carga muito próximas do solo.

Fotos ilustrativa abaixo:

Altura de 0,20 m do
chão nas atividades de
paletização do setor de
expedição

Na altura do solo no
setor de pré-limpeza do
arroz branco

Bem como rente ao


solo, no caso do
carregamento de
containeres e de
carretas.

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c) distância horizontal (altura de pega ou de deposição) da carga acima de 60 cm


distantes do corpo do trabalhador:

Foram medidas pela fiscalização distâncias variadas entre 65 a 78 cm do corpo do


trabalhador, nas diversas atividades.

Foto ilustrativa abaixo:

d) pesos dos produtos acima do limite máximo permitido para condições ideais (23 kg).

Constatou-se a movimentação contínua durante toda a jornada de fardos de produtos


de 30 kg, movimentação de sacos de mais de 40 Kg e produtos com mais de 80 Kg.

Fotos ilustrativas abaixo.

Sacos de 42 Kg movimentados manualmente:

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Fardos de produtos de 30 Kg:

e) pesos dos produtos acima do limite máximo recomendado para movimentação por
dois trabalhadores (máximo de 34 Kg).

Constatou-se a movimentação de rolos plásticos para abastecimento das máquinas


embaladoras do setor de empacotamento por dois trabalhadores com peso total de 84 Kg,
muito acima do limite de peso recomendado, nos termos da ISO 11.228-1:2017.

Fotos ilustrativa abaixo.

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f) arremesso de cargas pesadas com posturas nocivas de trabalho.

Constatou-se a realização de movimentos bruscos, de forma contínua durante toda a


jornada de fardos de produtos de 30 kg, nas diversas atividades, juntamente com posturas
altamente nocivas como a elevação dos braços acima de 80º.

Fotos ilustrativas abaixo:

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g) movimentação de cargas total na jornada acima do limite cumulativo diário de 10.000


kg para uma jornada de 8h.

Cita-se como exemplo a movimentação de cargas no setor de expedição onde os


trabalhadores ficam exaustos ao final da jornada. Nos dias normais de produção, equipes de 4
trabalhadores movimentam cerca de 5.000 fardos de 30 kg ao realizar o carregamento dos
produtos nos caminhões. Isso significa que cada trabalhador movimentou mais de 37 toneladas
durante a jornada de trabalho, quatro vezes mais do que o limite recomendado.

Mesmo nos dias de expedição com volume menor, os trabalhadores movimentaram mais
de 13.000 Kg durante a jornada. Contudo, os trabalhadores recebem um prêmio pela
produtividade, de cerca de 15% do salário, que somente é recebido se as metas de produção
forem atingidas. Assim, os trabalhadores ficam extenuados ao perseguirem a meta estabelecida
de 5.500 fardos de 30 Kg por equipe de 4 trabalhadores, por turno de trabalho (ou 32.700 fardos
por dia de trabalho, divididos em dois turnos).

Foto ilustrativa abaixo:

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Além disso, em diversos setores é realizada a movimentação de cargas com pegas muitos
ruins, como os sacos de produtos que são coletados em moinhos ou silos, em condições
inadequadas, em diversos setores da empresa.

Várias são as alterações da coluna lombar e cervical, decorrentes da aplicação de forças


na manipulação de cargas acima do limite de peso recomendado, que podem levar ao
adoecimento: microfraturas do disco intervertebral, alterações degenerativas dos processos
articulares, danos à estrutura dos ligamentos. Podem acarretar desde lombalgias até graves
hérnias de disco, além dos acometimentos por LER/DORT relativos aos membros superiores.

4.2. Atividade de Catação do feijão


Contatou-se postos de trabalho não adaptados às características psicofisiológicas dos
trabalhadores:
- atividade altamente repetitiva, com movimentos de preensão e posturas nocivas dos
membros superiores, como desvios de punho e pronosupinação de cotovelo;
- falta de adequação da altura da mesa de trabalho, muito baixa para atividade com exigência
de acuidade visual e motricidade fina, exigindo adoção de flexão da cervical;
- assento totalmente inadequado para a atividade, gerando posturas inadequadas;
- falta de adequação do posto para o trabalho sentado, sem espaço para a colocação das pernas
e exigindo a torção da coluna do trabalhador;
- manutenção de posturas estáticas de trabalho por longos períodos;
- alcances muito distantes, fora da área de trabalho principal da trabalhadora;
- a exposição contínua dos trabalhadores a níveis de pressão sonora até 16 vezes maior do que
o limite de tolerância para 8 h por dia (85 dB), utilizando-se fator de dobra 3, conforme NHO 1 da
Fundacentro.
- trabalho contínuo com exposição entre 96 e 98 decibéis, com claro prejuízo para os
trabalhadores, tendo em vista os efeitos extra-auditivos do ruído.
Verificou-se a exposição prolongada ao ruído, que, mesmo em níveis abaixo do limite
de tolerância, leva às seguintes alterações: alteração de sudorese, hipertonia muscular, redução de
habilidade psicomotora, vasoconstrição, hipertensão arterial, fadiga visual. Também podem ocorrer
alterações do ritmo sono vigília, alterações de memória e atenção, ansiedade e cefaleia.
- Ritmo excessivo de trabalho com subdimensionamento do número de trabalhadores
necessários à realização das tarefas. Constatou-se durante a inspeção a exigência de 90 a 100 ações
técnicas por minuto no braço direito da trabalhadora.
Fotos ilustrativas abaixo:

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4.3. Atividade de ensacar o feijão


Contatou-se postos de trabalho não adaptados às características psicofisiológicas dos
trabalhadores:
- Durante todo o tempo de execução da atividade são mantidas posturas nocivas,
extremamente prejudiciais à saúde e segurança dos trabalhadores;
- alta repetitividade da tarefa com exigência de força nos dedos das mãos, em virtude da pega
ruim (palmar) do saco de feijão;
- exigência de posturas nocivas de trabalho como a hiperextensão do braço na pega dos sacos
na esteira;
- exigências de elevação de ombro no momento de ajeitar o fardo de feijão.
A norma ABNT NBR ISO 11228-3:2014, alerta para a existência de risco de adoecimento por
LER/DORT nas atividades de alta frequência de repetição:
Também considerar posturas e movimentos do ombro, certificando-se de que
braços não sejam mantidos ou movidos:
- no nível do ombro (flexão ou abdução por 80º ou mais) para mais de 10% do
tempo do ciclo e/ou por mais de 2 ações/min;
- em abdução moderada (entre 45º e 80º) por mais de 1/3 do tempo do ciclo
e/ou por mais de 10 ações/min.
Se uma dessas duas condições ocorrer, existe risco de doença no ombro.

Fotos ilustrativas abaixo:

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4.4. Serviços de entrada e permanência em Espaços Confinados


Foram encontrados espaços confinados sem identificação, isolamento e sinalização, como na
moega do tombador, na moega de cascas, elevadores de canecos, tuneis sob os silos, entre outros.
Foi flagrado acesso à espaço confinado sem a emissão de PET – Permissão de Entrada e Trabalho
-, como na atividade desenvolvida no elevador 84 da moega de casca no dia 22/08/2017. Na mesma
atividade, os trabalhadores que laboravam não possuem capacitação para trabalho em espaços
confinados.
Constatou-se atividade em espaços confinados sem a presença de vigia no posto durante
trabalho desenvolvido no silo 09, dia 21/08/2017, onde havia dois trabalhadores no interior do silo e
não havia vigia no local, sendo que a PET, de número 121, presente no local apontava como vigia
trabalhador que já havia deixado seu labor por ter concluído sua jornada de trabalho.
Ainda, a apreciação dos riscos é incompleta, pois não há avaliação do risco de originar fonte de
ignição nos espaços confinados onde existe a possibilidade de formação de atmosfera explosiva, como
no caso do trabalho desenvolvido no silo 15, dia 21/08/2017, onde havia uma lâmpada não adequada
para uso em ambientes com risco de desenvolvimento de atmosfera explosiva. Da mesma forma, para
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os silos onde é realizada a fumigação, não apresentam avaliações do tempo de reentrada com
segurança após a aplicação de fosfina.
Por fim, não há análise das medidas a serem tomadas em casos de engolfamento ou
soterramento, bem como não existe procedimento de resgate para tal.

Riscos presentes na atividade


Asfixia, intoxicações com contaminantes aéreos, queimaduras e óbito.

Dispositivos legais infringidos


O conjunto de situações descritas anteriormente, avaliadas sob critério técnico, modela a
condição de RISCO GRAVE E IMINENTE à integridade dos trabalhadores no labor nas atividades
referidas, conflitando com diversos dispositivos legais, entre os quais a NR 33, itens 33.2.1, 33.3.4.4,
33.3.2, 33.3.3, 33.3.4.1, 33.3.5.1, 33.3.5.3, 33.4.1 e 33.3.3.2.
Imagens ilustrativas das situações encontradas

Espaço confinado com sinalização, mas sem identificação e


destrancado. Espaço confinado sem sinalização e identificação.

Espaço confinado em Elevador. Espaço confinado em moega.

4.5. Trabalho em Altura


Flagrada realização de trabalho em altura de forma precária e sem proteção adequada.
Ausência de sistema de sistema de ancoragem com dimensionamento por profissional
legalmente habilitado.
Os acessos aos silos, elevadores e locais elevados, dentro e fora da indústria são realizados em
escadas tipo marinheiro, sem sistema de ancoragem adequado, não permitindo o acesso seguro do
trabalhador aos locais de trabalho.
Constatou-se a ausência de meio de acesso permanente, como por exemplo, escadas ao redor
dos silos, para acessar os espaços confinados e as atividades a serem realizadas no topo.
As escadas tipo marinheiro não possuem patamar intermediário, conforme previsto em norma.

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Verificou-se a atividade de fechamento e enlonamento das cargas paletizadas, onde os
trabalhadores laboram em cima dos caminhões, a mais de 2 m de altura, realizada sem nenhuma
medida de proteção contra quedas.
Inexistente medida de proteção coletiva nem cabo guia vertical com trava quedas, onde
aplicável.
Atividades sem análise de risco e emissão de permissão de trabalho, nos termos da NR-35.

Riscos presentes na atividade


Quedas em altura e atingimento por materiais ou trabalhadores em queda. Tais riscos tem como
resultado esperado contusões, fraturas e óbito.

Dispositivos legais infringidos


No mínimo, e em caráter meramente exemplificativo e não exaustivo, os seguintes itens:
NR 35, item 35.5.3.1 (Ementa: Deixar de estabelecer o sistema de ancoragem por meio de
Análise de Risco - 1350587)
NR 35, item 35.4.5 (Ementa: Permitir a realização de trabalho em altura sem prévia Análise de
Risco. – 1350293)
NR 35, item 35.4.8 (Ementa: Deixar de emitir a Permissão de Trabalho e/ou de aprová-la pelo
responsável pela autorização da permissão e/ou de disponibilizá-la no local da execução da atividade
e/ou de encerrá-la ao final da atividade e/ou de arquivá-la, de modo a permitir sua rastreabilidade.
1350471)
NR 35 item 33.3.2 (Ementa: Deixar de promover treinamento teórico e prático para trabalho
em altura e/ou deixar de promover treinamento para trabalho em altura com carga horária mínima de
oito horas e/ou deixar de contemplar, no treinamento para trabalho em altura, o conteúdo
programático mínimo constante nas alíneas "a" a "g" do item 35.3.2 da NR-35. 1350137)

Imagens ilustrativas das situações encontradas

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4.6. Transportadores contínuos de materiais (helicoides, esteiras e fitas)


Foram encontradas esteiras/fitas transportadoras e helicoides (roscas sem fim), em todos os
setores da empresa, com acesso às zonas de perigo, pois ausentes proteções fixas ou móveis
intertravadas que protejam os trabalhadores do contato com as áreas de risco dos transportadores

Riscos presentes na atividade


Agarramento, esmagamento e amputação de segmentos corporais e óbito.

Dispositivos legais infringidos


O conjunto de situações descritas anteriormente, avaliadas sob critério técnico, modela a
condição de RISCO GRAVE E IMINENTE à integridade dos trabalhadores na interação humana com as
referidas máquinas, conflitando com diversos dispositivos legais, entre os quais a NR 12.

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Imagens ilustrativas das situações encontradas

Rosca sem fim de alimentação dos queimadores. Fita transportadora em túnel.

Rosca sem fim setor de beneficiamento. Acesso a transportador helicoide.

4.7. Máquinas Empacotadeiras (11 no setor de arroz e 02 no setor de feijão) e Enfardadeiras (05 no
setor de arroz)
No setor de empacotamento e enfardamento de arroz foram encontradas 11 máquinas
empacotadeiras e 05 enfardadeiras com sensores de segurança burlados, possibilitando o
funcionamento dos equipamentos com as proteções abertas.
Na embalagem de feijão, as 02 máquinas empacotadoras não possuem proteção que impeça o
acesso às áreas de risco.

Riscos presentes na atividade


Agarramento, esmagamento e amputação de segmentos corporais.

Dispositivos legais infringidos


O conjunto de situações descritas anteriormente, avaliadas sob critério técnico, modela a
condição de RISCO GRAVE E IMINENTE à integridade dos trabalhadores na interação humana com as
referidas máquinas, conflitando com diversos dispositivos legais, entre os quais a NR 12.

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Imagens ilustrativas das situações encontradas

Máquina empacotadeira. Sensor com burla.

Empacotadeira de feijão. Empacotadeira de feijão.

4.8. Máquinas Brunidoras VTA no setor de beneficiamento do parbolizado (04 máquinas)


As 04 máquinas Brunidoras no setor de beneficiamento do parbolizado funcionam quando suas
proteções (carcaça) são removidas. Ainda, a máquina possui significativa inércia que faz com que as
partes móveis continuem seus movimentos após desligada.

Riscos presentes na atividade


Agarramento, esmagamento e amputação de segmentos corporais. A exemplo do acidente
ocorrido em 03/03/2014 com o trabalhador NILTON CESAR DA SILVA CHAGAS, Comunicação de
Acidente de Trabalho - CAT 2014.114.710-5/01, tendo como consequência a amputação de um dedo.

Dispositivos legais infringidos


O conjunto de situações descritas anteriormente, avaliadas sob critério técnico, modela a
condição de RISCO GRAVE E IMINENTE à integridade dos trabalhadores na interação humana com as
referidas máquinas, conflitando com diversos dispositivos legais, entre os quais a NR 12.

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Imagens ilustrativas das situações encontradas

Máquina Brunidora. Máquina Brunidora sem carcaça. Acesso à zona de risco.

Acesso à zona de perigo. Acesso à zona de risco.

4.9. Válvulas de captação de pó do setor de pré-limpeza do parbolizado


As válvulas de captação de pó no setor de pré-limpeza do parbolizado possibilitam o acesso da mão
às áreas de risco.

Riscos presentes na atividade


Agarramento, esmagamento e amputação de segmentos corporais. Exemplificativamente, cita-se o
acidente ocorrido em 14/09/2014 com o trabalhador RENATO DUARTE CARDOSO, Comunicação de
Acidente de Trabalho - CAT 2014.415.070-0/01, tendo como consequência a amputação de um
dedo.

Dispositivos legais infringidos


O conjunto de situações descritas anteriormente, avaliadas sob critério técnico, modela a condição
de RISCO GRAVE E IMINENTE à integridade dos trabalhadores na interação humana com as referidas
máquinas, conflitando com diversos dispositivos legais, entre os quais a NR 12.

Imagens ilustrativas das situações encontradas

Captação de pó na pré limpeza do parbolizado. Grade permite acesso da mão à zona de risco

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4.10. Máquinas de aplicação de filme Strech
As 02 máquinas aplicadoras de filme Strech em funcionamento no setor de expedição estão com a área
de risco acessível, possibilitando o contato dos trabalhadores durante seu funcionamento, bem como, das
empilhadeiras que circulam no setor.

Riscos presentes na atividade


Impacto, agarramento e esmagamento de segmentos corporais.

Irregularidades / Dispositivos legais infringidos


O conjunto de situações descritas anteriormente, avaliadas sob critério técnico, modela a condição de
RISCO GRAVE E IMINENTE à integridade dos trabalhadores na interação humana com as referidas máquinas,
conflitando com diversos dispositivos legais, entre os quais a NR 12.

Imagens ilustrativas das situações encontradas

Máquina aplicadora de filme

4.11. Máquinas polidoras de água do setor de beneficiamento do parbolizado


As 04 máquinas polidoras do setor de beneficiamento apresentam proteção incompleta nas
transmissões de força, possibilitando o acesso às zonas de risco.

Riscos presentes na atividade


Agarramento, esmagamento e amputação de segmentos corporais.

Dispositivos legais infringidos


O conjunto de situações descritas anteriormente, avaliadas sob critério técnico, modela a
condição de RISCO GRAVE E IMINENTE à integridade dos trabalhadores na interação humana com as
referidas máquinas, conflitando com diversos dispositivos legais, entre os quais a NR 12.

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Imagens ilustrativas das situações encontradas

Transmissões de força expostas. Proteção incompleta nas transmissões de força.

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5. Medidas Destinadas ao Saneamento dos Riscos Apontados
As condições de risco apontadas podem ser saneadas mediante a adoção INTEGRAL, pela empresa
epigrafada, de um conjunto de medidas concebidas para o controle dos riscos diagnosticados neste laudo.
As medidas de saneamento propostas deverão considerar a forma de utilização e os limites das máquinas,
bem como TODAS as interações com as pessoas. Estas deverão ser apresentadas para análise também em
meio eletrônico. Poderão ainda ser analisadas outras medidas alternativas, propostas pela requerente,
desde que com a mesma garantia, técnica e eficácia:
5.1. Atividades de movimentação de cargas nos setores de pré-limpeza do arroz branco,
beneficiamento do feijão, empacotamento do feijão, empacotamento do arroz e expedição
i. Imediata adequação das condições de trabalho às características psicofisiológicas
dos trabalhadores, eliminando os fatores críticos elencados neste relatório;
ii. Limitar o peso dos produtos a serem movimentados manualmente a no máximo
23 kg para os trabalhadores homens adultos, de forma imediata.
iii. Limitar o peso dos produtos a serem movimentados manualmente a no máximo
20 kg para as trabalhadoras mulheres adultas, de forma imediata.
iv. Limitar o peso dos produtos a serem movimentados por dois trabalhadores ao
mesmo tempo a no máximo 34 Kg;
v. Limitar as alturas de pega e de posição dos produtos a, no mínimo, 50 cm de altura
do solo e a no máximo 1,75m do solo.
vi. Limitar a distância horizontal de pega e de deposição da carga a no máximo 60 cm
do corpo do trabalhador.
vii. Realizar a avaliação das atividades de movimentação manual de cargas através da
equação do NIOSH com a atualização realizada pela ABNT NBR ISO nº 11.228-
1:2017;
viii. Somente permitir a atividade de movimentação manual de carga quando o Lifting
Index (LI) apurado pela avaliação anterior for igual ou inferior a 1.
ix. Limitar a exposição individual dos trabalhadores a uma movimentação de massa
cumulativa de no máximo 10.000 kg por jornada, nas atividades realizadas com as
duas mãos;
x. Dimensionar a quantidade de pessoas suficientes para execução das atividades, a
fim de não gerar sobrecarga de trabalho na atual equipe de trabalhadores, nos
termos da NR-36;
xi. Eliminar ações de arremesso ou de atirar os fardos e sacos de produtos;
xii. Realizar o treinamento dos trabalhadores em movimentação manual de cargas;
xiii. A retirada da cinta lombar deve ser gradual e realizada com o acompanhamento
profissional das áreas de ergonomia e da saúde, pois o trabalhador está
acostumado à sua utilização, podendo ocasionar desconforto. Os trabalhadores
devem ser esclarecidos sobre a importância da retirada do equipamento e sobre
as medidas de adequação da atividade;

5.2. Atividade de Catação do feijão


i. Imediata adequação da atividade às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, eliminando as posturas inadequadas de trabalho, especialmente do
cotovelo, punho e cervical;

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ii. Eliminar as posturas de trabalho nocivas e posturas estáticas nos termos da Norma
Técnica ABNT NBR ISO 11.226:2013;
iii. Adequar o posto de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores
e à natureza da tarefa;
iv. Utilizar assentos que atendam ao disposto na NR-17;
v. Limitar o tempo de exposição ao ruído;
vi. Aplicar rodízios eficazes, com atividades com outras exigências
musculoesqueléticas;
vii. Estabelecer pausas, nos termos do item 17.6.3 da NR-17;
viii. Realizar análise ergonômica do trabalho da atividade de catação do feijão através
de metodologia adequada e limitar a cadência de trabalho ao número máximo de
30 ações técnicas por minuto por trabalhador, em cada membro superior,
reduzindo a produção ou mantendo número adequado de trabalhadores;

5.3. Atividade de ensacar o feijão


i. Imediata adequação da atividade às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, eliminando as posturas inadequadas de trabalho, especialmente do
braço e ombro;
ii. Eliminar as posturas de trabalho nocivas nos termos da Norma Técnica ABNT NBR
ISO 11.226:2013;
iii. Aplicar rodízios eficazes, com atividades com outras exigências
musculoesqueléticas;

5.4. Serviços de entrada e permanência em Espaços Confinados


i. Implementar e apresentar o programa de gestão de riscos em espaços confinados;
ii. Comprovar o cumprimento integral da NR-33;
iii. Identificar e cadastrar os espaços confinados e isolar – por meio de travas,
bloqueios e etiquetagem – os espaços confinados existentes no estabelecimento,
inclusive aqueles ambientes porventura desativados. Comprovar através de
memorial fotográfico, junto aos documentos que compõem o programa de gestão
de riscos em espaços confinados;
iv. Manter sinalização permanente junto à entrada dos espaços confinados
(identificando a sua respectiva numeração), conforme estabelece o Anexo I da NR-
33. Comprovar através de memorial fotográfico, junto aos documentos que
compõem o programa de gestão de riscos em espaços confinados;
v. Comprovar a capacitação de todos os trabalhadores envolvidos nos espaços
confinados, nos termos da NR-33, em linha com as funções (autorizados, vigias e
supervisores de entrada) para os quais serão designados nas atividades em espaços
confinados. Comprovar através dos certificados de capacitação e da lista de
presença nos eventos de capacitação;
vi. Comprovar a implementação da gestão de segurança e saúde no trabalho em
espaços confinados, documentando os procedimentos operacionais e as medidas
administrativas adotadas para o cumprimento das alíneas do item 33.3.2 da NR-
33.
vii. Apresentar o documento-base deste programa de gestão, o qual, ressalta-se, deve
tratar sobre as particularidades dos espaços confinados do estabelecimento, não

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devendo servir para a mera reprodução de dispositivos da Norma
Regulamentadora;
viii. Comprovar a elaboração e implementação de procedimentos de emergência e
resgate adequado aos espaços confinados, incluindo, no mínimo, as diretrizes do
item 33.4.1 da NR-33. Estas diretrizes devem ser incorporadas ao documento-base
do programa de gestão de riscos. A comprovação da realização de exercício
simulado de salvamento deve ocorrer por memorial fotográfico do evento,
acompanhado de lista de presença dos participantes e sumário dos cenários
simulados;
ix. Apresentar os atestados de saúde ocupacional – nos quais seja consignada a
expressa aptidão para atividades em espaços confinados, após a realização dos
exames complementares correlatos – dos trabalhadores que são envolvidos nas
atividades em espaços confinados. Os atestados de saúde ocupacional devem
atender a todos os requisitos da NR-07 no seu preenchimento;

5.5. Trabalho em Altura


i. Instalar medidas de proteção coletiva contra quedas. Elaborar respectivo projeto,
com ART;
ii. Na impossibilidade da adoção de medidas de proteção coletivas, o empregador
deve implantar sistema de ancoragem para trabalho nas plataformas, com
dimensionamento e projeto técnico elaborado por profissional legalmente
habilitado, com juntada de ART;
iii. Elaborar e implementar análise de risco e procedimentos de trabalho exigidos pela
NR-35, inclusive com previsão e projetos explícitos dos pontos de ancoragem, com
ART;
iv. Promover programa para capacitação dos trabalhadores à realização de trabalho
em altura e manter cadastro atualizado que permita conhecer a abrangência da
autorização de cada trabalhador para trabalho em altura, de acordo com os itens
35.3.1 e 35.4.1.3 da Norma Regulamentadora 35 (NR-35);
v. Consignar, no Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), a aptidão para trabalho em
altura, atendendo ao item 35.4.1 e subitens da Norma Regulamentadora 35 (NR-
35);
vi. Adequar as escadas de acesso, atendendo ao disposto na NR-12, itens 12.68 e
12.76;
vii. Os Equipamentos de Proteção Individual -EPI, acessórios e sistemas de ancoragem
devem ser especificados e selecionados considerando-se a sua eficiência, o
conforto, a carga aplicada aos mesmos e o respectivo fator de segurança, em caso
de eventual queda, de acordo com a Norma Regulamentadora 35 (NR-35);

5.6. Transportadores contínuos de materiais (helicoides, esteiras e fitas)


i. Os sistemas de segurança devem ser selecionados e instalados sob
responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado (sistemas mecânicos
e elétricos), conforme exigências do item 12.39, da NR-12. As adequações deverão
ser precedidas da elaboração de projeto para instalação de sistema de segurança,
sob a responsabilidade de profissional habilitado, com juntada de cópia da ART
pertinente, obedecendo aos princípios expressos pela

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ABNT NBR ISO 12100:2013 – Segurança de máquinas – Princípios gerais de projeto
– Apreciação e redução de riscos, respeitando o disposto no item 12.38.1 da NR 12
e NBR 14153 Princípios Gerais para Projetos, da ABNT, entre outros. O projeto
deverá contemplar o saneamento das condições de risco apontadas e comprovar
a certificação dos dispositivos de segurança utilizados. Deve, ainda, ser considerado
o risco de formação de atmosfera explosiva na elaboração dos sistemas de
segurança.
ii. Instalar sistema de segurança para impedir acesso à zona de risco dos elementos
de transmissão de forças e movimentos perigosos, especialmente nos pontos de
esmagamento, agarramento e aprisionamento formados pelas esteiras, correias,
roletes, acoplamentos, tambores, engrenagens, correntes, guias, alinhadores,
região do esticamento outras partes móveis acessíveis durante a operação normal
atendendo ao prescrito nos itens 12.38 ao 12.55, da NR-12 e item 12.85, da NR-12.
As proteções devem impedir o ingresso dos dedos e mãos nas zonas de perigo,
conforme quadro I, item A, do anexo I da NR 12 e/ou ABNT NBRNM-ISO 13852 -
Segurança de Máquinas - Distâncias de segurança para impedir o acesso a zonas de
perigo pelos membros superiores. O sistema deve possuir rearme manual, de modo
a impedir qualquer acionamento adicional em caso de falha (item 12.40);

5.7. Máquinas Empacotadeiras (11 no setor de arroz e 02 no setor de feijão) e Enfardadeiras (05 no
setor de arroz)
i. Os sistemas de segurança devem ser selecionados e instalados sob
responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado (sistemas mecânicos
e elétricos), conforme exigências do item 12.39, da NR-12. As adequações deverão
ser precedidas da elaboração de projeto para instalação de sistema de segurança,
sob a responsabilidade de profissional habilitado, com juntada de cópia da ART
pertinente, obedecendo aos princípios expressos pela ABNT NBR ISO 12100:2013 –
Segurança de máquinas – Princípios gerais de projeto
– Apreciação e redução de riscos, respeitando o disposto no item 12.38.1 da NR 12
e NBR 14153 Princípios Gerais para Projetos, da ABNT, entre outros. Este sistema
deverá contemplar o saneamento das condições de risco apontadas, assim como
a certificação dos dispositivos de segurança utilizados, estando explicitado o
cumprimento dos requisitos constantes da NR 12.
ii. Instalar sistema de segurança para impedir acesso à zona de risco da máquina,
especialmente nos pontos de esmagamento, agarramento e aprisionamento
formados pelas partes móveis acessíveis durante a operação normal atendendo ao
prescrito nos itens 12.38 ao 12.55, da NR-12 e item 12.85, da NR-12. As proteções
devem impedir o ingresso dos dedos e mãos nas zonas de perigo, conforme quadro
I, item A, do anexo I da NR 12 e/ou ABNT NBRNM-ISO 13852 - Segurança de
Máquinas - Distâncias de segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos
membros superiores. O sistema deve possuir rearme manual, de modo a impedir
qualquer acionamento adicional em caso de falha (item 12.40);

5.8. Máquinas Brunidoras VTA no setor de beneficiamento do parbolizado (04 máquinas)


i. Instalar sistema de segurança para impedir acesso à zona de risco da máquina,
especialmente nos pontos de esmagamento, agarramento e aprisionamento

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formados pelas partes móveis acessíveis durante a operação normal atendendo ao
prescrito nos itens 12.38 ao 12.55, da NR-12 e item 12.85, da NR-12. As proteções
devem impedir o ingresso dos dedos e mãos nas zonas de perigo, conforme quadro
III, item A, do anexo I da NR 12 e/ou ABNT NBR NM-ISO 13852 - Segurança de
Máquinas - Distâncias de segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos
membros superiores. O sistema deve possuir rearme manual, de modo a impedir
qualquer acionamento adicional em caso de falha (item 12.40);
ii. Os sistemas de segurança devem ser selecionados e instalados sob
responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado (sistemas mecânicos
e elétricos), conforme exigências do item 12.39, da NR-12. As adequações deverão
ser precedidas da elaboração de projeto para instalação de sistema de segurança,
sob a responsabilidade de profissional habilitado, com juntada de cópia da ART
pertinente, obedecendo aos princípios expressos pela ABNT NBR ISO 12100:2013 –
Segurança de máquinas – Princípios gerais de projeto
– Apreciação e redução de riscos, respeitando o disposto no item 12.38.1 da NR 12
e NBR 14153 Princípios Gerais para Projetos, da ABNT, entre outros. Este sistema
deverá contemplar o saneamento das condições de risco apontadas, assim como
a certificação dos dispositivos de segurança utilizados, estando explicitado o
cumprimento dos requisitos constantes da NR 12;
iii. Considerar o movimento inercial inerente ao equipamento na seleção dos sistemas
de segurança, conforme preconiza o item 12.47.1 da NR 12;
iv. Apresentar procedimentos operacionais para as atividades de limpeza, ajuste e
manutenção das máquinas, por profissional legalmente habilitado, com juntada de ART;

5.9. Válvulas de captação de pó do setor de pré-limpeza do parbolizado


i. Instalar sistema de segurança para impedir acesso à zona de risco da máquina,
especialmente nos pontos de esmagamento, agarramento e aprisionamento
formados pelas partes móveis acessíveis durante a operação normal atendendo ao
prescrito nos itens 12.38 ao 12.55, da NR-12 e item 12.85, da NR-12. As proteções
devem impedir o ingresso dos dedos e mãos nas zonas de perigo, conforme quadro
I, item A, do anexo I da NR 12 e/ou ABNT NBR NM-ISO 13852 - Segurança de
Máquinas - Distâncias de segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos
membros superiores. O sistema deve possuir rearme manual, de modo a impedir
qualquer acionamento adicional em caso de falha (item 12.40);

5.10. Máquinas de aplicação de filme Strech


i. Instalar sistema de segurança para impedir acesso à zona de risco da máquina,
especialmente nos pontos de esmagamento, agarramento e aprisionamento
formados pelas partes móveis acessíveis durante a operação normal atendendo
ao prescrito nos itens 12.9 a 12.13 e 12.38 ao 12.55, da NR-12 e item 12.85, da
NR-12. O sistema deve possuir rearme manual, de modo a impedir qualquer
acionamento adicional em caso de falha (item 12.40). Ainda, o sistema deve
interromper o movimento da máquina em caso de tentativa de acesso à zona de
risco com o equipamento operando;

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5.11. Máquinas polidoras de água do setor de beneficiamento do parbolizado
i. Instalar sistema de segurança para impedir acesso à zona de risco dos elementos
de transmissão de forças das máquinas polidoras (correntes, rodas dentadas,
engrenagens etc.), atendendo ao prescrito nos itens 12.38 ao 12.55, da NR-12;

5.12. Para TODAS as Máquinas e Equipamentos


i. Efetuar aterramento elétrico das máquinas de acordo com o item 12.15 da NR-12,
com medição ôhmica e emissão de laudo e ART, por profissional legalmente
habilitado, atestando a adequação às normas técnicas vigentes. Deve ser
apresentado laudo técnico com medição de aterramento individual para cada
máquina;
ii. Adequar os dispositivos de partida, acionamento e parada, ao disposto nos itens
12.24 ao 12.37 da NR-12. Os controles da interface de operação devem operar em
extrabaixa tensão (até 25 V);
iii. Instalação de dispositivos de parada de emergência, de acordo com a análise de
risco e conforme especificado na NBR 13759, monitorados por relé de segurança,
em sistema de comando categoria adequada ao risco, conforme especificado na
NBR 14153 e itens 12.56 ao 12.6 e item 12.91, da NR-12, sob supervisão de
profissional legalmente habilitado, com emissão de ART;
iv. Promover a capacitação dos operadores de máquinas e demais trabalhadores
envolvidos com riscos relacionados ao uso de máquinas, de acordo com os itens
12.135 ao 12.147.2 da NR 12, incluindo questões relacionadas com aspectos
ergonômicos das atividades;

6. CONCLUSÃO

Diante do exposto neste laudo, entende-se que há situação de risco de acidentes e/ou doenças
ocupacionais aos trabalhadores. Tais riscos são graves pois possuem potencial de causar, no mínimo, lesão
grave conforme definição do artigo 129, parágrafo 1º, do Código Penal. São também iminentes pois a efetiva
ocorrência do risco pode acontecer a qualquer momento, sendo ausentes medidas eficazes e/ou legalmente
previstas para evitar a ocorrência do acidente ou doença. Logo, sendo perfectibilizada a hipótese legal de
risco grave e iminente, somos pela INTERDIÇÃO das seguintes máquinas, setores e serviços:

Atividades de movimentação de cargas nos setores de pré-limpeza do arroz branco,


beneficiamento do feijão, empacotamento do feijão, empacotamento do arroz e
expedição
Atividade de Catação do feijão
Atividade de ensacar o feijão
Serviços de entrada e permanência em Espaços Confinados
Trabalho em Altura
Transportadores contínuos de materiais (helicoides, esteiras e fitas)
Máquinas Empacotadeiras (11 no setor de arroz e 02 no setor de feijão) e
Enfardadeiras (05 no setor de arroz)
Máquinas Brunidoras VTA no setor de beneficiamento do parbolizado (04 máquinas)
Válvulas de captação de pó do setor de pré-limpeza do parbolizado
Máquinas de aplicação de filme Strech

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Máquinas polidoras de água do setor de beneficiamento do parbolizado

Esta determinação tem caráter cautelar e visa à preservação da integridade física dos trabalhadores,
com a paralisação imediata das referidas operações e equipamentos. O empregador DEVE GARANTIR,
enquanto perdurar o processo de interdição, que os trabalhadores recebam integralmente seus salários
(inclusas parcelas variáveis), como se estivessem em efetivo exercício, nos termos do parágrafo 6º do artigo
161 da CLT.

A solicitação para uma eventual suspensão deste processo de interdição deverá ser encaminhada na
forma explicitada pela fl. 01, juntando-se toda a documentação probatória de eventual cumprimento das
medidas de saneamento constantes neste laudo, para análise e parecer pela Auditoria-Fiscal do Trabalho.

Este laudo caracteriza a condição de risco grave e iminente.

Pelotas/RS, em 23 de agosto de 2017.

MARCIO RUI CANTOS MAURO MARQUES MÜLLER


AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO
CIF 35649-2 CIF 35786-3

* Competência delegada pela Portaria Ministerial 1719/2014.

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