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SUMÁRIO Passo
Minerais coloridos observando a lâmina a olho nu (desarmado) 2
Minerais opacos de cor cinza 5
Minerais opacos de cor amarela 6
Minerais isótropos ou fracamente anisótropos, de relevo baixo e geralmente com 10
formas cristalinas definidas
Minerais isótropos ou fracamente anisótropos, de relevo baixo e sem formas 11
cristalinas definidas
Minerais isótropos ou fracamente anisótropos, de relevo alto 12
Minerais anisótropos com extinção paralela e mosqueada 14
Minerais com duas direções de clivagem se cruzando nas seções basais 17
Minerais com relevo que muda de baixo para alto ao giro da platina 18
Minerais incolores de relevo constante, muito baixo a no máximo moderado, com 20
características de fácil reconhecimento
Minerais incolores de relevo baixo/médio, a NC com cores de início de 1a ordem, 21
uniaxiais
Minerais incolores de relevo baixo/médio, a NC com cores de início de 1a ordem, 22
biaxiais
Minerais incolores de relevo baixo/médio, a NC com cores superiores ao início de 1a 23
ordem
Minerais incolores ou pleocróicos com cores de interferências anômalas a NC 24
a
Minerais incolores, relevo moderado a muito alto, a NC cores de início de 1 ordem, 27
uniaxiais
Minerais incolores, relevo moderado a muito alto, a NC cores de início de 1a ordem, 28
biaxiais
Minerais incolores, relevo moderado a muito alto, a NC cores superiores ao início de 29
1a ordem
Minerais incolores, relevo moderado a muito alto, a NC cores superiores ao início de 30
1a ordem, biaxiais
Minerais coloridos sem pleocroísmo 31
Minerais discretamente pleocróicos em cores muito pálidas mais raras 32
Minerais pleocróicos com cores verde pálidas predominantes 34
Minerais pleocróicos com cores vermelhas predominantes 35
Minerais pleocróicos com cores verde intensas, podem ser amarronzadas ou 36
amareladas
Minerais pleocróicos em cores marrons, podem ser amareladas ou avermelhadas 37
Minerais pleocróicos em cores amarelas, podem ser pálidas ou fortes 38
Minerais pleocróicos em azul, podem ser acinzentadas, lavanda ou violetas 39
Minerais pleocróicos em vários tons de rosa 40
Minerais pleocróicos em laranja em intensidades variáveis 41
Instruções para uma correta observação de lâminas delgadas
Táticas para a observação de lâminas delgadas
Roteiro para descrição de minerais ao microscópio polarizador
Guia de Minerografia
A idéia para um Guia deste tipo surgiu com a “Chave de Minerografia” da Profa. Eike Gierth
(Universidade de Brasília), um Guia que aborda minerais de minério ao Microscópio de Luz Refletida. A
montagem do presente Guia, o estabelecimento dos blocos de minerais e todas as fotografias usadas são
do autor. De alguns minerais ainda não foram obtidas imagens para esta edição do Guia, o que será
providenciado. Sugestões e correções são bem vindas pelo email heinrich.frank@ufrgs.br .
Para a elaboração deste Guia foram usadas lâminas confeccionadas com verba pública,
equipamentos adquiridos com verba pública; o salário do autor também provêm de verba pública. Portanto,
o Guia pode ser usado sem restrições para usos não-comerciais, não sendo necessário informar a fonte.
Sobre o autor:
Heinrich Theodor Frank é geólogo, professor de Mineralogia no Instituto de Geociências da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil). Mantém um canal no YouTube com vídeos sobre as
características dos minerais ao microscópio petrográfico. Facebook: Heinrich Theodor Frank.
4 Minerais opacos devem ser identificados com um microscópio de Luz Refletida ou com outras
técnicas analíticas. Mas ao microscópio petrográfico é possível obter pelo menos uma sugestão de
identificação, considerando os opacos mais comuns.
Para tanto, coloque a lâmina no microscópio, deixe o mineral opaco no cruzamento dos fios do
retículo. Depois desligue a luz do microscópio e ilumine a lâmina obliquamente por cima com
uma luz LED forte. Pode ser uma lanterna, uma head-light ou outra fonte de luz. Experimente a
melhor posição para iluminar o mineral opaco, gire a platina e observe o mineral opaco.
A cor que o mineral apresenta com esta técnica de observação é:
cinza
a 5
amarela
b 6
c outra cor usar outra técnica analítica para a
identificação do mineral.
8 A ND, avalie o relevo do mineral com o diafragma fechado em mais de 50%, experimente a
melhor quantidade de luz para obter esta determinação, que é importante.
a a Nicóis Descruzados o mineral apresenta 9
relevo baixo ou médio.
b a Nicóis Descruzados o mineral apresenta 12
relevo alto ou muito alto.
11 Minerais isótropos ou fracamente anisótropos, de relevo baixo e sem formas cristalinas definidas.
a relevo muito baixo, a ND incolor a amarelo ou OPALA
vermelho, preenche espaços intersticiais,
vesículas e fraturas. Amorfa, ocorre maciça,
reniforme ou botrioidal. Sem clivagem, apenas
fraturas de contração. A NC é isótropo; não ocorre
em rochas plutônicas nem metamórficas.
b relevo muito baixo. Mineral raro, de cavidades de CRISTOBALITA
rochas vulcânicas ácidas; facilmente passa
despercebido. TE, pseudo-CB. A ND, incolor e
sem clivagem. Nunca altera. Dendrítico, esqueletal Imagem ainda não disponível
ou em esferulitos fibrosos. A NC é quase isótropo.
U(-), pode ter ângulo 2V anômalo de até 25º.
c relevo baixo, a ND incolor, amarelo, marrom ou VIDRO VULCANICO
vermelho. Amorfo, forma a matriz da rocha. Pode
apresentar fraturas perlíticas (fraturas
concêntricas), pode ter cristálitos (devitrificação) e
pseudo-estruturas de fluxo. A NC, isótropo. Ocorre
apenas em rochas vulcânicas e hipabissais
d relevo médio, a ND incolor, raramente violeta FLUORITA
pálido ou verde pálido, zonação comum em
violeta. CB, clivagem (111) perfeita, interceptam-
se duas a 70º/110º ou 3 a 60º/120º. Cristais
anédricos, intersticiais, raramente grãos cúbicos. A
NC isótropa, birrefringência anômala possível.
e relevo baixo, a ND incolor, raramente cinza. CB. SODALITA
Clivagem normalmente ausente. Massas
intersticiais anédricas ou seções com 6, 8 e 10
lados. Maclas pseudohexagonais possíveis.
Margens alteradas possíveis. A NC bem isótropa.
Pode ser confundida com um buraco na lâmina.
f não é nenhum desses 10
d em ângulos de 79º
CIANITA: incolor, relevo alto, a NC cinza a amarelo
fraco. SE(+), B(-). Mineral comum em rochas metamórficas
e em ângulos de 84,5º
WOLLASTONITA: incolor, relevo médio-alto, extinção
0-5o, SE(+/-), B(-). Normalmente associa-se a mármores.
f em ângulos de 90º
ESCAPOLITA: incolor, relevo baixo/médio, extinção
paralela, SE(-), U(-). Mineral muito raro.
g em ângulos de ~90º
KORNERUPINA: incolor, relevo alto, extinção paralela,
a NC cores de cinza a amarelo, SE(-). Mineral muito raro.
h em ângulos de 92,5º
RHODONITA: incolor, relevo alto, a NC cinza, branco a
amarelo, extinção oblíqua, B(+). Mineral raro.
f em ângulos de 94º
CORINDON: são duas partições de boa qualidade.
Incolor, relevo alto, a NC cinza a branco, extinção //. Raro.
Passo Característica do Mineral Continuação
18 A ND, avalie o relevo do mineral. Para isso, feche o diafragma em pelo menos 50% e gire a
platina em 360º, observando atentamente o mineral em questão
Minerais incolores ou pleocróicos com cores de interferência anômalas a NC. As imagens são das
24 cores anômalas:
a a ND é incolor ou verde pálido pleocróico. A NC CLORITA
cores anômalas azuis (berlim blue), cinza-
azuladas, púrpuras ou marrons (marrom-do-
couro). MC, forma lamelas, fibras ou massas, é
muito comum (mineral metamórfico ou produto de
alteração). Extinção 0-9º (simula extinção
paralela!), não-mosqueada(!), SE(+/-), B(+/-).
26 a o mineral é uniaxial
alguns minerais uniaxiais podem apresentar um 27
pequeno ângulo 2V anômalo, gerando figuras biaxiais!
b o mineral é biaxial
alguns minerais biaxiais podem apresentar um 2V 28
próximo ou igual a zero, gerando figuras uniaxiais!
27 Minerais incolores, relevo moderado a muito alto, a NC cores de início de 1a ordem, uniaxiais:
a U(-), pode ser biaxial (2V de 0-20º) em carbonatos. APATITA
HX. Cristais prismáticos longos com pontas
arredondadas e seções hexagonais (bastões),
pode ser acicular. Clivagem ausente. Em cristais
prismáticos, extinção paralela e SE(-). A NC, cores
cinza. Maclas raras, sem zonação, não altera.
f U(-), pode ser B(-) anômalo (2V até 6º). Relevo BERILO
médio, sem clivagem visível, prismático, HX.
Extinção paralela, SE(-). Muito duro (Mohs: 7,5-8),
pode estar espesso. Muito semelhante a vários
minerais comuns, facilmente passa despercebido.
28 Minerais incolores, relevo moderado a muito alto, a NC cores de início de 1ª ordem, biaxiais:
a B(-) com 2V de 80º. MC, anfibólio com 2 ACTINOLITA
clivagens nas seções basais (losangulares); nas
seções longitudinais só 1 clivagem. Prismas
longos, fibras. A NC, cores até 2ª ordem. Extinção
10-15º, SE(+), maclas e zonação frequentes. Muito
similar à Tremolita e à Wollastonita.
29 Minerais incolores de relevo moderado a muito alto, a NC cores superiores ao início de 1a ordem
a o mineral apresenta extinção paralela e MUSCOVITA
mosqueada. MC, ocorre em forma de palhetas.
Geralmente com uma clivagem perfeita. A NC,
cores intensas de até 3ª ordem. Maclas muito
raras, não tem zonação, SE(+), B(-), ângulo 2V de
30-47º. Muito comum (nunca em rochas
vulcânicas). Difícil de diferenciar de talco,
lepidolita, pirofilita, paragonita e brucita.
30 Minerais incolores, relevo moderado a muito alto, a NC cores superiores ao início de 1ª ordem,
biaxiais
a anfibólio, MC, prismas longos ou agregados TREMOLITA
aciculares. Seções basais com 2 clivagens a 56-
124º. A NC cores de 2ª ordem. Extinção 10-15º,
SE(+), maclas possíveis, B(-) com 2V de 85º. É de
mármores, metamórficas máficas e ultramáficas,
xistos azuis. Wollastonita é semelhante.
32 Vários minerais que normalmente são incolores, às vezes têm cores fracas, com ou sem pleocroísmo
suave. Cuidado para não confundir cor com alteração ou inclusões. Minerais argilizados ou
sericitizados a ND apresentam cores em vários tons de creme ou marrom que não são diagnósticas.
Inclusões podem deixar o mineral turvo. Em caso de dúvida, considere o mineral pleocróico e
dirija-se ao passo 33.
O mineral pode apresentar cores muito pálidas (com ou sem pleocroísmo muito fraco) em:
a verde ACTINOLITA: ext. oblíqua, SE(+), B(-) SERPENTINA: fibras, extinção //
ANDALUSITA: ext. paralela, SE(-) B(-) VESUVIANITA: ext. //, SE(-), U ou B(-)
ANTOFILITA: anfibólio, ext. //, SE(+) CLINOZOISITA: epidoto, B(+)
AUGITA: clinopiroxênio, SE(+), B(+) MUSCOVITA: extinção // mosqueada
OMFACITA: clinopiroxênio, B(+) CLORITA: NC: cores anômalas
DIOPSÍDIO: clinopiroxênio, SE(+) B(+) BARITA: rara, ext. paralela, SE(+)
ENSTATITA: ortopiroxênio, SE(+) CORINDON: raro.
MONAZITA: ~ zircão, mas B(+) JADEITA: rara, clinopiroxênio, B(+)
OLIVINA: sem clivagem, altera fácil. CUMMINGTONITA: rara, anfibólio
b amarelo SERPENTINA: fibras, extinção // ESCAPOLITA: ext. //, SE(-), U(-)
ACTINOLITA: ext. oblíqua, SE(+), B(-) MELILITA: ext. //, uniaxial
ANTOFILITA: anfibólio, ext. //, SE(+) VESUVIANITA: SE(-), cores anômalas
AUGITA: clinopiroxênio, SE(+), B(+) ZOISITA: epidoto, B(+)
ENSTATITA: ortopiroxênio, SE(+) ANIDRITA: rara,
OLIVINA: sem clivagem, altera fácil. BARITA: rara
SILLIMANITA: ext. //, SE(+), B(+) CORINDON: raro
MONAZITA: ~ zircão, mas B(+) SIDERITA: rara, carbonato.
c rosa ANDALUSITA: ext. paralela, SE(-) B(-) ZOISITA: epidoto, B(+)
CLORITA-Cr: NC: cores int. anômalas GRANADA: NC = isótropa
ENSTATITA: ortopiroxênio, SE(+)
MUSCOVITA: extinção mosqueada ANIDRITA: rara, B(+), ext. //
d violeta CLORITA-Cr: NC: cores anômalas BARITA: rara, ext. //, SE(+)
AUGITA: clinopiroxênio, SE(+), B(+) ESCAPOLITA: rara, ext. //, SE(-), U(-)
CIANITA: 2 cliv. perfeitas, SE(+), B(-) ANIDRITA: rara, B(+), ext. //
e azul ANTOFILITA: anfibólio, ext. //, SE(+) BARITA: rara, ext. paralela, SE(+)
APATITA: ext. //, SE(-), U(-) CORINDON: raro
CIANITA: 2 cliv. perfeitas, SE(+), B(-) CLORITA-Cr: rara
f marrom ANTOFILITA: anfibólio, ext. //, SE(+) MELILITA: ext. //, uniaxial
AUGITA: clinopiroxênio, SE(+), B(+) SILLIMANITA: ext. //, SE(+), B(+)
CUMMINGTONITA: anfibólio, SE(+) VESUVIANITA: SE(-), cores anômalas
DIOPSÍDIO: clinopiroxênio, B(+) SIDERITA: rara, carbonato de Fe
ZIRCÃO: ext. //, SE(-), U(+) BARITA: rara, ext. paralela, SE(+)
g lilás ANTOFILITA: anfibólio, ext. paralela, SE(+)
h vermelho CORINDON: relevo alto, extinção //, a NC cores cinzas (safira é azul/verde), U(-).
Passo Característica do Mineral Continuação
minerais pleocróicos geralmente podem apresentar pleocroísmo em várias cores, por isso
33
podem estar dispostos individualmente em vários dos itens abaixo. Para observar pleocroísmo,
principalmente aqueles que se dão em cores pálidas, use a objetiva de menor aumento e avalie
com cuidado o mineral em questão. Compare seu mineral com os minerais vizinhos,
especialmente com minerais tipicamente incolores como quartzo e feldspatos.
Não se esqueça que alguns minerais normalmente incolores às vezes podem apresentar
pleocroísmo em cores fracas. Confira os minerais listados no Item 32.
O pleocroísmo do mineral que você está analisando se dá em cores:
a verde pálidas 34
b vermelhas (podem ser amarronzadas ou amareladas) 35
c verde fortes (podem ser amarronzadas ou 36
amareladas)
d marrons (podem ser amareladas ou avermelhadas) 37
e amarelas (podem ser pálidas ou fortes) 38
f azuis (podem ser acinzentadas, lavanda ou violetas) 39
g rosa em vários tons 40
h laranja em intensidades variáveis 41
q Alguns minerais podem, raramente, apresentar cores marrons com pleocroísmo geralmente
fraco, normalmente associadas a teores mais elevados de alguns elementos (Fe, Ti, etc.):
BARITA – cores marrons, amarelas e azuladas.
AUGITA-Ti – marrom pálida e violeta com pleocroísmo forte.
DIOPSÍDIO – cores marrons com pleocroísmo muito fraco.
38 Minerais pleocróicos em cores amarelas, podem ser pálidas ou fortes. Apenas a estaurolita possui
pleocroísmo exclusivamente em amarelo, todos os outros apresentam amarelo com uma das
cores mais raras, suas cores típicas são outras:
a pleocroísmo moderado de incolor a amarelo ESTAUROLITA
(pálido a intenso) até dourado. MC, pseudo-OR.
Clivagem distinta, relevo alto. Pode ter muitas
inclusões (“textura de peneira”) Prismas curtos com
seções pseudo-hexagonais. A NC, cores até
laranja de 1ª ordem. SE(+), B(+), 2V de 80-90º.
h Alguns outros minerais podem, raramente, apresentar cores amarelas com pleocroísmo
geralmente fraco, normalmente associadas a outras cores, que são as dominantes:
TITANITA – pleocroísmo entre amarelo pálido e amarronzado.
PUMPELLYITA – pleocroísmo de fraco a moderado em amarelo, mas marrom, incolor e
azul-verde são as cores comuns.
BARITA – pleocroísmo fraco, entre outras cores, em amarelo, outras cores são
em marrom e em azul.
39 Minerais pleocróicos em cores azuis, podem ser acinzentadas, lavanda ou violetas. Poucos
minerais apresentam pleocroísmo exclusivamente em azul. Geralmente azul e outras tonalidades
azuladas fazem parte da fórmula de pleocroísmo do mineral.
a pleocroísmo forte em vários tons de azul, em GLAUCOFANO
esverdeado, pode ser cinza a preto. MC, anfibólio
de relevo médio a alto. Prismático, colunar a
acicular. A NC, cores de 1ª e 2ª ordem. Extinção 5-
7º, simétrica nas seções basais. SE(+) e sem
maclas, mas zonação freqüente. B(+/-), 2V 0-50º.
40 Minerais pleocróicos em vários tons de rosa. Rosa é uma cor rara, geralmente é uma das cores de
pleocroísmo de uma das variedades do mineral:
a cor rosa bem definida, pode sugerir pleocroísmo, GRANADA
mas não tem. CB. Mineral geralmente em grãos
arredondados, de relevo alto, muito fraturado e
sem clivagem. Pode ter muitas inclusões. Como é
ISÓTROPA, não há como determinar cores de
interferência, extinção, SE, etc.
h Mineral que, às vezes, pode apresentar cores laranjas com pleocroísmo fraco:
APATITA – normalmente incolor. Pode mostrar cores amarronzadas a azul-cinza e
laranjas.
Instruções para uma correta observação de lâminas delgadas:
1. Ligue o microscópio na tomada, ligue a luz do aparelho e deixe a luz inicialmente na intensidade máxima.
2. Verifique se o conjunto de peças situado abaixo da platina está erguido até o ponto mais alto possível. Se
a lente convergente for móvel, use-a apenas quando trabalhar com Luz Convergente. Se a lente
convergente for fixa, é adequado baixar ele 1 mm deste ponto máximo para que a lente não encoste na
lâmina por baixo e a levante. Neste caso, ao girar a platina, a lâmina vai se mover também lateralmente.
3. Certifique-se que o compensador (lente comparadora) não está inserido no microscópio, que a Lente de
Amicci-Bertrand não está acionada e que o diafragma está completamente aberto.
5. Coloque um ponto marcante exatamente no cruzamento dos fios do retículo e gire a mesa do microscópio
em 180 graus. Se o ponto não ficar exatamente abaixo do cruzamento dos fios durante o giro completo da
platina, a objetiva está descentrada. Proceda da seguinte maneira:
5.1 A dedo, colocamos um ponto bem nítido da lâmina no cruzamento dos fios do retículo.
Este ponto de referência deve ser, de preferência, um material opaco.
5.2 Giramos a platina. Se o ponto permanecer centralizado, tudo OK; se o ponto fizer um
movimento de translação circular, a objetiva estará descentrada.
5.3 Colocamos nosso ponto no centro do campo outra vez e giramos a platina em 180º.
5.4 Através dos anéis ou parafusos de centralização da objetiva aproximamos nosso ponto em
direção ao centro, mas apenas a metade da distância que o separa do centro. Voltamos ao
item primeiro e repetimos a operação para assegurar-mos de que a centragem foi bem feita.
5.5 Teste cada uma das objetivas e centralize todas elas, se necessário. Esse procedimento não é
tempo perdido, pois microscopia feita às pressas geralmente fornece resultados errados.
6. Certifique-se que a lente retrátil da objetiva de maior aumento está funcionando, a fim de evitar a
destruição de lâminas delgadas.
7. Inicie suas observações fazendo uma varredura na lâmina com a objetiva de menor aumento,
inicialmente a Nicóis Descruzados e depois a Nicóis Cruzados.
8. Uma vez identificado um ponto de interesse, deixe ele exatamente abaixo dos fios do retículo e mude
para a objetiva de médio aumento. Lembre-se: nos nossos microscópios, o foco da objetiva de menor
aumento não é igual ao foco da objetiva de médio aumento, mas o foco da objetiva de médio aumento é o
mesmo da objetiva de aumento máximo.
10. Muito cuidado ao fazer foco na objetiva de máximo aumento observando pela ocular. Deixe a objetiva
quase encostando na lâmina olhando de lado, depois faça foco cuidadosamente com o parafuso
micrométrico para não quebrar a lâmina.
Táticas para a observação de lâminas delgadas:
Não colete aleatóriamente informações ópticas na esperança de acertar de forma mágica o nome
do mineral observado. Ao invés disso, use cada informação para eliminar minerais possíveis e para
restringir sua busca. Use as tabelas nos livros e mantenha em mente o maior número possível de minerais
alternativos (outros candidatos).
Determine o tipo de informação óptica que você precisa. Com qual informação você elimina o
maior número de minerais, restringindo a sua busca mais ainda? Tente identificar a informação que tem o
potencial de eliminar o maior número de minerais possíveis, depois tente obtê-la.
Determine os testes necessários para obter a informação que você precisa. Não desperdice seu
tempo fazendo testes desnecessários como, por exemplo, fazendo figuras de interferência aleatoriamente
sem antes procurar um grão com a menor cor de interferência possível.
1. Inicie suas obervações a Nicóis Descruzados usando as objetivas de menor aumento e de médio
aumento e sem usar a luz na intensidade máxima. Faça um escaneamento da lâmina delgada para ter uma
impressão geral do que ela contém: quantos minerais diferentes, texturas, veios, alteração, feições
metamórficas, ígneas ou sedimentares ou qualquer outra coisa que possa ajudar no entendimento dos
minerais individuais e da rocha.
2. Depois de obter uma impressão geral, inicie suas observações em um mineral específico, escolhendo
o mais fácil ou o mais familiar. Observe vários grãos deste mineral. Cruzando e descruzando os nicóis e
girando a platina o quanto for necessário, obtenha informações sobre:
2.1 cor e pleocroísmo (se tiver)
2.2 relevo (baixo, médio ou alto). Se necessário, busque uma lamina delgada
conhecida para comparar: quartzo = baixo; piroxênio = médio; granada = alto.
2.3 forma do grão (euédrico, subédrico, anédrico), textura (se houver) e alteração.
2.4 se o mineral é isótropo (sistema cúbico) ou anisótropo (outros 6 sistemas).
2.5 há maclas presentes? Qual é o tipo ? (cruze os nicóis para observá-las).
2.6 há alguma zonação? Para alguns minerais, zonações são características.
2.6 clivagem: uma direção, qualidade; se duas direções, verifique os ângulos de interseção
2.7 há fraturas, algum padrão? Alguns minerais tem padrões de fratura característicos.
3. Se o mineral parecer isótropo, faça a checagem disso tentando obter uma figura de interferência a Luz
Convergente – não pode haver figura. Procure outros grãos do mesmo mineral na lamina para certificar-se
de que todos estão permanente extintos sob Nicóis Cruzados. Depois use a literatura para determiner o
mineral entre os minerais isótropos mais comuns (Relevo baixo: Leucita, Noseana, Hauynita, Analcima,
Sodalita, Vidro Vulcânico, Fluorita, Opala e Cristobalita. Relevo alto: Granada, Perovskita, Periclásio,
Espinélio e Allanita metamicta).
4. Se o mineral em questão é anisótropo, procure na lamina o grão deste mineral com a cor de
interferência mais baixa e obtenha, a Luz Convergente, uma figura de interferência de uma seção o mais
perpendicular possível em relação a um eixo ótico, para determinar se o mineral é uniaxial ou biaxial.
5. Se o mineral for uniaxial, determine a Luz Convergente se ele é positivo ou negativo. Use os mesmos
grãos de baixas cores de interferência trabalhados no passo anterior (4).
5.1 A Nicóis Descruzados, registre sua cor e seu relevo.
5.2 Depois procure na lamina o grão do mesmo mineral com a cor de interferência mais
alta, obtendo na Tabela de Michel-Levy a birrefringência máxima do mineral.
5.3 Se o mineral apresentar alongamento (formas prismáticas) ou clivagem, determine
o Sinal de Elongação. Registre a orientação da clivagem (paralela ao eixo z, etc),
ângulo entre clivagens (se houver duas) e a qualidade da clivagem (perfeita, boa,
regular ou má).
6. Se o mineral for biaxial, use o mesmo procedimento acima, mas para a obtenção do Sinal Ótico procure
uma seção perpendicular a um dos eixos óticos (figura de interferência “hélice de avião”) ou uma seção
perpendicular à bissetriz aguda (figura de interferência “cruz que se desfaz”).
6.1 Faça uma estimativa do ângulo 2V, usando as figures abaixo.
6.2 A Nicóis Descruzados, registre a cor (ou pleocroísmo) e o relevo dos grãos.
6.3 Encontre um grão com a cor de interferência mais intensa e, usando a Tabela de
Michel-Levy, determine sua birrefringência.
6.4 Se o mineral possuir clivagem, obtenha o ângulo de extinção em vários grãos e use
o valor máximo.
6.5 Se o mineral apresentar alongamento (formas prismáticas), determine o Sinal de Elongação.
Roteiro para descrição de minerais ao microscópio polarizador:
Perpendicular à Figura de
bissetriz aguda (BA) Cruz que se desfaz
bissetriz aguda
Perpendicular à Figura de
bissetriz obtusa (BO) Figura flash1
Sistemas bissetriz obtusa
Ortorrômbico
trimétricos Perpendicular a um Figura de
Monoclínico dos eixos ópticos Hélice de Avião
eixo óptico
BIAXIAIS
Triclínico
Paralela ao plano Figura de
dos eixos ópticos Figura flash1
normal óptica
Figura oblíqua às
bissetrizes e aos eixos Vassourinha2
Seção qualquer
ópticos
1
O campo de visão fico todo escuro e, ao giro de 5o da platina, o campo fica todo claro.
2
As isógiras varrem o campo de visão obliquamente aos fios do retículo.
2) Sinal Ótico:
Usando o compensador, determinar a cor que surge nos quadrantes da figura de interferência:
- cores azuis no 1º e 3º quadrantes e cores amarelas no 2º e 4º quadrantes:
sinal positivo.
- cores amarelas no 1º e 3º quadrantes e cores azuis no 2º e 4º quadrantes:
sinal negativo.
3) Ângulo 2V.
Minerais uniaxiais não possuem ângulo 2V, mas alguns minerais uniaxiais podem se apresentar
com um ângulo 2V anômalo. O quartzo é um exemplo: ângulo 2V até 20o.
Se o mineral é biaxial, o ângulo 2V (ângulo formado pelos dois eixos óticos) é estimado pela
curvatura da isógira nas figuras correspondentes às seções perpendicular à bissetriz aguda e
perpendicular a um dos eixos ópticos. Alguns minerais biaxiais podem se apresentar com um
ângulo 2V muito pequeno, de poucos graus, simulando serem uniaxiais.