ANÁLISE DO FILME “PONTO DE MUTAÇÃO”

MOSSORÓ
2018
 O filme “Ponto de Mutação”, busca reflexões em torno das práticas políticas e
sociais que refletiram em degradação do ser humano e dos ecossistemas, principalmente
diante de uma crise de percepção do mundo atual.

A obra se apresenta com três personagens centrais, que amparados por suas bases
ideológicas se envolvem dentro de uma discussão acerca dos efeitos, de modo geral, das
ações das pessoas e como essas ações refletem no mundo em que vivemos. Dentro dessa
discussão os comentários entre os três personagens sobre diversos assuntos tais como:
política, ecologia, tecnologia e futuro da humanidade, nos conduz a fortes questionamentos
sobre a visão mecanicista presente no inconsciente coletivo da sociedade, proveniente do
dogmatismo cartesiano, que reflete, historicamente, nas posturas de grandes líderes políticos
mundiais.

De acordo com a teoria da Gestalt, “ não se pode conhecer o todo por meio de duas
partes, pois o todo é maior que a soma das partes”. A visão do todo proporciona um melhor
entendimento do que a visão individualizada. Assim, ao fazer juízo do atual estado de
percepção atual, a cientista Sonia Hoffman condena a visão reducionista, que fragmenta o
todo em partes, e explora a tese de que o todo deve ser abordado de forma conjunta, isto é,
através do conhecimento holístico, para melhor compreensão do funcionamento de um
sistema.

Um dos pontos destacáveis do filme evidencia-se no questionamento apontado pela

cientista ao ex-candidato à presidência dos EUA Jack Edwards. Nele, Sonia coloca em
xeque a prática política usual de agir a fim de minar as consequências, mas, raramente, nas
causas dos problemas que assolam a sociedade. Dessa forma, aponta para uma nova forma
de ação, a qual denomina de “raciocínio ecológico”, que se define como um modelo de
intervenção, nutriente, autossuficiente e preconizador da prevenção, isto é, um modelo
capaz de lidar com suas mazelas sociais.

A obra apresenta novas concepções de raciocínio, que dão ensejo a um novo modelo
de análise social, holístico, sistêmico e, principalmente, de interconexões. Propõe uma
forma distinta de abordar problemas sociais como a fome, a insuficiência dos sistemas de
saúde pública, o abismo socioeconômico, a exaustão dos recursos naturais, consequências
da agressiva modalidade capitalista que hoje é praticada.

Se faz necessário uma nova visão de mundo através de uma reforma na ótica social,
educacional e quebra de paradigma na qual a sociedade abandonaria as suas velhas
concepções e abraçaria um novo modelo, construtor, materno e holístico. Somente dessa
maneira é que conseguiremos entender e solucionar os problemas do mundo atual e viver uma
vida saudável e plena.