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Índice

04 . . . PRAD – Plano de recuperação de área degradada

08 . . . PUP – Plano de Utilização Pretendida. O que é e como utilizar?

13 . . . RADA – Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental

17 . . . PTRF – Projeto Técnico de Reconstituição de Flora

22 . . . RCA – Relatório de Controle Ambiental e PCA – Plano de Controle Ambiental

27 . . . O que é EIA/RIMA – Estudo e Relatório de Impacto Ambiental

32 . . . Autores
PRAD 03
Plano de Recuperação de
Área Degradada
PRAD – PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA

Larissa Guarany

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No mês passado escrevi para este blog e seus (meus também) queridos leitores sobre Projeto Técnico de Reconstituição de Flora - PTRF, ao que chamei de PRAD diferentão
de Minas Gerias. Este mês, o tema é o clássico Plano de Recuperação de Área Degradada – PRAD.

Para entender no que consiste um PRAD, precisamos primeiramente saber qual a definição de recuperação. Esta definição está presente na Lei nº 9.985, de 2000, conhecida
como lei SNUC, que diz o seguinte:
“recuperação é a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original”.
Deste modo, entende-se que o PRAD tem por objetivo estabelecer diretrizes (planejar) para transformar uma área, cuja condição original sofreu uma modificação negativa
(degradação) em algo positivo do ponto de vista ambiental (recuperação), mas não necessariamente à sua conformação original.
Há alguns anos, quando cursava Engenharia Florestal na Universidade Federal de
Sergipe, tive uma matéria unicamente sobre Recuperação de Áreas Degradadas, Então anotemos o conteúdo mínimo: [1] Caracterização do Imóvel Rural, em que é
que, junto da matéria sobre Direito Ambiental, era a minha preferida. Isto por que interessante apresentar mapas e plantas, registros em cartório de imóveis,
o PRAD se é aplicado justamente em casos que envolvem atividades de Cadastro Ambiental Rural, etc.; [2] Identificação dos responsáveis legal e técnico,
revegetação, mesmo que somadas à outras atividades. É comum quando há de lembrando que o técnico deve sempre fornecer ART e ele ou a empresa a que é
supressão de vegetação, erosão de solo, taludamentos irregulares, etc. vinculado devem fornecer o Cadastro Técnico Federal – CTF; [3] Diagnóstico da
degradação, explicando as causas e/ou fontes, uma vez que o princípio da
Mas o PRAD não considera somente o sistema vegetacional e é justamente por recuperação de área é excluir a fonte de dano;
conta disso que difere do PTRF. Este Plano foca também na recuperação do solo, [4] caracterização regional e local, em que considera-se normalmente clima,
seja de suas características físicas, químicas ou ambas (o mais comum). Ou seja, hidrografia, pedologia e bioma, incluindo as fitofisionomias;
além das diretrizes de revegetação, o PRAD deve diagnosticar o nível de 05
conservação do solo e propor medidas que se façam necessárias para a mitigação [5] Caracterização da área degradada, focando nas características naturais da área
dos danos identificados. que serão consideradas quando da proposta de recuperação; [6] Objetivo; [7]
Metodologia de implantação, em que há uma gama de atividades que podem ser
As diretrizes básicas de um bom PRAD podem ser encontradas na Instrução propostas e detalhadamente descritas de modo a permitir, sem mais, a execução;
Normativa nº 04, de 2011 do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos [8] Manutenção, que diz respeito às atividades que devem ser realizadas após a
Naturais Renováveis – IBAMA. Este é o único instrumento legal a tratar execução do PRAD de modo a garantir sua contínua eficácia; e [8] Monitoramento,
diretamente sobre PRAD e aplica-se somente no âmbito do IBAMA, uma vez que é muitas vezes confundido com manutenção, é, na verdade, a obtenção de dados
um ato administrativo interno por natureza, mas pode ser tomado como base sobre a recuperação executada que trabalhados ou brutos desenharão qual o nível
quando da elaboração de planos apresentados tanto a órgãos estaduais quanto de sucesso do trabalho e o que precisa ser melhorado.
municipais.
Há quem indique gramíneas exóticas, mas aí será bem difícil que posteriormente
Vou exemplificar de maneira objetiva: vamos imaginar um talude íngreme e haja o estabelecimento natural de espécies nativas, mesmo arbóreas, pois
descoberto que tenha sido criado a partir de lavra ilegal de argila. Após a gramíneas exóticas costumam ser plantas agressivas na sua colonização. A
determinação dos itens de 1 e 2 supracitados, precisamos realizar o diagnóstico da manutenção passa por coroamento, adubação, controle de pragas, manutenção da
degradação e recomendar formas de impedir que esta atividade continue, o que drenagem. E, por fim, o monitoramento, neste caso, focaria no desenvolvimento
pode ser realizado através de comunicação aos órgãos de controle, estabelecer das espécies vegetais, o que pode ser feito através do cálculo de índices como o de
sistemas de segurança para a área em questão, etc. diversidade de Shannon; seria possível também tomar medidas que apontem a
estabilidade do talude, a perda de solo, a correta drenagem, etc.
Em seguida devemos fazer uma caracterização da área, em que é indicado fazer
uso de dados secundários obtidos em fontes científicas, como artigos; públicas, Como tudo na área ambiental, a elaboração de um PRAD pode ser complexa e
como Estudos de Impacto Ambiental; e governamentais, como no IBGE. Já para demandar interdisciplinaridade, principalmente com as áreas civil ou do
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caracterizar a degradação, vamos precisar de dados primários, para o exemplo, engenheiro ambiental. D e nenhuma forma eu fui capaz de abordar todo o assunto
seria interessante obter o levantamento planialtimétrico do talude, ter noção de neste texto. Por isso, para saber mais, eu recomendo os trabalhos de Martins
sua inclinação, tipo de solo, etc. Venâncio, da Universidade Federal de Viçosa, Robério Ferreira, da Universidade
Federal de Sergipe, e Antônio Carpanezzi, da Embrapa Florestas. Evidente que há
Aqui, mesmo se o talude for totalmente antropogênico, devemos trabalhar como o outros profissionais da área com o mesmo nível de excelência dos citados, estas
que é fático, não adianta mandar sumir com o talude e deixar a área plana se isso recomendações são absolutamente pessoais.
for técnica e/ou economicamente inviável. A metodologia de recuperação teria
que considerar a reconformação do talude, sua adequada drenagem e sua Antes de ir embora, acho importante comentar que o PRAD não é o documento
revegetação, para o que eu recomendo sempre espécies nativas, tanto de indicado para tratar sobre remediação de áreas contaminadas, isto por que ambos
gramíneas quanto de arbóreas. são muitas vezes confundidos. Para este tipo de atividade, há regras pré-
determinadas, inclusive em NBR’s, nas da série 15515.
PUP 07
Plano de Utilização Pretendida.
O que é e como utilizar?
PUP – PLANO DE UTILIZAÇÃO PRETENDIDA. O QUE É E COMO UTILIZAR?

Marlon Washington

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Muitos profissionais que atuam na área do licenciamento possuem diversas dúvidas referente a elaboração e aplicação dessa importante ferramenta utilizada para
regularização de intervenções ambientais.

Afinal, quando apresentar um Plano de Utilização Pretendida? Como elaborar esse tipo de estudo? Qual a finalidade do PUP? Quem pode elaborar e assumir a
responsabilidade técnica pelo PUP? Qual a diferença entre o Plano de Utilização Pretendida e o Plano Simplificado de Utilização Pretendida? Essas são as principais dúvidas
que permeiam a aplicação do PUP ao se solicitar autorização para intervenção ambiental junto aos órgãos licenciadores do Estado de Minas Gerais. Sendo assim, o presente
texto surge com o intuito de esclarecer essas dúvidas e nortear a elaboração e aplicação do Plano de Utilização Pretendida, bem como de sua versão simplificada.
Primeiramente, é importante frisar que, antes de iniciar qualquer procedimento i) supressão de maciço florestal de origem plantada, localizado em área de
de regularização ambiental, é indispensável se verificar a legislação vigente, de reserva legal ou em APP;
forma a garantir que o empreendimento em questão cumpre todos os quesitos j) supressão de florestas nativas plantadas que não foram cadastradas junto ao
legais para operação, instalação ou realização da intervenção ambiental Instituto Estadual de Florestas - IEF;
pretendida. k) aproveitamento de material lenhoso.

O Art. Primeiro da Resolução Conjunta SEMAD/IEF nº 1905, de 12 de agosto de Ainda embasando do artigo primeiro da referida lei, temos a definição de
2013, que dispõe sobre os processos de autorização para intervenção ambiental Regularização ambiental como um “procedimento administrativo integrado que
no âmbito dos Estado de Minas Gerais e dá outras providências, define abrange os procedimentos de licenciamento ambiental, autorização ambiental de
intervenção ambiental como: funcionamento - AAF, gerenciamento de recursos hídricos e intervenção
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a) supressão de cobertura vegetal nativa, com ou sem destoca, para uso ambiental”.
alternativo do solo; A Resolução Conjunta SEMAD/IEF nº 1905 esclarece que as intervenções
b) intervenção com ou sem supressão de cobertura vegetal nativa em áreas de ambientais citadas acima são passíveis de apresentação do Plano de Utilização
preservação permanente - APP; Pretendida ou deste em sua forma simplificada, assim como de outras
c) destoca em área remanescente de supressão de vegetação nativa; documentações exigidas para obtenção de autorização pleiteada.
d) corte ou aproveitamento de árvores isoladas nativas vivas;
e) manejo sustentável da vegetação nativa; Resumidamente, um Plano de Utilização Pretendida, seja em sua forma completa
f) regularização de ocupação antrópica consolidada em APP; ou simplificada, deve ser apresentado sempre que houver necessidade de
g) supressão de maciço florestal de origem plantada, tendo presença de sub- intervenção ambiental que envolver supressão de vegetação e / ou destoca,
bosque nativo com rendimento lenhoso; obedecendo o disposto em Lei.
Ainda de acordo com a Resolução Conjunta SEMAD/IEF nº 1905, Art. 28, o PUP
deve ser solicitado de maneira completa quando a área de intervenção for O artigo 28 deixou bem claro a diferença entre a aplicação do PUP e do PUP
superior a 10 ha: simplificado, observando o tamanho da área, mas, ao mesmo tempo, deu margem
para uma grande discussão no âmbito do licenciamento no que diz respeito a
A formalização de processos para intervenção ambiental relativos à menção de um “profissional devidamente habilitado”.
supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, em
áreas iguais ou superiores a 10 ha (dez hectares), depende da É sabido que, em âmbito estadual, as Suprams (Superintendências Regionais de
apresentação do Plano de Utilização Pretendida - PUP com Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) comummente exigem que o PUP
inventário florestal qualitativo e quantitativo, os quais devem ser seja elaborado e assumido tecnicamente por um engenheiro florestal, mas há
elaborados e executados sob responsabilidade técnica de grandes discussões envolvendo tal exigência, especialmente pelos engenheiros
profissional devidamente habilitado, sendo necessária a Anotação agrônomos e biólogos, que se consideram tecnicamente capazes de elaborar tal
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de Responsabilidade Técnica - ART estudo.

O parágrafo primeiro desse mesmo artigo resolve ainda que “a formalização de Legalmente, órgãos licenciadores não possuem a competência de avaliar a
processos relativos à supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo capacidade de um profissional em elaborar laudos e / ou estudos. Cabe aos
em áreas inferiores a 10 ha (dez hectares), depende da apresentação do Plano de respectivos conselhos regulamentar as atribuições de cada profissão, o que evita
Utilização Pretendida Simplificado”. reservas de mercado. Sem dúvidas esse é um assunto polêmico que envolve
inúmeras discussões, tanto técnicas quanto jurídicas, portanto, deixaremos as
Além da mensuração do tamanho da área, uma importante diferença entre o PUP conclusões do que é permitido ou não para os órgãos licenciadores e conselhos de
e o PUP simplificado é que o Plano de Utilização pretendida propriamente dito classe, embora não podemos falar de Plano de Utilização Pretendida sem citar esse
deve, obrigatoriamente, estar acompanhado de um inventário florestal, ao passo importante impasse existente no Estado de Minas Gerais.
que o PUP simplificado não possui tal exigência.
Após entender as diferenças entre os dois tipos de PUPs, surge então a grande
questão: como elaborar um PUP? Já o PUP simplificado, exige a identificação do empreendedor, identificação da
propriedade, objetivos e justificativas da intervenção, caracterização biótica e
A melhor maneira de elaborar um Plano de Utilização Pretendida é utilizando o física de maneira sucinta, análise dos impactos ambientais e prováveis medidas
Termo de referência disponibilizado pela SEMAD - Secretaria de Estado de Meio mitigadoras e o cronograma de execução das operações de exploração.
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Nele estão contidas todas as exigências
para elaboração de uma documentação satisfatória, tais como: identificação do Como última dica, sugiro que, antes de elaborar um Plano de Utilização 11
empreendedor, identificação do responsável pelo PUP, identificação do imóvel, Pretendida, o profissional se certifique de que possui a capacidade técnica e
objetivos e justificativas da intervenção, caracterização do projeto a nível físico e experiência o suficiente para criação de tal documento, visto que se trata de um
biótico, detalhamento do desmatamento, metodologia utilizada para elaboração estudo complexo que envolve conceitos ligados ao meio físico, hidrologia,
do inventário florestal que acompanha o PUP, análise estatística dos dados ecologia, botânica, análise de impactos e proposição de medidas mitigadoras, logo,
amostrados, sistemas de exploração, planilhas de campo, parcelas amostrais e o PUP deve ser elaborado por profissionais capacitados e aptos para tal.
análise de aspectos, impactos e medidas mitigadoras.
RAD 12
Relatório de Avaliação de
Desempenho Ambiental
RAD – RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL

Elis Christina

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O licenciamento ambiental tradicional é composto pela Licença Prévia – LP que atesta a viabilidade ambiental da atividade e/ou empreendimento quanto a sua concepção e
localização; Licença de Instalação – LI que autoriza a instalação da atividade e/ou do empreendimento de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados e Licença de Operação – LO que autoriza a operação da atividade e/ou do empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta da
LP e da LI, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinadas para a operação.
Cada Licença tem seu prazo de validade, sendo a LP válida por 5 (cinco) anos, a LP
A exigência legal do RADA é encontrada na Deliberação Normativa COPAM nº 17
por 6 (seis) anos e a LO por até 10 (dez) anos.
de 1996, que diz em seu artigo 3º, I, que um dos documentos que deve
acompanhar o pedido de renovação da Licença de Operação é o Relatório de
Quando a Licença de Operação estiver com o seu prazo de validade por vencer, o
Desempenho Ambiental do Sistema de Controle e demais Medidas Mitigadoras -
empreendedor poderá solicitar a sua renovação.
RADA, elaborado pelo requerente, conforme Termo de Referência definido por
tipo de atividade e/ou empreendimento, disponibilizado pelo Órgão Ambiental.
O procedimento de revalidação da LO tem por objetivo fazer com que o
desempenho ambiental do empreendimento e/ou atividade seja formalmente
Além da atualização de dados e de prestar informações gerais da atividade e/ou
submetido a uma avaliação periódica e uma oportunidade para que o
empreendimento, o empreendedor deverá apresentar elementos e considerações
empreendedor explicite os compromissos ambientais voluntários porventura
sobre os aspectos ambientais como: efluentes líquidos, emissões atmosféricas,
assumidos, bem como algum passivo ambiental não conhecido ou não declarado 14
resíduos sólidos e ruídos. Além de demonstrar se existe passivos ambientais, sua
por ocasião da LP, LI, da primeira LO, ou mesmo por ocasião da última renovação,
situação atual e passivos não declarados, bem como a avaliação da carga
conforme for o caso.
poluidora, seja a líquida, a atmosférica, sólida e a eficiência energética.

Da mesma forma que ocorreu quando da solicitação das licenças ambientais, para
Muito importante, também, é abordar a avaliação do desempenho dos sistemas
requerer a renovação da LO, também é necessário apresentar uma série de
de controle ambiental, em especial referente aos efluentes líquidos, emissões
documentos, entre eles o Relatório de Desempenho Ambiental do Sistema de
atmosféricas, resíduos sólidos. Igualmente, o empreendedor deve trazer
Controle e demais Medidas Mitigadoras, mais conhecido como RADA.
informações sobre o monitoramento da qualidade ambiental, no que tange a
qualidade da água, do ar, conforto acústico, qualidade das águas subterrâneas e
De forma bem prática, o RADA tem por finalidade subsidiar a análise do
do solo.
requerimento de renovação da LO.
Ao mesmo modo, é necessário dizer sobre o gerenciamento de riscos e a avaliação
das medidas implementadas, como também medidas de melhoria continua do
desempenho ambiental, relacionamento com a comunidade, investimentos na
área ambiental, atualizações tecnológicas tanto em relação a produção, quanto ao Pelo que foi possível expor até aqui, é crível constatar a importância do RADA e a
controle ambiental. seriedade com que este estudo deve ser encarado pelos empreendedores, pois é
uma oportunidade de fazer um diagnóstico geral de seus empreendimento e/ou
Indicadores ambientais, também, devem ser analisados, notadamente os efluentes atividade sob o ponto de vista ambiental. Podendo, ainda, ser visto pelos líderes 15
líquidos em relação a sua carga poluidora; as emissões atmosféricas em relação de van guarda para além de um documento exigido para requerer a renovação da
aos seus fatores de emissão e os resíduos sólidos em relação a taxa de geração. LO, um instrumento de gestão ambiental das empresas.
Ao final, com base em todas as informações contidas no RADA, deve ser
apresentada a avaliação do desempenho ambiental geral do empreendimento
e/ou atividade, considerando também o cumprimento das condicionantes da LO, e
a proposição de medidas de melhoria ambiental da Organização.
PTRF 16
Projeto Técnico de
Reconstituição de Flora
PTRF – PROJETO TÉCNICO DE RECONSTITUIÇÃO DE FLORA

Larissa Guarany

17

Tratando-se de legislação ambiental, o pioneirismo mineiro é notório. O Estado costuma estar na vanguarda da política de proteção de meio ambiente, sendo, pelo menos
por um período de tempo, único nas suas exigências. Exemplarmente cito a Lei nº 7.772/1980, que trata da proteção, conservação e melhoria do meio ambiente mineiro, foi
publicada no diário oficial do Estado em 1980, antes mesmo da promulgação da Política Nacional de Meio Ambiente.
Após a edição do Decreto 43.710/04, que regulamentou a Lei Estadual nº
Com a Política Florestal não foi diferente. Em 1962 foi criado o Instituto Estadual
14.309/02, passou a vigorar no mesmo ano, a Deliberação Normativa COPAM nº
de Florestas – IEF, cuja competência era de promover a coordenação e a execução
76/04, que, assim como a Portaria do IEF, dispõe sobre a interferência em Áreas
da política florestal do Estado, com observância do Código Florestal Federal de
de Preservação Permanente. É exatamente no anexo desta deliberação que
1934, vigente à época. Até 1990, o Estado aplicava a legislação florestal federal,
encontramos os requisitos mínimos que devem constar em qualquer PTRF
quando, em 1991, editou sua primeira Lei de proteção das florestas, de nº 10.561,
atualmente.
cujo art. 8º, § 2º, introduz a obrigatoriedade de apresentação de Projeto Técnico
de Recomposição de Flora, conforme lê-se a seguir: “O licenciamento para
Finalmente em 2013, um ano após a publicação do irmão mais velho e mais
exploração de áreas consideradas, excepcionalmente, de vocação minerária
polêmico da Lei nº 4.771/65, o “novo código florestal” (Lei nº 12.651/12), houve a
dependerá da aprovação de projeto técnico de recomposição de flora, com
sanção da Lei Estadual nº 20.922 que revogou por completo a de nº 14.309, se
essências nativas locais ou regionais, em complemento ao projeto de recuperação
tornando o novo código florestal mineiro.
do solo”. Guardem a informação trazida na porção final do § 2º, em que se diz que
o PTRF é complementar ao projeto de recuperação do solo. 18
A Resolução Conjunta SEMAD /IEF nº 1905, publicada em agosto de 2013 (pouco
antes do mencionado código florestal estadual) e ainda em vigor, apresenta os
Em 2002 (apenas um ano após o Governo Federal editar Medida Provisória que
casos em que é preciso obter uma autorização para intervenção ambiental e traz
alterou vários artigos do Código Florestal de 65), foi promulgada nova lei florestal
como documento obrigatório a constar dos pedidos de intervenção ambiental em
de Minas, com nº 14.309, que não abraçou o artigo da lei que a precedia e assim
Área de Preservação permanente - APP e Reserva Legal – RL, o PTRF.
não apresenta explicitamente a obrigação de apresentação de PTRF.

Porém, no ano seguinte, a Portaria do IEF nº 140/03, que dispunha sobre a ¹ Curiosidade: os artigos desta Lei que tratam sobre ocupação antrópica consolidada estão
interferência em áreas consideradas de preservação permanente, não só trouxe a sob a mira de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) promovida pela
Procuradoria Geral da República e nas mãos do ministro relator Ricardo Lewandowisk.
previsão de apresentação de Projeto Técnico de Reconstituição da Flora (observe a
leve mudança do nome, de recomposição, em 1991, para reconstituição, em 2003) SAIBA MAIS CLICANDO AQUI
como apresentou também o que este projeto deveria conter.
² Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
[3] caracterização de meios físico e biótico (lembrando que esta caracterização de
Em resumo, o PTRF é o instrumento através do qual o empreendedor apresentara meio biótico, no que concerne à flora, deverá apresentar dados de inventário
ao órgão ambiental como pretende executar recomposição de vegetação em APP qualiquantitativo realizado, pelo menos, na extensão de toda a área a ser
e RL, seja por obrigação direta (digo quando a APP e RL da propriedade estão sem suprimida, por censo ou amostragem); [4] impactos causados pelo
vegetação), seja por conta de compensação (tipo quando há intervenção em APP). empreendimento aos meios físico e biótico; [5] justificativas de locação da área de
Apesar do PTRF estar diretamente ligado a estas áreas especialmente protegidas recomposição florestal (isto se aplica quando o plantio é de compensação pela
nas legislações apresentadas, as SUPRAMs costumam utilizar este instrumento supressão de vegetação nativa ou intervenção mesmo que sem supressão,
sempre que há supressão de vegetação nativa, mesmo que fora de APP e RL. O somente em APP, em que é interessante observar a fitofisionomia e a bacia
PTRF pode ser requisitado tanto quando do pedido de licença ambiental para uma hidrográfica da área de vegetação nativa alvo da supressão); [6] metodologia de
atividade, quanto para um pedido de Documento Autorizativo de Intervenção reconstituição, em que primeiro é preciso determinar qual a técnica de
Ambiental fora do licenciamento, podendo inclusive constar dos estudos recomposição a ser aplicada (para o caso da escolha das técnicas de
ambientais elaborados para o empreendimento. enriquecimento ou implantação, é preciso apresentar a escolha das espécies e
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toda a metodologia de plantio, incluindo cuidados prévios, manutenção e
E qual o conteúdo deste projeto? Para entender, vamos voltar a 2004, lá na DN 76, monitoramento); [7] cronograma de execução; [8] previsão de emissão de
em que o COPAM estabeleceu o que minimamente deve constar em qualquer relatórios de monitoramento; e [9] literatura consultada.
PTRF e que transcrevo a seguir com alguns comentários meus: [1] informações
gerais do empreendedor e do empreendimento (neste momento é de suma
importância ilustrar a área do empreendimento com mapas, plantas croquis, etc.); ³ Superintendência Regional de Regularização Ambiental.

⁴ Para quando há uma APP e/ou RL com solo exposto na sua propriedade, conforme arts.
11, 25 e 28 da Lei Estadual nº 20.922/13.
[2] objetivos (sem segredo; o que queremos com um PTRF é estabelecer diretrizes
gerais para recomposição da flora local ou por obrigação legal inerente às áreas ⁵ Digo sem supressão por que a intervenção em APP, mesmo que não vegetada, leva à
obrigatoriedade de compensação via plantio de recomposição, conforme Resolução
especialmente protegidas ou para compensar danos causados por uma Conjunta SEMAD/IEF nº 1905/13.
intervenção com ou sem supressão );
⁶ As três mais comuns são regeneração natural, enriquecimento florestal e implantação
florestal.
Sempre me perguntam por quanto tempo devemos realizar manutenção e [2] a maior parte dos dados requeridos para o PTRF devem constar do Estudo de

monitoramento em plantios de recomposição. Em outras palavras, até quando Impacto Ambiental ou do Relatório de Controle Ambiental do empreendimento,

devemos cuidar do plantio? E eu sempre respondo que é complicado! A legislação quando existentes.

estipula um tempo mínimo de cuidado de 02 anos, mas não fala em máximo. Eu


entendo que o objetivo da execução de um PTRF é recompor a flora, então quando Lá em cima falei para guardarem a informação que o PTRF é complementar ao

um profissional legalmente habilitado atestar que o plantio realizado tem projeto de recomposição de solo. Isto por que a soma das informações contidas

estrutura suficiente para seguir sem manutenções, podemos considerar a em ambos os projetos deve ser igual ao que consta num bom Plano de

obrigação cumprida. Em Minas Gerais, as autorizações para intervenção ambiental Recuperação de Área Degradada - PRAD. Observando o disposto na Instrução

desvinculadas do licenciamento costumam ter prazo de validade de 02 anos, Normativa nº 04/11 do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais

período em que o projeto de recomposição deverá ser executado, mas não há Renováveis - IBAMA, percebe-se que o PRAD considera tudo aquilo disposto no
PTRF e ainda se preocupa com a situação de conservação ou degradação do solo, 20
diretriz quanto ao tempo de manutenção. Quando a execução do PTRF estiver
vinculada à licença ambiental, normalmente as obrigações se estendem ao longo por exemplo, se há voçorocamento, taludes de topografia acidentada, etc. O

da validade da mesma. PRAD, diferente do PTRF, é mencionado na legislação federal (como acabamos de
ver) e aplicado em diversos Estados para os casos aqui apresentados (supressão de

Enfim, vamos a algumas observações importantes: [1] se a supressão for de Mata vegetação, recomposição de vegetação em APP e RL, etc.). Ou seja, o PTRF é o

Atlântica, existem diversas regras a mais a serem cumpridas quando do pedido de PRAD diferentão de Minas Gerais.

autorização, cujos dados para cumprimento devem constar do PTRF, porém não há
como destrinchar estes detalhes aqui e agora, tamanha a complexidade, mas
⁷ Resolução CONAMA nº 429/2011.
sugiro a leitura cautelosa da Instrução de Serviço SISEMA nº 02/17 (digo cautelosa,
pois há invencionismos mineiros); SAIBA MAIS CLICANDO AQUI
RCA e PCA 21
Relatório de Controle Ambiental e
Plano de Controle Ambiental
RCA – RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL E PCA – PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL

Elis Christina

22

Antes de falar propriamente sobre Relatório de Controle Ambiental – RCA e Plano de Controle Ambiental – PCA, vamos buscar a contextualização dos Estudos Ambientais.

Você já sabe que certas atividades e/ou empreendimentos são passíveis de licenciamento ambiental e para instruir o processo administrativo de análise do pedido de licença
são exigidas uma série de informações e análises apresentadas através de Estudos Ambientais.
Entenda que estudos ambientais são instrumentos para mensurar o impacto ambiental, servindo para instruir o processo decisório do licenciamento ambiental, subsidiando a
análise da licença requerida.
Vale dizer que mensurar os impactos é um meio, não uma finalidade, para o
estudo ambiental. Sua finalidade é analisar a viabilidade ambiental e mitigar os
A Resolução CONAMA 237 de 1997 também diz que a licença ambiental para
impactos adversos.
empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente
causadoras de significativa degradação do meio ambiente, dependerá de prévio
Importante destacar que os estudos ambientais não vinculam o juízo do órgão
Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio
licenciador, tanto dos técnicos que farão o parecer conclusivo, e eventualmente
Ambiente (EIA/RIMA), sendo este o estudo mais conhecido e completo, no
pedirão complementação dos estudos, quanto do órgão que expedirá a licença
entanto, está longe de ser o mais adequado para toda e qualquer atividade,
ambiental propriamente dita.
existindo estudos mais simples e suficientes para subsidiar com eficiência o
processo decisório do órgão licenciador e preservar o meio ambiente.
Segundo a Resolução CONAM 237 de 1997 Estudos Ambientais “são todos e
23
quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização,
Na hipótese de dispensa de apresentação do EIA/RIMA, o órgão ambiental
instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento,
normalmente exige a apresentação do Relatório de Controle Ambiental – RCA.
apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como:
relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental
Assim o RCA é um estudo ambiental exigido para empreendimentos e/ou
preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área
atividades que não possuem grande capacidade de gerar impactos ambientais,
degradada e análise preliminar de risco”.
apresentado quando for requerida a Licença Prévia, entretanto, a sua estruturação
possui escopo semelhante ao do EIA/RIMA, apenas não são demandados altos
Uma vez constatada a necessidade de alguma espécie de estudo ambiental deve-
níveis de especificidade em sua elaboração.
se listar o seu conteúdo, costumeiramente realizado por meio de Termo de
Referência - TR elaborado pelos órgãos ambientais.
Legalmente falando o RCA é exigido pela Resolução CONAMA 10 de 1990, na
hipótese da dispensa do EIA/RIMA, para obtenção de Licença Prévia - LP de
licença, ou seja, o Relatório de Controle Ambiental é constituído de estudos
atividade de extração mineral da Classe II, prevista pelo Decreto-Lei 227 de 1967,
referentes aos aspectos ambientais atinentes à localização, instalação, operação e
no entanto, o RCA tem sido exigido por alguns órgãos estaduais de meio ambiente
ampliação de um empreendimento e/ou atividade que não geram impactos
também para o licenciamento de outros tipos de atividade como nos setores da
ambientais significativos e que contém informações relativas à caracterização do
indústria moveleira; suinocultura; piscicultura; gráficas; sistemas de abastecimento
ambiente em que se pretende instalar e à sua localização frente ao Plano Diretor
de água; aquicultura; usinas de destilarias, entre outras.
Municipal, Leis de Uso e Ocupação do Solo, e etc.

Legalmente falando o RCA é exigido pela Resolução CONAMA 10 de 1990, na


Outro Estudo corriqueiramente exigido é o PCA – Plano de Controle Ambiental,
hipótese da dispensa do EIA/RIMA, para obtenção de Licença Prévia - LP de
que é estabelecido legalmente pela Resolução CONAMA nº 09 de 1990 para a
atividade de extração mineral da Classe II, prevista pelo Decreto-Lei 227 de 1967, 24
concessão da Licença de Instalação de atividade de extração mineral de todas as
no entanto, o RCA tem sido exigido por alguns órgãos estaduais de meio ambiente
classes previstas no Decreto-Lei 227 de 1967, entretanto,
também para o licenciamento de outros tipos de atividade como nos setores da
indústria moveleira; suinocultura; piscicultura; gráficas; sistemas de abastecimento
alguns órgãos ambientais também exigem o PCA para o licenciamento de outros
de água; aquicultura; usinas de destilarias, entre outras.
tipos de atividades produtivas potencialmente poluidoras, como sistemas de
tratamento de água; avicultura; beneficiamento de metais; empresas de
O RCA deverá conter as informações que permitam caracterizar o
pequeno/médio porte; manipulação de carnes e derivados; beneficiamento de
empreendimento a ser licenciado e, como objeto principal, os resultados dos
materiais em plástico; abatedouros; empreendimentos de irrigação; fábricas de
levantamentos e estudos realizados pelo empreendedor, os quais permitirão
ração; venda de produtos recicláveis, ferro e alumínio e etc.
identificar as não conformidades legais referentes à poluição, decorrentes da
instalação e da operação do empreendimento para o qual está sendo requerida a
Ao contrário do RCA, o PCA é sempre necessário, independente da exigência ou
O PCA é o documento por meio do qual o empreendedor apresenta os planos e
não de EIA/Rima, sendo apresentado quando for solicitada a Licença de Instalação
projetos capazes de prevenir e/ou controlar os impactos ambientais decorrentes
Pela importância dos estudos ambientais, o empreendedor deve ficar atento aos
da instalação e da operação do empreendimento para o qual está sendo requerida
profissionais que contrata para elaborar os estudos, pois devem ser realizados por
a licença, bem como para corrigir as não conformidades identificadas, ou seja, é
equipe multiciplinar e capacitada para o caso concreto que se deseja estudar. 25
um estudo que contém os projetos executivos de minimização dos impactos
Considerando que o parecer conclusivo dos técnicos que analisam o processo de
ambientais avaliados na fase de LP. Além disto, o Plano deverá expor de forma
licenciamento se baseia nas informações, análises e medidas apresentadas, ter um
clara tanto o empreendimento e/ou atividade, como sua inserção no meio
estudo de qualidade faz toda a diferença na condução do processo e obtenção da
ambiente com todas as suas medidas mitigadoras e compensatórias.
Licença Ambiental.
EIA/RIMA 26
Estudo e Relatório de
Impacto Ambiental
O QUE É EIA/RIMA – ESTUDO E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

Mata Nativa

27

De acordo com a Resolução Conama de 1986: “impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam:

I. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


II. as atividades sociais e econômicas;
III. a biota;
IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V. a qualidade dos recursos ambientais.”
EIA – Estudo de Impacto Ambiental
c) o meio sócio-econômico – o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-
economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e
A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001/86 define que o Estudo de Impacto Ambiental
culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local,
(EIA) é o conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas áreas, com
os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
dados técnicos detalhados. O acesso a ele é restrito, em respeito ao sigilo
industrial. No artigo 6° dessa resolução define que o EIA desenvolverá as seguintes
II. Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de
atividades técnicas:
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos
prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e
I. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e
negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e
análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo 28
longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas
a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto,
propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios
considerando:
sociais.
III. Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os
a) o meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a
minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime
eficiência de cada uma delas.
hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
IV. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora, destacando as
positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem
espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico,
considerados).
raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;
RIMA – Relatório de Impacto Ambiental

O relatório de impacto ambiental, RIMA, refletirá as conclusões do estudo de


III. A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de
impacto ambiental (EIA). O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e
influência do projeto;
adequada a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem
IV. A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da
acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de
atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo
comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e
de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios
desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua
adotados para sua identificação, quantificação e interpretação;
implementação. Dessa forma, o Relatório de Impacto Ambiental deverá conter os
V. A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,
seguintes itens:
comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, 29
bem como com a hipótese de sua não realização;
I. Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as
VI. A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação
políticas setoriais, planos e programas governamentais;
aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados,
II. A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais,
e o grau de alteração esperado;
especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação a área
VII. O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
de influência, as matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os
VIII. Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e
processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos
comentários de ordem geral).
de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados;
Atividades que exigem o EIA/RIMA

VIII. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou


De acordo com o artigo 2° da Resolução Conama, a elaboração de estudo de
perigosos;
impacto ambiental (EIA) e respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA), a
IX. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia
serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em
primária, acima de 10MW;
caráter supletivo, devem ser realizados para o licenciamento de atividades
X. Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos,
modificadoras do meio ambiente, tais como:
siderúrgicos, cloro químicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de
recursos hídricos);
I. Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
XI. Distritos industriais e zonas estritamente industriais – ZEI;
II. Ferrovias;
XII. Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100
III. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos
IV. Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32,
percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; 30
de 18.11.66;
XIII. Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de
V. Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de
relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e
esgotos sanitários;
estaduais competentes;
VI. Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
XIV. XVI- Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos
VII. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem
similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia;
para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação,
abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de
XV. XVII – Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 ha ou
cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias,
menores, neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos
diques;
percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas
VIII. Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
áreas de proteção ambiental.
IX. Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de
Mineração;
OS AUTORES

Elis Christina | Advogada


Advogada, mestranda em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, especialista em Direito Ambiental,
parecerista e consultora jurídica. Atua, também, no contencioso administrativo e judicial. Por entender que
cuidar do meio ambiente deve vir agregado ao desenvolvimento econômico, buscou especializar-se em Direito
Ambiental e Gestão de Negócios. Com experiência em assessoria jurídica ambiental para empresas de médio e
grande porte, de diversos segmentos do mercado, nacionais e multinacionais, bem como para Secretarias
Municipais de Meio Ambiente, em especial na reestruturação dos Sistemas Municipais de Meio Ambiente.
Atualmente coordena a área de Direito Ambiental do Andrade Silva Advogados.

Marlon Washington | Biólogo 31


Experiência em licenciamento ambiental. Experiência em campo e elaboração de relatórios de fauna e flora.
Conhecimento da legislação vigente nas esferas municipal, estadual e federal. Elaboração de laudos ambientais diversos,
tais como, EIA, RIMA, PCA, RCA, RADA, PTRF, PUP, inventário florestal, e afins. Experiência em educação ambiental,
palestras e cursos. Experiência na obtenção de licenças diversas, como LP, LI, LO, LOC, renovações, AAF e afins.
Conhecimento em sistema de gestão ambiental e sistemas de gestão. Experiência em realização de fiscalização compondo
a equipe técnica de órgãos ambientais, assim como experiência em mediar vistorias representando empreendedores.
Participação e coordenação de equipes multidisciplinares. Vivência em realização de reuniões com empreendedores,
órgãos ambientais e ONGs. Vivência em análise de impactos e proposição de medidas em projetos voltados a mitigação e
minimização destes. Experiência em propor, analisar e garantir o cumprimento de condicionantes. Participação em
reuniões de Unidades Regionais Colegiadas (URCs) do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), com a finalidade
de assegurar o deferimento das licenças ambientais solicitadas.
Larissa Guarany | Engenheira Florestal
Sou muitas coisas, sou engenheira florestal, pós-graduada em direito ambiental, funcionária pública, curiosa,
nordestina, praieira e membro daquele grupo clichê dos amantes da natureza. Entendo que para tudo na vida
deve haver um equilíbrio e o mais difícil de ser atingido tem sido o equilíbrio entre a conservação e preservação
ambiental e o desenvolvimento socioeconômico, mas a gente chega lá.

Mata Nativa
O Mata Nativa é o software que realiza todos cálculos de inventário florestal e análise
fitossociológica, com aplicação efetiva em todos os biomas brasileiros. Além do software ele possui
uma versão para dispositivos móveis, que agiliza a coleta de dados em campo e elimina o processo
de digitação das fichas de campo, diminuindo o tempo de elaboração do projeto e
consequentemente reduzindo o custo do inventário florestal.
Designer
Levi Gomes | Publicitário
Publicitário de formação, ilustrador de paixão e atualmente designer web junto ao time de marketing
da Cientec. Experiência como ilustrador, designer publicitário e designer web. Trabalhou como artista
generalista no desenvolvimento de jogos digitais, período onde aprofundou seus conhecimentos em
desenho tradicional, desenho digital, desenho vetorial, pintura digital, modelagem tridimensional,
texturização, animação bidimensional e animação tridimensional. Domínio nos seguintes softwares:
Adobe Photoshop, Adobe Illustrator, Adobe After Effects, Autodesk 3DS Max, Autodesk Maya,
Pixologic Zbrush, Clip Studio, Autodesk Sketchbook.
BAIXE GRÁTIS O BAIXE GRÁTIS O
SOFTWARE MATA NATAVA MATA NATAVA MÓVEL

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