Está en la página 1de 16

Fundada em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM – 005/JV

Editorial _______________________________________________________________________________________________

"A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte".


Ghandi

Queridos Leitores:
Setembro nos reporta, em termos de história maçônica, a uma grande conquista – nossa Independência de Portugal. Vale
ressaltar que o Dia do Maçom foi escolhido fazendo alusão a esse grande movimento maçônico, tema que já elucidamos na edição
anterior.
Há de se registrar que, neste mês, além do Brasil, no dia 7, países como Ubesquistão (1), Vietnã (2), Macedônia (8), Costa
Rica (15), México (16), Chile (18), Malta e Belize (21), e outras nações, através de movimentos libertários, possibilitaram a seus
povos valores como a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.
Setembro, também, nos faz lembrar a maior Revolução da história brasileira – a Farroupilha – também, iniciada dentro
de um Templo maçônico.
Tudo isso é um passado que muito nos orgulha, mas devemos entender que já passou da hora de sacudirmos a poeira do
passado e voltarmos a escrever novas páginas de nossa história.
As espadas, canhões e garruchas, armas do passado, deram lugar a outras bem mais eficazes. Não mais se faz necessário,
para exigirmos nossos direitos, o derramamento de sangue. As conquistas do passado nos concederam o direito do voto, para,
com ele, nos libertarmos das bastilhas da atualidade.
Em respeito aos hercúleos esforços de valorosos Irmãos do passado, às inúmeras injustiças sociais do presente e às
futuras gerações, façamos, de nosso voto, uma arma libertária da prisão dos grilhões que os maus políticos nos impõem. Votemos
com consciência! Pensemos no que os candidatos poderão oferecer à coletividade, à cidade, e não a nós, a nossa classe
profissional ou religiosa.
Votar tem que ser, mais do que tudo, um ato altruístico, pelo fato de ser a única ferramenta de mudança da sociedade.
Enquanto nos contentarmos em, apenas, reclamarmos e a nos divertirmos com as piadas políticas dos “inocentes” programas de
humor, desperdiçamos um valiosíssimo tempo e oportunidade, que bem melhor seria usado, para analisarmos o candidato ideal
que deveremos eleger nas urnas.
Pensemos nisso! O Arte Real está fazendo sua parte alertando, conscientizando e fazendo luz sobre tão importante tema.
Essa é a parte que nos cabe como veículo de informação. Façamos, na urna, a parte que nos cabe: votemos com consciência!
Em falando de feitos do passado, a matéria do escritor maçônico João Durão, “A Maçonaria na Independência do Brasil”,
retrata muito bem isso. Já a coluna Matéria da Capa, que traz o texto “Shamballah”, de autoria do insigne Professor Henrique
José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, trata, como ninguém jamais ousou tratar, da Ilha Imperecível,
reservada, tão somente, Àqueles que atingiram elevado Grau de Consciência para ali adentrarem.
A coluna Os Grandes Iniciados, também, ousadamente, apresenta “Melk-Tsedek – O Monarca Universal”; Sacerdote do
Altíssimo e Rei de Salém, o mais misterioso ser das Sagradas Escrituras! Em Destaques, oferecemos, de autoria do Irmão Eliseu
Mocitaiba, a matéria “O Segredo Entre Colunas”.
A coluna Ritos Maçônicos, ainda, abordando o R∴E∴A∴A∴, fala sobre sua cor, em matéria assinada pelo saudoso
escritor maçônico José Castellani, com o título “A Cor Púrpura do R∴E∴A∴A∴”.
Tem sido um exercício muito gratificante e salutar estar à frente desse trabalho, principalmente, quando registramos,
através de mensagens de nossos leitores, o quanto nossa Revista tem sido útil para o crescimento maçônico-cultural de cada um,
para o enriquecimento dos momentos de estudo em Loja e para o despertar de um estado de consciência mais elevado dos nossos
leitores.
A cada edição, agradeço ao Pai Celestial por me permitir a oportunidade de ser um canal de sua Vontade, e me imponho,
cada vez mais, a responsabilidade de produzir uma Revista com muita seriedade, em respeito e à altura de nossos seletos leitores.
Temos dedicado nosso tempo, já muito escasso, na certeza de que a Revista Arte Real, consciente do seu dever de bem
informar, vem cumprindo seu primoroso papel. Colaborem conosco enviando suas sinceras considerações sobre esse trabalho,
que vem sendo confeccionado carinhosamente, para o crescimento de todos nós.
Afinal, “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!”, bem dizia o escritor e poeta português Fernando Pessoa.
Encontramos-nos na próxima edição!

 

" Um sofrimento é sempre uma advertência, pior para quem não sabe compreendê-la.
Quando a natureza puxa a corda, é porque caminhamos ao contrário;
quando ela nos castiga, é que o perigo está perto.
Ai, então, de quem não reflete!".
Eliphas Levi
Nesta Edição ______________________________________________________________________________________

Capa – Shamballah – A Ilha Imperecível...........................Capa Ritos Maçônicos – A Cor Púrpura do REAA .......................8
Editorial.....................................................................................2 Trabalhos – A Maçonaria na Independência do Brasil...........9
Matéria da Capa - Shamballah..............................................3 - Maçonaria e Astrologia.......................................12
Informe Cultural – VI Enama.........................................4 Reflexões – Um Sonho Maçônico.........................................14
Destaque - O Segredo Entre Colunas..................................... .5 - Você e Deus........................................................16
Os Grandes Iniciados – Melki-Tsedek – o Monarca Universal.....6 Boas Dicas – Sites /Indicação de Livros / Edições Anteriores.. 16

Matéria da Capa ______________________________________________________________________

Shamballah
Dedicado à Helena Petrovna Blavatsky

Professor Henrique José de Souza

Ó tu, irmão amado, que vais ler essas linhas como


discípulo, que és, dos Mestres. Presta atenção ao
Velário que vai rasgar-se diante dos teus olhos, para
Ouço-te a indagares de ti mesmo: que melodia é essa
tão estranha, mas tão sublime, que se assemelha a um Coro
Seráfico, acompanhado pela lira maravilhosa de Orfeu e
apresentar o cenário magnificente do Maior Santuário do secundada pelos Versos Dourados de Pitágoras, pelas últimas
mundo: - o País de SHAMBALLAH. palavras de Jesus, o Cristo, a exalar o seu último suspiro, pela
Como profano, que és, mister se faz que te banhes em doçura e compaixão de Çakyamuni, pela brandura e sabedoria
todos os rios sagrados por onde passares, em de Rama-Krishna, pelos Grandes Ensinamentos de Lao-Tsé, de
cujo seio já foram recebidos os corpos desses Zoroastro, de Hermés, de Apolônio de
semideuses, que levam os nomes de Tiana? E esse novo ruído estranho, como um
Mahatmas, de Suphis, de Arhats, de ritmo cadenciado de um bailado místico,
Bodhisattvas e, até mesmo, de Buddhas, executado por vaporosas Sacerdotisas, que
porque a Índia é tua pátria, é a pátria de alimentam, talvez, o Fogo Sagrado de algum
todos os homens, de todas as religiões e Templo Nirvânico?
filosofias e – por que não afirmar? – de De fato, alguns passos mais e estarás
todas as línguas. diante das intransponíveis muralhas
Se queres transpor as cordilheiras do sagradas de um País até hoje desconhecido –
Himalaia, perfuma-te primeiro com os Templo de Luz e de Amor.
ungüentos mais valiosos, que conheceres, e Estará o teu corpo fatigado? Terá ele
despe-te de todo pensamento impuro, fome ou sede? Se assim é, ainda, podes
esquecendo pátria, família e até a própria retroceder, porque ali, embora sendo o
vida. Templo da Vida, morre-se de fome ou de
Eis que, diante de teus olhos sede, porque o alimento e a água cristalina,
admirados, surge o Grande Deserto de Gobi. ali existentes, só alimentam e saciam aqueles
Pára e descalça as tuas sandálias, beijando, que têm fome e sede de Luz.
três vezes, o pó, porque estás pisando a Pátria Sagrada dos Palácio suntuoso e belo, não pode ser penetrado por
Deuses. pés profanos, nem mesmo pelos Reis e Senhores do Mundo. Se
Desde esse momento, começaste a aspirar o perfume desejas ser escravo dos Reis Divinos, ou, mesmo, se és humilde
inebriante do Loto Sagrado, que se oculta majestoso e belo peregrino, que a nada aspira da vida terrena, mas somente
dentro da Cidade Eterna. Amor e Verdade, encoraja-te e ousa bater com o teu bastão
contra a sua Porta de Ouro e (quem sabe?) poderás ser
Dizei, mais uma vez, um último adeus ao horizonte recebido.
imenso, onde desapareceram todas as tuas aspirações terrenas,
porém não te voltes mais, se, de fato, queres prosseguir na tua
jornada de peregrino. Reflete bem, irmão amado, que jamais
humanas criaturas ousaram pisar essas paragens inóspitas,
reminiscências do passado grandioso de uma raça.
Já ouviste falar na harmonia dos sons? Já sentiste as
vibrações puras e divinas do AUM Sagrado, que repercute em
todas as cousas? Não estranhes essa linguagem se ela é nova
para os teus ouvidos; ou volve os teus passos se ela te confunde
ou atemoriza.
Seca as tuas lágrimas passadas e ri, mas com o sorriso
interno dos que não levam mais o pesado fardo do Karma
individual, mas sim o do Karma universal.
Lembra-te, apenas, de que aquele lugar é o Reflexo do homens, prestes a ser realizado. A Tua Guarda avançada, o
Nirvana no Mundo, e lá só penetram aqueles que O Senhor Teshu-Lama, no Seu Retiro Privado, pressentindo a
encontraram dentro de seus próprios corações. minha presença profana, fez com que o caminho, até então
Pobre de ti, alma peregrina. Volve os teus passos e esclarecido pela melhor das esperanças, fosse obscurecido, por
aguarda uma outra ocasião mais propícia para seres recebida não ser eu merecedor de tamanha graça. Loto Sagrado, abre as
naquele PAÍS SAGRADO. tuas pétalas perfumosas e belas e
deixa cair, sobre o mundo, a Pérola
Pensa e sofre comigo,
Divina, desprendida dos Olhos de
meditando nas seguintes palavras:
Parabrahman pela Sua Eterna Dor
Ó SHAMBALLAH, País Sagrado,
pelos homens, para que sejam
onde o Amor puro tem o seu
benditos com a Tua Presença.
verdadeiro Trono, guardado por
Aqueles que levam o nome de Permite, ao menos, que na
Bhante-Yaul. Berço Divino de Jesus, Tua descida do Nirvana ao Mundo,
o Cristo, de Zoroastro, de Maitreya, Eu possa reconhecer-te entre os
de Hermés, de Rama-Krisna, de muitos, que virão em Teu Nome,
Çakiamuni e todos esses Reis pelo perfume, que, um dia, aspirei
Divinos, que, de tempos em tempos, perto de Tua Morada e por aquela
vêm iluminar as mentes humanas, Música transcendente, que os meus
ou melhor, “nasceram em uma nova ouvidos jamais cessarão de ouvir.
Yuga para restabelecimento da Lei”, Pobre de ti, leitor amado, se
sê bendita por toda a Eternidade! não houveres compreendido essas
Já que não me foi dado palavras. Nesse caso, é preferível
transpor as grandes barreiras que me separam de Ti, consente, não conservares essa página, mas a levares ao fogo e
ao menos, que eu possa conservar, em todo o meu Ser, o espalhares as suas cinzas na superfície de um lago tranqüilo,
perfume suave do Loto Sagrado, que ocultas com tanto zelo e para que, em época futura, aí contemples a extraordinária
carinho dentro do Teu Santuário de Amor. E Tu, Maha- metamorfose dessas cinzas em “ROSAS DAS ÁGUAS – LÓTUS
Chohan, o Maior de seus Filhos, perdoa a minha profanação, BRANCOS E AZUIS, QUE EMERGIRÃO DO FUNDO,
pronunciando o Teu Nome, ou se as minhas palavras, por um LEVADOS PARA A LUZ”. 
instante, foram perturbar o Teu Grande Sonho de Amor pelos

Informe Cultural ______________________________________________________________________

6º ENAMA
Encontro Nacional de Maçonaria Adonhiramita
Francisco Feitosa

N o período de 5 a 7 de setembro de 2008 será realizada a 6ª edição do ENAMA,


Encontro Nacional da Maçonaria Adonhiramita, em Brasília - Distrito Federal, que
contará com a presença de Irmãos de todo o país!
A abertura do evento acontecerá no dia 05/set, às 20h, com as presenças do Grão-Mestre
Geral do G∴O∴B∴ Marcos José da Silva e do Patriarca Regente Florisvaldo Campos Xavier.
Os temas abordados, dentre outros, serão: Ética na Maçonaria por Manir Haddad, O
Conhecimento e o Significado da Liturgia por Vitor Xavier da Silva, O Papel da Maçonaria
Adonhiramita no G∴O∴B∴ por Carlos Rodolpho Pinto da Luz.
A Coordenação Geral está a cargo do Irmão Luiz Carlos Hallay Cecílio (tel 061-8127-
0822).
Maiores informações sobre a programação poderão ser acessadas clicando no link abaixo:
http://www.hc1960.org.br/Paginas/IV%20Enama%202008/VI%20Enama%20-%202008%20-%20Programacao.htm 
Destaques __________________________________________________________________________________

O Segredo Entre Colunas


Eliseu Mocitaiba

A s Ordens Secretas têm, em seus históricos, por


idades sem conta, os trabalhos realizados por
personalidades superiores, para aprimoramento,
ousar, para ousar é preciso calar e, para calar, é preciso saber,
firmando, assim, pelo Oroboros, sob a Árvore da Vida, o
burilamento da personalidade.
engrandecimento e evolução da humanidade. Aos mestres, pretende-se, nos seus primeiros passos no
Desde eras imemoriáveis, fala-se de suas atuações, grau, além dessa conjugação, a forma precisa para submeter
muitas vezes, mudando, diametralmente, o destino duvidoso essas forças na construção dos degraus para alcançar o céu, o
de um povo e, até mesmo, de uma nação. seu Deus Interior, dentro de si mesmo.
A formação e conservação da espiritualidade se têm A transmutação dos vícios em virtudes faculta-lhes,
estruturado entre essas instituições que servem de base às pelo subconsciente, erigir templos às virtudes pelos quais se
religiões e filosofias. pode falar diretamente com Deus.
Delas transbordam conhecimento e sabedoria através A política, como Quinta-essência, já deve estar
da ciência do bem-viver na praticidade da vida cotidiana, social operativa desde os primeiros graus e degraus, em cujo ápice da
e profissional, estabelecendo-se pela cultura e educação na sabedoria a Ética rege a todos, levando ao calar-sabendo pela
formação de todos. consciência do dever a ser cumprido, trabalhando e
conquistando novos níveis da
Assim, apresentam-se e
evolução.
conservam-se incógnitas em meio à
humanidade, tal qual a passagem O grande segredo reside no
pelo fundo do Mar Vermelho, sem conhecimento, respeito, disciplina e
se perderem em paixões e ordem, que mantêm os Irmãos entre
descalabros dos povos e nações. colunas, em união e perfeita
fraternidade. Nesse estado de
Muitas dão a sua
Vigilância dos Sentidos, exige-se não
contribuição e retiram-se; outras
poder exaltá-lo aos quatro ventos,
transbordam os seus princípios e
pois o que a mão direita faz a
transformam-se, ajustando-se aos
esquerda, instintiva e passional, não
novos ditames da Lei, ditando novos
deve saber, por conta das energias
conceitos e consciências, como
caóticas, que imperam na contramão
verdadeiras Escolas Iniciáticas, que
do progresso e da evolução.
são, na formação e aprimoramento
do novo edifício humano. Na realidade, o grande
mistério está dentro de cada um,
Como forma de
donde não devemos deixar aflorar os maus hábitos da política
“tratamento” interior, ligado à personalidade, acentua-se o
interesseira, degenerativa e partidária do mundo profano em
domínio de si mesmo, das paixões e maus hábitos, que devem
Loja, para não levar a Grande Barca a rumo ignorado.
ser burilados através do silêncio, do segredo, da observação e
aprendizagem, ou melhor, tendo como princípio basilar a O saber-calar, sob a égide do querer-ousar, dentro do
Ética, representada pelo Trono de Salomão, que fica diante das Cerimonial ou Oficina, faz-se aguardando o momento justo
colunas da Beleza e da Força. A Ética, por sua vez, tem como para dizer, dar o seu depoimento, mostrar ciência, o que deve
suporte as colunas da Moral e da Política, em sustentação aos ser para o aprimoramento moral e espiritual de si e de todos.
alicerces da Casa do Pai ou Templo do Grande Arquiteto do Tudo a seu tempo, já nos aponta a sabedoria popular,
Universo. arremetendo-nos contra certas decisões, tomadas pelo ímpeto
A formação desses esteios deve-se às quatro potências instintivo, o que, invariavelmente, acaba quebrando a
dentro de cada um: o saber, o querer, o ousar e o calar, em que harmonia e o equilíbrio da espiritualidade reinante.
já devem iniciar, trabalhando, os Aprendizes. Consciência pelo bom senso é mais um degrau da
O conhecer é noção, informação, etc., está voltado à conjugação indicada, para que possamos levantar templos às
memória, ao plano intelectual; o Saber está ligado, virtudes e sublimar os maus hábitos pessoais, cavando, cada
intimamente, à sabedoria, à atuação da inteligência pela vez mais fundo, a mente subconsciente, para, ousar-sabendo,
experiência da espiritualidade. submeter os vícios ao equilíbrio da vida-consciência.
Já, entre os Companheiros, a composição se constitui *O autor é M.∙.M.∙.da A.∙.R.∙.L.∙.S.∙. Beneficente São Lourenço nº
1370, Oriente de São Lourenço, MG, além de ser Instrutor e
pela forma: para saber é preciso querer, para querer é preciso
Palestrante da Sociedade Brasileira de Eubiose. 

"... os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos
filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma
divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente".
Platão
Os Grandes Iniciados ____________________________________________________________

Melki-Tsedek – O Monarca Universal


Francisco Feitosa

S eguindo com nosso altruístico trabalho de fazer Luz sobre


a manifestação terrena dos Excelsos Seres, que, em auxílio
à evolução humana, se dão em sacro-ofício, ousamos falar
Mãe Índia - mas, para todos os efeitos, Excelsa Fraternidade,
quer na razão de sua própria existência, por ser composta dos
Verdadeiros Guias ou Instrutores Espirituais da Humanidade,
sobre o misterioso Rei de Salém e Sacerdote do Altíssimo, quer pela vitória sobre o que se concebe como Mal; na Terra,
Melki-Tsedek, o Monarca Universal, de quem emanam todas ao lado do Planetário dirigente da Ronda, tiveram os seus
as manifestações avatáricas. primeiros componentes de combater as referidas forças do
Através desse trabalho de compilação, baseado na Mal, sem falar na sua própria transformação de Homens
palestra, proferida por Valdemar H. Portella e Hernani M. vulgares em semideuses.
Portela, na Sociedade Brasileira de Eubiose, SP, e publicada Durante a quarta raça-mãe - a Atlante - sob o Signo de
pela Revista Dhâranâ, n° 19 e 20, de 1962, órgão oficial Saturno e Lua (verde e violeta), o Sacerdócio de Melki-Tsedek,
daquela Instituição, ofertamos aos nossos leitores uma então, era exercido na oitava cidade atlante - a Shamballah dos
verdadeira “Revelação”, que, se profundamente refletida, os teósofos ou a Jerusalém Celeste dos verdadeiros cristãos - teve
capacitará a melhor entender a origem de muitos Mistérios. que enfrentar o magno problema da grande queda no sexo, ou
Há uma antiga tradição que afirma a existência de uma seja, a "união entre os deuses e as filhas dos homens", fenômeno
Igreja Secreta, cujo sacerdócio se revela reconhecido pela Igreja, por ser citado no
de ciclo em ciclo e de acordo com a Gênesis, diferindo, apenas, na tradição
necessidade da época. oriental, o nome "devas", para o de
Traz Ela um conhecimento "anjos", na tradição ocidental.
próprio para cada raça ou povo por Sim, todas as tradições de valor
uma forma particular, mais favorável, no mundo se originaram de uma Fonte
mais acessível ao cumprimento e Única e Imperecível, expressa na
restabelecimento da Lei, do propósito linguagem hierática de todos os tempos
Divino, através do Itinerário de IO por Aquela misteriosa Terra, chamada
(marcha evolucional da Mônada). A tal Agartha (ou mesmo Shamballah). Os
conhecimento, a tradição de todos os povos se ligam, de uma forma ou de
povos relaciona o Espírito de Verdade, outra, através das tradições de seus
como manifestação de um Centro símbolos, mitos e lendas, a este Centro,
Imperecível, consagrado pelos povos e a razão de conservarem a mesma
orientais sob os nomes de Agartha, unidade é que descendem de uma
Asgardhi, Eredemi ou Salem Fonte Única. Na fase áurea dos ciclos
(Shambala é a "Ilha Imperecível", que evolutivos de cultura de cada povo ou
nenhum cataclismo pode destruir). da própria Humanidade, ela se
Todo ser iluminado, encontra sob os influxos e direção das
avataricamente ou por iniciação, desde essências radiosas desse Centro. As
que esteja de posse do conhecimento de Ordens místico-religiosas de valor
certos mistérios, faz parte do Culto, que humano foram representações na terra
tem o nome de Igreja de Melki-Tsedek e da simbologia agarthina ou de Salém.
está acima de todas as manifestações Agartha é o começo e o fim de todas as
religiosas. Tal culto sempre existiu, como coisas. Quando caem as religiões, as
ciência divina e a mais preciosa de todas filosofias, os sistemas sociais, quando
as religiões, porque, verdadeiramente, se corrompem as estruturas, outrora,
torna a ligar (religo, religare, religio, emanadas da Agartha para o mundo
religions ou religião... Do mesmo modo que Yoga, que significa humano... é a fase de decadência desse povo, dessa raça ou da
união, identificação, etc.) o homem a Deus, sem necessidade de própria humanidade.
sacerdote nem de outro qualquer intermediário. "Busca, dentro Então, após um período de conflitos, choques e lutas,
de ti mesmo, o que procuras fora", é a velha sentença oriental. E o como ora está acontecendo, novamente se manifesta o Espírito
próprio Jesus dizia: "Faze por ti, que Eu te ajudarei". da Verdade. Donde a promessa de Krishna a Arjuna, no
Fraternidade Universal, Culto, Sacerdócio ou Igreja de Bhagavad-Guitâ , um episódio do Mahâbhârata - o grande
Melki-Tsedek, sua origem procede dos meados da terceira raça- poema épico da Índia, da mais elevada filosofia espiritual -
mãe, a Lemuriana, dirigida pelos planetas sagrados Vênus e quando diz:
Marte, alegorizando mãe e filho, respectivamente, e objetivada "Todas as vezes que Dharma declina e Adharma se
sob a égide do planeta Mercúrio, representando o Pai, numa levanta, Eu me manifesto para salvação dos bons e
época em que a humanidade, até então, manifestada no destruição dos maus. Para o restabelecimento da Lei, Eu
androginismo inconsciente das primeiras raças, começou a ser nasço em cada Yuga".
digna desse nome, ou melhor, dividiu-se em dois sexos,
formando, logo a seguir, nos seus meados, a Grande Hierarquia Antes, porém, que isso aconteça, através de certas
Oculta, que, conhecendo a origem do mistério do androginismo, Ordens Iniciáticas ou mesmo de caráter exotérico, aparecem os
prepara a evolução da Mônada para o androginismo consciente, "Mensageiros do Senhor desse Mundo Eterno", quando não
com que terminará a presente Ronda. Ele mesmo, para renovar a face das coisas, descerrar novos
Com o decorrer dos tempos, recebeu tal culto o nome horizontes, que, até então, estavam fechados pela ignorância, a
de Sudha-Dharma-Mandalan, na antiga Aryavartha - nossa incompreensão e a maldade dos homens.
Alguns dirigentes - os que, realmente, orientam os espontânea. “É uma esplendorosa Consciência Cósmica” (Manly
homens no sentido de sua verdadeira evolução - são P. Hall - "Melki-Tsedek y el Misterio del Fuego). Tão grande e
representantes diretos ou indiretos desse Centro cuja elevada a sua evolução e perfeição moral, espiritual e intelectual,
manifestação se processa através do Tulkuísmo, fenômeno que o próprio Cristo, o Mestre dos Mestres, esteve afiliado à sua
milenarmente conhecido das tradições orientais, explicado e Ordem, como supremo Sacerdote e Pontífice, segundo se lê na
interpretado pelo nosso Colégio Iniciático, há longos anos. Tais Epístola de São Paulo aos Hebreus, capítulos seis e sete. É Melki-
dirigentes são expressões do Rei do Mundo, o Monarca Universal, Tsedek, com o grande e sublime Jesus e os Mestres Moria, Koot-
conhecido pelo nome de Melki-Tsedek, e, esotericamente, com o Humi e Maitréia (o futuro Instrutor da Era de Aquário), quem
nome de Rigden-Djyepo (palavra tibetana, de origem agartina, sutilmente dirige e orienta toda a evolução do globo terrestre e os
com o significado de "Rei dos Jivas" ou dos seres da Terra), tendo grandes movimentos políticos, sociais, econômicos, culturais,
por Colunas: Polydorus Isurenos e Mama Sahib, personificações científicos, religiosos, artísticos e metafísicos do Planeta. Melki-
da Sabedoria e da Justiça. Tsedek é o grande Rei do Governo Oculto do Mundo, e o Espírito
É Ele o verdadeiro Ministro do Eterno, organizador das Santo, o seu Embaixador de Luz no Plano profano dos vivos,
instituições e constituições humanas, de todas as civilizações. É assim como Deus é o de todo o Universo."
o Senhor Supremo das Ordens Secretas de âmbito divino na Melki-Tsedek é, então, rei e sacerdote, e,
face da Terra. conjuntamente, o seu nome significa "Rei da Justiça", sendo
Melki-Tsedek é o fulcro de toda a evolução em nosso ele, ao mesmo tempo, Rei de Salém, e da "Paz". Ora, "Justiça" e
globo. É o sentido da própria Lei, das Verdades ou da Ideação "Paz" são, precisamente, os dois atributos fundamentais do
Divina, posta por Ele em atividade, através dos aspectos de "Rei do Mundo". Devemos salientar que a palavra Salém,
Transformação, Superação e Metástase Avatárica. Daí ser a contrariamente ao que possa parecer, nunca designou, em
"manifestação " Ideoplástica do Homem Cósmico, isto é, "sem realidade, uma cidade, mas que, tomada pelo nome simbólico
pai, nem mãe, sem genealogia, que não tem princípio de dias, da região onde residia ou reside Melki-Tsedek, pode ser
nem fim de vida"(Heb.7-III). Por que não dizer que é Ele o Pai- equivalente do termo "Agartha".
Mãe de todas as coisas, o Senhor do segundo Trono ou do Agartha é o celeiro das civilizações passadas, lugar
Akasha , o Adam-Kadmon - o Homem Cósmico, o Logos ou o composto de sete cidades, cada uma delas representando uma
Verbo manifestado na Terra? raça, uma civilização passada, um
Por acaso Devavani (Voz estado de consciência já vencido pela
Divina)... não é também um de seus Mônada. Homens de imenso valor,
nomes? em matéria de Sabedoria e Santidade,
Representa a Sabedoria e a acompanham, debaixo, os mais
Justiça Divina - como tal, Monarca evoluídos da Terra, porém,... de
Universal, "Rei de Salém"(ou da comum acordo com os Guias da Face
Agartha) e Sacerdote do Altíssimo. da Terra. Agartha, Arca ou Barca é o
Como Senhor do Verbo ou da Palavra lugar "para onde o Manu Noé
Perdida... dEle emanam as verdades conduziu seu Povo ou Família, e os
cíclicas, nas expressões dos Avataras, casais de animais, a que se refere a
Budas, Bodhisatwas, Manus, etc. Daí, própria Bíblia, porém, com
ser Ele o Bijam (semente) dos Avataras, interpretação errônea de que o termo
a "Árvore dos Kumaras no segundo "família" fosse, apenas, dos seus
Trono", a semente de todos os parentes. Noé, lido
salvadores ou redentores, que o mundo anagramaticamente, dá o Eon grego,
conheceu ou virá a conhecer. Tudo é que tem como significado: " A
dEle e está nEle. O nome Melki-Tsedek manifestação da Divindade na Terra".
refere-se ao mesmo Rei do Mundo, Nesse caso, um Manu, um Avatara.
figurando, também, na tradição Nas passagens dos Ciclos, em
judaico-cristã. O Sacrifício de Melki-Tsedek (o pão e o vinho, etc.) que se divide a vida humana, ocorrem os "dilúvios", ou que
deve ser olhado como uma prefiguração da Eucaristia. E o próprio outro nome se queira dar às catástrofes, que se incumbem de
sacerdócio cristão se identifica, em princípio, ao culto de Melki- destruir os lugares impróprios à evolução dos seres da Terra.
Tsedek, conforme palavras do Salmo ao Cristo: Chama-se de "castigo", também, por se tratar de lugares onde a
"Tu és sacerdos in aeternum secundum Ordinem matéria tamásica (vermelha) tornou-se mais pesada, o que
Melquisedec" - (Salmos 110-4) indica a decadência de uma civilização.
O escritor patrício Anibal Vaz de Melo, em seu livro "A Ainda, sobre os chamados "dilúvios", a Lemúria, como
Era de Aquário", assim se expressou: "Mas quem é Melki- terceiro continente e raça, foi destruída pelo Fogo. Todas as
Tsedek? Foi o Rei de Salém, Sacerdote do Altíssimo, ilhas do Pacífico, por exemplo, são os seus remanescentes. A
contemporâneo de Abraão, Rei da Justiça e da Paz (São Paulo, Atlândida, como quarto continente e raça, foi destruída pela
Epístola aos Hebreus, VII, 1-2). Água. Parte da Europa (península ibérica) e América, que se
É uma das Entidades mais sublimes e elevadas da ligava, por exemplo, à África, por leste, são os seus
Hierarquia dos Planos Superiores. É o Sol do Mundo remanescentes. Cada raça desenvolve um sentido, do mesmo
Subterrâneo! "Feito semelhante ao Filho de Deus, não teve modo que um estado de consciência.
genealogia, sem pai e sem mãe"(Hebreus, VII,3); foi autocriado, As tradições, tanto do Oriente, como do Ocidente, estão
uma possante Manifestação do Pensamento de Deus na Terra, ou repletas de "promessas"; os ciclos, as idades se passaram, e,
antes, foi a antropomorfização da própria Lei, embora não seja jamais, elas deixaram de ser cumpridas. Estamos em vésperas
Deus. Não nasceu "segundo o mandamento da carne, mas de "Manifestação do Avatara, sob o signo de Aquário"; o de
segundo a virtude da vida imortal” (Hebreus, VII, 26). Jesus foi o de "Piscis". É quando os Manus, por sua vez,
Elevadíssima Entidade, oriunda de desconhecidos sistemas grandes ou pequenos, conduzem seu povo à Terra(por Lei)
solares, com bilhões e bilhões de anos de existência e de Prometida. O Manu, é portador do Verbo Solar, por ser a sua
experiências, Melki-Tsedek foi, na Terra, um produto da geração própria Manifestação na Terra. 
Ritos Maçônicos _____________________________________________________________________

A Cor Púrpura do Rito Escocês Antigo e Aceito


José Castellani

A cor púrpura, principal atributodo Rito Escocês Antigo e


Aceito, é uma decorrência de suas origens mais
remotas, no século XVII, na França, e da aristocratização, que
imperial, com que os imperadores romanos - os Césares - eram
revestidos, quando de sua ascensão ao trono imperial. A
própria púrpura cardinalícia, já referida, é um sinal de nobreza
lhe foi imposta, a partir do segundo quartel do século XVIII, dos príncipes da Igreja.
também, na França. Na realidade, os primeiros agrupamentos Estabelecida a origem da cor vermelha no Rito Escocês
maçônicos de feição moderna - dos maçons Aceitos - na Antigo e Aceito, podemos, então, lançar os olhos sobre as
França, surgiram na esteira do séquito dos Stuarts, a partir de instruções e resoluções do Rito, antigas e modernas.
1649, quando Henriqueta de França, viúva do Rei stuartista Havendo necessidade, na segunda metade do século
inglês Carlos I, que fora preso e decapitado após a vitória da XIX, de tomar algumas medidas, que tornassem consensual a
revolução puritana de Oliver Crommwell, aceitava, do Rei-Sol, prática do Rito Escocês Antigo e Aceito, inclusive, no que se
Luis XIV, asilo no castelo de Saint-Germain-en-Laye. E haveria referia à cor do Rito e aos aventais, embora estes, em todas as
um sensível aumento desses agrupamentos, a partir de 1688, instruções anteriores, fossem orlados de vermelho, realizou-se
quando da segunda queda dos Stuarts, com Jaime II, depois da em Lausanne, em 1875, um Congresso de Supremos Conselhos,
restauração de 1660; nessa segunda queda, novamente, o asilo que, em relação, especificamente, ao tema em pauta, resolveu:
político seria em Saint-Germain, concedido pelo mesmo Luís 1. O avental terá dimensão variável de 30/35 cm. por
XIV. Os Stuarts, que, a partir do século 40/45 cm. ;
XIV, com Alan Fitzflaald, haviam ocupado 2. O avental do Aprendiz Maçom
os tronos da Escócia e da Inglaterra, eram é branco, de pele de carneiro, com abeta
reis católicos, e os seus seguidores, os triangular levantada e sem nenhum
jacobitas, eram chamados de “escoceses”, enfeite;
por sua feição partidária stuartista, e não 3. O avental do Companheiro
pela sua origem nacional. Maçom é branco, com a abeta triangular
Já com um grande contingente abaixada, podendo ter uma orla
maçônico desse sistema “escocês”, na vermelha;
França, um cavalheiro escocês, André 4. O avental do Mestre Maçom é
Michel de Ramsay, que havia sido corrido branco, com a abeta triangular abaixada,
da Escócia, por querer implantar graus orlado e forrado de vermelho, tendo, no
cavalheirescos na Maçonaria, produziu um discurso, em 1737, meio, também em vermelho, as letras M∴ e B∴;
onde pretendia demonstrar o seu agradecimento, por ter 5. O avental é o símbolo do trabalho e lembra ao
passado de plebeu a nobre, depois de se tornar Cavaleiro da Obreiro que ele deve ter uma vida laboriosa;
Ordem de S. Lázaro. E, nesse discurso, que não lhe foi possível 6. A cor do Rito Escocês Antigo e Aceito é a vermelha.
pronunciar, por proibição do Cardeal Fleury, mas que foi Alguns autores questionam as resoluções de Lausanne,
publicado no ano seguinte, ele procura ligar as origens da porque este Congresso reuniu poucos participantes. Ora, como
Franco-Maçonaria aos reis e príncipes das Cruzadas. Embora em qualquer sociedade, os ausentes, que deixam de atender ao
isso fosse, apenas, uma fantasia, o certo é que renderia frutos chamamento, devem aceitar o que os presentes decidirem.
duradouros, a partir de 1758, quando foi fundado, em Paris, o Mas, além disso, aí estão rituais e instruções anteriores
Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, ou e posteriores à Convenção de Lausanne, mostrando qual é, na
Soberana Loja Escocesa de S. João de Jerusalem. A partir realidade, a cor do Rito. Para ficar só nos nacionais, podemos
desse momento, o sistema se tornava aristocratizado como citar os seguintes trechos de publicações anteriores a 1875:
Rito de Héredom ganhando a América do Norte, onde teria a “As paredes do Templo, cortinas, mesas, dossel, etc.,
sua roupagem definitiva, a partir de 31 de maio de 1801, com a são forradas de encarnado no Rito Escocês e, de azul, nos Ritos
fundação, em Charleston, por onde passa o paralelo 33 da Moderno e Adoniramita; nestes dois últimos, os galões e
Terra, na Carolina do Sul, do primeiro Supremo Conselho do franjas dos paramentos devem ser de prata ou de fazenda de
Rito Escocês dos Maçons Antigos e Aceitos. cor branca, e, no primeiro, de ouro” (Guia dos Maçons
O que importa considerar, nesse apanhado bastante Escoceses, ou Reguladores dos Três Graus Simbólicos do Rito
superficial dos primórdios do Rito, são os dois dados Escocês Antigo e Aceito, do Grande Oriente Brasileiro, Rio de
principais: 1. o Rito nasceu no Catolicismo; 2. o Rito foi Janeiro, 1834, página 46).
aristocratizado.
O Catolicismo possui cinco cores litúrgicas: branca,
negra, verde, roxa e vermelha. Destas, a mais importante é a
VERMELHA, a cor do sangue e o símbolo da efusão do mesmo
por amor; por isso, é a cor dos mártires da Igreja, usada
durante as celebrações em homenagem a esses mártires. Além
disso, é a que distingue a alta dignidade cardinalícia; os
cardeais, que, na hierarquia mundana, correspondem aos
príncipes, usam o chapéu ou solidéu vermelho e a faixa
vermelha, como sinal de sua distinção.
E a cor da nobreza, da realeza, também, é a vermelha.
Todos os antigos reinantes, ao assumir o trono, recebiam,
sobre os ombros, um manto vermelho; famosa é a púrpura
“Grau 3º. - Fita azul, orlada de escarlate, a tiracolo, da “Fita azul, orlada de escarlate, a tiracolo, da esquerda
esquerda para a direita, suspensa em baixo a jóia, um esquadro para a direita, suspensa em baixo a jóia, um compasso e um
e um compasso de ouro entrelaçados; a jóia pode ser cravejada esquadro de ouro entrelaçados; avental branco de pele, forrado
de pedras; avental branco de pele, forrado e orlado de e orlado de escarlate, com uma algibeira abaixo da abeta, sobre
escarlate, com uma algibeira abaixo da abeta, sobre a qual a qual estão bordadas as letras M∴B∴”(Regulamento Geral da
estão bordadas as letras M\ B\” (no mesmo Guia dos Maçons Ordem Maçônica no Brasil, Rio de Janeiro, 1902, pág. 165, no
Escoceses, capítulo referente a insígnias e jóias, página 49). capítulo que trata das insígnias e jóias do REAA).
“O encarnado é o característico do No caso específico do Brasil, o que se
escocismo” (Regulador Geral do Rito Escocês vê, hoje, é a fuga às tradições e às origens do
Antigo e Aceito para o Império do Brasil, Rio Rito Escocês, com a padronização de todos os
de Janeiro, 1857, pág. 46). O mesmo paramentos, de acordo com o Rito de York.
Regulador, na mesma página, para estabelecer Sim, pois aventais de orla azul, com roseta,
as diferenças com os outros dois Ritos, então, com bolinhas de prata e níveis de metal para o
praticados no país, Moderno e Adoniramita, Venerável Mestre são paramentos do Rito de
destaca que, para esses “o azul é o York (Emulation)! Como isso surgiu, já foi,
característico, razão por que são estes dois exaustivamente, explicado em outras ocasiões.
Ritos chamados Azuis”. “A Loja é decorada E a coisa chegou a ponto de gerar
com estofo ou tapeçaria encarnada” (Manual situações absurdas, para não dizer ridículas,
Maçônico ou Cobridor dos Ritos Escocês como a que me foi narrada por um querido
Antigo e Aceito e Francês ou Moderno, 4a. ed., amigo de Brasília: um candidato, funcionário
Rio de Janeiro, 1875, pág. 1). do Ministério do Trabalho, foi iniciado e, logo
“No Oriente, há um dossel de estofo depois, teve que cumprir missão na Itália,
encarnado com franjas de ouro” (no mesmo onde deveria permanecer, pelo menos, um
Manual Maçônico, pág. 2). “Avental branco, ano, o que fez com que sua Loja autorizasse
forrado e orlado de encarnado, com uma algibeira por baixo da suas elevações em uma coirmã italiana, também, do Rito
abeta; no meio do avental, estão pintadas ou bordadas em Escocês. Pois bem, cerca de dois anos depois, o Obreiro
encarnado as letras M∴B∴(no mesmo Manual Maçônico, pág. retornou já colado no Grau de Mestre e com o seu avental de
11). orla vermelha; com ele, apresentou-se em reunião de sua Loja
Como se pode ver, o Congresso de Lausanne não fixou e foi impedido de ingressar. Ou seja: o único, que estava com
novas regras, apenas, regulamentou os costumes já vigentes, paramentos escoceses corretos, foi impedido de ingressar em
desde os primórdios do Rito. Loja escocesa, por um bando de Obreiros com paramentos do
Posterior a 1875, pode-se citar, pelo menos, uma Rito de York! 
publicação brasileira, que confirma a resolução de Lausanne:

Trabalhos __________________________________________________________________________________

A Maçonaria na Independência do Brasil


João Ferreira Durão

E m 2 de junho de 1822, José Bonifácio criou uma


Sociedade Secreta, fora da Maçonaria, intitulada o
“Apostolado”, ou a “Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa
prescindir da liderança do Príncipe Regente D. Pedro. Daí,
resultou o trabalho de Gonçalves Ledo e seus seguidores para
atrair D. Pedro às fileiras da Maçonaria.
Cruz”, ou, como querem outros Ainda não havia, no Brasil, o
historiadores, o “Apostolado da Nobre conceito maçônico de Obediência, a
Ordem de Santa Cruz”. despeito de tentativas anteriores, com
Era intenção de José Bonifácio, uma Oficina-Chefe que submetesse
como de fato o fez, evitar que o Príncipe todas as Lojas a um só objetivo, a
D. Pedro ingressasse na Maçonaria, criação do Brasil como país
onde a liderança de Gonçalves Ledo independente e unido em todo o
(seu histórico adversário) era muito território da Colônia.. As Lojas
maior que a sua. Maçônicas estavam dispersadas
Assim, D. Pedro ocupou o mais ocasionando movimentos político-
alto cargo do Apostolado, com o título maçônicos de Independências
de Archonte-Rei, sendo José Bonifácio regionais.
seu Lugar-Tenente. Pertenciam ao No início do ano de 1822, sob a
Apostolado diversos maçons. Antônio iniciativa de Joaquim Gonçalves Ledo e
Carlos, o único maçom entre os três seus seguidores, a Loja Comércio e
irmãos Andradas, viria a redigir, no Artes, com elevado número de
Apostolado, sob orientação de José membros, dividiu-se em três outras,
Bonifácio, a constituição política que como preparação para a criação de uma
deveria reger os destinos do Brasil. Obediência: o Grande Oriente
A posição de Gonçalves Ledo, clara e conhecida por Brasiliano (logo depois, denominado
todos, era a da Independência, sob o regime republicano- Grande Oriente do Brasil). Foram criadas as Lojas Comércio e
democrata. Artes (já existente), União e Tranqüilidade e Esperança de
Mas Gonçalves Ledo reconhecia que, sob as Niterói. A composição das três novas Lojas foi feita por sorteio,
circunstâncias políticas, era praticamente impossível com os membros da Loja Comércio e Artes.
A Assembléia Geral de Criação do Grande Oriente hora” de José Bonifácio, o Príncipe Regente aceitou ser
Brasiliano ocorreu no 28º dia, do 3º mês, do ano de 5822, do iniciado na Maçonaria, o que foi feito ritualisticamente, na
calendário maçônico primitivo, que estava em uso. Nesse Loja Comércio e Artes, em 2 de agosto de 1822 (13º dia, do 5º
calendário, o ano maçônico inicia no dia 21 de março. Por mês, do ano da V. L de 5822, do calendário primitivo, então,
conseguinte, o 28º dia, do 3º mês, é o dia 17 de junho. O ano, adotado), recebendo o nome heróico “Guatimosim”. O uso do
no calendário gregoriano, é obtido pela subtração da cifra “nome heróico” era, ainda, herança do Rito Adonhiramita,
4000, do ano do calendário primitivo, ou seja, 1822. embora o Grande Oriente já operasse no Rito Moderno.
Nessa mesma Assembléia, de 17 de junho de 1822, em Nesse mesmo dia e hora, Realizava-se a 9ª Sessão do
que foi criado o Grande Oriente Brasiliano, foram nomeados, Grande Oriente, e a Assembléia tomou conhecimento da
por aclamação, José Bonifácio para o cargo de Grão-Mestre e iniciação de D. Pedro, ao final dos trabalhos (consta, também,
Joaquim de Oliveira Alves para o cargo de Grande Delegado que o Príncipe Regente, recém-iniciado, foi recebido no
(atual Grão-Mestre Adjunto). Nenhum dos dois estava Grande Oriente, ao final da referida Sessão de 2 de agosto).
presente. José Bonifácio declarou não poder comparecer. O Na Sessão seguinte do Grande Oriente, em 5 de agosto
Marechal Joaquim de Oliveira Alves, chamado a tomar posse, (a 10ª Sessão), sob a direção de Gonçalves Ledo, foi o
compareceu imediatamente, prestando o juramento. José Venerável da Loja Comércio e Artes autorizado a dar o Grau de
Bonifácio prestou juramento na Sessão de 19 de julho de 1822 Mestre ao Irmão Guatimosim.
(Sexta Sessão do Grande Oriente). José Bonifácio, observando que o seu substituto,
A ascensão de José Bonifácio ao alto cargo de Grão- Marechal Joaquim de Oliveira Alves, idoso e doente, nunca
Mestre, foi, claramente, uma manobra de estava presente aos trabalhos, deixando o
Gonçalves Ledo e seus aliados, no sentido de Supremo Malhete para Gonçalves Ledo,
atrair o “poder” para a causa maçônica, já compareceu à 12ª Sessão (17 de agosto),
que José Bonifácio exercia forte influência aparentemente, com a única finalidade de
sobre o Príncipe Regente. Certamente, substituir seu Grão-Mestre Adjunto, pelo
Gonçalves Ledo, ainda, nutria esperança da Brigadeiro Luís Pereira da Nóbrega, então,
Independência como república democrática, Ministro da Guerra. Mas o Brigadeiro Nóbrega
utilizando os valores existentes para a causa, (o Irmão Turenne, membro da Loja Comércio
que, apaixonadamente, defendia. e Artes), também, não comparecia às Sessões,
Na referida Assembléia Geral (das deixando a direção a Gonçalves Ledo.
três Lojas), procedeu-se à eleição para os Gonçalves Ledo, sempre presente às
dirigentes do Grande Oriente Brasiliano, reuniões, presidia quase todas as Sessões do
título que ostentou na sua criação. Grande Oriente, em face da ausência constante
O local da fundação do Grande do Grão-Mestre e de seu Grão-Mestre Adjunto.
Oriente Brasiliano foi em um sobrado da No intuito de melhor atrair D. Pedro
Rua do Fogo, esquina da Rua São Joaquim, para a sua causa e afastar a influência, que
atuais, Rua dos Andradas esquina da Rua José Bonifácio possuía em razão de seu cargo
Marechal Floriano. de Grão-Mestre, Gonçalves Ledo e seu grupo
As Sessões do Grande Oriente propuseram, na Sessão de 22 de agosto (2º
Brasiliano foram, na maioria absoluta, presididas pelo dia, do 6º mês), o nome de D. Pedro para Grão-Mestre, o que
Primeiro Grande Vigilante Gonçalves Ledo, verdadeiro líder na foi aprovado por aclamação; José Bonifácio foi deslocado para
Maçonaria, configurando todos os movimentos para a o cargo de Grão-Mestre Adjunto.
emancipação. Não seria necessário enfatizar que a manobra
O Grande Oriente Brasiliano adotou, inicialmente, o desagradou a José Bonifácio e que a dissensão entre as duas
Rito Adonhiramita, também, denominado, à época, de correntes se acirrou.
“Maçonaria dos 13”. Na Ata da 5ª Sessão do Grande Oriente Nesse meio tempo, a situação política, na província de
(12 de julho de 1822), consta que os trabalhos teriam passado a S. Paulo, necessitava de cuidados especiais. Ainda havia, em S.
Realizar-se no Rito da “Maçonaria dos Sete”, o Rito Francês ou Paulo, grande reação contra o governo da regência (adesão às
Moderno. Mas os Irmãos, ainda, permaneceram adotando os cortes de Lisboa), à semelhança do que ocorrera, alguns meses
nomes heróicos do Rito Adonhiramita. antes, em abril de 1822, em relação à província de Minas.
D. Pedro, que já era o dirigente máximo do Apostolado, Assim como obtivera a adesão de Minas, desejava D. Pedro a
percebeu que teria muito mais amplo apoio nacional na mesma adesão da província de S. Paulo. Sem dúvida, era
Maçonaria do que naquela sociedade secreta não-maçônica, o necessário ter, como aliadas, as três mais importantes
Apostolado. D. Pedro, também, percebeu que, se não se províncias: Rio de Janeiro, S. Paulo e Minas.
incorporasse à Ordem, a Independência seria proclamada pela Era iminente uma guerra civil que pretendia separar a
Maçonaria de qualquer forma, e ele estaria fora do movimento. Província de São Paulo do resto do Brasil.
Atraído por Gonçalves Ledo, com o apoio de “última
D. Pedro passou o poder a D. Leopoldina no dia 13 de Leopoldina, que, também, escreveu uma carta a D. Pedro,
Agosto de 1822, nomeando-a Chefe do Conselho de Estado e incentivando a efetivação das proposições, encaminhadas por
Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes José Bonifácio.
legais, para governar o país durante a sua ausência, e partiu em Já estavam prontos dois mensageiros, o Major Antônio
14 de agosto, para apaziguar São Paulo. Ramos Cordeiro e Paulo Emílio Bregaro, para partir ao
D. Leopoldina teve um papel decisivo na encontro de D. Pedro com os despachos do Conselho de
Independência do Brasil. Em agosto de 1822, os brasileiros já Estado.
estavam cientes de que Portugal pretendia chamar D. Pedro de Os mensageiros chegaram a S. Paulo no dia 7 de
volta, rebaixando o Brasil, de Reino Unido, para voltar a ser setembro. Informados de que D. Pedro estaria em Santos,
uma simples colônia. dirigiram-se, de imediato, àquela cidade. Encontraram o
Ainda, no mês de agosto, no dia 25, D. Pedro destacamento precursor do Príncipe-Regente (que retornava a
conseguira a adesão da província de S. Paulo. Permaneceu S. Paulo) no Ipiranga, e D. Pedro, à meia-légua adiante.
mais alguns dias na capital da província, partindo no dia 5 de Entregaram a correspondência ao Príncipe, que, ainda
setembro, para uma visita à cidade de Santos. Diz a história montado, imediatamente passou a ler. Após a leitura, entregou
que fora visitar sua amante, D. Domitila de Castro Canto e os documentos ao seu ajudante de ordens, Major Canto e Melo.
Melo. Disse, então, D. Pedro, à meia-voz:
Por fins de agosto, receberam-se, na corte, notícias de “Tanto sacrifício feito por mim e pelo Brasil inteiro, ... e
Lisboa. não cessam de cavar a nossa ruína!”. “É preciso acabar com
Eram decretos de julho, das cortes de Lisboa, que isto!”.
anulavam atos do governo do Rio; mandavam processar os Desembainhando a espada, grita: “Independência ou
Ministros de D. Pedro e os signatários das representações a ele Morte!”.
dirigidas, em nome das províncias de S. Paulo e Minas; Esporeou o animal e avançou para o local onde estava
conservava o Príncipe Real como Regente do Brasil até que seu séqüito, com a espada ainda desembainhada. Exclamou,
estivesse promulgada, então, D. Pedro, para toda
em Portugal, a aquela gente:
Constituição da “Camaradas! As
Monarquia, sujeitando-o cortes de Lisboa querem
ao Congresso e mesmo escravizar o Brasil;
recebendo, para cumpre, portanto, declarar
Ministros e secretários de já a sua Independência:
Estado, as pessoas estamos definitivamente
nomeadas pelo rei. separados de Portugal!”.
Essas notícias Estendendo a
chegaram ao tempo em espada à frente do corpo,
que informações repete a toda força:
tranqüilizadoras, vindas “Independência ou
da Bahia, davam conta Morte!”.
do levantamento geral Partiu dali a
dos baianos contra a comitiva para S. Paulo,
pesada opressão das onde chegou cerca de seis
tropas do General Madeira de Melo, que insistia na adesão às horas da tarde; a notícia foi recebida com entusiasmo pelo
cortes de Lisboa e não aceitava o “Fico”, assim como a povo. Seguiram-se as comemorações. D. Pedro permaneceu em
conseqüente posição de não-submissão, por D. Pedro e seu S. Paulo até o dia 9 e, na madrugada seguinte, partiu de volta
ministério, às ordens das cortes de Lisboa. ao Rio de Janeiro, onde chegou à noite, do dia 14 de setembro.
O Conselho de Estado foi convocado e, na ausência de Enquanto se aguardava o retorno de D. Pedro ao Rio, a
D. Pedro, foi presidido pela Princesa Real, em 2 de setembro. Princesa Leopoldina, já como a Primeira Governante Interina
D. Leopoldina era a chefe do Conselho de Estado e Princesa do Brasil Independente, idealizou a Bandeira do Brasil: Com o
Regente Interina do Brasil desde 13 de agosto. verde da família Bragança e o amarelo ouro da família
José Bonifácio fez a exposição verbal do estado em que Habsburgo.
se achavam os negócios públicos, que não mais era possível No dia 9 de setembro de 1822, em Sessão do Grande
permanecer naquele estado de dubiedade e indecisão e que, Oriente, Gonçalves Ledo, que presidia a Sessão, em memorável
para salvar o Brasil, cumpria que se proclamasse, discurso, declarou:
imediatamente, a sua completa separação de Portugal. “... as atuais circunstâncias políticas de nossa pátria,
A mudança súbita de posição de José Bonifácio era o rico, fértil e poderoso Brasil, demandavam e exigiam,
decorrente das decisões das cortes de Lisboa, que o atingiram imperiosamente, que a sua categoria fosse inabalavelmente
frontalmente, porque, além de Ministro de D. Pedro, foi firmada com a proclamação de nossa Independência e da
Signatário, como Vice-Presidente da província de S. Paulo, da Realeza Constitucional na pessoa do Augusto Príncipe,
representação dirigida ao Príncipe-Regente, por ocasião do Perpétuo Defensor Constitucional do Reino do Brasil”.
episódio do “Fico”. Era réu duas vezes. Tratava-se, antes de
tudo, de livrar-se daquela certeza de condenação, mantendo Essa afirmação de Gonçalves Ledo, aprovada e
sua posição junto ao Príncipe-Regente, para permitir futuras aclamada (por unanimidade), foi considerada como a
manobras políticas. Declaração da Independência, proclamada desde o Grande
Propôs José Bonifácio, na reunião do Conselho de Oriente do Brasil.
Estado, que se escrevesse a D. Pedro para que, sem perda de Não há dúvida de que Gonçalves Ledo, ao fazer o
tempo, pusesse termo, ali mesmo em S. Paulo, à situação tão inflamado discurso na Sessão de 9 de setembro, já sabia, muito
dolorosa para os brasileiros. Todos os Ministros aplaudiram a bem, o que poderia acontecer, pois estivera presente à reunião
proposta, imediatamente aceita pela Princesa Real, D. Maria do Conselho de Estado, no dia 2 de setembro.
Muitos autores, inclusive maçônicos, dataram a para a posse do Grão-Mestre D. Pedro. O primeiro Grão-
referida Sessão como em 20 de agosto de 1822. Não foi. O erro Mestre, José Bonifácio de Andrada e Silva, ocupou o cargo,
de datação ainda se deve ao desconhecimento de que, pelo portanto, entre os dias 17 de junho de 1822 e 4 de outubro de
calendário primitivo, adotado pelo Grande Oriente, o 20º dia, 1822.
do 6º mês, não é o dia 20 de agosto, mas o dia 9 de setembro. A intenção de Gonçalves Ledo, diminuir o prestígio de
No dia 20 de agosto de 1822, não houve Sessão no Grande José Bonifácio e tentar, ainda, a implantação da república,
Oriente. Na Sessão de 9 de setembro, nenhum dos presentes surtiu efeito momentâneo.
poderia saber que, dois dias antes, D. Pedro já houvera Na posse de D. Pedro, em 4 de outubro, o Maçom
proclamado a Independência, com o famoso “Grito do Domingos Alves Branco aclamou, com voz forte e por três
Ipiranga”. vezes: “Viva o Senhor Dom Pedro de Alcântara, Primeiro
Esse erro de datação ocasionou, no Grande Oriente do Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil”. A Assembléia
Brasil e no restante da Maçonaria brasileira, a instituição do repetiu com entusiasmo e, unanimemente, a aclamação
dia 20 de agosto como sendo, até hoje, o “Dia do Maçom”. proposta por Domingos Alves Branco.
Alguns autores, profanos e maçônicos, apresentam o Estava perdida a causa republicana. O Brasil
dia da posse de D. Pedro como Grão-Mestre, no dia 14 de independente continuaria a ser uma monarquia, ligada às
setembro de 1822, incorrendo sempre no mesmo erro de casas reais européias, o que veio a ser, na prática, uma “meia-
indicar o dia 1º de março como o do início do Ano da Independência”. Na Realidade, parece ter sido essa a vontade
Verdadeira Luz. Há, até, da parte desses autores, que de D. Pedro, porque ele e os portugueses, que o cercavam,
defendem o 14 de setembro para a posse de D. Pedro como desejavam manter o Império do Brasil e herdar o Reino de
Grão-Mestre, alguma coerência, porque, segundo alguns Portugal, com a morte de D. João VI. Essa concorrência de
escritores, ele teria regressado de São Paulo no dia 14 de fatos reuniria, novamente, Portugal e Brasil, como dois
setembro, diretamente para a sede do Grande Oriente. reinos, mas, evidentemente, recriaria a condição de Brasil
Mas a cronologia oficial confirma o dia 4 de outubro colônia. 

Trabalhos __________________________________________________________________________________

Maçonaria e Astrologia
Carlos Galvão

A Astrologia era, na antiguidade, considerada a chave de


todas as ciências humanas e naturais. E não é de duvidar
que, algum dia, descubram-se inúmeras razões para que volte a
sempre serviu de
veículo
difusão
para a
de
ocupar esta posição. A Astrologia teve sua origem por volta do ano ensinamentos da
3000 a.C., provavelmente, na cidade de "Ur", supostamente a Astrologia, e, com
pátria de Abraão, fundada no 4º milênio a.C., por um povo do certeza, foi em lojas
Norte da Mesopotâmia, os Sumérios. Este povo tinha um grande que a Astrologia
interesse pela observação do céu. Para os Sumérios, este parecia deve ter, primeiro,
uma grande abóbada de veludo negro, onde as estrelas estavam florescido em nosso
fixas como enfeites de brilhantes. Notaram, entretanto, que, além país, em especial no
do Sol e da Lua, cinco estrelas apresentavam um movimento mais Rio de Janeiro.
rápido que as outras: os planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter Grande
e Saturno. Ano, em Astrologia,
Mais tarde, foram os Caldeus que introduziram a é o período de
Astrologia como hoje é conhecida. As estrelas foram agrupadas 25.858 anos, que a
em constelações, para servirem como marcadores do Terra leva para
movimento dos planetas. O Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era percorrer todos os
a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas, sempre pela Signos do Zodíaco.
mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais. Esse período é constituído por doze Grandes Meses,
A divisão do Zodíaco em doze partes, talvez, tenha vindo da cada um com uma duração, aproximadamente, de 2.000 anos.
divisão em doze partes de duas horas cada uma, do dia dos Caldeus. Um Grande Mês, assim, corresponde a uma Era, regida por um
A Maçonaria, com seus Templos, onde sempre são dos Doze Signos, que se seguem, em sentido decrescente.
representados os Signos do Zodíaco e a Abóbada Celeste, ERA DE LEÃO - A mais antiga da qual é possível ter
conhecimento. Governada pelo Signo de Leão, cujo astro
regente é o Sol, marcou um período dominado pela criação: o
homem começou a cultivar as plantas, a criar os animais e a
polir a pedra, adquirindo os meios para um rápido progresso.
Iniciava-se o Período Neolítico da Pré-História, o início da
civilização estratificada.ERA DE CÂNCER (de 8.000 a.C. a
6.000 a.C.) - Com o término da Idade de Gelo, por volta de
9.000 a.C., o homem deixou as cavernas e começou a construir
as suas habitações, abandonando o nomadismo e tornando-se
sedentário. Sob o governo de Câncer, Signo da maternidade e
do lar, regido pela Lua, a “mãe universal”, o princípio
feminino, que fertiliza todas as coisas, a humanidade começou
a se estruturar socialmente por meio da família.
ERA DE GÊMEOS (de 6.000 a.C. a 4.000 a.C.) - Foi Pólux, cada um desempenhando seu papel sem nenhuma
caracterizada pelo dinamismo e pela elaboração dos grandes proeminência sobre o outro. O Signo de Gêmeos é dual, porque
projetos humanos. Governada por Gêmeos – regidos por simboliza o momento em que a força criativa de Áries e Touro
Mercúrio, o representante do intelecto – uma Era de grande divide-se em duas correntes: uma tem sentido ascensional,
efervescência intelectual e de muita curiosidade; um dos seus espiritual;, a outra é descendente, no sentido da multiplicidade
mais valiosos tesouros: a escrita. O homem começou a fixar as das formas e do mundo fenomênico. Considere-se, também,
suas idéias e a registrar a sua própria memória. Começava, aí, a que, face a Gêmeos, está Sagitário, governado por Júpiter
História. (Zeus), Deus do qual todos os homens emanam, o que os faz
ERA DE TOURO (de 4.000 a.C. a 2.000 a.C.) - irmãos uns dos outros, com cada um procurando-o, à sua
Representando a força criativa de Áries, transformada nos maneira.
poderes de fecundação e procriação da natureza, o Signo, A Liberdade é apanágio de Aquário, simbolizado por
através de sua influência na Terra, com sua solidez e riqueza, Ganimedes, pelo anjo, derramando, sobre a humanidade, o
significou o florescimento de grandes civilizações humanas, cântaro do saber; saber que, se for bem utilizado, pode ser um
como a egípcia. Período de grandes progressos materiais, a Era meio de acesso à liberdade, com a condição de que aceite a
de Touro legou à humanidade cidades importantes: Tebas e superioridade do iniciado. Só o iniciado, o sábio, poderá
Mênfis, no Egito, onde era cultuado Àpis, o touro sagrado. reconhecer os limites, além dos quais não poderá ir, pois essa é
ERA DE ÁRIES (de 2.000 a.C. a 0) - Sendo regida por a maneira de ele chegar ao conhecimento dos mistérios
Marte, deus da guerra, na Mitologia romana, foi caracterizada divinos. Essa ligação com o divino, da qual Moisés é um
por grande atividade bélica, com símbolo, o respeito às leis divinas, fundamentais para uma
muitas invasões e muitas lutas entre existência pacífica e harmoniosa,
os povos. Um exemplo é o território serão, também, assinalados pelo
antigo da Grécia, que sofreu, durante Signo frontal a Aquário: Leão, cujo
esse período, diversas invasões; as símbolo é o Sol, símbolo do UM,
mais produtivas delas foram as dos símbolo de Deus.
Dórios e dos Jônios, já que, dessa Esses três Signos: Libra,
miscigenação de povos, surgiu a Gêmeos e Aquário são os Signos do ar
magnífica cultura grega, que tanta do Zodíaco. E os Signos do ar são
influência teve nos destinos da símbolos do espírito, são símbolos do
humanidade. cosmos, que o iniciado deve procurar
ERA DE PEIXES - Regida por conhecer e compreender.
Peixes, Signo da fé, da piedade, da Uma das primeiras lições
compaixão, do espírito de sacrifício e daquele que recebe a Luz é,
do misticismo, viu surgir o seu fato justamente, a da simbologia e da
mais marcante: o Cristianismo, que, importância da depuração pessoal ou
como religião, é o típico exemplo da “limpeza” pelos quatro elementos:
mentalidade de Peixes. O Signo terra, água, ar e fogo. Estes são os
influenciou tanto esse período, que o elementos básicos que formam toda a
seu símbolo – dois peixes, dispostos Criação no estudo da Astrologia.
lado a lado, mas em sentindo inverso, Compreendendo as características
simbolizando o momento final da deles, pode-se compreender tudo,
liberação do espírito das malhas pois tudo o que existe foi criado com
materiais – acabou se tornando o essa matéria prima básica.
sinal secreto dos que aderiam à fé Muitos IIr.'. restringem os
cristã. É o período dos “pescadores estudos dos elementos às lições e
de homens”. indicações do Ritual, assim, deixam
ERA DE AQUÁRIO - A se iniciar no ano 2.000, terá, de compreender a amplitude desse conhecimento.
como mensagem especial, o humanitarismo. Nela ocorrerá Só para ilustrar, nas antigas tradições iniciáticas,
uma reconciliação entre a ‘ciência e o homem’, entre as mais aquele que dominava os elementos tornava-se igual e
fantásticas descobertas da mente científica e as verdades semelhante ao Gr.'. Arq.'. do Un.'., pois dominaria, totalmente,
eternas, que têm sido motor e dínamo da humanidade. Sendo tudo o que foi criado. O iniciado deveria dominar o elemento
regido por Aquário – Signo da originalidade, da em seu universo particular. Deveria dominar a terra e o medo
independência, da lealdade, da ação – hà vontade de mudar e do desmoronamento, a melancolia, a avareza, a falta de
de criar, além de uma grande preocupação com o futuro da horizontes, em circunstâncias que elevariam, ao máximo, essas
humanidade. Nesse período, os homens terão a oportunidade tendências como, por exemplo, dentro de um buraco ou
de transformar o mundo, tornando-o feliz e próspero. Mas caverna estreita, úmida e profunda. A água deveria ser
poderão, também, destruí-lo, mesmo que a prudência seja uma dominada, por exemplo, dentro de um rio caudaloso e com
característica de Aquário. correnteza violenta, vencendo-se a incerteza, a insegurança, a
A Igualdade é o símbolo de Libra ou Balança. É o sensação de abandono e da falta de apoio. O elemento ar
símbolo universal do equilíbrio, da legalidade e da justiça, deveria ser dominado nas alturas de um precipício ou
concretizado pelo senso da diplomacia e da cortesia. Libra montanha (hoje, uma montanha russa serviria), vencendo-se a
significa, em última análise, um caráter afável, um sentido de vertigem, o desequilíbrio, a dificuldade de respiração em
justiça, harmonia e sociabilidade, que são todos os atributos da função da apreensão. Finalmente, o fogo deveria ser dominado
igualdade. dentro de um salão incendiado, ou com o iniciado, circundado
A Fraternidade é, perfeitamente, ilustrada pelo Signo por três enormes fogueiras. Ele deveria controlar suas reações
de Gêmeos em sua dualidade, que são os míticos Castor e quanto ao calor, à luz excessiva e à sensação de proximidade
com um poder terrível, que pode destruir.
OS CARGOS EM LOJA E OS SETE PLANETAS ESOTÉRICOS

Ven∴M∴- Assimilado ao planeta Júpiter (número 6), forma fria e exata. Ele é o controlador rígido da ordem dos
que, no panteão dos deuses babilônicos, simbolizava a processos e cioso pela documentação dentro das normas.
sabedoria. Rege a visão, a prosperidade, a misericórdia, a Assimilado à Lua, pois reflete as conclusões legais do Orador.
liturgia, o sacerdócio, o mestre e a Tes∴- Associado a Cronos
felicidade. (Saturno, para os romanos), pai de Zeus
Orad∴- Está relacionado com e filho de Urano, um dos deuses
Mercúrio (número 2), o planeta que rege primordiais, que, com Géia (a Terra),
a expressão da Verdade, pois é o estava no início de todas as coisas;
“enviado de Deus”. Mercúrio tem asas simboliza a riqueza. Recebe a simbologia
nos pés e é o porta-voz, aquele que dá as da Lua (número 1) em sua atividade. A
boas vindas e domina os escritos. atividade de receber os metais e de
Associado ao Sol, pois dele emana a Luz, organizar o movimento financeiro da
como guarda da lei maçônica, que é, Loja é considerada por lidar com a frieza
além de responsável pelas peças de dos números fria e calculista, além de
arquitetura. inflexível. A Lua rege a família, a cidade,
1o Vig∴- Associado ao planeta o lar e o corpo; portanto rege o Templo.
Marte, o Senhor da guerra, simbolizando M∴de Cer∴- Assimilado ao
a força. Marte rege o início, a coragem, o planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto.
pioneirismo e o impulso. Está relacionado ao planeta Sol. O Sol
2o Vig∴- Assimilado ao planeta (número 4) caminha diariamente pelo
Vênus, feminilizado na Mitologia Céu, levando e trazendo a existência, a
babilônica e que, sendo a deusa mágica verdade e a justiça. É ele que anima a
da fertilidade e do amor, simboliza a beleza. Vênus rege a vida e que circula no Oriente e no Ocidente.
harmonia, o prazer, a alegria e a beleza, como reflexo da *Além do Irmão Carlos Galvão, também, são
manifestação do Gr∴Arq∴do Un∴. autores deste trabalho os IIr∴ João Paganelo e Eduardo
Gennari, todos MM∴MM∴ - A∴R∴L∴S∴ Thomaz Idineu
Secr∴- Relaciona-se com o planeta Saturno (número
7). É ele o responsável de gravar, para a eternidade, os fatos de Galera, GOB - São Paulo- Brasil 

Reflexões _____________________________________________________________________________________

Um Sonho Maçônico
Pery Francisco Assis Shikida

D epois de uma brilhante Sessão Magna de Iniciação, onde


pude ouvir várias explanações bonitas para os neófitos (me
marcou muito a poesia do Ir\ Agostinho), fui ao ágape festivo para
Simbolicamente, essas três coisas estarão
representadas por três pequenos filamentos metálicos,
capazes de caber momentaneamente na sua mão. Portanto,
sendo

continuar prestigiando os recém-iniciados, agora, também, com abra a sua mão direita, e eu os colocarei na sua palma.
suas famílias. Portanto, foram uma tarde e noite dedicadas à - Abri-a e recebi do G∴A∴D∴U∴ os três objetos
Maçonaria de Toledo (PR), aliás, corrijo, da Maçonaria Universal. descritos por ele. Já estava feliz pela honra de estar diante do
Cansado (a minha decrepitude física, naturalmente, já dá G∴A∴D∴U∴, e, com três “presentes” Dele, mais ainda... Foi
sinais do tempo), mas, feliz, cheguei a casa e logo adormeci... Foi quando ouvi a seguinte explicação:
quando tive um “sonho” maçônico... Sonhei que estava numa – − Meu filho, da esquerda para a direita, o primeiro
Sessão Magna de Iniciação e eu era o profano a ser iniciado. Com objeto representa a Sabedoria; o segundo e do meio, a
a minha idiossincrasia maçônica, às vezes, penso ser necessário Dignidade; o último, mas não menos importante, o Amor. Eu
voltarmos no tempo, mormente para a Câmara de Reflexões, para os coloquei nessa ordem para que os mesmos possam
refletirmos sobre a nossa jornada maçônica. interligar-se. Explico melhor, disse o G∴A∴D∴U∴:
Em um determinado momento do maravilhoso percurso
da Iniciação, fui levado pelo meu Ir∴Terr∴, vejam bem, ao
G∴A∴D∴U∴; só podia ser um “sonho”, uma parábola feliz! O
Ir∴Terr∴ me levou até uma porta, abriu-a e disse:
− Ande três passos em frente e pare, o G∴A∴D∴U∴
virá até você. Não posso ir além dessa porta, e devo fechá-la
após a sua entrada. Ninguém, em nosso mundo físico, pode
ver o G∴A∴D∴U∴.
Entrei, andei os três passos e parei. Com a visão
totalmente obnubilada, logo pude ouvir uma Voz dizendo:
− Meu filho, nesse momento, dar-lhe-ei três coisas
muito importantes; gostaria que você colocasse na sua mão.
Estarrecido, só fiquei ouvindo, aliás, esse é um dos
sentidos mais aguçados em nossa Iniciação.
Então disse o G∴A∴D∴U∴:
- São três coisas que gostaria que você levasse por
toda a sua vida maçônica e, se possível, não as perdesse.
− A Sabedoria, sozinha, é perigosa, pois muitos usam entre a ligação da Dignidade com o Amor, mas o traço da
dessa Virtude para o mal; são sábios para criar bombas ultra Sabedoria ficou um pouco distante e não pude ver uma linha
modernas, planos econômicos mirabolantes, que não visam à nítida, ligando a Sabedoria com a Dignidade. Por acaso,
distribuição eqüitativa de renda, construindo uma vida estou vendo alguma coisa errada?
egocêntrica e voltada para si mesmos. Porém, um serdigno, O G∴A∴D∴U∴, após uma pausa momentânea,
por si só, já é um sábio, e, quando se vincula Sabedoria com respondeu-me:
Dignidade, certamente, fatos bonitos serão gerados para toda
a Humanidade. − É da natureza dos homens essa “descolagem” da
Sabedoria com a Dignidade, e uma certa afeição entre a
− O Amor, sozinho, também, pode não se comportar
Dignidade e o Amor, disse o G∴A∴D∴U∴. Quando os criei e
bem, por isso, às vezes, existem “amores doentios”, “crimes ele foram a sua “evolução”, pude constatar que, quanto mais
passionais”, etc. Contudo, se a Dignidade estiver presente no a sociedade ia aprendendo novas coisas, mais a natureza era
Amor, com certeza, você saberá conjugar o verdadeiro destruída, quanto mais uma pessoa estudava, mais se voltava
sentido do verbo Amar. Lembre-se de que nada se perde por para coisas materiais, para o mundo ao seu redor... Há,
um Digno Amor e tudo se ganha por Amar com Dignidade... evidentemente, raras exceções. Contudo, tais exceções
Ou seja, uma pessoa digna sabe amar, souberam ligar a Sabedoria com a
mas nem toda forma de amar é digna; Dignidade, e o Amor com a Dignidade.
novamente, vejam os casos de Enfim, foram sábios na arte do amor e
fanatismo que existem no Mundo, tudo amaram imbuídos da arte da
em nome de um falso “amor”. sabedoria, sabe por quê? Porque
− Então, a Dignidade, que, procuraram, dentro de suas almas,
para o oriental, significa honra, é o elo algo de belo, que pudesse completar o
de ligação desses sentimentos que elo entre os três atributos. Quando dei
coloco em sua mão, disse o para vocês a essência desses três
G∴A∴D∴U∴. Não obstante, ser “presentes”, deixei-lhes a
somente digno não é louvar a responsabilidade de ligá-los; cabe-lhes
existência humana, é preciso que a a construção e o constante polimento
dignidade interaja com outros da letra “M” em suas vidas, assim,
sentimentos. Agora, gostaria que você estarão construindo um Mundo
fechasse a mão direita, que eu Melhor para todos. Vale lembrar, no
abençoarei estes três objetos entanto, que seus destinos não cabem
simbólicos. em suas mãos, porém são as suas mãos
que dão a toada de seus destinos...
Fechei-a e senti a Mão do Com esse sentimento, poderão olhar
G∴A∴D∴U∴ sobre as minhas; foi para dentro de si mesmos, vendo uma
quando começaram a esquentar os letra “M” justa e perfeitamente
objetos que estavam comigo. Senti que construída em seus caracteres.
eles estavam deixando-me uma marca. Quando ouvi essas últimas
O G∴A∴D∴U∴, com sua sapiência, me tranqüilizou dizendo: palavras, acordei imediatamente, feliz e aliviado, por ter vivido
− Não se assuste, isto é para você levar por toda a sua um momento especial de um “sonho”. Imediatamente, olhei
vida. Os objetos, que eu coloquei na sua mão, irão “marcá-la”, para a minha mão, agora, com outro olhar (o da alma), e
formando uma certa letra e deixando, no seu corpo, a enxerguei justamente um formato de um “M”, com o Amor, a
essência do eu que lhe falei, depois eles (os objetos) Dignidade e a Sabedoria em equilíbrio. Enfim, descobri que o
desaparecerão. elo, que ligava esses atributos, sempre estivera dentro de mim;
a minha visão e o meu modo de vida não-fraternos é que não
Com efeito, foi isto que ocorreu... O G∴A∴D∴U∴ me permitiam enxergá-lo. Estava, novamente, iniciado para a
disse-me que seria dada uma permissão para que eu pudesse vida Maçônica... Agora, por meio de um “sonho”!!!
ver a letra, que se formou na minha mão, e, assim, enxergasse • O autor é membro da A∴R∴L∴S∴ Willy Barth do
a verdadeira essência daquilo que estava sendo dito.
Entretanto, seria somente isso que poderia ver, sem poder, em Or∴ de Toledo – PR. 
hipótese alguma, enxergar o próprio G∴A∴D∴U∴. Ele me
deu a Luz; pude ver que, na minha mão, havia se formado uma
letra “M”. Isso feito, novamente, voltei-me ao meu peculiar
cenário obnubilidado da Iniciação.
Então, o G∴A∴D∴U∴ me perguntou o que eu havia
visto na minha mão; respondi que havia visto uma letra “M”;
Ele ponderou:
− Sim, essa letra “M”, que, para o profano, pode
significar “modo” de vida, “método” de conduta, etc., para
você, significa Maçonaria.
Quando o G∴A∴D∴U∴ me perguntou se eu tinha
alguma dúvida, eu logo disse:
− G∴A∴D∴U∴, o meu “M” ficou justo para os traços
Reflexões _____________________________________________________________________________________

Você e Deus
Madre Tereza de Calcutá

“Muitas vezes, as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.


Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.
Seja gentil assim mesmo.
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos
verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto e franco assim mesmo...
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo...
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Perceba que, no final das contas, é entre você e DEUS.
Nunca foi entre você e as outras pessoas! " 
* Colaboração do Ir∴ Dirceu Goulart

BoasDicas _____________________________________________________________________________________________

 Sites 
Recomendo uma visita ao site :
http://maconariabrasil.wordpress.com
- trabalhos maçônicos de autoria do Ir∴ Carlos Alberto Carvalho
Pires
 Livros 
Indico o livro “Jesus e a Moral Maçônica” de autoria do Irmão
Francisco Mello Siqueira, pela editora Método. Acessem o link
abaixo:
http://www.salmo133.org/s133/AR/livraria/Selo_Titulos_Res.php
 Arte Real – Edições Anteriores 
As edições anteriores se encontram disponíveis para download
no site www.entreirmaos.net
Obrigado por prestigiar nosso trabalho. Temos um
encontro marcado na próxima edição!!! 

Arte Real __________________________________________________________________________________________________________

A rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, que se apresenta como mais
um canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída,
diretamente, via Internet, para cerca de 11.000 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do
exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares
de nossos leitores.
Editor Responsável, Diagramação e Editoração Gráfica: Francisco Feitosa
Revisão: João Geraldo de Freitas Camanho
Colaboradores nesta edição: Carlos Galvão, Dirceu Goulart, Eduardo Gennari,
Eliseu Mocitaiba, Henrique José de Souza, João Ferreira Durão, João Paganelo,
José Castellani.
Empresas Patrocinadoras: Arte Real Software – CH Dedetizadora – CONCIV -
Construções Civis - CFC Objetiva Auto Escola – IBS Teconologia Web -
López y López Advogados - Maurílio Advocacia – Santana Pneus – Sul Minas Lab. Fotográfico.
Contatos: feitosa@entreirmaos.net Skype – francisco.feitosa.da.fonseca - MSN – entre-irmaos@hotmail.com
Distribuição gratuita via Internet. - Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários. 

También podría gustarte