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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO: HISTÓRIA


DOCENTE: MARCELO DONIZETE DA SILVA
DISCENTE: GABRIEL VAZ NOGUEIRA / 17.1.3411

SÍNTESE

TEXTO 1: Ana Palmira Casimiro - “Pensamentos fundadores na educação religiosa do Brasil


colônia”

O texto nos revela, inicialmente, o enraizamento da cultura católica em terras nacionais,


que se deu através da vinda dos jesuítas, os quais se encarregaram de desenvolver atividades
missionárias nas regiões da fronteira e nos centros urbanos iniciais. No entanto, não só os
representantes do catolicismo vieram ao Brasil, mas também membros de ordens religiosas
diversas: franciscanos, carmelitas, mercedários, etc.

A educação oferecida pela Igreja demonstrou ser desigual, uma vez que as oportunidades
disponíveis para o branco eram muitos mais férteis do que para o não-branco. O branco, português,
filho da elite, recebia uma educação completa, extensa, diversificada. Já o ensino dado aos povos
brancos mais populares era mais simplificado, porém já garantia o básico: ler, escrever e contar. No
entanto, a educação oferecida aos negros, índios e mestiços era ainda mais infrutuosa, já que a
Igreja só garantia a eles os ensinamentos catequéticos e necessários para o batismo, com o intuito de
levá-los ao caminho cristão para servir a Deus.

Contudo, independentemente do nível social do indivíduo, a Igreja sempre pôs, como


prioridade, configurar a sua própria visão de mundo como a primordial, e por isso mostrou ser
obrigatório, através da catequese, das missas e de todos os membros e ferramentas cristãs, que as
pessoas concordassem com os seus ideais.
A autora utiliza de cinco religiosos para representar diferentes concepções de vida e ideias
pedagógicas: Jorge Benci, Antonio Vieira, João Antônio Andreoni, Manuel Bernardes e Manoel
Ribeiro Rocha.

Benci foi um dos nomes responsáveis pela reformulação da escravidão colonial. Sua obra
Economia Cristã, dividida em quatro discursos, recomenda certas medidas para os colonos
governarem os seus escravos: o alimento, a doutrina, o castigo e o trabalho. Em sua obra, ele
considera os senhores não só como coordenadores do escravo no ambiente de trabalho, mas também
como responsáveis pela doutrinação dele. Jorge Benci é a favor da utilização da punição física, por
parte dos senhores, como um método de disciplina. No entanto, ele justifica a violência como um
ato religioso, repreensível, que não ofenderia a Deus se estivesse dentro dos limites de agressão.
Portanto, o objetivo de Benci foi, simultaneamente, colonizador, missionário, moral e evangélico.

Padre Antonio Vieira, famoso pela sua estilística literária barroca, difere de Benci quanto
ao uso do castigo físico, e inclusive denuncia esse tipo de prática que, para ele, é totalmente
desumana. Entretanto, Vieira não discorda com a escravidão de outros povos, e até aconselha que
eles aceitem a condição inferior sob a qual vivem. Para Pe. Antonio Vieira, os senhores não
deveriam utilizar de práticas escravistas “fora da lei”, nem de castigos brutais; a escravidão deveria
existir, porém de modo legal e sem punições severas que ferissem a dignidade humana.

O Padre Manuel Bernardes, por sua vez, assemelha-se a Benci, e até recorre a partes da
Economia Cristã em sua obra A Nova Floresta ou Sylva de Vários Apopthegmas. O autor em
questão também explora valores similares aos de Benci, como a doutrina, a repreensão, o castigo, o
comer, o vestir e os deveres que os senhores deveriam ter para com os escravos.

João Antônio Andreoni, também conhecido pelo pseudônimo literário “Antonil”,


compartilha, também, dos mesmos conceitos do autor da Economia Cristã. No entanto, Antonil não
vê a necessidade de uma reformulação da escravidão, uma vez que ele mesmo apoia esse sistema
escravista e o vê como imprescindível dentro da sociedade colonial: “Os Escravos são as mãos e os
pés do senhor do engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar
fazenda, nem ter engenho corrente”.

Manuel Ribeiro Rocha, através de sua obra Etíope Resgatado, Empenhado, Sustentado,
Corrigido, Instruído e Libertado, leva adiante o trabalho feito por Benci em Economia Cristã, e
enfatiza a proposta de harmonizar a escravidão com o cristianismo. Os dois autores aproximam-se
dos mesmos pontos em suas obras: ambos percebem a importância da defesa da dignidade do negro
escravo e também denunciam os abusos cometidos contra ele. Mas em contraste com Benci, Ribeiro
Rocha sugere uma solução jurídica para a liberdade dos escravos.

TEXTO 2: Alberto Damasceno - “A historiografia da educação brasileira, o período pombalino e o


diretório de 1757”

O autor busca, nesse artigo, dar luz à fase pombalina e evidenciar, principalmente, as
mudanças no sistema de ensino que ocorreram naquela época.

Aproximadamente dois anos após a criação da Companhia Geral, Mendonça Furtado


encerra as atividades jesuíticas, e convoca o “Diretório” para substituí-los. Mas apenas em 1759 que
os jesuítas são expulsos do Brasil. Com o fim da Companhia de Jesus no Brasil, a “terceirização”
da educação, através das atividades jesuíticas, deixou de existir, dando espaço para o Estado agir
diretamente nas questões educacionais, políticas e econômicas.

Então, inicia-se no Brasil a implantação do ensino de teor não-religioso, e nesse momento


a educação passou a ser reconhecida como dever do Estado e não da Igreja. No estado do Grão-
Pará, viu-se necessário a implantação das escolas para educar índios, de modo que eles pudessem,
principalmente, aprender a “língua do príncipe” para exercer as mesmas atividades que os
portugueses, além de conseguir, desse modo, compartilhar seus conhecimentos sobre a terra e sobre
os outros povos nativos da região.

Além das mudanças na educação e na economia, a própria cultura foi modificada com a
expulsão dos jesuítas. No estado da Amazônia, são introduzidas, nas aldeias, um emaranhado de
influências antijesuíticas e claramente portuguesas (para reforçar a identidade de quem governava a
região): premiações para os que falam português, estimulação de casamentos interétnicos,
nomeação de aldeias com termos em português.

Portanto, a partir de 1759, deu-se o início de uma era que redefiniria os padrões impostos,
anteriormente, pelos jesuítas. O norte e o nordeste brasileiro ganharam uma surpreendente
influência portuguesa, que baniu os antigos costumes e idiomas, substituindo este pelo português e
aquele pelos valores culturais de Portugal.

TEXTO 3: Silvia Helena Andrade de Brito - “A educação no projeto nacionalista do primeiro


governo vargas (1930 – 1945)”

O texto aborda, a princípio, o contexto histórico por trás do início de uma nova era que
teve início em 1930 e que se encerrou em 1945. Durante toda era vargas, o Brasil passou, tão
abruptamente, por mudanças econômicas, políticas, sociais e educacionais. A sociedade brasileira
foi marcada por uma reorganização política, pelo desenvolvimento capitalista e pela severa
centralização do poder. E fora do Brasil, o mundo enfrentava os ecos de duas guerras mundiais e da
grande depressão de 1929, que culminaram numa série de desarticulações principalmente
econômicas: dívidas externas, redução de importações, carência dos meios de pagamento, etc.

Diante dessa situação internacional, Vargas apostou num plano nacionalista para manter o
Brasil de pé e recuperar a economia do país. Foi evidente a preocupação com a produção do café,
naquele período, uma que vez que ele continuava sendo o produto mais exportado, ao lado do
algodão. O Estado buscou, também, controlar a monopolização do câmbio para aumentar as
exportações, para captar a moeda estrangeira e controlar a balança comercial. No entanto, devido às
dificuldades vinculas à dificuldade de exportar, Vargas teve de amadurecer o plano
desenvolvimentista.

A industrialização brasileira, durante o Estado Novo de Vargas, não pôde ser deixada de
lado, uma vez que o mundo estava sendo dominado pelas novas tecnologias. As indústrias do Brasil
organizaram-se sob a forma de monopólios e sob o suporte do Estado. Foi criada, a partir de uma
aliança entre Brasil e Estados Unidos, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), e mais tarde a
Fábrica Nacional de Motores, a Petrobras e a Eletrobras.

Quanto à educação, foi formulado um sistema educacional baseado no contexto


nacionalista e industrial que estava inserido no Brasil. Já que a realidade brasileira se deparava com
uma modernização econômica, havia a necessidade de uma modernização cultural e educacional
também. Nesse sentido, vale ressaltar que, em razão da segurança nacional e da valorização do
patriotismo, foram introduzidos novos currículos escolares, que continham História e Geografia do
Brasil, da Educação Moral e Cívica e da Educação Física.

Entretanto, com o crescimento descontrolado da população devido à industrialização e à


deslocação do povo rural para as metrópoles , a demanda por escolas aumentou. Novas unidades
escolares foram sendo implantadas, mas sem uma organização apropriada para acomodar os alunos.

Frente a esse problema, o Brasil passa por uma série de reformas para tentar atenuar os
problemas relacionados à natureza educacional e a sua infraestrutura.

A primeira, formulada por Francisco de Campos, estabelece três eixos. O ensino superior, o
ensino médio e a organização da escola brasileira, que exigia a criação de um sistema nacional de
educação. No que diz respeito ao ensino superior, Francisco propôs a implantação do Estatuto das
Universidades Brasileiras. Já no ensino secundário, estabelece-se o currículo seriado, a frequência
obrigatória, dois ciclos, sendo um fundamental e outro complementar, e a exigência de habilitação
nele para conseguir ingressar no ensino superior.

Além desses ajustes, criou-se o Conselho Nacional da Educação para assessorar o


Ministério na administração e na direção da educação brasileira.

É essencial enfatizar que a constituição de 1934 garantiu, além da implantação do voto


secreto, do voto obrigatório a partir dos 18 anos e voto feminino, o ensino público e gratuito para
toda a população brasileira.

Mais tarde, vieram à tona as reformas de Gustavo Capamena, que deram início à Lei
Orgânica do Ensino Industrial. O ensino se dividiu em dois ciclos: o primeiro previa quatro
modalidades de ensino: o ensino industrial básico, o ensino de mestria, os ensinos artesanal e de
aprendizagem. O segundo previa o ensino técnico industrial e o ensino pedagógico. Além desses, a
formação industrial era complementada com cursos extraordinários e avulsos.

Outras três reformas foram efetuadas pelo ministro Gustavo Capamena: as Leis Orgânicas,
Normal e Agrícola.

A primeira buscava regular a participação do governo federal neste grau de ensino.


A segunda tratava da formação de profissionais da educação para o ensino primário, além
de prever dois ciclos: o primeiro, com a duração de quatro anos, formava o regente do ensino
primário; já o segundo, com a duração de três anos, formava o professor primário, mas também
podia formar o administrador de escola.

A terceira versava sobre o ensino agrícola e previa, também, dois ciclos: o primeiro era
voltado para a formação (iniciação agrícola e mestria), aperfeiçoamento e especialização; e o
segundo, que garantia o curso de técnico agrícola e cursos pedagógicos para formação de docentes
desta área.

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